Informamos a todos os participantes que a apresentação que será realizada a seguir estará disponível para download no site

Transcrição

1 Operadora: Bom dia, senhoras e senhores. Sejam bem-vindos à teleconferência dos resultados referentes ao 1T08 da Utilidades S.A. Estão presentes hoje conosco o Sr. Manoel Amorim, Diretor Presidente da, o Sr. Leonardo de Paiva Rocha, Diretor de Relações com Investidores, e o Sr. Arnaldo Faissol, Gerente de Relações com Investidores. Informamos a todos os participantes que a apresentação que será realizada a seguir estará disponível para download no site Informamos também que os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência relativas às perspectivas de negócios da Companhia, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia. Considerações futuras não são garantias de desempenho e envolvem riscos, incertezas e premissas. Estas se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da Empresa e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Manoel Amorim, Diretor Presidente da, que iniciará a apresentação. Por favor, Sr. Amorim, pode prosseguir. Bom dia a todos. Eu gostaria de agradecer mais uma vez pelo interesse de todos os participantes no acompanhamento do nosso negócio. Nós vamos fazer hoje uma apresentação relativamente curta, para deixar mais tempo para perguntas dentro da uma hora que nós temos alocada para esta conferência de resultados. Eu gostaria de começar salientando que os resultados desse 1T08, como todos aqueles que tiveram a oportunidade de rever já a apresentação, ficaram ainda bastante aquém das potencialidades da Companhia. No entanto, eles são resultados de uma série de efeitos estruturais positivos que nós vamos cobrir com vocês hoje, e eu vou mencionar brevemente nesta abertura, com alguns resultados pontuais que foram bastante negativos como resultado de novas mudanças que nós estamos implementando na Companhia. Nós tivemos, como highlights positivos desse trimestre, que, como eu disse, teve um desempenho ainda bastante aquém das potencialidades da Companhia, alguns resultados de mudanças estruturais que nós temos implementado bastante positivos. 1

2 O primeiro deles que eu gostaria de salientar é o crescimento das margens. Nós continuamos a ver nesse trimestre uma consolidação do nosso ganho de margens, que vem como resultado de uma melhor precificação, de melhor relacionamento e negociações com nossos fornecedores. Nós sustentamos uma margem elevada no 1T08, comparado com os últimos quatro trimestres foi a maior margem que nós tivemos, apesar de um efeito já consolidado de mercado, de liquidações no mês de janeiro. Apesar dessas liquidações, nós sustentamos a mesma margem que nós obtivemos no 4T07 e foi a maior margem dos últimos cinco trimestres; e acho que essa é uma demonstração de que nós estamos em um caminho de recomposição de margens dos nossos negócios, e é uma mudança sustentável. O segundo efeito positivo que nós queremos salientar nesse trimestre foi o crescimento bastante significativo da nossa receita de serviços, que cresceu 46,1% em relação ao 1T07. Nós estamos migrando nosso negócio para que ele tenha cada vez mais um mix maior de serviços no nosso mix de vendas, dada a maior margem desse negócio dentro da nossa receita consolidada, de forma que essa é uma outra evolução bastante positiva e, repito, estrutural do nosso negócio, que vem se consolidando à medida que nosso processo de reestruturação da Empresa se consolida. O outro efeito positivo nesse trimestre, apesar de nós termos demonstrado ao longo dos três meses um crescimento de receitas modesto no consolidado, que ficou em torno de 5%, nós tivemos um efeito pontual de um janeiro muito ruim em relação ao 1T07, e este janeiro ruim, no comparativo, se deu em virtude de dois efeitos, ambos pontuais. O primeiro deles, nós tivemos este ano uma liquidação, que foi acompanhada no timing, no seu momento, por todos os nossos competidores praticamente, o que não ocorreu no ano anterior. No ano anterior o Ponto Frio se antecipou aos demais concorrentes na liquidação, nós tivemos uma venda que superou os R$100 milhões nos três dias de liquidação porque nós estávamos sozinhos no ano passado. Este ano, como houve mais concorrência pelos clientes nesse momento de liquidação de estoques excedentes do mês de dezembro, nós vendemos apenas cerca de R$75 milhões nesses mesmos três dias de liquidação, o que resultou, em um comparativo em relação ao ano anterior, em uma redução de receita de cerca de R$25 milhões. E nós tivemos, também, um problema de abastecimento no mês de janeiro devido a um problema comercial de compras mal planejadas nos meses de outubro e novembro, que foram resolvidos de forma sistêmica, mas que nos afetaram muito no início do mês de janeiro, que nós não pudemos recompor estoques em virtude das férias coletivas dos nossos fornecedores. Então, esses dois efeitos pontuais nos trouxeram janeiro ruim. O trimestre se recuperou ao longo dos meses. Nós tivemos um mês de fevereiro bom e um mês de março muito bom, com crescimento de 12% em relação a março do ano anterior, e nós acreditamos que este tipo de tendência possa ser sustentada ao longo do ano e vamos fazer de tudo, obviamente, para sustentá-la. Nós tivemos um trimestre que foi, no ponto de vista de vendas, e isso também teve uma pequena contribuição de resultados, ruim no mês de janeiro pontualmente. 2

