MULTICENTRALIDADE E POLICENTRALIDADE: A ZONA NORTE DE LONDRINA 1

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MULTICENTRALIDADE E POLICENTRALIDADE: A ZONA NORTE DE LONDRINA 1"

Transcrição

1 MULTICENTRALIDADE E POLICENTRALIDADE: A ZONA NORTE DE LONDRINA 1 Jônatas Lima Candido UNESP de Presidente Prudente - jota.candido@hotmail.com INTRODUÇÃO Os espaços urbanos têm apresentado características que, tomando por parâmetro a história da urbanização no mundo, são relativamente novas. Duas delas serão abordadas nesse artigo: a descontinuidade territorial dos tecidos urbanos; e a multiplicação de áreas centrais e centralidades. Embora sejam distintos, os processos dos quais derivam essas características mantêm relações de reciprocidade. O desenvolvimento dos meios de comunicação e a reestruturação produtiva dos anos 1970 são fatores que influenciaram sobremaneira a estruturação dos espaços urbanos, no limite, promovendo a disjunção entre cidade e urbano, engendrando processos como os de dispersão urbana e a constituição de multicentralidade e policentralidades em espaços metropolitanos ou não. OBJETIVOS Este artigo tem como objetivo evidenciar as relações entre a dispersão urbana e a complexificação da estrutura urbana de Londrina a partir da constituição do subcentro da Avenida Saul Elkind e apontar a formação, no período atual, de uma policentralidade nessa cidade, tendo como recorte espacial a Zona Norte (ZN) de Londrina. METODOLOGIAS 1 Pesquisa em estágio inicial.

2 O desenvolvimento da pesquisa da qual trato nesse artigo foi feito por meio da leitura e argumentação com a bibliografia referente aos temas que abordo no texto além da realização de trabalhos de campo para observação e levantamento de informações. RESULTADOS PRELIMINARES DISPERSÃO URBANA E GÊNESE DA ZONA NORTE DE LONDRINA Para analisar a relação entre dispersão urbana e criação da Zona Norte (ZN) de Londrina detenho-me àqueles processos que foram responsáveis de modo concreto para a produção dos Cinco Conjuntos ou Cincão, nome que segundo Beidack (2009, p. 148) [...] surgiu dentro dos escritórios da Cohab-Ld [Companhia de Habitação de Londrina] para facilitar a comunicação entre os funcionários [...], e pelo qual a ZN de Londrina ficou popularmente conhecida. Assim, o processo de modernização do campo brasileiro com a inserção de novas culturas, simultaneamente, supria as demandas por matéria prima da produção industrial e criava demanda por mecanização, eliminando postos de trabalho no campo, promovendo a migração campo cidade e o consequente aumento do número de pessoas vivendo em cidades. É importante mencionar que, no caso de Londrina, o aumento da população deu-se por conta da associação em meados dos anos 1970, dessas transformações no campo à ocorrência de um evento climático ocasionado por extremos de temperatura mínima. A chamada Geada Negra do dia 18 de julho de 1975 pôs fim à cafeicultura no Norte do Paraná. A transposição dos trilhos do trem e a definição da localização industrial (a partir da elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano em 1968), ambas ao norte do tecido urbano então constituído, foram também responsáveis por orientar a expansão da cidade nessa direção. Com a criação do Sistema Financeiro Habitacional (SFH), formado pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), o qual era responsável por financiar a construção de moradias, e pelas Companhias de Habitação (Cohab), que eram responsáveis pela operacionalização do sistema, [...] a zona norte de Londrina recebeu os gigantescos conjuntos habitacionais construídos

3 pela Cohab-Ld com recursos do BNH e a porção norte da cidade teve suas origens efetivadas. (BEIDACK, 2009, p. 147) A leitura da produção da ZN de Londrina por meio da análise da morfologia urbana é possível pela compreensão da dispersão urbana, que Catalão (2013, p. 30) entende como [...] uma faceta do processo de difusão da urbanização pelo planeta e representa, para as cidades, uma quebra nos fechamentos que historicamente as caracterizaram. Isso não significa que o caractere de maior densidade da cidade em relação ao campo esteja desaparecendo, mas que seus limites estão se tornando, cada vez mais, indefiníveis [...] O processo de dispersão urbana, ainda segundo esse autor. [...] concerne precisamente aos espaços urbanos, e seu uso faz referência direta ao fato para o qual Sposito (2009) chamou a atenção, qual seja, de que a unidade morfológica da cidade contemporânea está em processo de dissolução. (CATALÃO, 2013, p. 32) Julgo pertinente a análise da produção da ZN a partir da compreensão do processo de dispersão urbana porque no caso de Londrina se verifica a ocorrência dos elementos característicos fundamentais desse processo, abaixo descritos. [...] (i) um crescimento territorial acentuado; (ii) uma diminuição progressiva das densidades no sentido centro-periferia marcada, contudo, por alternância de áreas de alta e baixa densidades; e (iii) uma perda da continuidade territorial urbana. Isso é propiciado pelas novas tecnologias de informação, comunicação e transporte, engendra diferentes práticas espaciais e é expressão de um processo mais amplo de segmentação social, que no Brasil é ampliado pela importância que têm as desigualdades sociais na estrutura da sociedade e, por conseguinte, na estruturação espacial. (CATALÃO, 2013, p. 33) O crescimento territorial pode, dentre outros, ser percebido pela distância dos primeiros cinco conjuntos habitacionais da ZN de Londrina em relação ao centro, conforme se lê em Silva (2002, p. 54) [...] Estes conjuntos foram construídos em áreas muito distantes do Centro Principal, permitindo a existência de vazios urbanos na área intermediária entre o tecido urbano já constituído e os novos conjuntos, possibilitando a valorização fundiária, pois neles se alocaria uma infra-estrutura que contribuiria para tal valorização.

4 Um indicativo da diminuição progressiva das densidades no sentido centro-periferia pode ser a [...] a fraca produção vertical na zona norte de Londrina [...] (BEIDACK, 2009, p. 206) em oposição à acentuada verticalização do centro devido ao seu limitado crescimento horizontal (CORRÊA, 1989, p. 42). Assim, seria possível supor que enquanto o centro apresenta maior concentração vertical e, portanto, grande densidade, a periferia (nesse caso, a ZN de Londrina) seria menos densa por conta da pouca concentração vertical. Por fim, a presença no espaço urbano de Londrina de áreas não construídas, uma vez que, [...] o poder público locou os conjuntos habitacionais, distantes da então malha urbana, deixando enormes áreas vazias entre estes e o centro da cidade [...] (BEIDACK, 2009, p. 145) evidencia a perda da continuidade territorial, caracterizando a dispersão urbana. É ainda possível entender a dispersão do tecido urbano de Londrina com a criação dos Cinco Conjuntos a partir do conjunto de mudanças do final dos anos 1970 fomentadas pela ampliação da competitividade decorrente da diminuição da taxa de lucros, conhecida como a Terceira Revolução Industrial. Nesse contexto, em que as possibilidades de ampliação dos mercados consumidores são reduzidas, a competitividade, por meio da concorrência, decorre da diminuição de custos. (SPÓSITO, 2007, p.19) Assim, de acordo com Spósito (2007, p. 19), a diminuição dos custos é perseguida [dentre outros] por meio de lógicas territoriais.. Analisando as novas formas de produção do espaço urbano no estado de São Paulo, a autora avalia o impacto das transformações que constituem a Terceira Revolução Industrial sobre o espaço urbano, priorizando a análise das ações e escolhas locacionais referente à: atividades industriais; atividades comerciais e de serviços; e habitats urbanos. Por hora, e para essa análise (compreender a criação da ZN de Londrina enquanto dispersão urbana), interessam-me as ações e escolhas locacionais referentes aos habitat urbanos, em especial os grandes conjuntos habitacionais. A instalação de grandes conjuntos habitacionais, ainda que muitos deles precariamente servidos por meios de consumo coletivo tem sido uma das formas de produção do espaço urbano que mais alterou a morfologia urbana, pois, via de regra, a localização deles é periférica e em descontinuo ao tecido urbano já constituído. (SPÓSITO, 2007, p. 21)

