Debate: Cinema documentário e educação

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Debate: Cinema documentário e educação"

Transcrição

1 Debate: Cinema documentário e educação Ano XVIII boletim 11 - Junho de 2008

2 SUMÁRIO DEBATE: CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO PROPOSTA PEDAGÓGICA Ivana Bentes PGM 1 - DOCUMENTÁRIO E FICÇÃO Guiomar Ramos PGM 2 - OS DIFERENTES TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS E SUAS TÉCNICAS Andrea Molfetta PGM 3 COMO ANALISAR UM DOCUMENTÁRIO? QUESTÕES ESTÉTICAS E ÉTICAS Luiz Rezende PGM 4 - O DOCUMENTÁRIO NA TELEVISÃO Beatriz Becker PGM 5 - CENA CONTEMPORÂNEA: NOVOS SUJEITOS DO DISCURSO...41 Ivana Bentes Anexo...45 CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 2.

3 PROPOSTA PEDAGÓGICA DEBATE: CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO Ivana Bentes 1 Fronteiras do Documentário O que caracteriza o gênero documentário? Historicamente, o cinema começa com uma filmagem documental mostrando a saída dos operários de uma fábrica, registrada pelos irmãos Lumière. Uma das forças do documentário vem dessa relação de registro, documentação, captação do real que deu ao documentário uma certa autoridade e legitimação. Mas, mesmo nesses primeiros registros, uma questão se impõe: uma imagem é sempre um recorte do real, traz um ponto de vista de quem filma, tem um enquadramento, pode mudar de significado ao ser montada/editada ao lado de outras imagens. O documentário utiliza uma série de recursos e técnicas compartilhados pelo filme de ficção e de encenação, tem personagens, cenários e locações, toda uma série de intervenções, da câmera, do entrevistador, do narrador, do montador, que alteram e modificam de forma significativa o mero registro. Quais seriam, então, as diferenças entre um filme documentário e um filme de ficção? Essa é uma questão decisiva para se debater a importância do cinema, do audiovisual e das imagens na cultura contemporânea. Hoje, apesar de fazermos a diferenciação entre os gêneros documentais e ficcionais, essa separação radical pode ser questionada, já que as fronteiras entre essas linguagens se misturam. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 3.

4 Da mesma forma, podemos sublinhar as diferentes escolas de documentários, de abordagens, de métodos, mas não devemos catalogar e definir cada filme em um único tipo. Podemos, sim, partir de uma classificação, como a de Bill Nichols, por exemplo, e outras, definindo o que seria o documentário poético, o documentário tradicional, expositivo, o documentário de observação, o documentário participativo, o documentário reflexivo, o documentário performático, etc. Mas essa classificação serve mais para entendermos as diferentes questões, métodos e impasses do documentário, do que para rotulá-lo. Métodos, artifícios e maquinações que desfazem a idéia de um dispositivo de filmagem, captação, edição, neutro. Como analisar um filme documentário? Primeiro, é preciso estar atento para análise da linguagem dos filmes e não simplesmente para os temas e assuntos, não simplesmente a pauta, mas a forma. Essa é uma questão decisiva. É preciso ver a pesquisa por trás das questões abordadas, se perguntar pelos métodos de captação das imagens, o uso de materiais de arquivo, a pesquisa prévia ou a decisão de chegar, sem nenhum ou pouco conhecimento anterior, à abordagem dos temas e personagens, como se fosse uma primeira vez. Outros elementos são importantes no entendimento da linguagem do documentário. O filme tem um narrador, quem narra? Ou o diretor optou por não ter um narrador, encadeando as imagens e sons de outra forma, visualmente, por exemplo? O documentário privilegia as imagens, a cena, o enquadramento, a experimentação formal ou os depoimentos e entrevistas? Os depoimentos são mera ilustração de uma tese ou desconsertam e trazem novos caminhos para a narrativa? Há uma preocupação com a montagem/edição? Como vão se construindo os personagens? Também é importante saber como o tema foi delimitado e abordado, de forma geral ou de forma singular e particular? Ou ainda combinando esses diferentes recortes? Pode-se filmar qualquer coisa? O que se pode mostrar em um filme documentário? As questões éticas envolvendo os entrevistados, a negociação com os envolvidos, as CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 4.

5 conseqüências do filme na sua vida, também são questões importantes. A participação e a intervenção do diretor na condução do documentário são outros pontos a destacar. A remuneração dos participantes, o direito de imagem, imagens autorizadas e não-autorizadas são elementos para o debate e análise, que envolvem decisões éticas, para alem da estética. A maioria dos espectadores só tem como referência os programas jornalísticos da televisão como exemplos de documentários. Quais os diferentes gêneros documentais na TV, aqueles que utilizam técnicas e procedimentos vindos do cinema e depois reinventados pelo ao vivo da televisão? Quais são os pressupostos do gênero documental na TV? O Telejornal, por exemplo, tem como pressuposto uma objetividade e neutralidade que deveríamos questionar sempre. Pois, afinal de contas, muitas vezes a escassez de tempo, o uso dos depoimentos e entrevistas colhidos na rua (o chamado povo fala no jargão da TV) servem apenas para confirmar o que já foi dito pelo locutor ou narrador. Será mesmo que uma notícia tem apenas dois lados? Por que se fala tanto em objetividade no telejornalismo? Não seria melhor explicitar quanto de subjetivo, de político temos aí? O discurso da objetividade é um discurso de verdade que devemos colocar em xeque. Outro exemplo importante de documentário na TV são os reallity shows. Um gênero de programa que se vende como registro e documentação ao vivo e espontânea, mas que sabemos que o tempo todo é editado, criando uma ficção em que os participantes acabam por encarnar certos personagens. Onde acaba o documental e onde começa a ficção nos reallity shows? Esse é um excelente ponto para análise e para entendermos a difícil tarefa de encontrar as fronteiras ou a distinção entre um gênero e outro. Melhor mesmo, mais produtivo e interessante é perceber a sua fusão, ou seja, como ficção e documentário são duas formas de construir o real. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 5.

6 Podemos analisar as reportagens televisivas da mesma forma que os documentários. Perguntando: Como a reportagem televisiva foi estruturada? Qual a importância do narrador, das entrevistas, das imagens de arquivo e da edição? No documentário para cinema ou para televisão, um fenômeno se impõe. A utilização cada vez maior de registros de amadores. A vovó que filmou os traficantes da janela, imagens de câmeras amadoras em investigações policiais, as imagens das câmeras de segurança utilizadas como provas. Esse fenômeno está associado ao barateamento e à disponibilidade das câmeras de vídeo e dos celulares e à possibilidade de postar imagens no YouTube, o que nos torna potenciais produtores de imagens, repórteres, documentaristas, produtores de audiovisual. O contrário da idéia de que apenas poucos podem se tornar documentaristas ou jornalistas. A televisão tem ainda muitos canais devotados ao documentário: Discovery Channel, National Geographic, etc. Cada um com um nicho e linguagem própria. Na cena contemporânea brasileira, podemos apontar para diferentes propostas de documentário, diferentes cineastas, diretores e uma explosão do documentário no Cinema e na Televisão. Em diferentes momentos da história do cinema brasileiro, o documentário aparece como decisivo. A obra de Humberto Mauro e a relação entre documentário e educação; a importância de documentários como Aruanda, de Linduarte Noronha, Arraial do Cabo, de Paulo César Saraceni, Couro de Gato, de Joaquim Pedro de Andrade e outros, no início do Cinema Novo; a Caravana Farkas e o documentário sociológico que mapeou temas e personagens populares; o documentário de Eduardo Coutinho que reinventou a entrevista/depoimento; a linha do documentário experimental de Andréa Tonacci (Caparaó), Arthur Omar (Sonhos e Histórias de Fantasmas, A Coroação de uma Rainha), os curtas de Jorge Furtado (Ilha das Flores, Esta Não É a Sua Vida); o documentário de João Moreira Salles (Notícias de Uma Guerra Particular, Santiago), entre tantas outras referências. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 6.

7 São linhas e propostas singulares e a elas se acrescenta a produção de documentários nas Escolas, Universidade, nas periferias e movimentos sociais. Novos sujeitos do discurso que surgem no documentário brasileiro: que se apropriam das câmeras digitais, colocam seus filmes no YouTube, na internet e utilizam o vídeo para se autodocumentar, produzir reflexões e experiências singulares. Essa vitalidade do documentário se reflete nas políticas públicas no campo do audiovisual, programas como DOCTV, Revelando os Brasis, festivais como É Tudo Verdade, Festival Etnodoc, etc. que apontam para o reconhecimento do documentário como instrumento importante na produção de conhecimento e nos projetos de transformação da sociedade brasileira. A série Debate: Cinema documentário e educação será apresentada de 23 a 27 de junho de 2008 no Salto para o Futuro/TV Escola (SEED/MEC) e vai discutir os seguintes temas: PGM 1 - DOCUMENTÁRIO E FICÇÃO No primeiro programa, pretende-se discutir o que caracteriza o gênero documentário. A força do documentário vem da relação de registro, documentação, captação do real, que deu ao documentário uma certa autoridade e legitimação. Uma questão que se impõe: a imagem é sempre um recorte do real, traz um ponto de vista de quem filma, tem um enquadramento, pode mudar de significado ao ser montada/editada ao lado de outras imagens. Quais as diferenças entre um filme documentário e um filme de ficção? Essa é uma questão decisiva para se debater a importância do cinema, do audiovisual e das imagens na cultura contemporânea. A proposta deste programa é apresentar essas questões, mostrando como hoje, apesar da distinção e da diferenciação entre os gêneros documentais e ficcionais, a diferença entre documentário e ficção deve ser questionada e como essas linguagens se misturam. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 7.

