ESCOLA E JUSTIÇA SOCIAL: IGUALDADE E EQUIDADE SEGUNDO ENGUITA E DUBET

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ESCOLA E JUSTIÇA SOCIAL: IGUALDADE E EQUIDADE SEGUNDO ENGUITA E DUBET"

Transcrição

1 ESCOLA E JUSTIÇA SOCIAL: IGUALDADE E EQUIDADE SEGUNDO ENGUITA E DUBET Marcos Vinicius Pansardi* 1 Sidney Reinaldo da Silva** Introdução Em seu texto Escola e democracia, Saviani (2000) aponta as formas como a escola tem sido concebida ora como instrumento de marginalização ora como instrumento superação da marginalização. Ele denominou de teorias não-críticas as concepções que não percebem os condicionamentos objetivos da escola, tomando-a como autônoma, e chamou de críticas as teorias que levam em conta os condicionamentos objetivos da escola, destacando que entre essas se encontrariam as visões críticos reprodutivistas da escola, salientando que, numa perspectiva estruturalista, a desigualdade e a injustiça social tende a se reproduzir em e a partir de níveis mais restritos do sistema. Estas últimas concepções da marginalização social, ao criticarem o otimismo das teorias liberais e a denunciarem como legitimadoras da desigualdade social, acabaram por não proporem e, mesmo restringir, possibilidades de superação da desigualdade social via educação, vendo nesta apenas um fator de reprodução estrita da estrutura social. Saviani critica e busca superar as referidas teorias da marginalidade social propondo sua concepção histórico-crítica da educação. Ele mostra que a escola, tal como a sociedade, é contraditória e pode ser tanto fator de reprodução da desigualdade quanto fator de superação das mesmas, uma vez que por meio da escola os dominados podem passar a dominar instrumentos monopolizados pelos dominantes, sobretudo, o conhecimento sistematizado acumulado pela humanidade e a capacidade política de participação e controle do governo e de gestão do trabalho, bases 1 Professor do PPGE - Mestrado em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço: Rua Paranaguá, 1225, ap. 403 b. Água verde. Curitiba PR. Tel: (041) mvcps@hotmail.com ** PPGE - Mestrado em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço: Rua. Cel Joaquim Ignácio Taborda Ribas, 893, apto Bairro Bigorrilho. Curitiba PR. CEP Fone: sreinald@uol.com.br. 1

2 para a atividade coletiva transformadora da sociedade ruma a igualdade de condições sociais. É a partir desse pano de fundo da obra de Saviani que discutimos duas concepções recentes da relação entre escola e justiça social, destacadamente, as obras de Dubet (2008) e de Enguita (2004). O objetivo e mostrar o quanto tais obras, que partem de preocupações semelhantes com aquelas presentes no texto Escola e democracia de Saviani, estão comprometidas com o ideário liberal de sociedade. Ainda que tanto Dubet quanto Enquita recusem a validade das visões não-críticas e críticas da relação entre escola e sociedade eles acabam por retomar, por uma outra via, os valores políticos liberais, sobretudo aqueles articulados com a legitimação de uma sociedade baseada no princípio da justiça como equidade, ou seja, da justiça como igualdade de oportunidades. A concepção de justiça como equidade As teorias da justiça atuais derivam das obras de John Rawls, autor que cunhou a concepção de equidade, que ficou conhecida a partir da proposição dos princípios da justiça no livro Uma teoria da justiça, publicado em Rawls pensa a justiça a partir de um esquema segundo o qual a discussão pública sobre as questões políticas fundamentais podem ser razoavelmente decididas, tais como as que se referem às questões constitucionais essenciais e de justiça básica. A concepção do campo político opera também como dispositivo para se construir uma perspectiva partilhada capaz de modular o consenso entre os cidadãos: o liberalismo político é um módulo, uma componente essencial, que se ajusta e pode ser apoiado por várias doutrinas abrangentes razoáveis que se mantém na sociedade regulada por eles (1993, p. 12) Rawls destaca duas capacidades morais: a racionalidade e a razoabilidade, respectivamente, a capacidade de conceber um bem, um projeto de vida e de buscar os meios adequados para realizá-los e a capacidade de propor e aceitar acordos justos, de negociar regras e normas com ponderação e reciprocidade. A primeira mantém correlação com a razão estratégica e a segunda com a civilidade e a capacidade de 2

3 negociar consensos e contratos justos. A razoabilidade diz respeito a valores da esfera política, e exige uma formação que favoreça o florescimento de virtudes políticas, sem as quais a pessoa não poderia participar do debate público. O modo como devem ser formadas as capacidades morais na escola exige a negociação razoável entre os profissionais da educação. Assim, ao se decidir, na escola obrigatória, como e quais virtudes cívicas serão ensinadas para se formar cidadãos razoáveis, exige-se razoabilidade. Rawls apresenta dois princípios para regular a sociedade bem-ordenada (1993, pp. 5-6). O primeiro princípio (o da liberdade) propõe que todas as pessoas têm igual direito a um projeto inteiramente satisfatório de direitos e liberdades básicas iguais para todos, desde que compatível com todos os demais; em tal projeto, somente as liberdades políticas deverão ter a garantia de eqüidade. O segundo princípio, dividido em duas partes, estabelece que as desigualdades sociais e econômicas devem satisfazer dois requisitos: devem estar vinculadas a posições e cargos aberto a todos, em condições de igualdade eqüitativa de oportunidades (princípio da igualdade de oportunidades); devem representar o maior benefício possível para os membros menos privilegiados da sociedade (princípio da diferença). Esses seriam os princípios fundamentais segundo os quais a constituição de um país seria formulada, e que, a partir dela, regulariam a produção da legislação ordinária, os atos do executivo e do judiciário. Os princípios possibilitam também o controle das políticas sociais. O princípio da diferença seria aquele cuja observação levaria a sociedade rumo à igualdade. Contudo, como mostra Parijs (2003, p. 210), Rawls oferece várias razões para não se usar o princípio da diferença nas decisões a respeito da justiça entre gerações assim como entre povos. Além do mais, o princípio da diferença não é recomendado também para regular a conduta individual, mas apenas para as instituições (PARIJS, p. 233). Para Rawls, esses princípios deveriam ser aceitos por pessoas racionais e razoáveis com sendo os alicerces éticos para se regular as estruturas básicas da sociedade, ou seja, 3