3 Excluindo-se esses efeitos, volto a dizer, nosso crescimento foi positivo nos meses de janeiro e de fevereiro. E finalmente, eu diria que os últimos dois highlights positivos desse trimestre, e eu já vou entrar nos negativos que explicam o resultado abaixo da expectativa, é uma posição muito sólida do caixa; nós estamos reestruturando o balanço da Companhia, a fim de prover os recursos para os investimentos que nós precisamos fazer para sustentar o crescimento e melhorar a rentabilidade da Empresa. Nós terminamos o trimestre com um caixa superior a R$300 milhões, quando nós consideramos o efeito dos recebíveis de cartões de crédito, que têm uma liquidez bastante imediata se nós assim desejarmos, e uma evolução positiva da dívida líquida da Companhia em relação ao 1T07 de mais de R$100 milhões. Então, esse é um efeito positivo, planejado para gerar, volto a dizer, os recursos que nós precisamos para retomar o crescimento, a melhoria da rentabilidade da Empresa. Tivemos um número de lojas abertas também bastante significativo nesse trimestre. Nós inauguramos 13 lojas; é um número recorde dos últimos três anos de abertura de loja em um único trimestre, e continuamos com a nossa intenção, e as ações seguem essa intenção de continuar fechando lojas que estão se desempenhando abaixo do desejado e sem perspectivas de melhoras e, nesse sentido, nós fechamos três lojas nesse trimestre, que estavam com desempenho e perspectivas ruins. Obviamente essa abertura mais acelerada de lojas, que gera despesas tanto de inauguração quando despesas recorrentes, que não são acompanhadas de imediato de uma receita mais madura, tiveram o seu efeito no crescimento das nossas despesas e são lojas que ainda apresentam uma rentabilidade abaixo do que elas vão ter no momento de maturação, apesar de estarem desempenhando dentro daquilo que nós havíamos planejado no momento da abertura. Os nossos resultados foram bastante afetados nesse trimestre por um crescimento da perda com nossa operação de financiamento. O aumento da inadimplência foi bastante elevado nesse trimestre; nós vamos cobrir os detalhes mais adiante. E existe uma razão para esse resultado. Nós estamos fazendo uma modificação estrutural bastante profunda dentro da na maneira como nós estamos concedendo crédito. Como muitos de vocês devem ter lido nessa última semana, a liberalidade com que o crédito vinha sendo concedido no mercado de uma forma geral tem gerado um aumento na inadimplência e nas perdas com crédito bastante elevado no mercado em geral. Nós identificamos essa tendência no final do ano passado junto com nosso parceiro no negócio financeiro, o Unibanco, e nós tomamos uma decisão de mudar estruturalmente a forma como nós vínhamos concedendo crédito, implementando duas mudanças estruturais que começaram a ocorrer nos meses de novembro e dezembro. A primeira delas foi fazer uma aceleração na migração do instrumento de concessão de crédito do carnê para um cartão emitido pelo próprio Investcred. Essa é uma mudança que vai ao longo do tempo se mostrar benéfica para o nosso negócio, não só porque ela permite mais flexibilidade para os clientes no pagamento das suas obrigações com a, na medida em que os pagamentos não são fixos, eles podem acomodar necessidades diferentes ao longo do tempo dos clientes, tanto 3

