Capítulo I. não relativística ao problema de um átomo de um elétron. Aqui, serão considerados efeitos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Capítulo I. não relativística ao problema de um átomo de um elétron. Aqui, serão considerados efeitos"

Transcrição

1 Capítulo I Interação Spin-Órbita I.1 Introdução Este capítulo consiste em uma extensão ao tratamento básico oferecido pelo mecânica quântica não relativística ao problema de um átomo de um elétron. Aqui, serão considerados efeitos mensuráveis que não podem ser descritos pelas soluções da Equação de Schroedinger, denominados coletivamente de Interação Spin-Órbita. Estes efeitos são observados, principalmente, em experimentos de espectroscopia atômica quando a resolução espectral do equipamento de medida atinge um determinado nível. A interação spin-órbita está relacionada com a existência do momentum angular orbital L do elétron atômico, o qual é obtido, indiretamente, medindo-se o momentum de dipolo magnético orbital (µ l ) do elétron. Vamos desenvolver a relação entre µ l e L que constitui a base destas medidas. Ao considerar os resultados das medidas dos momenta de dipolo magnético atômicos, vamos descobrir que os eletrons possuem um momentum angular intrínseco, denominado spin e um momentum de dipolo magnético de spin associado a ele. O efeito do spin do elétron nos níveis de energia do átomo de um elétron será então explorado. Finalmente, vamos desenvolver um processo para o cálculo da taxa com a qual os átomos de um elétron transicionam para estados de níveis energéticos mais baixos, emitindo fotons que dão origem às suas linhas espectrais. Neste capítulo, o tratamento vai utilizar uma combinação de teoria eletromagnética clássica, teorias semi-clássicas, como o Modelo de Bohr, e mecânica quântica. Um tratamento formal da mecânica quântica da Interação Spin-Órbita e do spin do elétron está além do alcance de um curso de graduação em estrutura da matéria, pois envolve a dedução e a solução de equações da onda relativísticas, como a Equação de Dirac, e de teorias de campos quânticos. O tratamento aqui apresentado justifica-se pelo fato de os resultados concordarem com os obtidos pela abordagem formal da teoria de campos. 1

2 2 I.2. Momentum de Dipolo Magnético Orbital Figura I.1: O momentum orbital L e o momentum de dipolo magnético µ l de um elétron que se move em uma órbita de Bohr. O campo magnético B produzido pela carga que circula aparece indicado pelas linhas curvas. O dipolo magnético fictício que produziria um campo idêntico, longe da órbita, aparece indicado por seus pólos N e S. I.2 Momentum de Dipolo Magnético Orbital Considere um elétron de massa m e carga elétrica e movendo-se com velocidade de módulo v em uma órbita circular de Bohr de raio r, como mostra a figura I.1. A carga que circula numa órbita constitui uma corrente de intensidade I = e T = ev 2πr, (I.1) onde T é o período orbital do elétron. Mostra-se, na teoria eletromagnética elementar, que uma tal corrente produz um campo magnético equivalente, a grandes distâncias da órbita, a um campo produzido por um dipolo magnético localizado em seu centro e orientado perpendicularmente a seu plano. Para uma corrente I numa órbita de área A, o módulo do momentum de dipolo magnético orbital µ l do dipolo equivalente é dado por µ l = IA (I.2) e a direção do momentum de dipolo magnético é perpendicular ao plano da órbita, no sentido definido pela regra da mão direita, conforme momstra a figura I.1. A figura mostra também o campo magnético produzido pelo anel de corrente. O momentum de dipolo magnético do elétron é antiparalelo ao seu momentum angular orbital, cujo módulo é L = mvr e cuja direção também está indicada na figura I.1. Usando a equação (I.1), o momentum de dipolo magnético pode ser escrito µ l = IA = ev 2πr πr2 = 1 2 evr. (I.3)

3 Dividindo-se esta equação por (I.3), obtém-se Capítulo I. Interação Spin-Órbita 3 µ l L = e 2m. (I.4) Vemos que a razão entre os módulos dos momenta é uma constante universal. Definindo-se a grandeza µ b, µ b = e 2m e = 0, A.m 2, denominada de magnéton de Bohr e a grandeza g l 1, denominada de fator g orbital, a razão (I.4) pode ser escrita como µ l L = g lµ b. A equação acima pode ser escrita na forma vetorial, levando-se em conta que a carga do elétron é negativa: µ l = g lµ b L. A relação (I.5) é válida mesmo quando a órbita do elétron é elíptica, em vez de circunferencial. então Levando em conta agora que o módulo e a componente z de L são quantizados, obtemos (I.5) µ l = g lµ b l(l + 1) = g l µ b l(l + 1) µ lz = g lµ b m l = g l µ b m l. (I.6a) (I.6b) De acordo com a Equação de Schroedinger, o espectro de energia do átomo de um elétron é degenerado no momentum angular, E n = 1 (4πε 0 ) 2 µz 2 e n 2. (I.7) Entretanto, se houver um campo magnético externo aplicado a um gás de átomos monoeletrônicos, espera-se que haja uma quebra de degenerescência, devido à existência da energia potencial de orientação do dipolo magnético orbital em relação ao campo externo. O surgimento desta energia potencial pode ser compreendida a partir da teoria eletromagnética clássica. Aplicandose o campo magnético externo B sobre o gás, o dipolo magnético atômico ficará submetido a um torque dado por τ = µ l B, passando a apresentar um movimento de precessão semelhante ao de um pião que está girando.

4 4 I.2. Momentum de Dipolo Magnético Orbital Figura I.2: Movimento de precessão devido ao torque τ resultante da aplicação do campo B sobre o dipolo magnético µ l. Como τ = dl/dt, o torque provoca o movimento de precessão que mantém o ângulo θ constante. Isto significa que associada ao torque há uma energia potencial de orientação dada por E = µ l B. (I.8) A freqüência de giro do dipolo sobre o campo B é dada por ω = g lµ b B. A energia potencial de orientação E deverá permanecer constante se, para um sistema consistindo de um momentum de dipolo magnético µ l em um campo magnético B, não existir nenhum meio de dissipação de energia. Neste caso, µ l não poderá se orientar em relação B. Em vez disto, µ l vai precessionar em torno de B de forma que o ângulo entre estes dois vetores permaneça constante, bem como o módulo de ambos os vetores. O movimento de precessão é conseqüência do fato que o torque que age sobre o dipolo é sempre perpendicular a seu momentum angular, em analogia com o caso do pião. A figura I.2 ilustra esta situação. Exemplo 8-1 do Eisberg & Resnick. Suponha que um dipolo magnético, de intensidade de momentum de dipolo µ l, está alinhado paralelamente com um campo magnético externo de intensidade B. Considere que µ l = 1 magnéton de Bohr e que B = 1T. Calcule a energia necessária para girar o dipolo magnético de modo a colocá-lo anti-paralelo ao campo.

5 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 5 Figura I.3: Força magnética resultante ao longo de B quando B é não uniforme. Segundo (I.8), a energia potencial orientacional vale µ l B, quando o dipolo está paralelo ao campo e +µ l B quando o dipolo está anti-paralelo. A energia necessária para girar o dipolo será então 2µ l B = 2 0, A.m 2 1J/(A.m 2 ) = 1, J = 1, ev. Embora esta energia seja muito pequena, mesmo para a escala atômica, o dipolo só poderá girar se tal valor puder lhe ser cedido, e vice-versa. I.3 A Experiência de Stern-Gerlach e o Spin do Elétron Antes mesmo do desenvolvimento da mecânica quântica (Eq. de Schroedinger), experimentos vinham sendo realizados para verificar a existência de quantização no espaço, ou seja, a quantização na orientação espacial dos átomos, basicamente pela mensuração indireta do momentum angular dos átomos, como fora postulado por Bohr. I.3.1 Dipolo magnético em campo magnético não uniforme. Se o dipolo magnético estudado na seção I.2 for submetido a um campo magnético não homogêneo, uma força líquida passará a agir sobre este. A origem física desta força vem da força magnética que atua sobre uma partícula com carga elétrica. Ao executar movimento de cíclotron dentro de um campo magnético com linhas convergentes, surge uma componente da força magnética na direção do gradiente do campo magnético, como se pode ser na figura I.3. A força líquida resultante pode ser calculada a partir da Equação (I.8), sendo dada por F z µ z B z z.

6 6 I.3. A Experiência de Stern-Gerlach e o Spin do Elétron Figura I.4: Surgimento da força magnética líquida que atua sobre um dipolo magnético imerso em um campo não uniforme. Uma representação gráfica do surgimento da força magnética líquida é dada pela figura I.4. I.3.2 O Experimento de Stern-Gerlach Em 1922, Stern e Gerlach mediram o valores possíveis do momentum de dipolo magnético de átomos de prata, enviando um feixe de átomos através de um campo magnético não uniforme. O princípio físico utilizado no experimento foi a existência de uma força líquida que age sobre um dipolo magnético submetido a um campo magnético não uniforme. Um feixe de átomos neutros de prata é colimado através do magneto, sendo os átomos defletidos pelo campo magnético não homogêneo, indo condensar na placa detectora. Uma representação do aparelho utilizado no experimento está na figura I.5. A força líquida que atua sobre cada átomo é proporcional a µ z, o qual é dado por (I.6.b), µ z = g l µ b m l, Figura I.5: Aparelho de Stern-Gerlach. A intensidade do campo magnético aumenta no sentido de z positivo.