8 PGM 2 - OS DIFERENTES TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS E SUAS TÉCNICAS O segundo programa vai mostrar um panorama das diferentes escolas de documentários e cineastas de referência: o documentário poético, o documentário tradicional, expositivo, o documentário de observação, o documentário participativo, o documentário reflexivo, o documentário performático. Para cada tipo ou escola, será apresentado um pequeno trecho, ou exemplo, de um documentário de referência: Fhaerty, Vertov, Grierson, Jean Rouch, etc. PGM 3 COMO ANALISAR UM DOCUMENTÁRIO? QUESTÕES ESTÉTICAS E ÉTICAS A proposta do terceiro programa é trazer um instrumental para análise da linguagem dos filmes e destacar os impasses éticos na produção de um documentário. A pesquisa, a captação, as matérias de arquivo, com ou sem narrador, os depoimentos, com ou sem entrevistas, formas de montagem/edição, a construção dos personagens, a escolha e a delimitação do tema. As questões éticas envolvendo os entrevistados, a negociação com os entrevistados e com os demais envolvidos o que mostrar? A participação e a intervenção do diretor na condução do documentário. A remuneração dos participantes, o direito de imagem, imagens não autorizadas, etc. PGM 4 - O DOCUMENTÁRIO NA TELEVISÃO No quarto programa, pretende-se apresentar os gêneros televisivos que utilizam as técnicas do documentário e como é possível questionar alguns pressupostos da televisão. O telejornal e o pressuposto da objetividade. A escassez de tempo, o uso dos depoimentos e entrevistas apenas para confirmar o que já foi dito pelo locutor ou pelo narrador. Uma notícia tem apenas dois lados? Por que se fala tanto em objetividade no telejornalismo? E o que significa isso? Os reallity shows De que forma esse gênero de programa se vende como registro e documentação ao vivo e, ao mesmo tempo, trabalha com montagem/edição e cria uma ficção e pessoas que encarnam personagens? Onde acaba o documental e onde começa a ficção? As reportagens televisivas Como é a estrutura das reportagens televisivas? A CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 8.

9 importância do narrador, das entrevistas, das imagens de arquivo e da edição. Os registros de amadores. Por que cada vez mais a televisão incorpora as imagens de registro feitas por amadores? PGM 5 - CENA CONTEMPORÂNEA: NOVOS SUJEITOS DO DISCURSO As diferentes propostas de cineastas, de diretores, em torno do documentário e a cena contemporânea de revalorização do documentário no cinema e na televisão são temas do quinto programa da série. Novos sujeitos do discurso: pessoas que estão em presídios, as vozes da periferia, o funk, o hip-hop. Como as escolas estão incorporando a produção audiovisual na educação formal e não-formal? A produção das escolas, ONGs, Cursos Livres. O documentário na cultura brasileira contemporânea: sua vitalidade, as políticas públicas no campo do documentário. BIBLIOGRAFIA BERNARDET, J. C. Cineastas e Imagens do Povo. São Paulo: Brasiliense, DA-RIN, Silvio. Espelho partido, tradição e transformação do documentário cinematográfico. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, GRANJA, Vasco. Dziga Vertov. Portugal: Horizonte de Cinema, Livros Horizonte. LINS, Consuelo. O documentário de Eduardo Coutinho. Televisão, cinema e vídeo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Documentário: uma ficção diferente das outras?. In: Ivana Bentes (org.). Ecos do Cinema, de Lumière ao Digital. Rio de Janeiro: UFRJ, O cinema de Eduardo Coutinho: uma arte do presente. In: Ivana Bentes (org.). Ecos do Cinema, de Lumière ao Digital. Rio de Janeiro: UFRJ, CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 9.

10 OMAR, Arthur. O Anti-Documentário, provisoriamente. In: Revista Cinemais n.8, set./ out TEIXEIRA, Francisco Elinaldo (org.) Documentário no Brasil. Tradição e Transformação. São Paulo: Summus Editorial, Sugestão de Filmografia Documentários do Primeiro Cinema e Pioneiros A Chegada do Trem à Estação, irmãos Lumière; Nanook, o Esquimó (longa), de Robert Flahert; Canto do Mar, de Alberto Cavalcanti; Carro de Boi, de Humberto Mauro. Escolas de Documentários O Homem com a Câmera, de Dziga Vertov; Drifters, de John Grierson, 1929 (Escola Inglesa); Eu, Um Negro, de Jean Rouch, 1958 (Cinema Direto); Jaguar, de Jean Rouch (Cinema Direto). Documentário no Cinema Novo Aruanda, de Linduarte Noronha, 1960; Arraial do Cabo, de Paulo César Saraceni; Couro de Gato, de Joaquim Pedro de Andrade; Maioria absoluta, de Leon Hirszman, 1964; Opinião pública, de Arnaldo Jabor, 1967; Di, de Glauber Rocha, Documentário na Televisão-década de 70 Teodorico, o Imperador do Sertão, de Eduardo Coutinho, 1978; Wilsinho Galiléia, de João Batista de Andrade, 1978; CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 10.

11 O Último Dia de Lampião, de Maurice Capovilla, 1972; Retrato de Classe, de Gregório Bacic, Documentários auto-reflexivos Mato eles? de Sérgio Bianchi, 1982; Ilha das Flores, de Jorge Furtado, 1989; O inspetor, de Arthur Omar, 1988; Esta não é a sua vida, de Jorge Furtado, 1991; Barbosa, de Giba Assis Brasil e Jorge Furtado; Caramujo-Flor, de Joel Pizzini, Documentários Contemporâneos Babilônia 2000, de Eduardo Coutinho, Notícias de Uma Guerra Particular, de João Moreira Salles, 1999; O Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento; À Margem da Imagem, de Evaldo Mocarzel; Um Passaporte Húngaro, de Sandra Kogut, 2001; Sonhos e Histórias de Fantasmas, de Arthur Omar; A pessoa é para o que nasce, de Roberto Berliner, 2004; Santiago, de João Moreira Salles. Nota: Diretora e professora da Escola de Comunicação da UFRJ. Ensaísta, pesquisadora na área de comunicação e cultura com ênfase nas questões relativas ao papel da comunicação, da produção audiovisual e das novas tecnologias na cultura contemporânea. Curadora e apresentadora de TV. Consultora desta série. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 11.

12 PROGRAMA 1 DOCUMENTÁRIO E FICÇÃO, REVENDO UMA HISTÓRIA Guiomar Ramos 1 O que caracteriza o documentário? O que o diferencia da ficção? Essa é uma antiga polêmica, mas bastante atual. Antiga, porque o contraponto da narrativa ficcional com a documental sempre existiu. Atual, porque hoje estamos vivendo um momento de intensificação dos efeitos de realidade, quando a representação mimética do mundo, base do cinema clássico, pode ser criada e acessada a qualquer momento, através de toda espécie de objetos de audiovisual. Parece óbvio, mas deve ser dito: o documentário não é um mero registro do real. Na hora da filmagem, da gravação, há inúmeras possibilidades de intervenção sobre o que e quem estiver sendo filmado: pode-se forçar a barra com a câmera, com o microfone, com todo o aparato de registro, usar o poder de persuasão do diretor, alterar completamente a realidade filmada, e depois de tudo isso, no momento da edição, mudar ainda mais as condições originais de filmagem. Qual seria a diferença, então, para o audiovisual de ficção? Alguns procedimentos são específicos do cinema documentário: a entrevista, o depoimento, um determinado tipo de voz over, a imagem de arquivo. Mas esses recursos e técnicas também são facilmente compartilhados pelo filme de ficção. Por outro lado, no documentário, alguns entrevistados são vistos como "personagens" e algumas locações assemelham-se a verdadeiros "cenários", elementos típicos do ficcional. Procedimentos como a câmera na mão, a instabilidade na captação, os cortes abruptos, que, na linguagem documental, se justificam em função da urgência do registro, podem ser, na ficção, uma maneira de representar realisticamente uma determinada situação. Como resolver a polêmica da verdade versus encenação, se o que chamamos de real e verdadeiro no documentário e, portanto, oposto ao falso do ficcional são conceitos que mudam de acordo com a época e o lugar? CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 12.

13 Torna-se necessário, então, resgatarmos a história dos procedimentos do documentário. Através dela, vamos nos deparar com muitas representações da realidade, onde diferentes linguagens podem abordar um mesmo tema. São escolas com diversas propostas do que seria a forma mais eficiente de fazer o espectador acreditar no que é real. E, como no cinema de ficção, vamos conhecer várias tendências e o contexto no qual elas surgiram. Como entender o neo-realismo se não sabemos que este movimento surgiu em uma Itália destruída pela II Guerra Mundial? As diversas linguagens do documentário estão relacionadas à maneira como cada época via o que seria mais ou menos real, verdadeiro, correto ou ético em relação ao registro do universo à nossa volta. O próprio nome Documentário não existia até Foi a partir da exibição do filme de Robert Flaherty, Nannok do Norte (1922), sobre os esquimós, que John Grierson, produtor e estudioso do cinema, nomeou este filme como documentário, já que o considerava com uma linguagem diferente dos conhecidos filmes de viagem. Nessa década de 1920, revolucionária mundialmente no campo das artes (no cinema temos a avant-garde francesa, o expressionismo alemão e o construtivismo russo), um documentário, O homem com a câmera (1929), de Dziga Vertov, antecipa em décadas o que vai ser chamado de modo reflexivo: consegue captar a vida de improviso e ao mesmo tempo revelar o aparato cinematográfico usado para isso o cineasta, a câmera e o processo de montagem. A descontinuidade dos planos e o impacto com que são apresentados divergiam totalmente da montagem narrativa dos filmes de Flaherty, mas eram, para Vertov a maneira mais verdadeira de mostrar o mundo. Com a chegada do som no cinema em 1929/30, Grierson apresenta na Inglaterra o documentário como uma proposta educativa, onde a voz over informativa e clara deveria estar sempre sobreposta às imagens, passando-nos toda a informação, sem nunca vermos o rosto de quem fala. Nasce assim a estrutura do documentário clássico. Na escola inglesa de Grierson temos a participação do brasileiro Alberto Cavalcanti, junto a outros como Rotha, Basil e os filmes "Drifters", "Night Mail", "Industrial Britain, onde a idéia é mostrar didaticamente todo o processo da pesca (desde a saída dos barcos até a venda do peixe capturado), ou o funcionamento dos correios ou da indústria inglesa; este seria o mundo real. Na mesma época CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 13.