4 aqueles que desejarem pagar mais e liquidar sua dívida mais rápido quanto aqueles que por algum tipo problema pontual precisarem pagar um pouco menos, nosso cartão permite essa flexibilidade tendo um efeito positivo na inadimplência e conseqüentemente nas perdas com financiamento; e a segunda porque ele vai nos permitir gerar receitas financeiras fora das nossas lojas. Então, nós começamos no mês de dezembro com alguns testes e lançamos mais agressivamente no 1T, com resultados bastante encorajadores, o nosso cartão de emissão própria, e essa é uma mudança estrutural muito relevante. Mas a segunda mudança estrutural que nós fizemos foi também de aumentar o índice de automação nas respostas à concessão de pedidos de crédito por parte de nossos clientes. Nós tínhamos um processo muito dependente da presença de analistas de crédito nas lojas. Essa é uma prática que vem sendo substituída nas operações mais bem sucedidas de crédito por processos mais baseados em um processo automático de concessão e de negação de crédito, que se utiliza de sistemas que têm uma visibilidade maior do comportamento de crédito do cliente no mercado. É uma mudança bastante radical na cultura da Empresa, nos processos da Empresa, mas, de novo, é uma mudança que nós achamos que trará dois benefícios importantes ao longo do tempo. O primeiro deles, nós vamos poder fazer uma redução de custos na análise da concessão de crédito na Empresa; e segundo, nós vamos ter uma concessão de crédito mais robusta, mais bem informada e menos suscetível a perdas ao longo do tempo. Como toda mudança importante de processos, nós passamos, e sabíamos que isso aconteceria, por alguns riscos. Riscos inerentes a mudanças importantes de processos, como foi essa. Esses riscos se materializaram, nós tivemos alguns problemas na implementação ao longo dos primeiros meses, nos meses de novembro até março deste ano, problemas que foram identificados, e soluções foram identificadas junto com o diagnóstico desses problemas de implementação e estão implementadas com resultados que mostram que as nossas decisões tomadas com o intuito e com o objetivo de melhorar nossa performance na concessão do crédito vão se materializar, mas que vão ter um efeito negativo ainda por algum tempo. Nós tivemos um efeito negativo agora no 1T e como esse é um efeito retardado em relação a problemas que nós tivemos na época da implementação, nós esperamos ainda ter alguns problemas com perdas acima do esperado no 2T também. Problemas que, eu repito, foram endereçados, soluções identificadas porque nós acreditamos que ambas são mudanças que vão trazer benefícios no médio e no longo prazo. Eu diria que esse foi o efeito negativo mais relevante que nós tivemos nesse 1T, o efeito da perda elevada na nossa operação de crédito. Eu diria que o outro efeito negativo, que ainda está por ser resolvido e que é uma prioridade importante para nós este ano, e eu espero na próxima conferência, no 2T, poder fazer alguns anúncios bastante encorajadores, é em relação à nossa operação de Internet, que teve um crescimento abaixo do mercado. Então, em resumo, nós continuamos consolidando nosso crescimento de margem; com exceção do mês de janeiro, que foi muito ruim, nós apresentamos dois meses de 4

5 crescimentos bons, os meses de fevereiro e de março, que compensaram a perda de janeiro; o crescimento da receita de serviços bastante sólido, uma posição de caixa que vai nos permitir continuar a investir no negócio bastante melhorada em relação ao último trimestre. Tivemos um problema pontual, que deve se prolongar até o 2T, de perda na nossa operação de crédito, fruto de mudanças estruturais no nosso processo de concessão, que visa reestruturar essa parte importante da nossa operação, e ficamos ainda na pendência de demonstrar uma melhora mais significativa no nosso negócio de Internet, que está priorizado, está com ações em andamento, que serão anunciadas no próximo conference call. Eu vou passar agora ao Leonardo, que vai cobrir os resultados financeiros, resultados econômicos da Empresa nesse trimestre a partir da página oito. Leonardo. Leonardo de Paiva Rocha: Obrigado, Manoel. Bom dia a todos. Eu vou dar continuidade aqui, só chamando atenção para os pontos que eu entendo que são relevantes. Na evolução da receita bruta eu chamo atenção, como o Manoel também já chamou, na parte de serviços, cresceu 46%, e no último mês a gente também lançou um outro serviço, que é o seguro digital, voltado para equipamentos de maior valor agregado, como notebooks e câmeras, e, com isso, a gente espera dar continuidade ao crescimento dessa importante linha de geração de receitas e lucro da Companhia, que é a parte de serviços. Indo para o slide nove, a gente segrega a parte de receita bruta de vendas de mercadoria, que teve um crescimento tímido, de 3%. Conforme já foi comentado, ela tem um impacto muito grande em janeiro, porque no ano passado o Ponto Frio foi pioneiro em lançar essa liquidação pós-natal e, como sempre acontece no varejo, o mercado acabou copiando essa iniciativa, e nesse mês de janeiro a gente tinha bastante companhia nesse evento de liquidação. Além do aspecto, também já comentado, do problema de abastecimento, que também aconteceu no mês de janeiro. Isso tudo foi solucionado, quando a gente vê a evolução de fevereiro e março, a evolução já é muito positiva, chegando em março a 12% em relação ao ano passado, evidenciando que todos os problemas de janeiro já ficaram para trás. Indo para o slide dez, o nosso lucro bruto cresceu 7%; é uma composição desse crescimento de receita bruta. É encorajador quando você olha em relação ao 1T07 o aumento de 0,5 p.p. na margem, isso é bastante representativo no nosso negócio de varejo e isso tem um impacto importante, resultante do nosso processo continuado de negociações para os nossos fornecedores, buscando a melhor margem para Companhia. No slide 11, a gente tem um efeito significativo no aumento das despesas operacionais. Eu queria separar esse aumento nas despesas operacionais, tem um impacto bastante importante das nossas lojas novas e também da operação na Bahia. A operação na Bahia é nova, ela começou no último trimestre do ano passado e, como toda a operação nova, ela requer investimentos de marketing e investimentos para fazer essa operação ter sucesso. Ela está na fase inicial de maturação, tem muita 5

