RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS. OPERAÇÕES COM SEGUROS. DEPRECIAÇÃO.
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- Vagner Gilberto Castelo Santana
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1 Contabilidade Carreiras Policiais RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS. OPERAÇÕES COM SEGUROS. DEPRECIAÇÃO. Gustavo Muzy RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS As receitas e despesas antecipadas, também chamadas de diferidas, representam valores que, embora representem possíveis futuras receitas ou despesas, foram recebidos ou pagos antes do período de competência. Apesar do nome, as receitas e despesas diferidas não são de fato receitas e despesas, mas poderão vir a sê-lo, se posteriormente ocorrer o fato gerador. As receitas antecipadas são registradas no passivo circulante, uma vez que, ao receber o valor, a entidade assume uma obrigação de entregar ou fazer algo. De forma oposta, as despesas antecipadas são registradas no ativo circulante (ou como retificadoras do passivo), pois, ao pagar o valor, a entidade passa a ter o direito de receber algo ou exigir alguma prestação da pessoa a quem pagou. Exemplo de receita antecipada é o adiantamento de clientes, que ocorre quando a empresa recebe valores de seus clientes antes que os mesmos adquiram mercadorias ou serviços. Exemplos de despesas antecipadas são os juros a vencer e seguros e aluguéis a vencer. Exemplo de contabilização de receita antecipada. Uma empresa recebeu de um cliente um adiantamento de R$ ,00 no mês de março, sendo que em agosto o cliente solicitou a entrega de mercadorias que somavam R$ , que tiveram para a empresa um custo de aquisição de R$ Em janeiro: D Bancos C Adiantamentos de Clientes Em agosto: D Adiantamentos de Clientes C Receitas de Vendas D CMV C Mercadorias Exemplo de contabilização de despesa antecipada. Em outubro, uma empresa realiza um desconto de duplicatas, no valor de R$ ,00, sendo o prazo das duplicatas de 60 dias e o valor dos juros de R$ Em outubro: D Bancos D Juros a Vencer C Duplicatas Descontadas Em janeiro e fevereiro: D Juros Passivos C Juros a Vencer OPERAÇÕES COM SEGUROS As despesas com seguros devem ser apropriadas mensalmente, conforme o prazo da apólice, independentemente do prazo de pagamento. Assim, por exemplo, a contratação de uma apólice de seguro à vista, pelo valor de R$ ,00, com prazo de 12 meses, será feita da seguinte forma: a Vencer C Disponibilidades
2 Mensalmente, a despesa deverá ser apropriada, da seguinte forma: D Despesas com Seguros ou Seguros C Seguros a Vencer EXEMPLO: Uma empresa adquiriu, em março de X1, uma apólice de seguro para o prazo de 4 meses, pagando um prêmio de R$ 4.800,00, metade à vista e metade no mês seguinte. Indique os lançamentos a serem feitos a cada mês. Em março/x1: a Vencer C Bancos C Seguros a Pagar Em abril/x1: a Pagar C Bancos Em maio/x1: Em junho/x1: Em julho/x1: CONCEITO. DEPRECIAÇÃO A depreciação corresponde a uma estimativa da perda de valor de bens do ativo imobilizado, sujeitos a desgaste pelo uso, ação da natureza ou por se tornarem obsoletos. A depreciação gera uma despesa, que deve ser apropriada mensalmente (embora normalmente as questões de prova falem de depreciação anual), cuja contrapartida é a conta Depreciação Acumulada, cuja natureza é de retificadora do ativo, vinculada à conta que representa o bem depreciado. Assim, a cada mês, é feito, para cada bem do ativo imobilizado sujeito à depreciação, o seguinte lançamento: D Despesas com Depreciação C Depreciação Acumulada. VEDAÇÕES. A legislação proíbe a depreciação dos seguintes bens: a) terrenos, exceto em relação a benfeitorias e construções; b) bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte; c) bens para os quais sejam registradas contas de amortização ou exaustão; d) bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsicamente relacionados à produção ou comercialização de bens e serviços pela entidade. VALOR RESIDUAL. O valor residual de um bem depreciado corresponde ao valor da provável realização do bem, após totalmente depreciado. Ou seja, é o valor que poderia ser na venda do bem após o final de sua vida útil. Se este valor não for informado na prova, deverá ser considerado como igual a zero. Se for informado, a base de cálculo da depreciação será o valor de aquisição do bem e acréscimos posteriores menos o valor residual. VALOR LÍQUIDO CONTÁBIL. Valor líquido contábil é a diferença entre o valor do bem e o de sua depreciação acumulada, e
3 representa o quanto se estima que a entidade pode obter, naquele momento, com a venda do bem. Quando o bem estiver totalmente depreciado, o valor líquido contábil coincidirá com o valor residual. BASE DE CÁLCULO. É o custo de aquisição do bem, incluindo os gastos necessários à colocação do bem em funcionamento, e acréscimos posteriores, tais como correção monetária e reavaliação. Se houver valor residual, deverá ele ser deduzido desse valor para encontrarse a base de cálculo. INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO. De acordo com a legislação, a depreciação de um bem não é calculada a partir da data de sua aquisição, mas sim a partir do mês em que o bem for colocado em funcionamento ou em condições de produzir, se esta for diferente da data de aquisição. TAXAS DE DEPRECIAÇÃO. As taxas de depreciação definem a velocidade de depreciação do bem. As taxas máximas de depreciação são definidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e variam de acordo com a vida útil do bem, de forma que até o final de sua vida