O presidente executivo da FDC, Wagner Veloso, e a professora Hérica Righi, coordenadora do CRI Minas, dão as boas vindas aos presentes.

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1 Relatório Encontro CRI Minas 04/10/2012 Inovações Ambientais Discutir e compartilhar ideias sobre como incentivar e criar inovações que possibilitem o desenvolvimento sustentável, esse foi o mote do seminário anual do Centro de Referência em Inovação de Minas Gerais da Fundação Dom Cabral que reuniu empresas e diversos especialistas para debater o tema com as empresas associadas e convidados. O evento, que ocorreu no teatro Belgo do campus Aloysio Faria da FDC em Nova Lima, reuniu além das empresas associadas do CRI Minas, convidados do Núcleo Bradesco de Inovação para uma discussão ampla acerca dos principais pontos e desafios que o tema Inovações Ambientais trazem para a prática da inovação. O presidente executivo da FDC, Wagner Veloso, deu as boas vindas aos presentes destacando a importância do CRI para a geração de conhecimento relevante para a sociedade e também para as empresas. Logo em seguida, Carlos Arruda, professor e coordenador do Núcleo Bradesco de Inovação da FDC, trouxe um panorama do projeto Inovações Ambientais, desenvolvido ao longo de um ano pela equipe do núcleo com o apoio da FAPEMIG. O projeto é parte de um esforço do governo de Minas Gerais em tornar o estado de Minas Gerais referência no tema, buscando um modelo de desenvolvimento que seja sustentável através do uso de novas tecnologias e práticas. O estudo buscou reunir os diversos atores envolvidos com a temática ambiental (empresas, governo e representantes da sociedade) para debater as principais questões do tema, apontando problemas, soluções, desafios e oportunidades. Além disso, foi realizada uma pesquisa ampla sobre como este tema é tratado pelas empresas brasileiras. A pesquisa, cujos resultados foram O presidente executivo da FDC, Wagner Veloso, e a professora Hérica Righi, coordenadora do CRI Minas, dão as boas vindas aos presentes. apresentados logo em seguida pela pesquisadora associada da FDC, Flávia Carvalho, buscou principalmente demonstrar os principais determinantes, resultados e obstáculos enfrentados pelas empresas quando tratam do tema. Tema em Debate: Inovações Ambientais Flávia Carvalho e o representante do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Cézar Oliveira, compuseram o primeiro painel do evento, coordenado pelo professor Carlos Arruda. Flávia começou sua fala definindo o conceito de Inovações Ambientais utilizado em sua pesquisa.

2 Segundo a pesquisadora, o conceito utilizado é o da MEI Project 1 que afirma que Inovações ambientais são produtos, processos produtivos, métodos de gestão, modelos de negócios que resultam, através de seu ciclo de vida, numa redução do impacto ambiental, tal como: menor consumo de matériasprimas; menor consumo de água; menor consumo de energia; substituição de recursos não renováveis por renováveis; redução na emissão de CO2 e outros gases poluentes. Os dados da pesquisa, que está disponível no site do Núcleo Bradesco de Inovação, mostram que as inovações ambientais realizadas pelas empresas brasileiras são motivadas pelo aspecto econômico como a geração de novos negócios, redução de custos, melhoria da imagem da empresa. Esse dado demonstra que mesmo que exista uma consciência das empresas na necessidade de melhores práticas, processos e tecnologias, pouco ainda é feito a este respeito. Quando é realizada alguma atividade ligada a este tema, a motivação econômica e regulatória são os maiores motores dessas ações. Em seguida Cezar Oliveira do MCTI, abordou o tema tecnologia e sustentabilidade em sua apresentação. Segundo ele, as empresas e também a comunidade científica despertaram há pouco tempo para o tema, o que implica em desenvolver ações que gerem aprendizados, isto é, aprender com as práticas para construir um modelo de desenvolvimento sustentável que seja interessante para todos os atores Painel sobre inovações ambientais. Da esquerda para direita, econômicos e sociais. "Não estamos preparados prof. Carlos Arruda, pesquisadora Flávia Carvalho, e o para responder a todas as perguntas sobre representante do MCTI, Cezar Oliveira. sustentabilidade. Temos que aprender enquanto fazemos", disse durante a palestra "Tecnologias limpas e sua importância para o Brasil". Além disso, Cezar trouxe um panorama das iniciativas do governo federal em relação ao tema como o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida (PBACV) e o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), e também das discussões realizadas durante a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a RIO+20. As apresentações geraram bastante debate, com questionamento dos presentes sobre as políticas do governo sobre o tema e também sobre os achados da pesquisa feita pela FDC. Para Arruda, as empresas precisam se engajar mais no tema e não ficar apenas à reboque de políticas e legislação do governo. No entanto, ressaltou que o governo deve propiciar um ambiente competitivo e favorável para que negócios sustentáveis possam se tornar realidade e para que o Brasil se torne uma referência no assunto. Salão do Conhecimento CRI Minas Logo após esse painel, as empresas associadas ao CRI Minas, Ingleza, Magnesita e Samarco, além da Pirelli, associada do CRI Nacional, apresentaram suas ações voltadas para inovações com o foco ambiental 2. A Ingleza, especializada em produtos de limpeza e higiene, com sede em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, trouxe um pouco de como a inovação é importante para a empresa e apresentou a linha de 1 O MEI (Mesuring Eco Innovation) é um projeto ligado a União Europeia que busca conceituar o termo Inovações Ambientais desenvolvendo também pesquisas, metodologias e estatísticas sobre o tema. 2 Os casos de inovação da Ingleza, Magnesita e Pirelli foram registrados pela equipe do Núcleo Bradesco de Inovação e estão disponíveis no site do Núcleo Bradesco de Inovação Ocaso Samarco encontra-se em finalização e estará disponível em breve.