4 a forma como o sistema de instituições distribui benefícios e encargos numa sociedade. Além de tais princípios da justiça serem apontados como coerentes com a cultura pública ocidental, eles são tomados também como expressão do senso de justiça dos seres humanos, o qual se desabrocharia com uma educação adequada. A concepção de justiça como equidade de Rawls passou a ser resignificada nos mais diversos contextos políticos e econômicos. Numa época de resignação moral perante o ideário econômico, ético e político de igualdade social, a gestão da educação tem-se se tornado, para os que procuram justificar o que se tem chamado de democracia liberal, um desafio em busca da eqüidade. Com isso, a compreensão do sentido da gestão em seus mais diversos âmbitos tem colocado em evidência o princípio da eqüidade como parâmetros do que é correto em relação às instituições educacionais públicas. Nesse sentido, a concepção de justiça como eqüidade, nos últimos anos 90, tornou-se uma estratégia para se manter a desigualdade dentro dos limites aceitáveis socialmente, evitando, com isso, que a estabilidade política e a administração da acumulação do capital não fossem comprometidas na nova ordem mundial. Perante essas novas tendências, o relatório do Banco Mundial de 1997 indica que cabe ao Estado intervir no sentido de restabelecer o equilíbrio que afeta a estabilidade e a legitimidade do sistema: A eqüidade pode dar ensejo à intervenção do Estado, mesmo na ausência de falha do mercado. Os mercados competitivos podem distribuir a renda de maneira socialmente inaceitável. Algumas pessoas de poucos meios podem ficar sem recursos suficientes para lograr um padrão de vida razoável. E pode tornar-se necessária ação do governo para proteger os grupos vulneráveis. (BANCO MUNDIAL, 1997, p. 26) Para o Banco Mundial, a equidade diferencia-se de igualdade de renda ou de situação de saúde ou qualquer outro efeito específico. Afirma-se que a a busca de uma situação na qual as oportunidades sejam iguais, ou seja, na qual o esforço pessoal, as preferências e a iniciativa, e não as origens familiares, casta, raça ou gênero, sejam as únicas variáveis levadas em conta na definição das diferenças entre as realizações econômicas das pessoas, ou seja, na produção da desigualdade social (FREITAS, 2009). 4

5 Dessa forma seriam toleráveis e mesmo incentiváveis políticas públicas para a correção e legitimação do sistema: A fim de aumentar a equidade nos países em desenvolvimento, o Banco Mundial propõe a elaboração de políticas destinadas a corrigir as persistentes desigualdades de oportunidades. Essas políticas devem oferecer chances econômicas e políticas iguais. Muitas dessas políticas também aumentarão a eficiência econômica e corrigirão falhas de mercado. (FREITAS, 2009, p. 1) A estabilidade do ajuste está comprometida, diz Draibe (1993, p. 93), quando os piores desequilíbrios não são eliminados, antes mesmos de se transformar em desequilíbrios políticos. Isso exige estratégias de modernização conservadora, com políticas de criação de emprego, tal como propõe a CEPAL. A educação também passa a ser reconhecida como fundamental para manter o equilíbrio social. Na modernização conservadora, a educação é destacada, sobretudo, como forma de se apoiar o desenvolvimento da capacidade lógico-abstrata para decodificar instruções, calcular, programar e gerenciar processos, sem o que uma sociedade não se adaptaria às contínuas e rápidas inovações tecnológicas. A educação torna-se chave para a adequação dos indivíduos ao globalizado mundo dos negócios. Segundo o ideário liberal, a justiça social resultaria da livre iniciativa e da competência dos indivíduos em avaliar oportunidades e riscos no mercado, visto como esquema procedimental segundo o qual os resultados das escolhas seriam sempre justo, desde elas obedecessem as regras da livre interação. Nesse sentido fala-se da educação como capital humano, como agregação de valores, competências e habilidades para se integrar de forma competente do mercado, ou como capital social, conjunto de virtudes cívicas capazes de formar cidadãos comprometidos com a democracia liberal, a promoção da equidade social, ou seja, com a soberania do mercado enquanto princípio regulador da vida política e das instituições sociais, inclusive a escola, que passa a ser vista também como um campo a ser administrado segundo a lógica do capital, expressa na qualidade total, na cultura do desempenho e no gerencialismo. 5

