Responsabilidade dos servidores públicos: repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar 1

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1 Responsabilidade dos servidores públicos: repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar 1 Rodrigo Mello da Motta Lima Resumo: O art. 125 da Lei nº 8.112/90 dispõe que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular se, sendo independentes entre si. Assim, pode ser que a mesma conduta praticada por um servidor público configure infração administrativa, acarrete dano à Administração e seja tipificada como crime. Entretanto, apesar do nosso ordenamento jurídico consagrar a independência entre as instâncias, esta autonomia admite mitigações. Logo, verificamos, na hipótese de crimes funcionais, que reconhecida em juízo a existência de uma infração penal, a qual é conexa com a função pública, a Administração deve, necessariamente, considerar a conduta como ilícito também administrativo. Ainda na temática do ilícito penal relacionado com os deveres administrativos, cumpre observar que, nas hipóteses de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a autoria do crime, as instâncias administrativa e civil ficarão vinculadas à respectiva decisão penal. Quanto à hipótese de condenação por crime não funcional, em que a pena aplicada não determina a perda da liberdade, a decisão penal não trará qualquer influência sobre a esfera administrativa. Destarte, caso a privação de liberdade aplicada seja inferior a quatro anos, o servidor ficará afastado de seu cargo ou função, e, na circunstância da privação de liberdade ser superior a quatro anos, a condenação acarretará a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo. Por fim, existindo decisão penal absolutória, em processo que apure a existência de um ilícito penal de natureza não funcional, a relação administrativa não sofrerá qualquer reflexo. Palavras chave: Responsabilidade. Servidor público. Sentença penal. Processo administrativo disciplinar. Comunicação de instâncias. Sumário: 1 Introdução 2 Responsabilidade dos servidores públicos 3 Poder disciplinar e responsabilidade administrativa 4 Independência das instâncias 5 Repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar 5.1 Premissas iniciais 5.2 Crimes funcionais Decisão penal condenatória 5.3 Crimes funcionais Decisão penal absolutória 5.4 Crimes não funcionais Decisão penal condenatória 5.5 Crimes não funcionais Decisão penal absolutória 6 Conclusões Referências 1 Introdução No decorrer do vínculo estatutário mantido junto à Administração Pública, configuradas certas circunstâncias, o descumprimento de deveres, bem como a inobservância de vedações, podem acarretar consequências para o servidor público, ensejando a sua responsabilização perante a Administração. Caso a conduta inadequada do agente configure uma infração ou ilícito administrativo, produzindo efeitos e afetando a ordem interna dos serviços, estaremos diante da hipótese de responsabilidade

2 administrativa, a qual será verificada interna corporis, através do devido processo administrativo disciplinar, podendo, ao final, ser aplicada uma sanção de natureza administrativa. Já se o servidor causar dano à Administração, seja em função de uma ação ou omissão, seja a conduta culposa ou dolosa, realçado estará o plano atinente à responsabilidade civil, sendo que a sua apuração e eventual reparação "poderá ter início e término no âmbito administrativo ou ter início nesse âmbito e ser objeto, depois, de ação perante o Judiciário". 2 Por fim, se a conduta inadequada do servidor for enquadrada pelo ordenamento jurídico como crime, afetando diretamente a sociedade, o agente poderá responder criminalmente, sendo esta infração apurada no bojo do processo penal, através dos juízos competentes, tendo, como eventual consequência final, a aplicação de sanções penais. Ocorre que, em algumas ocasiões, é possível que a mesma conduta configure infração administrativa, acarrete dano à Administração e seja tipificada como crime; caso isso ocorra, as responsabilidades serão conjugadas, o que significa que o servidor arcará, respectivamente, com as consequências da responsabilidade administrativa, civil e penal, uma vez que o fundamento e a natureza das três são distintos. 3 Pois bem, levando em consideração as linhas iniciais expostas acima, o presente esforço tem o desiderato de analisar um dos temas mais relevantes na seara da responsabilidade dos servidores públicos: a repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar. Examina se, pois, a denominada comunicação de instâncias. 2 Responsabilidade dos servidores públicos O Estado, a fim de viabilizar a vida em sociedade, disciplina a conduta dos cidadãos por meio de normas jurídicas, as quais têm a finalidade de proteger determinados bens jurídicos cuja tutela seja considerada vital em um determinado momento histórico. Assim, remontando ao que já foi mencionado, a responsabilidade do servidor público perante a Administração pode ser civil, penal e administrativa. Neste sentido, a Lei nº 8.112/90 (conhecida como Estatuto dos Servidores Federais) traz a seguinte norma: Art O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Como bem mencionado pelo professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto, "os deveres comuns e os deveres especiais acarretam para o servidor um quádruplo regime de responsabilidades, que o submete às consequências políticas, administrativas, civis e penais com respectivas responsabilizações". 4 Discorrendo sobre a diferença que envolve o ilícito civil, administrativo, penal e político, Roberto Luis Luchi Demo esclarece que:

3 O ato ilícito é uma conduta contrária ao Direito que traz para o seu agente uma determinada sanção jurídica, necessariamente institucionalizada. Especifica se o ilícito conforme a natureza do interesse lesado, que, por sua vez, é determinada pela natureza da respectiva sanção abstratamente prevista no ordenamento jurídico. O ilícito civil viola interesses particulares de particulares ou do Estado, que estão legitimados a agir para que a sanção civil seja realizada, amigável ou litigiosamente (hipótese que não prescinde da atuação do Poder Judiciário). O ilícito administrativo viola regras de Direito Administrativo e legitima o Estado a impor sanções administrativas pelo poder de polícia (ao extraneus) ou pelo poder disciplinar (ao servidor público), independe de atuação do poder judiciário (auto executoriedade). O ilícito político viola o dever de realizar o bem comum. O ilícito penal é o mais grave, porque viola regras de comportamento de transcendência social e até política, sendo a última ratio, [...]. 5 Nas palavras do ilustre professor José dos Santos Carvalho Filho: A responsabilidade se origina de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada situação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a responsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada responsabilidade é, em princípio, independente da outra [...] Sucede que, em algumas ocasiões, o fato que gera certo tipo de responsabilidade é simultaneamente gerador de outro tipo; se isso ocorrer, as responsabilidades serão conjugadas. Essa é a razão porque a mesma situação fática é idônea a criar, concomitantemente, as responsabilidades civil, penal e administrativa. 6 Em virtude dessas considerações, a possibilidade de acumulação das responsabilidades traz como decorrência obrigatória a possibilidade de acumulação das sanções, 7 uma vez que diferentes espécies de penalidades são atribuídas para cada tipo de responsabilidade. Ratificando o raciocínio ora exposto, a Lei nº 8.112/90 dispõe claramente que: Art As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular se, sendo independentes entre si. 8 3 Poder disciplinar e responsabilidade administrativa Do ponto de vista da Administração Pública, a ciência de atos, fatos, condutas, omissões e irregularidades cabíveis de serem enquadradas como infração disciplinar desencadeia o exercício do poder de polícia, 9 o qual pode ser conceituado como aquele que "é atribuído a autoridades administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas contrárias à

4 realização normal das atividades do órgão e irregularidades de diversos tipos". 10 O poder disciplinar relaciona se com o poder hierárquico, sendo que o exercício daquele representa um viés do dever da autoridade, como demonstra o art. 143, da mencionada Lei nº 8.112/ Ademais, a fim de realçar a importância da necessidade de promoção de responsabilização, como instrumento fundamental para o funcionamento de qualquer sistema disciplinar, o legislador previu no Código Penal a figura típica da condescendência criminosa, já prevendo a possibilidade de indulgência do superior para com o subordinado infrator: Condescendência criminosa Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Pena detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. Ao esclarecer que o poder disciplinar tem como foco assegurar o bom funcionamento interno dos serviços e da ordem administrativa, bem como tutelar os valores específicos de disciplina, hierarquia, eficiência e moralidade que se reproduzem no interior das repartições administrativas, o aclamado jurista Fábio Medina Osório também deixa consignado a seguinte lição: [...] vale anotar que, no âmbito disciplinar, resulta, de fato, mais específica a necessidade de proteção de uma ordem administrativa interna, de valores de hierarquia, subordinação, coordenação entre os múltiplos funcionários públicos ou tutela de peculiares deveres profissionais. Não se pode descartar a proteção ou preocupação com valores externos, pertencentes diretamente à coletividade, mas prepondera o olhar interno, voltado à busca de diagnósticos e autocrítica, para o aperfeiçoamento de seu próprio aparato. 12 É preciso observar, ainda, que o poder disciplinar não deve ser confundido com o poder penal do Estado: Este é exercido pelo Poder Judiciário, norteado pelo processo penal: visa à repressão de condutas qualificadas com crimes e contravenções; portanto, tem a finalidade precípua de preservar a ordem e a convivência na sociedade como um todo. O poder disciplinar, por sua vez, é atividade administrativa, regida pelo direito administrativo, segundo normas do processo administrativo: visa à punição de condutas, qualificadas em estatutos ou demais leis, como infrações funcionais; tem a finalidade de preservar, de modo imediato, a ordem interna do serviço, para que as atividades do órgão possam ser

5 realizadas sem perturbação e sem desvirtuamentos, dentro da legalidade e da lisura. A diferença entre as duas atuações possibilita sua concomitância ante a mesma conduta do servidor, ensejando a imposição conjunta de sanção disciplinar e de sanção penal, sem que seja caracterizado o bis in idem. 13 Nessa linha de posicionamento, para que possamos afirmar que existe responsabilidade administrativa, é imprescindível que, em primeiro lugar, o servidor público tenha cometido uma infração funcional, sendo que este ilícito administrativo "pode verificar se por conduta comissiva ou omissiva e os fatos que o configuram são os previstos na legislação estatutária". 14 Assim, confirmada a violação de uma norma de conduta interna, resta caracterizado o ilícito administrativo e, como consequência, o dever de responsabilização, o qual, uma vez promovido, com a respectiva confirmação da infração, acarretará a "aplicação dos atos punitivos internos reservados ao Estado administrador, também denominados de sanções administrativas de natureza disciplinar, ou sanções disciplinares, ou, simplesmente, penas disciplinares". 15 No entanto, convém ressaltar que: [...] o sistema punitivo na esfera administrativa é bem diferente do que existe no plano criminal. Neste as condutas são tipificadas, de modo que a lei cominará uma sanção específica para conduta que a ela estiver vinculada. [...] na esfera administrativa, o regime é diverso, pois que as condutas não têm a precisa definição que ocorre no campo penal, como bem adverte Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Os estatutos funcionais apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o ilícito administrativo vai configurar se exatamente quando tais deveres e vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação a priori com a conduta Independência das instâncias Como já visto, o art. 125 da Lei nº 8.112/90 dispõe que "as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular se, sendo independentes entre si". Na verdade, o objetivo da lei é espancar qualquer dúvida atinente à autonomia entre as esferas indicadas. A consagração da independência das instâncias, também salientada pelo artigo 935, do Código Civil de 2002, 17 bem como pelo caput do artigo 12, da Lei nº 8.429/92, 18 "implica reconhecer que um indivíduo pode ser punido, pelo mesmo fato, criminal e administrativamente, e, mais, pode mesmo ser compelido a responder com seu patrimônio pela reparação na esfera cível". 19 Como professa Lucas Rocha Furtado: Fixa a lei, portanto, a regra de que a condenação ou a absolvição em uma instância não