7 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 7 Figura I.6: Diferença entre o resultado observado no Experimento de Stern-Gerlach e a sua previsão clássica. onde m l = l, l + 1,..., 0,..., +l 1, +l. A diferença entre a previsão clássica e o resultado medido está na figura I.6. O resultado está qualitativamente de acordo com a mecânica quântica, mas quantitativamente está em desacordo, pois esperava-se que houvessem 2l + 1 linhas, ou seja, um número ímpar. Phipps & Taylor (1927). Realizaram o mesmo experimento de Stern-Gerlach, porém usando átomos de hidrogênio, ao invés de átomos de prata. Como a temperatura do forno é relativamente baixa, todos os átomos encontram-se no estado fundamental (n = 0). O resultado observado foi o mesmo que o obtido por Stern-Gerlach, representado na figura I.6. I.3.3 O Spin do Elétron Uma possível causa na discrepância entre as previsões da mecânica quântica e o que foi observado, está na existência de um momentum de dipolo associado ao núcleo do átomo. Entretanto, este momentum de dipolo seria da ordem de e /2M, onde M é a massa do núcleo, o qual é 2000 vezes maior que a massa do elétron. Como as medidas mostram que a separação é proporcional a e /2m e, claramente a origem da discrepância está no elétron. Goudsmit & Uhlenbeck (1925). Ao tentar compreender a ocorrência da estrutura fina no espectro óptico do hidrogênio e de átomos alcalinos, Goudsmit & Uhlenbeck propuseram a existência de um momentum angular, com o conseqüente momentum de dipolo magnético, associado ao elétron. Supondo que o elétron possua um momentum angular S dado por S = s(s + 1) S z = m s, (I.9a) (I.9b) onde m s = s, s + 1,..., +s 1, +s, e que possua também o momentum de dipolo magnético de spin, dado por µ s = g sµ b S (I.10a) µ sz = g s µ b m s, (I.10b)

8 8 I.4. A Interação Spin-Órbita Figura I.7: Esquerda: movimento do elétron em torno do núcleo em uma órbita de Bohr. Direita: O mesmo movimento, no referencial do elétron. onde g s é denominado fator g de spin. Como sempre foram observados somente dois valores possíveis de µ sz, conclui-se que (m s ) min = s; (m s ) min + 1 = +s s + 1 = s s = 1/2; m s = 1/2, +1/2. Pela medida da separação dos feixes dos átomos de hidrogênio, é possível determinar o valor de F z. Resulta então que se pode determinar, dentro da precisão experimental, que g s m s = ±1. Portanto, g s = 2. I.4 A Interação Spin-Órbita A interação spin-órbita consiste na interação entre o momentum de dipolo magnético do spin eletrônico e o campo magnético interno do átomo. A denominação interação spin-órbita foi criada porque o campo magnético interno é conseqüência do momentum angular orbital do elétron. A interação spin-órbita é um efeito que é em parte responsável pela estrutura fina do espectro dos átomos de um ou vários eletrons. Em um referencial fixo no elétron, o núcleo carregado positivamente move-se em torno do elétron com uma órbita suposta circular. O movimento do núcleo com velocidade v gera um anel de corrente, cujo valor é j = Zev, como se pode ver na figura I.7. No referencial do elétron, o movimento do núcleo gera um campo magnético interno B int, cuja direção, na posição do elétron, é perpendicular ao plano da página, com sentido para fora do plano. O campo magnético interno pode ser calculado pela Lei de Biot-Savart, B int = µ 0 j r = Zeµ 0 v r. 4π r 3 4π r 3

9 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 9 É conveniente expressar B em termos do campo elétrico E que atua sobre o elétron. De acordo com a Lei de Coulomb, Portanto, temos E = Ze 4πɛ 0 r r 3. B = ɛ 0 µ 0 v E = 1 c 2 v E. (I.11) A equação (I.11) relaciona o campo magnético B experimentado pelo elétron em termos do campo elétrico E interno do átomo. Galileu para os campos, válida sempre que v c. Esta equação não é nada além da Transformação de Dada agora a energia potencial de orientação do dipolo magnético de spin devido ao campo magnético interno B, obtemos, usando (I.10.b), E = µ s B, E = g sµ b S B. Contudo, esta expressão é válida no referencial onde o elétron está em repouso. Para voltarmos ao referencial de laboratório, é necessário transformar para o referencial do núcleo. Como o elétron movimenta-se em um referencial não inercial, o seu referencial encontra-se precessionado em relação ao referencial do núcleo, e esta precessão, denominada Precessão de Thomas, deve ser corrigida na transformação de coordenadas. A expressão corrigida fica, então, E SL = 1 g s µ b 2 S B. (I.12) Usando agora a força elétrica que atua sobre o elétron, F = ee e a definição de energia potencial elétrica, temos, usando (I.11), E = 1 e dv dr F = V (r) = dv dr r r, r r B = 1 c 2 v E = 1 erc 2 dv dr v r. Entretanto, como o momentum angular é dado por L = m e v r, resulta B = 1 1 em e c 2 r dv dr L. Portanto, a energia potencial de orientação devido a interação do spin do elétron com o

10 10 I.5. Momentum Angular Total campo magnético interno do átomo é dada, a partir de (I.12), por E SL = g sµ b 1 dv 2em e c 2 r dr S L = 1 1 dv 2m 2 ec 2 r dr S L. (I.13a) (I.13b) I.5 Momentum Angular Total Como ocorre a interação spin-órbita devido ao intenso campo magnético interno do átomo, os momenta L e S não são independentes entre si. O acoplamento que existe entre os momenta provoca uma precessão do spin do elétron (S) em torno de B. Por outro lado, a existência de um momentum de spin do elétron gera um campo magnético eletrônico (B el ), o qual atua sobre o momentum de dipolo magnético orbital do átomo. Esta interação provoca a precessão de L em torno de B el. Como conseqüência: Os momenta L e S não são mais constantes de movimento. Não é mais possível usar os números quânticos m l e m s para identificar o estado quântico do átomo; isto é, não é mais possível escrever a função de onda como ψ = ψ nlml ou ψ = ψ nlml m s = ψ nlml σ ms. Entretanto, como os torques que atuam sobre L e S não alteram os seus módulos, somente as suas orientações espaciais, a soma vetorial J = L + S permanece constante. Este novo vetor J, denominado momentum angular total, passa a ser a nova constante de movimento no átomo, como pode-se ver na figura I.8. Esta figura mostra que o módulo do vetor resultante, J, permanece constante, bem como a sua projeção no eixo z, J z. As outras componentes, J x e J y não estão definidas, como no caso do momentum angular orbital, sem a interação spin-órbita. Neste caso, as seguintes relações devem ser válidas: J = j(j + 1) J z = m j. Como durante a derivação da propriedades de L, temos que m j = j, j + 1,..., +j 1, +j.

11 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 11 Figura I.8: Os momenta L, S e J para o caso em que l = 2, j = 5/2 e m j = 3/2. Os vetores L e S precessionam uniformemente em torno de sua soma J, a qual passa a ser a constante de movimento do átomo. Para determinar os possíveis valores de j, pode-se proceder da seguinte maneira. Como J z = L z + S z m j = m l + m s. O maior valor possível de m j então é (m j ) mx = l + 1/2 j = (m j ) mx = l + 1/2. Os valores seguintes possíveis de j serão então: j = l + 1/2, l 1/2, l 3/2,... Para determinar o limite inferior da seqüência acima, usa-se a seguinte inegualdade vetorial L + S = J L S, ou j(j + 1) l(l + 1) s(s + 1) = l(l + 1) 3/2. Algumas das possíveis combinações estão ilustradas na figurai.9. Dentre todas as combinações possíveis, somente duas são as possíveis: j = { l + 1/2, l 1/2; l 0 1/2; l = 0. (I.14) Assim como o número quântico m l não mais pode ser utilizado para representar o estado quântico orbital do átomo, devido à interação spin-órbita, o número quântico m s também não pode ser utilizado para representar o estado de spin do elétron, pela mesma razão. Entretanto, a função de onda passa a utilizar os números quânticos j e m j como os bons números quânticos

12 12 I.6. Energia de Interação Spin-Órbita Figura I.9: Diagramas vetoriais mostrando as possíveis combinações lineares entre os vetores L e S. usados para representar o estado orbital do átomo, ψ = ψ nljmj. I.6 Energia de Interação Spin-Órbita Para calcular-se o efeito que a interação spin-órbita produz sobre os autovalores da energia total do átomo, utiliza-se, dentro do formalismo não-relativístico da mecânica quântica, a teoria de perturbações. O procedimento mais simples consiste em calcular o valor esperado da energia potencial de orientação ( E SL ) devida à existência da interação e adicionar o resultado ao autovalor de energia calculado para o átomo de um elétron sem a interação, E = E n + E SL, onde E n é dada por (I.7). Já o valor esperado da energia potencial de orientação é calculado através da fórmula E SL = ψnljm j ( E SL ) op ψ nljmj r 2 senθdrdθdϕ, onde ( E SL ) op é a forma operatorial de (I.13.a,b). Neste caso, E SL = 1 2m 2 ec 2 ψnljm 1 dv j r dr (S L) op ψ nljm j r 2 senθdrdθdϕ. Dado o potencial coulombiano, V (r) = 1 Ze 2 4πɛ 0 r 1 r dv dr = 1 Ze 2 4πɛ 0 r, 3