6 As concepções de justiça no campo educacional segundo Dubet e Enguita O tema destes autores, Dubet e Enguita, é sobre a escola justa, ou melhor, o tema proposto é sobre o papel da escola na construção da justiça social no capitalismo contemporâneo. Os dois autores aqui estudados, apesar de suas diferenças teóricas, procuram abordar o tema na perspectiva dos de baixo, se colocando numa perspectiva reformista-progressista 2. O interesse para o nosso trabalho se dá exatamente pela tentativa de pensar os temas da justiça social, igualdade, equidade e sua relação com a escola dentro dessa perspectiva política. Segundo Enguita (2001) a idéia de justiça social, como também a de igualdade, se tornou quase uma obviedade na educação, contudo, o seu significado, ao longo do tempo, foi concebido de variadas maneiras. Mesmo que se critique os objetivos igualitários da escola como pouco claros e muitas vezes pretensiosos, não se pode prescindir da idéia de que a igualdade continua sendo a referência indispensável para a educação. Contudo, reconhece que os alunos das classes menos privilegiadas não se identificam com os valores disseminados pela escola. Se for verdade que esta ainda é um espaço de ascensão social individual, no entanto, não resolve o problema de toda a classe, não há lugar para todos. O tema da justiça social é também uma preocupação de François Dubet desde os seus primeiros escritos, voltados para o estudo dos jovens marginalizados de periferia, até seus estudos mais recentes focados na instituição escolar. Em realidade, os três temas estão entrelaçados na obra de Dubet, pois seus estudos demonstraram que a escola não é mais vista pelos jovens como sendo capaz de mudar suas vidas, estes não vêm sentido naquilo que a escola lhes oferece. Esta visão foi reforçada por uma experiência vivida pelo autor que, na década passada, atuou como professor de escolas secundárias na França, como forma de 2 Usar o termo esquerda para designar os autores não seria de todo errado se concebermos este termo de uma maneira ampla. Enguita possivelmente se coloca como um social-democrata da terceira via, enquanto Dubet deveria ser visto como um liberal progressista. 6

7 compreender o cotidiano dos professores e da própria escola 3. Foi a partir desta experiência que Dubet compreendeu a encruzilhada em que se colocou a escola moderna, pois seus próprios alunos não acreditam mais que os diplomas vão lhe permitir abandonar sua origem social; muitos alunos têm a impressão que a escola não serve para nada. O que é a escola para Dubet? Qual sua função na sociedade moderna? Para ele esta instituição se insere no campo da cultura, ou seja, tem o papel de fundamentar a identidade dos indivíduos, carrega uma moral em si mesma e tem um papel fundamental na garantia da ordem 4. Para o autor, a sociedade da pós-modernidade perdeu seu caráter integrador, se tornou fragmentada, plural e multicêntrica. Em realidade, como foi concebida pela sociologia clássica, a sociedade deixou de existir, passou a ser uma representação, um tipoideal, uma metáfora, uma imagem. Desta forma a escola passou a ter um papel fundamental, construindo uma noção especifica de sociedade, um ideal que não existe: o ideal de justiça, de integração e de legitimação social. Mas como desempenhar este papel se a sociedade pós-moderna se constituiu sobre o esgotamento das duas temáticas que a fundaram, ou seja, as classes sociais e as instituições: entre elas a família, a religião e a própria escola. Quanto mais a sociedade se desinstitucionaliza, mais o sujeito se torna responsável pela sua própria historia, devendo produzir ao mesmo tempo sua ação e o sentido de sua vida. Assim, a experiência social da pós-modernidade se caracteriza, não apenas pela pluralidade das lógicas de ação, mas fundamentalmente pela exigência de individualização, em contraposição à homogeneidade funcional e à institucionalização das condutas, característica da sociedade moderna. 3 Experiência relatada na entrevista de François Dubet, entitulada: Quando o sociólogo quer saber o que é ser professor, concedida a Angelina Teixeira Peralva e Marilia Pontes Sposito. Disponível em: Elie%20Ghanem/DUBETFran_c3_a7oisQuandoOSoci_c3_b3logoQuerSaberOQue_c3_a9SerProfessorEntrev istacomfran_c3_a7oisdubets_c3_a3opaulorevistabrasileiradeeduca_c3_a7_c3_a3on5maioago1997p Acessado em 10 de abril de As análises de Dubet sobre a sociedade contemporânea podem ser vistas no texto de A. M. Wautier, Para uma Sociologia da Experiência. Uma leitura contemporânea: François Dubet. 7

8 A desinstitucionalização coloca assim o indivíduo frente a reprovações socialmente definidas, a afirmação da individualidade potencializa o sentimento de culpa porque, em caso de fracasso, o único responsável é o próprio indivíduo. Dubet compreende que a individualização e a desinstitucionalização da nossa época coloca a escola um duplo desafio: lidar com o fracasso escolar não mais como um problema coletivo, das minorias sociais ou dos pobres, e sim como uma questão do indivíduo e, ao mesmo tempo, com a perda das referencias sociais, de classe, nacionais ou familiares. A escola tem que dar conta de tudo isso no exato momento em que ela também enfraquece sua posição social. A realidade contemporânea enfraqueceu, ou eliminou, os projetos coletivistas, reafirmando o individualismo competitivo do liberalismo clássico. Para Dubet, a única justiça possível nesta sociedade é a igualdade meritocrática de oportunidades, é a igualdade possível no capitalismo, de ontem e de hoje. As análises de Enguita (2004) também se encaminham no sentido de reconhecer a perda da centralidade dos conceitos coletivos, em particular a centralidade do conceito de classe. Para esse autor o enfraquecimento político das instituições fundamentais da classe operária, como o partido e o sindicato, por volta dos anos 70 e 80, significou o crescimento das preocupações sobre as desigualdades étnicas e de gênero. Para este autor a individualização das questões sociais se dá inclusive quando falamos das desigualdades de classe, que são vistas como problemas individuais e não coletivos: (...) quando criticamos as desigualdades de classe, se é que o fazemos, opomo-nos às conseqüências, ou a algumas delas, de atos que pessoas fazem por si mesmas e livremente (...) pois, por mais que relacionemos o empobrecimento de alguns com o enriquecimento de outros, o que é bastante sensato, continua-se tratando de atos pessoais, não obrigatórios. (...) trata-se também, das oportunidades iniciais das pessoas, não dos seus destinos finais (2004, p. 78). Para Dubet, esta sua proposta não é de esquerda ou de direita, é pragmática não ideológica. Verdade seja dita que o autor não se coloca numa neutralidade positivista, seu 8

