A Empresa SPRINK SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO LTDA. interpõe tempestivamente impugnação ao Edital de Pregão supra referenciado pelos motivos a seguir:

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1 PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO Referência: Pregão nº 17/2009 Processo: / , Fase: Impugnação de Edital A Empresa SPRINK SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO LTDA. interpõe tempestivamente impugnação ao Edital de Pregão supra referenciado pelos motivos a seguir: 1. DOS ARGUMENTOS RESUMIDOS DA IMPUGNANTE Ao analisarmos o Edital do PREGÃO 17/2009, verificamos que no seu PROJETO BÁSICO/ESPECIFICAÇÕES ANEXO I e o ANEXO II, verificamos a inexistência das obrigatoriedades da LEI Nº , DE 12 DE JANEIRO DE 2009 que Dispõe sobre a profissão de Bombeiro Civil e dá outras providências, em seu Art. 1º, Art 2º e art 6º, a saber: Art. 1º O exercício da profissão de Bombeiro Civil reger-se-á pelo disposto nesta Lei: Art. 2º Considera-se Bombeiro Civil aquele que, habilitado nos termos desta Lei, exerça, em caráter habitual, função remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, como empregado contratado diretamente por empresas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou empresas especializadas em prestação de serviços de prevenção e combate a incêndio. Art. 6 o É assegurado ao Bombeiro Civil: III - adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do salário mensal sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Também foi verificado a inexistência das exigências de atestado de capacidade técnica conforme preceitua as legislações em vigor: Portanto há de se verificar a inobservância do dispositivo legal que regulamenta a profissão pela qual estabelece o exercício de caráter habitual e exclusiva, portanto O edital é totalmente ilegal por se tratar de Atividade especializada de Prevenção e Combate a Incêndio A Lei é clara em seu Art. 2º Considera-se Bombeiro Civil aquele que, habilitado nos termos desta Lei, em seu Art 2º exerça, em caráter habitual, função remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, como empregado contratado diretamente por empresas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou empresas especializadas em prestação de serviços de prevenção e combate a incêndio, concomitantemente com Lei 5194/66 e Resolução CONFEA 359/91 que atribui tal prerrogativa aos graduados em engenharia e ou arquitetura com especialização em SEGURANÇA DO TRABALHO, também aplicando a Lei Nº de 27 NOV 1985, que dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho, e dá outras providências, e por fim Considerando a resolução 359 de 31 JUL 1991 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que dispõe sobre o exercício profissional, o registro

2 e as atividades do Engenheiro de Segurança do trabalho e dá outras providências, a qual estabelece que as atividades na área de incêndio pertencem à especialidade da Engenharia de Segurança do Trabalho. Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível com o objeto deste Pregão (serviços de segurança contra Incêndios, mediante apresentação de atestado (s) de capacidade técnica, expedido (s) por pessoa (s) jurídica (s) de direito público ou privado; 3º do art. 30 da Lei nº 8.666/93). Além disso, cumpre destacar a Lei 8.666/93, que assim dispõe: Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a : I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnicos adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; (...). omissis. 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 8.883, de ) (...). omissis. E por fim a NT 007/2000 mencionada em Edital no quadro do item 2 do anexo I, foi revogada e substituída pela NT 007/2008 na qual altera todas as obrigações previstas na NT 007/2000, quanto a atribuição dos profissionais, descrição das funções, formação entre outros, portanto o o projeto básico/especificações nas quais estabelecem critérios técnicos para a prestação dos serviços estão desatualizados. Do Pedido: Por todo o exposto, requer seja acolhida a presente Impugnação para que seja declarado nulo e/ou anulado o edital pelos vícios acima apontados, de acordo com o procedimento previsto na lei, com seu devido provimento. Outrossim, lastreada nas razões recursais, na hipótese não esperada disso não ocorrer, faça este subir, devidamente informado, à autoridade superior, em conformidade com o inciso XVIII do Artigo 4º, da Lei Federal nº /02, concomitantemente com 1º do Artigo 41 da Lei Federal nº 8.666/ DA RESPOSTA DA INSTITUIÇÃO Sobre a alegação de que não consta na Planilhas de Custo e Formação de Preços a previsão para o adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do salário mensal sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