13 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 13 resultando, E SL = Ze2 1 4πɛ 0 2m 2 ec 2 ψ nljm j 1 r 3 (S L) op ψ nljm j r 2 senθdrdθdϕ. Não é obvio que ψ nljmj seja autofunção do operador (S L) op. Entretanto, considerando-se a relação J = L + S J J = L L + S S + 2S L, S L = 1 ( J 2 L 2 S 2). 2 Definitivamente, ψ nljmj é autofunção dos operadores Jop 2, L2 op e S2 op, J 2 op ψ nljm j = j(j + 1) 2 ψ nljmj ; L 2 op ψ nljm j = l(l + 1) 2 ψ nljmj ; S 2 op ψ nljm j = s(s + 1) 2 ψ nljmj. Portanto, [ ( ) J 2 op L 2 op Sop 2 ψnljmj = j(j + 1) l(l + 1) 3 ] 2 ψ nljmj 4 e o valor esperado fica então [ E SL = Ze2 2 j(j + 1) l(l + 1) 3 ] 4πɛ 0 4m 2 e c2 4 [ E SL = Ze2 2 j(j + 1) l(l + 1) 3 ] 4πɛ 0 4m 2 e c2 4 0 A integração em r pode ser efetuada e o resultado é Rnl 0 1 r R nlr 2 dr = r 3 = 3 ψ nljm j 1 r 3 ψ nljm j r 2 senθdrdθdϕ, R nl Z 3 a 3 0 n3 l(l + 1/2)(l + 1). 1 r R nlr 2 dr. 3 Finalmente, o valor esperado da energia potencial de orientação fica dada por a qual pode ser escrita como E SL = Z4 e 2 4πɛ 0 2 4m 2 e c2 j(j + 1) l(l + 1) 3 4 a 3 0 n3 l(l + 1/2)(l + 1), E SL = Z2 j(j + 1) l(l + 1) 3 4 α 2 E n, 2n l(l + 1/2)(l + 1) (I.15) onde α = e2 4πɛ 0 c 1 137, (I.16) é a constante de estrutura fina, quantidade que desempenha papel importante na teoria quântica de campos. Deve-se enfatizar também que, quando l = 0, não há interação spin-órbita e,

14 14 I.7. Correções Relativísticas para Átomos de Um Elétron portanto, E SL = 0. Como somente há duas possibilidades para j, j = l + 1/2 e j = l 1/2, pode-se calcular as duas expressões resultantes para a equação (I.15). Resultando E SL = + Z2 α 2 E n n(2l + 1)(l + 1) ; j = l + 1/2, l 0 Z2 α 2 E n nl(2l + 1) ; j = l 1/2, l 0. (I.17) Pode-se ver que para átomos com Z = 1. E SL E n Z 2 α , I.7 Correções Relativísticas para Átomos de Um Elétron Vimos na seção anterior que a correção devida à interação spin-órbita é da ordem de 10 4 vezes menor que o autovalor de energia. Outro efeito que tem a mesma ordem de grandeza para os níveis de energia mais próximos do fundamental é a correção relativística aplicada ao tratamento não relativístico da Equação de Schroedinger. Para calcularmos o valor esperado da correção relativística, vamos inicialmente considerar a equação para energia total do sistema núcleo + elétron, E rel = T rel + V, onde V = V (r) é a energia potencial de interação núcleo-elétron e T rel = c 2 p 2 + m 2 e c4 m e c 2 é a expressão da energia cinética no caso relativístico. A fórmula para E rel pode ser escrita como Supondo agora que p mc, podemos escrever, [ ] E rel = m e c p2 m 1 + V (r). 2 e c2 [ ] E rel m e c p2 2m p4 2 e c2 8m 1 + V (r) 4 e c4 = p2 + V (r) 2m e E rel = E NR + E rel, p4 8m 3 e c2,

15 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 15 onde E NR = p2 2m e + V (r) p4 E rel = 8m. 3 e c2 Agora, vamos escrever E rel da seguinte maneira: E rel = p4 8m = T NR 2 3 e c2 2m e c = (E NR V ) 2 2 2m e c 2 = E2 NR + V 2 2E NR V 2m e c 2. Neste caso, estamos prontos para calcular o valor esperado da correção relativística sobre a energia total do átomo: E rel = = 1 2m e c 2 ψnljm j ( E rel ) op ψ nljmj r 2 senθdrdθdϕ ( ψnljm j E 2 NR + V 2 2E NR V ) ψ op nljm j r 2 senθdrdθdϕ. Como obtemos, V (r) = 1 Ze 2 4πɛ 0 r E rel E2 n 2m e c 1 ( ) Ze m e c 2 4πɛ 0 E n Ze 2 m e c 2 4πɛ 0 e E NR ψ nljmj E n ψ nljmj, ψ nljm j 1 r ψ nljm j r 2 senθdrdθdϕ. ψ nljm j 1 r 2 ψ nljm j r 2 senθdrdθdϕ Os cálculos das duas integrais acima consistem na determinação de r 2 e r 1, respectivamente. Estes valores esperados são iguais a r 1 = Z a 0 n 2 e r 2 = Z 2 a 2 0n 3 (l + 1/2), resultando em E rel = Z2 E n α 2 n ( 2 2l ). (I.18) 4n Novamente vemos que E rel E n Z 2 α , sendo, então, da mesma ordem de grandeza de E SL. Portanto, a energia total de um átomo hidrogenóide, levando em conta as correções da interação spin-órbita e relativística, fica dado

16 16 I.8. O Termo de Darwin por E = E n + E SL + E rel. (I.19) Calculando as expressões correspondentes para j = l + 1/2 e j = l 1/2 nas equações (I.17) e (I.18), obtemos o seguinte resultado: E = E n [ 1 + Z2 α 2 n [ E = E n 1 + Z2 α 2 n ( 1 j + 1/2 3 4n ( 2 3 4n )], l 0 (I.20a) )], l = 0. (I.20b) A equação (I.20a) é idêntica à obtida a partir da solução da Equação de Dirac 1 para o átomo de hidrogênio. A sua expressão também reduz-se à solução do modelo de Sommerfeld. A equação (I.20b) é uma expressão obtida a partir das aproximações realizadas. De uma forma geral, deve-se utilizar a equação (I.20a). A figura I.10 mostra a diferença entre os níveis de energia obtidos a partir dos modelos de Bohr, Dirac e Sommerfeld. I.8 O Termo de Darwin Há, ainda, um terceiro termo que pode ser adicionado à expressão da energia total para o átomo hidrogenóide: trata-se do Termo de Darwin. Este termo toma a seguinte forma 2 E Dar = 2 e 4m 2 ec E = 2 V, 2 4m 2 2 ec e ele se aplica somente ao caso especial l = 0. Este termo é introduzido na notação para que o tratamento aproximado que está sendo realizado neste capítulo concorde plenamente com o resultado mais exato obtido a partir da solução da Equação de Dirac. O efeito do Termo de Darwin no autovalor de energia é estimado a partir do cálculo do valor médio de E Dar : E Dar = = 2 4m 2 e c2 ψnljm j ( E Dar ) op ψ nljmj d 3 r ψnljm j V ψ nljmj d 3 r. Sem demonstração, o resultado do cálculo do valor médio acima é: E Dar π 2 Ze 2 ψ 2m 2 nlml e c2 m 4πɛ s (r = 0) Equação da onda relativística para uma partícula. 2 Este termo é apresentado sem demonstração, pois não possui análogo clássico.

17 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 17 Figura I.10: Níveis de energia do átomo de hidrogênio para n= 1,2,3, para os modelos de Bohr, Dirac e Sommerfeld. Os deslocamentos dos níveis de Dirac, em comparação aos níveis de Bohr foram aumentados por um fator 1/α 2 1, Um consulta rápida a uma tabela de autofunções do átomo de Hidrogênio mostra que as únicas autofunções que não se anulam na origem (r = 0) são aquelas no estado l = 0. Portanto, E Dar α2 Z 2 E n 2 n n (l = 0). (I.21) O termo recém obtido, Eq. (I.21) deve agora se adicionado à expressão até agora obtida para a energia total do átomo de Hidrogênio, Eq. (I.19). Resulta, então, que no caso l 0 a energia total é dada por E = E n + E SL + E rel, enquanto que no caso l = 0 a energia resulta dada por E = E n + E rel + E Dar.

