UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS MÁRCIA NADIR ZANETI FRAGOSO O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL

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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS MÁRCIA NADIR ZANETI FRAGOSO O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL CURITIBA 2011

2 O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL CURITIBA 2011

3 MÁRCIA NADIR ZANETI FRAGOSO O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientadora: Prof.ª Dra. Danielli Weber Santos Costi CURITIBA 2011

4 TERMO DE APROVAÇÃO MÁRCIA NADIR ZANETI FRAGOSO O INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NO BRASIL Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel em Direito no Programa de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, de de Coordenador Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite Curso de Ciências Jurídicas Universidade Tuiuti do Paraná Orientadora: Prof.ª Dra.Danielli Weber Santos Costi Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná

5 RESUMO INTRODUÇÃO ASPECTOS GERAIS DA GUARDA COMPARTILHADA CONCEITO ORIGEM DO INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA ASPECTOS LEGAIS E SOCIAIS DA GUARDA COMPARTILHADA DOMICÍLIO DO MENOR VISITAS E ALIMENTOS RESPONSABILIDADE CIVIL EFEITOS SOCIAIS DA GUARDA COMPARTILHADA APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA NA PRÁTICA CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 50

6 5 RESUMO O presente trabalho visa à análise da guarda a partir da dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, adotando-se, para tanto, o modelo compartilhado. É ressabido que a finalidade da guarda compartilhada é permitir que os pais continuem a exercer o poder/dever na criação dos filhos, dividindo as responsabilidades e reorganizando as relações familiares que foram alteradas com a ruptura do vínculo conjugal. O objetivo é fazer uma análise sem ter a pretensão de exaurir o tema do instituto através da sua disposição legal, bem como seus efeitos e influências no dia a dia na vida das crianças e adolescentes, ponderando a perspectivas psicológicas que revestem as relações familiares. Palavras-chave: guarda compartilhada; família; poder parental; menor.

7 6 1. INTRODUÇÃO A família é a base fundamental dentro da sociedade e sem dúvida é a instituição social onde temos o primeiro contato com outras pessoas, onde aprendemos a conviver em comunidade, respeitando sempre as regras estabelecidas por este grupo para que ali exista um clima de cooperação, harmonia e bem-estar. É função dos pais colaborarem para o crescimento e desenvolvimento psicológico, intelectual, moral e espiritual necessários para a formação de um cidadão ideal, ou seja, aquele considerado o homem médio, honesto, trabalhador, que cumpre com os seus deveres e obrigações. Quando existe uma família atuante tudo isso é possível ou quase sempre, mas na realidade moderna é difícil, principalmente quando ocorre a ruptura conjugal, os filhos ficam a principio com a ideia de desamparo, abandono por parte dos pais, visto que os mesmos estão defendendo os seus interesses, esquecendo que neste caso a prioridade seria o interesse do menor. Com a finalidade de aliviar este desconforto decorrente da separação conjugal entre um casal, o legislador incluiu em nosso ordenamento jurídico o instituto da guarda compartilhada, o qual pressupõe que os pais tenham respeito entre si, bem como o bom senso, pois é neste momento que os pais terão que decidir sobre a guarda dos filhos. Quando ocorre a dissolução conjugal, a criança se torna a maior vítima neste processo, pois além de ser atingida pela dolorosa modificação da estrutura

8 7 familiar, ainda são incluídas como partícipes de uma luta na qual são oponentes as pessoas que elas mais amam, confiam e das quais necessitam e dependem, os pais. A separação por vezes causa traumas irreversíveis no menor. Para que a criança não fique desprotegida, ou até mesmo privada do convívio dos pais e dos familiares, após a separação, é que se instituiu a guarda compartilhada a qual tem a função de reequilibrar as relações entre pais e filhos. A guarda compartilhada é o meio de possibilitar o exercício do poder familiar, interpretada de uma forma genérica para expressar vigilância, proteção, segurança, um direito/dever que estão os pais incumbidos de exercer em favor de seus filhos, almejando assegurar o interesse do menor e permitir sua estabilidade. O presente estudo tem como objetivo demonstrar que sua aplicabilidade tem respaldo legal na Constituição Federal, no Estatuto da criança e adolescente, na lei do divórcio e na Lei /08. A guarda compartilhada é um instituto que está sendo cada vez mais aceito pela sociedade, visto que o mesmo busca manter o convívio dos filhos com os seus genitores, amenizando os impactos decorrentes da ruptura, fazendo com que a criança tenha a confiança que os pais sempre estarão ao seu lado, minimizando os transtornos psicológicos, afetivos e emocionais pois existe esta multidisciplinariedade a qual seja a jurídica e a psicológica que terão que ser tratadas simultaneamente.

9 8 2. ASPECTOS GERAIS DA GUARDA COMPARTILHADA 2.1. CONCEITO A guarda compartilhada foi instituída com a finalidade de reequilibrar a relação entre pais e filhos, uma vez que a sociedade encontra-se insatisfeita com o modo em que está sendo decidido nos tribunais. Com o objetivo de findar com tanta desigualdade que impera nas decisões, vários doutrinadores passaram a reivindicar que primeiramente o magistrado expusesse aos pais a possibilidade do modelo de guarda compartilhada e os benefícios que esta traria ao menor. E que só se esse não fosse aceito pelos pais, no momento da separação, é que se partiria para o modelo de guarda única. Assim, vários doutrinadores buscaram conceituar esse modelo de guarda. O autor Vicente BARRETO assim entende: O termo guarda compartilhada ou guarda conjunta de menores (join custody, em inglês) refere-se à possibilidade dos filhos de pais separados serem assistidos por ambos os pais. Nela, os pais tem efetiva e equivalente autoridade legal para tomar decisões importantes quanto ao bem estar de seus filhos e frequentemente tem uma paridade maior no cuidado a eles do que os pais com a guarda única (sole custody, em inglês).(1997,p.135) Vale salientar que isso não quer dizer que os filhos morarão alternadamente com cada um dos genitores, ou que o genitor não detentor da guarda material, física, não seja guardião, mas significa dizer que a responsabilidade por todos os direitos e deveres com relação à prole será compartilhada pelo pai e pela mãe. Conforme assevera Carlos Eduardo Pianovski RUZYK:

10 9 Na guarda compartilhada não se está a contemplar a guarda dividida ou alternada, que implicaria períodos em que a prole reside com o pai, alternados com o período em que os filhos residem com a mãe. Trata-se, sim, de convivência da criança com ambos os pais, ainda que resida, com ânimo definitivo, com apenas um deles.(2005, pp ) Deste modo, todos os deveres inerentes à assistência psíquica e material para o desenvolvimento da criança é atribuída a ambos os genitores que, por sua vez, ao levarem a efeito tal necessidade, atendem também a direito subjetivo referente ao desenvolvimento de sua própria personalidade. Nota-se, pois, que a guarda compartilhada, quando viável, constitui plena chancela da simultaneidade na perspectiva da filiação, uma vez que implica atribuir efeitos jurídicos plenos a ambas as relações de coexistência afetiva mantida pelos filhos: a autoridade parental é exercida por ambos os pais em todas suas prerrogativas e deveres.(2005, p.230) Em discurso proferido no Clube dos advogados do Rio de Janeiro, diz a desembargadora Maria Raimunda Teixeira de AZEVEDO: A Guarda compartilhada vem sendo sugerida por parte daqueles que detém o trato da guarda dos filhos, embora nem sempre possa ser praticada pela ausência de consenso. Não obstante os números de adeptos, é mais crescente diante da preocupação de dar tratamento mais condizente à proteção dos filhos. Contemporânea ao Instituto da Mediação, tem amplo respaldo no Estatuto da Criança e Adolescente, porque privilegia os interesses das crianças e dos Adolescentes, como pessoas em condições peculiares de desenvolvimento. Para melhor aplicação do modelo, sugerese a utilização de mediação, de molde a possibilitar a utilização de acordos que conte com a participação direta de ambos os separados. (A guarda compartilhada, 2001). Continua a desembargadora dizendo-se a favor da interdisciplinaridade, ou seja, da troca entre profissionais de diversas disciplinas tendo em vista a complexidade dos relacionamentos humanos. Vale lembrar que a interdisciplinaridade já vem sendo praticada nas Varas de Família.

11 10 Prossegue ainda conceituando guarda compartilhada: A Guarda compartilhada ou conjunta, é a possibilidade de que filhos de pais separados continuem assistidos por ambos os pais após a separação, devendo ter efetiva e equivalente autoridade legal para tomarem decisões importantes quanto ao bem estar de seus filhos, e frequentemente ter uma ter uma paridade maior no cuidado a eles, do que a separação de pais com guarda única. O mais importante é dizer que não existe na Guarda Compartilhada um arranjo padrão. O melhor arranjo é aquele que possibilita o maior contato das crianças com os pais, a qual deve dispensar interesses em seu bem estar, educação, saúde e seu desenvolvimento como um todo. Para a criança, os sentimentos de responsabilidade e de solidariedade devem ser incentivados, organizando-se um modelo de forma livre, mas a favor da criança, do jovem e da família, potenciando-se a força nela imanentes, o que redundara menores riscos de marginalização e estigmatização. O poder/dever de guarda, relativa a pessoa dos filhos, deve ser praticado na realização do interesse do filho, poder familiar circundado por interesse público mediato, a realização do interesse individual da criança. O poder/dever de guarda relativa aos filhos compreende o direito de manter junto aos pais, ou nos locais que estes indicarem, o direito de regular as relações dos filhos com outrem, que não os seus pais; o direito de vigilância sobre a pessoa do menor, o direito de vigiar sua correspondência dentro dos limites e do respeito devido ao filho, e a consideração de seu grau de maturidade; o direito de conhecer pessoas de seu relacionamento e amizade, os lugares que frequenta, as diversões praticadas nestes lugares. Tarefas nem sempre fáceis, porque os filhos, em dado momento, ainda na constância da sociedade conjugal de seus pais, tem o sentimento de que tudo sabem e não precisam de orientação.

12 11 O poder/dever de educar, compreendendo os vários aspectos de socialização da criança e do adolescente, quer dizer do processo pelo qual, se lhe permite adquirir, em harmonia com as inclinações e aptidões de cada um, as atitudes, normas de comportamento, e conhecimentos indispensáveis, para o seu desenvolvimento físico, intelectual, moral e religioso, de forma livre e crítica. Uma vida integrada torna indispensável o compartilhamento pelos pais dos deveres inerentes a guarda, em corresponsabilidade convergentes, entendida e solidária a fim de contribuir, decisivamente, para o pleno desenvolvimento de seus filhos. Pianovski RUZYK ainda acredita que há certos requisitos que devem ser atendidos para que a guarda compartilhada se apresente viável, e a efetiva possibilidade de os filhos manterem uma estável coexistência afetiva com ambos os pais é um desses requisitos, devendo a guarda ser afastada em hipótese em que se apresente como impossível, ou que haja violência familiar comprovada ou presumida. Nos casos em que há permanente litígio entre os pais, inviabilizando o adequado exercício dos poderes/deveres inerentes à autoridade parental que se expressam por meio da guarda, a guarda compartilhada pode restar inviabilizada, devendo ser estabelecidos critérios mais rígidos para disciplinar a convivência entre os pais e os filhos, sempre procurando atender o melhor interesse da criança. Maria Antonieta Pisano MOTTA compartilha da mesma opinião, alegando ser a guarda compartilhada uma boa alternativa, mas que deve ser vista caso a caso. Assim, ela expõe em seu artigo que: A guarda compartilhada não é panacéia para os consideráveis problemas que a separação suscita, ela de fato chega a não ser adequada para