5 Beidack (2009), ao pesquisar a produção do espaço urbano da ZN de Londrina, deixa evidente o papel dos cinco conjuntos habitacionais na gênese dessa parte da cidade. A distinção entre continuidade/descontinuidade territorial e continuidade/descontinuidade espacial é fundamental para a compreensão da dispersão do espaço urbano de Londrina a partir da constituição da ZN. Segundo Spósito (2007, p. 23) [...] a descontinuidade territorial é possível porque a continuidade espacial se fortalece por meio de ampliação de infraestruturas de circulação e comunicação (sistema viário, sistema de fornecimento de água ou captação de esgotos, redes de telefonia, televisão e internet etc) e pela difusão do acesso aos equipamentos que possibilitam os deslocamentos e os contatos (veículos automotivos, antenas, microcomputadores etc). A continuidade espacial permite a produção do espaço urbano em descontinuo, gerando áreas não construídas dentro da cidade, ainda que ela seja insuficiente, pois a continuidade espacial, pelo menos em um primeiro momento, é um devir. [...] mesmo havendo descontinuidade territorial, em nível ainda que incompleto ou precário, a integração espacial vai se realizar. A extensão das linhas de ônibus que realizam o transporte coletivo urbano, a extensão das infra-estruturas de telefonia e mesmo aquelas relativas ao fornecimento de energia elétrica e água vão complementar essa integração espacial da área recém implantada, promovendo continuidade espacial urbana sem que haja continuidade territorial urbana. (SPÓSITO, 2007, p. 24) O exemplo dos Cinco Conjuntos é mais uma vez ilustrativo, como se lê em Beidack (2009, p. 120) [...] no inicio da entrega das moradias localizadas na porção norte (1978) não havia nenhuma ligação propriamente dita com a cidade de Londrina, pois os conjuntos habitacionais estavam praticamente isolados e aos poucos foram sendo dotados dos serviços coletivos e infra-estrutura pública [...] A análise dos processos históricos é importante para a compreensão da gênese da ZN de Londrina, mas é a compreensão do processo de dispersão urbana que identifica as condições materiais que permitiram a constituição dessa parte da cidade, bem como as lógicas que a orientaram.

6 A CONSTITUIÇÃO DO SUBCENTRO DA AVENIDA SAUL ELKIND E OS INDÍCIOS DA POLICENTRALIDADE Dentre outros fatores, com o crescimento populacional e/ou espacial das cidades e a consequente ampliação das distâncias entre a área central e as novas áreas residenciais, ocorre o processo de descentralização e a correlata redefinição do papel do centro das cidades. Segundo Spósito (2013, p. 72) [...] Em modos de produção pretéritos, tanto quanto em boa parte do desenvolvimento do modo capitalista de produção, as cidades tiveram suas estruturas espaciais articuladas em torno de um centro principal. Na maior parte das vezes, ele era ou é único, desempenhando todos os papeis de centralidade, tanto na escala da cidade, quanto na interurbana, quando tratamos dos espaços urbanos de maior importância nas redes urbanas. A implantação de sistemas de transporte urbano, primeiramente por trilhos (bondes e trens suburbanos, seguidos pelo metrô) e depois, sobretudo, o de matriz automotiva (ônibus, carros, caminhões, motos etc.) geraram condições técnicas e funcionais para uma cidade mais expandida. Ela é menos densa, alcançando a situação de dispersão do tecido urbano e de diluição clara das formas urbanas em amálgamas em que elas se mesclam aos espaços rurais nas franjas deste tecido. Esse processo foi acompanhado, claramente, de emergência de novas áreas comerciais e de serviços. A constituição de novas áreas de concentração econômica de empresas do setor comercial e de serviços deriva de novas lógicas de produção e apropriação do espaço urbano, da qual a expansão territorial dos tecidos urbanos de modo disperso, em parte possível pelo desenvolvimento dos meios de transporte, é uma expressão. Têm-se assim morfologias urbanas mais complexas que apresentam centralidades múltiplas. Do ponto de vista teórico conceitual é nesse contexto empírico que o conceito de centralidade ascende enquanto instrumento de leitura das recentes realidades urbanas [...] a palavra centro se refere a uma entidade, a uma localização com forte poder de atração de pessoas e com determinadas propriedades geométricas, enquanto centralidade remete para outro tipo de propriedades apostas a essa geometria e que reforçam a sua atração. A evolução do conceito foi no sentido da valorização destas últimas a ponto de suplantar as da geometria. (SALGUEIRO, 2013, p. 14)

7 Assim, enquanto a cidade pré-industrial e a industrial tinham um centro, a cidade fragmentada da modernidade tardia será melhor caracterizada pela existência de uma rede de centralidades [...]. (SALGUEIRO, 2013, p. 13) Faz-se necessário retomar a distinção entre centro e centralidade realizada por Spósito (2001, p. 238) para reiterar o objetivo deste artigo. De acordo com a autora Essa redefinição não pode, no entanto, ser analisada apenas no plano da localização das atividades comerciais e de serviços, como já tem sido destacado por diferentes autores, mas deve ser estudada a partir das relações entre essa localização e os fluxos que ela gera e que a sustentam. Os fluxos permitem a apreensão da centralidade, porque é através dos nódulos de articulação da circulação intra e interurbana que ela se revela. Essa circulação é, evidente, redefinida constantemente pelas mudanças ocorridas na localização territorial das atividades que geram a concentração. Desse ponto de vista, não há centro sem que se revele sua centralidade, assim como essa centralidade não se expressa sem que uma concentração se estruture. Se o centro se revela pelo que se localiza no território, a centralidade é desvelada pelo que se movimenta no território, relacionando a compreensão da centralidade, no plano conceitual, prevalentemente à dimensão temporal da realidade. O que é central é redefinido em escalas temporais de médio e longo prazo pela mudança na localização territorial de atividades. A centralidade é redefinida continuamente, inclusive em escalas temporais de curto prazo, pelos fluxos que se desenham através da circulação das pessoas, das mercadorias, das informações, das ideias e dos valores. Em outro trabalho a autora simplifica essa distinção e considera a centralidade uma condição e expressão de central que uma área pode exercer ou representar, enquanto que áreas centrais são espaços que ancoram a constituição de centralidades (SPÓSITO, 2013, p. 73). A redefinição mencionada no início do trecho citado acima, no caso aqui tratado, é entendida como o surgimento de novas atividades e estabelecimentos comerciais e de serviços fora do centro principal de Londrina e a relocalização na Avenida Saul Elkind (a principal avenida da ZN de Londrina) de atividades e estabelecimentos que antes estavam restritos ao centro principal. Nas pesquisas de Silva (2002) e a Beidack (2009), a dispersão do tecido urbano e, pelo menos em um primeiro momento, a fraca integração espacial devida as dificuldades de mobilidade e acessibilidade resultaram na concentração de atividades comerciais e de serviços na Saul Elkind, portanto, fora do centro principal de Londrina.

