LOGÍSTICA REVERSA. Procedimentos Fiscais no Retorno de Resíduos Sólidos Raphael Polito Departamento Tributário

Transcrição

1 LOGÍSTICA REVERSA Procedimentos Fiscais no Retorno de Resíduos Sólidos Raphael Polito Departamento Tributário Julho/2011

2 CONCEITOS As legislações do Município e do Estado de São Paulo reproduzem o conceito e classificação de resíduos sólidos definida na Lei n /2010. Perante a legislação tributária do Estado de São Paulo, os resíduos sólidos receberão o mesmo tratamento aplicável à sucata. Sucata ou resíduos de materiais são denominações dadas a todo o tipo de material, produto ou resíduo descartado que seja passível de reutilização ou reciclagem. Esse material pode ser metálico, como ferro, aço, cobre, alumínio, zinco, magnésio, etc, ou não-metálico, como papel, vidro, plástico, borracha, etc. Esse tipo de material é utilizado como insumo no processo produtivo de algumas empresas ou objeto de revenda direta por outras. - Material obsoleto - algo que, embora em condições de utilização, não mais satisfaz às exigências daquele "usuário" por estar ultrapassado e/ou em desuso naquele momento. Porém, para outra pessoa, este material atende plenamente suas necessidades.

3 MOVIMENTAÇÃO DE SUCATA Os estabelecimentos responsáveis pela coleta dos resíduos sólidos ou sucata de pessoas físicas ou particulares, inclusive catadores, em quantidade inferior a 200kg, estão dispensados de emissão de nota fiscal para cada operação, desde que, ao fim do dia, emitam uma única Nota Fiscal pelo total das operações, para escrituração no livro Registro de Entradas. A remessa desse material pelos coletores para os fabricantes responsáveis pela destinação dos resíduos sólidos deverá ser acobertada por nota fiscal de saída, a qual não será tributada nas operações internas. A orientação acima é baseada no procedimento genérico padrão definido no RICMS de São Paulo para a movimentação de sucata. O referido regulamento não foi modificado por conta das novas obrigações impostas pela Lei n /2010 e, portanto, poderá haver questionamentos por parte dos contribuintes, através de consultas formais e/ou pedidos de regimes especiais, que entenderem de difícil aplicação e onerosa a logística dessa operação.

4 DIFERIMENTO DO IMPOSTO A circulação de bens é fato gerador do ICMS. Por via de regra, a saída de bens é tributada por esse imposto. Contudo, a legislação prevê o diferimento do ICMS nas saídas de alguns materiais, como papel usado ou apara de papel, sucata de metal, caco de vidro, retalho, fragmento ou resíduo de plástico, de borracha ou de tecido. O diferimento é o adiamento do lançamento e do pagamento do imposto para uma etapa seguinte, quando a responsabilidade pelo recolhimento do imposto é transferida a outro contribuinte. Neste caso, o contribuinte remetente da mercadoria não efetuará recolhimento do imposto e esse deverá ser pago em outra fase da cadeia econômica. Dependendo da mercadoria objeto da operação, a cessação do diferimento poderá ocorrer na entrada ou na saída do estabelecimento adquirente. No caso da sucata, será exigido o pagamento do ICMS: I - na saída para outro Estado; II - na saída para o exterior; III - na entrada em estabelecimento industrial.

5 VENDA DE SUCATA ICMS será diferido, sem destaque do ICMS na nota fiscal. EXTERIOR ARGETINA RJ ICMS será tributado, com destaque do ICMS na nota fiscal. VENDEDORA Operação não será tributada por conta de não incidência do ICMS nas exportações. ICMS será diferido, sem destaque do ICMS na nota fiscal, contudo, o industrial (adquirente) deverá recolher o imposto. INDUSTRIA

6 TERCEIRIZAÇÃO Contratação de empresa para tratamento dos resíduos Industrialização por conta e ordem de terceiro Envio para reciclagem sem ICMS Retorno de produto reciclado sem ICMS INDUSTRIALIZADORA Entrega à empresa ou alternativamente à industrilaizadora COLETORA DE RESÍDUOS

7 Obrigado!!! Raphael Polito Direito Tributário (55 11)