6 coisa para acontecer. Então, durante essa fase de maturação, tanto nas lojas novas quanto nas lojas da Bahia, a gente tem um descompasso entre a geração de receitas e a incidência de despesas. Um outro ponto importante também, em função da reestruturação na estrutura de capital que nós fizemos, a gente hoje aluga os CDs, nesse trimestre a gente viu o impacto de uma despesa nova, que é o impacto do aluguel dos CDs, mas desse aumento que foi comentado de despesas, o mais significativo é a provisão para devedores duvidosos feita no Banco Investcred, que reflete no nosso balanço pela consolidação de resultados. Eu queria lembrar que o Banco Investcred adota uma postura muito mais conservadora do que o exigido pelo Banco Central em termos de provisão. Então, isso cria uma diferença bem grande entre o mecanismo de PDD e o resultado da aplicação desse mecanismo nos nossos resultados. E seguindo, teve um pequeno efeito que nós lançamos também no 1T, que foi uma correção das despesas de aluguéis em lojas onde a gente entende que tem algum tipo de desculpa legal de ações renovatórias. Isso tudo para dar transparência e credibilidade aos resultados da Companhia. Indo para o slide 12, vou falar um pouco do Banco Investcred. A nossa carteira de crédito cresceu quase 22% em relação ao 1T, o plano médio de financiamento e o ticket não tiveram grandes diferenças em relação ao ano passado, à exceção do ticket médio, que subiu um pouco, mostrando que a gente está financiando produtos com valor mais agregado em função da mudança de mix, que já foi comentada em outras apresentações. A base de cartões continua crescendo de forma saudável. Está chegando a cartões, isso é um aumento de quase 180% em relação ao ano passado. Dado o lançamento do cartão flex, a gente já tem planejado para fazer o que a gente chama de um tombamento dessa base de cartões co-branded para o cartão Ponto Frio Flex, de forma a aproveitar todo o conhecimento que a gente já tem dessa base. A intenção, como já foi colocado aqui, é que, até o final de 2009, a parte mais significativa dos financiamentos dos nossos clientes aconteça via cartão flex e não mais no boleto, no CDC normal, que é um instrumento que a gente vem percebendo que vem experimentando uma inadimplência bastante significativa. Então, em função do maior impacto das perdas na provisão para devedores duvidosos, o lucro do banco caiu em relação ao ano passado; embora a variação do patrimônio em função do pagamento de dividendos do Banco InvestCred, o retorno chegou a subir ligeiramente. Passando para o slide 13, o EBITDA caiu em relação ao ano passado, basicamente pela composição de uma melhor margem, como já foi citado, mas o impacto mais importante aconteceu no crescimento das despesas, isso fez com que o nosso EBITDA, e conseqüentemente a margem EBITDA, sofresse uma redução em relação ao ano passado. Indo para o slide 14, o resultado financeiro da Companhia, e essa é uma área que a gente está bastante tranqüilo, o resultado financeiro foi ligeiramente menor do que no 6