6 deve importar em absolvição ou em condenação nas outras instâncias. Fixa se, ademais, a regra de que as sanções decorrentes das diferentes instâncias, ainda que relacionadas à prática de um só ato, podem ser acumuladas sem que isto caracterize dupla ou tripla punição. A regra, portanto, é a da independência de instâncias. 20 A independência entre as instâncias é justificada em função da natureza das sanções aplicadas, as quais têm fundamentos distintos. 21 As lições de Roberto Luis Luchi Demo complementam o presente raciocínio: Ou seja, de regra há independência entre as esferas penal, cível, política e administrativa, como dito anteriormente, por isso que o objeto de cada esfera está no equacionamento de infringências a regras ontologicamente diversas: penal, civil, política e administrativa. É dizer, as finalidades de cada esfera são disformes, de modo que a valoração da conduta em uma órbita sustenta se em pilares muitas vezes próprios e dicótomos. 22 Adentrando na esfera jurisprudencial, o Supremo Tribunal Federal, já há algum tempo, reconhece a independência entre as instâncias. Senão, vejamos: Mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Competência. Art. 71, II, da Constituição do Brasil e art. 5º, II e VIII, da Lei n /92. Tomada de contas especial. Violação aos arts. 148 a 182 da Lei n /90. Inocorrência. Procedimento disciplinado na Lei n /92. Ajuizamento de ação civil pública. Prejudicialidade da tomada de contas especial. Impossibilidade. Independência entre as instâncias civil, penal e administrativa. Questão fática. Dilação probatória. Impossibilidade. Segurança denegada. 1. A competência do Tribunal de Contas da União para julgar contas abrange todos quantos derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, devendo ser aplicadas aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, lei que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado aos cofres públicos [art. 71, II, da CB/88 e art. 5º, II e VIII, da Lei n /92]. 2. A tomada de contas especial não consubstancia procedimento administrativo disciplinar. Tem por escopo a defesa da coisa pública, buscando o ressarcimento do dano causado ao erário. Precedente [MS n , Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ ]. 3. Não se impõe a observância, pelo TCU, do disposto nos artigos 148 a 182 da Lei n /90, já que o procedimento da tomada de contas especial está disciplinado na Lei n / O ajuizamento de ação civil pública não retira a competência do Tribunal de Contas da União para instaurar a tomada de contas especial e condenar o responsável a ressarcir ao erário os valores indevidamente percebidos. Independência entre as instâncias civil, administrativa e penal. 5. A comprovação da efetiva prestação de serviços de assessoria jurídica durante o período em que a impetrante ocupou cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região exige dilação probatória incompatível com o rito

7 mandamental. Precedente [MS n , Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de ]. 6. Segurança denegada, cassando se a medida liminar anteriormente concedida, ressalvado à impetrante o uso das vias ordinárias. (STF. Plenário. MS nº Rel. Min. Eros Grau ) Processo administrativo disciplinar. Demissão. Natureza ancilar do parecer do coordenador de assuntos disciplinares do Ministério da Justiça. Independência das instâncias penal e administrativa. Possibilidade de desconsideração. Dispensabilidade de parecer do Consultor Geral. Fundamentação suficiente do ato demissório. O revolvimento de fatos e provas, não é viável em sede de mandado de segurança. Ministro de Estado pode prescindir do parecer da Consultoria Jurídica, se entender que os elementos constantes do processo administrativo são suficientes para a sua decisão. A instância penal e a administrativa são independentes conforme precedentes desta Corte (MS e MS , rel. Min. Carlos Velloso, MS , rel. Min. Moreira Alves, entre outros). Inexistência do direito líquido e certo. Segurança denegada. (STF. Plenário. MS nº Rel. Min. Ellen Gracie ) Penal. Processual penal. Habeas Corpus. Instituto do Açúcar e do Álcool IAA. Fraudes no pagamento de seguros. Recurso especial. Decisão monocrática. Inexistência de cerceamento de defesa. Independência das esferas administrativa e penal. Denúncia oferecida sem a prévia instauração de inquérito. Analise aprofundada de fatos e provas que não é admitida na via estreita do presente writ. As esferas administrativa e penal são independentes, razão pela qual o arquivamento de procedimento administrativo não vincula a atuação do Ministério Público na instância penal. O Ministério Público pode dispensar o inquérito policial quando possuir elementos de convicção que considere suficientes para o oferecimento da denúncia. Não se admite, na via estreita do habeas corpus, a análise aprofundada de fatos e provas. Ordem denegada. (STF. 1ª Turma. HC nº Rel. Min. Ricardo Lewandowski ) Mandado de segurança. É tranquila a jurisprudência desta Corte no sentido da independência das instâncias administrativa, civil e penal, independência essa que não fere a presunção de inocência, nem os artigos 126 da Lei 8.112/90 e 20 da Lei 8.429/92. Improcedência da alegação de que a sanção imposta ao impetrante se deu pelo descumprimento de deveres que não são definidos por qualquer norma legal ou infralegal. Mandado de segurança indeferido. (STF. Plenário. MS AgR nº Rel. Min. Moreira Alves ) No que se refere ao tópico ora abordado, diversas decisões proferidas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça são no mesmo sentido:

8 Habeas Corpus. Falsificação de documento público e peculato. Pedido de trancamento da ação penal. Tese de ausência de dolo. Atipicidade do fato e falta de justa causa não evidenciadas de plano. Aplicação de advertência na esfera administrativa. Irrelevância. Independência das instâncias. Ordem denegada. 1. O trancamento da ação penal pela via de habeas corpus é medida de exceção, que só é admissível quando emerge dos autos, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou probatório, a atipicidade do fato, a ausência de indícios a fundamentaram a acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade, circunstâncias não evidenciadas. 2. As instâncias administrativa e penal são independentes, não estando o Magistrado vinculado às decisões tomadas pelo órgão administrativo que, no caso, inclusive, penalizou o servidor público. 3. Reconhecer a atipicidade da conduta por ausência de dolo na conduta do acusado de se apropriar das taxas cartorárias recebidas em razão de sua função pública, importa, inexoravelmente, em análise de matéria fático probatória, vedada em sede de habeas corpus. 4. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 5. Ordem denegada. (STJ. Quinta Turma. HC nº Rel. Min. Laurita Vaz. DJe, 21 jun. 2010) Habeas Corpus. Dispensa irregular de licitação, fraude no procedimento licitatório e formação de quadrilha. Arts. 89 e 90 da Lei 8.666/93 e 288 do CPB. Desaprovação das contas públicas como condição de procedibilidade ou condição objetiva de punibilidade da ação penal. Independência das instâncias administrativa e penal. Precedentes do STJ e do STF. Parecer do MPF pela denegação do writ. Ordem denegada, com a ressalva do ponto de vista do relator, cassando a liminar inicialmente deferida. Pedidos de extensão prejudicados. 1. Tenho entendido em diferentes oportunidades anteriores que as iniciativas sancionatórias penais que tenham por fundamento a prática de ilícitos potencialmente ocorridos no âmbito administrativo, como nos procedimentos de licitação, aplicação de verbas públicas, improbidade administrativa e/ou malversação de recursos do Erário, devem ter por suporte o pronunciamento do Tribunal de Contas (HC RS, DJU ), tal qual se dá nos crimes contra a ordem tributária, cuja condição objetiva de punibilidade reside na conclusão administrativa definitiva do ilícito fiscal (RHC RJ, DJU ). 2. Todavia, resta consolidado nesta Corte Superior e no Pretório Excelso o entendimento de que o fato de o Tribunal de Contas eventualmente aprovar as contas a ele submetidas, não obsta, em princípio, diante da alegada independência entre as instâncias administrativa e penal, a persecução criminal promovida pelo Ministério Público, bem como a correspondente responsabilização dos agentes envolvidos em delitos de malversação de dinheiros públicos. Precedentes do STJ e do STF. 3. Considerando a missão constitucional desta Corte de uniformizar a Jurisprudência nacional, ressalvo, com o maior respeito, o meu ponto de vista, para acompanhar a orientação jurídica consolidada. 4. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial, cassando se a liminar inicialmente deferida. Pedidos de extensão prejudicados. (STJ. Quinta Turma. HC nº Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. DJe, 03 maio 2010)

9 Administrativo. Disciplinar. Policial militar. Exclusão da corporação. Conduta tipificada também como crime. Ilegalidade. Não ocorrência. Independência das instâncias. 1. A jurisprudência firmada por esta Corte é no sentido de que há independência entre as esferas administrativa e penal. 2. O artigo 40, 2º, da Lei Estadual n.º 8.033/1975 não pode ser interpretado de modo a afastar a responsabilidade administrativa do militar que tenha praticado falta disciplinar também tipificada como crime. 3. Recurso ordinário a que se nega provimento. (STJ. Sexta Turma. ROMS nº Rel. Haroldo Rodrigues. DJe, 23 nov. 2009) 23 Todavia, e isto é importante, há muito se ponderou que uma absoluta independência entre as diferentes esferas poderia levar a graves contradições, as quais comprometeriam a coerência da ordem jurídica, bem como a segurança esperada de um sistema minimamente coeso. Neste sentido, ao discorrer sobre a independência das instâncias, o mestre Diogo de Figueiredo Moreira Neto deixa consignada a seguinte lição: Entretanto, esta autonomia não implica soluções absurdas, o que poderia ocorrer se ocorresse flagrante incompatibilidade entre as decisões das três esferas. Por isso, elas são parcialmente inter relacionadas, dada a natureza especial que assumem as formas de responsabilização penal, de modo que a decisão, em juízo criminal, a respeito da existência do fato e da autoria, vincula tanto a Administração quanto o juízo cível. 24 Os comentários a seguir reproduzidos ratificam a tese em tela: Mas essa independência não é absoluta, por isso que relativa no tocante à atuação das respectivas esferas, bem assim ao resultado obtido em cada uma. Nem poderia ser de outra forma, na compreensão de que o Direito é uno, considerado um sistema de prescrições jurídicas interligadas e harmônicas, e seria um contra senso que a realidade material não repercutisse juridicamente de maneira uniforme. Mas, urge enfatizar: o diálogo jurídico entre uma instância e outra é bitolado pelo ordenamento jurídico, "by the law of the land", e obedece às formalidades nesse positivadas. 25 É justamente em função dessas considerações que a Lei nº 8.112/90 deixa explícito, também, no seu art. 126, que esta autonomia entre as instâncias deve ser considerada cum grano salis, sendo mitigada ou relativizada em certas circunstâncias. Art A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 26

10 Trataremos de forma mais detalhada acerca da repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar a partir do próximo item. 5 Repercussão da sentença penal no processo administrativo disciplinar 5.1 Premissas iniciais A primeira observação a fazer consiste no fato de a presente matéria, também conhecida através das rubricas efeitos da decisão penal na esfera administrativa, comunicabilidade de instâncias, referir se "aos efeitos da sentença penal no âmbito do processo administrativo disciplinar, quando, paralelamente, pela mesma conduta, o servidor é réu em ação penal e indiciado em processo administrativo". 27 Incontestavelmente, "se o Estado possui uma unitária pretensão punitiva ou não, o certo é que este poder pode projetar se sobre os indivíduos e sociedade por dois caminhos fundamentais e, sobretudo, distintos (sujeitos a regimes jurídicos distintos): sanções penais e sanções administrativas". 28 Entretanto, é plenamente viável que ocorra a condenação em alguma instância e absolvição em outra. De qualquer forma, quando se aborda a comunicação de instância, a instância penal deve ser sempre considerada o parâmetro/paradigma: Ou seja, se determinado fato é descrito, em legislação administrativa, como infração funcional e, em legislação penal, como tipo criminal, busca se saber quais os reflexos que a decisão proferida no processo penal irá produzir em relação às instâncias administrativas e civil. Este é o ponto central da discussão da comunicação de instâncias. 29 É certo que uma das regras nucleares sobre a matéria encontra se no artigo 935 do Código Civil: Art A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Em conformidade com o preceito acima reproduzido, já tivemos oportunidade de esclarecer que o artigo 126 da Lei nº 8.112/90 determina que "a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria".