14 (década de 1930), no Brasil, o cineasta Humberto Mauro realiza para o INCE (Instituto Nacional do Cinema Educativo), filmes com claro teor educativo, com essa estrutura do tipo clássica. A virada desse tipo de linguagem chega com o chamado Cinema Direto, reflexo da revolução tecnológica nos anos 50/60, quando a câmera na mão e o som direto são sinônimos de um cinema que deve se livrar da interferência da voz over, vista agora como autoritária e manipuladora. Robert Drew e a escola americana (Leacock, Pennebacker, Wiseman), com Primary, Crisis, Titicut Follies, Beatles in the USA, Gimme Shelter representam essa nova forma de documentar a vida. Na mesma época, na França, acontece a virada dentro da virada: o Cinema Verdade. Resgatando procedimentos reveladores do processo fílmico, o etnólogo Jean Rouch e Edgar Morin realizam Crônica de um verão (1960). No Brasil, Paulo César Saraceni abre o movimento do Cinema Novo, em 1959, com um documentário: Arraial do Cabo. Apesar da maior parte da produção cinemanovista ser composta de filmes de ficção, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirzman, Arnaldo Jabor também realizam documentários: Garrincha alegria do povo (1963), Maioria Absoluta (1963), Opinião Pública, (1967). Junto ao fotógrafo e produtor Thomas Farkas, (Viramundo, Geraldo Sarno, 1965) discutem a realidade brasileira influenciados pelos preceitos do Cinema Direto e do Cinema Verdade. A partir da década de 1970, o documentário segue uma onda de mudança, incentivado pelas grandes rupturas no tipo de cinema que se fazia no Brasil (Cinema Marginal), onde a presença do cineasta/autor vai aparecer inserida em meio às informações do filme. Um dos cineastas mais radicais nas propostas de recusa ao tipo de documentário que se fazia no Brasil dos anos 60 é Arthur Omar, que realiza alguns filmes chamados pelo próprio diretor de antidocumentários 2. Congo (1972) e O anno de 1798 (1975) são exemplos da representação da impossibilidade de um registro com esse tipo de linguagem. O tema em questão, a congada e a revolução dos alfaiates na Bahia em 1798 nos é completamente negado. As relações entre o realizador e o povo filmado são analisadas no livro Cineastas e Imagens do Povo, do crítico Jean-Claude Bernardet. O autor menciona alguns documentários cinemanovistas, como CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 14.

15 pertencentes ao que chama de modelo sociológico e aponta para uma produção de ruptura que se segue a partir do final de 1960/70. Além da obra de Omar, Bernardet cita os curtas Lacrimosa (1970), Jardim Nova Bahia (1971), Teremos infância (1974) de Aloysio Raulino, Lavrador (1968), de Paulo Rufino, entre outros. Essa linguagem fragmentada de maneira a desestruturar os documentários sociológicos desenvolve-se para um tipo de documentário, não mais negativo, e sim poético/experimental, inaugurando novos processos de abordagem do real: de Omar, O som ou o tratado de harmonia (1985), O inspetor (1988) e Ressurreição (1989), de Jorge Furtado, o marcante Ilha das flores (1989) e Caramujo Flor (1989), de Joel Pizzini. Eduardo Coutinho, depois de uma experiência com o documentário jornalístico do Globo Repórter no final dos anos 70, desabrocha em 1984 com Cabra Marcado para morrer, assumindo de maneira muito mais plena a influência do cinema reflexivo de Jean Rouch, com a presença explícita do realizador e de sua equipe em meio aos entrevistados, que ajudam a reconstruir a história de Elizabeth Teixeira a partir da primeira filmagem em Com a retomada do cinema brasileiro na década de 1990, realizadores como Kiko Goifman, Tereza (1992), os aspectos do cotidiano no sistema prisional e Sandra Kogut, Parabolic People (1991), entrevista com pessoas em videocabines colocadas em diferentes partes do mundo, desenvolvem temas documentais a partir do formato da chamada vídeo-arte. Uma nova safra de realizadores se utiliza cada vez mais do suporte vídeo, que pouco a pouco não se diferencia mais da opção pela película (33 de Goifman, por exemplo, é realizado em 35mm), para retratar o mundo através de trajetórias pessoais. Esse olhar subjetivo sobre o universal, presente desde os documentários-diários de Jonas Mekas nos anos 60 e também presente nas produções brasileiras da década de 1970 é retomado por Paulo Sacramento, que consegue introduzir um olhar subjetivo em O Prisioneiro da grade de ferro - auto-retratos (2004). Em 33, (2004) Goifman, filho adotivo, utiliza 33 dias para filmar a busca pela mãe biológica. Kogut, em Passaporte húngaro (2003), parte em busca da história de sua família, dividida entre dois mundos e dois exílios, Notas do céu e do inferno (1998), Omar registra, como em um diário, sua passagem para o ano 2000 a partir de experiências dolorosas do CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 15.

16 corpo. Carlos Adriano, através de materiais efêmeros, expõe a vida e a obra do sambista Vassourinha, morto com 19 anos em A Voz e o Vazio: a Vez de Vassourinha (2000). Dentro da produção recente, podemos citar quatro filmes representativos de questionamentos sobre a autenticidade do registro fílmico. Jogo de cena (2007) de Eduardo Coutinho, Santiago (2006), de João Moreira Salles, Handerson e as horas (2006), de Kiko Goifman e Serras da Desordem (2006), de Andréa Tonnacci. Salles se apropria, treze anos depois, de um filme inacabado sobre seu mordomo Santiago. Revela os meandros da filmagem, a maneira como a equipe e o diretor atuaram, forçando o depoimento do entrevistado, expondo um relacionamento que era mais de patrão para empregado, do que a história do mordomo. Goifman acompanha literalmente todo o trajeto de duas horas de um office-boy de sua casa até seu emprego dentro de um ônibus em São Paulo. Tonnacci finaliza seu filme com a chegada de um índio a uma clareira no meio de uma floresta, revelando a presença do diretor e do fotógrafo que coordenavam as câmeras e a captação sonora. Mas é Coutinho que ataca no cerne nossa crença em acreditar naquilo que nos é apresentado, ao colocar lado a lado mulheres reais e atrizes que emitem depoimentos nessas duas circunstâncias: de realidade e de representação. Como optar sobre o que é mais verdadeiro: um depoimento real ou a representação sincera desse depoimento. E Coutinho quer que sejamos ativos nessa comparação, ao escolher atrizes globais, como Marília Pêra e Fernanda Torres, facilmente identificáveis como tal. Da trajetória contada aqui, como posicionar esse paralelo entre ficção e documentário dentro da história do cinema ou do audiovisual? Para Vertov, nos anos 1920, se distanciar dos preceitos do ficcional significava criar a única possibilidade de um cinema universal: nas ruas, sem atores, sem estúdios, sem cenários e sem letreiros explicativos. Para Grierson, a questão era criar uma linguagem para o documentário que o diferenciasse da propaganda e que pudesse ter uma função educacional, e não de mero entretenimento como os filmes de ficção. Para o cinema direto e o cinema verdade, essa estrutura educacional era tão manipuladora quanto a ficção, e só a recusa da presença da voz over e a revelação do maquinário cinematográfico poderiam trazer a origem verdadeira do discurso. No documentário brasileiro do tipo sociológico não havia o embate com o ficcional, já que a verdade era e deveria ser CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 16.

17 completamente ideológica: sua função era expor com clareza determinadas informações necessárias à conscientização do indivíduo. E o conflito que se seguiu, na década de 1970, focava a própria linguagem do documentário e não a ficção. Hoje vivemos uma crise do viés subjetivo, tornou-se uma banalidade registrar a realidade de um ponto de vista muito pessoal. Há uma superlotação desse tipo de abordagem, os meios de comunicação incentivam e permitem que qualquer pessoa, em qualquer suporte, possa construir através do audiovisual sua visão de mundo, mesmo que seja para fazer propaganda de um banco. É a época do hiper-real, onde a relação direta com as coisas do mundo serve agora como apelo constante a uma verdade inconsciente e, tornando-se um imaginário obrigatório, aprisiona como a mais repetitiva das representações ficcionais. BIBLIOGRAFIA BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e Imagens do Povo. Brasiliense, São Paulo, DA-RIN, Silvio. Espelho Partido - tradição e transformação do documentário. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, LINS, Consuelo. O Documentário de Eduardo Coutinho Televisão, Cinema e Vídeo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, MICHELSON, Anette. "L'homme à la caméra: de la magie à l'épistémologie". In: Cinéma, Théorie, Lectures. Paris: Klincksieck, NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas: Papirus, OMAR, Arthur. O anti-documentário, provisoriamente. Revista de Cultura Vozes, volume LXXII, n.6, agosto 1978, p RAMOS, Fernão. Teoria Contemporânea do Cinema. Vol. 2. Documentário e Narratividade Ficcional. São Paulo: Ed. Senac, CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 17.

