Análise da elasticidade preço-demanda de diferentes tipos de carnes
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- Sônia Aldeia Van Der Vinne
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1 Análise da elasticidade preço-demanda de diferentes tipos de carnes Wylmor Constantino Tives Dalfovo (UNEMAT) Caio Cesar de Souza (UNEMAT) Janaína Lisboa (UNEMAT) Resumo Ao identificar as demandas existentes para cinco tipos diferentes de carne na cidade de Sinop MT, sendo verificados num supermercado os preços e demandas, de junho de 2005 a dezembro de Inicialmente foram contempladas as principais teorias sobre demanda, os fatores que podem influenciá-la e as teorias de elasticidade. Levantando as demandas individuais de cada tipo de carne por período e analisando em relação às variáveis consumo e preço, usa-se para isso a ferramenta da elasticidade como forma de avaliação. Para tanto, se demonstrou métodos e técnicas de pesquisa para a condução do desenvolvimento como o método de abordagem dedutivo, com aplicação dos métodos de procedimento funcionalista, estatístico e estruturalista, com as tipologias de pesquisa bibliográfica, quantitativodescritivas e explicativas, e com a elaboração de um banco de dados com as informações sobre consumo e preços mensais das carnes vendidas pelo supermercado. Foram alcançados para a lingüiça os valores de elasticidade que se comportaram invariavelmente, sendo todos elásticos, porém com valores da elasticidade muito variadas. Para o tipo de carne frango, a elasticidade oscilou entre a elasticidade e a inelasticidade no período estudado, em função de esse produto é complementar se correlacionados com as carnes bovinas. Para os três tipos de carne bovinas, sendo respectivamente fraldinha, picanha e costelas, o caso mais atípico ficou por conta da fraldinha, que apresentou todos os valores inelásticos para o período estudado, sendo que para os dois outros tipos de carne, verificaram-se elasticidades variadas. Palavras-chave: Carnes, Elasticidade, Sinop. 1. Introdução Em 2005 o mundo enfrentou uma crise de alimentos em grande parte dos países, motivado principalmente pela diminuição da oferta, seja por fatores climáticos, por aumento de preços, ou por fatores endógenos como problemas políticos, econômicos, sociais. As carnes em geral também não ficaram inerentes a este processo, e como fatores principais podem-se destacar os aumentos do consumo mundial, mas principalmente o consumo interno que veio crescendo paulatinamente a partir de 2003; as classes com renda mais baixas começaram demandar mais alimentos, promovendo a elevação da procura e conseqüentemente como não houve uma elevação na oferta no mesmo grau que a demanda e assim houve uma redução da oferta, promovendo um encarecimento nos produtos alimentícios. UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 1
2 A prosperidade das economias mundiais, com ênfase dos países emergentes contribui para esse aumento do consumo mundial. Como a carne é um dos produtos favoritos no prato dos brasileiros, é de grande relevância analisar o comportamento da demanda, onde a mesma esta ligada a vários fatores como, preços, preferência, qualidade, gosto e a restrição orçamentária. Essa análise comparativa será realizada através dos elementos microeconômicos e estatísticos. A utilização desses elementos microeconômicos na tomada de decisões é muito importante, principalmente em momentos de crise. A microeconomia esta relacionada a comportamento individual de uma empresa ou de consumidores, ela mostra como os agentes econômicos tomam suas decisões de compra, que são influenciadas de acordo com a variação dos preços e renda. O presente trabalho contará com um banco de dados fornecido por um supermercado do município de Sinop - MT. Será realizada uma abordagem macro econômica para o enriquecimento de informações buscando possíveis respostas para alguma analises Problema da Pesquisa Ultimamente os alimentos estão cada vez mais inflacionados em âmbito global. Governos e organizações internacionais estão preocupados, com esse aumento que afeta em maior grau a população de baixa renda, pelo