9 ponto de vista, ele afirma categoricamente é o dos vencidos, dos derrotados, dos fracassados. Por outro lado, com o fim da história e a vitória da democracia e do capitalismo cabe aos pensadores a tarefa de buscar a solução dos problemas reais e buscar o melhor dentro dos limites do possível. Aceitar um mundo dividido entre ganhadores e perdedores é a primeira lição da escola justa de Dubet, não se pretende postular outra realidade, propor alguma utopia igualitária, criticar a sociedade existente, ela é injusta, mas não há alternativas possíveis a ela. O realismo do autor se clareia na busca, não da escola justa, mas da escola menos injusta possível (Dubet, 2008, p. 09). Nenhuma concessão aos idealistas ou aos radicais, pequenas reformas são melhor do que nada, nos ensina ele. Dubet não se abstém de colocar o dedo na ferida. Reconhece-se que a escola sozinha não consegue alterar as desigualdades que se formam na sociedade, ao contrário ela reforça esta desigualdade. Em todos os lugares são os alunos de se originam de famílias abastadas economicamente, que dispõe de capital cultural e social elevado, que posteriormente ocuparão os postos mais prestigiados e de maior remuneração na sociedade. A escola não parece se distinguir dos padrões da sociedade desigual, mesmo quando ela busca ser a mais neutra e objetiva possível. A redução das desigualdades sociais é ainda o meio mais eficaz de promover o igualitarismo. Parte-se do principio de que não é apenas a sociedade que produz a desigualdade, mas é também e, principalmente, a escola que reproduz e reforça esta desigualdade. São os próprios mecanismos escolares que potencializam as menores desigualdades que já foram produzidas anteriormente pela sociedade. O discurso que busca legitimar a desigualdade vai depositar nos próprios alunos e no seu desempenho escolar a culpa pelo seu fracasso. Não é diferente a visão de Enguita (2004, p. 83), pois apesar de reconhecer o poderoso papel de redutor das desigualdades sociais, não nega que a escola tem também um caráter reprodutivista, legitimando as desigualdades sociais ao recobri-las com um caráter acadêmico e meritocrático. A escola, portanto, não só acaba reforçando muitas vezes a desigualdade social como também falha ao tentar contrapor-se aos determinantes negativos da classe social. 9

10 A questão de fundo que se coloca é dar conta de uma contradição fundamental da sociedade moderna. Pelo princípio democrático todos são iguais, mas a desigualdade econômica é aceita como justa. Como garantir a legitimidade do sistema, garantir a ordem e ao mesmo tempo definir as posições e funções sociais necessárias para o bom funcionamento da sociedade. Assim, o princípio da igualdade de oportunidades e a meritocracia são a maneira mais racional de usar as capacidades e competências de cada um para melhor uso da sociedade. Dubet usa o exemplo do plano Langevin-Wallon - plano este que instituiu a igualdade meritocrática formal no sistema educacional francês que, segundo ele, foi feito por militantes de esquerda, inclusive próximos ao Partido Comunista Francês (PCF), para alegar que a concepção da igualdade meritocrática de oportunidades não é uma ideologia de direita e sim é fruto de uma concepção universalista de justiça, fruto de uma sociedade fundada sobre o princípio da igualdade jurídica e democrática, mas ao mesmo tempo, de uma sociedade industrial baseada no princípio oposto da divisão social do trabalho. Também Enguita procura desideologizar o debate enfatizando que uma concepção igualitário-meritocratizante se harmoniza tanto às visões da esquerda como da direita. O trabalho é uma categoria central, seja no liberalismo como no marxismo. A distribuição da riqueza social deve ter como base o esforço de cada um, ou seja, uma combinação de critérios de igualdade e equidade (2004, p. 85). Esta contradição deve ser resolvida pela escola, pois esta é vista como o local onde a desigualdade é produzida legitimamente, pois é fruto do desempenho pessoal, e gerada em condições de perfeita igualdade de serviços ofertada a todos seus usuários. O ideal de Dubet é a mesma igualdade que se verifica nas competições esportivas, onde a desigualdade é vista como justa. A igualdade de oportunidades certamente é uma ficção, mas uma ficção necessária, pois não há outro critério de justiça que possa justificar a desigualdade nas sociedades modernas. Sem a idéia de igualdade de oportunidades como acreditar que existe algum tipo de igualdade em nossa sociedade, como acreditar que temos algum domínio sobre a nossa própria vida, de que o estudo nos possibilita achar o nosso espaço na sociedade. Temos a 10