13 12 algumas famílias, em conflito crônico. Entretanto não deve ser descartada a priori, como muitas vezes lamentavelmente ocorre.(1996, p.19) Também Silvana Maria CARBONERA entende ser necessária a observância de certos requisitos para esta forma de guarda, quais sejam: Que seja determinada consensualmente: os pais devem concordar com esta forma de guarda, bem como o modo pelo qual ela será implementada que o estabelecimento não venha prejudicar o desenvolvimento dos filhos, motivo pelo qual é necessário que seja feita uma avaliação psicossocial profunda para formar a convicção do juiz que tal modalidade não seja tomada como regra geral por dois motivos: a)em direito de família, cada caso é um caso e exige uma decisão baseada em casos concretos,b) a criação de fórmulas prontas para a solução de litígios é incompatível com o principal principio orientador do direito de família: a dignidade da pessoa humana, valorizada dentro de uma perspectiva de repersonificação das relações família. (Guarda de filhos, 1999) A guarda compartilhada pode ser vista por um aspecto material ou físico e outro jurídico. O primeiro significa aos genitores ter a prole consigo. Já o aspecto jurídico é comum aos genitores, pois se refere ao exercício simultâneo de todos os poderes/deveres inerentes ao poder familiar. No entendimento de Maria Antonieta Pisano MOTTA: Na guarda compartilhada o genitor que não tem a guarda física não se limitará a supervisionar a educação dos filhos, mas ambos os pais participarão efetivamente dela como detentores de poder e autoridade iguais para tomar decisões diretamente concernentes aos filhos, seja quanto à sua educação, religião, cuidados com a saúde, formas de lazer, estudos, etc..(2000, p.85) E ainda para Backer, citado na obra do renomado Eduardo de Oliveira Leite: Pais com custódia conjunta tem o direito de continuarem a agir como tais, bem como dividir a responsabilidade nas decisões importantes, tais com saúde, educação e bem-estar espiritual em geral. Tal ordem mantém para os pais a participação e influência na vida da criança, o que não ocorre quando um deles tem a custódia e o outro apenas o acesso (visita), mesmo que acesso seja mais liberal possível, ele não cria a possibilidade de participação na criação da criança. (2003, pp )

14 13 Os conceitos acima citados trazem a ideia de que ambos os pais dividam a responsabilidade e as principais decisões relativas aos filhos, e para este grupo é primordial que o menor tenha residência fixa, seja ela na casa do pai, da mãe, ficando apenas compartilhado as responsabilidades e decisões, podendo o menor passar tempos em casas distintas, mas sem que isso fique previamente combinado, permanecendo o mesmo em residência única. Porém entende-se que este deslocamento de lar sem prévia determinação só terá efeitos em ex-casais que tenham um bom relacionamento, pois ao contrário ficaria muito difícil ORIGEM DO INSTITUTO DA GUARDA COMPARTILHADA A Guarda compartilhada surgiu na Inglaterra por volta de 1960, tendo se expandido pela Europa continental desenvolvendo-se na França, e depois atravessou o Atlântico encontrando eco no Canadá e Estados Unidos. Na Inglaterra o sistema da commom law teve a iniciativa de romper com o tradicional deferimento da guarda única que sempre tendenciava para a figura materna, passando assim os tribunais a adotarem a conhecida split ordem, que significa repartir, dividir, os devedores e obrigações de ambos os cônjuges sobre seu filho. Dessa maneira, as decisões dos tribunais passaram a beneficiar sempre o interesse do menor e a igualdade parental, abolindo definitivamente a expressão direito de visita, possibilitando assim maior contato entre pai/mãe e filho. Tal instituto aos poucos foi ganhando repercussão na Europa, e aproximadamente no ano de 1976 foi profundamente assimilada pelo direito francês,

15 14 com a mesma intenção da guarda compartilhada criada no direito inglês, ou seja, dirimir as maleficios que a guarda única provoca para os cônjuges e seus filhos. Assim, o ordenamento jurídico francês, após a introdução da Lei , ratificou o posicionamento dos tribunais, passando no seu art a mencionar que todos os direitos inerentes dos pais sobre os filhos irão continuar após o divórcio. Dispõe o art da mencionada Lei francesa que Se o pai e a mãe são divorciados ou separados de corpo, a autoridade parental é exercida quer em comum acordo pelos genitores, quer por aquele dentre eles a quem o tribunal confiou a criança, salvo neste último caso, o direito de visita e do controle do outro. A lei francesa de 1987, denominada comumente de lei Malhuret, em homenagem ao Secretário de Estado dos Direitos Humanos que modificou os textos do Código Civil francês a respeito do exercício da autoridade parental, harmonizando-o com a torrentosa jurisprudência existente, substituiu o termo guarda por autoridade parental com a nítida intenção de realçar uma autoridade que compete ao casal, aos pais, embora a maioria dos países adote mesmo a expressão guarda compartilhada. Estando unido judicialmente o casal, os dois pais compartem a guarda. Se há a separação, o exercício da guarda tanto pode ser exclusivo, a um dos pais, concedendo-se ao outro o direito de visita, ou compartilhado por ambos. Sobre esse tema, a nova lei confirma a jurisprudência, fazendo da guarda compartilhada um principio, já que o exercício comum vem referido no texto precedente ao exercício isolado.

