A ESCRAVIDÃO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA: PROBLEMATIZANDO A QUESTÃO RACIAL NA EDUCAÇÃO SECUNDÁRIA BRASILEIRA NA PRIMEIRA REPÚBLICA RESUMO

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1 1884 A ESCRAVIDÃO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA: PROBLEMATIZANDO A QUESTÃO RACIAL NA EDUCAÇÃO SECUNDÁRIA BRASILEIRA NA PRIMEIRA REPÚBLICA Maria Cristina Dantas Pina Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Universidade Estadual de Campinas RESUMO A história do ensino de história é marcada, entre outras questões, por leituras preconceituosas de determinados grupos sociais, como os negros, por exemplo. O objetivo desse trabalho foi identificar como o negro, enquanto escravo, foi retratado nos livros didáticos de história, utilizados no Ginásio da Bahia, nas três primeiras décadas do século XX, percebendo as relações entre os conteúdos desses livros e o contexto vivido por seus autores e leitores. O Ginásio da Bahia foi criado em 1895, substituindo o Liceu Provincial. Atendia as classes sociais privilegiadas economicamente, tendo como objetivo, como todo o ensino secundário desse momento, formar as elites dirigentes da sociedade baiana, a partir de uma formação humanista-clássica. Por outro lado, o livro didático, no início da República, representava o principal instrumento didático, com grande repercussão no meio intelectual brasileiro, sendo um forte instrumento divulgador de concepções e ideologias. Nesse sentido, tentou-se analisar o objeto (livro didático) a partir do processo de organização e expansão das escolas e suas produções didáticas, aspecto privilegiado pelo projeto republicano, além de considerar as especificidades da questão racial na sociedade brasileira, e baiana particularmente, nesse momento histórico. Ou seja, pretendeu-se investigar como os livros didáticos de história construíram leituras e análises da escravidão brasileira, e ainda, como esses livros divulgaram essas idéias, contribuindo para consolidar uma leitura específica da experiência escrava brasileira que, de certa forma, predominou e predomina na visão de mundo dos brasileiros. A metodologia adotada passa pela análise sistemática do conteúdo do livro didático, identificando texto escrito e iconográfico, leitura de uma bibliografia referente ao contexto histórico (obras historiográficas), além da análise sobre as idéias construídas e difundidas em cada período recortado. Utilizamos as seguintes categorias: concepção de história; concepção de escravidão/negro; concepção de Brasil; organização do livro; concepção de Educação/Ensino e imagem do escravo. A intenção foi perceber os significados e implicações sócioeconômicas e política desses conteúdos, compreendendo como esse processo se origina e os seus desdobramentos no espaço escolar. Perceber o particular - o conteúdo sobre escravidão no livro didático -, dentro de um contexto mais amplo, isto é, considerando a totalidade histórica em que o objeto está inserido. Nesta perspectiva identificou-se, entre outros aspectos, o quanto à história da escravidão veiculada pelo livro didático de história foi marcada por estereótipos e preconceitos. Numa sociedade pós-abolição, o negro e o escravo foram analisados sob a perspectiva eugênica, num contexto de busca de soluções econômicas para sua substituição enquanto mão-de-obra, sustentada por discursos historiográficos com fortes marcas positivistas, produzindo intensas implicações para a visão de mundo construída através da escola e na sociedade como um todo.

2 1885 TRABALHO COMPLETO Neste trabalho analisa-se como o escravo negro foi retratado nos livros didáticos História do Brasil curso superior (1900), de João Ribeiro; História do Brasil (1915), de Rocha Pombo; e Compêndio de História do Brasil (1929), de Veiga Cabral. Busca-se perceber as relações entre os conteúdos desses livros e o contexto vivido por seus autores e leitores. O nosso recorte temporal são as três primeiras décadas do século XX e o recorte empírico se atém ao Ginásio da Bahia, criado em O Ginásio foi durante décadas centro de referência de produção intelectual e de visão de mundo, formando gerações, principalmente ligadas às elites baianas. Até a década de 1940 era a única instituição pública de ensino secundário na Bahia. Nesse sentido é importante analisar, a partir dessa Instituição, os conteúdos escolares referentes ao negro e sua escravidão presentes nos livros didáticos ali utilizados e sua repercussão na sociedade. O texto está estruturado da seguinte maneira: inicialmente abordamos questões referentes ao ensino de história e sua interface com o livro didático de história e a historiografia da escravidão, destacando as mudanças/permanências ocorridas no período em destaque e suas implicações na construção de uma visão de mundo sobre o negro. Em seguida apresentamos os autores e suas obras, situando-os em seu contexto histórico e em suas concepções teóricas. Daí partimos para a análise do conteúdo dos livros no que diz respeito à escravidão negra. Por fim apresentamos algumas conclusões no sentido de pontuar os desafios colocados para a pesquisa em curso e as possibilidades abertas para a discussão do livro didático e seu conteúdo referente ao negro. O ensino de história, o livro didático e a historiografia da escravidão Um dos marcos fundadores do ensino de História do Brasil foi a criação da Cadeira de História do Brasil no Colégio Pedro II, em meados do século XIX. Até então o currículo da escola secundária no Brasil contemplava apenas