8 Embora não haja uma convergência explícita entre as pesquisas em relação ao momento em que é possível verificar de fato a constituição de um subcentro na Saul Elkind (entre os anos 1980 e 1990), ambas consideram a infraestrutura como um fator fundamental para a concretização desse processo, uma vez que, a infraestrutura, ao permitir uma maior integração espacial possibilitou que se instalasse na Saul Elkind as filiais das lojas do centro e agencias bancárias, aumentando assim progressivamente a diversidade de bens e serviços. Em Silva (2002, p. 89), encontra-se uma argumentação sobre a definição de subcentro que é bastante profícua para o estudo da Saul Elkind Pelo fato de os subcentros atenderem a uma parcela particular (local) do espaço urbano e estarem, portanto, inseridos num espaço que se mostra segmentado, segregativo e excludente, teremos parcelas de população diferenciadas para consumir nos subcentros, constituindo numa diferença crucial em relação ao Centro Principal, que em princípio atende à população de toda a cidade. Desta forma, encontra-se uma diferenciação em relação à escala, mas, também, em relação aos padrões socioespaciais, entre os subcentros e o Centro Principal das cidades. Com isso, considera-se um equívoco entender tais formas espaciais apenas como réplicas menores do centro Principal, mas sim, como áreas que se constituem a partir das características econômicas da população local e dos conflitos das atuações dos capitais locais, municipais e regionais, que irão produzir um espaço urbano diferenciado, porém, articulado internamente, ainda que com contradições. Essa definição permite uma compreensão mais precisa do subcentro que se constituiu na ZN de Londrina e que foi talvez o exemplo mais ilustrativo, ou a melhor expressão da multicentralidade dessa cidade. Contudo, quero com este artigo apontar para emergência da policentralidade na ZN de Londrina, e, por conseguinte nessa cidade no período atual, por causa da instalação de grandes superfícies comerciais também nessa parte da cidade. Spósito (2013, p ) [...] Tenho usado o termo MULTICENTRALIDADE para me referir à conformação de mais de uma área de concentração comercial e de serviços nas cidades, influenciando a perda relativa do peso e da importância do centro principal em estruturas espaciais tipicamente monocêntricas até então. [...] Reservo a expressão POLICENTRALIDADE para tratar de dinâmicas mais recentemente observadas, que se combinam com as sinteticamente

9 descritas no parágrafo anterior, contendo-as, mas superando a lógica que orienta sua formação. São atinentes ao aparecimento de grandes superfícies comerciais e de serviços, que redefinem de modo profundo, a estrutura espacial que vinha se estabelecendo no decorrer do tempo. [...] especialmente, hipermercados modernos de grandes grupos do setor, shopping centres, centros especializados de grande porte (de negócios, de serviços médico-hospitalares, de feiras, de festas etc.). Ainda de acordo com a autora, há três razões pelas quais se distingue multicentralidade de policentralidade. A primeira se refere à abrangência da centralidade. Em uma situação de policentralidade as grandes superfícies comerciais exercem atração sobre todo o conjunto da cidade e, até mesmo sobre outras cidades. Essas superfícies não são, portanto, hierarquicamente inferiores ao centro principal no que se refere à oferta, diversidade e especialização dos bens e serviços que oferecem. Em um contexto de multicentralidade, um subcentro ou uma galeria não exercem influência sobre todo o conjunto da cidade ou outras cidades. A segunda razão diz respeito à diversidade de agentes, bem como o tempo envolvido na constituição da multicentralidade e da policentralidade. Assim, enquanto que a multicentralidade resulta da ação de uma diversidade de agentes (comerciantes, prestadores de serviços, pequenos empreendedores e proprietários de imóveis ou terrenos) que contribuíram para a redefinição da centralidade urbana ao longo de décadas, as grandes superfícies comerciais e de serviços, expressão da policentralidade, são planejadas, construídas e ocupadas em conjunto em poucos anos. [as grandes superfícies comerciais e de serviços] não resultam da somatória de iniciativas de comerciantes, prestadores de serviços, pequenos empreendedores e proprietários de imóveis ou terrenos que, no decorrer do tempo, fizeram novas escolhas locacionais e contribuíram para a recomposição da centralidade urbana, de modo paulatino e gradual, pois ocorrida em interregnos de dezena(s) de anos. Ao contrário, são grandes superfícies comerciais e de serviços planejadas, construídas e ocupadas, em conjunto, num intervalo temporal relativamente curto (alguns poucos anos para construção, bastando a inauguração para começarem a funcionar todas no mesmo dia). [...] Trata-se de processo de produção do espaço urbano que não resulta da história de uma cidade, no decorrer da média ou longa duração, mas que a redefine como resultado de ações deliberadas, planejadas e intencionais, pensadas por um pequeno grupo de interessados nelas. [...]. (SPÓSITO, 2013, p )

10 A terceira razão é a geração de segmentação e seletividade socioespaciais por parte dessas grandes superfícies que podem ser condição para o processo de segregação socioespacial. Contudo, ainda que a policentralidade possa ser identificada na ZN de Londrina, é necessário fazer essa leitura com as devidas ressalvas para que não se incorra em equívocos de interpretação dessa realidade urbana. No que toca a(s) centralidade(s) da ZN penso ser possível identificar dois momentos: 1) um, em que a formação de um subcentro na Avenida Saul Elkind constitui uma situação de multicentralidade em Londrina e; 2) uma situação de policentralidade que deriva da instalação de grandes superfícies comerciais e de prestação de serviços. O subcentro da Saul Elkind teve origem com as iniciativas de pequenos comerciantes, residentes nos conjuntos, que abriram seus estabelecimentos nos quintais das casas, vendendo gêneros de primeira necessidade para suprir as demandas dos outros moradores que tinham dificuldades de mobilidade, tanto por não possuírem transporte individual quanto pelas dificuldades de acessibilidade, já que os conjuntos eram distantes do tecido urbano então constituído, as vias de acesso eram insuficientes e o transporte coletivo não supria as demandas da população. A melhoria da infraestrutura de acesso foi importante para que filiais de lojas do centro principal se instalassem na Saul Elkind, adensando a concentração de estabelecimentos de bens e prestadores de serviços, consolidando essa Avenida como um subcentro que atendia a população da ZN de Londrina. Foi um processo que se desenvolveu ao longo do interregno de uma dezena de anos e do qual uma diversidade de agentes participaram, desde os moradores que iniciaram um comércio de vizinhança, as grandes redes varejistas de comércio de móveis e eletrodomésticos, até os principais bancos e franquias mais populares do país. O início dos anos 2000 marca uma mudança no papel da ZN na estrutura urbana de Londrina. Apresento a hipótese de que essa mudança se deve ao fato de ser nesse período que teve início a instalação de grandes superfícies comerciais e prestadoras