16 15 A citada lei permite aos genitores organizarem sua comunidade de criação dos filhos para além do divórcio, ou, como referiu o juiz TOURIGNY, a guarda conjunta é, finalmente, a aplicação prática do principio do exercício conjunto da autoridade parental no caso de fragmentação da família. Se pretende que os dois genitores conservem a autoridade parental e participem igualmente nas grandes decisões relativas à criança, esta é, certamente, a solução a privilegiar. Pode-se dizer, que o direito francês adotou uma guarda compartilhada apenas jurídica, em que um dos cônjuges fica com a guarda física e o outro tem o direito de visita. No Canadá, a formulação típica da guarda, após o divórcio, é a sole custody a um dos pais, possibilitando ao outro o direito de visita. Só se confere a guarda compartilhada quando os pais manifestam opção por ela, através de acordo para melhor atender ao interesse de seus filhos. Se o acordo não é possível, o Tribunal decide por eles, muito embora a Corte da Província de Ontário entenda ser difícil compelir um pai a cooperar quando ele não deseja uma guarda conjunta, podendo ir contra aos seus objetivos. Na atualidade os Tribunais decidem no sentido de, em caso de pais separados, garantir-lhes o direito de guarda através do instituto da guarda compartilhada pelos benefícios psicológicos que possui para todos os envolvidos. Nenhum pai deve sentir que perdeu a criança e, em muitos casos, o relacionamento entre os pais e entre pais e crianças tornam-se melhores.

17 16 Qualquer Corte ao decidir sobre a guarda indagará acerca do melhor interesse para a criança, e há uma tendência de presunção de guarda conjunta como a melhor solução para a criança. Tanto na Europa como no Canadá, a popularidade da mediação, que é um instituto de origem norte-americana que procura auxiliar os cônjuges que se separam a concluir acordos capazes de satisfazer as necessidades dos membros da família e regular todas as consequências da dissolução do casal e da transformação da família, contribuiu em muito para a popularidade crescente da guarda compartilhada. Os Tribunais foram lentamente acolhendo a ideia de guarda compartilhada, primeiro tendo em vista que o interesse maior da criança fica plenamente protegido, e segundo porque a participação comum dos pais tende, de um lado, a diminuir as eventuais dúvidas e hostilidades que quase sempre acompanham a ruptura, e, de outro lado, favorecem a criança, pois, apesar da ruptura, vê ambos os genitores envolvidos com seu destino. Porém, aonde o instituto ganhou maior desenvolvimento sem dúvida foi nos Estados Unidos, ganhando grande adesão por parte da sua população, como por exemplo, no Estado do Colorado em que aproximadamente 90% das guarda é feita pelo modelo de guarda compartilhada. Isso porque nos estados Unidos não existe uma regra que diga qual modelo deve ser utilizado, é feito um estudo do casal, uma espécie de órgão mediador, para verificar o que é melhor para a criança, aonde se tem o entendimento que o genitor que incentiva a convivência do filho com o outro genitor está de acordo com o melhor interesse da criança, e, aquele que não incentiva essa convivência não é apto para exercer a guarda. Portanto, aí está o

18 17 motivo para o grande número de deferimento da guarda compartilhada, uma vez que os ex-cônjuges com receio de perderem a guarda permitem harmoniosamente que seu filho tenha contato com ambos. Para o direito Português a preferência era pelo regime de guarda única, conforme o art.1907, n. 2, impedindo até mesmo a guarda alternada, pelo artigo 1906, n. 1, autorizando o Tribunal a decidir, na falta de acordo, em harmonia com o interesse do menor, que inclui o interesse desse em manter relação de grande proximidade com o genitor não guardião. A guarda conjunta, sem previsão legal, passou a ser admitida pelos Tribunais em face das transformações sentidas nas relações familiares tradicionais, sendo recomendada para certas circunstâncias como a mais adequada ao interesse do menor. Com entrada em vigor da Lei 84/95, de 31 de Agosto, alterou-se o Código Civil português no que diz respeito ao exercício do poder paternal após o divórcio, permitindo aos pais poderem acordar sobre o tema em comum do poder paternal, decidindo as questões relativas à vida do filho em condições idênticas às que vigoravam para tal efeito na constância do matrimônio. Com a lei 59/99 o exercício conjunto do poder paternal continua a ser legalmente admitido, sendo submetido, porém, a acordo dos pais, ao mesmo tempo em que foi abolido o princípio do exercício unilateral, prevendo que o juiz deve tentar obter o acordo dos pais para o exercício conjunto do poder paternal. Não sendo isso possível, o juiz decreta a guarda exclusiva, em decisão fundamentada.

19 18 No direito Espanhol, de acordo com o artigo 154 do Código Civil Espanhol, os pais são co-titulares do exercício do pátrio poder, cabendo-lhes a faculdade de ter os filhos menores em sua companhia. Vale salientar que o conceito de companhia não supõe só a imediatividade física, senão a comunicação de afetividade e de carinho. A Constituição espanhola proclama clara e terminantemente a igualdade jurídica plena dos cônjuges, da qual seguem numerosas consequências, dentre elas a guarda conjunta do pai e da mãe. No caso de separação, em princípio, a guarda corresponderá aquele dos pais com quem conviva o filho, podendo o juiz, se solicitado pelo outro genitor, e no interesse do filho, atribuir ao solicitante o exercício conjunto, através do art.156, 5º, do Código Civil. No Brasil não existia norma expressa que regulamentasse a guarda compartilhada, também não existia norma que a proibisse, podendo a sua aplicação ser implícita através da Lei 6.515/77, que é a lei do divórcio em seus artigos 9º e 13º, os quais disciplinam: Art 9º - No caso de dissolução da sociedade conjugal pela separação judicial consensual (art. 4º), observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. Art 13 - Se houver motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular por maneira diferente da estabelecida nos artigos anteriores a situação deles com os pais. A partir de 13 de junho de 2008 o instituo da guarda compartilhada passou a ser regulamentado pela Lei , a qual normatizou e conceituou os artigos e já existentes em nosso Código Civil, os quais passam a ser descritos da seguinte forma:

20 19 Art A guarda será unilateral ou compartilhada. 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art , 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: I afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar II saúde e segurança; III educação. 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. Art A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: I requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; II decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada. 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar. 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência com o filho. 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.

