Como estão sendo Conduzidos os Estudos De Caso? Uma Reflexão Sobre os Trabalhos Publicados na Área de Administração

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1 Como estão sendo Conduzidos os Estudos De Caso? Uma Reflexão Sobre os Trabalhos Publicados na Área de Administração Autoria: Mauri Leodir Löbler, Eliete dos Reis Lehnhart, Ana Flávia Andrade Avelino RESUMO Este artigo analisou o uso do delineamento de estudo de caso em pesquisas na área de Administração, utilizando uma abordagem bibliométrica entre 2008 e Estudo de caso é o método mais utilizado na área, por vezes criticado por sua validade como método científico, mas útil, visto que se lida com organizações complexas que necessitam profundidade em troca de amplitude. Foram investigados os tipos de estudo de caso, a justificativa e as fontes de evidências em 77 trabalhos, baseado em Yin (2010). A contribuição desta pesquisa foi para melhor entendimento sobre a aplicação do estudo de caso em administração. 1

2 1. Introdução O estudo de caso como método de pesquisa permanece um dos empreendimentos mais desafiadores das ciências sociais. Neste sentido, frequentemente o pesquisador se debruça sobre fenômenos contemporâneos para fins de análise. O estudo de caso é apenas uma das várias maneiras de realizar uma pesquisa nas ciências sociais (YIN, 2010). Neste contexto, investigações suportadas por estudos de caso, têm conquistado maior reputação no meio científico. Essa crescente notoriedade no campo das ciências sociais, muito se deve aos autores Yin e Stake, que embora em perspectivas não completamente coincidentes, têm procurado aprofundar, sistematizar e credibilizar o estudo de caso no âmbito de metodologia de investigação (MEIRINHOS e OSÓRIO, 2010). Como método de pesquisa, o estudo de caso é a estratégia escolhida ao se examinar acontecimentos contemporâneos. Entretanto, a riqueza do fenômeno e a extensão do contexto da vida real exige que o pesquisador enfrente uma situação tecnicamente distinta, pois existirão muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados (YIN, 2010). No entanto, muitas pesquisas classificadas por seus autores como estudos de caso parecem não considerar o fato que o conhecimento científico envolve o processo de construção desse tipo de conhecimento. De acordo com Yin, (2010), embora o estudo de caso seja uma forma diferenciada de investigação empírica, muitos pesquisadores desprezam a estratégia. Talvez a maior preocupação seja a falta de rigor da pesquisa e a possibilidade de que as pessoas confundam o ensino do estudo de caso. Outra preocupação bastante comum sobre os estudos de caso é que eles fornecem pouca base para a generalização científica. O problema é que são poucas as maneiras de verificar a capacidade do pesquisador em realizar bons estudos de caso. Para definir as questões que são mais significativas para um projeto de estudo de caso, uma maneira é a revisão da literatura. De forma resumida, a grande maioria das pessoas tem a sensação de que podem preparar um estudo de caso, e quase todos acreditam que entendem um estudo de caso (YIN, 2010). Assim, segundo Poulis, Poulis, Plakoyiannaki, (2013), o estudo de caso não é uma questão periférica de preocupação, mas sim um desafio que reflete sobre a aplicação geral da pesquisa, como um organismo de investigação que possui suas limitações. Dessa forma, algumas críticas realizadas a este método se configuram em relação às questões como a escolha dos casos, a qualidade do estudo e os processos de generalização. Segundo Yin (2011), para que o método do estudo de caso seja utilizado de maneira correta e os resultados sejam relevantes para a área devem ser observadas algumas questões básicas como: qual o caso e a justificativa para tal, desenvolver uma perspectiva teórica em conjunto com o desenho da pesquisa, triangulação de diferentes fontes de dados, rigoroso e profundo desenvolvimento de explanações de teorias rivais durante a análise e buscar generalização teórica do estudo. Tendo em vista este cenário, emergem os seguintes questionamentos que motivaram a realização destapesquisa: Quais os tipos de projetos de estudo de caso são mais utilizados nos trabalhos realizados na área de administração?a justificativa apresentada é adequada ao tipo de estudo de caso empregado? Quais as fontes de evidências utilizadas nos estudos analisados? Diante do exposto, este artigo tem por objetivo analisar o uso do delineamento de estudo de caso em pesquisas realizadas na área de Administração, partindo-se do pressuposto de que se poderá contribuir para um melhor entendimento sobre a aplicação deste tipo de estudo na referida área. Com base nessas inquietações, foram definidos os seguintes objetivos específicos: i) identificar quais tipos de projeto de estudo de caso são mais utilizados; ii) analisar a justificativa apresentada para o tipo de estudo de caso empregado e; iii) identificar as fontes de evidências utilizadas nos estudos. 2