18 SCHVARZMAN, Sheila. Humberto Mauro e as imagens do Brasil. São Paulo: Ed. Unesp, TEIXEIRA, Francisco Elinaldo (org.). Documentário no Brasil - tradição e transformação. São Paulo: Summus, MOURÃO, Dora e LABAKI, Amir (org.) O Cinema do Real. São Paulo: Cosac Naify, Notas: Doutora em cinema pela ECA/USP, professora e pesquisadora. 2 Em 1978, escreve um texto-manifesto "O antidocumentário, provisoriamente", para a Revista de Cultura Vozes, onde apresenta o que seria este tipo de negação do documentário. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 18.

19 PROGRAMA 2 LINGUAGEM, ÉTICA E POLÍTICA NO DOCUMENTÁRIO DA AMÉRICA LATINA Andrea Molfetta 1 Escolas do Documentário Podemos definir e pensar o cinema desde vários eixos, diversos olhares. Podemos descrever a história da tecnologia cinematográfica; ou fazer uma história do cinema contada através dos filmes, vale dizer, uma filmografia. Podemos contar a história do cinema como a história da sua linguagem, do modo como demos um jeito de falar do mundo real e do imaginário também fazendo cinema, como filmamos e como vemos um filme. Podemos, também, contar os usos e práticas que fazemos com o cinema na nossa cultura, processos para fazer filmes e para usufruí-los, de construção e de recepção. Observar os sujeitos que praticam o audiovisual hoje, uma antropologia fílmica do próprio cinema. Bill Nichols, no livro A representação da realidade, criou uma taxonomia para agrupar as narrativas do Real produzidas ao longo do século XX, como modos de representação da realidade, a saber: modo expositivo, observacional, interativo, reflexivo e, por último, performativo da representação da realidade. O que é um Modo? É um conjunto de regras que modulam a construção do espaço, do tempo, e da enunciação do relato audiovisual. Assim, narrar o mundo exige, do seu narrador, uma tônica. A potência do cinema radica, em sua poética sinfônica, diversos e simultâneos sistemas expressivos: a cor, a fotografia, a montagem, o som, a música, os atores, a paisagem, o ator protagonista. Eisenstein chegou a escrever partituras fílmicas. Uma sinfonia para recriar a Realidade. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 19.

20 Modo Expositivo: É uma forma de fazer documental, segundo a qual o cinema pode ver o mundo real e dizer uma Verdade sobre isto. São os filmes que apresentam, mostram, descrevem e narram histórias verídicas. Como, por exemplo, os filmes da National Geographic. Ninguém duvida da janela de aventuras e excentricidades que eles nos trazem sobre o Mundo Natural. Em síntese, é a estética naturalista, o cinema como Janela para o Mundo. Nos termos de Ismail Xavier, a transparência. A verossimilhança do texto é diretamente proporcional a um regime de crença espetatorial. Nós cremos no que o filme nos diz e nos ensina. Para Godard, nos anos 60, o realismo fazia do cinema um elemento da pedagogia do mundo. Na sua origem, no final do século XIX o cinema era uma tecnologia disputada por diversos campos do saber, como lemos nos livros de Brian Winston. A ciência reivindicava seu valor como instrumento medidor de câmbios. A invenção Cinema possuía o valor de um microscópio ou de um barômetro. Instrumento tecnológico que produz um saber pela indicialidade da sua fotografia em movimento, este estatuto realista do cinema é o principal traço do modo expositivo. O cinema documentário é um saber sobre o mundo. O primeiro plano surge, no início da gramática fílmica, como um modo de recortar e aprofundar na análise de um detalhe. O primeiro plano nasce como vocação analítica, detendo o tempo histórico em prol de um exercício detalhado da descrição e do discurso puro. Na maioria dos filmes expositivos, temos como recurso predominante A Voz de Deus, e seus derivados: no campo do som, a voz off enuncia o saber sobre a imagem, cria relações entre as imagens, extrai conclusões. Deixa mensagem no final do filme, uma moral. Constrói posições ideológicas, é direcionadora do seu público. Durante o Cinema Novo Brasileiro, os filmes do cinema direto brasileiros se caracterizam pela supervivência desta voz off, como voz de uma consciência, por cima das imagens nas ruas, nas praias, nas praças. Nos casos mais radicalmente politizados, como Opinião Publica, de Arnaldo Jabor (1967), a voz-off é um púlpito. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 20.

21 Retornando às suas origens, Robert Flaherty e John Grierson são os dois principais representantes das primeiras experiências sobre o tratamento criativo da realidade, nas décadas de 20 e 30. Nanook, o Esquimó e Industrial Britain são dois claros exemplos desta cinematografia. Assim, temos como grandes exemplos a escola de Documentaristas Ingleses e um dos seus principais núcleos derivados, o National Film Board, Canadá. No Brasil, podemos citar a insuperável experiência do INCE Instituto Nacional de Cinema Educativo, dirigido por Humberto Mauro. Assim, o Modo de Produção dominante destas primeiras décadas do cinema documentário, entre os anos 20 e 50, geralmente está dominado pelas relações entre Cinema e Estado, em especial, produzindo cinematografias nacionais, nos períodos dos estados nacionais inglês, canadense, brasileiro e argentino. Modo Observacional: No Modo Observacional, a voz off dá lugar ao silêncio do ambiente. O modo observacional possui um tipo de câmera caracterizado como mosca na parede. Uma câmera que não incide no real, e que se dedica a narrar a partir dos detalhes da intimidade vivida com a personagem. Uma câmera que acompanha sua personagem 24 horas, colada no sujeito, fazendo do espaço íntimo um espaço expandido, no íntimo ou no público, para as questões da sociedade, da cultura, da política do momento. Este modo de estar colado a seus sujeitos o caracterizou como cinema direto, sem intermediários. Aos poucos, nos estilos das diversas escolas do direto, vemos que surge a entrevista e o depoimento como figuras nas quais a esfera e a ótica da subjetividade nos recolocam questões e contradições de campos macropolíticos e culturais, designando o eixo sujeito-comunidade, visões sociais dos sujeitos. Podemos citar, como exemplo, duas escolas: Candid Eye, no Canadá, e nos EUA, as obras produzidas e realizadas por Robert Drew e Frederick Wyseman. No modo observacional da representação da realidade, a tecnologia e sua fidelidade técnica legitimam um valor e um poder de verdade: Porque filmei, é assim. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 21.

22 Modo Interativo: Se o cinema observacional pode se equiparar a uma mosquinha na parede, no cinema interativo a mosca está na sopa! A mosca na sopa surge como reflexão em torno das experiências do Cinema Verité de Jean Rouch. Dentro de um contexto maior de Relativismo Cultural, impulsionado pela ruptura epistemológica dos anos 50, os cientistas admitem um compromisso ético determinado, delimitando seu lugar de saber, sua posição e, assim, em primeiro lugar, explicitando o lugar de onde se faz discurso. Assim, os debates em torno às ideologias do discurso e as relações entre política e estruturas da linguagem fizeram com que o valor político fosse equacionado nas estruturas da linguagem. Assim, a entrevista é adotada como modo compartilhado de produção de saber e de poder, democratizando o processo discursivo. Na América Latina, podemos citar como exemplos as obras de Fernando Birri, Eduardo Coutinho e Patricio Guzmán. Desde o nascimento do cinema interativo, quando o poder está compartilhado entre o autor e o seu sujeito, no eixo de uma interação, Cinema, política e compromisso discursivo aparecem alienados numa ampla e abrangente operação autoreflexiva. Eu, um Negro, de Jean Rocuh, 1958, é um grande exemplo desta modalidade. Modo Reflexivo: Um cinema que, antes de filmar o mundo, se preocupa em trabalhar na dobra que o leva, constantemente a se pensar enquanto invenção, máquina fabuladora, sistema de ficção, mostrando que o cinema é, antes que mais nada, uma mediação entre o individuo e o mundo. Este pensar o cinema se aprofunda a partir do advento das pequenas câmeras, porque ao tornar independente a produção, liberavam-se também os compromissos narrativos. Surgem usos privados do cinema, o cinema pessoal, os filmes diários, o cinema experimental, a arte conceitual. Esta é uma filmografia na qual a reflexividade e a subjetividade assumem o cinema. Se as câmeras leves trouxeram a independência da produção como quesito básico da liberação do sujeito, então, quais serão as conseqüências das câmeras leves na internet? Teremos novos CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 22.