3 Verifico que possivelmente a impugnante não verificou com a devida atenção o Anexo II do edital ora impugnado, Na coluna Outros adicionais (especificar) (3.4), consta o valor de R$ 434,03 (quatrocentos e trinta e quatro reais e três centavos). Este valor refere-se justamente a 30 % do valor do salário do Bombeiro Civil Masculino (1) que serviu de parâmetro para esta Instituição calcular o valor estimado mensal para a prestação dos serviços. No que se refere a inexistência no edital de exigências de atestados de capacidade técnica nos termos da legislação legal, mais uma vez observa-se que a pugnaz aparentemente não se debruçou atentamente na análise do edital combatido, pois ao contrário do que inferi a impugnante, consta no subitem do edital a exigência da apresentação de Atestado (s) ou Certidão(ões) como condição habilitatória., in literis: Atestado(s) ou Certidão(ões) de comprovação de aptidão técnica expedidos por pessoa jurídica de direito público ou privado, que evidencie que a licitante executou ou executa serviços pertinentes e compatíveis com o objeto da licitação, devendo o quantitativo apresentado no(s) atestado(s) ser de no mínimo 10 postos de brigada de incêndio. Também não há em que se falar sobre a obrigatoriedade de registro dos atestados em entidade profissional competente, embora exista previsão legal para tal exigência, a administração dispõe de discricionariedade para avaliar a real necessidade deste ou aquele documento A Lei 8.666/93 que regulamenta os procedimentos licitatórios prevê no art. 30, 1º e 2º, verbis: I... 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883/94 DOU º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidades tecnológica e operacional equivalente ou superior. (Grifamos). Mais à frente a Lei de Licitações e Contratos Administrativos no art. 32, 2º e 3º dispõem: 2º O Certificado de registro cadastral a que se refere o 1º do art. 36, substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quando às informações

4 disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigado-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei 9648 DOU (Grifamos). 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei. (negritamos) A leitura dos comandos legais demonstra de forma clara e inequívoca que não existe obrigatoriedade para a Administração Pública no tocante a exigir todos os documentos enumerados nos arts. 28 a 31.Assim, é discricionariedade da Administração exigi-los ou não, até porque se assim não fosse o agente público incorreria em excesso, inviabilizando a competição, direcionando a licitação, atitude condenável e de repulsa por parte da sociedade. Aliás, neste sentido, a Carta Magna colocou freio e ordem nas exigências de qualificação técnica ao estabelecer: Art. 37, inciso XXI ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Na esteira do comando constitucional o Tribunal de Contas da União entendeu que a exigência de atestados comprobatórios de qualificação técnica deve situar-se dentro de um patamar de razoabilidade e ser analisada caso a caso. (TCU. Processo nº TC / Decisão nº 702/1999 Plenário, Processo nº TC /00-2. Decisão 782/2000 Plenário; Processo nº TC /00-1. Decisão nº 1.618/2002 Plenário; e Processo nº / Acordão nº 1.774/2004 Plenário. No que se refere a modalidade de licitação Pregão, instituída pela Lei nº de 17/07/2002, quanto às exigências habilitatórias, o limite consta do Art. 4º, inciso XIII: A habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira. (Grifamos). Também no dispositivo acima transcrito, observa-se que a administração deve avaliar de forma criteriosa, no caso concreto, a real necessidade de inclusão nos editais de licitação de exigências de habilitação jurídica, qualificações técnicas e econômico -financeiras desnecessárias que venham a frustrar a competição. Ainda assim, esta Instituição, ao elaborar o edital ora impugnado, foi zelosa no cumprimento das normas legais, pois além da exigência condida no subitem do mesmo edital, consta ainda a obrigação da licitante vencedora apresentar o Certificado de Credenciamento (CRD) expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, habilitando a licitante a prestar serviços de Brigada de Incêndio, conforme preceitua a Lei Distrital nº de 24/10/2008, art. 3º e a Portaria 52/2000/CBMDF. (subitem ). No anexo I, capítulo IV DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA, item 6 - após definição do corpo funcional, repassar ao setor de

5 fiscalização do CONTRATANTE comprovante de formação técnica específica da mão-de-obra oferecida, através de cópia autenticada do certificado de Curso de Formação de Bombeiro Particular, expedidos pelo CBMDF. Como se observa o mando editalício é suficiente para atestar a qualificação técnica da empresa que vier a ser vencedora. A referências contidas no edital sobre a NT 007/2000, dizem respeito a quantidade de horas/aulas necessárias para a formação do profissionais envolvidos na prestação dos serviços. Embora a NT em tela tenha sido substituída pela NT 007/2008, no que se refere a quantidade de horas/aulas exigidas para a graduação dos profissionais, a nova Norma Técnica as manteve. Assim sendo, e visto que a pugnaz não apresentou nenhum fato relevante que determinasse a reforma do edital combatido, informo a essa pugnante que este Pregoeiro conheceu da impugnação, para negar-lhe provimento, mantendo inalteradas as cláusulas do Edital de Pregão 17/2009, bem como a data e o horário de abertura da licitação. Brasília-DF, 02 de março de 2009 FRANCISCO DE JESUS S. ARAÚJO Pregoeiro/PGR