11 de serviços, tanto na Saul Elkind quanto em outras partes da ZN, como no caso do shopping Londrina Norte. São empreendimentos de um reduzido grupo de agentes (incluso empresas multinacionais) e, diferente do que aconteceu com o subcentro da Saul Elkind, do início das obras de construção até a inauguração desses empreendimentos bastaram alguns poucos anos. É ainda possível pensar em segmentação e seletividade socioespacial quando da análise desses empreendimentos, sobretudo quando se toma o exemplo do Londrina Norte Shopping. Esse centro de compras, serviços e lazer pertencia ao Grupo Catuaí (empresa de capital de origem local) que, motivado pelo êxito do primeiro shopping construído pelo grupo expandiu sua atuação nesse ramo. Contudo, nome e mix de lojas diferem quando se compara o primeiro shopping (localizado entre a Gleba Palhano 2 e uma importante área de concentração de condomínios residenciais horizontais de alto padrão) do shopping construído na ZN, com características mais populares 3. Essas superfícies reforçam a centralidade do subcentro da Saul Elkind ao mesmo tempo em que exercem suas centralidades alterando os fluxos no espaço intraurbano e mesmo interurbano, uma vez que, diferente de um subcentro do período da multicentralidade, exercem atração sobre todo o conjunto da cidade e, também, de outras cidades, o que é evidenciado pela pavimentação de toda a extensão da Saul Elkind, ligando-a aos municípios vizinhos de Cambé e Ibiporã. E, ainda que, no caso das grandes superfícies da ZN, elas tenham se instalado na cidade que já existe, portanto, não sendo necessário que a cidade e os citadinos as procurem (SPOSITO, 2013, p ), penso que a ZN evidencia a situação de policentralidade em Londrina pois essas superfícies também são condicionadas pelas infraestruturas e sistemas de transporte que garantem a mobilidade, conforme se pode perceber pelos tamanhos de seus estacionamentos. 2 Área de verticalização recente caracterizada pelo alto padrão dos condomínios. 3 Emprego o termo popular para me referir ao fato desse empreendimento ser voltado às classes de poder aquisitivo mais baixo.

12 BIBLIOGRAFIA BEIDACK, A. R. dos S. Análise da produção do espaço urbano de Londrina: de cincão à zona norte: f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, CATALÃO, I de F. Diferença, dispersão e fragmentação socioespacial: explorações metropolitanas em Brasília e Curitiba f. Tese (Doutorado em Geografia) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, p. SALGUEIRO, T. B. Do centro às centralidades. In: FERNANDES, J. A. V. R.; SPOSITO, M. E. B. (Orgs). A nova vida do velho centro nas cidades portuguesas e brasileiras. 1ª. Ed. Porto: CEGOT, V p.. SILVA, W. R. da. Descentralização e redefinição da centralidade em e de Londrina f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, SPÓSITO, M. E. B. Novas formas de produção do espaço urbano no estado de São Paulo. In: REIS, N. G. (Org). Brasil estudos sobre dispersão urbana. São Paulo: FAU USP, Segregação socioespacial e centralidade urbana. In: VASCONCELOS, P. de A.; CORRÊA, R. L.; SILVANA, M. P. (Orgs). A cidade contemporânea: segregação espacial. São Paulo: Contexto, As Cidades Médias e os contextos econômicos contemporâneos. In:. (Org.) Urbanização e Cidades: Perspectivas geográficas. Presidente Prudente: UNESP/GAsPERR, 2001.

Urbanização Brasileira

Urbanização Brasileira Urbanização Brasileira O Brasil é um país com mais de 190 milhões de habitantes. A cada 100 pessoas que vivem no Brasil, 84 moram nas cidades e 16 no campo. A população urbana brasileira teve seu maior

Leia mais

MUDANÇAS DA ORDEM URBANA DAS METRÓPOLES LIVROS COMPARATIVOS Ciência e Tecnologia Ministério da Ciência e Tecnologia

MUDANÇAS DA ORDEM URBANA DAS METRÓPOLES LIVROS COMPARATIVOS Ciência e Tecnologia Ministério da Ciência e Tecnologia MUDANÇAS DA ORDEM URBANA DAS METRÓPOLES LIVROS COMPARATIVOS Ciência e Tecnologia Ministério da Ciência e Tecnologia Capítulo 6 Organização Social do Território e formas de provisão de moradia Seminário

Leia mais

Urbanização no Brasil

Urbanização no Brasil Urbanização no Brasil Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior

Leia mais

População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil

População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil RELEASE 17 de JULHO de 2008. População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil Aumentos de riquezas e de habitantes nas cidades com 100 mil a 500 mil, neste século, superam a média

Leia mais

LÓGICAS ESPACIAIS DAS EMPRESAS FRANQUEADAS DO RAMO COMERCIAL DE CONFECÇÕES E CALÇADOS: CIDADES MÉDIAS E CONSUMO

LÓGICAS ESPACIAIS DAS EMPRESAS FRANQUEADAS DO RAMO COMERCIAL DE CONFECÇÕES E CALÇADOS: CIDADES MÉDIAS E CONSUMO LÓGICAS ESPACIAIS DAS EMPRESAS FRANQUEADAS DO RAMO COMERCIAL DE CONFECÇÕES E CALÇADOS: CIDADES MÉDIAS E CONSUMO Ariane Barilli de Mattos Graduação em Geografia Faculdade de Ciências e Tecnologia ane_cbj@hotmail.com

Leia mais

2.1 DINÂMICA POPULACIONAL

2.1 DINÂMICA POPULACIONAL DIMENSÃO SOCIAL . DINÂMICA POPULACIONAL Esta seção tem como objetivo expor a evolução e distribuição da população no território paranaense, apontando, em particular, a concentração que se realiza em determinadas

Leia mais

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO 5 Amanda dos Santos Galeti Acadêmica de Geografia - UNESPAR/Paranavaí amanda_galeti@hotmail.com Kamily Alanis Montina Acadêmica

Leia mais

Questão 1. Resposta A. Resposta B

Questão 1. Resposta A. Resposta B Questão 1 Ao longo do século XX, as cidades norte-americanas se organizaram espacialmente de um modo original: a partir do Central Business District (CBD), elas se estruturaram em circunferências concêntricas

Leia mais

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO TERRITÓRIO E MOBILIDADE URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR, BAHIA