23 modos de fazer política nas tramas desta relação entre o Eu e o Outro, como o compartilhamento de saberes e poderes? Modo Performativo: Neste modo, o sujeito assumido do modo interativo assume a cena, protagoniza suas estórias, expõe seu corpo e o processo dos seus pensamentos. O documentário performativo é um dos mais claros exemplos do fenômeno do sujeito recentrado na cultura contemporânea local. Santiago, de João Moreira Salles; 33, de Kiko Goifman e Passaporte Húngaro, de Sandra Kogut; Los Rubios, de Albertina Carri; La TV y Yo, de Andrés Di Tella; El Diablo entre las Flores, de Carmen Guarini. Nestes filmes, advertimos um novo lugar para o sujeito: a inter-subjetividade e a imanência do plano surgem como superação da subjetividade transcendental. A narratividade como limite e como território das relações com o Outro. Nos termos de Remo Bodei, estamos diante o nascimento de um Novo NÓS: o audiovisual invade a rede mundial de computadores, as câmeras são utilizadas e usos simples de trechos e pequenos filmes são hoje práticas habituais de qualquer internauta, que hoje desenha seu modo de assistir a programação que escolhe. Se falarmos numa diferença essencial dentro da América Latina, temos que mencionar quais foram os principais debates surgidos com estes filmes em cada país, em cada campo intelectual. Na Argentina, o modo performativo do documentário surge debatido no campo das políticas da memória. No Brasil, a recepção positiva é unânime, e o centramento do sujeito é aceito com a naturalidade com que nascem e se renovam os subprodutos do Homem Cordial. No documentário performativo brasileiro, o sujeito mostra sua intimidade e torna-se objeto de identificações profundas eu-eu que conseguem sustentar uma recriação subjetiva da experiência de identidade nacional e transnacional. Longe de pretender exaustividade, esta pequena suíte pretendeu mostrar as nuances com que o cinema tem pensado, revisado e inovado nas relações entre imagem e realidade: o saber, a verdade, o sujeito que enuncia e sua posição, todos estes são elementos que modulam as CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 23.

24 práticas da comunicação documentária na nossa cultura, hoje já num horizonte transmediático de audiovisuais feitos em e para cinema, televisão e internet. NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas: Papirus, DA-RIN, Sílvio. Espelho Partido: Tradição e Transformação do Documentário. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, Nota: Professora e pesquisadora da Escola de Comunicação e Artes da USP e do DECINE-UNICAMP. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 24.

25 PROGRAMA 3 COMO ANALISAR UM DOCUMENTÁRIO? QUESTÕES ÉTICAS E ESTÉTICAS Luiz Rezende 1 A análise de documentários nos exige conferir uma grande atenção às questões éticas, estéticas, políticas e aos impasses que delas surgem, já que o documentário é um campo de prática e criação audiovisual em que as relações entre essas dimensões se apresentam de forma bastante complexa. E talvez seja essa uma das razões do interesse que o documentário tem despertado. Em primeiro lugar, um questionamento sobre ética é importante porque, no documentário, os vínculos com o mundo histórico e as pessoas filmadas, que continuarão suas vidas depois que o filme estiver pronto, são muito fortes. A maneira como o documentarista entende esses vínculos e se coloca frente ao mundo que filma revela como o seu posicionamento políticoideológico entra em jogo para apresentar as histórias e os argumentos que ele deseja contar, e as imagens e indivíduos que deseja mostrar. Estas histórias e imagens, organizadas de uma certa forma, promovem um conjunto de valores e idéias em detrimento de outros. A dimensão política de um documentário está, portanto, em como este ajuda a dar expressão concreta a valores e crenças particulares e subjetivos. Estas questões éticas devem ser pensadas tanto em relação ao espectador quanto às pessoas filmadas. Em relação a estas últimas, colocam- se problemas relativos ao que devemos ou não fazer com elas. Que responsabilidade tem o cineasta pelos efeitos de seus atos na vida daqueles que são filmados? Como se colocar frente ao entrevistado? Buscando uma aproximação ou mantendo- se distante? De forma amistosa ou desafiadora? Estas perguntas nos mostram as grandes responsabilidades que o documentarista tem frente às pessoas que aceitam participar de seu filme quando CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 25.

26 permitem serem filmadas ou confiam- lhe depoimentos e entrevistas. O documentarista deve estar atento ao risco de que seu filme possa, mesmo inconscientemente, reduzir essas pessoas a estereótipos ou fazer delas joguetes, vítimas de situações com as quais supostamente elas não saberiam lidar. Neste caso, há muitas dificuldades sobre saber o que o documentarista pode ou não fazer, até onde é justo e ético ir. Geralmente, tais questões não têm respostas muito precisas e são frequentemente polêmicas, já que nem sempre conseguimos ver com clareza até que ponto um documentário explora ou não a vida das pessoas filmadas em razão dos próprios interesses ou ideologias dos seus realizadores. Por este motivo, o documentarista deve informar às pessoas filmadas sobre suas intenções e sobre os objetivos do filme, e obter delas o seu consentimento. Entre as obrigações do documentarista estaria a necessidade de negociar com os entrevistados e demais pessoas envolvidas as formas como estas serão mostradas e o contexto em que suas imagens, vozes e declarações serão usadas. As formas como são negociadas as relações entre quem filma e quem é filmado trazem conseqüências tanto para o realizador, quanto para os participantes e para os espectadores. O espectador, por sua vez, também é parte integrante deste processo. Devemos pensar, também, como as idéias, significados, valores, argumentos, representações do filme podem implicar desrespeito a ele. As possibilidades de perceber e conhecer as condições em que o filme foi rodado, os acordos que foram feitos com os participantes e as intenções ou interesses políticos do documentarista ao fazer seu filme são oferecidas ao espectador? Tais questões devem ficar claras para o espectador? Como? O ato de filmar altera a realidade e as pessoas filmadas? Que pressões implícitas ou explícitas entram em jogo para modificar a conduta daqueles que são filmados e com que conseqüências? Estas questões são bastante controversas e apontam importantes impasses éticos para quem faz documentários, quando pensamos que este também deve levar em conta a presença de um público para quem o filme foi feito. As questões estéticas, por outro lado, também são fundamentais no documentário. Ao contrário do que costumamos pensar, elas não estão restritas aos filmes de ficção, nos CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 26.

27 quais problemas relativos à fotografia, ao enquadramento, ao cenário, à performance dos atores ou aos recursos de edição e montagem requerem muito cuidado e trabalho. Se pensarmos que estética se refere mais amplamente às formas de tratamento e utilização dos diversos recursos de expressão disponíveis, e não apenas a processos de embelezamento de um filme, devemos reconhecer que há uma dimensão estética muito importante na criação documentária. Assim como o diretor de filmes de ficção, o documentarista também conta com recursos diversos que lhe conferem amplas margens de opções e escolhas estéticas na realização de seu filme. Em primeiro lugar, há opções relativas aos métodos ou abordagens que podem ser usados. O documentarista pode achar importante fazer uma ampla pesquisa bibliográfica e de imagens ou sons de arquivo sobre a temática escolhida e construir uma argumentação a partir desta pesquisa. Pode ainda captar entrevistas com autoridades e especialistas para fundamentar sua argumentação. Ou, ao contrário, ele pode optar por uma filmagem de observação, mantendo certa distância das pessoas e eventos filmados, procurando apenas acompanhá-los enquanto acontecem. Ele pode, por outro lado, escolher interagir com essas pessoas e até mesmo propor-lhes a realização de atividades ou ações que só ocorrerão porque o documentário está sendo rodado (como o cineasta e antropólogo francês Jean Rouch fez em muitos de seus filmes). O documentarista pode também escolher abordar indiretamente seu tema, adotando um recorte mais circunstancial ou particular. Filmar apenas um personagem ou indivíduo e limitar-se a um espaço ou geografia rigorosamente definidos (como Eduardo Coutinho fez em Edifício Master, por exemplo). Também são muitas as opções de composição e os recursos de expressão que podem ser usados. Mesmo se descontarmos os efeitos especiais e o uso de cenários e figurinos, pouco comuns em documentários, há ainda muito do que o documentarista pode lançar mão. Ele pode escolher usar a voz (feminina ou masculina) de um narrador que explicará e dará informações adicionais sobre o tema ou assuntos tratados no documentário. Ou ele pode achar que este recurso não é adequado a uma abordagem mais direta da realidade, como achavam os diretores do Cinema Direto americano, por exemplo. Pode usar música ou diversas formas de tratamento sonoro, e os recursos de montagem/edição podem ser usados de acordo com a CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 27.

28 inventividade do documentarista. É justamente no momento da edição que há grandes e variadas possibilidades de tratamento do material, já que a maior parte do material filmado não é aproveitada na versão definitiva do filme. Há uma inevitável necessidade de selecionar, recortar, reordenar, limpar, contrapor as imagens e sons captados. Mas todas essas opções dependem de como o documentarista julga serem justas as escolhas que ele faz, na medida em que são estas escolhas que vão, em seu conjunto, delimitar a maneira como os temas, as idéias, os fatos e os personagens vão aparecer para o espectador. Que conseqüências essas escolhas representarão para aqueles que aparecem no filme, para o espectador e para o próprio documentarista? Usar uma música que acentue certas características de um personagem ou o ridicularize (como fez Michael Moore em Fahrenheit 11 de Setembro, por exemplo) é eticamente justificável? Em que situações? Que posicionamento ético-político essas escolhas estéticas revelam? Todas essas questões nos mostram que os vínculos entre um documentário, o mundo e as pessoas filmadas são balizados pelas formas e recursos usados no seu processo criativo de produção. Todas são escolhas estéticas que têm, imediatamente, dimensões éticas, ou seja, situam política e ideologicamente o documentarista frente ao mundo, às pessoas filmadas e aos espectadores. Ou seja, a participação e a intervenção do diretor na condução do documentário são fundamentadas por posturas éticas e políticas que fundamentam, por sua vez, escolhas estéticas. No documentário, ética e estética são como duas faces de uma moeda que não pára de girar sobre seu eixo, mas com tal velocidade que nem sempre somos capazes de identificar claramente onde começam os domínios de uma e terminam os de outra. Por via das dúvidas, melhor seria pensá-las conjuntamente e buscar analisar como uma está implicada na outra em cada filme. Para finalizar, algumas palavras sobre direito e autorização de imagem. Em função dos conflitos que podem surgir entre os direitos do cineasta e os direitos de imagem das pessoas filmadas, é comum que isto seja resolvido pelo reconhecimento, pelo documentarista, dos direitos de imagem das pessoas filmadas e destas ao direito de expressão do cineasta. Este reconhecimento se concretiza na forma de uma autorização ou cessão de direitos de imagem, CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 28.