21 20 O que resta claro, que mesmo antes da regulamentação, a aplicação da guarda compartilhada já era possível, desde que a separação fosse consensual e que o magistrado deveria sempre obedecer ao que os ex-cônjuges estivessem decidido, cabendo lembrar que esse acordo referente à guarda dos filhos deveria estar sempre em consonância com os interesses da criança e do adolescente VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA Existem diversos motivos relevantes para que a guarda compartilhada tenha tanta repercussão. O direito atual tem investido na tentativa de evitar relacionamentos esporádicos com o cônjuge guardião. A mera visita, ou estadia, vem sendo encarada com reservas, como se tratasse de recursos insuficientes. Há hoje uma procura por meios capazes de salvaguardar a vida afetiva, ao menos entre os pais e filhos, após a ruptura. Uma constatação, entretanto, merece ser feita: a Guarda compartilhada ganha foros de principio, de regra, enquanto a guarda unilateral se torna mera exceção, evitada sempre que possível. No tocante às vantagens desse modelo de guarda, tudo leva a crer que o interesse da criança seja o argumento fundamental invocado pelos adeptos da guarda compartilhada. Argumento esse válido e defensável já que o interesse da criança é o critério determinante de atribuição de guarda. Já ensinava José Virgílio Castelo Branco ROCHA, a guarda é exercida no interesse do filho. (1978, p.150)

22 21 Antes da lei da guarda compartilhada para garantir o vínculo com os pais era utilizada a jurisprudência e a doutrina como é de praxe acontecer no mundo jurídico, colocando em dúvida um regime que sempre privilegiou, sem questionar, a guarda materna. Para o Professor Eduardo de Oliveira LEITE: A guarda mantém o exercício comum de autoridade parental, após a ruptura do casal. Mesmo quando o conflito se instaurou, mesmo quando a hostilidade existe, a guarda conjunta aviva um sentimento de justiça, que a disputa faz negligenciar, e acomoda as suscetibilidades. Ela é conciliadora. E a tão só consideração deste aspecto já lhe garante um lugar de destaque na esfera familiar. (2003, p.280) Ainda pode-se citar outras vantagens da guarda compartilhada, quais sejam: ela não impõe aos filhos a escolha por um dos genitores como guardião, o que é causa, normalmente, de muita angústia e desgaste emocional em virtude do medo de magoar o preterido; possibilita o exercício isonômico dos direitos e deveres inerentes ao casamento e união estável, a saber, guarda, sustento e educação da prole; diminui os sentimentos de culpa e frustração do genitor não guardião pela sua ausência de cuidados com relação aos filhos; com as responsabilidades divididas, as mães, que originalmente ficam com a guarda, tem seu nível de cobrança e responsabilidade em relação à educação dos filhos diminuídos e seguem seus caminhos com menores níveis de culpa; aumenta o respeito mútuo entre os genitores, apesar da separação ou divórcio, porque terão de conviver harmonicamente para tomar as decisões acerca da vida de seus filhos, e desta maneira a criança ou adolescente deixa de ser a tradicional moeda usada nos joguetes apelativos que circundam as decisões sobre o valor da pensão alimentícia e outras questões patrimoniais. Entende a autora Debora BRANDÃO em seu artigo:

23 22 Além disso, com a guarda compartilhada, a posição do não guardião frente à prole é totalmente modificada. De mero visitante passa a ser novamente pai ou mãe. Isso é especialmente relevante porque a Psicologia endossa o que constatamos com a militância na advocacia familiarista acerca dos efeitos que a separação ou divorcio causam ao homem: o afastamento dos pais em relação aos filhos é frequente recurso que aqueles encontram para se preservar da separação ou divórcio. (Guarda compartilhada, 2005) Outra vantagem desse modelo é o fato de que a criança ou adolescente não fica privado da convivência com o grupo familiar e social de cada um dos seus genitores. Esta convivência prevista constitucionalmente no artigo 227 é indispensável, especialmente quando se tratam de avós, tios e primos. Também a favor das vantagens que a guarda compartilhada pode trazer, assim expõe a desembargadora Joeci Machado de CAMARGO, em seu artigo publicado: Certo seria se em nossa cultura e ordenamento jurídico pudéssemos estabelecer a guarda compartilhada ou conjunta de forma global. Conseguimos ao longo da jornada em varas de família alguns casos isolados, como a situação de um casal que, decorridos mais de 12 (doze) anos de matrimônio, optaram pela separação, mas mantidas as responsabilidades com os filhos até então, sem qualquer alteração, a não ser o fato de que o cônjuge varão passaria a morar em local diverso. (1999, p.271) Ainda, percebe a desembargadora que outras hipótese em que os genitores optam pela guarda compartilhada são casos de pais jovens, providos de famílias bem construídas, maduras e equilibradas, que, apesar de a optarem pela separação, continuam com as obrigações em relação aos filhos, tais como divisão de tarefas, onde um continua com a responsabilidade de levar os filhos para a escola e a aulas extracurriculares, atendimento nas tarefas, acompanhamento escolar, com ambos os pais participando nas festas da escola e aniversário, independentemente da existência de outro companheiro ou companheira. Aí esta uma das características e vantagens da guarda compartilhada, que apesar da dissolução conjugal e das diferenças ali existentes, continuam eles a