11 Pois bem, após observar que a redação do art. 935 do Código Civil é mais ampla que aquela utilizada na norma contida no art. 126 da Lei nº 8.112/90, Lucas Rocha Furtado traz a seguinte lição: [...], nos termos deste dispositivo do Código Civil, não apenas a decisão que absolva, mas igualmente a que condene criminalmente o servidor hipóteses em que não mais se pode discutir sobre "a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor" vinculam as demais instâncias. Assim, a condenação criminal desde que os mesmos fatos estejam descritos em lei como infrações administrativas ou que tenham causado prejuízo à Administração Pública deve importar em condenação nas instâncias administrativas e civil, respectivamente. 30 Considerando as inúmeras questões pertinentes à matéria, adotaremos a divisão de tópicos proposta pelo professor José dos Santos Carvalho Filho, 31 a qual reputamos a de mais fácil compreensão, de forma a viabilizar uma abordagem didática dos reflexos que a decisão criminal provoca na esfera administrativa. Para tanto, as decisões penais serão agrupadas nas seguintes categorias: crimes funcionais e crimes não funcionais, 32 sendo que cada uma destas ainda será subdividida, levando se em consideração o fato de a decisão penal possuir teor condenatório ou absolutório. 5.2 Crimes funcionais Decisão penal condenatória Na hipótese ora ventilada, a condenação sempre acarretará reflexos na esfera administrativa. Reconhecida em juízo a existência de uma infração penal, a qual é conexa com a função pública, a Administração deve, necessariamente, considerar a conduta como ilícito também administrativo, sancionando o respectivo servidor. A instância penal, neste caso, vincula a instância administrativa. 33 Em outras palavras, "a condenação do servidor, por estar decidida a existência do fato e reconhecido o seu autor, repercute no âmbito disciplinar, para levar à punição do servidor, também nesse campo". 34 Além do mais, é necessário lembrar a norma contida no art. 92, I, alínea "a", do Código Penal: Art. 92 São também efeitos da condenação: I a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;

12 5.3 Crimes funcionais Decisão penal absolutória Na presente hipótese, a fim de apontarmos os efeitos decorrentes da decisão penal absolutória, faz se necessário distinguir os motivos que levaram à absolvição, os quais estão indicados no artigo 386 do Código de Processo Penal (já com a redação alterada pela Lei nº /08): Art O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I estar provada a inexistência do fato; II não haver prova da existência do fato; III não constituir o fato infração penal; IV estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 1 do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII não existir prova suficiente para a condenação. Em primeiro lugar, em consonância com os dispositivos já mencionados no presente trabalho, a doutrina amplamente majoritária reconhece que nas hipóteses de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a autoria do crime (art. 386, inc. I e IV, CPP, respectivamente), as instâncias administrativa e civil ficarão vinculadas à respectiva decisão penal. Neste caso, "a vinculação ocorre no sentido de que o servidor, absolvido no processo penal por esses fundamentos, não mais poderá, pelo mesmo fato, ser responsabilizado administrativa ou civilmente". 35 Nessa linha de posicionamento, pertinente é a colocação de José dos Santos Carvalho Filho, in verbis: Se a decisão absolutória afirma a inexistência do fato atribuído ao servidor (art. 386, I, do CPP) ou o exclui expressamente da condição de autor do fato, haverá repercussão no âmbito da Administração: significa que esta não poderá punir o servidor pelo fato decidido na esfera criminal. A instância penal, no caso, obriga a instância administrativa. Se a punição já tiver sido aplicada deverá ser anulada em virtude do que foi decidido pelo juiz criminal. 36

13 A professora Odete Medauar também afirma que "na hipótese de absolvição, se esta resultar de prova da inexistência do fato ou de prova da ausência de autoria, o servidor também será absolvido no processo disciplinar, por força do citado art. 935". 37 Como bem colocado por Mauro Roberto Gomes de Mattos, é preciso observar que: Este reflexo da decisão penal no processo administrativo disciplinar é uma consequência lógica da paz social e da segurança jurídica, subprincípio constitucional, visto que não é coerente e nem jurídico que o título judicial prolatado na esfera criminal não tenha os seus efeitos reconhecidos na esfera administrativa disciplinar máxime quando o ilícito investigado e julgado é o mesmo ocorrido na esfera administrativa. O legislador infraconstitucional reconhece a supremacia do Direito Penal sobre o Direito Administrativo Disciplinar quando o ilícito penal investigado é o mesmo para fins de prescrição da pretensão punitiva, regulando se a mesma pela legislação penal, além de estabelecer que será afastada a responsabilidade administrativa do servidor público no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou da autoria, consoante se depreende do disposto no art. 126, da Lei nº 8.112/90 e nos demais Estatutos dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais. 38 A jurisprudência do STF e o STJ ratificam o contexto mencionado. Senão, vejamos: Administrativo. Policial rodoviário federal. Demissão. Ato de improbidade administrativa. Recebimento de propina para liberação de veículo. Leis nºs 8.112/90 e 9.784/99. Alegações finais. Ampla defesa. Além da reportagem televisiva contida em videoteipe devidamente periciado, a Comissão Processante valeu se de prova testemunhal, a demonstrar que o servidor recebeu propina no desempenho de suas funções. Por outro lado, a Lei do Regime Jurídico Único não prevê oportunidade para oferecimento de alegações finais no processo administrativo disciplinar, pelo que não houve cerceamento de defesa. A instância penal somente repercute na administrativa quando conclui pela inexistência material do fato ou pela negativa de sua autoria, o que não é o caso. Recurso desprovido. (STF. 1ª Turma. RMS nº Rel. Min. Carlos Britto ) O Plenário do Supremo Tribunal Federal tem reiterado a independência das instâncias penal e administrativa afirmando que aquela só repercute nesta quando conclui pela inexistência do fato ou pela negativa de sua autoria. (MMSS , rel. Min. Maurício Corrêa, DJ , , rel. Min. Moreira Alves, DJ , , rel. Min. Carlos Velloso, DJ , , rel. Min. Octavio Gallotti, DJ ). Segurança denegada. (STF. Plenário. MS nº Rel. Min. Ellen Gracie )