útil ele esteja totalmente depreciado. Quanto maior a vida útil do bem, menores as taxas de depreciação anual e mensal. Quanto menor a vida útil, maiores as taxas de depreciação. Como o reconhecimento da depreciação gera uma despesa dedutível para fins do Imposto de Renda (dede que o bem esteja intrinsicamente relacionados às atividades da entidade), existe a preocupação da Receita Federal em definir as taxas máximas de depreciação. Sendo assim, nada impede que o contribuinte se utilize de taxas menores. Também existe a possibilidade de que o contribuinte adote taxas maiores, se estiver amparado em um laudo pericial de entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, que ateste expressamente um prazo de vida útil menor para determinado bem específico (exemplo: uma máquina que tenha vida útil estimada de 8 anos). Taxa Normal de Depreciação. A taxa normal de depreciação deve ser utilizada, sempre que não for o caso de depreciação acelerada. Exemplos de taxas normais de depreciação anuais definidas pela Receita Federal: Bem Vida Útil Taxa Anual Veículos 5 anos 20% Imóveis (exceto terrenos) 25 anos 4% Máquinas e Equipamentos 10 anos 10% Essas taxas são anuais, para se fazer o reconhecimento mensal, deve-se dividir cada uma delas por 12 (doze), para encontrar-se a taxa mensal. Taxa de Depreciação Acelerada Normal. As taxas de depreciação vistas acima são estipuladas pela Receita Federal assumindo-se que o bem será utilizado por 8 (oito) horas diárias, ou seja, por um turno diário. Se ele for utilizado por dois ou três turnos, as taxas serão multiplicadas por um coeficiente. A legislação contábil determina que esse coeficiente será de 2 (dois), se o bem trabalhar dois turnos por dia, e será de 3 (três), se o bem funcionar por três turnos diários. No entanto, a legislação fiscal define que esses coeficientes são, respectivamente, de 1,5 (um e meio) e 2 (dois). Assim, se a empresas tiver bens que funcionam por mais de um turno e adotar os coeficientes contábeis, terá que fazer os ajustes para adaptar-se aos coeficientes fiscais, se apurar seu Imposto de Renda pelo Lucro Real. A tabela a seguir resume esses coeficientes: Número de Turnos de 8 Coeficiente horas diárias Contábil Coeficiente Fiscal 1 1,0 1,0 2 2,0 1,5 3 3,0 2,0 Taxa de Depreciação Acelerada Incentivada. A depreciação acelerada incentivada é aquela
4 prevista pela legislação fiscal, de forma excepcional e expressa, em determinadas situações. Assim, por exemplo, para estimular a renovação do parque industrial, a lei pode prever que os bens de capital adquiridos em determinado período poderão ser depreciados em um prazo menor. CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO. a) Reconhecimento da Depreciação. Mensalmente, a entidade deve proceder ao seguinte lançamento para reconhecimento da depreciação: D Despesas de Depreciação. C Depreciação Acumulada. Exemplo: considere um veículo adquirido por R$ ,00, em 01/07/2018. Admitindo que sua via útil seja de 5 anos, e seu valor residual de R$ ,00, calcule o valor da depreciação pelo método linear no ano de Como o veículo será depreciado por 6 meses (julho a dezembro), a taxa de depreciação será de 10% (metade de 20%, que é a taxa anual). Além disso, como há valor residual, a depreciação será calculada sobre a diferença entre o valor do veículo (R$ ,00) e o valor residual (R$ ,00), o que dá R$ ,00. Aplicando-se 10% sobre R$ ,00, temos R$ 7.000,00, que é o valor da depreciação em O lançamento a ser feito em 31/12/2018, então, ficará, assim: D Despesas de Depreciação C Depreciação Acumulada b) Baixa de um Bem Depreciado. Quando da baixa de um bem depreciado, seja por venda, por doação ou por qualquer outra razão, deverá também ser baixada a conta Depreciação Acumulada correspondente. No caso de venda, se o bem for alienado por um valor maior do que seu valor líquido (valor bem menos depreciação acumulada), a diferença será considerada como uma receita. Caso contrário, teremos uma despesa. Exemplo: considere que, no balanço de uma entidade, conste um veículo de R$ , depreciado em R$ , da forma abaixo: Veículo Placa ABC ( ) Depreciação Acumulada... (40.000) Considere ainda que referido bem tenha sido vendido à vista, por R$ , via transferência bancária. Nesse caso, o lançamento a ser feito é o seguinte: D Bancos Conta Movimento D Depreciação Acumulada C Veículo Placa ABC C Ganho na Alienação Bens QUESTÕES 1. As contas que registram o valor das despesas pagas, mas não incorridas são registradas no grupo de despesas antecipadas. 2. Classificam-se como despesas antecipadas os prêmios de seguros pagos para cobertura durante o exercício posterior. 3. Em outubro de 2000, uma empresa adquiriu um caminhão por R$ ,00. O procedimento usual de depreciação utilizou o método linear, com resíduo estimado em 10% e vida útil prevista para 5 anos. Com base nas informações acima, pode-se dizer que no balanço patrimonial de 2003, encerrado em 31 de dezembro, a conta Depreciação Acumulada, em relação a esse veículo, deverá ter saldo credor de R$ Se uma empresa efetuar a contabilização da depreciação do edifício da sede administrativa em duplicidade, o lucro do período está superavaliada Considere os seguintes dados para a resolução do item seguinte: uma empresa adquiriu um ativo em 01/01/2009, o qual foi registrado por R$ Sua vida útil foi estimada em cinco anos. Espera-se que o ativo, ao final dos cinco anos, possa ser vendido por R$ Usando-se o método linear para cálculo da depreciação, ao final de 2010, o valor contábil do
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