24 23 exercer em comum a autoridade parental, da mesma forma como era exercida quando a família permanecia unida, uma vez que nunca é demais lembrar que a ruptura separa os pais, mas nunca deve separar os filhos. Conclui Joeci CAMARGO afirmando que: Nessa atmosfera de amizade e integração familiar dificilmente ocorrerá à deformação da personalidade, pois a família está bem constituída, não só em relação ao bom convívio entre os pais como em relação aos seus avós e demais parentes. (1999, p.272) Indiretamente também a guarda compartilhada, ao estreitar os laços entre pais e filhos, pode funcionar como elemento motivador ao cumprimento do pagamento da pensão alimentícia, pois quanto mais intenso for o relacionamento, mais natural lhe parece assumir as obrigações decorrentes da paternidade ou maternidade. Com esses pontos favoráveis, entende Eduardo de Oliveira LEITE que a guarda conjunta apresenta um resultado praticamente igual de recomposição familiar para ex-esposas e ex-maridos, reafirmando a igualdade desejada no texto constitucional. (2003, p.282) Embora possua tantas vantagens, há também doutrinadores que vêem desvantagens nesse modelo de guarda. A principal desvantagem para essa corrente decorre exatamente do principal argumento invocado pelos defensores dessa fórmula, a saber, o interesse da criança. A questão por eles levantada é a de se a guarda compartilhada é repartida entre os pais, como garantirão a estabilidade e a segurança necessárias ao equilíbrio psicológico do menor?

25 24 Eliana Riberti NAZARETH aponta uma situação onde à guarda compartilhada seria desaconselhável: compartilhada: Até os quatro, cinco anos de idade, a criança necessita de um contexto o mais estável possível para delineamento satisfatório de sua personalidade. Conviver ora com a mãe ora com o pai em ambientes físicos diferentes requer uma capacidade de adaptação e de codificação-descodificação da realidade só possível em crianças mais velhas. (2000, p.83) Sérgio Eduardo NICK diz ser desvantagem centrar-se a guarda Na praticidade de tais arranjos quando há conflito continuado entre os pais; na exploração da mulher se a guarda compartilhada é usada como meio para negociar menos valor de pensão alimentícia; e na sua viabilidade pra famílias de classe socioeconômica mais baixa. (1997, p.137) Os críticos invocam o risco de desacordo ou de conflito dos ex-cônjuges como elemento comprometedor da guarda compartilhada. Sem razão esta, pois este risco existe igualmente, quer em relação à guarda exclusiva, quer em relação a pais não divorciados. O conflito faz parte da natureza humana em qualquer situação, por mais perfeita que ela se apresente. A nível psicológico houve constatações de que a conduta da criança em relação a seus pais, na guarda compartilhada, são geradoras de inquietude, pois essas crianças estariam em permanente tensão procurando não manifestar preferência por um ou por outro genitor. Eduardo LEITE rebate as críticas lançadas contra o modelo entendendo que: Continua o mesmo autor: A criança pode (e deve) privar da presença dos dois genitores. Pode passar um período com a mãe e, igualmente, com o pai, sem que, portanto, se estabeleçam rigidamente (guarda alternada) períodos alternados com um ou com outro genitor. A residência continua sendo única, o que não impede o deslocamento da criança. (2003, p.283)

26 25 As críticas da instabilidade levantadas à guarda alternada não encontram aqui terreno de sustentação. A mudança regular de residência, com todos os efeitos que daí decorrem, inexiste na guarda conjunta. Ambos os pais exercem direitos iguais, independentemente da necessidade de fixação de uma residência única. Esta funciona como ponto de referencia a partir do qual se irradiam os direitos e deveres de ambos os genitores. (2003, p.283) Finalmente, dizem ser a guarda compartilhada prejudicial porque mascara a realidade e tende a fomentar uma expectativa de reconciliação que é impossível. Tal crítica é também improcedente porque, primeiro, o objetivo da guarda é tão somente manter os laços paterno filiais aos quais a criança tem direito, e segundo, porque a ocorrência de expectativa ou não de reconciliação independe da guarda (matéria jurídica) mas sim, do diálogo sincero e objetivo (matéria psicológica) que os pais tenham com os filhos.

27 26 3. ASPECTOS LEGAIS E SOCIAIS DA GUARDA COMPARTILHADA 3.1. DOMICÍLIO DO MENOR Na guarda compartilhada a criança terá definido um domicílio sem que com isso seja privada do convívio com os seus pais, deve-se evitar grandes alterações mantendo a sua rotina, pois o menor necessita contar com a estabilidade de um lar, ter um ponto de referência, ou seja, uma continuidade espacial e social, com o qual ele sinta uma relação de interesse e onde desenvolva uma aprendizagem doméstica, diária, da vida. Para os defensores da guarda compartilhada apenas jurídica, como é o caso do mestre Waldyr GRISARD FILHO, o entendimento é de que: Os critérios de determinação da guarda, dentre eles a situação dos pais, definirão o local de residência do menor, atendendo-se, sempre, ao seu melhor interesse, devendo ficar com aquele dos pais que apresente melhores condições ao seu desenvolvimento. Cada caso é um caso à discricionariedade do juiz, que deve evitar fórmulas estereotipadas, utilizadas automática, invariável e tradicionalmente. Tais são preconceituosas, na medida em que desatendem a necessidade do menor e dispensam a presença permanente, conjunta e ininterrupta do pai e da mãe na sua formação para a vida. (2005, pp ) Como defensor da residência única para o menor no caso de separação ou divorcio do casal, entende ainda o autor acima citado que a residência única define o espaço dos genitores ao exercício de suas obrigações (2005, p.166). Também possibilita ao genitor não guardião o cumprimento do seu dever de visita, que só pode ser regularmente exercido se o menor dispõe de um lugar permanente de referência, pois apenas o guardião detém a guarda física, mas a guarda jurídica é de ambos.