29 um documento assinado pelo indivíduo filmado ou entrevistado, em que este concede permissão para uso de sua imagem pelo documentarista. Esta autorização deve ser o mais completa possível ao descrever a forma como as imagens serão utilizadas: para quê, para quem, por quanto tempo, etc. O uso de imagens não autorizadas pode ser contestado judicialmente, já que os indivíduos retratados pelo filme podem se sentir mal representados ou alegarem desconhecimento das condições ou riscos de serem filmados. Indenizações, em caso de filmes independentes ou sem fins lucrativos, podem até não ser altas, mas podem impedir a circulação ou distribuição do filme. Resta lembrar que, mesmo com as autorizações em mãos, estas não são cartas-brancas para que o documentarista utilize as imagens e sons captados como bem entender. O compromisso ético e o respeito ao outro devem permanecer. Sugestões de Leitura NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas: Papirus, DA-RIN, Sílvio. Espelho Partido: Tradição e Transformação do Documentário. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, Nota: Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. CINEMA DOCUMENTÁRIO E EDUCAÇÃO 29.

Guia de como elaborar um Projeto de Documentário

Guia de como elaborar um Projeto de Documentário Guia de como elaborar um Projeto de Documentário Prof. Dr. Cássio Tomaim Departamento de Ciências da Comunicação Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)/Cesnors Adaptação: Prof. Claudio Luiz Fernandes

Leia mais

UM CAMINHO DE UMA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL

UM CAMINHO DE UMA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL UM CAMINHO DE UMA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Existem infinitas maneiras de organizar, produzir e finalizar uma obra audiovisual. Cada pessoa ou produtora trabalha da sua maneira a partir de diversos fatores:

Leia mais

Gestão da Informação e do Conhecimento

Gestão da Informação e do Conhecimento Gestão da Informação e do Conhecimento Aula 05 Aquisição da Informação Dalton Lopes Martins dmartins@gmail.com 2sem/2014 Aquisição da Informação PROCESSO 2 - A aquisição da informação envolve as seguintes

Leia mais

Missão. Objetivo Geral

Missão. Objetivo Geral SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO Curso: CINEMA E AUDIOVISUAL Missão O Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estácio de Sá tem como missão formar um profissional humanista, com perfil técnico e artístico

Leia mais

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Parte: 1 Prof. Cristóvão Cunha Objetivos de aprendizagem

Leia mais

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS Daniel Silveira 1 Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar alguns aspectos considerados fundamentais para a formação docente, ou

Leia mais

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA Resumo: O programa traz uma síntese das questões desenvolvidas por programas anteriores que refletem sobre o uso de tecnologias

Leia mais

Daniel Chaves Santos Matrícula: 072.997.003. Rio de Janeiro, 28 de maio de 2008.

Daniel Chaves Santos Matrícula: 072.997.003. Rio de Janeiro, 28 de maio de 2008. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Departamento de Artes & Design Curso de especialização O Lugar do Design na Leitura Disciplina: Estratégia RPG Daniel Chaves Santos Matrícula: 072.997.003

Leia mais

ORIENTAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS DO JORNAL REPORTAGEM RESENHA CRÍTICA TEXTO DE OPINIÃO CARTA DE LEITOR EDITORIAL

ORIENTAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS DO JORNAL REPORTAGEM RESENHA CRÍTICA TEXTO DE OPINIÃO CARTA DE LEITOR EDITORIAL ORIENTAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS DO JORNAL REPORTAGEM RESENHA CRÍTICA TEXTO DE OPINIÃO CARTA DE LEITOR EDITORIAL ORIENTAÇÕES PARA OS GRUPOS QUE ESTÃO PRODUZINDO UMA: REPORTAGEM Tipos de Textos Características

Leia mais

A criança e as mídias

A criança e as mídias 34 A criança e as mídias - João, vá dormir, já está ficando tarde!!! - Pera aí, mãe, só mais um pouquinho! - Tá na hora de criança dormir! - Mas o desenho já tá acabando... só mais um pouquinho... - Tá

Leia mais

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias novembro/2011 página 1 CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Elba Siqueira de Sá Barretto: Os cursos de Pedagogia costumam ser muito genéricos e falta-lhes um

Leia mais

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos. Os dados e resultados abaixo se referem ao preenchimento do questionário Das Práticas de Ensino na percepção de estudantes de Licenciaturas da UFSJ por dez estudantes do curso de Licenciatura Plena em

Leia mais

difusão de idéias Atenção ao olhar crítico dos professores

difusão de idéias Atenção ao olhar crítico dos professores Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2008 página 1 Atenção ao olhar crítico dos professores Maria Malta Campos: Há uma enorme demanda reprimida por creches nas periferias das grandes cidades,

Leia mais

Cotas Pra Quê? 1. PALAVRAS-CHAVE: Documentário; Educação; Sistema de Cotas; Ensino Superior.

Cotas Pra Quê? 1. PALAVRAS-CHAVE: Documentário; Educação; Sistema de Cotas; Ensino Superior. Cotas Pra Quê? 1 Sarah Rocha MARTINS 2 Luan Barbosa OLIVEIRA 3 Camilla Alves Ribeiro PAES LEME 4 Instituto de Ensino Superior de Rio Verde, Rio Verde, Goiás RESUMO Este documentário foi planejado e desenvolvido

Leia mais

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER (1864 1920) Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha por volta do século XIX, um pouco mais tarde do que a França, que foi impulsionada pelo positivismo.

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

O vídeo nos processos de ensino e aprendizagem

O vídeo nos processos de ensino e aprendizagem PACC / UAB / UFABC O vídeo nos processos de ensino e aprendizagem Por Lilian Menezes Como dito anteriormente, na linguagem audiovisual as imagens ocupam lugar de destaque e quando começamos a trabalhar

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais Os desafios do Bradesco nas redes sociais Atual gerente de redes sociais do Bradesco, Marcelo Salgado, de 31 anos, começou sua carreira no banco como operador de telemarketing em 2000. Ele foi um dos responsáveis

Leia mais

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO Esse é o ponta-pé inicial da sua campanha. Se você não tem um problema, não tem porque fazer uma campanha. Se você tem um problema mas não quer muda-lo, também não tem porque

Leia mais

FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ CURSO DE BACHARELADO EM CINEMA E VÍDEO Ano Acadêmico de 2008 MATRIZ CURRICULAR

FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ CURSO DE BACHARELADO EM CINEMA E VÍDEO Ano Acadêmico de 2008 MATRIZ CURRICULAR MATRIZ CURRICULAR Carga Horária Semestral por Disciplina Disciplinas 1º semestre 2º semestre 3º semestre 4º semestre 5º semestre 6º semestre 7º semestre 8º semestre Total Obrigatórias Optativas Fundamentos

Leia mais

Ficha de Identificação. Nome: Sónia Joaquim Empresa: Universidade de Aveiro Cargo/Função: Produtora Programa: 3810-UA. Questões. 1.

Ficha de Identificação. Nome: Sónia Joaquim Empresa: Universidade de Aveiro Cargo/Função: Produtora Programa: 3810-UA. Questões. 1. Ficha de Identificação Nome: Sónia Joaquim Empresa: Universidade de Aveiro Cargo/Função: Produtora Programa: 3810-UA Questões 1. O Programa Com a reestruturação da televisão pública portuguesa em 2003,

Leia mais

Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV

Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV 1ª Edição (v1.4) 1 Um projeto de segurança bem feito Até pouco tempo atrás o mercado de CFTV era dividido entre fabricantes de alto custo

Leia mais

Orientação a Objetos

Orientação a Objetos 1. Domínio e Aplicação Orientação a Objetos Um domínio é composto pelas entidades, informações e processos relacionados a um determinado contexto. Uma aplicação pode ser desenvolvida para automatizar ou

Leia mais

FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da UFES e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale]

FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da UFES e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale] Os Seminários Internacionais Museu Vale FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da UFES e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale] O propósito desta introdução, além de apresentar a oitava

Leia mais

Movimentos sociais - tentando uma definição

Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais - tentando uma definição Analogicamente podemos dizer que os movimentos sociais são como vulcões em erupção; Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais ocorrem quando

Leia mais

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina Blois, Marlene Montezi e-mail: mmblois@univir.br Niskier, Celso e-mail: cniskier@unicarioca.edu.br

Leia mais

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL Prof. Dr. José Alberto Carvalho dos Santos Claro Mestrado em Gestão de Negócios Universidade

Leia mais

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto

4 Segmentação. 4.1. Algoritmo proposto 4 Segmentação Este capítulo apresenta primeiramente o algoritmo proposto para a segmentação do áudio em detalhes. Em seguida, são analisadas as inovações apresentadas. É importante mencionar que as mudanças

Leia mais

OBJETOS DE APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONHEÇA O AMBIENTE ATRAVÉS DO WIKI Rosane Aragón de Nevado 1 ; Janaína Oppermann 2

OBJETOS DE APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONHEÇA O AMBIENTE ATRAVÉS DO WIKI Rosane Aragón de Nevado 1 ; Janaína Oppermann 2 OBJETOS DE APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONHEÇA O AMBIENTE ATRAVÉS DO WIKI Rosane Aragón de Nevado 1 ; Janaína Oppermann 2 RESUMO Os hábitos e costumes humanos tem alterado intensamente os ecossistemas

Leia mais

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo saber como é desenvolvido o trabalho de Assessoria de Imprensa, sendo um meio dentro da comunicação que através

