ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
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- Mirella Igrejas Vilarinho
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1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Maria Luísa Faben Galhardi Profª. Esp. Jovira Maria Sarraaceni Profª M.Sc. Maris de Cássia Ribeiro Vendrame Prof. M.Sc. Irso Tófoli Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva LINS SP 2009
2 1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS RESUMO O presente artigo buscou definir o termo logística como sendo uma atividade de administração aplicada as empresas. Iniciou-se definindo e conceituando administração de materiais apresentando, de forma clara, a importância das estratégias logísticas. Abordou, também, a análise do gerenciamento da cadeia de abastecimento e como a logística tem fundamental importância no comércio globalizado. Destacou-se as parcerias com fornecedores e clientes, criando o que se chama de supply Chain, visando o equilíbrio dos diferentes tamanhos e objetivos dos componentes da rede. Deu-se ênfase na importância da percepção dos clientes em relação aos produtos e o que a logística pode fazer para agregar valor, reduzindo custos e melhorando a lucratividade. Apresentou também uma análise das aplicações logísticas, dividindo-a em quatro etapas que devem funcionar interligados e finaliza com a análise da estratégia logística, como fator de planejamento e de redução de estoques. Palavras-chave: administração de materiais, cadeia de abastecimento e logística.
3 2 1 INTRODUÇÃO A construção deste artigo se norteia pelo objetivo de elencar e descrever alguns conceitos relacionados à atividade logística e como esta atividade pode ser compreendida e implementada forma de organização. Aqui neste artigo, utiliza-se uma conceituação moderna em que administração de material é uma atividade que abrange a execução e gestão de todas as tarefas de suprimento, transporte e manutenção do material de uma organização. Assim, o texto desse artigo está organizado em seções que procura facilitar a leitura e a compreensão de um assunto tão atual e complexo como o de administração de materiais, visto sob a ótica da abordagem logística. Inicialmente, a primeira seção conceitua o termo logística, explicando o porque se torna cada vez mais importante a compreensão deste dentro das atividades administrativas. Já a segunda seção procura deixar claro e informar o que é e de como gerenciar uma cadeia de suprimentos ou.supply Chain., como vem sendo denominada pelos teóricos do assunto. Na terceira seção, nomeada de Competitividade e Organização Logística, aborda-se um fator importante dentro de uma organização que é a diferenciação e de como a logística pode colaborar nesse processo de administração das organizações. Ao tratarmos da análise das aplicações logísticas, na quarta seção, foram divididas em quatro grandes grupos, respondendo a algumas questões que são amplamente discutidas pelos estudiosos e, portanto pertinentemente abordadas aqui. Finalizando o artigo concluí-se o texto deixando clara a importância da estratégia logística, fazendo uma comparação histórica das atividades em uma organização, chegando à forma de se organizar e pensar do Just-in-time. 1.1 Conceito No meio acadêmico e nas organizações empresariais, a logística vem sendo discutida atualmente como a responsável pelo sucesso ou insucesso das organizações. Mesmo assim, o que se pode afirmar e perceber no mercado é que
4 3 muito pouco se sabe sobre as atividades logísticas e como as mesmas devem ser definidas nas organizações. Para os teóricos da questão, entre as atividades da logística mais abordadas comumente estão o transporte, movimentação de materiais, armazenagem, processamento de pedidos e gerenciamento de informações. Segundo Carvalho (2002) a definição de logística conforme o CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals 1 é a seguinte: Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes (Carvalho, 2002, p. 31). Uma das principais ferramentas da logística é o WMS Warehouse Management System, ou seja, entendido como sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção. O WMS é uma parte importante da cadeia de suprimentos (ou supply chain) e fornece a rotação dirigida de estoques, diretivas inteligentes de picking, consolidação automática e cross-docking para maximizar o uso do valioso espaço do armazéns. O termo logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês Logistique e pode ser definida como: A parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos. Logística também pode ser definida como a satisfação do cliente ao menor custo total (FERREIRA, 1986, p. 1045). Pode-se definir logística como sendo a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing (POZO, p. 14, 2008).