18 18 I.9. Taxas de Transição e Regras de Seleção Por conseguinte, o resultado final pode ser escrito em uma única equação: E nj = E n [ 1 + Z2 α 2 n ( 1 j + 1/2 3 )], j = l ± l 4n 2. (I.22) Este resultado concorda completamente com o resultado obtido a partir da Equação de Dirac. Esta equação pode ser resolvida completamente para o problema de um átomo com um elétron, resultando o seguinte valor para a energia total, E nj = m e [ q = e 4πɛ0, ] Z2 q 4 2 (n ε j ) 2, n = 1, 2,..., (I.23) j = 1, 3,..., n 1, ε j = j ( j + 1 2) 2 Z 2 q 4. Expandindo (I.23) em série de Taylor de potências de Z 2 q 4 /2n 2 até a segunda ordem, o resultado obtido é igual à forma aproximada, Eq. (I.22), válida até a ordem v 2 /c 2. O tratamento aqui apresentado da estrutura fina de um átomo hidrogenóide é um caso particular em física atômica. Para um átomo com um único elétron, a correção estrutura fina é tão pouco intensa que todos os três efeitos relativísticos considerados nas seções I.6, I.7 e I.8 devem ser incluídos, pois têm a mesma ordem de grandeza. Mais adiante, quando estivermos considerando átomos com vários eletrons, em geral consideraremos somente a correção spin-órbita, pois este efeito se torna predominante, uma vez que estaremos considerando somente eletrons nas camadas mais externas dos átomos, onde efeitos relativísticos na órbita são completamente desprezíveis. I.9 Taxas de Transição e Regras de Seleção Se átomos de hidrogênio forem excitados para níveis de energia acima do fundamental, por exemplo através de colisões com eletrons energéticos em um tubo de raios catódicos, eles espontaneamente farão transições para os níveis sucessivos de energias mais baixas. Medidas experimentais, porém, revelam que nem todas as possíveis transições realmente ocorrem. Empiricamente, observa-se que a emissão de fotons somente ocorre se a transição entre dois níveis de energia satisfizer as seguintes regras de seleção: l = ±1 j = 0, ±1. (I.24a) (I.24b)

19 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 19 Entretanto, estas regras não descartam totalmente as outras transições. Ocorre apenas que estas têm uma probabilidade tão baixa de ocorrer que dificilmente são observadas. Em astronomia, estas constituem as chamadas linhas proibidas. Para que o elétron possa transicionar, ele precisa primeiro ser excitado para um nível de mais alta energia, através de uma colisão com outro átomo ou elétron, por exemplo. Entretanto, deixado livre, um átomo excitado não realizará transições para o estado fundamental; seja Ψ nlm (r, t) = ψ nlm (r)e ient/, onde n > 1, a densidade de probabilidade deste estado será Ψ nlm (r, t)ψ nlm(r, t) = ψ nlm (r)ψ nlm(r), ou seja, será constante no tempo e permanecerá indefinidamente neste estado. Isto ocorre porque, matematicamente, a função de onda do estado (nlm) é ortogonal à função de onda de qualquer outro estado. Entretanto, se houver a interação do átomo no estado excitado com um fóton, esta interação provocará no átomo uma superposição de 2 ou mais estados, ou seja, o átomo tem uma probabilidade não nula de estar ou no estado excitado ou em outro estado, como o estado fundamental, por exemplo. Neste caso, a função de onda do átomo será dada por uma combinação linear do tipo Ψ(r, t) = c 1 Ψ 1 (r, t) + c 2 Ψ 2 (r, t), (I.25) onde as constantes c 1 e c 2 são os coeficientes da combinação linear. Agora, a densidade de probabilidade será dada por Ψ (r, t)ψ(r, t) = [c 1 Ψ 1 (r, t) + c 2 Ψ 2 (r, t)] [c 1Ψ 1 (r, t) + c 2 Ψ 2 (r, t)] = c 1 2 Ψ 1 (r, t) 2 + c 2 2 Ψ 2 (r, t) 2 + c 1 c 2Ψ 1 (r, t)ψ 2(r, t) + c 1c 2 Ψ 1(r, t)ψ 2 (r, t) = c 1 2 ψ 1 (r) 2 + c 2 2 ψ 2 (r) 2 +c 1 c 2 ψ 1(r)ψ2 (r)e i(e 1 E 2 )t/ + c 1 c 2ψ1 (r)ψ 2(r)e i(e 1 E 2 )t/. Pode-se ver que agora a densidade de probabilidade oscila no tempo com a freqüência ν = 1 2π E 1 E 2, a qual é exatamente a freqüência do fóton emitido (ou absorvido) pela transição se E 1 > (<)E 2. Esta situação está representada na figura I.11. Como a densidade de probabilidade indica onde o elétron tem um probabilidade maior de ser encontrado, a dependência temporal em Ψ Ψ mostra que a distribuição de carga do átomo irá se deslocar no espaço como um oscilador harmônico. Portanto, mesmo na mecânica quântica, uma distribuição de carga estática não emitirá radiação eletromagnética, enquanto que uma distribuição com um momentum de dipolo elétrico emitirá radiação com freqüência igual à freqüência de oscilação.

20 20 I.9. Taxas de Transição e Regras de Seleção Figura I.11: Ilustração da emissão de um fóton por um átomo. O fóton, ao interagir com o átomo, induz oscilações de dipolo elétrico no mesmo, induzindo a emissão de um novo fóton, com a mesma freqüência. A forma mais eficiente de uma distribuição variável de carga emitir radiação eletromagnética é através de uma oscilação do tipo dipolo elétrico. O momentum de dipolo elétrico p para um átomo com um elétron é dado por p = er, onde e é a carga do elétron e r é o vetor posição em relação ao núcleo, tomado como origem. Para se obter uma expressão para a amplitude do momentum de dipolo elétrico oscilante, quando o átomo encontra-se em um estado misto, calcula-se o seu valor esperado, p = Ψ ( er)ψd 3 r [c = i Ψ i (r, t) + c f Ψ f (r, t)] ( er) [c i Ψ i (r, t) + c f Ψ f (r, t)] d 3 r = e c i 2 r Ψ i (r, t) 2 d 3 r e c f 2 r Ψ f (r, t) 2 d 3 r ec i c f rψ i (r, t)ψ f (r, t)d 3 r ec i c f rψ i (r, t)ψ f(r, t)d 3 r p = e c i 2 r ψ i (r) 2 d 3 r e c f 2 r ψ f (r) 2 d 3 r ec i c f e i(e f E i )t/ rψi (r)ψ f (r)d 3 r ec i c f ei(e f E i )t/ rψ i (r)ψf (r)d3 r, (I.26) onde foi feito uso da equação (I.25), substituindo (1, 2) (i, f). Análise da paridade. As duas primeiras integrais em (I.26) são sempre nulas, enquanto que as duas últimas são, em alguns casos, não nulas. O que determinará o valor não nulo de cada integração será a paridade das funções de onda. A paridade da função de onda ψ = ψ nml (r, θ, ϕ) = R nl (r)θ lm (θ)φ m (ϕ) frente a uma transformação r r é determinada pela paridade das autofunções para cada coordenada (r, θ, ϕ) frente a seguinte transformação: r r = r r, θ π θ, ϕ ϕ + π, como está representado na figura I.12.

21 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 21 Figura I.12: Ilustração da operação de paridade. Calculando a paridade das diferentes autofunções para cada coordenada, conclui-se que ψ nlm (r, θ, ϕ) = ( 1) l ψ nlm (r, π θ, ϕ + π). Portanto, como a função ψ nlm (r) 2 possui sempre simetria par, as duas primeiras integrais em (I.26) serão nulas, pois o integrando será sempre ímpar. Neste caso, o valor esperado do momentum de dipolo elétrico será dado por ( ) Ef E i p(t) = p fi sin t, (I.27) p fi = e ψfrψ i d 3 r, onde a grandeza p fi é denominada elemento de matriz do momentum de dipolo elétrico entre os estados inicial e final. A integração em (I.27) somente será não nula se o integrando for par, o que exige que l = l f l i = ±1, ±3, ±5,. Entretanto, além das considerações de paridade, deve-se levar em conta também a conservação do momentum angular total do sistema átomo + fóton. A eletrodinâmica quântica mostra que um fóton possui momentum angular igual a, quando emitido em uma transição de dipolo elétrico. Portanto, resulta a regra de seleção (I.24.a). A regra de seleção (I.24.b) resulta de uma análise da paridade da função de onda mais completa, ψ = ψ nljmj. Taxas de transição. A eletrodinâmica clássica 3 mostra que um dipolo elétrico oscilante emite energia eletromagnética a uma taxa média dada por 3 Ver apêndice B do Eisberg & Resnick. R = 4π3 ν 4 3ɛ 0 c 3 p2,

