São Paulo. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de São Paulo (1991, 2000 e 2010)
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- Luiz Felipe Back Antas
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2 São Paulo Em 21, no estado de São Paulo (SP), moravam 41,3 milhões de pessoas, onde uma parcela considerável (7,8%, 3,2 milhões) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 645 municípios, dos quais 279 (43,3%) com menos de dez mil habitantes e três com mais de um milhão de habitantes. Cerca de 27% (11,3 milhões) da população vivia na capital, São Paulo. A esperança de vida ao nascer média estadual era de 75,7 anos, variando entre 71,5 e 78,4 anos nos diferentes municípios. Indicadores sociodemográficos selecionados estão apresentados na tabela 1. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21) Indicador Ano Mediana 1º Quartil 3º Quartil 28,1 24,2 32,2 Taxa de mortalidade infantil por mil NV 2 19,6 17,6 22, ,4 12,8 16,2 31,8 27,4 36,4 Taxa de mortalidade na infância por mil NV 2 22,7 2,5, ,6 14,8 18,7 22,1 13,3 34,6 Proporção da população em condição de pobreza (%) 2 14,1 9,7 19,7 21 4,8 3,3 7, 17,9 14,3 21,6 Proporção da população analfabeta (%) 2 11,8 9,2 14,7 21 8, 5,8 1, 8,3 3,5 15,8 Proporção da população sem acesso à água encanada (%) 2 2,3 1,2 5, 21 1,5,7 3,7 191
3 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a 21 Figura 1: Distribuição de indicadores selecionados nos municípios de São Paulo, comparada com as medianas da região Sudeste e do Brasil (, 2 e 21) A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%) Observação mais detalhada do desempenho dos municípios, em relação aos quatro indicadores analisados, está disponível na figura 2, cuja diagonal indica manutenção do indicador entre os anos estudados De forma geral, quase a totalidade dos municípios do estado está abaixo das diagonais, indicando tendências temporais consistentes de melhoria nos quatro indicadores analisados (figura 2). C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%) São Paulo Mediana e distribuição 2 21 Em, as medianas estaduais da taxa de mortalidade infantil, da proporção da população em pobreza, da proporção da população analfabeta e da proporção da população sem acesso à água encanada eram melhores que aquelas apresentadas na região sudeste e no Brasil (figura 1). No período, todos esses indicadores diminuíram de maneira importante no estado de SP e observa-se convergências destas medianas estaduais com as regionais e nacionais. Destaca-se a queda da mediana da taxa de mortalidade infantil, de 28,1 para 14,4 por mil NV, entre os anos de e 21, respectivamente. No que se refere à proporção da população em condição de pobreza e à proporção da população sem acesso à água encanada, em 21, alguns municípios de SP ainda persistiram em condições bastante desiguais, e marcadamente piores quando comparados com as medianas do estado, da região e do Brasil (figuras 1B e 1D) Sudeste Mediana Brasil Mediana Com relação à taxa de mortalidade infantil, em, nenhum município tinha alcançado a meta de 15,7 por mil NV (linha vermelha, meta a ser alcançada pelo Brasil, até 215 segundo os ODM), em contraste com o ano de 21, quando 451 (69,9%) deles alcançaram valores inferiores a essa meta (figura 2A). Os demais indicadores também mostram melhorias entre os anos estudados, observada tanto na redução dos valores desses indicadores no conjunto dos municípios quanto na redução das desigualdades. Esta última, indicada pela menor dispersão dos valores em 21, quando comparado a. Quanto à proporção da população sem acesso à água encanada, os valores já encontravam-se muito baixos em, e mantiveram-se assim ou reduziram ainda mais, em 21, exceto para alguns poucos municípios (figura 2D). 192