Leia mais

Shusterman insere cultura pop na academia

Shusterman insere cultura pop na academia São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998 Shusterman insere cultura pop na academia PATRICIA DECIA da Reportagem Local O filósofo americano leva a cultura pop à academia. Em "Vivendo a Arte - O Pensamento

Leia mais

Eletiva VOCÊ EM VÍDEO

Eletiva VOCÊ EM VÍDEO Eletiva VOCÊ EM VÍDEO E.E. Princesa Isabel Número da sala e sessão Professor(es) Apresentador(es): Adriana Prado Aparecida Pereira da Silva Realização: Foco A Escola Estadual Princesa Isabel, por meio

Leia mais

EVOLUÇÃO DA MÍDIA AUDIOVISUAL ANDRÉIA SOARES F. DE SOUZA

EVOLUÇÃO DA MÍDIA AUDIOVISUAL ANDRÉIA SOARES F. DE SOUZA EVOLUÇÃO DA MÍDIA AUDIOVISUAL ANDRÉIA SOARES F. DE SOUZA Cronograma de Evolução da Mídia Audiovisual no Brasil Gráfico representativo do desenvolvimento de mídia audiovisual no Brasil década a década A

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado da Educação Superintendência Regional de Ensino de Carangola Diretoria Educacional

SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado da Educação Superintendência Regional de Ensino de Carangola Diretoria Educacional SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado da Educação Superintendência Regional de Ensino de Carangola Diretoria Educacional Sequencia Didática destinada aos Anos Finais do Ensino

Leia mais

Mudança de direção RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS

Mudança de direção RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS RODRIGO MENEZES - CATEGORIA MARKETERS Mudança de direção Até maio de 2013 todo o mercado de TV por assinatura adotava uma postura comercial tradicional no mercado digital, composta por um empacotamento

Leia mais

Ebook Gratuito. 3 Ferramentas para Descobrir seu Verdadeiro Potencial

Ebook Gratuito. 3 Ferramentas para Descobrir seu Verdadeiro Potencial Ebook Gratuito 3 Ferramentas para Descobrir seu Verdadeiro Potencial 3 Ferramentas para Descobrir seu Verdadeiro Potencial Rosana Rodrigues Choice Consultoria 2 Quando se trata de ajudar alguém a repensar

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

Disciplina: Alfabetização

Disciplina: Alfabetização Título do artigo: As intervenções didáticas no processo de alfabetização inicial Disciplina: Alfabetização Selecionador: Beatriz Gouveia 1 Categoria: Professor 1 Coordenadora de projetos do Instituto Avisa

Leia mais

Utilizando a ferramenta de criação de aulas

Utilizando a ferramenta de criação de aulas http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ 04 Roteiro Utilizando a ferramenta de criação de aulas Ministério da Educação Utilizando a ferramenta de criação de aulas Para criar uma sugestão de aula é necessário

Leia mais

TAM: o espírito de servir no SAC 2.0

TAM: o espírito de servir no SAC 2.0 TAM: o espírito de servir no SAC 2.0 Os primeiros passos do SAC 2.0 da TAM A trajetória da TAM sempre foi guiada pela disponibilidade de servir seus clientes; nas redes sociais, essa filosofia não poderia

Leia mais

Elaboração de Projetos

Elaboração de Projetos Elaboração de Projetos 2 1. ProjetoS John Dewey (1859-1952) FERRARI, Márcio. John Dewey: o pensador que pôs a prática em foco. Nova Escola, São Paulo, jul. 2008. Edição especial grandes pensadores. Disponível

Leia mais

JUQUERIQUERÊ. Palavras-chave Rios, recursos hídricos, meio-ambiente, poluição, questão indígena.

JUQUERIQUERÊ. Palavras-chave Rios, recursos hídricos, meio-ambiente, poluição, questão indígena. JUQUERIQUERÊ Resumo Neste breve documentário, um índio faz uma retrospectiva de como ele vivia na região do Rio Juqueriquerê, localizada no litoral norte do Estado de São Paulo. Em seu relato, compara

Leia mais

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS RESUMO Juliana Candido QUEROZ (Bolsista) 1 ; Natália SILVA (Bolsista) 2, Leila BRUNO (Supervisora) 3 ; Sinval Martins S. FILHO (Coordenador)

Leia mais

O papel do CRM no sucesso comercial

O papel do CRM no sucesso comercial O papel do CRM no sucesso comercial Escrito por Gustavo Paulillo Você sabia que o relacionamento com clientes pode ajudar sua empresa a ter mais sucesso nas vendas? Ter uma equipe de vendas eficaz é o

Leia mais

BEM-VINDO AO ESPAÇO DO PROFESSOR

BEM-VINDO AO ESPAÇO DO PROFESSOR BEM-VINDO AO ESPAÇO DO PROFESSOR APRESENTAÇÃO Nosso objetivo é inaugurar um espaço virtual para o encontro, o diálogo e a troca de experiências. Em seis encontros, vamos discutir sobre arte, o ensino da

Leia mais

Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia

Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia Hulda Gomides OLIVEIRA. Elza Kioko Nakayama Nenoki do COUTO. Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras. huldinha_net@hotmail.com

Leia mais

Investigando números consecutivos no 3º ano do Ensino Fundamental

Investigando números consecutivos no 3º ano do Ensino Fundamental Home Índice Autores deste número Investigando números consecutivos no 3º ano do Ensino Fundamental Adriana Freire Resumo Na Escola Vera Cruz adota-se como norteador da prática pedagógica na área de matemática

Leia mais

Por uma pedagogia da juventude

Por uma pedagogia da juventude Por uma pedagogia da juventude Juarez Dayrell * Uma reflexão sobre a questão do projeto de vida no âmbito da juventude e o papel da escola nesse processo, exige primeiramente o esclarecimento do que se

Leia mais

FORMAÇÃO PLENA PARA OS PROFESSORES

FORMAÇÃO PLENA PARA OS PROFESSORES Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 FORMAÇÃO PLENA PARA OS PROFESSORES Bernardete Gatti: o país enfrenta uma grande crise na formação de seus professores em especial, de alfabetizadores.

Leia mais

Terra de Gigantes 1 APRESENTAÇÃO

Terra de Gigantes 1 APRESENTAÇÃO Terra de Gigantes Juliana de MOTA 1 Alexandre BORGES Carolina de STÉFANI Emilia PICINATO João Paulo OGAWA Luara PEIXOTO Marco Antônio ESCRIVÃO Murilo ALVES Natália MIGUEL Orientado pelos docentes: João

Leia mais

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia A Teoria de Ação Social de Max Weber 1 Ação Social 2 Forma de dominação Legítimas 3 Desencantamento

Leia mais

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA DISCIPLINA AUDIOVISUAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA DISCIPLINA AUDIOVISUAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA DISCIPLINA AUDIOVISUAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO 1. AUDIOVISUAL NO ENSINO MÉDIO O audiovisual tem como finalidade realizar-se como crítica da cultura,

Leia mais

A origem dos filósofos e suas filosofias

A origem dos filósofos e suas filosofias A Grécia e o nascimento da filosofia A origem dos filósofos e suas filosofias Você certamente já ouviu falar de algo chamado Filosofia. Talvez conheça alguém com fama de filósofo, ou quem sabe a expressão

Leia mais

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses Estudo de Caso Cliente: Rafael Marques Duração do processo: 12 meses Coach: Rodrigo Santiago Minha idéia inicial de coaching era a de uma pessoa que me ajudaria a me organizar e me trazer idéias novas,

Leia mais

1. Quem somos nós? A AGI Soluções nasceu em Belo Horizonte (BH), com a simples missão de entregar serviços de TI de forma rápida e com alta qualidade.

1. Quem somos nós? A AGI Soluções nasceu em Belo Horizonte (BH), com a simples missão de entregar serviços de TI de forma rápida e com alta qualidade. 1. Quem somos nós? A AGI Soluções nasceu em Belo Horizonte (BH), com a simples missão de entregar serviços de TI de forma rápida e com alta qualidade. Todos nós da AGI Soluções trabalhamos durante anos

Leia mais

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES Karem Nacostielle EUFRÁSIO Campus Jataí karemnacostielle@gmail.com Sílvio Ribeiro DA SILVA

Leia mais

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Geografia

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Geografia COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Geografia Nome: Ano: 2º Ano 1º Etapa 2014 Colégio Nossa Senhora da Piedade Área do Conhecimento: Ciências Humanas Disciplina:

Leia mais

O que é um Objeto Educacional? página 01. Objeto Educacional passo a passo página 05

O que é um Objeto Educacional? página 01. Objeto Educacional passo a passo página 05 O que é um Objeto Educacional? página 01 Objeto Educacional passo a passo página 05 O que é um Objeto Educacional A definição de Objeto Educacional, adotada pela equipe do projeto Arte com Ciência, é um

Leia mais

Morro da Favella. Fatos e lendas da primeira favela do Brasil

Morro da Favella. Fatos e lendas da primeira favela do Brasil Fatos e lendas da primeira favela do Brasil Fatos e lendas da primeira favela do Brasil FORMATO: Documentário: 1X 52 HD FULL 16:9 GENERO: Documentário em técnica mista: SINOPSE: Morro da Favella é um documentário

Leia mais

GUIA BÁSICO PARA PRODUÇÃO DE UM FILME DIGITAL

GUIA BÁSICO PARA PRODUÇÃO DE UM FILME DIGITAL A Filmagem O roteiro foi preparado, a câmera está pronta e então chegou o grande dia de se começar a filmar. Ótimo, mas antes de ligar a câmera, temos que atentar para alguns detalhes básicos. Mas espere

Leia mais

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia Eixo temático 1: Fundamentos e práticas educacionais Telma Sara Q. Matos 1 Vilma L. Nista-Piccolo 2 Agências Financiadoras: Capes / Fapemig

Leia mais

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Rene Baltazar Introdução Serão abordados, neste trabalho, significados e características de Professor Pesquisador e as conseqüências,

Leia mais

Analise histórica comparativa do relato de uma professora alagoana sobre sua formação docente e o ensino de matemática no primário durante o século XX

Analise histórica comparativa do relato de uma professora alagoana sobre sua formação docente e o ensino de matemática no primário durante o século XX Analise histórica comparativa do relato de uma professora alagoana sobre sua formação docente e o ensino de matemática no primário durante o século XX Miriam Correia da Silva¹ Mercedes Carvalho² RESUMO

Leia mais

Ateneo de investigadores (Espaço de intercâmbio entre pesquisadores)

Ateneo de investigadores (Espaço de intercâmbio entre pesquisadores) Ateneo de investigadores (Espaço de intercâmbio entre pesquisadores) Relatoria do Ateneo 2: Pesquisa e produção de conhecimento em Política Educacional (pesquisa, publicações, integridade e ética na pesquisa)

Leia mais

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II O seguinte exercício contempla um processo com três estágios. Baseia-se no Inquérito de Satisfação Fase II, sendo, por isso, essencial compreender primeiro o problema antes de começar o tutorial. 1 1.