22 22 I.9. Taxas de Transição e Regras de Seleção onde p é a amplitude do momentum de dipolo elétrico e ν é a freqüência da oscilação. Como a energia é carregada por fotons, cujo valor individual de energia é hν, a taxa média de emissão de fotons pelo dipolo elétrico oscilante será R = R hν = 4π3 ν 3 3ɛ 0 hc 3 p2. (I.28) Um cálculo mais rigoroso, realizado via eletrodinâmica quântica mostra que basta substituir em (I.28) p fi por p e modificar o fator numérico, resultando então R = 16π3 ν 3 3ɛ 0 hc 3 p2 fi. (I.29) A equação (I.27) é a taxa de emissão de fotons ou, de forma equivalente, a taxa de transição dos átomos. Para a transição n = 2 a n = 1, a taxa de transição é da ordem R 10 8 s 1. Diz-se então que o primeiro estado excitado possui um tempo médio de vida dado por τ = 1/R 10 8 s. Já as transições que violam as regras de seleção (I.24.a,b), embora não sejam impossíveis, possuem um tempo de vida várias ordens de grandeza maiores. Para uma oscilação do tipo dipolo magnético oscilante, o tempo de vida é da ordem τ 10 4 s. Em seguida, oscilações do tipo quadrupolo elétrico oscilante possuem tempo de vida da ordem τ 10 2 s e assim por diante. Emissão espontânea e emissão estimulada de radiação. Como foi visto, para que um átomo excitado possa decair, emitindo um fóton, é necessária a sua interação com o campo eletromagnético de outro fóton. Mesmo quando não é aplicado nenhuma radiação eletromagnética externa ao átomo, sempre haverá fotons disponíveis para que o átomo possa decair através do processo de emissão espontânea. A eletrodinâmica quântica mostra que o campo eletromagnético tem energia quantizada discretamente, pois a energia, em qualquer freqüência, é dada pelo número de fotons nesta freqüência. Como qualquer outro sistema com energia quantizada, o campo eletromagnético possui uma energia de ponto zero, também conhecida como flutuação do vácuo. Assim, sempre haverá algum fóton presente para induzir uma oscilação de dipolo elétrico oscilante, levando o átomo a irradiar espontaneamente. Por outro lado, se ao átomo excitado for aplicado um campo eletromagnético externo, este será induzido a realizar a transição em um processo denominado de emissão estimulada. Qualitativamente, os dois processos de emissão são os mesmos. Uma representação gráfica também é fornecida pela figura I.11. Quando o sistema está em equilíbrio termodinâmico, o seu espectro de emissão espontânea é dada pelo espectro de um corpo negro. Por outro lado, em um sistema fora do equilíbrio, onde existe um número considerável de átomos em um determinado estado excitado, 4 caracterizando o que se denomina de inversão de população, a emissão espontânea irá ocorrer com fotons 4 Conseguido, por exemplo, pela aplicação de uma corrente elétrica com um valor bem determinado.

23 Capítulo I. Interação Spin-Órbita 23 sendo emitidos preferencialmente com freqüência determinada pelo estado de energia de maior ocupação. Se parte destes fotons forem reintroduzidos no sistema através de um conjunto de espelhos, por exemplo, estes irão estimular a emissão de novos fotons com o mesmo valor de freqüência. Este é o processo básico do funcionamento de um laser (light amplification by stimulated emission of radiation.) I.10 O Deslocamento Lamb O modelo de Dirac para a estrutura fina do Hidrogênio, conforme é ilustrado na figura I.10 ou pela equação (I.22) ainda não concorda inteiramente com experimentos. A aparente degenerescência que se pode observar na figura I.10 entre os níveis 2 S 1/2 (j = 1/2, l = 0) e 2 P 1/2 (j = 1/2, l = 1) 5 não ocorre na realidade. As separações envolvidas são extremamente pequenas; a maior separação ocorre justamente entre os níveis 2 S 1/2 e 2 P 1/2, sendo que o primeiro possui uma energia ligeiramente superior ao último, para um dado valor de n. Para j > 1/2, as separações são praticamente indistingüíveis. Em 1947, Lamb & Rutherford mediram pela primeira vez esta diferença usando radiofreqüência aplicada sobre o átomo de hidrogênio. Tratou-se de um experimento extremamente difícil, tendo que ser levada em conta também a interação hiperfina entre o momentum de dipolo magnético nuclear e o atômico. Eles descobriram que o nível 2 2 S 1/2 (n = 2, j = 1/2, l = 0) está acima do nível 2 2 P 1/2 por uma quantia de 1.057, 77 ± 0, 10MHz, ou 0, cm 1, o que corresponde a cerca de um décimo do desdobramento spin-órbita para o mesmo nível n = 2. Esta diferença energética é denominada Deslocamento Lamb. A figura I.13 ilustra a quebra de degenerescência provocada pelo Deslocamento Lamb para os níveis n = 2 e n = 3. Este efeito é explicado em termos da eletrodinâmica quântica. Uma explicação qualitativa deste fenômeno faz uso da presença da flutuação do vácuo. Estas flutuações forçam o elétron a oscilar em torno do ponto de equilíbrio, de tal forma que a distribuição de carga é deformada em relação à situação sem as flutuações do vácuo. Esta oscilação é ilustrada na figura I.11. Como o elétron encontra-se confinado dentro do núcleo pelo potencial coulombiano, o qual é um potencial não uniforme, a posição média do elétron devido ao efeito combinado do campo eletrostático não uniforme com o campo eletromagnético oscilante da flutuação do vácuo faz com que a posição média do elétron em relação ao núcleo seja distinta daquela numa situação sem a energia de ponto zero, alterando ligeiramente o valor médio de sua energia. Como a distribuição eletrônica é distinta para diferentes valores de l, o efeito se faz sentir de forma diferente para um orbital s que para um orbital p. Como o elétron num orbital s tem uma probabilidade de ser encontrado mais próxima ao núcleo que o elétron em um orbital p (para o mesmo valor de n), variações relativas no potencial médio no primeiro caso resultam maiores que no segundo caso, elevando, assim, o nível de energia do orbital s ligeiramente acima do 5 Os símbolos 2 S 1/2 e 2 P 1/2 são denominados de notação espectroscópica, a qual será abordada com mais detalhes na seção II.8.

24 24 I.10. O Deslocamento Lamb Figura I.13: Estrutura fina dos níveis n = 2 e n = 3 do Hidrogênio, incluindo o Deslocamento Lamb, juntamente com espectro das transições permitidas. nível do orbital p. Medições precisas do Deslocamento Lamb e do valor da consante de estrutura fina (α), Eq. (I.16), são de suma importância para a eletrodinâmica quântica. medidos para α é: α 1 = 137, 0365 ± 0, Um dos melhores valores A eletrodinâmica quântica permite calcular também o valor mais exato para o fator g s de spin, tomado igual g s = 2 na seção I.3.3. A teoria fornece: ) g s = 2 (1 + 0, 328α2 α2π π = 2, , o que mostra que o valor g s = 2 adotado é bastante preciso.

NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA

NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 9 INTERAÇÃO MAGNÉTICA E SPIN Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 9 - INTERAÇÃO MAGNÉTICA E SPIN ÍNDICE 9-1- Momento de Dipolo

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Força Central. Na mecânica clássica, uma força central é caracterizada por uma magnitude que depende, apenas, na distância r do objeto ao ponto de origem da força e que é dirigida ao longo do vetor que

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Força Central. Na mecânica clássica, uma força central é caracterizada por uma magnitude que depende, apenas, na distância r do objeto ao ponto de origem da força e que é dirigida ao longo do vetor que

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3 Linhas de Força Mencionamos na aula passada que o físico inglês Michael Faraday (79-867) introduziu o conceito de linha de força para visualizar a interação elétrica entre duas cargas. Para Faraday, as

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA ÍNDICE 5.1- Postulados

Leia mais

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny EFEITO FOTOELÉTRICO J.R. Kaschny Histórico 1886-1887 Heinrich Hertz realizou experimentos que pela primeira vez confirmaram a existência de ondas eletromagnéticas e a teoria de Maxwell sobre a propagação

Leia mais

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Propriedades Corpusculares da Radiação First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Vamos examinar dois processos importantes nos quais a radiação interage com a matéria: Efeito fotoelétrico Efeito

Leia mais

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de? Física 01. Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de. Considere o módulo da carga do elétron igual a. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução

Leia mais

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta.

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta. Questão 1 Um estudante de física, com o intuito de testar algumas teorias sobre circuitos e indução eletromagnética, montou o circuito elétrico indicado na figura ao lado. O circuito é composto de quatro

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro Princípios de Instrumentação Biomédica Módulo 4 Faraday Lenz Henry Weber Maxwell Oersted Conteúdo 4 - Capacitores e Indutores...1 4.1 - Capacitores...1 4.2 - Capacitor

Leia mais

EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA

EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA Questão 1 O molibdênio metálico tem de absorver radiação com frequência mínima de 1,09 x 10 15 s -1 antes que ele emita um elétron de sua superfície via efeito fotoelétrico.

Leia mais

POTENCIAL ELÉTRICO. por unidade de carga

POTENCIAL ELÉTRICO. por unidade de carga POTENCIAL ELÉTRICO A lei de Newton da Gravitação e a lei de Coulomb da eletrostática são matematicamente idênticas, então os aspectos gerais discutidos para a força gravitacional podem ser aplicadas para

Leia mais

Análise Dimensional Notas de Aula

Análise Dimensional Notas de Aula Primeira Edição Análise Dimensional Notas de Aula Prof. Ubirajara Neves Fórmulas dimensionais 1 As fórmulas dimensionais são formas usadas para expressar as diferentes grandezas físicas em função das grandezas

Leia mais

Hoje estou elétrico!