7 ano passado. A gente teve movimentos importantes tanto de redução de receita financeira como despesa financeira também. Vale ressaltar que no 1T a gente teve a entrada dos recursos da venda dos CDs que aconteceu no 4T07, então isso nos dá uma tranqüilidade bastante grande dentro da estrutura de capital da Companhia. Combinando todos esses efeitos, no slide 15 a gente vê a redução do lucro líquido, que teve uma redução muito expressiva, de 90% em relação ao ano passado; lembrando que no 1T07, como foi publicado, houve uma reversão de uma provisão para Imposto de Renda, então isso fez com que o resultado do 1T07 fosse afetado positivamente. Esse evento não ocorreu novamente este ano, e o que a gente teve de efeito este ano de resultado não-operacional foi a venda da nossa sede de Irajá. Então, no 4T07 a gente vendeu os CDs e agora teve um ativo remanescente, que foi a venda da sede. Indo para o slide 16, a gente olha a parte de endividamento. Olhando contra o ano passado, a gente tinha uma dívida líquida e revertemos essa posição, agora temos uma dívida líquida negativa, uma taxa líquida e, de novo, quando a gente soma o efeito da disponibilidade dos recursos vindos dos cartões de crédito, a gente chega a um caixa líquido dentro desse conceito, que é um conceito não contábil, de quase R$300 milhões, que nos dá tranqüilidade para fazer o funding do nosso processo de expansão. Olhando o slide 17, nosso endividamento, é bom destacar as duas parcelas: a gente tem operação de varejo e tem a operação do endividamento do banco, tem que ser olhada de forma diferente. Então, nossa dívida bruta consolidada chegava a R$794 milhões, se reduziu em relação a março do ano passado, e desse montante, a dívida bruta da de operações de varejo também se reduziu bastante em relação ao ano passado. Ela está separada, a Companhia basicamente tem duas linhas de financiamento, as duas junto ao BNDES, uma parte do PC Conectado, para financiar as nossas vendas, e outra é de FINEM, para financiar o projeto de expansão da Companhia. Os nossos investimentos, na página 18, atingiram quase R$16 milhões no 1T, um crescimento de 20% em relação ao 1T07; lembrando que no 1T07 teve um investimento de quase R$5 milhões na construção do CD e, no 1T08, como vai acontecer para o resto do ano, a gente vai ver cada vez mais o investimento no processo de expansão de loja com a abertura que nós tivemos de 13 lojas no 1T08, e esse programa terá continuidade ao longo dos trimestres seguintes deste ano, como a gente já mostrou, provendo guidance de abertura de lojas para este ano e para o ano que vem também. Obrigado, Leonardo. Com isso, nós encerramos a apresentação, mais curta que da última vez para dar mais tempo para perguntas e respostas; nós temos cerca de 25 minutos para responder a todas perguntas que nós pudermos a partir de agora. Marcelo Ferri, Itaú: Bom dia a todos. Minha primeira pergunta é com relação a vendas. Aparentemente, vocês apresentaram um nível de vendas aquém do esperado. Eu gostaria de saber 7

8 qual está sendo a dinâmica da concorrência no setor. Não tem espaço para tanto concorrente ou vocês pecaram em alguma estratégia em janeiro vis-à-vis os outros competidores? Esta é a primeira pergunta. E a segunda... Desculpa interrompê-lo, mas nós não conseguimos ouvir a sua pergunta. Se você puder falar mais alto, nós não conseguimos ouvir praticamente nada. Marcelo Ferri: Melhorou agora? Melhorou. Marcelo Ferri: Perfeito. É sobre a dinâmica das vendas; como está a concorrência no setor, e o que aconteceu em janeiro especificamente, dado que vocês foram os pioneiros a fazer estratégia de liquidação. O que vocês pecaram em perder vendas vis-à-vis os outros competidores? Essa é a primeira pergunta. A segunda pergunta é sobre os custos operacionais, principalmente a parte de G&A. A gente está observando um crescimento de G&A muito acima da receita; qual é o patamar que vocês estão trabalhando para frente? Eu vou responder a sua pergunta. Em relação a janeiro, nós tivemos dois problemas, como eu mencionei durante o conference call. O primeiro deles é que, este ano, a nossa liquidação foi acompanhada pela liquidação de outros concorrentes, coisa que no ano passado não ocorreu. No ano passado nós fizemos uma liquidação praticamente sozinhos, e como conseqüência nós vendemos cerca de R$100 milhões durante os três dias da liquidação. Não tinha mais ninguém no mercado fazendo uma liquidação de sobra de estoques do mês de dezembro. Este ano isso não ocorreu. Você não pode adiantar liquidações mais do que o calendário te permite, e este ano todo mundo saiu mais ou menos junto; então isso teve um impacto na diferença de trimestre contra trimestre de cerca de R$25 milhões. O outro problema foi interno. Ele foi menos relevante, mas ele se compôs com esse porque nós, devido a processos que ainda estavam sendo reestruturados e melhorados, no mês de outubro e novembro não compramos tão bem quanto deveríamos, o que acabou afetando a nossa disponibilidade de estoques nas lojas em janeiro, e que não pôde ser recomposto em virtude dos fornecedores estarem de férias coletivas durante uma boa parte do mês de janeiro. Então, foi uma falha nossa ocorrida nos meses de outubro e novembro, por processos que ainda não estavam ainda completamente acertados e que nós acreditamos que 8