4 SUDESTE São Paulo SP Figura 2: Desempenho dos municípios segundo mudanças nos indicadores selecionados, estado de São Paulo ( e 21) A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%) C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%) Taxa em Proporção(%) em Proporção(%) em Proporção(%) em Taxa em Proporção(%) em Proporção(%) em Proporção(%) em Figura 3: Desempenho dos municípios segundo indicadores selecionados nas quatro dimensões de análise (saúde, social, econômica e ambiental), estado de São Paulo (, 2 e 21) E A. B. 2 C. 21 S A Legenda: Triângulo: S: Dimensão Social (% alfabetizados) E: Dimensão Econômica (% não pobres ) A: Dimensão Ambiental (% com acesso à água encanada) 3 quartil E 1 quartil S A E S Círculo: Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) 3 quartil 1 quartil A A figura 3 mostra a evolução dos indicadores que representam as quatro dimensões estudadas nos anos de, 2 e 21. Houve, no período, grande redução da taxa de mortalidade infantil nos municípios do estado de SP, com diminuição das desigualdades entre os municípios para esse indicador. Isso é observado no movimento do círculo central, tornando-se mais fino (intervalo interquartílico) e em direção ao centro do triângulo. Os quartis 1º e 3º variaram (respectivamente) de 24,2 e 32,2 por mil NV, em, para 12,8 e 16,2 por mil NV, em 21. As demais dimensões estudadas também apresentaram melhorias dos indicadores, evidenciadas pela aproximação das linhas (verdes e vermelhas) aos vértices do triângulo cinza (condição ideal). Destaca-se no estado, a dimensão econômica (E, proporção de população não pobre), para a qual houve incremento relevante nos municípios incluídos no 1º quartil, que passaram de 65,4% para 93,% entre os anos de e 21, respectivamente, enquanto que aqueles do 3º quartil, passaram de 86,7% para 96,7% no mesmo período. 193
5 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a 21 As figuras 4 a 7 permitem identificar as microrregiões (borda cinza) segundo o desempenho dos indicadores por município, nos anos de, 2 e 21. A taxa de mortalidade infantil (por mil NV) variou de 18, a 43,1 em, de 11,4 a 3,4 em 2, e de 8,7 a 2,8 em 21. Tendo como referência os quintis de 2, em, a grande parte dos municípios de SP estava situada no pior quintil, e no ano de 21, a grande parte deles estava situada no melhor quintil. Aqueles municípios situados ao sul do estado tiveram melhorias de forma mais tardia. De maneira semelhante, a distribuição espacial da proporção da população em condição de pobreza, apresenta melhorias entre os municípios, sendo também tardia nos municípios ao sul do estado. Este indicador apresenta áreas bem marcadas para situações favoráveis e desfavoráveis, em todos os anos estudados. As proporções deste indicador variaram de 2,8% a 9,1% em, de,7% a 6,1% em 2, e de,4% a 35,1% em 21. Figura 4: Distribuição espacial da taxa de mortalidade infantil, por mil NV, nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21)1 A A B 2 B 2 C 21 C 21 Taxa (por mil NV) Proporção (%) Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2. Mapas com os quintis para o ano de 21 estão disponíveis no anexo Figura 5: Distribuição espacial da proporção (%) da população em condição de pobreza nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21)
6 SUDESTE São Paulo Figura 6: D istribuição espacial da proporção (%) da população analfabeta nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21)1 Figura 7: D istribuição espacial da proporção (%) da população da população sem acesso à água encanada nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21)1 A A SP O indicador proporção da população analfabeta (figura 6) também possui comportamento semelhante aos indicadores anteriormente estudados, com movimento mais lento de progressão na região sul do estado. As proporções deste indicador variaram de 5,% a 37,8% em, de 3,1% a 24,2% em 2, e de 1,5% a 18,5% em 21. De maneira semelhante, foram nos municípios situados mais ao sul do estado que as proporção de pessoas sem acesso à água encanada (figura 7) tardaram mais a decrescer. As proporções deste indicador variaram de,% a 66,7% em, de,% a 38,8% em 2, e de,% a 4,1% em 21. B 2 B 2 A série de mapas (figuras 4 a 7) apresentada evidencia a semelhança na tendência espacial e temporal para os indicadores, segundo os municípios do estado de SP. C 21 C 21 Proporção (%) Proporção (%) Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2. Mapas com os quintis para o ano de 21 estão disponíveis no anexo