a disciplina de História Geral da Civilização, sendo que o ensino da História do Brasil ficava contido nesta, na forma de apêndice, na fase final dos cursos (Mattos, 2000). Assim, a partir da criação da Cadeira se inicia uma trajetória de produção de manuais didáticos de história do Brasil. Outro momento importante e marcante nesse percurso é a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB, fundado em O Instituto foi responsável pela construção da história da nação marcada por um saber de cunho oficial e de exaltação e glória da pátria, utilizando símbolos, monumentos, medalhas e hinos. Visão marcada pela historiografia tradicional, na qual o conhecimento histórico era organizado a partir da cronologia, predominância dos fatos políticos, documentos lidos como verdade indiscutível e a recusa em analisar os fatos recentes. A produção do conhecimento histórico pelo IHGB, também, foi marcada pelo debate em torno da questão racial na formação do Brasil 1. O negro era visto a partir de uma visão determinista e fatalista quanto a sua impossibilidade de integração à sociedade. Vale ressaltar a obra de Nina Rodrigues 2 que teve grande repercussão entre os intelectuais desse período, não só na Bahia seu Estado de atuação profissional, mas em todo o país e fora dele. No que pese Nina Rodrigues não ter sido do IHGB, teve um papel de destaque na análise sobre o negro. 1 É exemplar desse debate, o concurso promovido pelo Instituto sobre como deveria ser escrita a história do Brasil, o qual foi vencedor von Martius com a monografia sobre a influência e o papel das três raças nessa história. 2 Nina Rodrigues é autor de uma vasta obra sobre o negro. Aqui a referência principal é Os africanos no Brasil, publicado em Alguns capítulos deste livro já tinha sido publicado em artigos na imprensa carioca e baiana, em 1900, especialmente o que trata das rebeliões de escravos na Bahia e em Palmares.

3 1886 A partir da sua experiência profissional de professor de medicina legal na Bahia, dedica-se ao estudo do comportamento dos negros que ali vivem 3. Suas reflexões estavam baseadas em concepções deterministas, evolucionistas e etnográficas do seu tempo. Foi rigoroso metodologicamente para fundamentar sua concepção evolutiva de raça e explicar o comportamento selvagem do negro. Para tanto, entendia que o africano vindo para o Brasil trazia diferenças de raças essenciais para a análise das suas atitudes, constituindo objeto precioso para a ciência. Denunciou as atrocidades da escravidão, mas construiu, também, uma sólida justificativa para sua existência, a partir da preexistência de escravos na África e pela inferioridade racial dos negros. Em relação ao ensino de história, nesse momento, início da República, acentuam-se as críticas à produção de manuais didáticos, feitas principalmente pelos grupos liberais, sobre seu caráter religioso/sagrado ou mesmo sua limitação de conteúdo. Ou seja, exigia-se maior atenção ao livro, pois a história como disciplina escolar passava a vigorar como disciplina de formação da cidadania, como matéria obrigatória para as gerações escolares (Bittencourt, 1993, p. 220). A primeira década republicana foi marcada pelas idéias liberais e positivistas que, vindas da Europa eram absorvidas e adaptadas por intelectuais brasileiros, oriundos das classes médias e altas. Esse é um período caracterizado por grandes rupturas, tanto no campo sócio-econômico, quanto no campo historiográfico. Destaca-se as transformações materiais caracterizadas pela transição do sistema agrário-comercial para o sistema urbano-industrial (consolidação do trabalho livre, hegemonia do café e do Estado de São Paulo). A historiografia manifestará essas tensões com bastante fertilidade na produção de ensaios sobre o Estado e a nação. Do ponto de vista educacional surge as reformas educacionais, como a Reforma Benjamim Constant (1890), com forte influência positivista, indicando como princípios norteadores a liberdade e laicidade do ensino. Em relação ao ensino secundário, esta reforma ampliou sua duração para sete anos, implantou o exame de madureza para avaliar as condições de acesso ao curso superior e indicou uma orientação voltada para a ciência, rompendo com a tradição humanística clássica. 4 No entanto, apesar das mudanças salientadas acima, as explicações racistas manteve importância central. A formulação biológica foi consolidada para explicar as diferenças e superioridade dos europeus brancos. Essa estratégia foi fortemente utilizada pelos europeus e também pelas classes dominantes dos países pobres, dos territórios neocolonizados, como os países da América Latina. Como visão diferenciada, nesse momento, em relação ao negro e ao Brasil, destaca-se Manoel Bonfim 5 que apresenta a história da América Latina a partir da denúncia da exploração efetuada pelos países desenvolvidos desde a colonização. Segundo Costa (2005: 71), Manoel Bonfim representou uma ruptura com as tradições historiográficas até então vigentes, pois representou uma tentativa de pensar a história a partir de classes subalternas. As idéias de Bonfim vão de encontro a hegemonia exercida pelas teses eugênicas que terá em Nina Rodrigues sua voz principal, principalmente nas instituições de ensino baianas. Um exemplo disso é a instalação do Gabinete Médico e de Antropometria Pedagógica no Ginásio da Bahia, em Este fato indica o quanto as idéias eugênicas e racistas faziam parte do currículo do ensino secundário, especificamente na Bahia. Livro didático e escravidão Ribeiro, Rocha Pombo e Veiga Cabral Os livros aqui em análise foram indicados para uso no Colégio Pedro II (Ginásio Nacional) e, em decorrência, também indicado em outras instituições do ensino secundário, a exemplo do Ginásio da 3 Foi professor de medicina legal na Faculdade de Medicina da Bahia de 1891 a 1906, quando morre em Paris. 