3 Este trabalho encontra-se estruturado em mais seis seções, além da introdução. Na seção dois será abordado o marco teórico que balizou o presente estudo. Na seção três, apresenta-se a arquitetura metodológica que permitiu a operacionalização da pesquisa. Na seção quatro apresentam-se a análise e discussão dos resultados da pesquisa. Na seção cinco abordam-se as considerações finais, e por fim, constam as referências bibliográficas utilizadas neste estudo. 2. Referencial Teórico 2.1. O posicionamento paradigmático em estudos de caso Vários pesquisadores sobre o método de estudo de caso discutem e demonstram uma variedade de perspectivas paradigmáticas sobre esse tipo de estratégia de investigação (ZUCKER, 2009). Neste contexto, os estudos de caso podem envolver múltiplas visões constituídas por diferentes premissas ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Estes diferentes pontos de vista podem ser colocados em um continuum de realismo ao relativismo (JÄRVENSIVU e TÖRNROOS, 2010). Estudos de caso muitas vezes parecem fazer uso de uma metodologia que se baseia em premissas do realismo crítico (EISENHARDT, 1989). Isso é muitas vezes uma alternativa viável sob o ponto de vista do realismo crítico pela forte perspectiva na geração de teoria (JÄRVENSIVU e TÖRNROOS, 2010). Segundo Esaston (2010), o método de estudo de caso é muitas vezes ensinado como um método de pesquisa qualitativa em cursos que abordam o realismo crítico. O realismo crítico reconhece que os fenômenos sociais são intrinsecamente significativos, e, portanto, que o significado não é apenas externamente descritivo, mas constituído dos fenômenos sociais. O significado tem de ser entendido, ele não pode ser medido ou contado, e, portanto, existe sempre um elemento interpretativo ou hermenêutico nas ciências sociais. No entanto, além da perspectiva do realismo crítico, os estudos de caso adentram no campo do positivismo com discussões detalhadas sobre cada componente do estudo, sugerindo a partir da sua abordagem e linguagem um paradigma positivista (YIN, 2010). Neste sentido, embora não exista um padrão para a realização de estudos de casos, a abordagem positivista prevê que o processo de pesquisa seja linear, cuidadosamente concebido, ordenado e executado sem falhas ou erros e isomórfico às premissas do leitor (DINIZ, et al., 2006). Em oposição, a abordagem interpretativista, se baseia na premissa de que indivíduos utilizam formas simbólicas tais como ideias e conceitos para dar significado e para estruturar suas experiências sociais. Neste aspecto, questões que se tornam relevantes na pesquisa são a validade, a confiabilidade e a generalização, que muitas vezes são apresentadas como marcas da verdadeira pesquisa científica. Järvensivu etörnroos, (2010), defendem que a validade da pesquisa poderá ser definida pelo fato de: (a) as afirmações de verdade são apoiadas pelos fatos, (b) a cadeia de argumentos interligados são aceitáveis para a comunidade científica e (c) a comunidade que determina a sua validade é caracterizada pela obediência das normas críticas. No entendimento de Yin (2010), a credibilidade dos estudos engloba critérios clássicos de aferição da qualidade: a validade externa, a validade interna e a confiabilidade. De acordo com o autor, a validade externa diz respeito à definição do domínio para qual as descobertas do estudo possam ser generalizadas. A validade interna, para os estudos de caso de tipo explicativos, refere-se à questão do rigor das conclusões que conduz o estudo, pelo qual se acredita que determinadas condições levem a outras condições, diferenciadas das relações espúrias. A confiabilidade (replicabilidade) do processo de recolha e análise de dados é a demonstração de que as operações de um estudo podem ser repetidas com os mesmos resultados. 3

4 De acordo com Coutinho e Chaves (2002), insistir na necessidade de se definir critérios para aferir da credibilidade dos estudos de caso, não significa que esses critérios possam ser encarados de forma prescritiva como acontece nos estudos quantitativos. Mas não significa também que tais padrões não façam sentido, devendo constituir uma preocupação constante para o pesquisador que vai iniciar um estudo de caso (COUTINHO e CHAVES, 2002). Ainda, é importante salientar uma dúvida que parece acometer os pesquisadores, principalmente no Brasil, uma confusão entre qualitativo, quantitativo, e os paradigmas. O método de pesquisa e o paradigma são independentes. Método "qualitativo" não é um sinônimo de postura filosófica "interpretativa". A pesquisa qualitativa pode ou não ser interpretativa, dependendo dos pressupostos filosóficos subjacentes do pesquisador. A pesquisa qualitativa pode ser positivista, interpretativa, ou crítica. Resulta daí que a escolha de um método de pesquisa qualitativa específico (tal como estudo de caso ou pesquisa-ação) é independente da posição filosófica subjacente adotado (THOMAS, 2010). Segundo Myers (2008), a abordagem de Yin para o método de estudo de caso é basicamente positivista, já que ele recomenda o uso de hipóteses e/ou proposições O estudo de caso como estratégia de investigação Existem várias definições e entendimentos sobre o método de estudo de caso. As obras de Robert Yin e Robert Stake são referências obrigatórias em se tratando do assunto. Embora se posicionem em diferentes paradigmas, Robert Stake, mais afinado com o construcionismo social, e Robert Yin, com o pós-positivismo, esses autores estão de acordo sobre algumas questões essenciais (ALVES-MAZZOTTI, 2006). Segundo Yin (2010, p. 39), o estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos. Essa definição leva em consideração três condições básicas sobre estratégias de pesquisa: o tipo de questão de pesquisa, o controle do pesquisador sobre eventos comportamentais, e o foco no contemporâneo ao invés de fenômenos históricos. Ao delinear estas três condições, Yin argumenta a escolha de estudo de caso como a estratégia preferida quando como ou por que questões estão sendo colocadas; quando o investigador tem pouco controle sobre os eventos e; quando o foco está em um fenômeno contemporâneo dentro de algum contexto da vida real. Na concepção de Stake (1995), o estudo de caso permite prestar atenção a problemas concretos. O caso é a complexidade e a especificidade de um sistema em atividade, sendo esse sistema integrado. Não é necessário que as partes funcionem bem, os objetivos podem ser irracionais, mas é um sistema. Para o autor, estuda-se um caso quando ele próprio é de interesse muito especial, sendo assim, presta-se atenção aos detalhes de interação do caso com os seus contextos. O estudo de caso é o estudo da particularidade e da complexidade de um único caso, chegando a compreender a sua atividade dentro de circunstâncias importantes (STAKE, 1995). Ainda, segundo Eisenhardt (1989), estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que se concentra na compreensão das dinâmicas presentes dentro de cenários específicos. Estudos de casos podem envolver casos únicos ou múltiplos e numerosos níveis de análise (YIN, 2010). Geralmente combinam métodos de coleta de dados, tais como análise documental, entrevistas, questionários, observações e artefatos físicos (EISENHARDT, 1989; YIN, 2010). As evidências podem ser qualitativas, quantitativas ou ambas e ainda, os estudos de caso podem ser usados para fornecer descrições, testar teorias ou gerar teorias (EISENHARDT, 1989). Para Yin (2010), o estudo de caso pode ser conduzido tendo em vista qualquer um dos três propósitos básicos: exploratório, descritivo ou explicativo. Segundo o autor, o pesquisador deve ser capaz de identificar situações nas quais todos os métodos de pesquisa 4

