DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DOS CÓRREGOS PINDAÍBA, MARIMBONDO E TENDA, UBERLÂNDIA-MG
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1 DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DOS CÓRREGOS PINDAÍBA, MARIMBONDO E TENDA, UBERLÂNDIA-MG DEAMO, J.C.M 1 ; VALLE JUNIOR, R.F. do 3 ; VIEIRA, D.M.S 2 ; VIEIRA, T.A 4 ; COUTO, R.G.C.¹ ¹ Graduando do Curso Superior de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do IFET TRIÂNGULO-Campus Uberaba-MG deamo.julio@gmail.com; ² Graduando do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFET TRIÂNGULO-Campus Uberaba-MG ³ Doutor Agronomia (produção vegetal), Professor efetivo do IFET TRIÂNGULO-Campus Uberaba-MG renato@iftriangulo.edu.br. 4 Graduando do Curso Superior de Bacharelado em Engenharia Agronômica do IFET TRIÂNGULO-Campus Uberaba-MG RESUMO: O presente trabalho foi realizado nas microbacias do rio Pindaíba,Marimbondo e Tenda; pertencente a bacia do rio Araguari,MG, que consistiu na realização do diagnóstico físicoconservacionista. A pesquisa se deu em uma área de 90,26 km 2, donde se utilizando a metodologia do Coeficiente de Rugosidade (RN) e analise morfométrica das redes de drenagem, elaborou-se a distribuição das classes de aptidão de uso da terra, comparando-as com atual uso e ocupação. A microbacia do córrego Pindaíba e Tenda apresentam médio a baixo risco a enchentes enquanto o Marimbondo possui alto risco.quanto ao potencial de aptidão de uso, todas as microbacias analisadas podem se utilizadas para fins agrícolas, tomando como base a metodologia do RN. Palavras chave: coeficiente de rugosidade, morfometria. INTRODUÇÃO A bacia hidrográfica é uma unidade geomorfológica fundamental da superfície terrestre, considerada como principal unidade fisiográfica do terreno, porque suas características governam, no seu interior, todo o fluxo superficial da água. Constitui, portanto, uma área ideal para o planejamento integrado do manejo dos recursos naturais no meio ambiente por ela definido. A noção de bacia obriga, naturalmente, a existência de divisores d água, cabeceiras ou nascentes, cursos d água principais, afluentes, subafluentes, bem como, uma hierarquização dos canais escoadouros e uma distribuição dos solos predominantes (TUCCI, 2004). MORAIS (1997) afirma que o conhecimento do uso atual da terra é um pré-requisito importante para o planejamento integral de uma bacia hidrográfica. Esta bacia ao ser representada de forma cartográfica, transforma-se em um material indispensável para a definição do grau de proteção fornecido ao solo pela cobertura vegetal atual, do grau de degradação da cobertura vegetal original, do uso racional da terra, auxiliando também na definição da aptidão para uso agrícola.
2 A análise morfometrica quando aplicada em estudos de bacias hidrográficas possibilita a realização de uma análise quantitativa e qualitativa, usando os valores de um conjunto de parâmetros para obter as características principais de uma área (CARDOSO, 2002). Vários parâmetros podem ser utilizados para subsidiar uma análise mais detalhada, dentre eles estão: a amplitude altimétrica, coeficiente de compacidade, fator forma, índice de circularidade, índice de forma (ALCANTARA & AMORIM, 2005). O presente trabalho teve como objetivo efetuar um diagnóstico físico-conservacionista, como subsídio técnico quanto ao uso e ocupação, visando à diminuição dos impactos gerados ao solo e aos recursos e caracterizar morfometricamente a microbacia do córrego Pindaíba, Marimbondo e Tenda em Uberlândia (MG). MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi realizado no município de Uberlândia, região do Triângulo Mineiro MG,sendo a microbacia do corrego Pindaíba localizada na latitude Sul 18º e longitude Oeste 48º 06 04, sendo sua localização inserida dentro da área de proteção permanente (APP) do rio Araguari. No ponto mais elevado da bacia localiza-se a nascente do córrego pindaíba, a uma altitude de 869 metros, estando sua foz com o rio Araguari, a uma elevação local de 640 m. A microbacia do córrego Tenda, localiza-se na latitude Sul e longitude , apresenta o desnível máximo total de 220 m. A microbacia do córrego Marimbondo, próximo às coordenadas 18º de latitude Sul e de longitude Oeste, apresenta a diferença de nível máximo de 225 m. O clima regional apresenta temperatura média anual entre 20 C e 22 C e nos meses mais frios em torno de 18 C. Com média das máximas de 29,0 C e das mínimas de 16,9 C Algumas áreas do Triângulo Mineiro apresentam temperatura média anual entre 20 C e 22 C e nos meses mais frios em torno de 18 C, com média das máximas de 29,0 C e das mínimas de 16,9 C (ABDALA, 2005). Segundo GOMES (1982), o regime pluviométrico da região do Triângulo Mineiro caracteriza-se por um período chuvoso de outubro até março ou abril com precipitação anual variando entre mm e mm. A média anual da umidade relativa fica entre 65 e 75%, com valor máximo de 81% em dezembro e mínimo de 52% em agosto. Existem na área predominância de Latossolo Vermelho Distrófico típico, textura muito argilosa e argilosa, fase Cerrada tropical, subcaducifólio e relevo plano e suave ondulado, segundo EMBRAPA 1999.Para análise do diagnóstico físico-conservacionista, subdividiu-se as microbacias ao longo da bacia do rio Araguarí, baseadas nos divisores de águas, respeitando-se seus acidentes e configuração geomorfológica, buscando-se definir um padrão de caracterização regional, segundo metodologia de ROCHA & KURTS, (2001) equação 1.