4 Segundo Maria Luisa S. Ribeiro (2003) essa reforma pouco se efetivou na prática. Apenas houve um acréscimo de disciplinas científicas, caracterizando o secundário como um ensino enciclopédico. 5 As principais idéias de Manoel Bonfim que contestam as interpretações então vigentes estão concentradas em suas obras: América Latina, males de origem. 1906; O Brasil na América: caracterização da formação brasileira, 1929; O Brasil na História: deturpação das tradições, degradação política, 1930; O Brasil Nação, 1931 e no livro didático que elaborou com Olavo Bilac - Através do Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1910

4 1887 Bahia 6. Foram utilizados por décadas, principalmente os de Ribeiro e Rocha Pombo que foram reeditados até a década de O livro História do Brasil curso superior, de João Ribeiro 7, foi publicado em 1900, para ser utilizado no ensino secundário do Colégio Pedro II. As referências em relação ao negro e sua escravidão aparecem em três capítulos diferentes. No capítulo II Tentativa de unidade e organização de defesa -, no item As três raças a sociedade (07 páginas); no capítulo VI A formação do Brasil -, no item A escravidão negra (12 páginas) e no capítulo XI O Império: Progresso da democracia -, nos itens Revolta dos negros na Bahia (03 páginas) e A Abolição (04 páginas); perfazendo um total de 26 páginas num total de 540 páginas. Ribeiro organiza seu livro de forma completamente diferente do que até então tinha se visto em matéria de livro didático. Segundo ele próprio, os nossos livros didacticos de historia pátria dão excessiva importância à acção dos governadores e à administração, puros agentes (e deficientíssimos) da nossa defesa externa (p. 18). Daí propõe outra forma de narrar a história do Brasil, pois sua formação deve ser entendida a partir do colono, do jesuíta e do mameluco, da acção dos índios e dos escravos negros (p. 17). João Ribeiro estava envolvido com as idéias do historicismo alemão e o modelo de von Martius; além das concepções antropológicas em voga no Brasil. Para ele a história, assim como apontou von Martius, caracteriza-se pela multiplicidade de origens e de pontos de iniciação no vasto território. Também vai ser um dos construtores da idéia de nação a partir da República. Segundo Melo (1997), Ribeiro vê a República como única forma de governo capaz de realizar o verdadeiro ideal da Fundação da própria nação, encontro da vontade do povo, do homem nacional (p. 6). O manual didático História do Brasil, de Rocha Pombo 8, foi publicado pela primeira vez em 1919, com o objetivo de ser utilizado nas aulas dos dois últimos anos do curso secundário, como também para servir de material de consulta para professores do ensino primário e do ginásio. Portanto, caracteriza-se por ser uma obra mais completa, com mais informações históricas do que suas produções didáticas anteriores 9. O livro é composto de 23 capítulos, que vão desde o Descobrimento do Brasil até à Proclamação da República 10, possui 502 páginas, com 90 ilustrações, em sua maioria retratos de personagens ligadas à vida político-administrativa do Brasil, retratos de jesuítas, de bandeirantes, cenas da vida indígena (três imagens), mapas, arquitetura, paisagens. Em relação aos escravos negros traz apenas uma ilustração no item referente ao tráfico, a reprodução de uma prancha de Ruguendas intitulada transporte de pretos ou escravos para o interior. No geral o livro segue as marcas tradicionais de periodização da História do Brasil, diferentemente de João Ribeiro, seguindo os fatos político-administrativos que marcaram a formação da nação e do 6 Nesse período o Ginásio da Bahia era equiparado ao Pedro II, o que significava seguir os mesmo programas de ensino. 7 João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes nasceu em Larangeiras (SE) em 24 de junho de Fez concurso para o Colégio Pedro II em 1887 para cadeira de Português, nomeado professor de História Universal e do Brasil (no externato) em Era abolicionista e republicano. Em 1895 fez sua primeira viagem à Europa, momento em que aprofundou nos estudos do historicismo germânico. Em 1898 foi indicado para a primeira vaga da Academia Brasileira de Letras. Morreu em 13 de abril de (Melo, 1997). 8 José Francisco da Rocha Pombo Nasceu em Morretes, no Paraná, a 4 de dezembro de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Em 1875 fundou e dirigiu o jornal "O Povo" em Curitiba, no qual fez campanhas abolicionista e republicana, sendo eleito deputado provincial em 1886 pelo Partido Conservador. Ingressou por concurso no Colégio Pedro II e lecionou, também, na Escola Normal. Em 1900 foi admitido no IHGB. Em 1933 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, falecendo logo em seguida. ( 9 Rocha Pombo escreve outros manuais didáticos como Nossa Pátria (1914), para uso do primário e Compêndios de História da América (1900). 10 Acrescido na sua 8ª edição (1958) de mais um capítulo, o capítulo XXIV Constituição de Governo Constitucional até o de Washington Luis. Constituições de 1934,1937 e 1946 e de Quadro sinóptico da nossa história redigidos pelo revisor Hélio Vianna. Cabe destacar que nesse artigo a obra analisada corresponde a esta edição de 1958.