Hoje estou elétrico! A U A UL LA Hoje estou elétrico! Ernesto, observado por Roberto, tinha acabado de construir um vetor com um pedaço de papel, um fio de meia, um canudo e um pedacinho de folha de alumínio. Enquanto testava

Leia mais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais LEI DE OHM Conceitos fundamentais Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se desloca até colidir com um átomo. Com a colisão, ele perde parte ou toda energia

Leia mais

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA CAPÍTULO 1 AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA Talvez o conceito físico mais intuitivo que carregamos conosco, seja a noção do que é uma força. Muito embora, formalmente, seja algo bastante complicado

Leia mais

18 a QUESTÃO Valor: 0,25

18 a QUESTÃO Valor: 0,25 6 a A 0 a QUESTÃO FÍSICA 8 a QUESTÃO Valor: 0,25 6 a QUESTÃO Valor: 0,25 Entre as grandezas abaixo, a única conservada nas colisões elásticas, mas não nas inelásticas é o(a): 2Ω 2 V 8Ω 8Ω 2 Ω S R 0 V energia

Leia mais

Eletricidade e Magnetismo - Lista de Exercícios I CEFET-BA / UE - VITÓRIA DA CONQUISTA COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Eletricidade e Magnetismo - Lista de Exercícios I CEFET-BA / UE - VITÓRIA DA CONQUISTA COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Eletricidade e Magnetismo - Lista de Exercícios I CEFET-BA / UE - VITÓRIA DA CONQUISTA COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Carga Elétrica e Lei de Coulomb 1. Consideremos o ponto P no centro de um quadrado

Leia mais

E irr = P irr T. F = m p a, F = ee, = 2 10 19 14 10 19 2 10 27 C N. C kg = 14 1027 m/s 2.

E irr = P irr T. F = m p a, F = ee, = 2 10 19 14 10 19 2 10 27 C N. C kg = 14 1027 m/s 2. FÍSICA 1 É conhecido e experimentalmente comprovado que cargas elétricas aceleradas emitem radiação eletromagnética. Este efeito é utilizado na geração de ondas de rádio, telefonia celular, nas transmissões

Leia mais

ɸ E = ΣE.A (5) 14/04/2015. Bacharelado em Engenharia Civil. Física III

ɸ E = ΣE.A (5) 14/04/2015. Bacharelado em Engenharia Civil. Física III Bacharelado em Engenharia Civil Física III Prof a.: M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz FLUXO DE CAMPO ELÉTRICO Imagine que as linhas de campo da figura abaixo representem um campo elétrico de cargas

Leia mais

FUNDAMENTOS DE ONDAS, Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica

FUNDAMENTOS DE ONDAS, Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica FUNDAMENTOS DE ONDAS, RADIAÇÕES E PARTÍCULAS Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica Questões... O que é uma onda? E uma radiação? E uma partícula? Como elas se propagam no espaço e nos meios materiais?

Leia mais

O Átomo de BOHR. O Átomo de Bohr e o Espectro do Hidrogênio.

O Átomo de BOHR. O Átomo de Bohr e o Espectro do Hidrogênio. O Átomo de BOHR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Instituto de Física. Departamento de Física. Física do Século XXB (FIS1057). Prof. César Augusto Zen Vasconcellos. Lista 1 Tópicos. O Átomo de

Leia mais

Física. Resolução. Q uestão 01 - A

Física. Resolução. Q uestão 01 - A Q uestão 01 - A Uma forma de observarmos a velocidade de um móvel em um gráfico d t é analisarmos a inclinação da curva como no exemplo abaixo: A inclinação do gráfico do móvel A é maior do que a inclinação

Leia mais

Potencial Elétrico. e dividindo-se pela carga de prova q 0 temos o campo elétrico E:

Potencial Elétrico. e dividindo-se pela carga de prova q 0 temos o campo elétrico E: Potencial Elétrico Quando estudamos campo elétrico nas aulas passadas, vimos que ele pode ser definido em termos da força elétrica F que uma carga q exerce sobre uma carga de prova q 0. Essa força é, pela

Leia mais

4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio

4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio 4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio A aplicação mais intuitiva e que foi a motivação inicial para desenvolver essa técnica é a representação dos orbitais do átomo de hidrogênio que, desde então, tem servido

Leia mais

Vestibular UFRGS 2015. Resolução da Prova de Física

Vestibular UFRGS 2015. Resolução da Prova de Física Vestibular URGS 2015 Resolução da Prova de ísica 1. Alternativa (C) O módulo da velocidade relativa de móveis em movimentos retilíneos de sentidos opostos pode ser obtido pela expressão matemática: v r

Leia mais

Leis de Conservação. Exemplo: Cubo de gelo de lado 2cm, volume V g. =8cm3, densidade ρ g. = 0,917 g/cm3. Massa do. ρ g = m g. m=ρ.

Leis de Conservação. Exemplo: Cubo de gelo de lado 2cm, volume V g. =8cm3, densidade ρ g. = 0,917 g/cm3. Massa do. ρ g = m g. m=ρ. Leis de Conservação Em um sistema isolado, se uma grandeza ou propriedade se mantém constante em um intervalo de tempo no qual ocorre um dado processo físico, diz-se que há conservação d a propriedade

Leia mais

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios.

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. Exercícios A U L A 10 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas Aulas 4 a 9 por meio da

Leia mais

REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE SINAIS SENOIDAIS

REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE SINAIS SENOIDAIS REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE SINAIS SENOIDAIS Neste capítulo será apresentada uma prática ferramenta gráfica e matemática que permitirá e facilitará as operações algébricas necessárias à aplicação dos métodos

Leia mais

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E Ondas Eletromagnéticas. (a) Ondas Planas: - Tendo introduzido dinâmica no sistema, podemos nos perguntar se isto converte o campo eletromagnético de Maxwell em uma entidade com existência própria. Em outras

Leia mais

Capítulo 4 Trabalho e Energia

Capítulo 4 Trabalho e Energia Capítulo 4 Trabalho e Energia Este tema é, sem dúvidas, um dos mais importantes na Física. Na realidade, nos estudos mais avançados da Física, todo ou quase todos os problemas podem ser resolvidos através

Leia mais

O caso estacionário em uma dimensão

O caso estacionário em uma dimensão O caso estacionário em uma dimensão A U L A 6 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico no caso de o potencial ser independente do tempo. objetivos verificar que, no caso de o potencial ser independente

Leia mais

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13 Sumário Prefácio................................................................. xi Prólogo A Física tira você do sério?........................................... 1 1 Lei da Ação e Reação..................................................

Leia mais

PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA

PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA PARADOXO DA REALIZAÇÃO DE TRABALHO PELA FORÇA MAGNÉTICA Marcelo da S. VIEIRA 1, Elder Eldervitch C. de OLIVEIRA 2, Pedro Carlos de Assis JÚNIOR 3,Christianne Vitor da SILVA 4, Félix Miguel de Oliveira

Leia mais

RESUMO 2 - FÍSICA III

RESUMO 2 - FÍSICA III RESUMO 2 - FÍSICA III CAMPO ELÉTRICO Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q também tem um campo que pode influenciar as cargas de prova q nele colocadas. E usando esta analogia, podemos

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 8

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 8 Exemplos de Cálculo do Potencial Elétrico Vimos na aula passada que há duas maneiras de se calcular o potencial elétrico. Quando se conhece a distribuição de cargas (discreta ou contínua), usa-se as equações

Leia mais

1.5 O oscilador harmónico unidimensional

1.5 O oscilador harmónico unidimensional 1.5 O oscilador harmónico unidimensional A energia potencial do oscilador harmónico é da forma U = 2 2, (1.29) onde é a constante de elasticidade e a deformação da mola. Substituindo (1.29) em (1.24) obtemos

Leia mais

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA 1 TEORIA 1 DEFININDO ESPELHOS PLANOS Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana e polida, portanto, regular, capaz de refletir a luz nela incidente (Figura 1). Figura 1: Reflexão regular

Leia mais

CAPACITORES. Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br

CAPACITORES. Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br CAPACITORES DEFINIÇÕES Quando as placas do capacitor estão carregadas com cargas iguais e de sinais diferentes, estabelece-se entre as placas uma diferença de potencial V que é proporcional à carga. Q

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções 1. INTRODUÇÃO Ao se obter uma sucessão de pontos experimentais que representados em um gráfico apresentam comportamento

Leia mais

EFEITO COMPTON. J.R. Kaschny

EFEITO COMPTON. J.R. Kaschny EFEITO COMPTON J.R. Kaschny Os Experimentos de Compton Das diversas interações da radiação com a matéria, um destaque especial é dado ao efeito, ou espalhamento, Compton - Arthur Holly Compton (93, Nobel

Leia mais

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 15

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 15 Ondas (continuação) Ondas propagando-se em uma dimensão Vamos agora estudar propagação de ondas. Vamos considerar o caso simples de ondas transversais propagando-se ao longo da direção x, como o caso de

Leia mais

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

Espectometriade Fluorescência de Raios-X FRX Espectometriade Fluorescência de Raios-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro FEG Conceito A espectrometria de fluorescência de raios-x é uma técnica não destrutiva que permite identificar

Leia mais

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428 Aula 8 Fótons e ondas de matéria II Física Geral F-428 1 Resumo da aula anterior: Planck e o espectro da radiação de um corpo negro: introdução do conceito de estados quantizados de energia para os osciladores

Leia mais

Não é permitido nenhum tipo de consulta!