28 27 A guarda compartilhada que tem o objetivo de reequilibrar os papéis parentais na tomada de decisões importantes relativas aos filhos e incentivar o contato frequente e contínuo deste com seus genitores, o significado disso não pode ser confundido com divisão em partes iguais do tempo passado pelos filhos, como o que ocorre com a guarda alternada (semana com um, semana com outro). Na guarda compartilhada podem (e devem) os filhos passar um período com o pai e outro com a mãe, sem que se fixe prévia e rigorosamente tais períodos de deslocamento. Mesmo assim, a residência continua sendo única (2003, p.271) conclui Eduardo de Oliveira LEITE. Outro ponto importante para aquele que não detém a guarda do menor é o direito ou não que o guardião tem de mudar de domicílio e, principalmente, para qualquer parte do território nacional. Tendo em vista a grande extensão do nosso território essa decisão vai contra o interesse do menor, pois haveria enorme dificuldade em o não guardião deslocar-se da região norte para a região sul, por exemplo, para ver seu filho. Com a opção da guarda compartilhada, tanto jurídica quanto jurídica e física, os guardiões serão ambos os cônjuges, não existindo mais esse privilégio, uma vez que para fazer isso um cônjuge terá que ter a permissão do outro, senão quebrará a igualdade de direitos e deveres que eles possuem. Sendo observada a igualdade de direitos entre os pais da guarda compartilhada, isso, pois, não mais será possível, precisando um da permissão do outro para a mudança de domicílio em questão.

29 VISITAS E ALIMENTOS Na opção pela guarda única, ainda mais usual em nosso país, existem duas possibilidades: na primeira o não guardião tem direito de visita livre, o que costumeiramente acontece numa separação consensual, não ocorrendo desgaste entre o triângulo pai, mãe e filho, gerando consequentemente para o não guardião uma certa satisfação no pagamento da pensão alimentícia, uma vez que está sempre em contato com seu filho. A outra é do não guardião ter seu direito de visita restrito a finais de semana alternados, o que normalmente ocorre numa dissolução litigiosa, no qual o não guardião acaba se tornando um mero pagador de pensão alimentícia, destruindo gradativamente a relação com o seu filho. No Código Civil, em seu artigo 1632, assim como a lei do divorcio, artigo 15, asseguram aos genitores não guardiões o direito de visita-los e de tê-los em sua companhia, em contrapartida ao despojamento da guarda, visando assim, na medida do possível, satisfazer a plena e adequada comunicação entre pais e filhos que não convivem. Para Eduardo de Oliveira LEITE o instituto revela-se como meio de sobrevivência da corresponsabilidade parental, como recurso extremo de permanência dos laços com o outro genitor, aquele que exerce o direito de visita (2005, p.105). O direito de visita funda-se em elementares princípios de direito natural, na necessidade de cultivar o afeto, de firmar os vínculos familiares, à subsistência real, efetiva e eficaz, e apesar de a lei referir-se, somente, ao direito dos pais em ter os filhos em sua guarda e companhia, também é o menor titular de igual direito, o direito de ser visitado e de manter uma adequada comunicação com ambos os pais,

30 29 já que a consolidação dos sentimentos paterno-filiais favorece uma estruturação mais sólida e equilibrada do psiquismo do menor. Da mesma forma entende e ensina Eduardo de oliveira LEITE: O direito de visita não é um direito dos pais em relação aos filhos, mas é, sobretudo, um direito da criança. Direito de ter a companhia de seus dois genitores, direito de ter amor de um pai ausente, direito de gozar da presença decisiva do pai, direito de minorar os efeitos nefastos de uma ruptura incontornável. Logo, é um dever que a lei impõe àquele genitor que se vê privado da presença contínua do filho. (2003, p.222) O Código Civil brasileiro não apresenta alteração quanto ao direito de visita, mantendo-o acessório na questão da separação e do divórcio, bem como silenciando sobre o exercício desse direito. Dispõe o artigo 1589 que O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visita-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação. Com a opção pela guarda compartilhada jurídica, estarão os genitores praticamente apenas ratificando a guarda única de uma ruptura conjugal consensual, uma vez que a criança terá um lar fixo, mas o guardião permitirá que o menor fique um período no domicilio do não guardião, o que ajuda na satisfação do pagamento da pensão alimentícia, o que não pode ser considerado ruim, pois os cônjuges ficam protegidos pela lei, além de tomarem em conjunto as decisões sobre os filhos. Entende Waldyr Grisard FILHO que fixado em residência única, o genitor não guardador tem a obrigação de visita, já que o que mora com o filho tem a guarda material, física, mas ambos, repita-se, tem a guarda jurídica.(2005, p.166)

31 30 Já a importância da guarda compartilhada jurídica e física é que após um processo de mediação familiar, talvez os cônjuges possam ter exposto suas amarguras, angustias e tristezas, conseguindo consequentemente separar a relação deles com a dos filhos, e ao conseguir essa separação, mantém a harmonia que havia antes da ruptura conjugal, propiciando assim um melhor ambiente de convívio para seu filho que terá duas casas. Quanto à pensão alimentícia vale salientar que tanto na guarda compartilhada jurídica quanto na jurídica e física, essa questão não desaparece. O artigo 20 da lei do divórcio é bem claro que para a manutenção dos filhos, os cônjuges, separados judicialmente, contribuirão na proporção de seus recursos. Esse artigo demonstra o binômio necessidade/possibilidade, ou seja, aquele que tem necessidade terá ajuda do outro cônjuge dentro das suas possibilidades, não importando qual modelo de guarda adotado. O dever alimentar está mesmo vinculado às possibilidades econômicas do obrigado, inexistindo regras a respeito. O juiz deve ater-se, como se deduz do texto legal, à proporção de seus recursos. O número de filhos, a idade deles, se estudante ou não, são elementos determinantes na fixação do quantum alimentar. Também se o prestador de alimentos recompôs sua família e tem outros filhos. Como bem expõe o ilustre mestre Luiz Edson FACHIN, que o termo alimentos não se esgota no sentido físico quando tomado na acepção jurídica. No ordenamento jurídico, compreende universo de prestações de cunho assistencial que, evidentemente, tem conteúdo mais elástico no plano do direito que na percepção coloquial. (2005, p.169)