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO TERRITÓRIO E MOBILIDADE URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR, BAHIA ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO TERRITÓRIO E MOBILIDADE URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR, BAHIA Arq. Juan Pedro Moreno Delgado, DSc. Delgado, J. P. M., Organização social do território e mobilidade urbana

Leia mais

A urbanização Brasileira

A urbanização Brasileira A urbanização Brasileira Brasil Evolução da população ruralurbana entre 1940 e 2006. Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1986, 1990, 1993 e 1997; Censo demográfico, 2000; Síntese Fonte: IBGE. Anuário

Leia mais

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO João Lyra Neto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES Ricardo Dantas SECRETÁRIA EXECUTIVA

Leia mais

INCLUSÃO DE HABITAÇÕES SOCIAIS PARA REQUALIFICAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

INCLUSÃO DE HABITAÇÕES SOCIAIS PARA REQUALIFICAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE PRESIDENTE PRUDENTE Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 244 INCLUSÃO DE HABITAÇÕES SOCIAIS PARA REQUALIFICAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE PRESIDENTE PRUDENTE João Victor de Souza

Leia mais

O programa de urbanização de favelas da prefeitura de São Paulo um estudo de caso da favela de Heliópolis

O programa de urbanização de favelas da prefeitura de São Paulo um estudo de caso da favela de Heliópolis O programa de urbanização de favelas da prefeitura de São Paulo um estudo de caso da favela de Heliópolis Fabiana Cristina da Luz luz.fabiana@yahoo.com.br Universidade Cruzeiro do Sul Palavras-chave: Urbanização

Leia mais

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva 1. INTRODUÇÃO Pretende-se com o presente trabalho, desenvolver uma rede de percursos cicláveis para todo o território do Município do Barreiro, de modo a promover a integração da bicicleta no sistema de

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

PRATICANDO EXERCÍCIOS - 2013. Colégio Santa Clara Prof. Marcos

PRATICANDO EXERCÍCIOS - 2013. Colégio Santa Clara Prof. Marcos PRATICANDO EXERCÍCIOS - 2013 Colégio Santa Clara Prof. Marcos Densidade e crescimento demográfico brasileiro (FUVEST 2011) E este mapa, por que que ele difere dos demais? a) Correlacione as informações

Leia mais

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 11 de maio de 2011 Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SPAECE-ALFA E DAS AVALIAÇÕES DO PRÊMIO ESCOLA NOTA DEZ _ 2ª Etapa 1. INTRODUÇÃO Em 1990, o Sistema de Avaliação

Leia mais

A USINA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO-MA: ANÁLISE DE SEUS ESPAÇOS DE INFLUÊNCIA SOB A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO DE MILTON SANTOS

A USINA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO-MA: ANÁLISE DE SEUS ESPAÇOS DE INFLUÊNCIA SOB A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO DE MILTON SANTOS Thaís Samara de Castro Bezerra José Carlos Bezerra Universidade Estadual da Paraíba UEPB thaissamara@hotmail.com karligor@hotmail.com A USINA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO-MA: ANÁLISE DE SEUS ESPAÇOS DE INFLUÊNCIA

Leia mais

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CNPq/FAPERJ/CAPES ---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO COORDENAÇÃO LUIZ CÉSAR DE QUEIROZ RIBEIRO EQUIPE RESPONSÁVEL ANDRÉ RICARDO SALATA LYGIA GONÇALVES

Leia mais

Centro Educacional Juscelino Kubitschek

Centro Educacional Juscelino Kubitschek Centro Educacional Juscelino Kubitschek ALUNO: N.º: DATA: / /2011 ENSINO FUNDAMENTAL SÉRIE: 6ª série/7 ano TURMA: TURNO: DISCIPLINA: GEOGRAFIA PROFESSOR: Equipe de Geografia Roteiro e lista de Recuperação

Leia mais

QUAL O NÚMERO DE VEÍCULOS QUE CIRCULA EM SÃO PAULO?

QUAL O NÚMERO DE VEÍCULOS QUE CIRCULA EM SÃO PAULO? QUAL O NÚMERO DE VEÍCULOS QUE CIRCULA EM SÃO PAULO? RESENHA Carlos Paiva Qual o número de veículos que circula em um dia ou a cada hora do dia na Região Metropolitana, no município e no centro expandido

Leia mais

LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza

LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza LOGÍSTICA Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza edwin@engenharia-puro.com.br www.engenharia-puro.com.br/edwin Introdução A A logística sempre existiu e está presente no dia a dia de todos nós, nas mais diversas

Leia mais

GEOGRAFIA ENADE 2005

GEOGRAFIA ENADE 2005 GEOGRAFIA ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS Questão 4 a. 5 pontos Identificar o estudo do meio como uma metodologia de apreensão/apropriação da realidade que permite o enfrentamento dinâmico

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira

Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=590200&page=24 Dinâmica Recente da Rede Urbana Brasileira UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Leia mais

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano SNHIS / FNHIS - Lei nº 11.124/05 REQUISITOS PARA ADESÃO DOS MUNICÍPIOS AO

Leia mais

Relatório de Estágio Curricular. Rafael Menezes Albuquerque

Relatório de Estágio Curricular. Rafael Menezes Albuquerque Instituto Tecnológico de Aeronáutica Divisão de Engenharia de Infra-Estrutura Aeronáutica Relatório de Estágio Curricular Rafael Menezes Albuquerque São José dos Campos Novembro2005 Relatório de Estágio

Leia mais

História da Habitação em Florianópolis

História da Habitação em Florianópolis História da Habitação em Florianópolis CARACTERIZAÇÃO DAS FAVELAS EM FLORIANÓPOLIS No início do século XX temos as favelas mais antigas, sendo que as primeiras se instalaram em torno da região central,

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

Unesp 2014/2 Geografia 2ª Fase

Unesp 2014/2 Geografia 2ª Fase QUESTÃO 5 (Placas Tectônicas e Terremotos) A partir das informações apresentadas e de conhecimentos geográficos, indique as áreas e as razões que levam algumas zonas do planeta a estarem sujeitas a maior

Leia mais

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA No Brasil, as capitais nordestinas são as que mais sofrem com a especulação imobiliária. Na foto, Maceió, capital do estado de Alagoas. Especulação imobiliária é a compra ou aquisição

Leia mais

Mudanças Socioespaciais em um Mundo Globalizado

Mudanças Socioespaciais em um Mundo Globalizado Mudanças Socioespaciais em um Mundo Globalizado Colégio Salesiano São José 8º ano Geografia Professor: Juliano Mudanças no Espaço Geográfico Como ocorrem essas mudanças: Formas; Funções; Fluxos; Modos

Leia mais

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução GERAÇÃO DE VIAGENS 1.Introdução Etapa de geração de viagens do processo de planejamento dos transportes está relacionada com a previsão dos tipos de viagens de pessoas ou veículos. Geralmente em zonas