5 possam ser relevantes. Dessa forma, o pesquisador pode usar métodos múltiplos em qualquer estudo determinado. Neste caso, os vários métodos não são mutuamente exclusivos. De acordo com Tsang, (2013), o método estudo de caso tende a concentrar-se sobre os métodos de coleta e análise dos dados, em vez de método de teorização a partir dos estudos de caso. Devido à abordagem em profundidade para revelar os mecanismos por trás de um fenômeno, o estudo de caso torna-se adequado para a identificação dos eventos que contribuem para previsão de uma teoria, pois se os resultados forem generalizados, eles irão lançar dúvidas sobre a validade da própria teoria. Ainda, de acordo com Yin (2010), alguns critérios devem ser considerados para a escolha de um estudo de caso. Em primeiro lugar deve-se definir o caso que se pretende estudar, ou seja, a unidade de análise. Essa escolha pode manter-se na medida em que se apoiou em perguntas de pesquisa e literatura adequada e ajuda enormemente a organizar o estudo de caso. Em segundo lugar, optar por um estudo de caso único ou múltiplo, levando em consideração a opção dos mesmos ser holísticos ou integrados, ou seja, que contenple subcasos dentro do caso. Por útlimo o pesquisador deverá se preocupar em usar ou não desenvolvimento teórico para ajudar a selecionar o caso, desenvolver o protocolo de recolha de dados e organizar as estratégias iniciais de análise de dados. Importante ressaltar um fragmento da definição de Yin já descrito no início dessa seção, onde o mesmo justifica o uso do método, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos. Essa é a definição mais recorrente quando do uso do método nos trabalhos no Brasil e que carece de uma explicação maior. Quando o pesquisador possui um problema de pesquisa onde o local da aplicação é indiferente, o mesmo pode optar por outros métodos. Quando a temática fica imbricada com o local do estudo e suas nuances se confundem, justifica-se a utilização do estudo de caso, ou melhor, é um estudo de caso. Assim, explica-se o fragmento de Yin, pois não é possível separar o fenômeno estudado do contexto onde o mesmo se dá Tipologias de estudo de caso Yin (2010) distingue quatro tipos de projetos de estudo de caso (Figura 1): (Tipo 1) projetos de caso único (holísticos), (Tipo 2) projetos de caso único (integrados), (Tipo 3) projetos de casos múltiplos (holísticos) e (Tipo 4) projetos de casos múltiplos (integrados). Os projetos de estudos de caso único integrados são definidos quando há mais de uma unidade de análise. Segundo o autor, isso ocorre quando, em um caso único a atenção também é dirigida a uma ou mais subunidade. Mesmo que um estudo de caso seja sobre uma única organização, a análise pode incluir resultados sobre subunidades desta. Em comparação, se o estudo de caso examinar apenas a natureza global de uma organização ou de um programa, há um projeto holístico. Os projetos de estudos de casos múltiplos se caracterizam por conter no mesmo estudo mais do que um único caso (YIN, 2010). Quando isso ocorrer, o estudo usou um projeto de casos múltiplos. Assim como no estudo de caso único, os estudos de casos múltiplos também podem ser holísticos ou integrados. De acordo com Yin (2010), quando um projeto é integrado, o estudo pode exigir até mesmo a condução de um levantamento no local de cada estudo de caso. Projeto de caso único Projeto de casos múltiplos Holístico Holístico de caso único Holístico de casos múltiplos (uma unidade de análise) Integrado (mais de uma unidade de análise) (Tipo 1) Integrado de caso único (Tipo 2) Figura 1: Tipos de projetos de estudo de caso Fonte: Adaptado de Yin (2010) (Tipo 3) Integrado de casos múltiplos (Tipo 4) 5

6 Stake (1995) caracteriza os estudos de caso em três tipos: intrínseco, instrumental e coletivo. O estudo de caso é intrínseco quando o investigador pretende uma melhor compreensão de um caso particular que contém em si mesmo o interesse da investigação. Estudo de caso instrumental se refere quando um caso é examinado para fornecer introspecção sobre um assunto, para proporcionar conhecimento sobre algo que não é exclusivamente o caso em si, ou seja, poderá facilitar a compreensão de algo mais amplo. O estudo de caso é coletivo quando o caso instrumental se estende a vários casos, para possibilitar, pela comparação, conhecimento mais profundo sobre o fenômeno, população ou condição Justificativa para um projeto de estudo de caso No que se refere à justificativa para o projeto de estudo de caso único, Yin (2010) apresenta cinco justificativas. A primeira é quando o caso único representa o caso crítico no teste de uma teoria bem formulada. O caso pode ser usado para determinar se as proposições da teoria são corretas ou se algum conjunto alternativo de explanações pode ser mais relevante e, pode representar uma contribuição significativa para a formação do conhecimento e da teoria. A segunda justificativa para o caso único é quando ele representa um caso extremo ou peculiar. Exemplos de um caso peculiar são comumente apresentados na psicologia clínica, onde um acontecimento pode ser tão raro que qualquer caso único merece ser documentado e analisado. A terceira justificativa para o caso único é o caso representativo ou típico. O objetivo neste caso é captar as circunstâncias e as condições de uma situação diária ou de um lugar comum. O estudo de caso pode representar um projeto típico entre muitos projetos diferentes, como exemplo uma empresa de manufaturas na mesma indústria. As lições aprendidas desses casos são presumidamente informativas sobre experiências da pessoa ou instituição média. A quarta justificativa para o estudo de caso único é o caso revelador. Essa situação existe quando um fenômeno previamente inacessível à investigação da ciência social torna-se possível de observação e investigação por parte de um pesquisador. A quinta justificativa para o estudo de caso único é o caso longitudinal, ou seja, o estudo de um mesmo caso único em dois ou mais pontos diferentes do tempo. A teoria provavelmente especificaria como determinadas condições mudam com o tempo e os intervalos de tempo refletiriam os estágios antecipados em que as mudanças deveriam se revelar. Com relação à justificativa para os projetos de casos múltiplos, segundo Yin (2010), a mesma deriva diretamente do seu entendimento das replicações literais e teóricas. Para projetos de casos múltiplos mais simples, a justificativa seria a seleção de dois ou mais casos considerados replicações literais, como um conjunto de casos com resultados exemplares em relação a algumas questões de avaliação. Para projetos de casos múltiplos mais complicados, os pesquisadores usam um projeto de duas extremidades, onde os casos das duas extremidades foram deliberadamente escolhidos. As justificativas também podem derivar da hipótese anterior de diferentes tipos de condições e o desejo de ter subgrupos de casos cobrindo cada tipo Fontes de evidências em estudos de caso Uma das características do estudo de caso é a possibilidade de obter informações a partir de múltiplas fontes de evidência (BARRATT, CHOI e LI, 2011). De acordo com Yin (2010) a evidência do estudo de caso pode vir de seis fontes: documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. O autor menciona que podem ser incluídas: histórias de vida, técnicas projetivas e testes psicológicos, 6