5 4 Pode-se dizer então que os termos Logística e Cadeia de Suprimentos tem o mesmo significado, já que ambos têm a finalidade de satisfazer o cliente com o menor custo possível (DIAS, p.13, 1993). Para Pozo (p. 13, 2008) a abordagem logística é essencial para muitos negócios por diferentes razões, entre as quais podem se citadas o alto custo de operação das cadeias de abastecimento. Neste sentido, percebe-se que a tendência das organizações é a horizontalização, atividade em que muitos produtos até então produzidos por determinada empresa do fim da cadeia de fornecimento passam a ser produzidos por outras empresas, ampliando o número de fontes de suprimento e dificultando a administração dessa gama de fornecedores (POZO, p. 14, 2008). À medida que as empresas investem em parceiros comerciais, aumentam os gastos com o planejamento de toda a cadeia. Mas, analisando essa situação de forma holística, percebe-se que há uma redução de custos. Mais importante do que tal redução, a atividade logística passa a agregar valor, melhorando os níveis de satisfação dos usuários (DIAS, p. 14, 1993). Assim, temos que a atividade logística está inserida em diversos pontos da organização produtiva e sua correta aplicação se faz necessária para o bom andamento e rentabilidade das atividades. 1.2 Gestão da cadeia de suprimentos A gestão da cadeia de suprimento é um conjunto de ações e processos cuja finalidade é assegurar que o produto chegue ao cliente e deste modo agregue um valor ao adicional ao mesmo. Considerando a eficiência, esses processos devem ser efetivamente integrados com todos os outros, não ficando restritos somente à movimentação de materiais, tais como: localização da organização, distribuição física, administração de estoque, modo de transporte, fluxo de informações, estimativas, relacionamentos, ou seja, simplesmente comprar, produzir e distribuir (POZO, p. 29, 2008). Supply Chain Management (SCM) (Gestão da Cadeia de Suprimentos) tem apresentado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de
6 5 forma efetiva. SCM nos direciona para uma atitude em que as empresas devem definir suas estratégias competitivas através de um posicionamento, tanto como fornecedores, quanto como clientes dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem. Assim, torna-se importante ressaltar que o pressuposto básico da gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management) abranja toda a cadeia produtiva, incluindo a relação da empresa com seus fornecedores e seus clientes. Supply Chain Management, também, introduz importante mudança no desenvolvimento da visão de competição no mercado (POZO, p. 29, 2008). Portanto, pode-se afirmar que o Supply Chain Management gestão da cadeia de suprimentos consiste no estabelecimento de relações de parceiras, de longo prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva, que passarão a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informações de modo a desenvolverem as suas atividades logísticas de forma integrada, através e entre suas organizações, com o objetivo de melhorar o desempenho coletivo pela busca de oportunidades, implementada em toda a cadeia, e pela redução de custos para agregar mais valor ao cliente final (POZO, p. 30, 2008). 2 COMPETITIVIDADE E ORGANIZAÇÃO LOGÍSITCA É fato que no passado não havia necessidade de uma preocupação em satisfazer plenamente o cliente, já que não era existente a mesma concorrência da atualidade e os produtos das empresas que competiam entre si tinham uma qualidade que se aproximava da semelhança. No mundo atual, em que o processo de globalização promove uma ampla competição entre as organizações empresariais não se pode mais negar esta relação: para se firmar no mercado, competir é preciso. Conforme nos aponta Donier, et al. (2000): A transformação dos modelos de negócio e o surgimento das economias em rede constituem fortes indutores da transformação organizacional, no sentido da sua flexibilização e dotação de capacidades de gestão de redes de conhecimento (DONIER, et al, p. 26, 2000). Neste contexto, as organizações procuram criar mecanismos para se diferenciar dos concorrentes com o objetivo de conquistar e manter clientes em sua carteira, valorizando assim sua atuação e seu patrimônio. De acordo com Fleury,
7 6 Wanke e Figueiredo (2000) num mercado altamente competidor é preciso dar ênfase não somente em vender e sim em desenvolver relacionamentos. Os consumidores que estiverem apenas satisfeitos estarão dispostos a mudar quando surgir uma melhor oferta. Os plenamente satisfeitos estão menos dispostos a mudar. A alta satisfação ou o encanto, cria afinidade emocional com a marca. O resultado é a alta lealdade do consumidor (FLEURY, WANKE, FIGUEIREDO, p. 35, 2000). Verifica-se assim a importância que a logística tem na eficiência de se conquistar e manter clientes. Para Carvalho (2002) a logística bem praticada tornarse-á eficiente e, garantirá a integridade e prazos de entrega aos usuários envolvidos na cadeia de abastecimento, satisfazendo suas necessidades, garantindo lucratividade e satisfação de todos. Assim, as empresas passam a ter um ganho real em velocidade, capacidade de reação, capacidade de inovação e renovação permanente de estoques, consequentemente a manutenção e satisfação de seus clientes. Todos esses fatores têm mostrado que a diferenciação pode ser obtida pela prestação de uma oferta maior de serviços, constituindo-se um desafio já que a oferta dessas comodidades deve vir acompanhada da manutenção ou, mesmo, da redução dos preços até então exercidos. Atualmente a logística tem sido utilizada pelas organizações como principal estratégia, integrando-se entre as atividades relacionadas ao longo da cadeia de valores: matérias-primas, produtos, serviços, até chegaram ao consumidor final. Além de reduzir custos ela possui um foco estatístico e operacional, desencadeando uma guerra acirrada entre as empresas, na busca de assegurarem parcelas de participação significantes no atual mercado competitivo (FLEURY, WANKE, FIGUEIREDO, p. 42, 2000). De acordo com essa afirmação, a logística é uma aliada na geração de maiores expectativas para os clientes, em que a qualidade dos produtos e do atendimento passa a ser essencial. Portanto é necessário que a empresa seja capaz de cumprir as suas promessas, evitando que o cliente se decepcione, mas efetivando sua total satisfação. 3 A UTILIZAÇÃO DA LOGÍSTICA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