9 agora estejam. Eu acho que o desempenho de vendas dos meses de fevereiro e de março atesta que, de certa forma, nós resolvemos de maneira eficaz esses problemas estruturais que compuseram o problema da liquidação em janeiro. Quanto ao crescimento das despesas, como também foi dito, o grande responsável por esse aumento porque as todas as demais despesas, com exceção das despesas de marketing, que foram um pouco maiores esse trimestre devido à abertura de lojas e a continuação do lançamento do nosso negócio novo na Bahia, elas estão bastante controladas, o que realmente foi muito acima das expectativas foi a PDD, que, como eu expliquei, foi em virtude de problemas de implementação de uma mudança estrutural na concessão do crédito, que nós começarmos em novembro e em dezembro, para melhorar o nosso processo de concessão de crédito ao longo do tempo, mas que foram prejudicadas nesse primeiro momento por alguns problemas de implementação, já endereçados. Quanto a como a gente pretende ver as despesas para o futuro, a gente ainda não dá guidance desse tipo de coisa para o futuro, só estamos dando guidance de abertura de lojas, mas o controle de despesas é uma prioridade importante para nós. Marcelo Ferri: OK. Só voltando à parte das vendas, esse problema de compras afetou mais o mês de janeiro ou ele afetou fevereiro e março? Ele afetou principalmente o mês de janeiro e a primeira semana de fevereiro. Não afetou as demais semanas de fevereiro nem o mês de março. Marcelo Ferri: Está ótimo. Obrigado. Bruno Piacentini, Fama Investimentos: Bom dia a todos. A minha pergunta é em relação à provisão. Nesse trimestre, a gente viu que vários varejistas tiveram um pouco de problema com inadimplência, mas você falou que, no caso de vocês, foi mais para readequar operacionalmente. Eu queria saber se você podia detalhar um pouco o que foi feito operacionalmente em questão de provisionamento, e eu queria saber um pouco do trabalho que vocês estão fazendo também com capital de giro e estoques etc. Obrigado. Bruno, você poderia repetir, por gentileza, a última parte da sua pergunta? Bruno Piacentini: A pergunta em relação à inadimplência vocês ouviram? 9

10 Em relação a capital de giro. Bruno Piacentini: Eu queria saber que trabalho está sendo feito em relação ao capital de giro, principalmente em relação a estoques. Eu vou responder a primeira parte, e a segunda parte eu vou responder também e pedir ao Leonardo que complemente, caso seja necessário na questão do capital de giro. Nós fizemos duas mudanças importantes no mês de novembro. Primeiro, eu vou dizer quais são as mudanças e por que nós estamos fazendo. Nós tínhamos uma operação altamente dependente no momento da decisão da concessão, de decisões humanas tomadas por analistas de crédito presentes nas lojas, que são pessoas que têm um salário inferior a R$1 mil por mês, conseqüentemente um padrão de preparo, de educação etc. que é compatível com esse nível salarial, e sujeito a muita influência do pessoal de loja, pelo convívio muito próximo. O que o nosso parceiro vinha nos dizendo é que, nas operações mais bem sucedidas de varejo, processo de concessão de crédito tem muito menos interferência humana. Ele se baseia em sistemas mais robustos, que examinam o comportamento do cliente não só conosco mas no mercado em geral, utilizando-se para isso de várias fontes de informação de comportamento de compra do cliente no mercado. Então, nós vimos dois benefícios em nos mover nessa direção. O primeiro deles, na medida em que você substitui o decisor humano na loja para dar o crédito por um processo automático, você tem uma redução de custos permanente, de pessoal; e segundo, você tem um processo mais robusto e menos sujeito a influências de quem quer vender, sem muita preocupação com inadimplência. Nós estabelecemos, em um primeiro momento, uma redução em várias lojas, começamos a migrar para um processo mais automático, e quando você faz isso, tem que implementar uma série de outros procedimentos, inclusive mudança no sistema de incentivos do pessoal de loja para preenchimento de cadastro, melhor acompanhamento desse preenchimento de cadastro, que é o input que o sistema utiliza para dar sua resposta sobre a concessão ou não; e nós tivemos alguns problemas nessa implementação. Nós estamos seguros de que a mudança foi correta, de que ela vai dar bons resultados a médio e longo prazo, mas, no primeiro momento, nós tivemos alguns problemas na implementação porque foi uma mudança muito drástica na cultura do processo de concessão de crédito, mas que é um processo que vem sendo bem sucedido em outros varejistas que são parceiros financeiros, e nós estamos convencidos de que é o movimento correto. 10