5 1888 Estado brasileiro: descobrimento, colonização, independência, abolição, proclamação da república, marcas da história político-econômica, cuja abordagem tendia a condenar a colonização e valorizar os movimentos de independência e a construção da República, numa trajetória linear. Assim como Ribeiro, o sentimento republicano perpassa todo o texto. A presença do escravo negro é destacada em três capítulos: capítulo VI Divisão do Brasil em dois governos, e reunião posterior em um só -, no item Importação de Africanos com sete páginas; no capítulo XI Palmares, Emboabas e Mascates -, no item Os Quilombos dos Palmares com sete páginas; e no capítulo XXII A Abolição com seis páginas. Dessa forma, do total de 502 páginas, o autor dedica 20 páginas para analisar aproximadamente 400 anos de escravidão. Já o manual de Mário da Veiga Cabral 11 foi editado pela primeira vez em 1920, encomendado pelo editor Jacintho Ribeiro dos Santos, para ser adotado nos colégios militares, mas também indicado para uso no Colégio Pedro II. Caracteriza-se por apresentar uma lista extensa de fatos da história políticoadministrativa do Brasil e uma exaltação dos feitos de alguns personagens da vida política nacional. Sua concepção de história, portanto, centra-se na narrativa linear dos fatos predominantemente políticos, valorizando a ação de personagens isolados na história. O livro é composto de 359 páginas, dividido em 42 capítulos. Parte da colonização até os feitos republicanos da década de Apenas dois capítulo tratam da temática do negro: cap. XII Guerra dos Palmares (4 páginas) e o cap. XXX Libertação dos escravos (9 páginas). Todos os três manuais didáticos aqui analisados foram produzidos num mesmo contexto histórico, embora trazem concepções e metodologias diferentes. Os autores viveram a experiência de lecionar História do Brasil e construíram os livros para tal fim. Eles viveram intensamente as transformações sócio-culturais da transição do século XIX para o século XX, participando ativamente da vida intelectual brasileira. Eram intelectuais ligados ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e atuavam na vida intelectual da capital da República. Dividiremos a análise das obras a partir de temáticas específicas: tráfico de escravos, resistência escrava e abolição. Depois teceremos algumas considerações em relação a obra como um todo no tocante à concepção de história e concepção de nação. O Tráfico de Escravos Os três autores condenam o tráfico de escravos. João Ribeiro e Rocha Pombo assumem uma posição crítica no tocante as condições do tráfico e dos negros. No entanto, eles, da mesma forma, constroem justificativas para a existência da escravidão e do tráfico a partir da concepção das diferenças e hierarquia entre as raças. Cada qual a seu modo, buscam explicar a escravidão a partir do próprio negro. João Ribeiro descreve o processo de instalação e organização da escravidão negra associado ao domínio português na África, estendendo-se depois para outras possessões portuguesas, a exemplo do Brasil. Ele descreve o circuito do tráfico português e as relações estabelecidas neste continente para garantir o sucesso do comércio negreiro. Mesmo assim, constrói uma justificativa para a escravidão muito próxima das idéias de Nina Rodrigues a anterior existência na África. Seus argumentos contribuíram para a consolidação dessa idéia na historiografia brasileira, mesmo ele ressaltando ser esta uma desculpa por parte dos traficantes. A escravidão para as nações negras era a pena de quase todos os delictos; o pae podia vender, o juiz (o sova) podia condemnar qualquer à escravidão; o rei podia escravizar os vassalos e a guerra podia escravizar a todos. D esse principio bárbaro (cuja execução facilitavam ou procuravam originar), aproveitavam-se os traficantes comprando e resgatando a ímpia propriedade. Desde logo a cobiça dos paes, o arbítrio dos reis e dos sovas, e o direito da guerra convulsionou como um terremoto todo o sertão negro; as famílias se desmembraram, as rixas se multiplicam, as guerras se ateiam, a caça humana 11 Mário Vasconcelos da Veiga Cabral era engenheiro agrimensor, exercia a profissão de professor de história e de geografia no Colégio Militar e Escola Normal.

