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- Guilherme Carreira Barros
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2 LEGISLAÇÃO SOBRE BATERIAS SUELY M.V. G. DE ARAÚJO Consultora Legislativa da Área XI Meio Ambiente e Direito Ambiental, Organização Territorial, Desenvolvimento Urbano e Regional SETEMBRO/2003
3 2 ÍNDICE PROJETOS DE LEI EM TRAMITAÇÃO... 3 LEGISLAÇÃO EM VIGOR NO BRASIL... 4 LEGISLAÇÃO DE OUTROS PAÍSES... 5 COMENTÁRIOS FINAIS Câmara dos Deputados. Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que citados o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução parcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados. Câmara dos Deputados Praça dos 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF 2
4 3 LEGISLAÇÃO SOBRE BATERIAS Solicita-se a esta Consultoria informações sobre as propostas em tramitação nesta Casa sobre descarte de baterias usadas, bem como sobre a legislação do Brasil e de outros países relativa ao tema. PROJETOS DE LEI EM TRAMITAÇÃO: Todas as proposições em trâmite que contêm disposições sobre descarte de baterias usadas, bem como sobre as obrigações de recolhimento de baterias pelo fabricante, encontram-se apensadas ao PL 203, de A intenção é debater de forma integrada os variados tipos de resíduos sólidos e construir uma lei ampla sobre o tema, que defina as responsabilidades tanto do Poder Público, quanto do setor produtivo. Contêm disposições específicas sobre o tema as seguintes proposições: PL 732, de 1999, de autoria do Sr. Júlio Redecker, que estabelece a obrigatoriedade de reciclagem e armazenamento de baterias destinadas à telefonia celular e em estado de desativação ; PL 1.633, de 1999, de autoria da Sra. Laura Carneiro, que dispõe sobre a responsabilidade dos fabricantes e importadores de pilhas e baterias pelo recolhimento e aproveitamento desses produtos após o uso e dá outras providências ; PL 1.917, de 1999, do Senado Federal, que dispõe sobre advertência nas embalagens de baterias e pilhas eletroquímicas ; PL 2.100, de 1999, de autoria do Sr. Luiz Bittencourt, que dispõe sobre teores máximos de metais pesados de pilhas e baterias e dá outras providências ; 3
5 4 PL 2.216, de 1999, de autoria do Sr. Domiciano Cabral, que dispõe sobre a obrigatoriedade de recolhimento e reutilização, reciclagem ou disposição final de baterias e dá outras providências ; PL 3.878, de 2000, de autoria do Sr. José Carlos Coutinho, que prescreve advertência nas embalagens de baterias e pilhas eletroquímicas ; PL 4.178, de 1998, de autoria do Sr. Paulo Paim, que dispõe sobre a coleta, o tratamento e a destinação do lixo tecnológico ; PL 4.344, de 1998, do Senado Federal, que dispõe sobre a coleta e disposição final de baterias usadas de telefones celulares, e dá outras providências ; PL 4.398, de 1994, de autoria do Sr. Fabio Feldmann, que torna obrigatórios aos fabricantes de baterias estabelecer mecanismos de disposição final, reciclagem ou outras formas de reprocessamento após o uso pelos consumidores ; PL 4.730, de 1998, de autoria do Sr. Padre Roque, que dispõe sobre o gerenciamento de ciclo integral de resíduos sólidos e dá outras providências ; PL 6.970, de 2002, de autoria do Sr. José Carlos Coutinho, que estabelece a obrigatoriedade da coleta e disposição final de baterias de telefones celulares, e dá outras providências ; PL 1.595, de 2003, de autoria do Sr. Ildeu Araújo, que dispõe acerca da responsabilidade pela destinação de pilhas, baterias e lâmpadas usadas. LEGISLAÇÃO EM VIGOR NO BRASIL: Tratando especificamente do tema, há em vigor apenas a Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de Fica estabelecido por essa resolução, basicamente, que: as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, bem como os produtos eletro-eletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que esses adotem os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final; os estabelecimentos que comercializam esses produtos, bem como a rede de assistência técnica autorizada, ficam obrigados a aceitar dos usuários a devolução das unidades usadas; as pilhas e baterias recebidas por esses estabelecimentos serão acondicionadas adequadamente e armazenadas de forma segregada, obedecidas as normas ambientais e de saúde pública, bem como as recomendações definidas pelos fabricantes ou importadores; a partir de 1º de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias devem atender aos seguintes limites: até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês; até 0,015% em peso de cádmio, quando forem do tipo alcalina-manganês e zinco-manganês; e até 0,200% em peso de chumbo, quando forem do tipo alcalina-manganês e zinco-manganês; 4
6 5 ficam proibidas as seguintes formas de destinação de pilhas e baterias usadas: lançamento in natura a céu aberto; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados; lançamento em corpos de água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos ou telefone, ou em áreas sujeitas a inundação; nas matérias publicitárias e nas embalagens ou produtos abrangidos por essas normas, deverão constar as advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, bem como a necessidade de devolução após o uso aos revendedores ou à rede de assistência técnica autorizada; as pilhas e baterias que atenderem aos limites referidos no item 4 poderão ser dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários licenciados; o não cumprimento dessas normas sujeitará os infratores às penalidades previstas na Lei 6.938, de 1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), e na Lei 9.605, de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). LEGISLAÇÃO DE OUTROS PAÍSES: Na legislação de outros países, há vários exemplos de aplicação da responsabilidade pósconsumo do fabricante em relação a pilhas e baterias. Para leitura da legislação nacional aplicável nos Estados Unidos, recomenda-se acessar na Internet o US Code Collection e verificar o Título 42, capítulo 137, seção e segs. A legislação contém diretrizes gerais, que, em vários casos, foram complementadas por normas estaduais. Os Estados da Califórnia, Wisconsin e Oregon são exemplos. Outros exemplos de países com legislação nesse sentido são o Japão e Canadá (ver textos anexos). A Comunidade Européia também tem normas sobre o tema (Diretiva 91/157/EEC, alterada pela Diretiva 93/86/EEC, anexas). COMENTÁRIOS FINAIS: São comuns críticas em relação ao conteúdo da Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999, especialmente em relação ao fato de se admitir o descarte das pilhas e baterias que obedecem determinados limites em aterros sanitários licenciados. O problema alertado é que os próprios fabricantes ficam responsáveis por declarar o atendimento dos referidos limites e, além disso, que muito poucas cidades têm aterros sanitários licenciados. Assim, pilhas e baterias sem efetivo controle podem, ainda, estar sendo jogadas em lixões, não obstante as normas trazidas pela resolução. Já há, conforme citado, várias proposições sobre o tema em trâmite nesta Casa. Assim, a bem da eficiência do processo legislativo, não se recomenda a apresentação de novos projetos de lei sobre o tema. O ideal é debater a questão no âmbito do processo referente ao PL 203, de 1991, e seus apensos. Nesse debate, podem ser utilizados como apoio os textos legais de outros países aqui referidos. 2003_1572 5
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