11 Embora, a gente tenha quebrado os ovos primeiro antes de fazer essa omelete, o ovo quebrou e respingou um pouco no chão e vai continuar a ter alguns efeitos negativos nesse trimestre corrente, porque esse efeito é um efeito retardado. Então, nós só identificamos os problemas da implementação que ocorreu em novembro no final de fevereiro, início de março, quando a gente tomou várias ações corretivas que já estão implementadas para evitar que a gente tenha a recorrência desses efeitos negativos e fique só com os benefícios da mudança. A outra mudança estrutural importante foi uma ênfase maior no uso do cartão flex a partir do mês de março, principalmente, em substituição ao carnê. Nós queremos, na medida do possível, eliminar o carnê e oferecer aos nossos clientes só, como instrumento de financiamento, o nosso cartão de crédito, porque, além de ele ser mais flexível para o cliente, daí inclusive o nome, ele nos permite também gerar receitas financeiras fora da nossa operação de varejo. Então, essa é a resposta em relação à primeira parte da sua pergunta. Em relação ao capital de giro, nós estamos tomando uma séria de medidas. Nós estamos renegociando os nossos contratos com fornecedores de forma a obter maiores prazos de pagamentos sem juros; esse processo está em andamento, está sendo muito bem sucedido, vocês vão ver, à medida que o tempo passa, uma melhora significativa no nosso capital de giro, já estão vendo no resultados desse trimestre em relação ao trimestre anterior. Na gestão de estoques nós tínhamos um problema no meio do ano passado muito grave, de uma quantidade muito grande de estoques obsoletos. Fizemos uma série de mudanças no nosso processo comercial e na nossa equipe comercial também, que praticamente mudou toda a partir de janeiro deste ano, e esse problema está praticamente resolvido. Nós estamos com níveis de estoques menores, com a qualidade do estoque melhor também, e isso é muito importante, porque vai nos ajudar a ter margens melhores daqui pra frente, acelerar esses progressos na recuperação de margens, e nós estamos vendendo também todos os nossos ativos que não são estratégicos, ou core para o nosso negócio, para que a gente possa investir no crescimento. Eu vou pedir ao Leonardo que complemente alguma coisa que eu tenha esquecido. Leonardo de Paiva Rocha: Eu só queria complementar a primeira parte da pergunta. Você está certo, além desses problemas operacionais que o Manoel comentou, eu acho que existe uma deterioração natural no mercado em relação ao produto CDC, que é um produto que tem um perfil de risco bem diferente de outros produtos. E também o crescimento de outras modalidades de crédito como o consignado. Então, muitas vezes quando a gente olha as estatísticas de evolução de inadimplência no Brasil de forma consolidada, esse efeito CDC fica um pouco mascarado. Então tem que aprofundar um pouco a análise, e se percebe isso mesmo nas estatísticas divulgadas pelo Banco Central. 11

12 Então, isso não é uma situação que aconteceu ou está acontecendo somente com a mas com todas as entidades que utilizam o CDC como ferramenta de financiamento das suas vendas. Em relação à parte de capital de giro, o que eu gostaria de complementar é um efeito que vocês vão ver cada vez mais, que quando você incentiva a venda no cartão flex, isso tem um menor consumo de capital de giro na, porque esse recebível fica dentro do Banco Investcred. Então é natural, vai haver uma competição entre o cartão flex e as vendas dos outros cartões, sendo que tem crescido bastante em função de todo trabalho promocional que o mercado faz na venda com outros cartões, mas a gente espera que o nosso cartão aumente sua participação no share de meios de pagamento e isso vai aliviar o nosso balanço na parte de contas a receber. Essa combinação de menos contas a receber, mais pagamento de fornecedores em função de extensão de prazo e o controle de estoques, dará um equilíbrio muito melhor na parte de capital de giro, como ficou evidente no 1T, onde a gente basicamente igualou o nosso contas a pagar ao nosso valor de estoques. Bruno Piacentini: Está ótimo. Muito obrigado. Luiz Cesta, BES: Bom dia a todos. A minha pergunta é com relação ao canal Internet, ao Ponto Com. Apesar de ter crescido mais do que a rede de lojas, ainda representa uma parcela pequena na receita bruta da Companhia. No release vocês informam que o fortalecimento desse canal é uma das prioridades; então eu queria saber quais são as medidas que vocês estão tomando para incrementar os resultados dessa operação. Obrigado. Eu vou poder responder parcialmente a sua pergunta, porque eu diria que a medida mais relevante, mais importante, nós não podemos anunciar ainda, porque é uma medida estratégica, que eu espero poder anunciar no próximo conference call de resultados. Eu diria o seguinte, em geral, todas as operações de Internet que nascem e tentam se desenvolver dentro de uma operação de varejo muito maior não têm dado muitos bons resultados, porque acabam sendo engolidas no dia-a-dia da operação de varejo tradicional. Isso vem acontecendo dentro do Ponto Frio, e a gente precisa repensar esse desenho, e é dentro dessa linha que nós estamos pensando em dar uma reinjeção de crescimento no nosso negócio, separando ela da nossa operação de varejo tradicional, com management independente, com incentivos independentes, com uma gestão independente do nosso negócio, aproveitando apenas as sinergias que a gente possa oferecer. 12