6 1889 se institue; o resgate dos negreiros é apenas o triste epílogo das grandes conflagrações, cujo rastilho elles accendiam de longe na foz deserta dos rios ou à beira do Oceano. Com isso se desculpavam dizendo ser a escravidão mais um negócio africano, do que d elles traficantes (p. 246). Daí ele inicia a condenação do tráfico, descrevendo suas atrocidades e suas condições subumanas, descrevendo as condições da travessia, tecendo duras críticas às condições de higiene e humanidade. João Ribeiro destaca as doenças causadas pelas condições do tráfico, demonstrando como a morte é um resultado dessas condições. Cita o poeta Castro Alves para enfatizar o sofrimento dos escravos. Porém, mesmo condenado as péssimas condições do tráfico, constrói toda uma justificativa para afirmar que a escravidão na América representou uma melhoria nas condições de vida do negro africano. Citando o Bispo Azeredo Coutinho, Ribeiro passa a idéia que no Novo Mundo ele encontrou uma escravidão mais amena, principalmente quanto tinha a sorte de conseguir um senhor cristão e condolente. Consolida, assim, a idéia de uma escravidão branda, mesmo reconhecendo seus exageros, pois a mesma representou para os negros uma melhoria das condições de vida. Força é confessar que de toda essa jornada de horrores a escravidão no Brasil é o epílogo desejado para os escravos. D aqui em diante, a vida dos negros regulariza-se, a saúde refaz-se e com ella a alegria da vida e a gratidão pelos novos Senhores, que melhores que os da África e os do mar (p. 249). Descreve também um quadro harmônico das relações entre senhores e escravos, atribuída essa harmonia à boa índole do homem branco. Ribeiro, mais uma vez, recorre a questão das diferenças entre as raças para justificar as atitudes diante dos negros escravos. Nas fazendas, agrupavam-se em famílias, senão no sentido da lei, ao menos no da religião. Usavam o sobrenome do senhor, e eram por elles estimados, sobretudo quando criados d elles. Era freqüente o costume de alforriar em testamento, de todo ou sob condição os bons escravos e recusar o dinheiro da alforria que o negro pouco a pouco ajuntava para redimir o captiveiro. A emancipação não era, pois entre nós, como nos Estados Unidos, impedida ou regulada por lei; era negocio particular entre o senhor e o escravo, e aquelle se satisfazia frequentemente com a 3 e 4 parte do valor legal. Ainda mais. Os próprios negros que não podiam agradar aos seus donos tinham o direito de procurar senhor, e assim mudar de captiveiro. Todos esses costumes testemunhavam em favor da nossa índole e liberalidade (p. 251). Rocha Pombo justifica a escravidão pela inferioridade da raça africana: Da escravidão histórica nasceu; isto é, a exploração do cativeiro como negócio. Esta é exclusiva e característica das raças africanas degradadas, desde que se puseram em relação com outras raças em mais alto grau de cultura. (p. 125) Informa sobre a importância econômica do tráfico, seu funcionamento e destaca a diversidade étnica na distribuição do negro no Brasil: tem-se calculado em milhões o total de africanos que durante três séculos entrou aqui na fusão geral. É isso bastante para sugerir a enorme importância deste coeficiente na formação do nosso complexo étnico (p.126). Fala também das ocupações dos negros: Desenvolveu-se mesmo entre a gente mediana da terra o costume de comprar negros para os pôr de aluguel em fábricas, ou de soldada na praça, ou em obras públicas. Este gênero de negócio tornou-se logo muito comum. Uma família que conseguia adquirir um casal de escravos tinha feito às vezes um seguro patrimônio. Era um bem que aumentava, tanto pela procriação, como

7 1890 pelo acréscimo do valor venal que o escravo ia tendo. A fecundidade da raça continuou aqui a ser espantosa como na África. Muitos senhores, em vinte ou trinta anos, viam triplicada ou quintuplicada aquela propriedade, sacrílega aos nossos olhos de hoje, mas naqueles tempos só preciosa. ( p. 127) Outras questão tratada por ele é o tráfico interno entre as cidades e as fazendas. Também chama a atenção para o aspecto da miscigenação, principalmente facilitada pelos escravos domésticos, e as marcas deixadas pela mistura entre as raças. Aqui também, como Ribeiro, percebe-se a visão hierárquica das raças: A coexistência (e, na maioria dos casos, o convívio) do senhor e o escravo (formando quase verdadeiras castas) deixou em toda a nossa psicologia de povo profundos vincos, que só a obra da cultura fará desaparecer de todo. É fácil assinalar, por exemplo: - um sentimento exagerado da fortuna e do poder (...) - em contraste com a mais absoluta subserviência diante de uma fortuna ou de um poder maior (...); ao lado de uma negação absurda da autoridade um ridículo autoritarismo no cargo mais insignificante com a mais leviana desestima pela justiça e pela ordem, até as mais incríveis audácias uma refinada hipocrisia, desplante para invocar, em momento oportuno, o império da lei; a violência arrogante, e o mais baixo renunciamento pessoal; a filáucia destemperada, e a indolência vencida, a desídia moral do bárbaro; a idolatria das grandezas e o desprezo da humildade; e tantas outras virtudes, de que às vezes nem nos apercebemos. (p. 128) Mas, apesar dessa hierarquia, compara a escravidão a um regime de despotismo, sem chances de se sair ileso, assim o caracterizando: (...) um homem sempre mandou, e outro que sempre obedeceu; cuja sorte era morrer no trabalho, e outro que tinha direito a gozar voluptuosamente a vida, à custa do seu semelhante. Um e outro vieram da escravidão, e ficaram como taras no sangue nacional. (p. 128). Prosseguindo indica que o escravo negro não ficou apenas nos grandes centros, mas espalhou-se por todo o território nacional e hoje se encontram nas paragens mais escusas das cidades. Afirma a influência do negro em todos os aspectos da vida social e constrói uma defesa do seu papel na formação do país, muitas vezes o caracterizando com heroísmo e superior ao indígenas. E prossegue na afirmação da unidade nacional, justificando-a pelo aspecto moral das três raças. Outro aspecto levantado por Rocha Pombo é resistência do negro à escravidão. Ele descreve o heroísmo daquele que não teve nenhuma voz em sua defesa, situação pior do que a do índio que ainda teve os missionários e vantagem de estar em seu território. E prossegue narrando as lutas que houveram entre negros e brancos contra a escravidão. Aqui fica demonstrada o quanto Rocha Pombo era contra a escravidão, como também ressoa um sentimento humanista que fazia parte da sua visão de nação. É a partir desse sentimento que vai defender a abolição e tratá-la como uma causa de toda a nação (inclusive da boa alma do branco). A riqueza de detalhes das informações é uma característica da obra e dessa temática particularmente. Apesar de não citar referências ao longo do capítulo, tudo indica que Rocha Pombo tinha conhecimento dos estudos etnográficos já iniciados sobre os africanos. Além disso, como visto anteriormente, esse momento foi marcado por intensas discussões intelectuais a respeito da presença da raça negra na sociedade brasileira. A História de Rocha Pombo não estava isenta dessa discussão e contribui para consolidação de uma explicação para o problema racial na formação do Brasil. Mário de Veiga Cabral não destaca um item específico para essa temática, pontuando brevemente a respeito da introdução dos negros no Brasil no item relacionado ao Quilombo dos Palmares, utilizando de longos trechos de citação de João Ribeiro.