7 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a 21 Figura 8: Distribuição dos indicadores componentes (educação, renda e longevidade) do Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios do estado de São Paulo e medianas da região Sudeste e do Brasil (, 2 e 21) 1..8 verticalização das curvas de para 21, o que indica a redução das desigualdades entre os municípios em relação ao IDHM em SP. Figura 9: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano segundo proporção acumulada da população nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21) POPULAÇÃO (%) Educação Mediana e distribuição Renda 2 Mediana e distribuição 21 Longevidade Mediana e distribuição 2 Sudeste Brasil Mediana IDHM: Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto 2 21 Melhorias relevantes ao longo do período de análise nos municípios do estado de SP podem ser notadas nos três componentes (educação, longevidade e renda) do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (figura 8). Em especial, são observadas reduções dos intervalos interquartílicos dos três componentes do IDHM. Esse fato revela que os municípios apresentam, nos anos mais recentes, valores mais semelhantes entre si para esses componentes. As medianas apresentadas pelo estado são, em geral, melhores que as da região sudeste e as do Brasil, exceto para o componente longevidade. Na figura 9, são descritas as linhas da proporção acumulada da população dos municípios do estado segundo os níveis de IDHM em, 2 e 21. Essas linhas mostram a grande evolução experimentada no período estudado, com o deslocamento da esquerda para a direita dessas curvas, indicando melhoria do indicador. Existe importante Tabela 2: Número de municípios (e população) em cada nível do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios IDHM Muito baixo (,499) Baixo (,5,599) Médio (,6,699) Alto (,7,799) Muito alto (,8 1) Número de Municípios 2 21 Número de População Municípios Número de População Municípios População
8 SUDESTE São Paulo Em, nenhum município de SP enquadrava-se na classificação de IDHM alto ou muito alto (tabela 2). Em 2, 77 (11,9%) municípios, com 21,8 milhões (58,8%) de habitantes, foram classificados com IDHM alto e muito alto. Finalmente, em 21, são 58 (89,9%) municípios, com 4,7 milhões de habitantes (98,6%), classificados com IDH alto e muito alto. Em SP, no ano de 21, nenhum município foi classificado com IDM baixo ou muito baixo. As TMIn observadas em 21, para o grupo de municípios classificados com o mais baixo IDHM eram marcadamente inferiores às taxas do grupo com o mais alto IDHM no ano de e 2 (figura 1A). De maneira semelhante, o perfil mais horizontal das TMIn dos municípios, em 21, descrito na figura 1B, quando comparado aos anos de e 2, evidencia a tendência favorável no sentido de tornar os municípios do estado com valores mais baixos e mais semelhantes quanto ao indicador de estudo (TMIn). Figura 1: D esigualdades na taxa de mortalidade na infância segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21) Figura 11: Taxa de mortalidade na infância segundo quintis de indicadores selecionados e ano, nos municípios do estado de São Paulo (, 2 e 21) A. TMIn média segundo quintis do IDHM º (Mais alto) IDHM (quintil) Grupos (quintis) Ausência de água encanada (%) 21 1º (Mais favorecido) 2 2º 3º (Intermediário) Pobreza (%) 4º 3º (Médio) 21 2º 2 4º 5º (Menos favorecido) 1º (Mais baixo) Pop. < 5 anos (totais) Analfabetismo (%) B. TMIn dos municípios segundo gradiente do IDHM. Taxa (por mil NV) População na infância acumulada segundo IDHM 1. As desigualdades na probabilidade de morrer antes de completar cinco anos de idade, segundo o IDHM dos 645 municípios de SP, vêm reduzindo no período de a 21 (figura 1). SP A tendência da TMIn no estado pode ser também observada segundo quintis das três dimensões selecionadas nesta análise (figura 11). Partindo de para 21, o movimento para a esquerda dos gráficos indica que a taxa se reduz no período. Além disso, a diminuição da distância entre os grupos reflete a diminuição absoluta da desigualdade na TMIn dos municípios agregados segundo quintis do indicador selecionado (ausência de água encanada, pobreza e analfabetismo). O estado de São Paulo mostra um progresso muito acentuado no período de estudo. Ações voltadas para alguns municípios poderia colocar o estado em uma situação de equidade ainda maior para os componentes analisados. 197
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