11 liberdade de escolha, o supremo direito, segundo Dubet, de medir nossa força com os outros. Sua proposta não vai ao caminho de uma escola mais igualitária e sim no sentido de uma maior equidade, valor supremo da justiça neoliberal. O pecado da democracia, diria Dubet em sua entrevista, é considerar que todos os alunos são iguais, tem o mesmo valor. Suas performances são diferentes e esse sim é o princípio fundamental. Tratar os desiguais como desiguais, proteger os mais fracos, mas também permitir o livre desenvolvimento das potencialidades individuais. Igualdade e eqüidade assim não devem ser excludentes. A igualdade, para o autor só é legitima se permite o exercício da liberdade. A equidade (as diferenças de potencialidades, ou meritocracia) deve produzir a igualdade de maneira voluntária, ou seja, não deve ser feita pelo Estado, mas sim pelos próprios indivíduos. A conseqüência desta concepção se revela na posição do autor contra a idéia das cotas, pois estas estariam vinculadas a interesses coletivos, as minorias étnicas, de gênero, os pobres. Para Dubet a ação pública deve se voltar para as desigualdades individuais, independente das desigualdades coletivas. Também para Enguita não se deve contrapor a luta pela redução das desigualdades sociais à defesa das políticas eqüitativas, os dois conceitos são complementares. O erro estaria tanto à esquerda, quando se busca a igualdade absoluta (igualdade de resultados e não de oportunidades), que a história provou ser impossível, quanto à direita, a defesa da meritocracia (eqüidade) acima da igualdade (2004, p. 85). Considerações finais A conclusão final não deixa de ser decepcionante, apesar de defenderem o papel, ainda que limitado, da escola na construção de uma sociedade mais igualitária-equitativa, os dois autores demonstram todo o ceticismo (recoberto sob a alcunha do realismo) que caracteriza o reformismo progressista em tempos neoliberais. Para Dubet, à escola caberia o papel fundamental de proteger os vencidos da humilhação social, de não serem eliminados pelos vencedores. Para Enguita, à escola deve ser reservado o papel de antecipar para os alunos a vivencia da organização social adulta, cabe à esta um papel adaptativo. Ao 11

12 professor não cabe nenhuma atitude transgressora-crítica e sim, apenas reproduzir os valores aceitos pela sociedade, reproduzir os conceitos sociais dominantes de justiça social. Nesse sentido tais autores se inscrevem numa tendência de crítica as teorias não-críticas e Às teorias críticas reprodutivistas, tal como Saviani as caracterizou, contudo eles propõem uma abordagem da teoria da justiça próxima a tradição liberal estabelecida por John Rawls, ou seja, apostam numa possibilidade de ajustes ou de reformas da sociedade capitalistas. É em tal sentido que falam de escola justa, em igualdade e eqüidade em educação. Referências DRAIBE, Sônia. "As políticas sociais e o neoliberalismo". Dossiê Liberalismo/Neoliberalismo. Revista USP, n o 17, mar./abr./maio DUBET, F. O que é uma escola justa? A escola de oportunidades. São Paulo: Cortez, FREITAS, N. Equidade e desenvolvimento. Disponível em: Acessado em 05/05/06 ENGUITA, M. F.. Educar em tempos incertos. P. Alegre: Artmed, ENGUITA, M. F. Igualdad, equidad, solidariedad. Educação & Sociedade. v.22, n.76. Campinas, out PARIJS, Phelipe. Difference Principles. In: The Cambridge Companion to Rawls. Cambridge: Cambridge University Press, RAWLS, John. A Theory of Justice. Revised Edition. Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press of Harvard University Press, 2003a. Political Liberalism. New York: Columbia University Press, SAVIANI, D Escola e democracia. Campinas: autores Associados, WAUTIER, A. M. Para uma Sociologia da Experiência. Uma leitura contemporânea: François Dubet. Sociologias. Nº 09, Porto Alegre, Jan./June Acessado em 10 de abril de Disponível em: 12

1.3. Planejamento: concepções

1.3. Planejamento: concepções 1.3. Planejamento: concepções Marcelo Soares Pereira da Silva - UFU O planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento administrativo de natureza burocrática, decorrente de alguma exigência

Leia mais

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE Universidade Estadual De Maringá gasparin01@brturbo.com.br INTRODUÇÃO Ao pensarmos em nosso trabalho profissional, muitas vezes,

Leia mais

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva 1 Conteúdo: Concepções Pedagógicas Conceitos de Educação; Pedagogia; Abordagens Pedagógicas: psicomotora, construtivista,

Leia mais

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO ROSINALDO PANTOJA DE FREITAS rpfpantoja@hotmail.com DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO RESUMO: Este artigo aborda o Projeto político pedagógico e também

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

Por uma pedagogia da juventude

Por uma pedagogia da juventude Por uma pedagogia da juventude Juarez Dayrell * Uma reflexão sobre a questão do projeto de vida no âmbito da juventude e o papel da escola nesse processo, exige primeiramente o esclarecimento do que se

Leia mais

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO A III Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência acontece em um momento histórico dos Movimentos Sociais, uma vez que atingiu o quarto ano de ratificação

Leia mais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Maria Cristina Kogut - PUCPR RESUMO Há uma preocupação por parte da sociedade com a atuação da escola e do professor,

Leia mais

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias novembro/2011 página 1 CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA Elba Siqueira de Sá Barretto: Os cursos de Pedagogia costumam ser muito genéricos e falta-lhes um

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Mário Lopes Amorim 1 Roberto Antonio Deitos 2 O presente

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

INOVAÇÃO NA ADVOCACIA A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL NOS ESCRITÓRIOS JURÍDICOS

INOVAÇÃO NA ADVOCACIA A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL NOS ESCRITÓRIOS JURÍDICOS INOVAÇÃO NA ADVOCACIA A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL NOS ESCRITÓRIOS JURÍDICOS Ari Lima Um empreendimento comercial tem duas e só duas funções básicas: marketing e inovação. O resto são custos. Peter Drucker

Leia mais

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

VOLUNTARIADO E CIDADANIA VOLUNTARIADO E CIDADANIA Voluntariado e cidadania Por Maria José Ritta Presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional do Voluntário (2001) Existe em Portugal um número crescente de mulheres e de

Leia mais

O que é Administração

O que é Administração O que é Administração Bem vindo ao curso de administração de empresas. Pretendemos mostrar a você no período que passaremos juntos, alguns conceitos aplicados à administração. Nossa matéria será puramente

Leia mais

Serviços de Saúde do Trabalho

Serviços de Saúde do Trabalho 1 CONVENÇÃO N. 161 Serviços de Saúde do Trabalho I Aprovada na 71ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho (Genebra 1985), entrou em vigor no plano internacional em 17.2.88. II Dados referentes