7 filmes, fotos, vídeos, entre outras. De forma complementar, Stake (1995) descreve a importância dadescrição do contexto como uma possível fonte de coletade informação. O uso das seis fontes de evidências apresentadas por Yin (2010) exige o domínio de diferentes procedimentos de coleta de dados. Além disso, é importante coletar dados sobre os eventos e os comportamentos humanos verdadeiros. Para o autor, nenhuma fonte única tem vantagem completa sobre todas as outras. As várias fontes são altamente complementares, e o ideal seria o uso de tantas fontes quanto possível em um estudo de caso. A documentação inclui o uso de cartas, memorandos, correspondência eletrônica diária, anotações, agendas, documentos administrativos, recortes de jornal e outros. Os documentos são úteis mesmo que não sejam precisos e possam apresentar parcialidades. Para os estudos de caso, a utilização dos documentos é para corroborar e aumentar a evidência de outras fontes (YIN, 2010). Na visão de Stake (1995) a documentação é uma complementaridade às demais fontes de evidência. O autor também ressalta a importância que tais informaçõespodem ter como substitutas a situações que nãopuderam ser observadas diretamente. Registro em arquivos diz respeito a arquivos de uso público, registros de serviços, organizacionais, mapas, gráficos, censos, dados de levantamentos, entre outros (YIN, 2010). A relevância deste tipo de fonte de evidência dependerá do tipo de estudo a ser realizado, e, quando utilizadas, o pesquisador deve ter o cuidado de confirmar as condições sob as quais ela foi produzida e qual o grau de sua precisão, uma vez que a maioria dos registros de arquivos é quantitativa. A entrevista, segundo Yin (2010) é uma das mais importantes fontes de informação para o estudo de caso. As entrevistas são conversas guiadas, não investigações estruturadas. É comum que sejam conduzidas de forma espontânea (perceptiva), e para isto sugere-se cuidado com as influências interpessoais. Segundo Yin (2010), um tipo de entrevista de estudo de caso é a entrevista em profundidade. Nesse tipo de entrevista, o pesquisador pode até pedir ao entrevistado que proponha seus próprios insights sobre determinadas ocorrências, a fim de usar essas proposições como base para futura investigação. Um segundo tipo de entrevista de estudo de caso é a entrevista focada que, apesarde ainda ser espontânea e informal, o pesquisador segue um conjunto de perguntas originadas no protocolo. Um terceiro tipo de entrevista é o levantamento formal que, pode ser projetado como parte de um estudo de caso integrado e produzir dados quantitativos como parte da evidência do estudo de caso. Em geral, as entrevistas são uma fonte essencial de evidência do estudo de caso porque a maioria delas é sobre assuntos humanos ou eventos comportamentais (YIN, 2010). Ainda, Stake (1995), menciona que muito do que não podemos observar tem sido ou é observado pelos outros. Portanto, a capacidade de resgatar descrições e interpretações dos outros é considerada pelo autor como fonte essencial de informação para o estudo de caso. Nesse sentido, a entrevista seria uma forma de captar essas descrições e interpretações. No entanto, boas entrevistas não são fáceis porque dependem da habilidade do pesquisador em fazer as perguntas certas (STAKE, 1995). A observação direta é uma forma de o pesquisador observar comportamentos relevantes ou condições ambientais, desde que os fenômenos de interesse não tenham sido puramente históricos (YIN, 2010). Segundo o autor, as observações diretas podem ser feitas durante a visita de campo, incluindo ocasiões em que outras evidências estão sendo coletadas. Os pontos positivos associados a essa fonte de dados são a capacidade de captar acontecimentos em tempo real, além de tratar diretamente do contexto do evento. A observação participante é uma modalidade especial de observação, na qual o pesquisador tem um papel de participar realmente nos eventos estudados (YIN, 2010). Uma vantagem desse tipo de coleta de informação é perceber a realidade do ponto de vista de alguém que está inserido no caso e não fora dele. 7