Não é permitido nenhum tipo de consulta! INSTRUÇÕES de PRÊMIO IFT-ICTP PARA JOVENS FÍSICOS Não escreva seu nome em nenhum lugar da prova. Em cada das seis folhas de questões, escreva o número do seu RG. Verifique que você tem as seis folhas de

Leia mais

Fenómenos Ondulatórios. Reflexão, refracção, difracção

Fenómenos Ondulatórios. Reflexão, refracção, difracção Fenómenos Ondulatórios Reflexão, refracção, difracção Natureza dualística da radiação electromagnética A radiação electromagnética é um fenómeno ondulatório envolvendo a propagação de um campo magnético

Leia mais

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL.1 Funções Vetoriais de Uma Variável Real Vamos agora tratar de um caso particular de funções vetoriais F : Dom(f R n R m, que são as funções vetoriais de uma

Leia mais

Além do Modelo de Bohr

Além do Modelo de Bohr Além do Modelo de Bor Como conseqüência do princípio de incerteza de Heisenberg, o conceito de órbita não pode ser mantido numa descrição quântica do átomo. O que podemos calcular é apenas a probabilidade

Leia mais

1 P r o j e t o F u t u r o M i l i t a r w w w. f u t u r o m i l i t a r. c o m. b r

1 P r o j e t o F u t u r o M i l i t a r w w w. f u t u r o m i l i t a r. c o m. b r Exercícios Potencial Elétrico 01. O gráfico que melhor descreve a relação entre potencial elétrico V, originado por uma carga elétrica Q < 0, e a distância d de um ponto qualquer à carga, é: 05. Duas cargas

Leia mais

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont.

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Matemática para arquitetura Ton Marar 1. Posições relativas Posição relativa entre pontos Dois pontos estão sempre alinhados. Três pontos P 1 = (x 1,

Leia mais

=30m/s, de modo que a = 30 10 =3m/s2. = g sen(30 o ), e substituindo os valores, tem-se. = v B

=30m/s, de modo que a = 30 10 =3m/s2. = g sen(30 o ), e substituindo os valores, tem-se. = v B FÍSIC 1 Considere a figura a seguir. Despreze qualquer tipo de atrito. a) O móvel de massa M = 100 kg é uniformemente acelerado (com aceleração a) a partir do repouso em t =0 segundos, atingindo B, emt

Leia mais

APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS

APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS http://hermes.ucs.br/ccet/deme/emsoares/inipes/complexos/ APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS Silvia Carla Menti Propicio Universidade de Caxias do Sul Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de

Leia mais

Um capacitor não armazena apenas carga, mas também energia.

Um capacitor não armazena apenas carga, mas também energia. Capacitores e Dielétricos (continuação) Energia armazenada num capacitor Um capacitor não armazena apenas carga, mas também energia. A energia armazenada num capacitor é igual ao trabalho necessário para

Leia mais

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela Onde estamos? Nosso roteiro ao longo deste capítulo Princípio do impulso e quantidade de

Leia mais

Microfone e altifalante. Conversão de um sinal sonoro num sinal elétrico. sinal elétrico num sinal sonoro.

Microfone e altifalante. Conversão de um sinal sonoro num sinal elétrico. sinal elétrico num sinal sonoro. Microfone e altifalante Conversão de um sinal sonoro num sinal elétrico. Conversão de um sinal elétrico num sinal sonoro. O funcionamento dos microfones e dos altifalantes baseia-se na: - acústica; - no

Leia mais

3. Duas esferas A e B de massas m A = 5 g e m B =

3. Duas esferas A e B de massas m A = 5 g e m B = Curso de pós graduação em Astrofísica Prova de admissão 1. O menor ângulo sob o qual o olho humano consegue visualizar dois pontos é da ordem de 1 (um minuto de arco). Esse ângulo recebe o nome de ângulo

Leia mais

Disciplina : Termodinâmica. Aula 5 ANÁLISE DA MASSA E ENERGIA APLICADAS A VOLUMES DE CONTROLE

Disciplina : Termodinâmica. Aula 5 ANÁLISE DA MASSA E ENERGIA APLICADAS A VOLUMES DE CONTROLE Curso: Engenharia Mecânica Disciplina : Aula 5 ANÁLISE DA MASSA E ENERGIA APLICADAS A VOLUMES DE CONTROLE Prof. Evandro Rodrigo Dário, Dr. Eng. Vazão mássica e vazão volumétrica A quantidade de massa que

Leia mais

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari

Eletricidade Aula 1. Profª Heloise Assis Fazzolari Eletricidade Aula 1 Profª Heloise Assis Fazzolari História da Eletricidade Vídeo 2 A eletricidade estática foi descoberta em 600 A.C. com Tales de Mileto através de alguns materiais que eram atraídos entre

Leia mais

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( )

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( ) Física 0 Duas partículas A e, de massa m, executam movimentos circulares uniormes sobre o plano x (x e representam eixos perpendiculares) com equações horárias dadas por xa ( t ) = a+acos ( ωt ), ( t )

Leia mais

Movimento Harmônico Simples: Exemplos (continuação)

Movimento Harmônico Simples: Exemplos (continuação) Movimento Harmônico Simples: Exemplos (continuação) O Pêndulo Físico O chamado pêndulo físico é qualquer pêndulo real. Ele consiste de um corpo rígido (com qualquer forma) suspenso por um ponto O e que

Leia mais

Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe

Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Disciplina: Física Geral e Experimental III Curso: Engenharia de Produção Assunto: Gravitação Prof. Dr. Marcos A. P. Chagas 1. Introdução Na gravitação

Leia mais

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Roteiro 1. Motivação: - Isótopos: o que são porque um determinado isótopo é mais interessantes que

Leia mais

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna:

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: Teoria Quântica de Campos II 124 Felizmente, podemos provar que isto é verdade usando as relações de Ward-Takahashi: ( eq 99.1 ) Como uma

Leia mais

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO COLÉGIO ESTADUAL RAINHA DA PAZ, ENSINO MÉDIO REPOSIÇÃO DAS AULAS DO DIA 02 e 03/07/2012 DAS 1 ª SÉRIES: A,B,C,D,E e F. Professor MSc. Elaine Sugauara Disciplina de Química ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO As ondas

Leia mais

Correção da ficha de trabalho N.º3

Correção da ficha de trabalho N.º3 Correção da ficha de trabalho N.º3 1- Classifique as afirmações seguintes em verdadeiras ou falsas, corrigindo estas últimas: A. A passagem de um átomo de um estado excitado ao estado fundamental é acompanhada

Leia mais

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo.

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Capacitores e Dielétricos Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Imaginemos uma configuração como a de um capacitor em que os

Leia mais

Universidade Federal de São Paulo Instituto de Ciência e Tecnologia Bacharelado em Ciência e Tecnologia

Universidade Federal de São Paulo Instituto de Ciência e Tecnologia Bacharelado em Ciência e Tecnologia Universidade Federal de São Paulo Instituto de Ciência e Tecnologia Bacharelado em Ciência e Tecnologia Oscilações 1. Movimento Oscilatório. Cinemática do Movimento Harmônico Simples (MHS) 3. MHS e Movimento

Leia mais

Equilíbrio de um Ponto

Equilíbrio de um Ponto LABORATÓRIO DE FÍSICA Equilíbrio de um Ponto Experiência 03/2014 Objetivos: Conceituar e aplicar as leis de Newton na vida cotidiana. Diferenciar grandezas escalares e grandezas vetoriais. Determinar o

Leia mais

FONTES DE CAMPO MAGNÉTICO. Caracterizar e mostrar o campo magnético produzido por uma carga a velocidade constante.