fato de que os consumidores necessitarão de maiores recursos financeiros para aquisição dos mesmos e prova que o mundo está chegando ao seu limite se não houver novas renovações tecnológicas. O consumo de carne no Brasil esta se igualando as dos países desenvolvidos, ultrapassando 80 quilos por habitante por ano. A carne bovina é responsável por 13,2% dos gastos com alimentação domiciliar de uma família, atrás em importância somente do leite. Por ser alimento nobre e indispensável na mesa dos consumidores, as variações de preços são significativas, principalmente para aqueles de baixa renda. (PINATTI, 2006). Na cidade de Sinop a produção de gado por habitante vem crescendo desde 2001, e em 2005 temos quase 10 cabeças de gado por pessoa como podemos analisar através do gráfico. Gráfico 1. Bovinos por habitante. UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 2
3 De acordo com tais argumentos, tem-se a seguinte questão: Quais seriam as elasticidades demanda-preço dos cinco tipos diferentes de carnes pesquisados no período de junho de 2005 a dezembro de 2005 em supermercado no município de Sinop MT, quais seriam as possíveis variáveis que influenciariam a demanda? 1.2. Objetivo Geral Descrever e analisar os indicadores de elasticidade demanda-preço para cinco tipos diferentes de carne em um supermercado de Sinop/MT, buscando compreender as alterações de demanda, preço e o seu relacionamento com uma proposta de análise de dados macroeconômicos Objetivo Específico Verificar as quantidades demandadas dos cinco tipos de carne no período em estudo e seus respectivos preços; Aplicar a ferramenta de elasticidade demanda-preço para os cinco tipos diferentes de carnes em Sinop; Analisar se os comportamentos verificados de acordo com os resultados da elasticidade estão consoantes com a teoria microeconômica. 1.4 Justificativa O Brasil é um dos principais consumidores carnes do mundo e são importantes na alimentação da população e estas têm grande destaque na economia do setor agropecuário O estado de Mato Grosso que possui o maior rebanho bovino do Brasil e é formado por uma grande mistura de pessoas sofreu uma grande influência principalmente dos sulistas que são grandes consumidores de carnes. A cidade de Sinop é um desses redutos dos grandes apreciadores de carne. Baseado neste comportamento da população se notou a necessidade da realização de um estudo detalhado do comportamento dos consumidores para com o consumo da carne da cidade. Em consideração a importância desses produtos aos consumidores, justifica-se análise de mecanismos microeconômicos para verificar o comportamento da demanda diante das variações de preços e o relacionamento de diferentes tipos de carne estabelecendo e quantificando esse relacionamento, e determinando as relações de substituição e complementaridade existente entre os tipos de carne para variações nos preços respectivos. UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 3 A instituição analisada tem notável importância para os consumidores, pois atende uma significativa demanda tanto do próprio município, quanto dos municípios vizinhos, dessa forma os resultados deste trabalho poderá ser de grande valia para formação de estratégia de oferta das carnes no decorrer do tempo, como também para as políticas sociais voltadas a classes de renda baixa facilitando o acesso a esse mercado.
4 A população de baixa renda busca a cada instante maximizar sua renda, dessa forma o estudo das variações de preços e o relacionamento entre os diferentes tipos de carne são significativas para que a mesma tenha informações reais do preço final repassado aos consumidores. O estudo tem importância para a ciência econômica, pois serão aplicados os conteúdos de várias disciplinas que foram estudadas no decorrer do curso de economia como a microeconomia, matemática aplicada, economia de empresas, econometria e etc. 2. Metodologia 2.1. Método de abordagem O método de abordagem desta pesquisa será de acordo com o método dedutivo, ou seja, partindo de um enunciado geral para especifico, afirma ANDRADE (1999, p.131). A dedução é o caminho das conseqüências, pois