Leia mais

ORÇAMENTO FAMILIAR E CONSUMO EM MORADIAS POPULARES DO GRANDE RECIFE

ORÇAMENTO FAMILIAR E CONSUMO EM MORADIAS POPULARES DO GRANDE RECIFE ORÇAMENTO FAMILIAR E CONSUMO EM MORADIAS POPULARES DO GRANDE RECIFE Marília do Nascimento Silva (UFRPE) mariliadonascimentosilva@hotmail.com INTRODUÇÃO Consumir, seja para fins de satisfação de necessidades

Leia mais

Processo de seleção de bolsista de pós-doutorado

Processo de seleção de bolsista de pós-doutorado Projeto temático: Lógicas econômicas e práticas espaciais contemporâneas: cidades médias e consumo Processo de seleção de bolsista de pós-doutorado Plano de trabalho: A sociedade do consumo nas cidades

Leia mais

Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo

Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo Por Elisabete Rodrigues 17 de Maio de 2013 09:05 Comentar A plataforma de demonstração de energia solar que

Leia mais

PADRÃO DE RESPOSTA. Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 5 - GEOGRAFIA AGRÁRIA

PADRÃO DE RESPOSTA. Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 5 - GEOGRAFIA AGRÁRIA Questão n o 1 Conhecimentos Específicos O candidato deverá contemplar em seu texto os seguintes aspectos: Na perspectiva da Geografia Tradicional, até os anos 60 do século XX, período em que se enfatizavam

Leia mais

O PROGRAMA CASA FÁCIL-UNIFIL: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E INSERÇÃO SOCIAL Gilson Jacob Bergoc 1, Ivan Prado Jr 2 e Ivanóe De Cunto 3

O PROGRAMA CASA FÁCIL-UNIFIL: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E INSERÇÃO SOCIAL Gilson Jacob Bergoc 1, Ivan Prado Jr 2 e Ivanóe De Cunto 3 O PROGRAMA CASA FÁCIL-UNIFIL: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E INSERÇÃO SOCIAL Gilson Jacob Bergoc 1, Ivan Prado Jr 2 e Ivanóe De Cunto 3 Pode-se dizer que a cidade contemporânea sofre de um mal crônico, senão

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

MBA Executivo UFPE. Disciplina: Ambiente de Negócios. Setembro/2011 Prof. Bosco Torres SHOPPING CENTERS

MBA Executivo UFPE. Disciplina: Ambiente de Negócios. Setembro/2011 Prof. Bosco Torres SHOPPING CENTERS MBA Executivo UFPE Disciplina: Ambiente de Negócios Setembro/2011 Prof. Bosco Torres SHOPPING CENTERS Fonte: MATTAR, Fauze Najib. Administração de Varejo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011 Prof. Bosco Torres

Leia mais

ESTÁ EM VIGOR O NOVO REGULAMENTO DE ÁREAS LOCAIS DA TELEFONIA FIXA

ESTÁ EM VIGOR O NOVO REGULAMENTO DE ÁREAS LOCAIS DA TELEFONIA FIXA Brasília, 8 de junho de 2004 Agência Nacional de Telecomunicações - APC ESTÁ EM VIGOR O NOVO REGULAMENTO DE ÁREAS LOCAIS DA TELEFONIA FIXA O novo Regulamento de Áreas Locais do Serviço Telefônico Fixo

Leia mais

PLANEJAMENTO URBANO E DE TRANSPORTES BASEADO EM CENÁRIO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL O CASO DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL

PLANEJAMENTO URBANO E DE TRANSPORTES BASEADO EM CENÁRIO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL O CASO DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL PLANEJAMENTO URBANO E DE TRANSPORTES BASEADO EM CENÁRIO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL O CASO DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL Thiago Silva Pereira José Aparecido Sorratini PLANEJAMENTO URBANO E DE TRANSPORTES BASEADO

Leia mais

SESI. Empreendedorismo Social. Você acredita que sua idéia pode gerar grandes transformações?

SESI. Empreendedorismo Social. Você acredita que sua idéia pode gerar grandes transformações? SESI Empreendedorismo Social Você acredita que sua idéia pode gerar grandes transformações? REGULAMENTO SESI Empreendedorismo Social A inovação social é o ponto de partida para um novo modelo que atende

Leia mais

PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB

PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB O QUE É O Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade é um instrumento da política de desenvolvimento urbano, integrado ao Plano Diretor do município,

Leia mais

Cidade é a parte urbana de um município, onde concentram atividades econômicas dos setores secundário e terciário.

Cidade é a parte urbana de um município, onde concentram atividades econômicas dos setores secundário e terciário. Prof. Dinário Dutra Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação a população rural. A urbanização está associada ao êxodo rural. A urbanização é limitada, podendo chegar a 100%.

Leia mais

Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari

Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari Monitoramento dos Impactos à Comunidade Plano de monitoramento dos impactos sociais Os impactos

Leia mais

FUNDAMENTOS DE MARKETING

FUNDAMENTOS DE MARKETING FUNDAMENTOS DE MARKETING Há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de marketing: produto, preço, (ponto de) distribuição e promoção. Esses elementos, chamados de 4Ps, devem ser combinados

Leia mais

III Fórum Mobilize! Transformações urbanas e os megaeventos:

III Fórum Mobilize! Transformações urbanas e os megaeventos: oportunidade para uma metrópole sustentável? III Fórum Mobilize! Transformações urbanas e os megaeventos: Sergio Myssior Arquiteto e Urbanista, diretor da MYR projetos sustentáveis, Conselheiro CAU/MG,

Leia mais

RECOMENDAÇÃO GT/HIS Nº 02, de 26 de novembro de 2014

RECOMENDAÇÃO GT/HIS Nº 02, de 26 de novembro de 2014 RECOMENDAÇÃO GT/HIS Nº 02, de 26 de novembro de 2014 Inquérito Civil Público nº 1.22.000.002106/2010-13 O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do Grupo de Trabalho Intercameral Habitação de Interesse,

Leia mais

Flávio Ahmed CAU-RJ 15.05.2014

Flávio Ahmed CAU-RJ 15.05.2014 Flávio Ahmed CAU-RJ 15.05.2014 O espaço urbano como bem ambiental. Aspectos ambientais do Estatuto da cidade garantia da qualidade de vida. Meio ambiente natural; Meio ambiente cultural; Meio ambiente

Leia mais

II. Atividades de Extensão

II. Atividades de Extensão REGULAMENTO DO PROGRAMA DE EXTENSÃO I. Objetivos A extensão tem por objetivo geral tornar acessível, à sociedade, o conhecimento de domínio da Faculdade Gama e Souza, seja por sua própria produção, seja

Leia mais

GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA

GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA DESENVOLVIMENTO DE LAY-OUT DE PROPOSTA ALTERNATIVA PARA O SISTEMA G DE TRANSPORTE PÚBLICO MULTIMODAL PARA A REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA

Leia mais

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 CAP. 02 A Dinâmica dos espaços da Globalização. (9º ano) *Estudaremos a difusão do modo capitalista de produção, ou seja, do modo de produzir bens e

Leia mais

Metodologia. Resultados

Metodologia. Resultados ENCONTRO INTERNACIONAL PARTICIPAÇÃO, DEMOCRACIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: APROXIMANDO AGENDAS E AGENTES UNESP SP 23 a 25 de abril de 2013, UNESP, Araraquara (SP) AGENTES SOCIAIS E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