13 As operações de varejo online mais bem sucedidas tiveram essas características. A gente sabe disso, sabe que se continuar com a nossa operação online dentro da operação de varejo ela vai continuar tendo um desempenho pífio, mas eu não posso adiantar em muito mais detalhes o que será feito nesse sentido. As outras coisas que nós estamos fazendo são coisas que vão nos ajudar a melhorar o resultado, mas de uma forma um pouco mais marginal, ainda que relevante. Nós estamos fazendo melhorias tecnológicas para melhorar a navegabilidade no nosso site; tem um investimento alocado este ano para isso, isso vai ser importante. Faz muito tempo que a gente não tem uma melhora tecnológica no nosso site para trazê-lo ao nível dos demais concorrentes, isso será feito este ano. Nós estamos melhorando a oferta, a quantidade de SKUs no nosso site. Para você ter uma idéia, hoje nós temos no site menos SKUs do que temos nas lojas, o que é um absurdo, a gente precisa ter mais SKUs na nossa operação on-line do que tem nas lojas. Esse é um dos benefícios de ser ter uma operação on-line, poder oferecer certas coisas que nas lojas nem sempre podem estar disponíveis. Nós temos essa equação invertida, hoje, dentro do Ponto Frio, e uma das razões é a dificuldade de cadastramento de SKUs no nosso site devido ao problema tecnológico que está sendo resolvido. Independente disso, a gente reforçou a equipe de cadastramento para colocar mais itens no site. Nós vamos ter, agora no 2T, bem mais do que o que nós tínhamos no 1T. Essas são mudanças feijão com arroz que nós estamos fazendo, tecnológicas, de oferta, de cadastramento etc., separando o estoque da Internet do estoque das lojas. Com muita freqüência a gente tem demonstrado indisponibilidade de produtos na nossa operação on-line porque a operação de varejo canibaliza esse estoque, não permitindo que ele esteja disponível para loja, e isso vai ser resolvido na medida em que a gente tornar essas operações mais independentes, mais separadas e com gestão e filosofias diferentes. E isso vai ser feito agora nos próximos meses com mais algumas outras mudanças estratégicas que vamos fazer e que vamos anunciar em seu devido momento. Luiz Cesta: OK. Obrigado. Operadora: Não havendo mais perguntas, gostaria de passar a palavra ao Sr. Manoel Amorim para as últimas considerações. Sr. Amorim, prossiga com suas últimas considerações. Mais uma vez, muito obrigado pelo interesse de todos, pelas perguntas que foram feitas que nos permitiram esclarecer as medidas e as estratégias que nós estamos implementando na Companhia para melhorar os seus resultados. Espero que eles possam aparecer ao longo deste ano, e que nós possamos terminar o ano com resultados bastante melhores do que nós tivemos no ano passado. 13

14 As medidas que estão sendo tomadas visam a implementar mudanças estruturais na Companhia. Nós já fizemos algumas que têm demonstrado seus resultados, como a melhoria de margem, melhoria na venda de serviços, nas nossas despesas administrativas, no nosso headcount, na nossa estrutura e na retomada do crescimento com a abertura de lojas. Nós temos ainda algumas pendências importantes que foram discutidas neste conference call hoje, como uma melhoria bastante significativa no nosso negócio online. Nós não temos nenhuma dúvida de que o futuro está aí e que nós precisamos de muita atenção, e isso será feito. Nós estamos mudando a nossa sede para poder ter maior habilidade de atrair talentos para poder conduzir este trabalho, isso vai ser um outro efeito não pouco relevante na nossa operação. E finalmente, a questão de acertar o problema da concessão do crédito, é uma prioridade de curto prazo sobre a qual nós estamos debruçados, que afetou muito o nosso resultado esse trimestre e deve afetar também, de uma forma importante, os resultados do 2T, mas que está bem endereçada e bem encaminhada, nós estamos confiantes de que ela será resolvida, e não apenas resolvida como problema, mas que, uma vez resolvida, vai nos dar um resultado muito melhor do que o que a gente vinha obtendo antes desses problemas pontuais aparecerem. Muito obrigado, um bom dia a todos e até a próxima. Operadora: Obrigada. A teleconferência dos resultados do 1T08 da Utilidades S.A. está encerrada. Por favor, desconectem as suas linhas agora. "Este documento é uma transcrição produzida pela MZ Data Products. Ao passo que é feito o possível para garantir a qualidade da transcrição, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Este documento não reflete nenhuma opinião de investimento. O conteúdo é de responsabilidade da empresa que realizou o evento que está transcrito neste documento. Por favor, consulte o website da respectiva companhia para mais informações sobre limites de responsabilidade. 14