Leia mais

Pedagogia Estácio FAMAP

Pedagogia Estácio FAMAP Pedagogia Estácio FAMAP # Objetivos Gerais: O Curso de Graduação em Pedagogia da Estácio FAMAP tem por objetivo geral a formação de profissionais preparados para responder às diferenciadas demandas educativas

Leia mais

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE Cabe a denominação de novas diretrizes? Qual o significado das DCNGEB nunca terem sido escritas? Educação como direito Fazer com que as

Leia mais

Desafios da EJA: flexibilidade, diversidade e profissionalização PNLD 2014

Desafios da EJA: flexibilidade, diversidade e profissionalização PNLD 2014 Desafios da EJA: flexibilidade, diversidade e profissionalização Levantamento das questões de interesse Perfil dos alunos, suas necessidades e expectativas; Condições de trabalho e expectativas dos professores;

Leia mais

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG Curso de Graduação Administração Modalidade a Distância Dados do Curso Contato Ver QSL e Ementas Universidade Federal do Rio Grande / FURG 1) DADOS DO CURSO: COORDENAÇÃO: Profª MSc. Suzana Malta ENDEREÇO:

Leia mais

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs Vendas - Cursos Curso Completo de Treinamento em Vendas com - 15 DVDs O DA VENDA Esta palestra mostra de maneira simples e direta como planejar o seu trabalho e, também, os seus objetivos pessoais. Através

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

AULA 07 Tipos de avaliação

AULA 07 Tipos de avaliação 1 AULA 07 Tipos de avaliação Ernesto F. L. Amaral 31 de março de 2011 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) Fonte: Cohen, Ernesto, e Rolando Franco. 2000. Avaliação de Projetos Sociais. São Paulo,

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000)

MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000) MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000) Ao longo do tempo as organizações sempre buscaram, ainda que empiricamente, caminhos para sua sobrevivência, manutenção e crescimento no mercado competitivo.

Leia mais

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo 2010 Parece, a muitos de nós, que apenas, ou principalmente, o construtivismo seja a ideia dominante na Educação Básica, hoje. Penso, ao contrário, que, sempre

Leia mais

Entrevista com Heloísa Lück

Entrevista com Heloísa Lück Entrevista com Heloísa Lück Heloísa Lück é doutora em Educação pela Columbia University em Nova York e tem pós-doutorado em Pesquisa e Ensino Superior pela George Washington D.C. É diretora educacional

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: UM INSTRUMENTO DA INCLUSÃO RESUMO

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: UM INSTRUMENTO DA INCLUSÃO RESUMO Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377 Curso de Pedagogia - N. 6, JAN/JUN 2009 GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: UM INSTRUMENTO DA INCLUSÃO Beanilde Toledo

Leia mais

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA José Ivo dos Santos Pedrosa 1 Objetivo: Conhecer os direitos em saúde e noções de cidadania levando o gestor a contribuir nos processos de formulação de políticas públicas.

Leia mais

PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios. Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015

PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios. Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015 PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015 Ação Educativa Organização não governamental fundada por um

Leia mais

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do sumário Introdução 9 Educação e sustentabilidade 12 Afinal, o que é sustentabilidade? 13 Práticas educativas 28 Conexões culturais e saberes populares 36 Almanaque 39 Diálogos com o território 42 Conhecimentos

Leia mais

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

Educação para a Cidadania linhas orientadoras Educação para a Cidadania linhas orientadoras A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) 1. Nós, os Governos, participante da Quarta Conferência Mundial sobre as

Leia mais

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Reunião de 18 de junho de 2010 Resumo

Leia mais

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto?

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto? A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E O FUTURO Arnaldo Niskier 1 - Qual a relação existente entre as transformações do mundo educacional e profissional e a educação à distância? A educação à distância pressupõe uma

Leia mais

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES ANÁLISE DE REQUISITOS PARA RELATOR E AVALIADOR DA BANCA EXAMINADORA ESBOÇO ESQUEMÁTICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Esta breve análise pretende abordar

Leia mais

Igualdade de oportunidades e não discriminação: elementos centrais da Agenda do Trabalho Decente

Igualdade de oportunidades e não discriminação: elementos centrais da Agenda do Trabalho Decente Igualdade de oportunidades e não discriminação: elementos centrais da Agenda do Trabalho Decente Laís Abramo Socióloga, Mestre e Doutora em Sociologia Diretora do Escritório da OIT no Brasil Salvador,

Leia mais

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI Planejamento do Gerenciamento das Comunicações (10) e das Partes Interessadas (13) PLANEJAMENTO 2 PLANEJAMENTO Sem 1 Sem 2 Sem 3 Sem 4 Sem 5 ABRIL

Leia mais

ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR.

ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR. Rute Regina Ferreira Machado de Morais Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG Este texto visa refletir sobre o papel

Leia mais

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI Grupo Acadêmico Pedagógico - Agosto 2010 O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) expressa os fundamentos filosóficos,

Leia mais

O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é:

O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é: O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é: a capacidade individual ou social para manter uma orientação constante, imutável, qualquer que seja a complexidade de uma situação

Leia mais

7 CONCLUSÕES A presente dissertação teve como objetivo identificar e compreender o processo de concepção, implantação e a dinâmica de funcionamento do trabalho em grupos na produção, utilizando, para isso,

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente.