Leia mais

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA PARCIAL DE GEOGRAFIA Aluno(a): Nº Ano: 8º Turma: Data: 04/06/2011 Nota: Professor: Edvaldo Valor da Prova: 40 pontos Assinatura do responsável: Orientações

Leia mais

Planejamento e gestão da expansão urbana

Planejamento e gestão da expansão urbana CURSO GESTÃO DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA: Contribuição de Melhoria, Reajuste de Terrenos e Redesenvolvimento Belo Horizonte, 24 a 26 de outubro de 2012 Planejamento e gestão da expansão urbana Daniel Todtmann

Leia mais

ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS. IETS Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade

ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS. IETS Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS Uma proposta de trabalho para apresentação ao SESC Serviço Social do Comércio Preparada pelo IETS Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade Maurício Blanco

Leia mais

Entrevista com Edgard Porto (Transcrição) (Tempo Total 26:33)

Entrevista com Edgard Porto (Transcrição) (Tempo Total 26:33) Entrevista com Edgard Porto (Transcrição) (Tempo Total 26:33) Edgard: A idéia [desta entrevista] é a gente comentar dez características da globalização e seus reflexos em Salvador. Meu nome é Edgard Porto,

Leia mais

O DIREITO À MORADIA E O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO SOLO. Instrumentos de planejamento e gestão do solo urbano em disputa

O DIREITO À MORADIA E O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO SOLO. Instrumentos de planejamento e gestão do solo urbano em disputa Promoção: O DIREITO À MORADIA E O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO SOLO Instrumentos de planejamento e gestão do solo urbano em disputa Rosane Biasotto Coordenadora técnica Planos de Habitação de Interesse Social

Leia mais

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO Seminário sobre Pobreza Urbana Maputo, 16 de Abril de 2009 RAZOES E FILOSOFIA DO PEUMM O PEUM é o primeiro plano de ordenamento urbano elaborado pelo próprio

Leia mais

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social II Fórum de Informação em Saúde IV Encontro da Rede BiblioSUS O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social Maria de Fátima Ramos Brandão Outubro/2007 1 Apresentação O Projeto Casa Brasil Modelos

Leia mais

Oi FUTURO ABRE INSCRIÇÕES PARA EDITAL DO PROGRAMA Oi NOVOS BRASIS 2012

Oi FUTURO ABRE INSCRIÇÕES PARA EDITAL DO PROGRAMA Oi NOVOS BRASIS 2012 Oi FUTURO ABRE INSCRIÇÕES PARA EDITAL DO PROGRAMA Oi NOVOS BRASIS 2012 Programa vai selecionar projetos socioambientais para receberem apoio técnico e financeiro Instituto de responsabilidade social da

Leia mais

Mobilidade Caminhos para o Futuro

Mobilidade Caminhos para o Futuro EVENTO DIÁLOGOS CAPITAIS: METRÓPOLES BRASILEIRAS O FUTURO PLANEJADO Mobilidade Caminhos para o Futuro Ricardo Young PPS Vereador Município de SP ricardoyoungvereador http://www.ricardoyoung.com.br/ 21/JULHO/2014

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA. Adma Figueiredo. Eloisa Domingues. Ivete Rodrigues

Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA. Adma Figueiredo. Eloisa Domingues. Ivete Rodrigues Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA Tipologia da Vulnerabilidade Social na Bacia Hidrográfica do São Francisco, Brasil Adma Figueiredo Geógrafa IBGE Eloisa Domingues Geógrafa

Leia mais

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau Fundação Getulio Vargas, Abril de 2011 REGIÃO PODE TER LEGADO COMPATÍVEL COM DESENVOLVIMENTO INOVADOR E SUSTENTÁVEL Deixar um legado

Leia mais

Prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos

Prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos Prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos 1 Fatores geradores dos conflitos fundiários urbanos Reintegração de posse de imóveis públicos e privados, em que o processo tenha ocorrido em desconformidade

Leia mais

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS Parecer COM(2013)462 Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO relativo a fundos europeus de investimento a longo prazo 1 PARTE I - NOTA INTRODUTÓRIA Nos termos do artigo 7.º da Lei n.º

Leia mais

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa 1 INTRODUÇÃO 1.1 Motivação e Justificativa A locomoção é um dos direitos básicos do cidadão. Cabe, portanto, ao poder público normalmente uma prefeitura e/ou um estado prover transporte de qualidade para

Leia mais

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO PARQUE DOM PEDRO II

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO PARQUE DOM PEDRO II PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO PARQUE DOM PEDRO II UFJF Faculdade de Engenharia - Dep. de Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Projeto VIII Prof: Luciane Tasca Grupo: Jeanny Vieira, Livia Cosentino, Marília

Leia mais

Conceito de Contabilidade

Conceito de Contabilidade !" $%&!" #$ "!%!!&$$!!' %$ $(%& )* &%""$!+,%!%!& $+,&$ $(%'!%!-'"&!%%.+,&(+&$ /&$/+0!!$ & "!%!!&$$!!' % $ $(% &!)#$ %1$%, $! "# # #$ &&$ &$ 0&$ 01% & $ #$ % & #$&&$&$&* % %"!+,$%2 %"!31$%"%1%%+3!' #$ "

Leia mais

FAZER ESTES ITENS NO FINAL, QUANDO O TRABALHO ESTIVER PRONTO

FAZER ESTES ITENS NO FINAL, QUANDO O TRABALHO ESTIVER PRONTO 1. CAPA 2. SUMÁRIO 3. INTRODUÇÃO FAZER ESTES ITENS NO FINAL, QUANDO O TRABALHO ESTIVER PRONTO 4. DESCRIÇÃO DA EMPRESA E DO SERVIÇO 4.1 Descrever sua Visão, VISÃO DA EMPRESA COMO VOCÊS IMAGINAM A EMPRESA

Leia mais

SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1

SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1 SUGESTÕES PARA A REFORMULAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS URBANOS E METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE 1 Contribuições ao debate do Conselho Deliberativo Metropolitano - CDM Por Mauri

Leia mais

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado A oferta da Promon Intelligens considera o desenvolvimento de

Leia mais

ESTUDO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO PARA EMPREENDIMENTOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA. Palavras-Chave: Custos, Formação de Preço, Economia Solidária

ESTUDO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO PARA EMPREENDIMENTOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA. Palavras-Chave: Custos, Formação de Preço, Economia Solidária ESTUDO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO PARA EMPREENDIMENTOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA Autores: Fábio Bruno da Silva Marcos Paulo de Sá Mello Palavras-Chave: Custos, Formação de Preço, Economia Solidária INTRODUÇÃO

Leia mais

MOBILIDADE URBANA EM PRESIDENTE PRUDENTE: O TRANSPORTE COLETIVO E SUAS POSSIBILIDADES

MOBILIDADE URBANA EM PRESIDENTE PRUDENTE: O TRANSPORTE COLETIVO E SUAS POSSIBILIDADES 480 MOBILIDADE URBANA EM PRESIDENTE PRUDENTE: O TRANSPORTE COLETIVO E SUAS POSSIBILIDADES Poliana de Oliveira Basso¹, Sibila Corral de Arêa Leão Honda². ¹Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da