uma cadeia de raciocínio em conexão descendente, isto é, do geral para o particular, leva a conclusão. Segundo esse método, partindo de teorias e leis gerais, pude-se chegar à determinação ou previsão e fenômenos particulares Métodos e Procedimentos da Pesquisa O método de procedimento será funcionalista, porque serão interpretados os dados de uma instituição para caracterizar comportamento das variáveis microeconômicas, conforme Andrade (1999) o método funcionalista enfatiza as relações e ajustamento entre diversos componentes de uma cultura ou sociedade. Este método estuda a sociedade do ponto de vista da função e suas unidades vista que considera toda a atividade social e cultural como funcional ou como desempenho de funções. Será utilizado o método estatístico para manipulação e analise dos dados proporcionado um melhor entendimento. O papel do método estatístico é antes de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade considerando como um todo organizado, mas a estatística pode ser considerado mais do que apenas um meio de descrição racional, é também, um método de experimentação e prova, pois é método de análise. (LAKATOS e MARCONI, 1994, p.83:84). O método estruturalista também será utilizado, pois o estudo é com base na realidade buscando entender as questões estruturais do mercado. Segundo Andrade (1999) o método estruturalista caminha do concreto para o abstrato e vice-versa, dispondo, na segunda parte, de um modelo para analisar a realidade dos diversos fenômenos. UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop Tipologia e Técnicas de Pesquisa
5 Para desenvolvimento deste trabalho será utilizada à pesquisa bibliográfica, que através de análises teóricas poderemos fundamentar o estudo e suas variáveis que influenciam a pesquisa realizada. Utilizou-se também da pesquisa quantitativa-descritiva, pois através dessa técnica de pesquisa buscou-se quantificar o consumo dos tipos de carne envolvidos no estudo e descrever o comportamento do agente consumidor quando da oferta do bem. Utilizou-se também da técnica de pesquisa explicativa, que através dos registros da pesquisa pode-se explicar o porque das oscilações do consumo e seus mecanismos Procedimentos e Instrumentos de Pesquisa Utilizou-se da montagem de um banco de dados através dos dados coletas em um supermercado de grande porte no município de Sinop-MT, aonde através desse bancos de dados optou-se por separar a ordem do consumo dos tipos de carne mensalmente, e a partir dessa série de dados analisar o comportamento utilizando da ferramenta da elasticidade para avaliá-los. Os dados são apresentados em formato de tabelas e gráficos, posteriormente sendo seguidos de análises teóricas que fundamentam o seu comportamento. Foram utilizados para isso um editor de texto e uma planilha eletrônica para mensurar e descrever os dados. 3. Análise e Apresentação dos Resultados Serão demonstrados os dados do consumo de cinco tipos de carne de acordo com a pesquisa realizada em um supermercado de grande porte no município de Sinop-MT no período de junho de 2005 a dezembro de 2005 e a elasticidade de cada tipo de carne consumida no período em estudo. Os dados das tabelas serão utilizados para o cálculo da elasticidade preço-demanda, mostrando as variações existentes para o período estudado. ηd = Variação % quantidade Variação % preço ηd = Variação % quantidade Q Q Variação % preço = P UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 5 ηd = P Q X Q P P
6 Tabela 1. O consumo do tipo lingüiça no período de Junho a Dezembro de Mês Consumo Valor Preço/Kg Lingüiça Junho 321, ,33 5,79 Qd P$ Elasticidade Julho 226, ,62 5,59-0, , ,59 Agosto 419, ,65 5,15 0, , ,85 Setembro 91,28 455,40 4,99-0, , ,18 Outubro 214, ,84 6,01 1, , ,57 Novembro 182, ,49 6,07-0, , ,56 Dezembro 274, ,41 6,01 0, , ,89 Tabela 2. O consumo do tipo picanha no período de Junho a Dezembro de Mês Consumo Valor Preço/Kg Picanha Junho 202, ,21 15,60 Qd P$ Elasticidade Julho 519, ,79 14,32 1, , ,13 Agosto 588, ,99 13,94 0, , ,04 Setembro 630, ,35 15,66 0, , ,57 Outubro 520, ,52 15,39-0, , ,06 Novembro 422, ,01 15,57-0, , ,07 Dezembro 217, ,20 