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente. The role of Project management in achieving Project success Ao longo da desta reflexão vou abordar os seguintes tema: Definir projectos, gestão de projectos e distingui-los. Os objectivos da gestão de

Leia mais

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 PROGRAMA ÉTICA E CIDADANIA construindo valores na escola e na sociedade Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 Ulisses F. Araújo 2 A construção de um ambiente ético que ultrapasse

Leia mais

Oficina Cebes POLÍTICA, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

Oficina Cebes POLÍTICA, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL RELATÓRIO Oficina Cebes POLÍTICA, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL 20 de dezembro de 2007 MERLIN COPACABANA HOTEL Av. Princesa Isabel, 392 Copacabana - Rio de Janeiro/RJ No dia 20 de dezembro de 2007, o

Leia mais

PROMOVER A RACIONALIDADE CRÍTICA NA INTERVENÇÃO CURRICULAR DOS PROFESSORES

PROMOVER A RACIONALIDADE CRÍTICA NA INTERVENÇÃO CURRICULAR DOS PROFESSORES VI COLÓQUIO LUSO-BRASILEIRO SOBRE QUESTÕES CURRICULARES BH, 4-6 SET. 2012 PROMOVER A RACIONALIDADE CRÍTICA NA INTERVENÇÃO CURRICULAR DOS PROFESSORES MANUELA ESTEVES (mesteves@ie.ul.pt) INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

Leia mais

Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos

Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos Dizer que o grande segredo do sucesso das empresas, especialmente em tempos conturbados, é a sua adaptabilidade

Leia mais

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx Araçatuba SP 2012 O Marketing Educacional aplicado às Instituições

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS 1. EMENTA Paradigmas de Organização Escolar: pressupostos teóricos e práticos. Administração/gestão escolar: teorias e tendências atuais no Brasil. A escola concebida e organizada a partir das Diretrizes

Leia mais

Profissionais de Alta Performance

Profissionais de Alta Performance Profissionais de Alta Performance As transformações pelas quais o mundo passa exigem novos posicionamentos em todas as áreas e em especial na educação. A transferência pura simples de dados ou informações

Leia mais

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 1 OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Leordina Ferreira Tristão Pedagogia UFU littledinap@yahoo.com.br Co

Leia mais

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação Conhecimento em Tecnologia da Informação Conhecimento em Tecnologia da Informação Estratégia de TI Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio 2011 Bridge Consulting Apresentação

Leia mais

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na atualidade: luta, organização e educação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na atualidade: luta, organização e educação O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na atualidade: luta, organização e educação Entrevista concedida por Álvaro Santin*, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem

Leia mais

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO Karen Ramos Camargo 1 Resumo O presente artigo visa suscitar a discussão acerca dos processos de trabalho do Serviço Social, relacionados

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

What Are the Questions?

What Are the Questions? PET-Economia UnB 06 de abril de 2015 Joan Robinson Mrs. Robinson Formou-se em Economia na Universidade de Cambridge em 1925 Em 1965, obteve a cadeira de professora titular em Cambridge Economista pós-keynesiana

Leia mais

Gestão Democrática da Educação

Gestão Democrática da Educação Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica Departamento de Articulação e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino Coordenação Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de

Leia mais

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 Reunidos na cidade de Quebec de 18 a 22 de setembro de 1997, na Conferência Parlamentar das Américas, nós, parlamentares das Américas, Considerando que o

Leia mais

A Importância do Gestor Público no Processo Decisório. Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional Secretaria do Tesouro Nacional

A Importância do Gestor Público no Processo Decisório. Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional Secretaria do Tesouro Nacional A Importância do Gestor Público no Processo Decisório Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional Secretaria do Tesouro Nacional Contexto A administração pública brasileira sofreu transformações

Leia mais

Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Roberto Almeida

Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Roberto Almeida Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL Prof. Roberto Almeida Esta estratégia compreende o comportamento global e integrado da empresa em relação ao ambiente que a circunda. Para Aquino:Os recursos humanos das

Leia mais

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO Abril/2014 Porto Velho/Rondônia Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO Terceiro Setor É uma terminologia sociológica que

Leia mais

Ciclo de Conferências Montepio / Diário Económico 16 de Fevereiro de 2012 ENVELHECIMENTO: ENCARGO OU OPORTUNIDADE ECONÓMICA?

Ciclo de Conferências Montepio / Diário Económico 16 de Fevereiro de 2012 ENVELHECIMENTO: ENCARGO OU OPORTUNIDADE ECONÓMICA? Ciclo de Conferências Montepio / Diário Económico 16 de Fevereiro de 2012 ENVELHECIMENTO: ENCARGO OU OPORTUNIDADE ECONÓMICA? Ester Vaz estervaz@eu.ipp.pt ESEIG/Instituto Politécnico do Porto Repensar o

Leia mais

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios Autor: Dominique Turpin Presidente do IMD - International Institute for Management Development www.imd.org Lausanne, Suíça Tradução:

Leia mais

Núcleo de educação a distância - NEAD/UNIFRAN UNIVERSIDADE DE FRANCA

Núcleo de educação a distância - NEAD/UNIFRAN UNIVERSIDADE DE FRANCA Educação conceito permeado por valores e finalidades Educação e Sociedade:algumas visões no século XX Universidade de Franca Pedagogia EAD Sociologia Geral e da Educação Profa. Lucimary Bernabé Pedrosa

Leia mais

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA Nos dias de hoje os conceitos de democracia e cidadania são cada vez mais reconhecidos e relevantes para a realidade actual (Menezes, 2005; Ferreira, 2010; Perrenoud,

Leia mais

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE 4.1 - Tabela de Temporalidade Como é cediço todos os arquivos possuem um ciclo vital, composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Mas como saber quando

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA Coordenação-Geral de Ensino Médio Orientações para a elaboração do projeto escolar Questões norteadoras: Quais as etapas necessárias à

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO

TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO INTRODUÇÃO Os processos empresariais são fluxos de valor

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO Fúlvia Rosemberg: analisa ações de inclusão e apresenta programa voltado para a formação de novas lideranças