14 Mandado de segurança. Servidor público demitido por ilícito administrativo. Simultaneidade de processos administrativo e penal. Independência das instâncias. Precedentes. Esta Corte tem reconhecido a autonomia das instâncias penal e administrativa, ressalvando as hipóteses de inexistência material do fato, de negativa de sua autoria e de fundamento lançado na instância administrativa referente a crime contra a administração pública. Precedentes: MS nº , Celso de Mello, DJ de ; MS nº , Néri da Silveira, DJ de ; e , Sepúlveda Pertence, julgado em ; e MS nº , Relator para o acórdão Min. Maurício Corrêa. Segurança denegada. (STF. Rel. Min. Marco Aurélio. MS nº ) Mandado de segurança. Servidor público. Processo administrativo disciplinar. Negligência na guarda de presos. Penalidade de demissão. Suspeição. Nulidades. Inocorrência. A simples alegação de que as provas do processo disciplinar são inocentadoras exprime, tão somente, opinião própria. Ao Judiciário não é dado adentrar no mérito da decisão administrativa, restringindo se o controle dos atos administrativos ao plano da legalidade do procedimento que levou à imposição da sanção disciplinar. O artigo 126 da Lei n.º 8.112/1990 só afasta a responsabilidade administrativa nos casos de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a sua autoria. Nas demais hipóteses, há de prevalecer a independência das instâncias, como preconiza o artigo 125 do mesmo diploma. Segurança denegada. (STJ. MS nº ª Seção. Ministro Paulo Galotti. DJe, 01 fev. 2010) Mandado de segurança. Servidor público civil. Processo administrativo disciplinar. Sindicância preliminar. Contraditório. Ilegalidade. Não ocorrência. Prescrição parcial da pretensão punitiva. Reformatio in pejus. Não ocorrência. Princípio da independência entre as instâncias penal e administrativa. Artigos 125 e 126 da Lei nº 8.112/90. Cópia integral do PAD. Inexistência. Writ conhecido parcialmente. Segurança Denegada. I "A sindicância, que visa apurar a ocorrência de infrações administrativas, sem estar dirigida, desde logo, à aplicação de sanção, prescinde da observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, por se tratar de procedimento inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo disciplinar, ainda sem a presença obrigatória de acusados." (MS nº /DF, 3ª Seção, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJ de 2/10/2006). II A impetrante teve contra si instaurado processo administrativo disciplinar para se apurar eventual irregularidade na concessão de 18 (dezoito) benefícios previdenciários, dentre os quais 12 (doze) chegaram ao conhecimento da Administração há mais de cinco anos antes da instauração do respectivo PAD, razão pela qual, com relação a esses fatos a pretensão punitiva disciplinar prescreveu, nos termos do artigo 142, inciso I e parágrafo 1º, da Lei nº 8.112/90. III Com relação às outras 6 (seis) concessões tidas por irregulares, não decorreu o prazo de que trata o referido artigo, tendo em conta que o intervalo entre a data do conhecimento dos fatos e a instauração do PAD é inferior ao lustro prescricional. IV É possível à autoridade julgadora discordar do relatório final elaborado pela Comissão Disciplinar, sem que isso

15 importe indevida reformatio in pejus, desde que o faça de forma fundamentada, como se verifica na espécie, nos termos dos artigos 168 e 169 da Lei nº 8.112/90. V Sendo independentes as instâncias penal e administrativa, somente afastará a punição administrativa a sentença criminal que reconhecer a inexistência do fato ou a negativa de autoria (artigos 125 e 126 da Lei nº 8.112/90). VI Na espécie, a sentença criminal absolutória juntada em nada repercute na seara administrativa, eis que relativa à concessão irregular de benefício de outro segurado, cujo procedimento não foi objeto do PAD que ensejou a demissão da impetrante. (STJ. Terceira Seção. MS nº Rel. Min. Felix Fischer. DJe, 07 ago. 2009) 39 Situação bem distinta ocorre quando existe "incerteza quanto à comprovação de determinados fatos, ligados à autoria e à materialidade do delito, resultando a absolvição pela insuficiência da prova colhida". 40 Neste caso, em que pese as provas não serem suficientes para comprovar a ocorrência de um crime, 41 podem ser suficientes para demonstrar um ilícito administrativo. Inclusive, como bem lembrado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o mesmo fato que não constitui um crime pode corresponder a uma infração disciplinar. 42 Como professa Odete Medauar: Caso a absolvição na ação penal se fundamente na ausência de prova do fato, ausência de prova da autoria, ausência de prova suficiente para a condenação, não constituir o fato infração penal, não trará consequências no âmbito administrativo. Isso porque a falta ou insuficiência de provas para fins penais não implica necessariamente falta ou insuficiência de provas para caracterizar a conduta como infração administrativa, e o fato que não constitui infração penal pode constituir infração administrativa disciplinar. 43 Desta forma, nas hipóteses acima elencadas, o servidor poderá ser punido disciplinarmente, caso reste caracterizado, através do devido processo administrativo, sua autoria na prática de infração administrativa. É o que a doutrina e a jurisprudência convencionaram chamar de falta residual ou resíduo, 44 cujo entendimento foi consolidado no Enunciado número 18 da Súmula da Jurisprudência Dominante do STF: Súmula 18 do STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público. Existindo a figura do resíduo, "ou seja, se houver outros fatos não compreendidos na apreciação realizada pela instância criminal, o servidor poderá ser responsabilizado administrativamente caso