8 Uma fonte final de evidência é o artefato físico ou cultural. Segundo Yin (2010), um dispositivo tecnológico, uma obra de arte ou alguma evidência física podem ser classificados como artefatos físicos. Esse tipo de fonte de informação tem uma importância relativamente menor na maioria dos exemplos típicos dos estudos de caso. No entanto quando relevantes, podem ser um componente importante no caso em geral. Cabe acrescentar que a vantagem mais importante para a utilização de múltiplas fontes de evidência é odesenvolvimento de linhas convergentes de investigação, enquanto processo de triangulação de dados (YIN, 2010). Dessa forma, a triangulação de dados, é uma das maneiras de tornar o estudo de caso robusto. Assim, qualquer descoberta ou conclusão em um estudo de caso provavelmente será muito mais convincente e acurado se for baseado em várias fontes distintas de informação (YIN, 2010). Ainda, de acordo com Stake (1995), as rotinas para a triangulação constituem a base para a validação da pesquisa qualitativa A generalização em estudos de caso Outra questão frequentemente discutida nos estudos de caso está relacionada à capacidade de generalização. De acordo com Stake (1995), o objetivo do estudo de caso é tornar compreensível o caso por meio da sua particularização. No entanto, o autor faz menção a pequenas generalizações e grandes generalizações possíveis em estudo de caso. As primeiras dizem respeito às inferências internas que o pesquisador pode fazer sobre determinado caso e, as segundas podem ser relevantes para a modificação de generalizações existentes ou para outros casos ainda não estudados. Para Yin (2010), o estudo de caso, tal como os experimentos laboratoriais não representam uma amostra, assim, são generalizáveis a proposições teóricas, ou seja, generalização analítica, mas não a generalizações estatísticas. Neste sentido, o objetivo é expandir e generalizar teorias. Ainda, para o autor, a generalização analítica pode ser usada se o estudo de caso envolver um ou vários casos, que serão mais tarde referenciados como estudos de caso único ou de caso múltiplo. Como esta análise deve ser feita ou em que sentido a generalizaçãoé possível, Yin não esclarece (EASTON, 2010). Na visão de Easton (2010), a explicação causal em um caso único deve ser baseada sob uma teoria estruturada em termos de um realismo crítico. A melhor explicação, que é a mais consistente com os dados, é o que está sendo investigado. No entanto a generalização de qualquer tipo não é possível, a menos que haja alguma invariância no mundo. Se todos os eventos e suas causas são únicas, então não poderia haver teorias preponderantes. Zucker (2009) afirma que a generalização das conclusões do estudo de caso é limitada ao caso em si ou tipos de casos. No entanto, a atenção a detalhes selecionados melhora a análise e aumenta a clareza de raciocínio. Eisenhardt (1989) aborda a preocupação com a generalização por um processo de análise de casos múltiplos que permitem ao pesquisador extrair conclusões teóricas mais generalistas. Järvensivu e Törnroos (2010), defendem que nem o estudo de caso único e nem os estudos de casos múltiplos devem ser avaliados em termos de generalização do conhecimento (ou seja, a universalidade da teoria), mas sim em termos de saber se os resultados contribuem para percepções contextuais. Dessa forma, segundo os autores, a partir de um ponto de vista construcionista moderado, o objetivo dos estudos de caso, único ou múltiplos, não é para revelar verdades universais, mas para gerar determinado conhecimentoe historicamente específico ao contexto. Neste sentido, determinadas teorias historicamente delimitadas podem ser aplicáveis também a outros contextos, em um sentido não positivista e não probabilístico. Isto pode ser definido como um tipo de generalização analítica, ou transferência, onde a teorização de um determinado contexto de estudo de caso pode ser utilizada para analisar outros contextos relacionados (YIN, 2010). 8

9 3. Procedimentos Metodológicos Este trabalho teve como objetivo analisar o uso do delineamento de estudo de caso em pesquisas realizadas na área de administração da informação do Encontro da AnPAD (EnANPAD). Para tanto, realizou-se um estudo bibliométrico para identificar os tipos de projetos de estudo de caso mais utilizados nos trabalhos publicados na referida área. Pesquisaram-se artigos publicados no período de 2008 a 2012, nos Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD). A coleta foi feita mediante pesquisa eletrônica na base de dados do evento, sendo o critério de busca, os artigos que contivessem a palavra caso no resumo. Para tanto, a palavra caso foi localizada com auxílio da ferramenta de busca de um editor de texto nos resumos de todos os trabalhos da área de Administração da Informação do referido evento, no período acima especificado. O estudo de caso é uma dos métodos mais utilizados em pesquisas na área de administração (MAFFEZZOLLI e BOEHS, 2008). Essa realidade não difere na área de SI, onde também é um dos métodos mais utilizados segundo artigos bibliométricos realizados por Lunardi, Rios e Maçada (2005), Zimmer, Ferreira e Hoppen (2007) e Tajara et al.(2013). Após a busca através da base de dados, realizou-se a seleção dos artigos a serem analisados. Conforme Café e Bräscher (2008), para que a seleção inclua documentos científicos com propriedades similares, é essencial a padronização da descrição física e de conteúdo desses documentos. A seleção inicial reuniu 89 trabalhos. Foram excluídos da análise trabalhos que, apesar de conter a palavra caso no resumo, apenas a mencionavam, mas não tratavam de um delineamento de estudo de caso. Após a seleção inicial, procedeu-se a leitura do objetivo e metodologia dos estudos. Em determinados casos, houve a leitura integral dos textos, buscando uma maior compreensão do delineamento de pesquisa adotado. Posteriormente à leitura dos artigos, 77 compuseram a amostra final por contemplarem os requisitos propostos. Esses trabalhos foram classificados de acordo com: (i) tipo de estudo de caso, (ii) justificativa para o tipo de projeto de estudo de caso utilizado e; (iii) fonte de evidências. A figura 1 apresenta o modelo de pesquisa utilizado neste estudo. Tipo de Estudo de Caso Caso Único Casos Múltiplos Holístico Integrado Holístico Integrado Justificativa para o projeto de Estudo de Caso Crítico Peculiar Representativo Revelador Longitudinal Fontes de Evidência Entrevista Análise Documental Observação direta Observação do participante Artefatos físicos Figura 1 Desenho de Pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores com base em Yin (2010) No que se refere especificamente à análise dos trabalhos, a mesma foi realizada adotando-se os pressupostos teóricos sobre estudo de caso de Yin (2010). Segundo esse autor, os projetos de estudo de caso podem ser classificados como: Tipo 1 projetos de caso único (holísticos); Tipo 2 projetos de caso único (integrados); Tipo 3 projetos de casos múltiplos (holísticos) e; Tipo 4 projetos de casos múltiplos integrados. Quanto à justificativa para esses tipos de projetos, a mesma pode ser quando o projeto representa um caso crítico, extremo ou peculiar, típico, revelador ou longitudinal. No que se refere às fontes de evidências, de acordo com o autor, as mais comumente usadas na realização dos estudos de caso são: documentação, registro em arquivos, entrevistas, observações diretas, observação do participante e artefatos físicos. Neste estudo, para fins de simplificação, as fontes de evidências adotadas para análise foram: entrevistas, análise 9