8 1891 Resistência escrava João Ribeiro vai destacar o processo de resistência escrava dando como exemplo as revoltas negras na Bahia, não tratando especificamente da experiência de Palmares, como fez os outros dois autores. Nesse parte da obra, Ribeiro cai em contradição com suas análises anteriores. Ele ressalta a ousadia e luta dos negros contra as atrocidades dos senhores e afirma: não tão raras quanto podem parecer, havia em todo o tempo da escravidão as sublevações dos negros (p. 487). Como exemplo cita Palmares e os quilombos de uma forma geral. Contradizendo com o espírito cristão escrito no capítulo VI, ele chega a justificar a rebeldia dos negros. Nos campos, nas florestas, nas fazendas e até no lar doméstico foram comuns os dramas e as tragédias da raça escravizada. Não é pois, de estranhar que por vezes, sem objetivo, sem ideal e sem ordem, se sublevassem os escravos, aqui e alli, na vastidão do território. Pode servir de exemplo a insurreição dos africanos na Bahia no alvorecer do anno de 1835 (p. 487) Em seguida inicia a descrição da revolta de negros malés, na Bahia em 1835, atribuindo às desordens regenciais e às guerras civis a facilidade da sua explosão. Salienta a competência do Governo da Bahia assim que soube da intenção da insurreição e descreve os fatos ocorridos. Porém, ressalta, também, sua defesa pela abolição. Ribeiro afirma ser o espírito de liberdade do negro um resultado da sociedade em que estavam inseridos, resultado do espírito livre do homem branco. Aqui volta a sua concepção hierárquica das raças. Rocha Pombo, ao tratar da resistência escrava, destaca a experiência do Quilombo dos Palmares. Nesse momento é possível perceber a ambigüidade presente no discurso do autor sobre a presença africana no Brasil. Por um lado reforça a concepção hegemônica do período sobre a inferioridade e o perigo do negro para a sociedade brasileira, mas, por outro lado, não deixa de demonstrar certa admiração pela coragem, determinação e organização desses africanos. Quando define o quilombo, sua visão preconceituosa sobressai: É assim que se foram formando esses temerosos agrupamentos que desde o começo do referido século se fizeram em todas as capitanias o terror dos viandantes e das povoações indefesas (p. 210). Em seguida, responsabiliza, de certa forma, os holandeses pela formação dos quilombos e não a crueldade da condição do escravo, manifestando, mais uma vez, sua concepção republicana, patriótica. Comenta a atração exercida sobre os escravos pelos quilombos, pois estes significavam ficar livre da violenta e dura vida de guerra. Continua nesse raciocínio e, passada a Guerra e tendo prosseguido os Palmares, o autor busca outras explicações. Passa a ressaltar o perigo para a nação brasileira e a necessidade da destruição. Relata as expedições tanto de holandeses quanto de portugueses para acabar com Palmares, destacando as derrotas sucessivas, a quantidade de negros aquilombados, as táticas empregadas pelos negros, etc. Além disso, descreve também um pouco da organização política e da vida social desses quilombos. Em seguida, ao descrever a resistência dos negros aquilombados, manifesta mais uma vez a sua concepção de história enquanto formadora da nação, seu espírito nacionalista, patriótico. Coloca nos negros os sentimentos patrióticos que gostaria que todos os brasileiros tivessem, construindo assim uma explicação para a resistência a partir dos ideais de nação.