Leia mais

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR : mudanças na estrutura produtiva e no mercado de trabalho no período 1991/2010 Paulo Delgado Liana Carleial Curitiba, 17

Leia mais

Agosto. São Paulo Brasil. connectedsmartcities.com.br

Agosto. São Paulo Brasil. connectedsmartcities.com.br 03 a 05 Agosto 2015 São Paulo Brasil connectedsmartcities.com.br Por que Connected Smart Cities? As grandes e modernas cidades são, talvez, as mais importantes realizações do homem, por serem responsáveis,

Leia mais

Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB

Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB Rômulo José da Costa Ribeiro Professor Doutor da Universidade de Brasília UnB, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo PPG-FAU, Programa de Pós-Graduação

Leia mais

Como estruturar empreendimentos mistos

Como estruturar empreendimentos mistos 1 Como estruturar empreendimentos mistos Por Mariana Borges Altmayer Advogada esclarece dúvidas sobre o registro de incorporação, a convenção de condomínio e o modelo de gestão para empreendimentos de

Leia mais

CENTRALIDADE POLINUCLEADA: UMA ANÁLISE DOS SUBCENTROS POPULARES DE GOIÂNIA O CASO DO SETOR CAMPINAS

CENTRALIDADE POLINUCLEADA: UMA ANÁLISE DOS SUBCENTROS POPULARES DE GOIÂNIA O CASO DO SETOR CAMPINAS CENTRALIDADE POLINUCLEADA: UMA ANÁLISE DOS SUBCENTROS POPULARES DE GOIÂNIA O CASO DO SETOR CAMPINAS Flavia Maria de Assis Paula 1,3 Elaine Alves Lobo Correa 2,3 José Vandério Cirqueira Pinto 2,3 RESUMO

Leia mais

Mobilidade Urbana. Linhas gerais, resultados e desafios selecionados

Mobilidade Urbana. Linhas gerais, resultados e desafios selecionados Mobilidade Urbana Linhas gerais, resultados e desafios selecionados Apresentação A política de desenvolvimento urbano é estratégica para a promoção de igualdade de oportunidades, para a desconcentração

Leia mais

Cidade e Urbano: uma caracterização do terciário superior (mini-curso)

Cidade e Urbano: uma caracterização do terciário superior (mini-curso) 1 Cidade e Urbano: uma caracterização do terciário superior (mini-curso) II Seminário do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas As Ciências Sociais e Aplicadas na era dos Serviços. Profa.Mariângela Alice

Leia mais

Desigualdades socioespaciais no RN: velhas causas, novas formas

Desigualdades socioespaciais no RN: velhas causas, novas formas Desigualdades socioespaciais no RN: velhas causas, novas formas Rita de Cássia da Conceição Gomes Natal, 11/09/2011 As Desigualdades socioespacias em nossa agenda de pesquisa: Dialética apresentada Pesquisa

Leia mais

XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO

XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO EPH0339 O ENSINO SUPERIOR NO GOVERNO FHC E SUA DISTRIBUIÇÃO SOBRE O

Leia mais

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fúlvia Rosemberg: analisa ações de inclusão e apresenta programa voltado para a formação de novas lideranças

Leia mais

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO PARA O NOVO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO PARA O NOVO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELA PREFEITURA DE SÃO PAULO PARA O NOVO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Marcia Heloisa P. S. Buccolo, consultora jurídica de Edgard Leite Advogados

Leia mais

Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças

Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças Ana Paula Gomes Daniel e-mail: anapauladnl@gmail.com Acadêmica do curso de Ciências Econômicas /UNICENTRO Flavia Diana Marcondes dos Santos e-mail: flaviadianam@gmail.com

Leia mais

Módulo 2 Custos de Oportunidade e Curva de Possibilidades de Produção

Módulo 2 Custos de Oportunidade e Curva de Possibilidades de Produção Módulo 2 Custos de Oportunidade e Curva de Possibilidades de Produção 2.1. Custo de Oportunidade Conforme vínhamos analisando, os recursos produtivos são escassos e as necessidades humanas ilimitadas,

Leia mais

CONCENTRAÇÃO BANCÁRIA E CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO: O CASO DO BRASIL ( 1 )

CONCENTRAÇÃO BANCÁRIA E CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO: O CASO DO BRASIL ( 1 ) CONCENTRAÇÃO BANCÁRIA E CENTROS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO: O CASO DO BRASIL ( 1 ) Roberto Lobato Corrêa Departamento de Geografia- UFRJ Tel.: (021) 590-1880 UFRJ-IBGE, Rio de Janeiro, Brasil Este estudo

Leia mais

Universidade Federal de Uberlândia PRGRA Pró-Reitoria de Graduação DIRPS Diretoria de Processos Seletivos

Universidade Federal de Uberlândia PRGRA Pró-Reitoria de Graduação DIRPS Diretoria de Processos Seletivos GEOGRAFIA Gabarito Final - Questão 1 A) Dentre os fatores que justificam a expansão da cana-de-açúcar no Brasil, destacam-se: Aumento da importância do álcool ou etanol na matriz energética brasileira;

Leia mais

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil Figueiredo Lima, Adriana; Gomes Godinho, Rangel Rastreamento da Cadeia Hortifrutigranjeira

Leia mais

MINHA CASA, MINHA VIDA 2 Novas metas, maiores desafios

MINHA CASA, MINHA VIDA 2 Novas metas, maiores desafios MINHA CASA, MINHA VIDA 2 Novas metas, maiores desafios Desafios do PMCMV Sustentabilidade, Perenidade e Imagem O sucesso do PMCMV depende da produção de moradias bem localizadas, servidas de infraestrutura,

Leia mais

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra Anne Caroline Paim Baldoni Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,

Leia mais

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel Quais são as possibilidades de uso do FGTS no consórcio? Oferta de lance em consórcio de imóvel residencial O consorciado poderá utilizar até 100% do saldo

Leia mais

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Palestrante: Pedro Quintanilha Freelapro Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Quem sou eu? Eu me tornei um freelancer

Leia mais

Projeto Cidade da Copa : influência na mobilidade da Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco

Projeto Cidade da Copa : influência na mobilidade da Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco Danilo Corsino de Queiróz Albuquerque¹ Ana Regina Marinho Dantas Barboza da Rocha Serafim² ¹Graduando do 5º Período no Curso de Licenciatura em Geografia pela Universidade de Pernambuco (UPE), E-mail:

Leia mais

Uma Leitura da concepção do Saneamento Integrado do Recife

Uma Leitura da concepção do Saneamento Integrado do Recife PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL Inovações e Desafios para a Democratização dos Serviços de Saneamento ARTICULANDO A EDUCAÇÃO, A TECNOLOGIA E A GESTÃO: Uma Leitura da concepção do Saneamento Integrado

Leia mais