16 a prática desse resíduo constitua infração funcional". 45 O professor José dos Santos Carvalho Filho traz o seguinte exemplo: Imagine se que um servidor federal tenha sido absolvido da imputação, a ele atribuída, da prática do crime de peculato (art. 312, CP), por insuficiência de provas quanto à sua participação no fato: nada impede, porém, que seja punido na esfera administrativa por ter procedido de forma desidiosa, ilícito administrativo previsto no art. 117, XV, da Lei nº 8.112/90, que constitui conduta residual independente do crime de peculato. 46 Outra questão relevante consiste na análise dos efeitos favoráveis decorrentes da sentença penal que tem como fundamento absolutório o reconhecimento da existência de uma causa excludente de ilicitude. Em que pese alguma hesitação por parte da doutrina, existem autores de renome que sustentam, à luz dos postulados da segurança jurídica, da coerência, da unidade do ordenamento jurídico e da racionalidade, que a comprovação da existência de uma causa excludente de ilicitude tem o condão de repercutir na seara administrativa. Este é o posicionamento de Fábio Medina Osório: Veja se que, na hipótese de estar provada a inexistência do fato ou existir especial circunstância que exclua o caráter do crime, v.g., exercício regular de um direito ou estrito cumprimento de dever legal, há repercussão em qualquer esfera extrapenal, judicial ou administrativa, desembocando na improcedência da pretensão acusatória, dada a necessidade de um mínimo de coerência no interior do sistema jurídico. [...] Sabe se que, se o juiz penal entende que está provada a inexistência do fato, ou que o réu agiu em estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito, haveria grave antinomia na eventual solução de autoridade administrativa ou judiciária extrapenal que condenasse o réu por improbidade ou infração administrativa. Eis a necessidade de compatibilização das decisões judiciárias e administrativas, reduzindo se as incertezas jurídicas. 47 A mesma ideia é extraída das lições de Odete Medauar: Se a sentença absolutória na ação penal reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito, acarreta a absolvição na esfera administrativa, com fundamento no art. 65 do Código de Processo Penal, pois esse tipo de absolvição faz coisa julgada no cível. 48

17 Nessa linha de posicionamento, podemos transcrever algumas decisões emblemáticas: Cassação de aposentadoria Agente de polícia federal Infração disciplinar cometida quando em atividade Desnecessidade de prévia reversão ao serviço público Autonomia da esfera penal e da instância administrativa Insuficiência de provas Alegação de inimputabilidade à época dos fatos Perícia médico psiquiátrica desautorizadora dessa alegação Indeferimento de diligências inúteis pela autoridade administrativa Legitimidade Mandado de segurança indeferido. A via jurisdicional do mandado de segurança não se revela meio processualmente adequado à indagação do estado de inimputabilidade penal do servidor punido, especialmente se as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora e que encontram fundamento em perícia médico psiquiátrica idônea evidenciam a plena capacidade de autodeterminação do agente público à época dos fatos motivadores do procedimento disciplinar. A cassação da aposentadoria constitui modalidade de sanção disciplinar que, prevista em lei, não depende, para efeito de sua imposição, de prévia reversão do servidor público aposentado ao serviço ativo. Trata se de meio punitivo cuja aplicação, pelo Poder Público, pressupõe a existência de uma situação de inatividade do agente estatal, que se submete a essa sanção administrativa por haver praticado, quando em atividade, falta punível com a pena demissória. O exercício do poder disciplinar pelo Estado não está sujeito ao prévio encerramento da persecutio criminis que venha a ser instaurada perante órgão competente do Poder Judiciário. As sanções penais e administrativas, qualificando se como respostas autônomas do Estado à prática de atos ilícitos cometidos pelos servidores públicos, não se condicionam reciprocamente, tornando se possível, em consequência, a imposição da punição disciplinar independentemente de prévia decisão da instância penal. Com a só exceção do reconhecimento judicial da inexistência de autoria ou da inocorrência material do próprio fato, ou, ainda, da configuração das causas de justificação penal, as decisões do Poder Judiciário não condicionam o pronunciamento censório da Administração Pública. (STF. Plenário. MS nº Rel. Min. Celso de Mello ) Tributário. Perdimento de veículo. Descaminho/contrabando de mercadorias estrangeiras. Boa fé elidida. Responsabilidade do proprietário. As instâncias penal, civil e administrativa, são distintas e independentes. A decisão criminal só tem o condão de surtir efeitos nas demais esferas quando for reconhecida a inexistência material do fato, que o imputado não foi o autor da infração ou quando reconhecer causa excludente de criminalidade. O argumento de desproporção dos valores das mercadorias com o valor do veículo não afasta, por si só, a prática do ato vedado pela legislação, porquanto bastaria que qualquer pessoa transportasse mercadorias desacompanhadas de documentação legal, quantas vezes lhe conviesse, desde que de baixos valores, para que não tivessem o veículo apreendido, sob a proteção do princípio da proporcionalidade. (TRF da 4ª Região. Primeira Turma. AC nº Relator Joel Ilan Paciornik. DEJ, 17 nov. 2009)