10 documental, observação direta, observação do participante e artefatos físicos. Cabes salientar que o detalhamento das classificações acima foi descritas no arcabouço teórico. 4. Apresentação, análise e discussão dos resultados A análise dos dados versará, nas próximas subseções sobre o tipo de estudo de caso, justificativa para o tipo de projeto de estudo de caso utilizado e; por fim as fontes de evidências abordadas nos artigos Tipos de projetos de estudo de caso Ao analisar os trabalhos selecionados, no que se refere aos tipos de projetos de estudo de caso, conforme os dados da Tabela 1, a maioria se caracteriza por ser estudo de caso único holístico. De um total de 77 trabalhos analisados, 54 se enquadram nessa tipologia. De acordo com Yin (2010), se o estudo de caso examinar apenas a natureza global de uma organização ou de um programa, há um projeto holístico. Assim, de acordo com o autor, esse tipo de estudo de caso contempla apenas uma unidade de análise, sendo os resultados analisados de um ponto de vista global da mesma. Tabela 1 Tipos de estudo de caso Único Múltiplo Ano Nº artigos Holístico Integrado Holístico Integrado Fonte: Dados da pesquisa Ainda, com relação à tipologia de estudo de caso único, nos trabalhos investigados, encontrou-se apenas 7 estudos de caso único integrado. Segundo Yin (2010), os projetos de estudos de caso único integrados são definidos quando há mais de uma unidade de análise. De acordo com o autor, isso ocorre quando, em um caso único a atenção também é dirigida a uma ou maissubunidade. Com relação aos estudos de caso múltiplos, todos os trabalhos que contemplavam esse tipo de projeto se caracterizaram por ser holísticos. Da mesma forma que nos estudos de caso único holísticos, estes estudos contemplaram uma análise da natureza global de uma organização ou de um programa. Ainda, esse tipo de projeto de estudo de caso, mantém uma única unidade de análise, apesarde manter um caráter mais robusto, por ter mais de umcaso analisado e de ser considerado mais convincente (YIN, 2010). Cabe lembrar que nem todos os artigos analisados apresentaram explicitamente essa classificação. No entanto, com base em Yin (2010), a partir da leitura aprofundada dos trabalhos que não mencionaram a que tipo de estudo de caso se referiam, foi possível enquadrá-los em uma das tipologias propostas por Yin Justificativa para os projetos de estudo de caso De acordo com Yin (2010), ao se projetar um estudo de caso é importante ter condições que justificam o estudo em questão. Neste sentido, o autor propõe cinco justificativas para estudos de caso único e justificativas no que se refere a replicações literais e teóricas para estudos de caso múltiplos. Cabe salientar que, embora nos trabalhos analisados os autores tenham se preocupado em descrever os critérios para a escolha do caso, não se preocuparam em justificar explicitamente o fato de ser um caso único, ou múltiplo. Sendo assim, os estudos analisados foram classificados de acordo com os pressupostos de Yin (2010), sendo necessária para tal, uma análise aprofundada da teoria e das descrições realizada pelos autores nos seus respectivos estudos. 10

11 Dessa forma, os resultados desta pesquisa revelam que a maioria das justificativas utilizadas para a efetivação dos estudos de caso único analisados foi a de caso representativo ou típico. De acordo com Yin (2010), o objetivo desses estudos é captar as circunstâncias e as condições de uma situação diária ou de um lugar comum. Neste contexto, o estudo de caso pode representar um projeto típico entre muitos projetos diferentes, como exemplo uma escola representativa ou um bairro urbano típico. Tabela 2 Justificativa para projetos de estudo de caso Caso Único Caso Múltiplo Ano Nº artigos Crítico Peculiar Representativo Revelador Longitudinal Múltiplo Fonte: Dados da pesquisa Salienta-se que a justificativa para caso único revelador não se fez presente nos estudos analisados. Ainda, observa-se um baixo número de estudos de caso único justificáveis por serem peculiares ou longitudinais. Esses resultados podem estar associados à área de pesquisa investigada, ou seja, administração da informação, na qual é mais trivial estudos em empresas que se destacam na referida área. No que tange a justificativa para estudos de casos múltiplos, a análise dos dados permitiu evidenciar 16 trabalhos que contemplavam justificativas relacionadas ao entendimento de replicações literais e teóricas. De acordo com Yin (2010), as justificativas para esses estudos também podem derivar da hipótese anterior de diferentes tipos de condições e o desejo de ter subgrupos de casos cobrindo cada tipo. Salienta-se que nem todos os trabalhos analisados apresentaram a justificativa para o projeto de estudo de caso. A identificação do tipo de justificativa para esses trabalhos foi possível a partir de uma leitura aprofundada dos mesmos, considerando os pressupostos de Yin O número de trabalhos classificados com representativos talvez sofram o viés da classificação arbitrária dos autores do presente artigo pela ausência da especificação ou justificativa para escolha do caso objeto de estudo nos artigos analisados. Sabe-se que, por vezes os casos são escolhidos por acessibilidade do pesquisador e sua representatividade pode ser questionada Fontes de evidências No que se refere aos tipos de fontes de evidências utilizadas nos estudos analisados, pode-se observar pelos dados da Tabela 3 que a maioria dos pesquisadores utilizou múltiplas fontes de informação, tendo como preferências a entrevista e a análise documental. De acordo com Yin (2010), a entrevista é uma das mais importantes fontes de informação para o estudo de caso. Dessa forma, a prevalência do uso desse tipo de recolha de dados se justifica pela credibilidade da mesma reconhecida por Yin. Ainda, sobre a análise documental, segundo Yin (2010), os documentos são úteis mesmo que não sejam precisos e possam apresentar parcialidades. Para os estudos de caso, a utilização dos documentos é para corroborar e aumentar a evidência de outras fontes. Na visão de Stake (1995) a documentação é uma complementaridade às demais fontes deevidência. Ano Tabela 3 Tipos de fonte de evidências Análise Observação Observação Nº artigos Entrevista documental direta participante Artefatos físicos Total - fonte evidências