FONTES DE CAMPO MAGNÉTICO. Caracterizar e mostrar o campo magnético produzido por uma carga a velocidade constante. FONTES DE CAMPO MAGNÉTICO META Aula 8 Caracterizar e mostrar o campo magnético produzido por uma carga a velocidade constante. Mostrar a lei da circulação de Ampère-Laplace e a lei de Biot-Savart. Estudar

Leia mais

Capacitância. 4.1 Capacitores e Capacitância. 4.1.1 Capacitor de Placas Paralelas

Capacitância. 4.1 Capacitores e Capacitância. 4.1.1 Capacitor de Placas Paralelas Capítulo 4 Capacitância 4.1 Capacitores e Capacitância O capacitor é um aparelho eletrônico usado para armazenar energia elétrica. Consiste de dois condutores com um isolante entre eles. Os condutores

Leia mais

a 1 x 1 +... + a n x n = b,

a 1 x 1 +... + a n x n = b, Sistemas Lineares Equações Lineares Vários problemas nas áreas científica, tecnológica e econômica são modelados por sistemas de equações lineares e requerem a solução destes no menor tempo possível Definição

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 4

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 4 Lei de Gauss Considere uma distribuição arbitrária de cargas ou um corpo carregado no espaço. Imagine agora uma superfície fechada qualquer envolvendo essa distribuição ou corpo. A superfície é imaginária,

Leia mais

ENERGIA POTENCIAL E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Física Geral I (1108030) - Capítulo 04

ENERGIA POTENCIAL E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Física Geral I (1108030) - Capítulo 04 ENERGIA POTENCIAL E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Física Geral I (1108030) - Capítulo 04 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2012.2 1 / 15 Sumário Trabalho e EP Energia potencial Forças conservativas Calculando

Leia mais

Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia B

Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia B Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia B Prof a. Katia C. de Almeida 1 Obtenção Experimental dos Parâmetros do Circuito Equivalente do Motor de Indução Monofásico 1.1 Introdução 1.1.1 Motores

Leia mais

Circuitos CA I. 1 Resumo da aula anterior. Aula 6. 5 de abril de 2011

Circuitos CA I. 1 Resumo da aula anterior. Aula 6. 5 de abril de 2011 Circuitos CA I Aula 6 5 de abril de 20 Resumo da aula anterior Estudamos a teoria formulada por Lammor que permite explicar a existência de diamagnetismo em algumas substancia. Basicamente a teoria supõe

Leia mais

LENTES E ESPELHOS. O tipo e a posição da imagem de um objeto, formada por um espelho esférico de pequena abertura, é determinada pela equação

LENTES E ESPELHOS. O tipo e a posição da imagem de um objeto, formada por um espelho esférico de pequena abertura, é determinada pela equação LENTES E ESPELHOS INTRODUÇÃO A luz é uma onda eletromagnética e interage com a matéria por meio de seus campos elétrico e magnético. Nessa interação, podem ocorrer alterações na velocidade, na direção

Leia mais

Geradores elétricos GERADOR. Energia dissipada. Símbolo de um gerador

Geradores elétricos GERADOR. Energia dissipada. Símbolo de um gerador Geradores elétricos Geradores elétricos são dispositivos que convertem um tipo de energia qualquer em energia elétrica. Eles têm como função básica aumentar a energia potencial das cargas que os atravessam

Leia mais

Se um sistema troca energia com a vizinhança por trabalho e por calor, então a variação da sua energia interna é dada por:

Se um sistema troca energia com a vizinhança por trabalho e por calor, então a variação da sua energia interna é dada por: Primeira Lei da Termodinâmica A energia interna U de um sistema é a soma das energias cinéticas e das energias potenciais de todas as partículas que formam esse sistema e, como tal, é uma propriedade do

Leia mais

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar 3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar Vimos que as previsões sobre as capacidades caloríficas molares baseadas na teoria cinética estão de acordo com o comportamento

Leia mais

22/Abr/2015 Aula 15. 17/Abr/2015 Aula 14

22/Abr/2015 Aula 15. 17/Abr/2015 Aula 14 17/Abr/2015 Aula 14 Introdução à Física Quântica Radiação do corpo negro; níveis discretos de energia. Efeito foto-eléctrico: - descrições clássica e quântica - experimental. Efeito de Compton. 22/Abr/2015

Leia mais

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo 01. Dois astronautas, A e B, encontram-se livres na parte externa de uma estação espacial, sendo desprezíveis as forças de atração gravitacional sobre eles. Os astronautas com seus trajes espaciais têm

Leia mais

Problemas de Mecânica e Ondas 11

Problemas de Mecânica e Ondas 11 Problemas de Mecânica e Ondas 11 P. 11.1 ( Exercícios de Física, A. Noronha, P. Brogueira) Dois carros com igual massa movem-se sem atrito sobre uma mesa horizontal (ver figura). Estão ligados por uma

Leia mais

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D 6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D Até agora estudamos e implementamos um conjunto de ferramentas básicas que nos permitem modelar, ou representar objetos bi-dimensionais em um sistema também

Leia mais

ELETROSTÁTICA 3ª SÉRIE

ELETROSTÁTICA 3ª SÉRIE ELETROSTÁTICA 3ª SÉRIE 1. (Pucrj 013) Duas cargas pontuais q1 3,0 μc e q 6,0 μc são colocadas a uma distância de 1,0 m entre si. Calcule a distância, em metros, entre a carga q 1 e a posição, situada entre

Leia mais

Campo Magnético de Espiras e a Lei de Faraday

Campo Magnético de Espiras e a Lei de Faraday Campo Magnético de Espiras e a Lei de Faraday Semestre I - 005/006 1.Objectivos 1) Estudo do campo magnético de espiras percorridas por corrente eléctrica. ) Estudo da lei de indução de Faraday.. Introdução

Leia mais

Lista de Eletrostática da UFPE e UPE

Lista de Eletrostática da UFPE e UPE Lista de Eletrostática da UFPE e UPE 1. (Ufpe 1996) Duas pequenas esferas carregadas repelem-se mutuamente com uma força de 1 N quando separadas por 40 cm. Qual o valor em Newtons da força elétrica repulsiva

Leia mais

Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá. 4 de junho de 2013

Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá. 4 de junho de 2013 GRAVITAÇÃO Mecânica II (FIS-26) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá IEFF-ITA 4 de junho de 2013 Roteiro 1 Lei da Universal Roteiro Lei da Universal 1 Lei da Universal Motivação Lei da Universal Movimento

Leia mais

4.2 A lei da conservação do momento angular

4.2 A lei da conservação do momento angular 4.2-1 4.2 A lei da conservação do momento angular 4.2.1 O momento angular e o torque Até agora, não fizemos uso da segunda parte das experiências de Mach, ver capítulo 2, Eq. (2.3). Heis aqui outra vez

Leia mais

Energia & Trabalho. Aula 3

Energia & Trabalho. Aula 3 Todo o material disponibilizado é preparado para as disciplinas que ministramos e colocado para ser acessado livremente pelos alunos ou interessados. Solicitamos que não seja colocado em sites nãolivres.

Leia mais

Soluções das Questões de Física do Processo Seletivo de Admissão à Escola Preparatória de Cadetes do Exército EsPCEx

Soluções das Questões de Física do Processo Seletivo de Admissão à Escola Preparatória de Cadetes do Exército EsPCEx Soluções das Questões de Física do Processo Seletivo de dmissão à Escola Preparatória de Cadetes do Exército EsPCEx Questão Concurso 009 Uma partícula O descreve um movimento retilíneo uniforme e está

Leia mais

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel. Matemática Essencial Equações do Segundo grau Conteúdo Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ 1 Introdução

Leia mais

4.10 Solução das Equações de Estado através da Transformada de Laplace Considere a equação de estado (4.92)

4.10 Solução das Equações de Estado através da Transformada de Laplace Considere a equação de estado (4.92) ADL22 4.10 Solução das Equações de Estado através da Transformada de Laplace Considere a equação de estado (4.92) A transformada de Laplace fornece: (4.93) (4.94) A fim de separar X(s), substitua sx(s)

Leia mais

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO Ao incidir em uma lente convergente, um feixe paralelo de luz, depois de passar pela lente, é concentrado em um ponto denominado foco (representado por

Leia mais

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau U L 9 Meta da aula plicar o formalismo quântico ao caso de uma partícula quântica que incide sobre o degrau de potencial, definido na ula 8. Vamos

Leia mais

CINEMÁTICA - É a parte da mecânica que estuda os vários tipos de movimento, sem se preocupar com as causas destes movimentos.

CINEMÁTICA - É a parte da mecânica que estuda os vários tipos de movimento, sem se preocupar com as causas destes movimentos. INTRODUÇÃO À CINEMÁTICA REPOUSO OU MOVIMENTO? DEPENDE DO REFERENCIAL! CINEMÁTICA - É a parte da mecânica que estuda os vários tipos de movimento, sem se preocupar com as causas destes movimentos. REFERENCIAL.

Leia mais

CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS 1.1 CIÊNCIAS TÉRMICAS

CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS 1.1 CIÊNCIAS TÉRMICAS CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS 1.1 CIÊNCIAS TÉRMICAS Este curso se restringirá às discussões dos princípios básicos das ciências térmicas, que são normalmente constituídas pela termodinâmica,

Leia mais

FISICA. Justificativa: Taxa = 1,34 kw/m 2 Energia em uma hora = (1,34 kw/m 2 ).(600x10 4 m 2 ).(1 h) ~ 10 7 kw. v B. v A.

FISICA. Justificativa: Taxa = 1,34 kw/m 2 Energia em uma hora = (1,34 kw/m 2 ).(600x10 4 m 2 ).(1 h) ~ 10 7 kw. v B. v A. FISIC 01. Raios solares incidem verticalmente sobre um canavial com 600 hectares de área plantada. Considerando que a energia solar incide a uma taxa de 1340 W/m 2, podemos estimar a ordem de grandeza

Leia mais