9 1892 Porém volta a manifestar a temeridade e preocupação com essas vitórias. Era preciso, na sua visão, urgência na destruição de Palmares: (...) eram gerais as queixas e reclamos das populações, expostas à audácia 12 crescente dos negros, vangloriosos daqueles repetidos insucessos dos brancos (p. 242). Nesse momento, o discurso histórico de Rocha Pombo contribui para a construção de outro mito da historiografia nacional o Bandeirante. Constrói a imagem do bandeirante como herói, único capaz de derrotar tantos negros. Finaliza informando sobre a definitiva destruição dos Palmares, demonstrando alívio em tal ato: Assim caiu, em 1694, o último reduto dos Palmares, ao cabo de mais de 50 anos de luta com que se afrontou a sociedade colonial (p. 246). Veiga Cabral também descreve a experiência de Palmares, destacando um capítulo específico para tal (cap. XII). Inicia o capítulo descrevendo o processo de escravidão negra, sem explicar o porquê da sua opção em relação ao indígena. Em seguida, descreve brevemente o tráfico denunciando suas atrocidades nesse momento cita longo trecho do livro de João Ribeiro. Adiante começa a falar sobre Palmares, explicando sua ocorrência também a partir da invasão holandesa. Quando porém foi o Brasil sacudido pelas invasões hollandezas, aproveitando a confusão naturalmente estabelecida, muitos escravos fugiram dos seus senhores, indo se agrupar nas faldas da serra da Barriga, no Estado de Alagoas. (p. 112). Constituindo esse agrupamento sério perigo para os colonos, pois os negros constantemente commettiam grandes depredações em suas fazendas, resolveu o governador geral Francisco Barreto de Menezes mandar uma expedição para batel-os. (p. 113). Assim como Rocha Pombo, ele reforça o mito do sertanejo paulista: (...) um corajoso sertanejo paulista, Domingos Jorge Velho, mestre de campo d um regimento estacionado no sertão da Bahia, offereceu os seus serviços ao governo dizendo-se prompto a bater os palmares, exigindo, porém, que lhe déssem as terras conquistadas, bem como direito a ficar com os escravos que aprisionasse. (p. 113) Comenta a reação dos negros às várias expedições e descreve a tomada definitiva do território de palmares pelo governo colonial. Abolição da Escravatura João Ribeiro inicia a discussão justificando que irá apenas fazer algumas indicações dessa temática, pois a história contemporânea ainda não pode ser devidamente descrita, mesmo assim tece algumas considerações. Ressalta, em forma de crítica, que fomos um dos últimos povos a emancipar seus escravos. Inicia uma justificativa para tal situação pelo numero imenso do trafico. Daí passa a narrar o processo que levou à abolição definitiva. Prossegue a descrição indicando a proibição legal em 1831, embora só cumprida com a nova lei de abolição de tráfico em Mesmo assim, ele ressalta a não extinção da escravidão. Continua descrevendo o caminho de leis e resoluções que levaram à abolição. Indica uma simpatia e ação de D. Pedro II em favor da Emancipação, mostrando suas atitudes para o desdobramento de um processo gradual e pacífico, diferentemente do contexto norte americano. Ribeiro não apresenta conflitos e divergências no movimento abolicionista. Mostra-se simpático à gradatividade da emancipação, em nome da civilização e para evitar tumultos. Os descontentamentos com a abolição somaram-se à outros descontentamentos políticos levando, segundo João Ribeiro, à proclamação da República. 12 Grifo nosso.

10 1893 Por sua vez, Rocha Pombo descreve o processo de libertação da escravatura associada a um contexto de mudanças institucionais por que passava o Brasil, o qual o levou à proclamação da República, obra máxima segundo o autor. Analisa a abolição como uma das reformas mais importantes para o destino da nação, porém ressalta e justifica a necessidade de prudência que ocorreu na sua efetivação. Rocha Pombo justifica a demora para a efetivação da abolição a partir do legado da colonização e do perigo que a mesma representava para a estrutura sócio-econômica brasileira. Apresenta o processo de reformas em relação à escravidão, as leis aprovadas e, enfim, analisa a abolição como um ato inevitável, necessário e inexorável ao processo de evolução do país: Em seguida transcreve a lei Áurea e os detalhes do Rio de Janeiro naquele momento, indicando uma participação popular e fazendo uma apologia do ato da Princesa regente. Como abolicionista e republicano que era, Rocha Pombo reconhece o prejuízo histórico da escravidão e entende que, para o progresso da nação, para sua constituição enquanto civilização, era necessária a abolição. Mas, ao mesmo tempo, consciente do papel econômico que a escravidão representava, defendendo os interesses dos grandes proprietários rurais, ele reforça a necessidade do processo ter sido gradual e lento. Abolição sim, mas sem prejuízos para os proprietários de escravos. Esta foi a posição de muitos abolicionistas oriundos da classe social proprietária de terra e escravos, que soube muito bem conciliar o liberalismo econômico com a mão de obra escrava. Mário da Veiga Cabral, por conseguinte, apresenta a idéia de libertação dos escravos como bem anterior ao movimento abolicionista, já presente no movimento mineiro de 1789 e na Constituição de Daí segue apresentando brevemente a história da introdução de escravos em Portugal e suas colônias. Depois apresenta a Inglaterra como a nação principal na luta pela extinção do tráfico. Descreve os acordos e leis estabelecidos entre o Brasil e Inglaterra para a extinção do tráfico (1831, 1850); também as leis brasileiras (1871). Destaca o papel dos abolicionistas, citando Nabuco, José do Patrocínio e sua atuação frente à Gazeta do Rio. Destaca, também, o apoio da Igreja, através da influência de Leão XIII. Em seguida cita o texto da Lei Áurea, indicando que sua aprovação significou um alvorosso popular. Essa descrição demonstra o romantismo que cercou uma parte das análises historiográficas sobre esse fato. Além disso, elas são responsáveis por reforçar o estabelecimento de mitos e heroísmos