Leia mais

Profa. Ma. Adriana Rosa

Profa. Ma. Adriana Rosa Unidade I ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Profa. Ma. Adriana Rosa Ementa A teoria construtivista: principais contribuições, possibilidades de trabalho pedagógico. Conceito de alfabetização: história e evolução.

Leia mais

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO A COMUNICAÇÃO NA INTERNET PROTOCOLO TCP/IP Para tentar facilitar o entendimento de como se dá a comunicação na Internet, vamos começar contando uma história para fazer uma analogia. Era uma vez, um estrangeiro

Leia mais

Universidade de Brasília

Universidade de Brasília Disciplina: Comunicação Pública Professores: Ellis e Asdrubal Aluno: João Paulo Apolinário Passos Universidade de Brasília Assessoria de Imprensa em Comunicação Pública e Governamental Prefeitura de Curitiba

Leia mais

Produção de um documentário amador por turmas de ensino médio e EJA, (ensino de jovens e adultos) com o uso do Windows Movie Maker

Produção de um documentário amador por turmas de ensino médio e EJA, (ensino de jovens e adultos) com o uso do Windows Movie Maker Produção de um documentário amador por turmas de ensino médio e EJA, (ensino de jovens e adultos) com o uso do Windows Movie Maker Adriana Oliveira Bernardes UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense

Leia mais

Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Sociais

Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Sociais Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Sociais Metodologia I nvestigativa Escolha de uma situação inicial: Adequado ao plano de trabalho geral; Caráter produtivo (questionamentos); Recursos (materiais/

Leia mais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA CONVIVER COM OS HUMANOS APRIMORADOS? http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=voce-esta-preparado-conviver-humanosaprimorados&id=010850090828 Redação do

Leia mais

Aula 1: Demonstrações e atividades experimentais tradicionais e inovadoras

Aula 1: Demonstrações e atividades experimentais tradicionais e inovadoras Aula 1: Demonstrações e atividades experimentais tradicionais e inovadoras Nesta aula trataremos de demonstrações e atividades experimentais tradicionais e inovadoras. Vamos começar a aula retomando questões

Leia mais

4 Metodologia. 4.1. Primeira parte

4 Metodologia. 4.1. Primeira parte 4 Metodologia [...] a metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e também o potencial criativo do pesquisador. (Minayo, 1993,

Leia mais

Algoritmos. Objetivo principal: explicar que a mesma ação pode ser realizada de várias maneiras, e que às vezes umas são melhores que outras.

Algoritmos. Objetivo principal: explicar que a mesma ação pode ser realizada de várias maneiras, e que às vezes umas são melhores que outras. 6 6 NOME DA AULA: 6 Algoritmos Duração da aula: 45 60 minutos Tempo de preparação: 10-25 minutos (dependendo da disponibilidade de tangrans prontos ou da necessidade de cortá-los à mão) Objetivo principal:

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934.

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934. Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934. Lev Vygotsky, viveu na mesma época que Piaget (ambos nasceram em 1896 entanto Vygotsky

Leia mais

1.3. Planejamento: concepções

1.3. Planejamento: concepções 1.3. Planejamento: concepções Marcelo Soares Pereira da Silva - UFU O planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento administrativo de natureza burocrática, decorrente de alguma exigência

Leia mais

7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo

7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo RELATÓRIO DE ARTES 1º Semestre/2015 Turma: 7º ano Professora: Mirna Rolim Coordenação pedagógica: Maria Aparecida de Lima Leme 7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo Sinto que o 7º ano

Leia mais

Sugestão de Roteiro para Elaboração de Monografia de TCC

Sugestão de Roteiro para Elaboração de Monografia de TCC Sugestão de Roteiro para Elaboração de Monografia de TCC Sugerimos, para elaborar a monografia de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que o aluno leia atentamente essas instruções. Fundamentalmente,

Leia mais

15. OLHA QUEM ESTÁ NA WEB!

15. OLHA QUEM ESTÁ NA WEB! 7 a e 8 a SÉRIES / ENSINO MÉDIO 15. OLHA QUEM ESTÁ NA WEB! Sua home page para publicar na Internet SOFTWARES NECESSÁRIOS: MICROSOFT WORD 2000 MICROSOFT PUBLISHER 2000 SOFTWARE OPCIONAL: INTERNET EXPLORER

Leia mais

Novas possibilidades de leituras na escola

Novas possibilidades de leituras na escola Novas possibilidades de leituras na escola Mariana Fernandes Valadão (UERJ/EDU/CNPq) Verônica da Rocha Vieira (UERJ/EDU/CNPq) Eixo 1: Leitura é problema de quem? Resumo A nossa pesquisa pretende discutir

Leia mais

Duração: Aproximadamente um mês. O tempo é flexível diante do perfil de cada turma.

Duração: Aproximadamente um mês. O tempo é flexível diante do perfil de cada turma. Projeto Nome Próprio http://pixabay.com/pt/cubo-de-madeira-letras-abc-cubo-491720/ Público alvo: Educação Infantil 2 e 3 anos Disciplina: Linguagem oral e escrita Duração: Aproximadamente um mês. O tempo

Leia mais

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs Vendas - Cursos Curso Completo de Treinamento em Vendas com - 15 DVDs O DA VENDA Esta palestra mostra de maneira simples e direta como planejar o seu trabalho e, também, os seus objetivos pessoais. Através

Leia mais

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO ESCOLHA DO TEMA - Seja cauteloso na escolha do tema a ser investigado. Opte por um tema inserido no conteúdo programático da disciplina pela qual teve a maior aptidão

Leia mais

Três exemplos de sistematização de experiências

Três exemplos de sistematização de experiências Três exemplos de sistematização de experiências Neste anexo, apresentamos alguns exemplos de propostas de sistematização. Estes exemplos não são reais; foram criados com propósitos puramente didáticos.

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

Ministério da Educação. Primavera 2014. Atualização do Redesenho do Currículo

Ministério da Educação. Primavera 2014. Atualização do Redesenho do Currículo Ministério da Educação Primavera 2014 Atualização do Redesenho do Currículo Em 2010, o Ministério da Educação começou a transformar o sistema educacional de British Columbia, Canadá, Ensino Infantil Médio

Leia mais

Telejornalismo e Educação para a Cidadania: uma experiência de Educomunicação

Telejornalismo e Educação para a Cidadania: uma experiência de Educomunicação Telejornalismo e Educação para a Cidadania: uma experiência de Educomunicação Educomunicação Comunicação-Educação Uma área emergente Pesquisa na linha do NCE/ECA/USP As pesquisas do NCE/ECA/USP buscam

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1 A LDB, no Titulo VI, trata dos Profissionais da Educação, considerando sob essa categoria não só os professores, que são responsáveis pela gestão da sala de aula, mas

Leia mais

Caderno do aluno UM POR BIMESTRE: teoria, exercícios de classe, as tarefas de casa atividades complementares.

Caderno do aluno UM POR BIMESTRE: teoria, exercícios de classe, as tarefas de casa atividades complementares. NOSSA META Que todos os alunos entendam todas as nossas aulas! TUDO GIRA EM TORNO DA AULA COMO? Aula bem proposta (autor) Aula bem preparada (professor) Aula bem dada (professor) Aula bem assistida (aluno)

Leia mais

tido, articula a Cartografia, entendida como linguagem, com outra linguagem, a literatura infantil, que, sem dúvida, auxiliará as crianças a lerem e

tido, articula a Cartografia, entendida como linguagem, com outra linguagem, a literatura infantil, que, sem dúvida, auxiliará as crianças a lerem e Apresentação Este livro tem o objetivo de oferecer aos leitores de diversas áreas do conhecimento escolar, principalmente aos professores de educação infantil, uma leitura que ajudará a compreender o papel

Leia mais

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com:

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: 1 Metodologia da Pesquisa Científica Aula 4: Tipos de pesquisa Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade

Leia mais

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar

Leia mais

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO XXII Semana de Educação da Universidade Estadual do Ceará 31 de agosto a 04 de setembro de 2015 CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA Laura Andrade Santiago

Leia mais

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações R E A L I Z A Ç Ã O A P O I O COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

Leia mais

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil As crianças das novas gerações desde pequenas estão inseridas nesta realidade da tecnologia,

Leia mais