Leia mais

nossa vida mundo mais vasto

nossa vida mundo mais vasto Mudar o Mundo Mudar o Mundo O mundo começa aqui, na nossa vida, na nossa experiência de vida. Propomos descobrir um mundo mais vasto, Propomos mudar o mundo com um projecto que criou outros projectos,

Leia mais

Dados do Ensino Médio

Dados do Ensino Médio Dados do Ensino Médio População de 15 a 17 anos (2010): 10.357.874 (Fonte: IBGE) Matrículas no ensino médio (2011): 8.400.689 (Fonte: MEC/INEP) Dados do Ensino Médio Dos 10,5 milhões de jovens na faixa

Leia mais

Comunidades de prática

Comunidades de prática Comunidades de prática Objetivos (Henrique Bizzarria para o site Ebah) Comunidades de praticas! O que são?! Para que servem?! Porquê falar delas? Comunidades de prática! O termo "comunidade de prática"

Leia mais

Prof Elly Astrid Vedam

Prof Elly Astrid Vedam Prof Elly Astrid Vedam Despertar e saber lidar com os mecanismos de liderança e se preparar para a gestão de pequenos e médios negócios; Identificar conflitos no ambiente de seu negócio, calculando e avaliando

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE. Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS

GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE. Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS Agenda da Conferência O que são redes? O que são redes interorganizacionais? Breve histórico das redes interorganizacionais Tipos

Leia mais

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CHECK - LIST - ISO 9001:2000 REQUISITOS ISO 9001: 2000 SIM NÃO 1.2 APLICAÇÃO A organização identificou as exclusões de itens da norma no seu manual da qualidade? As exclusões são relacionadas somente aos requisitos da sessão 7 da

Leia mais

Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças

Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças Notas sobre a exclusão social e as suas diferenças Ana Paula Gomes Daniel e-mail: anapauladnl@gmail.com Acadêmica do curso de Ciências Econômicas /UNICENTRO Flavia Diana Marcondes dos Santos e-mail: flaviadianam@gmail.com

Leia mais

Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas

Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas Introdução A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional afirma que cabe aos estabelecimentos de ensino definir

Leia mais

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças.

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças. 1 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças. Guia de orientações para a elaboração do Plano

Leia mais

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização Juliana Ferreira Universidade Estadual Paulista UNESP- Araraquara E-mail: juliana.ferreiraae@gmail.com Silvio Henrique

Leia mais

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E ENSINO DE CIÊNCIAS NO AMAZONAS MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS NO AMAZONAS WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA PROPOSTAS

Leia mais

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO DIREITO ECONÔMICO É O RAMO DO DIREITO QUE TEM POR OBJETO A JURIDICIZAÇÃO, OU SEJA, O TRATAMENTO

Leia mais

5 Análise dos resultados

5 Análise dos resultados 5 Análise dos resultados Neste capitulo será feita a análise dos resultados coletados pelos questionários que foram apresentados no Capítulo 4. Isso ocorrerá através de análises global e específica. A

Leia mais

Shusterman insere cultura pop na academia

Shusterman insere cultura pop na academia São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998 Shusterman insere cultura pop na academia PATRICIA DECIA da Reportagem Local O filósofo americano leva a cultura pop à academia. Em "Vivendo a Arte - O Pensamento

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO Atualizado em 11/01/2016 MOTIVAÇÃO Estar motivado é visto como uma condição necessária para que um trabalhador entregue um desempenho superior. Naturalmente, como a motivação

Leia mais

1 A sociedade dos indivíduos

1 A sociedade dos indivíduos Unidade 1 A sociedade dos indivíduos Nós, seres humanos, nascemos e vivemos em sociedade porque necessitamos uns dos outros. Thinkstock/Getty Images Akg-images/Latin Stock Akg-images/Latin Stock Album/akg

Leia mais

A GESTÃO ESCOLAR E O PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA

A GESTÃO ESCOLAR E O PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA A GESTÃO ESCOLAR E O PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA Shirlei de Souza Correa - UNIVALI 1 Resumo: No contexto educacional pode-se considerar a gestão escolar como recente, advinda das necessidades

Leia mais

Organizando Voluntariado na Escola. Aula 1 Ser Voluntário

Organizando Voluntariado na Escola. Aula 1 Ser Voluntário Organizando Voluntariado na Escola Aula 1 Ser Voluntário Objetivos 1 Entender o que é ser voluntário. 2 Conhecer os benefícios de ajudar. 3 Perceber as oportunidades proporcionadas pelo voluntariado. 4

Leia mais

Gestão da Informação e do Conhecimento

Gestão da Informação e do Conhecimento Gestão da Informação e do Conhecimento Aula 05 Aquisição da Informação Dalton Lopes Martins dmartins@gmail.com 2sem/2014 Aquisição da Informação PROCESSO 2 - A aquisição da informação envolve as seguintes

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

Chamada para proposta de cursos de Mestrado Profissional

Chamada para proposta de cursos de Mestrado Profissional Chamada para proposta de cursos de Mestrado Profissional A Capes abrirá, nos próximos dias, uma chamada para proposição de cursos de Mestrado Profissional, em várias áreas do conhecimento. Os requisitos

Leia mais

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO Esse é o ponta-pé inicial da sua campanha. Se você não tem um problema, não tem porque fazer uma campanha. Se você tem um problema mas não quer muda-lo, também não tem porque

Leia mais

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES Alexandre do Nascimento Sem a pretensão de responder questões que devem ser debatidas pelo coletivo, este texto pretende instigar

Leia mais

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola.

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola. Prof. Dr. Juares da Silva Thiesen Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC Centro de Educação - CED Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola. Ementa: Legitimidade

Leia mais