8 7 A utilização da logística na administração de materiais ao ser executada, deve atender a alguns pontos básicos no decorrer da cadeia de abastecimento, conforme a figura abaixo: Figura 1 Cadeia de abastecimento (DIAS, p. 67, 1993) No contexto apresentado por Dias (1993) a cadeia acima, pode ser dividida em quatro etapas: Fornecedores (que distribuem e fornecem materiais e equipamentos); Manufatureiros (produção de materiais com planejamento); Centros de distribuição (armazenagem e logística de transportes) e Consumidores finais (ponto central da cadeia de abastecimento). Assim, a logística da administração de materiais corresponde, portanto, no seu todo, do planejamento, da organização, da direção, da coordenação e do controle de todas as tarefas necessárias à definição de qualidade, aquisição, guarda, controle e aplicação dos materiais destinados às atividades operacionais de uma organização, seja de natureza militar, industrial, comercial ou de serviços. CONCLUSÃO A administração de materiais tem uma preocupação constante em procurar medidas de seu desempenho. Sua importância para a sobrevivência no mercado da empresa é fundamental de acordo com o exposto nesse presente artigo.
9 8 Evidentemente que com a crescente globalização, se torna necessário que as empresas se preocupem em se modernizar, diminuir custo, e produzir com o máximo de eficiência e eficácia, junto aos seus clientes. Com a globalização e a informatização temos que essa tendência tecnológica existente acelerara ainda mais este processo. As empresas usarão cada vez mais sistemas computadores e de informação que possibilitem à Administração de Materiais a eficiência cada vez mais desejada. O que se pode dizer, com base nos dados apresentados, é que à Administração de Materiais, torna-se a ferramenta de ignição do novo perfil de empresas no mercado. Abaixar custos de produção, produzir com qualidade e eficiência, aumentar a liquidez das empresas sem estoques inertes, ter agilidade para entregar o produto, diminuindo o tempo do processo produtivo, sistematizar com eficiência a empresa. Portanto, esses objetivos deixam de ser apenas objetivos e tornam-se técnicas de sobrevivência das empresas no novo mercado globalizado. Os investimentos em estoque necessitam de um planejamento estratégico bem definido para evitar gastos desnecessários, aumentando o custo do produto. Portanto, analisar, responsabilizar e dar destino aos materiais de uma empresa, com eficiência e eficácia, utilizando-se de técnicas avançadas e modernas, é função da Administração de Materiais.
10 9 ABSTRACT This article aims to define the term logistics as an activity of applied business administration. It started setting and conceptual use of materials presented, clearly, the importance of logistics strategies. Addressed, also the analysis of supply chain management and logistics as an important in global trade. It is partnerships with suppliers and customers, creating what is called the Supply Chain, for the balance of different sizes and objectives of the network components. There was emphasis on the importance of the perception of customers for products and that the logistics can do to add value by reducing costs and improving profitability. Also presented an analysis of logistics applications, dividing it into four steps that must work together and ends with the analysis of logistics strategy and planning factor and reduction of inventories. Key-words: administration of materials, supply chain and logistics.
11 10 REFERÊNCIAS ALVARENGA, Antônio C. NOVAES. Antonio G. N. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. 3ª edição. São Paulo. Ed.Edgar Blucher ltda., BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo. Ed. Atlas CAIXETA-FILHO, João V. MARTINS, Ricardo S (Org). Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo. Ed. Atlas, CARVALHO, José Meixa Crespo de - Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Silabo, DIAS, João Carlos Quaresma - Logística global e macrologística. Lisboa: Edições Silabo, DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. São Paulo. Ed. Atlas, DORNIER, Philippe-Pierre. ERNST, Ricardo. FENDER, Michel. KOUVELIS, Panos. Logística e operações globais: textos e casos. São Paulo. Ed. Atlas, FERREIRA, Aurélio Buarque De Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, FLEURY, Paulo F. WANKE, Peter. FIGUEIREDO, Kleber F. (Org). Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo. Ed. Atlas KUNRATH, Rodrigo Diedrich - Logística Empresarial. 1ª ed. Rio Grande do Sul - Ediouro, 2007.
12 11 NOVAES, G. A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro. Ed. Campus POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais. São Paulo, Ed. Atlas, 2008.
Objetivo. Utilidade Lugar. Utilidade Momento. Satisfação do Cliente. Utilidade Posse
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