12 Fonte: Dados da pesquisa Com relação ao uso de artefatos físicos, apenas um estudo utilizou essa fonte de evidência para recolha dos dados. Há que se mencionar que esse tipo de fonte de evidência poderia ser mais utilizado nesta área de estudo, visto se tratar de um sistema de informação, muitas vezes. Cabe acrescentar que em todos os anos foram encontrados trabalhos que usaram para a coleta de dados o questionário, no entanto esse instrumento não está relacionado nas principais fontes de evidências abordadas por Yin (2010). O autor menciona que além das fontes de evidências mais comumente usadas existem outras, mas não enfatiza o questionário, no entanto, cita na fonte de evidência entrevista, questões mais estruturadas na linha de um levantamento formal, a fim de produzir dados quantitativos, mas sem mencionar o questionário. No livro de Yin (2010) que é base para os pesquisadores que utilizam o método, o autor faz menção rápida sobre o levantamento como forma de coleta de evidências, não tece maiores comentários, mas específica que na sequência o levantamento deverá seguir os passos que são preconizados para o mesmo. Aqui se pode depreender que se pode utilizar dentro do estudo de caso o tipo de pesquisa survey, com questionário estruturado com questões fechadas, inclusive dando tratamento estatístico quantitativo. Assim, surge uma questão muito relevante, o que diferenciaria um estudo de caso de uma pesquisa survey, visto os dois métodos encontrarem-se no mesmo patamar. A pesquisa survey é classificada como tal quando se utiliza um grupo (população) e se procura opiniões e características sobre o mesmo, mas os resultados não estão restritos àquele grupo, e sim ao problema de pesquisa estudado, já no estudo de caso, pode-se proceder um levantamento através de questionário, mas o fenômeno e o contexto não estão claramente separados, volta-se a definição dada para o estudo de caso, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos. O levantamento é realizado dentro de todos os preceitos de survey, mas os resultados são restritos àquele caso devido as relações entre o espaço de realização e o problema de pesquisa. Dessa forma, no que se refere ao número de vezes que o questionário foi apresentado como fonte de evidência nos trabalhos pesquisados, o ano de 2009 foi o de maior número, ou seja, foram sete trabalhos que utilizaram o questionário como coleta dados. Por outro lado, os trabalhos publicados no ano de 2008 foram os que menos utilizaram essa fonte de coleta, ou seja, somente dois trabalhos utilizaram essa forma de coleta Tendências gerais sobre estudos de caso As tendências observadas nos trabalhos investigados dizem respeito ao tipo e a natureza da pesquisa que estão sendo conduzidas nesses estudos. Conforme dados da Tabela 4, há uma propensão aos estudos exploratórios, seguidos de estudos descritivos e dos exploratóriodescritivos. De acordo com Gil (1999), os estudos exploratórios proporcionam uma maior flexibilidade na busca de informações sobre determinado problema, visando a torná-lo mais claro e possibilitando a construção de novas ideias sobre o tema abordado. Com relação aos estudos descritivos, conforme Triviños (1987), esses estudos tem como objetivo descrever com exatidão fatos e fenômenos de determinada realidade, não se restringindo apenas à coleta, ordenação e classificação dos dados, uma vez que este tipo de estudo também possibilita que se estabeleçam relações entre variáveis (GIL, 1999). 12

13 Tabela 4 Tipos de Pesquisa Ano Nº artigos Exploratória Descritiva Explicativa Exploratória/Descritiva Não apresentou classificação Fonte: Dados da pesquisa A visão de Yin (2010), com relação ao propósito do estudo de caso é de que o mesmo pode ser conduzido por meio de investigações exploratórias, descritivas ou explicativas. Segundo o autor, o pesquisador deve ser capaz de identificar situações nas quais todos os métodos de pesquisa possam ser relevantes. Dessa forma, o pesquisador pode usar métodos múltiplos em qualquer estudo determinado, ou seja, um levantamento em um estudo de caso ou um estudo de caso em um levantamento. Neste caso, os vários métodos não são mutuamente exclusivos. Embora os pressupostos de Yin (2010) creditem estudos de casos também como pesquisa explicativa, ainda há um número reduzido de trabalhos dessa natureza, publicados na área de administração da infomação. Conforme os dados da Tabela 4, as publicações que contemplam esse tipo de pesquisa não ultrapassram 4 na área estudada e na base de dados pesquisada. Cabe acrescentar que a partir da análise dos trabalhos, foi possível observar um número considerável de estudos que não apresentou classificação com relação ao propósito da pesquisa. Um total de vinte trabalhos não foram classificados com relação ao tipo de pesquisa. Com relação à natureza da pesquisa, de acordo com a Tabela 5, observa-se uma maior concentração de estudos qualitativos, principalmente no ano de 2009 que contemplou 17 estudos. Por outro lado os estudos de cunho quantitativo tiveram um número não expressivo, uma vez que foram publicados 8 trabalhos durante o período investigado, sendo que no ano de 2008 não foi encontrado nenhum estudo quantitativo. Tabela 5 - Natureza da Pesquisa por ano de publicação Não apresentou Ano Nº artigos Quantitativo Qualitativo Quanti-Quali classificação Fonte: Dados da pesquisa As constatações acima elucidadas vão ao encontro da visão errônea que alguns pesquisadores têm a respeito do estudo de caso, rotulando-os como exclusivamente qualitativos. De acordo com Meirinhos e Osório (2010), os estudos de caso, na sua essência, parecem herdar as características da investigação qualitativa. Esta parece ser a posição dominante dos autores que abordam a metodologia dos estudos de caso. Contudo, de acordo com Yin (2010), os estudos de caso podem incluir detalhes e até mesmo ser limitados à evidência quantitativa. 5. Considerações Finais Os limites, tanto sobre o interesse como sobre os resultados proporcionados por determinado métodode pesquisa, parecem ser alguns dos principais pontos de tensão na discussão teórica sobre o método do estudo de caso (MAFFEZZOLLI e BOEHS, 2008). De acordo com Yin (2010), o estudo de caso faz sentido se apoiar numa estrutura metodológica 13