32 31 Não há distinção entre genitor guardião e genitor não guardião quanto ao dever de sustento dos filhos menores. Mesmo que seja no modelo da guarda compartilhada jurídica/física o cônjuge mais necessitado terá direito a ter do outro ajuda dentro das suas condições. Há comentários que alguns pais pedirão a guarda compartilhada somente para ter uma redução no quantum da pensão alimentícia. Porém talvez esse não seja o melhor entendimento, pois mesmo que se tenha uma pensão menor, quando o filho estiver em sua companhia, o alimentante terá um custo para mantê-lo sob sua custódia RESPONSABILIDADE CIVIL Quando falamos de responsabilidade civil, primeiramente é necessário que se faça a diferenciação entre a responsabilidade civil objetiva da subjetiva. A responsabilidade civil subjetiva pressupõe a culpa. Ensina Carlos Roberto GONÇALVES que em não havendo a culpa, não há responsabilidade. Diz-se, pois, ser subjetiva a responsabilidade quando esteia na ideia de culpa. A prova da culpa passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável. (2000, p.09) No que tange a responsabilidade objetiva, diz-se que é aquela que prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Carlos Roberto GONÇALVES diz que: Essa teoria, dita objetiva, ou do risco, tem como postulado que todo dano é indenizável, e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade, independente da culpa. Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano. (2000, p.09)

33 32 O Código Civil Brasileiro adotou a responsabilidade civil subjetiva como regra e a objetiva como exceção, como se percebe no artigo 186 c/c o artigo 927 do Código Civil Brasileiro de O artigo 186 entende que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, enquanto o artigo 927 menciona que aquele que por ato ilícito (ats186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Partindo dessa breve introdução, e focando-se na responsabilidade civil dos menores, percebe-se que para o Código Civil de 2002 ela é objetiva, modificando o entendimento do Código Civil de 1916 e impondo a teoria do risco, como pode ser verificado com a análise dos artigos 932 inciso I são também responsáveis pela reparação civil... os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia, c/c artigo 933 do Código Civil Brasileiro de 2002, as pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. A responsabilidade civil por danos causados pelos filhos menores é caso típico de dano causado por fato de terceiro. Em regra, são os pais, quando unidos pelo casamento ou união estável, solidariamente responsáveis por seus filhos menores que com eles convivam. Assim, os pais, tutores ou curadores, respondem pelos danos causados pelos que estiverem sob a sua guarda, independente de culpa. A responsabilidade do pai, do mesmo modo que a do tutor e a do curador, deriva das funções por eles exercidas, haja vista que sua responsabilidade está baseada na culpa in vigilando,

34 33 que decorre da falta de atenção ou cuidado com o procedimento de outrem que está sob a guarda ou responsabilidade do agente. Na constância do casamento ou na união estável, quando falamos da responsabilidade civil dos filhos estamos fazendo uma referencia da responsabilidade civil solidária. Quando ocorre a ruptura conjugal, e consequentemente o deferimento da guarda única cessa a solidariedade da responsabilidade civil dos pais, passando o encargo apenas para o cônjuge ou companheiro que fica com a guarda do menor, seja ele impúbere ou púbere, lhe restando apenas atribuir todas as provas lícitas para se isentar da responsabilidade, como por exemplo, a inexistência de dependência material, não ter cometido falta na educação ou vigilância do menor, além das causas gerais como força maior, caso fortuito, culpa do terceiro, salvo se ao produzir-se o evento danoso o filho estivesse aos cuidados do outro genitor. Portanto, na guarda única fica claro que o legislador incumbiu o detentor da guarda pela responsabilidade civil, salvo suas excludentes. Porém, caso a opção seja pela guarda compartilhada, seja ela somente jurídica ou jurídica/física, pai e mãe serão solidariamente responsáveis, uma vez que, como ensina Eduardo de Oliveira LEITE: As decisões relativas à educação são tomadas em comum (e a guarda conjunta é construída sobre esta presunção), ambos os genitores desempenham um papel efetivo na formação diária do filho. Em ocorrendo dano, a presunção de erro na educação da criança ou falha na fiscalização de sua pessoa, recai sobre ambos os genitores. (2003, p.275). Assim, com a guarda compartilhada a ruptura conjugal não modificará a situação na constância da união, ou seja, continuará a responsabilidade solidária de

35 34 ambos os pais, uma vez que o quadro não se alterou e dessa forma não existe a figura da imediatidade e fiscalização EFEITOS SOCIAIS DA GUARDA COMPARTILHADA Um dos principais motivos para a grande repercussão da guarda compartilhada em todo mundo é a possibilidade de continuidade da relação da criança ou adolescente com seus genitores após a separação ou divórcio. Na infância e na juventude, o menor necessita contar com a estabilidade de um domicilio, no qual ele sinta uma relação de interesse, assim como uma relação afetiva estável, que, via de regra, é afetada com a saída do lar de um dos genitores e mais se essa saída representa uma mudança. Nesse caso, o regime de visitas amplo pode contribuir para proteger o menor dos sentimentos de desamparo e incerteza a que o submete a separação dos seus pais. Deve ele saber que não é a causa disso, mas sobre ele recaem os efeitos. A complexa situação dos filhos que, ora, sem pré-aviso, são privados do relacionamento com seus dois pais exigiu que se pensasse com rapidez na questão da guarda e suas consequências, vindo rapidamente a manifestação de diversos profissionais que não os de direito, todos preocupados em minimizar os nefastos efeitos da saída de um dos pais da vida diária dos filhos. Com a guarda compartilhada a posição do genitor frente aos seus filhos é completamente modificada, passando de mero visitante a ser, efetivamente, pai ou mãe. Isso é especialmente relevante para a psicologia porque endossa o que já se sabia a respeito dos efeitos que a separação ou divórcio causem ao homem, o

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