3 produtos Amo o Verde. Denise Novaes, diretora executiva de marketing e vendas da empresa, disse que a decisão de lançar uma linha de produtos com menores impactos ao meio ambiente levou a empresa a fazer uma ampla pesquisa do que credenciaria seu produto a ser considerado Verde. A diretora afirmou que a Ingleza sempre teve como objetivo produzir uma linha que não perdesse a usabilidade, isto é, que não fosse inferior tecnicamente que os demais. Esse preceito fez com que surgisse uma linha que foi certificada por um importante órgão e acelerou o processo de implementação dessas inovações de caráter ambiental nas demais linhas da empresa. Atualmente, 84% do total da produção da empresa respeitam os conceitos de produto verde estabelecido pela companhia, de acordo com Denise. O gerente de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli Pneus, Argemiro Costa, trouxe o caso desta empresa que resolveu investir em Argemiro Costa apresenta como a inovação e desempenho e sustentabilidade. Centenária, presente em mais de 160 países e com 5 centros de P&D no mundo, um no Brasil inclusive, a empresa decidiu por investir em sustentabilidade mas sem prejudicar a performance dos seus produtos. Argemiro conta que a empresa já tinha o pneu verde desde 1999, mas que por questões mercadológicas não foi lançado. Atualmente, devido às pressões ambientais que a sociedade sustentabilidade é tratada pela fabricante de pneus Pirelli exerce, as quais também as montadoras estão submetidas, esse produto tem maior aderência no mercado. As inovações que permitem melhor desempenho de seu produto acabam levando também a um menor uso de combustíveis pelos automóveis acarretando em menores emissões de CO² na atmosfera. Além de inovações em produto a Pirelli busca inovar em sua cadeia produtiva com o intuito de reduzir os impactos ambientais, buscando matérias primas de fontes renováveis e também incentivando a destinação ecologicamente correta de seus produtos. Daniele Fonseca, da Magnesita, trouxe o caso desta empresa que investiu justamente na destinação do resíduo do produto da empresa, o refratário, utilizado principalmente na indústria siderúrgica e indústria cimenteira. Preocupada com a destinação do refratário após sua vida útil, a empresa iniciou o programa de logística reversa que busca destinar esse material da melhor forma, reciclando-o. A empresa trabalha com diferentes tipos de materiais sendo que alguns têm grande volume de resíduos, porém pouco valor agregado para a reciclagem. Outros, ao contrário, apresentam um valor alto, mas com volumes muito baixos. De acordo com Daniele, não faria sentido a empresa priorizar apenas o material que apresenta o melhor retorno financeiro, sendo que o que a empresa faz é tentar compensar esses custos, fazendo com que os mais rentáveis cubram a diferença dos demais. Completando o painel, a mineradora Samarco trouxe as experiências com energias limpas e eco eficiência. O gerente geral de tecnologia e eco eficiência da empresa, Denílson Rodrigues, mostrou algumas ações que a empresa vem desenvolvendo para diminuir o impacto ambiental da atividade da empresa. O transporte nas operações de mineração utiliza um sistema de correias transportadoras de longa distância, otimizando assim o tráfego de caminhões. Um sistema de minerodutos transfere, de forma eficiente, o minério de ferro concentrado e moído em Minas Gerais para a produção de pelotas no Espírito Santo. A adoção de precipitadores eletrostáticos e a aplicação de supressores de poeira sobre as pelotas produzidas permitem o controle e contenção das emissões de particulados.