14 rigorosa, partindo de um problema iniciado com porquê ou como e onde sejam claros os objetivos e o enquadramento teórico da investigação. No entanto, o que se observa de acordo Barratt, Choi e Li (2011) é uma falta de consistência na forma como o método de estudo de caso tem sido aplicado. Conforme os autores é preciso melhorar o rigor nos estudos de caso, visando oferecer detalhes suficientes nos projetos de pesquisa, como coleta e análise de dados, principalmente quando estão envolvidos estudos qualitativos. Diante deste contexto, este estudo buscou analisar o uso do delineamento de estudo de caso em pesquisas realizadas na área de Administração da informação do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração no período o de 2008 a A partir desse objetivo foram investigados os tipos de projeto de estudo de caso mais utilizados, a justificativa apresentada para o tipo de estudo de caso empregado e as fontes de evidências utilizadas nos estudos. Assim, a Tabela 6 apresenta uma visão geral descritiva da natureza dos estudos de caso publicados na área de administração da informação. No que diz respeito à tipologia de estudos de caso, há uma tendência dos pesquisadores investigarem apenas uma unidade de análise, fato confirmado pelo percentual desse tipo de estudo, ou seja, de 77 trabalhos analisados, 61 (79,22%) são estudos de caso único. No que se refere ao tipo de justificativa utilizado para a credibilidade do estudo de caso, há uma preferência por casos representativos, ou seja, 61,03% dos trabalhos apresentaram como justificativa para a condução do estudo de caso situações, na qual a unidade de análise, em determinado contexto se faz representar por particularidades relevantes. De acordo com Yin (2010), o objetivo desses estudos é captar as circunstâncias e as condições de uma situação diária ou de um lugar comum. Talvez o baixo número de estudos justificáveis por outras opções seja decorrente da área na qual os estudos foram investigados, isto é, administração da informação. No que tange as fontes de evidências utilizadas para operacionalização dos estudos analisados, há uma predominância da recolha de dados por meio da entrevista e análise documental. Esses achados podem estar relacionados ao fato da entrevista ser uma das mais importantes fontes de informação para o estudo de caso (YIN, 2010), bem como a análise documental se apresentar como complementar às demais fontes de evidência (STAKE, 1995). É importante salientar que as múltiplas fontes são citadas em várias situações na seção método e nos resultados são negligenciados, ou seja, não consta como foram utilizados essas diferentes fontes de evidências. Os resultados da análise das fontes de evidência se restringem às entrevistas. De acordo com Yin (2010), um ponto forte da coleta de dados do estudo de caso é a oportunidade de usar diferentes fontes de evidência, o que permite ao investigador abordar uma variação maior de aspectos históricos e comportamentais. Dessa forma, a vantagem mais importante apresentada pelo uso de fontes múltiplas de evidência, é o desenvolvimento de linhas convergentes de investigação, um processo de triangulação e corroboração do estudo. Tabela 6 - Natureza dos estudos de caso publicados no EnANPAD - área de administração da informação, Frequência Percentagem Tipologia de estudo de caso Único 61 79,22 Múltiplos 16 20,78 Tipo de justificativa para o estudo de caso Crítico 11 14,29 Peculiar 2 2,60 Representativo 47 61,03 Revelador 0 0,00 Longitudinal 1 1,30 14

15 Múltiplo 16 20,78 Fonte de Evidências Entrevista 62 80,52 Análise documental 49 63,63 Observação direta 20 25,97 Observação participante 4 5,19 Artefatos físicos 1 1,29 Natureza da pesquisa de estudo de caso Qualitativa 52 67,53 Quantitativa 8 10,39 Quanti-quali 11 14,29 Não apresentou classificação 6 7,79 Propósito do estudo de caso Exploratório 29 37,68 Descritivo 12 15,58 Exploratório/Descritivo 12 15,58 Explicativo 4 5,19 Não apresentou classificação 20 25,97 Fonte: Dados da pesquisa Com relação à natureza da pesquisa utilizada nos estudos de caso, observou-se uma predominância dos estudos qualitativos, ou seja, 67,53% dos trabalhos analisados se valeram de análises qualitativas. Esses achados podem estar associados a visão que alguns pesquisadores têm a respeito do estudo de caso, rotulando-os como exclusivamente qualitativos. Por fim, analisou-se o propósito dos estudos de caso e, conforme os dados da Tabela 6 pode-se observar que há uma tendência dos estudos exploratórios. Esse tipo de propósito corresponde a estudos de caso de tipo instrumental emque o investigador usa o caso para compreender outra coisa (STAKE, 1995), ou seja, procura chegar a hipóteses de trabalhopassíveis de transcenderem o caso em si e orientarem futurasinvestigações. Diante dos resultados encontrados neste estudo, sugerem-se pesquisas futuras com o objetivo de discutir não só a presença dos elementos do método, mas também a qualidade com que esses elementos foram abordados em artigos da área de administração da informação. Também se sugere a análise do delineamento do estudo de caso em outras áreas do conhecimento. Referências ALVES-MAZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n.129, pp , BARRATT, M.; CHOI, T. Y.; LI, M. Qualitative case studies in operations management: Trends, research outcomes, and future research implications. Journal of Operations Management, v. 29, pp , CAFÉ, L. M. A.; BRÄSCHER, M. Organização da informação e bibliometria. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 13, n. 1, p , COUTINHO, C. P.; CHAVES, J. H. O estudo de caso na investigação emtecnologia Educativa em Portugal. Revista Portuguesa de Educação, v. 15, n. 1, pp , DINIZ, E. H.; PETRINI, M.; BARBOSA, A. F.; CHRISTOPOULOS, T. P.; SANTOS, H. M. Abordagens Epistemológicas em Pesquisas Qualitativas: Além do Positivismo nas Pesquisas na Área de Sistemas de Informação. In. ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 30, 2006, Salvador. Anais...Salvador: ANPAD,

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