DESEMBARGADOR ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA RELATOR

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1 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESPÍRITO SANTO GAB. DESEMB - ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA 10 de Abril de 2017 Embargos de Declaração Ap Nº ( ) SÃO MATEUS - 1ª VARA CÍVEL EMGTE INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS Advogado(a) RAFAEL NOGUEIRA DE LUCENA EMGDO OSVAILSON DA SILVA MOREIRA Advogado(a) GILSON GUILHERME CORREIA RELATOR DES. ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA Relatório Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS em razão do v. Acórdão (fls vº) no qual a egrégia Quarta Câmara Cível, à unanimidade de votos, deu provimento ao recurso de Apelação Cível interposto por OSVAILSON DA SILVA MOREIRA. O Embargante, em razões recursais (fls ) pugna pelo provimento do recurso sob a assertiva de que há omissão no acórdão, notadamente, quanto a ausência de manifestação acerca (i) da data do início do benefício (DIB); (ii) da incidência dos juros de mora; e (iii) da correção monetária que devam incidir sobre o benefício concedido (aposentadoria). Sem contrarrazões recursais (fl. 270vº). É o relatório. Peço dia para julgamento. Vitória (ES), 20 de fevereiro de DESEMBARGADOR ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA RELATOR

2 VOTO Os embargos de declaração ostentam caráter integrativo da decisão a que se refere, assumindo feição infringente em situações excepcionais determinantes de modificação do julgado por força de conserto de existentes omissões, contradições, obscuridades e erro material [art do CPC/2015]. Não obstante o recurso de Embargos de Declaração ter como finalidade completar a decisão omissa ou, ainda, de aclará-la, dissipando obscuridades ou contradições, o julgador poderá, a qualquer tempo, corrigir erros materiais de ofício ou a requerimento da parte. Após análise dos autos, verifico que razão assiste ao Embargante. No que concerne ao termo inicial de concessão do benefício de aposentadoria por invalidez, restou assente que é devido o benefício de aposentadoria por invalidez ao Autor, a contar, na hipótese, a partir do dia imediato da cessação do auxílio doença, descontados eventuais valores pagos a título de benefício por incapacidade durante o mesmo período. Nesse sentido: EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CIVEL CONVERSÃO AUXILIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ- PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS - CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA INDICE TR HONORÁRIOS ADVOCATICIOS - OMISSÕES - EXISTENTES - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, contradição ou obscuridade no julgado e, contemplando as alegações formuladas, observa-se que, em relação as alegações acerca da omissão, a irresignação deve ser acolhida por esta corte de julgamento. 2. Se o segurado estava em gozo de auxílio-doença ou auxílio-acidente, o termo inicial da aposentadoria por invalidez deve ser o dia imediato da cessação de tais benefícios (Resp /RS de ). 3. [ ]. 7. Recurso conhecido e provido. (TJES, Classe: Embargos de Declaração Ap,

3 , Relator: WALACE PANDOLPHO KIFFER, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 12/09/2016, Data da Publicação no Diário: 22/09/2016). DO RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO POR ALMIR CARVALHO DE OLIVEIRA I. [...]. IV. Recurso conhecido e provido para conceder ao requerente o benefício de aposentadoria por invalidez, considerando como termo inicial para sua contagem o dia 01/06/2011 (dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença), fazendo incidir juros a partir da citação válida (súmula 204 do STJ), nos termos do artigo 1º-F da Lei 9494/1997, e correção monetária a contar do vencimento de cada parcela, tomado como índice o INPC (artigo 41-A da Lei nº 8213/1991). [...]. VII. Recurso conhecido e provido. (TJES, Classe: Apelação / Remessa Necesária, , Relator: JORGE HENRIQUE VALLE DOS SANTOS - Relator Substituto: ROGERIO RODRIGUES DE ALMEIDA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 02/08/2016, Data da Publicação no Diário: 08/08/2016). APELAÇÃO CÍVEL PREVIDENCIÁRIO CONVERSÃO DE AUXILIO-ACIDENTE EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - TERMO INICIAL DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO JURISPRUDÊNCIA DO STJ RECURSO REPETITIVO - ALTERAÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS RECURSO PROVIDO. 1 - A jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça encontra-se sedimentada no sentido de que o termo a quo da concessão da aposentadoria por invalidez é o dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença ou o prévio requerimento administrativo e, quando ausentes a postulação administrativa e o auxílio-doença, o termo inicial será a citação do INSS. De forma que a perícia não deve ser considerada como termo a quo para a concessão desse benefício. 2 - No julgamento do REsp /SP, submetido a sistemática dos Recursos