3 Equação (1): RN = H.D H = ccn. h S D = ca S em que: H - declividade média D - densidade de drenagem ccn - somatório dos comprimentos das curvas de nível ca - somatório dos comprimentos dos afluentes (ravinas, canais e tributários) Dh - eqüidistância das curvas de nível (D h =50 m) S - área da microbacia Sendo o RN um parâmetro que direciona o uso potencial da terra com relação às suas características para agricultura, pecuária ou florestamento e indica de forma adimensional o perigo de erosão na bacia, possui quatro tipos de classes tradicionais, conforme Tabela 1 (ROCHA, 1997). Para distribuição das classes de aptidão de uso das terras, tomaram-se por base os valores de RN encontrados, ordenando-se de forma crescente; posteriormente calculou-se a amplitude (RN maior - RN menor) e o intervalo (amplitude dividida por quatro, oriunda da análise de trinta de cinco microbacias hidrográficas pertencentes à bacia do rio Araguari), gerando-se a respectiva interpretação dos padrões referentes aos coeficientes de rugosidade, quanto ao melhor uso e ocupação dos solos na bacia. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 1 Valor de RN Classe RN Terras Propícias 1,09 até 10,63 A Agricultura 10,64 até 20,18 B Pastagem 20,19 até 29,73 C Pastagem/Florestamento 20,74 até 39,28 D Florestamento A análise dos dados físicos e morfométricos da microbacias do córrego Pindaíba e Tenda, (Tabelas 2 e 3) mostram que são compostas de redes de drenagem de 2ª ordem cujo coeficiente de compacidade (Kc) indica tendência mediana a grandes enchentes (SILVA, 2006). Tabela 2 ÍNDICES MORFOMÉTRICOS UNIDADE VALORES Área Km 2 6,97 Perímetro Km 14,15 Comprimento rede de drenagem principal Km 6,00 Comprimento total Km 6,44 Amplitude altimétrica m 229
4 Coeficiente de compacidade (Kc) ,5 Fator forma (Kf) ,18 Densidade de drenagem Km/Km 2 0,92 Sinuosidade do curso principal ,14 Declividade do curso principal % 3,81 Somatório dos comprimentos das curvas Km 15,31 Equidistância entre curvas m 50 Declividade média da bacia % 10,98 Coeficiente de rugosidade (Rn) ,14 Tabela 3 ÍNDICES MORFOMÉTRICOS UNIDADE VALORES Área Km 2 23,76 Perímetro Km 29,79 Comprimento rede de drenagem principal Km 11,79 Comprimento total Km 13,76 Amplitude altimétrica m 220 Coeficiente de compacidade (Kc) ,71 Fator forma (Kf) ,17 Densidade de drenagem Km/Km 2 0,57 Sinuosidade do curso principal ,23 Declividade do curso principal % 1,86 Somatório dos comprimentos das curvas Km 46,18 Equidistância entre curvas M 50 Declividade média da bacia % 9,72 Coeficiente de rugosidade (Rn) ,63 A densidade de drenagem é baixa, sendo que o curso d água apresenta uma baixa sinuosidade possibilitando uma maior velocidade na dispersão de poluentes, embora possua baixa declividade do curso d água principal e da bacia. (ROCHA & KURTS, 2001). O valor determinado do RN indica que a área tem aptidão agrícola, sendo utilizada atualmente com pastagens, sendo uma possível região de ampliação agrícola. Quanto à conservação das matas ciliares, de acordo com o levantamento efetuado utilizando-se do software Google earth pro, constatou-se haver preservação da mesma, respeitando o Código Florestal lei nº de " Art. 2º. A análise dos dados físicos e morfométricos expressos na tabela 4 mostram que a microbacia