INSTITUTO ÁGORA PROFICIÊNCIA FILOSÓFICA. Resenha do módulo II Antropologia Cultural

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1 INSTITUTO ÁGORA PROFICIÊNCIA FILOSÓFICA Resenha do módulo II Antropologia Cultural Alexandre Queibre Baltazar Volta Redonda 2015

2 O termo cultura significa segundo o Novo Dicionário da língua portuguesa: ato, efeito ou modo de cultivar; complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característico de uma sociedade. A palavra cultura teve sua origem, em nossa língua a partir do termo germânico kultur que era utilizado para simbolizar os aspectos espirituais de uma comunidade e a palavra civilization (palavra francesa) referia-se as realizações materiais de um determinado povo. Edward Tylor sintetiza os dois termos na palavra inglesa culture, que dá origem à palavra em nossa língua. O conceito de Tylor se identifica como: Todos os conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo ser humano em uma comunidade ou sociedade. Sendo assim a cultura pode ser aprendida por um homem, descartando então a ideia do conhecimento inato, defendida por muitos filósofos, principalmente os racionalistas. A corrente filosófica que se identifica bem com o conceito de cultura de Tylor é a empirista que teve como um de seus maiores pensadores John Locke, este defendia que a mente humana era como uma tabula rasa, ou seja, era completamente limpa e pronta para adquirir conhecimento a partir das experiências vividas como afirmavam os filósofos empiristas. Segundo Confúcio, A natureza dos homens é a mesma, seus hábitos que os mantêm separados. Já na antiguidade buscava-se explicar a origem da cultura do ser humano, busca esta que se dava também a partir das diferenças biológicas ou geográficas, porém as características biológicas e geográficas não explicam as diferenças culturais, pois o comportamento dos indivíduos ocorre através do aprendizado do processo de inclusão deste na sociedade em que vive. Desde pequeno o mesmo é educado a agir e pensar de acordo com os costumes, hábitos, crenças etc. da sociedade da qual está inserido, este processo recebe o nome de endoculturação ou socialização. A cultura então é que determina os diferentes comportamentos entre os seres humanos e não a herança genética ou a localização geográfica dos indivíduos como se explicava na antiguidade. Uma vez que a cultura é aprendida e não herdada como vimos até aqui podemos dizer que a comunicação é decisiva para a assimilação da cultura, pois as experiências são transmitidas por gerações, o que gera valores fixos numa determinada cultura, temos o exemplo de civilizações antigas que construíram suas culturas por meio do processo que é chamado de tradição oral, muito comum quando não existia ainda a escrita. Podemos concluir então que a linguagem se torna um componente cultural, por ser um mecanismo multiplicador de uma determinada cultura.

3 O ser humano é o único animal racional, ou seja, é pensante, consequentemente tem a habilidade de reter suas ideias e comunicá-las a seus descendentes ou semelhantes e influenciá-los a agir de uma determinada forma, surge a partir disto ás normas e leis para vivência em sociedades globais ou qualquer outra organização social, sendo assim podemos citar que as mudanças culturais são também adquiridas de acordo com o tempo. A cultura é ainda a forma como o ser humano se adapta aos diferentes ambientes em que vive ou possa viver, ou seja, ela transforma o ambiente adaptando-o as suas necessidades. As inovações e invenções tecnológicas ilustram bem como o ser humano condiciona o ambiente em que vive. O conceito de cultura de Tylor é o primeiro do ponto de vista antropológico na forma como ainda é utilizado hodiernamente. Não existe porém um consenso na antropologia moderna sobre o conceito de cultura, para Kessing a cultura pode ser expressa por duas correntes. A primeira considera a cultura como um sistema adaptativo. A segunda são teorias idealistas divididas em três abordagens: 1 Sistema cognitivo Cultura é um sistema de conhecimento, os indivíduos de uma sociedade precisam acreditar e conhecer; 2 Sistema estrutural Cultura é um sistema simbólico que consiste na criação acumulativa da mente humana. 3 Sistema simbólico Cultura é um sistema de símbolos e significados partilhados por membros de uma mesma sociedade. O ser humano enxerga o mundo a partir da cultura, por conceber a realidade por suas lentes culturais é muito comum ocorrer o etnocentrismo que se caracteriza pelo fato de um indivíduo em sua cultura achar que seu modo de vida é o mais correto e verdadeiro em detrimento dos outros. Como o homem enxerga o mundo pela sua cultura, podemos definir que a existência humana é marcada por sua cultura, uma vez que a concepção da realidade (ou pelo menos em sua aparência) será realizada não apenas pelos sentidos mas também a partir dos valores culturais que cada um possui. A cultura registra todos os comportamentos humanos, seu relacionamento consigo mesmo, com seu semelhante e com o mundo que lhe cerca. A troca de informações obtida através do contato com diferentes culturas devido ao processo de colonização fez com que os europeus refletissem sobre a evolução e desenvolvimento da cultura humana. Surgiram a partir daí algumas maneiras de interpretar esta evolução:

4 1 Monogenia: Defendida por Jean Jacques Rosseau, considerava que a humanidade ia desde o estágio primitivo até ao estágio da civilização (segundo os padrões europeus é claro). 2 Poligenia: Explicavam que diferentes centros de criação traziam diferenças físicas e morais nos homens, portanto, mesmo que tivessem ancestrais comuns, os seres humanos se diferenciaram tanto num determinado momento que gerou degeneração. A partir da obra de Darwin a origem das espécies o conceito de evolução passou a ser aplicado não somente para a biologia, mas também para muitas outras áreas do conhecimento. A antropologia por sua vez também foi influenciada, abandonando assim o uso do tempo para caracterizar a cultura, demarcou estágios para caracterizar a evolução cultural do homem. Isto ocorreu em uma época em que as colônias europeias foram descobertas, sendo assim enquanto a política também influenciada pelo darwinismo defendeu ideia de que os povos menos evoluídos deveriam ceder seu espaço e riquezas aos mais aptos, a antropologia por sua vez caracterizou o modo de vida dos povos das colônias como primitivo ou selvagem comparando-o com o modo de vida europeu caracterizando-o como evoluído ou civilizado, ou seja, muitos antropólogos analisaram a cultura dessas sociedades sob o ponto de vista da ideia do progresso europeu iluminista e conceituaram cultura não mais como os hábitos, crenças, costumes, etc. em comum de um grupo de pessoas, mas conceituaram cultura como o modo de vida europeu, e subjulgaram esses povos por serem sem cultura e sem civilização. Houve em determinado momento da história, porém que a perspectiva evolucionista para se definir cultura foi abandonada, surge então a corrente funcionalista na antropologia da qual Bronislaw Malinowski foi seu precursor. Ele desapegou-se do conceito de civilização baseado no progresso e na cultura europeia como sendo os referenciais da evolução da cultura humana, Malinowski se dedicou a aprender a cultura dos povos nativos das colônias sob o ponto de vista desses povos, ou seja, a partir do pensamento desses povos e de sua etnia, a partir da ideia do que seria a civilização para eles. Ainda na sua antropologia cultural definiu que as necessidades biológicas são primárias e que elas definem as necessidades culturais que se tornariam secundarias consequentemente. Outro funcionalista foi Radcliffe Brown, para ele a antropologia não deveria se tornar mero estudo etnográfico, usou o método indutivo para buscar estabelecer regularidades e leis gerais de uma determinada sociedade de uma colônia. Ele também considerava de suma importância conhecer a cultura nativa do ponto de vista do nativo e rejeitava, portanto, o conceito de cultura predominante em sua época, pois, considerava-o insuficiente para realizar

5 uma análise social. O conceito é substituído por Brown pela realidade empírica das estruturas sociais de uma colônia, para ele o conjunto de relações entre os indivíduos forma uma estrutura social, o padrão destas relações está na constância dos mesmos gerando assim uma forma estrutural padrão. Porém para Brown também pode haver mudanças na forma estrutural, mas de forma mais lenta. O funcionalismo possibilitou a quebra do dogmatismo europeu em relação ao que era considerado como cultura e civilização, porém quando a antropologia funcionalista vale-se do relativismo para dizer que cada cultura é válida em si mesma ele anula a possibilidade de trocas culturais de diferentes povos não possibilitando assim o desenvolvimento dos mesmos a partir de valores tidos como universais e válidos para qualquer época ou lugar. Há teorias modernas sobre o conceito de cultura utilizado pela antropologia para explicar principalmente a cultura dentro das organizações. Uma destas teorias é o estruturalismo. Um de seus representantes (Geertz) disse que a cultura está localizada na mente e no coração dos homens. Entre os métodos utilizados por ele estava a pesquisa entre informantes de uma determinada organização que após coletar informações acerca da organização o pesquisador as interpreta e compartilha com os informantes. Para Schein para investigar a cultura de uma organização é necessário analisar: o processo de socialização de novos membros; as respostas sobre incidentes críticos na história da organização; as crenças, valores e convicções dos criadores de uma determinada cultura dentro de uma organização; analisar com pessoas dentro da organização as descobertas realizadas por uma pesquisa de cultura organizacional. Fleury é outro importante nome contemporâneo na pesquisa de culturas organizacionais, para ele uma cultura organizacional é entre outras coisas um conjunto de valores e pressupostos básicos que constroem a identidade da organização como também podem ocultar e instrumentalizar as relações de dominação. Concluímos afirmando que o ser humano é um ser também cultural, que através dos conjuntos de regras, costumes, hábitos, crenças e todos os demais conceitos que criam o conceito de cultura, o ser humano concebe a realidade e representa o mundo ao seu redor, sua relação com este mundo, consigo mesmo e com seus semelhantes não somente por seus sentidos, mas também pelo ambiente social em que vive e suas tradições. Neste sentido o ser humano se adapta a qualquer tipo de realidade que é construída ou lhe imposta, uma vez que a mesma é criada sob as regras e tradições de uma determinada cultura que na maioria das vezes lhe é apresentada como realidade das realidades ou realidade única e verdadeira (o antigo problema do etnocentrismo já citado anteriormente). Como a cultura é também o

6 acúmulo de conhecimento passado através do tempo pelas gerações, se esta cultura possui melhorias contínuas, comparada a gerações passadas, prova-se que nenhuma realidade é tão boa culturalmente que não possa melhorar. Outro ponto importante neste estudo é destacar que se há diferentes culturas que influenciam e influenciaram o ser humano para conceber a realidade da vida de diferentes formas, isto significa que a realidade pode ser desconstruída e reconstruída e isto nos leva a mais antiga questão filosófica, a saber, o homem pode conhecer a realidade? Ou apenas concebê-la como ela se apresenta a ele? E como ela se apresenta a ele é a forma real de como ela o é? O estudo da antropologia cultural é então um importante instrumento para estudar como o homem lida com a realidade e se desenvolve nela e também a desenvolve.

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