4 Da esquerda para a direita, Argemiro Costa, Daniele Fonseca e Denise Novaes durante apresentação do Denílson Araujo, da Samarco A substituição do óleo combustível por gás natural nos fornos de pelotização reduz o CO2 em 10% para atmosfera. Esses são alguns exemplos apresentados pela Samarco para mitigação do impacto ambiental de suas operações. Em sua apresentação, Denilson também mostrou o comprometimento da direção da empresa com os temas ecoeficiência e sustentabilidade. Comentou que foi criada uma diretoria específica para desenvolver soluções tecnológicas e mais ecoeficientes, integradas às questões socioinstitucionais, que segundo ele, tem impulsionado e fortalecido a cultura de inovação e de sustentabilidade na empresa. Diálogo com Stakeholders Com o intuito de reunir os diversos atores responsáveis pela inovação, o CRI Minas dedicou a parte da tarde dos trabalhos para o painel Dialógo com Stakeholders coordenado pelo professor da FDC Heiko Spitzeck, o painel contou com o professor Jens Horbach da Universidade de Hochschule Augsburg da Alemanha como key note speaker. O professor trouxe as práticas da europa no que tange às inovações ambientais e como o diálogo com os diversos stakeholders, governos, ONGs, sociedade civil etc, é de Jens Horbach, professor da universidade de Augsburg, Alemanha, durante apresentação no CRI Minas fundamental importância para que as empresas se engajem no tema.

5 Logo em seguida, dando inicio ao painel o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Prof. Evaldo Vilela, apontou alguns entraves no poder público para as ecoinovações. Segundo ele, falta conectividade entre as ações, mas ressaltou que o governo tem se esforçado para promover mecanismos de incentivo para as empresas e atração de centros de pesquisas para o Estado de Minas Gerais. Para Prof a. Elza Araujo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), o papel do governo é criar parcerias que incrementem os Painel "Dialógo com Stakeholders" departamentos de pesquisa e desenvolvimento das empresas, por meio de bolsas, eventos, pesquisas, convênios, assessoria para proteção do conhecimento ou para captação de recursos, ações que a Fapemig busca implementar. Valmir Ortega, representante da ONG Conservação Internacional, relatou a mudança de enfoque da ONG que anteriormente estava focado apenas na conservação ambiental e agora tem como objetivo o bem-estar humano, fortalecendo o cuidado responsável e sustentável com a natureza. A ONG trabalha em parcerias com as empresas em projetos de economia verde. O presidente da Verti Tecnologias, Wilfred Brandt, falou sobre os receios e dificuldades do setor privado. Da esquerda para direita: Prof. Ado Jorio da UFMG, Elza Araujo da Fapemig, Valmir Ortega, Conservação Internacional, Prof. Heiko Spitzeck da FDC e Wilfred Brant da Verti Ecotecnologias Do lado das universidades, o professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG e diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), Ado Jorio, reforçou a convicção de que o conhecimento produzido dentro das universidades sejam apropriados pelas empresas, já que elas são as responsáveis por gerar a inovação, isto é, de levar o conhecimento para o mercado na forma de um negócio sustentável. Os debates ao longo do dia mostraram que as empresas, bem como academia, governo, e outros atores da sociedade civil, ainda têm muitos desafios quando o assunto é inovações ambientais. No entanto, a ideia de intensificar o diálogo entre essas instituições foi reforçada, apesar do papel central da empresa nesse processo. Outro ponto é a urgência em se pensar inovações de caráter ambiental. Essa é sem dúvida a nova onda da inovação e vai exigir muita energia das empresas que pretendem sobreviver num mercado cada vez mais regulado e com maiores pressões dos consumidores e sociedade quanto às questões ambientais. Equipe CRI Minas

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