do córrego Marimbondo é composta de uma rede de drenagem de 3ª ordem cujo coeficiente de compacidade (Kc) indica tendência alta a grandes enchentes (SILVA, 2006). Tabela 4 ÍNDICES MORFOMÉTRICOS UNIDADE VALORES Área Km 2 59,53 Perímetro Km 31,60 Comprimento rede de drenagem principal Km 13,81 Comprimento total Km 61,30 Amplitude altimétrica m 225 Coeficiente de compacidade (Kc) ,15 Fator forma (Kf) ,37 Densidade de drenagem Km/Km 2 1,03 Sinuosidade do curso principal ,17 Declividade do curso principal % 1,60 Somatório dos comprimentos das curvas Km 110,41
5 CONCLUSÕES Equidistância entre curvas M 50 Declividade média da bacia % 9,27 Coeficiente de rugosidade (Rn) ,54 A microbacia do Córrego Pindaíba e Tenda possuem baixo risco de enchente, a do Marimbondo alto risco, sendo a aptidão de todas quanto ao uso, preferencialmente para agricultura. A legislação ambiental vem sendo respeitada com relação às matas ciliares e área de preservação permanente (APP), porém o mau uso do solo, devido a falta de adoção de práticas conservacionistas tem agravado alguns processos erosivos em alguns pontos, devido ao efeito direto do escoamento superficial das águas da chuva. REFERÊNCIAS ABDALA, V.L. Zoneamento Ambiental da Bacia do Alto Curso do Rio Uberaba-MG como Subsídio para a Gestão do Recurso Hídrico Superficial. 2005, 73 p. (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Uberlândia - UFU. ALCANTARA, E.H.; AMORIM, A.J. Análise morfométrica de uma bacia hidrográfica costeira: um estudo de caso. Uberlândia-MG, Caminhos da Geografia 7 (14) 70-77, fev./2005. CARDOSO, C. B. Mapeamento das Unidades Geomorfológicas e os Impactos Ambientais: Bacias Hidrográficas do Arroio São João e Sanga da Divisa, Alegrete RS. 2002, 75 pgs.(monografia de conclusão de curso).santa Maria: UFSM, DURIGAN, G.; SILVEIRA, E. R.; Recomposição da mata ciliar em domínio de cerrado, Assis, SP. Scientia Forestalis, n.56, p , dez.1999 EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. (Rio de janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: EMBRAPA. Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, p. EMBRAPA/EPAMIG -.Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo. Levantamento de reconhecimento de média intensidade dos solos e avaliação da aptidão agrícola das terras do triangulo mineiro. Boletim de Pesquisa 1 e 2 mapas. Rio de Janeiro p. GOMES, I. A. et. al. Levantamento de reconhecimento de média intensidade e aptidão agrícola dos solos do Triângulo Mineiro, Rio de Janeiro, 1982, 118p Acesso em : 01 jul.2007.
6 Lei no 4.771, de 15 de setembro de Institui o Novo Código Florestal. Disponível em: < Acesso em: abril MORAIS, S.M.J. Diagnósticos quantitativos mínimos de ambiência para o manejo integrado da sub-bacia hidrográfica do arroio Cadena: Santa Maria: UFSM, p. Dissertação Mestrado ROCHA, J. S. M. Manual de projetos ambientais.santa Maria: UFSM, p. ROCHA,J.S.M.;KURTZ,S.M.J.M. Manual de Manejo Integrado de bacias Hidrográficas.Santa Maria,RS: Editora da UFSM, p. SILVA,A.M. e MELO.C.R.; Bacia hidrográfica-teoria.ufla. Lavras, Dez Disponível em: TUCCI, C. E. M.; SILVEIRA, A. L. L. et al. Hidrologia: Ciência e aplicação. 3ª ed. 1ª reimpressão, Porto Alegre: Ed. da UFRGS/ABRH, p.
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