18 Constitucional. Processo administrativo disciplinar. Pena de demissão. Ato administrativo. Os atos administrativos possuem, segundo a doutrina majoritária, cinco elementos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Ato discricionário e ato vinculado. Os atos discricionários poderão sofrer um controle judicial de legalidade apenas quanto aos elementos competência, finalidade e forma, dada a vinculação à lei, diferentemente dos atos vinculados, em que os cinco elementos encontram se amarrados pelo legislador. Mérito administrativo. Segundo corrente majoritária, não é permitido ao Poder Judiciário, adentrar no mérito administrativo, situado no âmbito exclusivo do poder discricionário, inerente ao próprio sistema de separação dos poderes. Obediência ao contraditório e a ampla defesa. O processo administrativo disciplinar, que culminou na demissão do recorrente do cargo de assistente de administração na Universidade Federal de Pelotas RS, obedeceu aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, assegurados constitucionalmente. Arquivamento do inquérito policial. Independência entre as esferas criminal e administrativa. Em regra, as instâncias de punição não se comunicam. Porém, a sentença penal produz efeitos favoráveis ao servidor quando restar provado que não ocorreu o fato (art. 386, inciso I, CPP), pois nessa hipótese, o juízo penal categoricamente afirma que não houve qualquer evento lesivo e, ainda, quando ficar demonstrado que o réu não concorreu para a infração penal (art. 386, inciso IV, CPP), valendo ressaltar que esse inciso foi introduzido pela Lei nº /2008 e, diferente do item anterior, referente à prova da inexistência do fato, nesse caso o que resta cabalmente comprovado é que o crime, embora eventualmente tenha sido perpetrado, não contou com a co autoria ou participação do réu absolvido. Afora essas duas hipóteses, existe ainda a possibilidade do reconhecimento de uma das excludentes de ilicitude, questão esta divergente ainda na doutrina e na jurisprudência. Todavia, no caso dos autos, não restou demonstrada nenhuma dessas circunstâncias, pois a denúncia apenas não foi oferecida porque o membro do parquet entendeu pela insuficiência de indícios a permitir o exame da conduta do recorrente no âmbito criminal. (TRF da 4ª região. Terceira Turma. AC nº Relator Jairo Gilberto Schafer. DEJ, 07 jan. 2009) Por fim, devemos esclarecer que existe doutrina, pautada no princípio da presunção de inocência (CRFB de 1988, art. 5º, LVII), que advoga a tese de que o julgamento do poder judiciário deve repercutir na instância administrativa, quando a absolvição do servidor público ocorrer com fundamento na inexistência de prova suficiente para a condenação (CPP, art. 386, VII): E, quando a Constituição estabelece que ninguém será considerado culpado até que haja trânsito em julgado de sentença criminal, se verifica que a absolvição de um servidor público da prática de um ilícito penal por falta de prova suficiente como nas outras hipóteses legais tratadas nos incisos do art. 386, do CPP, possui a força de retirar a eficácia da validade do ilícito penal que fora imputado ao réu, refletindo tal situação para todo o ordenamento jurídico. Nesta circunstância, a absolvição por não existir

19 prova suficiente para a condenação, a que alude o inciso VI, do art. 386, do CPP deve refletir na jurisdição administrativa, pelo fato do ilícito penal e o ilícito administrativo serem ontologicamente iguais. Sendo certo, que declarado não existente o ilícito penal pela falta de prova, o reflexo na instância administrativa é uma consequência da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI), bem como do princípio da presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII). Por outro lado, a redação do art. 126, da Lei nº 8.112/90, é parcialmente inconstitucional, por excluir o reflexo da absolvição por falta de prova (CPP, art. 386, VI) no processo administrativo disciplinar. Este ato inconstitucional ofende o que vem estabelecido em nossa Lei Fundamental, pois não se admite o fracionamento da verdade. Ela foi objeto de verificação no juízo criminal e se materializa no respectivo decisum Crimes não funcionais Decisão penal condenatória A primeira observação a fazer é que, neste caso, o servidor público é condenado por um crime que não tem qualquer vinculação com os deveres administrativos exercidos, de maneira que, se a pena aplicada não determinar a perda da liberdade, a decisão penal não trará qualquer influência sobre a esfera administrativa. Entretanto, considerando a norma contida no art. 92, I, alínea "b", do CP, devemos analisar os efeitos administrativos decorrentes da condenação que impõe uma pena privativa de liberdade: Art. 92 São também efeitos da condenação: I a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. II a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; III a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Parágrafo único Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Portanto, caso a privação de liberdade aplicada seja inferior a quatro anos, "o servidor ficará afastado de seu cargo ou função, prevendo o estatuto federal nesse caso o benefício do auxílio

20 reclusão, pago à sua família (art. 299)". 50 Já na hipótese de a privação de liberdade ser superior a quatro anos, nos termos do art. 92, I, "b", do CP, a condenação acarretará a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo. Aqui cabe transcrevermos os comentários de Lucas Rocha Furtado: [...] a perda do cargo público pode decorrer diretamente da condenação penal sem que esta mantenha qualquer vinculação com a instância administrativa. Se servidor público é condenado a dez anos de reclusão pela prática do crime de homicídio, por exemplo, o juiz pode aplicar lhe, nos termos do art. 92, I, "b", do Código Penal, a pena de perda do cargo. Não há que se falar, no caso, em comunicação de instâncias Crimes não funcionais Decisão penal absolutória No presente contexto, a decisão proferida na esfera penal não acarretará qualquer efeito na esfera administrativa. 6 Conclusões Durante o vínculo estatutário mantido junto a Administração Pública, configuradas certas circunstâncias, o descumprimento de deveres, bem como a inobservância de vedações, podem acarretar consequências para o servidor público, ensejando a sua responsabilização perante a Administração. Neste sentido, o art. 125 da Lei nº 8.112/90 dispõe que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular se, sendo independentes entre si. Esta situação é possível, pois pode ser que a mesma conduta configure infração administrativa, acarrete dano à Administração e seja tipificada como crime; caso isso ocorra, as responsabilidades serão conjugadas, o que significa que o servidor arcará com as consequências da responsabilidade administrativa, civil e penal, uma vez que o fundamento e natureza das três são distintos. Entretanto, apesar do nosso ordenamento jurídico consagrar a independência entre as instâncias, a mesma Lei Federal nº 8.112/90 deixa explícito, no seu art. 126, que esta autonomia admite mitigações ou relativizações. Assim, o objetivo do presente trabalho foi analisar a chamada comunicabilidade de instâncias, especialmente no que tange aos efeitos da decisão penal no âmbito do processo administrativo disciplinar. Para tanto, verificamos, na hipótese de crimes funcionais, que, reconhecida em juízo a existência de uma infração penal, a qual é conexa com a função pública, a Administração deve, necessariamente, considerar a conduta como ilícito também administrativo, sancionando o respectivo servidor.

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