18,22-0, , ,86 Tabela 3. O consumo do tipo fraldinha no período de Junho a Dezembro de Mês Consumo Valor Preço/Kg Fraldinha Junho 758, ,16 4,51 Qd P$ Elasticidade Julho 1098, ,85 4,33 0, , ,08 Agosto 580, ,59 4,65-0, , ,15 Setembro 886, ,78 4,27 0, , ,15 Outubro 500, ,65 5,71-0, , ,77 Novembro 835, ,10 5,51 0, , ,05 Dezembro 1222, ,67 5,26 0, , ,09 Tabela 4. O consumo do tipo costela bovina no período de Junho a Dezembro de Mês Consumo Valor Preço/Kg Costela bovina Junho 6.219, ,60 2,99 Qd P$ Elasticidade Julho 7.901, ,23 2,72 0, , ,99 Agosto 6.983, ,55 2,65-0, , ,51 Setembro 5.766, ,08 3,26-0, , ,75 Outubro 6.724, ,43 3,84 0, , ,93 Novembro 5.980, ,20 3,51-0, , ,28 Dezembro 8.905, ,10 3,49 0, , ,82 UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 6
7 Tabela 5. O consumo do tipo frango no período de Junho a Dezembro de Mês Consumo Valor Preço/Kg Frango Junho 5.984, ,23 2,52 Qd P$ Elasticidade Julho 6.421, ,05 2,48 0, , , Agosto 5.768, ,46 2,53-0, , , Setembro 6.455, ,54 2,55 0, , , Outubro 5.812, ,37 3,00-0, , , Novembro 6.170, ,83 3,07 0, , , Dezembro 6.722, ,43 2,92 0, , , Tabela 6. Elasticidade Geral. Carnes Lingüiça Picanha Fraudinha Costela Bovina Frango Elasticidade 8,59 elástica 19,13 elástica -0,9 inelástica. 2,99 elástica 4,60 elástica 4. Considerações Finais Cada tipo de carne teve oscilação diferente umas sendo elásticas outras inelásticas. Houve características sazonais de 3 tipos de carnes, frango, Costela Bovina e Fraudinha apresentam nos meses de julho e dezembro seus pontos de maior consumo diferentemente de picanha e lingüiça que não demonstram pontos sistêmicos que comprovem um período sazonal de maior consumo. A fraudinha foi a única carne que possuiu a inelasticidade, ou seja, não possuí um vinculo tão forte entre preço e quantidade, ou seja, pelo fato deste alimento ser consumido em determinados situações como o tradicional churrasco para estes indivíduos não faz tanta importância o preço mas sim o produto. Com o aumento paulatino da renda nos últimos anos não é possível fazer uma comparação com renda entre consumo do mesmo ano, já que a renda não varia mês a mês e sim ano a ano, por isso mesmo com os dados de renda que é cotado anualmente não se pode formular alguma analise em cima destas variáveis que estão cotadas por mês. 5. Referencias Bibliográficas UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 7 ANDRADE, Maria de. Introdução a Metodologia do Trabalho Cientifico; Elaboração de trabalhos de Graduação. 4º ed. São Paulo: Atlas, 1999.
8 BATALHA, Mario Otavio. Gestão Agroindustrial. 3º ed. São Paulo: Atlas, CARVALHO, Luiz Carlos P. Microeconomia Introdutória. 2º ed. São Paulo: Atlas,2000. CUNHA, Fleury Cardoso. Microeconomia: Teoria, Questões e Exercícios. São Paulo: Makron Books, CUNHA, Fleury Cardoso. Microeconomia: Teoria, Questões e Exercícios. Campinas, SP:Alínea, DAVID, R. Anderson, DENNIS J. Sweenney e WILLIAMS, Thomas A. Estatística a Administração e Economia. São Paulo: Thomson, EATON, B. Curtis & EATON, Daiane F. Microeconomia. 3º ed. São Paulo: Atlas, GÁROFALO, Gilson de Lima. ET AL. Teoria Microeconômica. 3º ed São Paulo: Atlas, HOFFMANN, Rodolfo. Estatística para economistas: 3º ed. São Paulo: Saraiva, KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5º ed. São Paulo: Atlas, LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Cientifica. 2º ed. São Paulo: Atlas, MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: Fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, NEVES, Marcos Fava. et AL. Marketing e Estratégia de Agronegócio e Alimentos. São Paulo: Atlas, PASSOS, Carlos Roberto Martins & NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. São Paulo: Thomson Learning, UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 8 PINDYCK, Robert S. ET AL. Microeconomia. 5º ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
9 ROSSETTI, José Paschoal. Introdução a economia. 20º Ed. São Paulo: Atlas, WONNACOTT, Paul & WONNACOTT, Ronald. Economia. 2º Ed. São Paulo: Makron Books,1994 UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Sinop 9
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