4 Repetitivos, o STJ entendeu que A citação válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia postulação administrativa. (REsp /SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014, DJe 07/03/2014). 3 - [...]. 5 Recurso provido para alterar o termo inicial da aposentadoria por invalidez e condenar apenas o INSS nos ônus sucumbenciais. (TJES, Classe: Apelação, , Relator: MANOEL ALVES RABELO, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 11/07/2016, Data da Publicação no Diário: 15/07/2016). Razão também assiste ao Instituto Previdenciário no que tange à aplicação do artigo 1º-F, da Lei n.º 9.494/1997. A partir da data da vigência da Lei n.º /2009 nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza, para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora devem incidir, uma única vez, até o efetivo pagamento, os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Assim, na hipótese em análise, para fins de atualização monetária, remuneração do capital e incidência de juros de mora, deverá ser observado o que dispõe o artigo 1º-F da Lei n /1997, com a redação dada pela Lei n /2009. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI n.º 4357, no tocante aos juros, declarou a constitucionalidade dos juros moratórios oriundos de relação jurídica não-tributária com base nos índices oficiais de remuneração básica e aplicados à caderneta de poupança (TR) conforme dispõe o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei nº /09. Em relação à correção monetária, o Plenário do STF, em 16/04/2015, resolveu declarar a Repercussão Geral acerca do tema e concluiu que continua em vigor o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, às condenações impostas à Fazenda

5 Pública até a expedição do precatório. Acerca do tema, os seguintes precedentes: [ ]. 8. Sobre as verbas condenatórias deverão incidir correção monetária e os juros moratórios consoante o disposto no art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação conferida pelo art. 5º da Lei /2009 (Índice TR), tal como definido até a presente data pelo STF. Precedentes. 9. [ ]. (TJES, Classe: Remessa Necessária, , Relator: ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 12/07/2016, Data da Publicação no Diário: 19/07/2016). [ ]. 2 - No tocante aos juros, o STF, ao julgar a ADI nº 4357, em 14/03/2013, declarou a constitucionalidade dos juros moratórios oriundos de relação jurídica não-tributária com base nos índices oficiais de remuneração básica e aplicados à caderneta de poupança (TR) conforme dispõe o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação pela Lei nº /09. 3-Em relação à correção monetária, o Plenário do STF, em 16/04/2015, resolveu declarar a Repercussão Geral acerca do tema e concluiu que continua em vigor o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei nº /09, às condenações impostas à Fazenda Pública até a expedição do precatório. 4-Imposto de renda sobre honorários advocatícios oriundos de decisão judicial deverá ser retido na fonte pela devedora. Por força do disposto na Lei nº 8.541/92, a retenção se dará por ocasião do efetivo pagamento. 5-[...]. (TJES, Classe: Remessa Necessária, , Relator: ELISABETH LORDES - Relator Substituto: JULIO CESAR COSTA DE OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 05/07/2016, Data da Publicação no Diário: 15/07/2016). [.]. 1. Compulsando os autos, verifico que no edital, não constava a ordem de nomeação dos candidatos que

6 concorreram às vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais, todavia, o certame previa 19 (dezenove) vagas de ampla concorrência e 01 (uma) para portadores de necessidades especiais, tendo a requerente obtido o 1º (primeiro) lugar nessa segunda condição. 2. Ocorre que, o requerido nomeou 13 (treze) candidatos de ampla concorrência, de modo a preterir a única vaga destinada às pessoas portadoras de necessidades especiais, o que fere frontalmente, a meu ver, os princípios da igualdade e da razoabilidade. 3. Entendo ser pertinente a complementação da parte dispositiva, apenas para fixar que, em relação às custas e honorários, incidirá correção monetária, pelo INPC, a partir do desembolso e do arbitramento, respectivamente, até a intimação para o cumprimento da sentença, momento em que serão aplicados os índices oficiais de remuneração básica e juros da caderneta de poupança (TR + 0,5%), nos termos do artigo 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº /09. (TJES, Classe: Remessa Necessária, , Relator: EWERTON SCHWAB PINTO JUNIOR, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 28/06/2016, Data da Publicação no Diário: 05/07/2016). [ ]. 1 - A correção monetária deve ser calculada com base nos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, conforme dispõe o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº / [ ]. 7 - Sentença parcialmente reformada para fazer constar como índice de correção monetária a TR. (TJES, Classe: Apelação, , Relator: MANOEL ALVES RABELO, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 20/06/2016, Data da Publicação no Diário: 28/06/2016). DO EXPOSTO, dou provimento aos embargos de declaração opostos para (i) fixar o termo inicial do benefício de aposentadoria por invalidez o dia seguinte a data da cessação do auxílio doença, descontados eventuais valores pagos a título de benefício por incapacidade durante o mesmo período; e (ii) determinar a incidência dos juros de mora e da correção monetária sobre as

7 parcelas vincendas do benefício de aposentaadoria por invalidez, de acordo com o preconizado no art. 1º-F, da Lei n.º 9.494/97. É como voto. O SR. DESEMBARGADOR MANOEL ALVES RABELO Voto no mesmo sentido O SR. DESEMBARGADOR ROBSON LUIZ ALBANEZ Voto no mesmo sentido CONCLUSÃO: ACORDA O(A) EGREGIO(A) QUARTA CÂMARA CÍVEL NA CONFORMIDADE DA ATA E NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA SESSÃO, QUE INTEGRAM ESTE JULGADO, À unanimidade: Conhecido o recurso de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS e provido..