em personagens históricos como a Princesa Izabel. Não está presente aí a participação popular e dos próprios negros (escravos e libertos). Considerações Finais A partir da análise desses três autores/livros didáticos é possível tecer algumas considerações. No geral, os três autores sustentam-se numa visão de história como manifestação da trajetória da formação da nação brasileira, consolidada com a proclamação da República. Como parte dessa concepção de história, o escravo negro aparece como elemento formador da nação brasileira, porém ocupando um lugar menor nesse processo pela inferioridade da raça e das civilizações africanas em relação à civilização européia. Apesar de destacarem, muitas vezes em tom de denúncia, a crueldade da escravidão, justificam sua existência por séculos em nome de um projeto maior a construção da nação brasileira livre e soberana. O livro de João Ribeiro, diferentemente dos outros, incorpora as mudanças teórico-metodológicas do final do XIX e início do XX, tornando-se um marco na historiografia brasileira por esta inovação e pela riqueza de pesquisa histórica. Contudo, assim como Rocha Pombo e Veiga Cabral, continua pensando a temática escrava como os intelectuais do IHGB. Ribeiro justifica a escravidão, apresentando uma versão branda e humanizada pelo espírito cristão do brasileiro. Aqui se mostra também inovador, podendo ser considerado um precursor das idéias de

11 1894 Gilberto Freyre, destacando o caráter filantrópico dos colonos que demarca o diferencial no regime escravista, diferenciando o Brasil dos ingleses e franceses. Nossa escravidão foi assim, segundo ele, mais humana e mais frouxa. Em Rocha Pombo a idéia de harmonia possível entre as raças também está presente, porém explicada a partir de projeto maior a pátria republicana. No geral, os autores demonstram certa simpatia pelo negro e por sua coragem, condenam a escravidão, embora permaneçam imbuídos da visão de inferioridade da raça negra e da sua função nesta pátria. Demonstram simpatia pela causa abolicionista e percebem sua necessidade histórica. Rocha Pombo bem mais ávido na defesa, mesmo considerando a gradação necessária. A obra de Veiga Cabral pode ser considerada mais tradicional, sem maiores aprofundamentos na narrativa dos fatos. Em relação a questão do escravo negro utiliza muito o próprio João Ribeiro, portanto, também contrário a escravidão, mas dando-a como fato consolidado e justificado. Mesmo sendo uma análise preliminar, podemos afirmar que na História do Brasil escrita para uso no ensino secundário contribui para a manutenção, por décadas, de uma sociedade sustentada em privilégios econômicos, os quais têm respaldo nos valores ideológicos que justificavam a posição social de superioridade assumida pelos brancos. Nesse sentido consideramos que João Ribeiro, Rocha Pombo e Veiga Cabral reforça uma visão do negro hegemônica naquele período inferior, atrasado culturalmente, incapaz de progredir tecnologicamente e, portanto, destinado ao fracasso ou ao desaparecimento. O que terá repercussões fundamentais no espaço escolar, no processo de formação de um cultura escolar e suas relações na sociedade como um todo. Certamente há muito o que investigar para uma maior compreensão do papel assumido pelos livros didáticos na formação de uma cultura escolar e intelectual como um todo, principalmente no tocante aos aspectos ideológicos e no papel que os leitores desses livros desempenharam na sociedade. Referências Bibliográficas BITTENCOURT, Circe. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. São Paulo: USP/FFLCH, 1993 (tese de doutorado). CABRAL, Mario da Veiga. Compêndio de História do Brasil. 6ª edição. Rio de Janeiro: Jacintho Ribeiro dos Santos, CASTANHO, S. E. M. História Cultural e História da Educação: diversidade disciplinar ou simples especialização?, 2005 (no prelo). COSTA, W. P. A independência na historiografia brasileira. In: JANCSÓ, István (Org.). Independência: História e Historiografia. São Paulo: Hucitec; Fapesp, 2005, p FONSECA, Selva. Caminhos da História Ensinada. Campinas, São Paulo. Papirus LIMA, D. K. O Banquete Espiritual da Instrução: o Ginásio da Bahia, Salvador: Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2003, (Dissertação de Mestrado em História Social). MATTOS, S. R. de. O Brasil em Lições: a história como disciplina escolar em Joaquim Manuel de Macedo. Rio de Janeiro: Access, MELLO, Ciro Flávio de Castro Bandeira de. Senhores da História: a construção do Brasil em dois manuais didáticos de história na segunda metade do século XIX. São Paulo: USP/FFLCH, 1997 (Tese de Doutorado). NADAI, E. O ensino de história e a pedagogia do cidadão. In: PINSKY, Jaime (org). O ensino de história e a criação do fato. São Paulo: Contexto, NADAI, E. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectivas. REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA, n. 25/26, v. 13, São Paulo, setembro1992/agosto 1993, p

12 1895 NUNES, A. A. Política Educacional no início da Primeira República na Bahia: duas versões do projeto liberal. Salvador: Faced/UFBA, 2003 (Tese de doutorado). POMBO, José Francisco Rocha. História do Brasil, 6 a ed. revista e atualizada por Helio Vianna (São Paulo, Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1952). RIBEIRO, João (J. Batista R. de Andrade Fernandes). História do Brasil curso médio, 17 a ed. revista e completada por Joaquim Ribeiro (Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1935). RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar. 18ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, RODRIGUES, N. Os africanos no Brasil. 4ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, (1ª edição 1933). SAVIANI, Dermeval, LOMBARDI, José Claudinei e SANFELICE, José Luis (org). História e História da Educação: o debate teórico-metodológico atual. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, SCHWARCZ, Lília. O Espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil São Paulo: Cia das Letras, 1993.

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