A Europa aqui tão perto

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1 Alunos de excelência distinguidos com viagem educativa a Bruxelas A Europa aqui tão perto Instituto de Estudos Europeus de Macau Entrevista ao Presidente José Luís de Sales Marques Correspondente especial e GAES Para mudar o Mundo é preciso compreendê-lo. Por isso, torna-se fundamental saber como funcionam as entidades onde se procura melhorar a colaboração entre os países, do comércio à solidariedade. A União Europeia (UE) é uma dessas instituições, com destaque para outro dado significativo: os seus estados-membros, tanto colectiva como individualmente, apostam cada vez mais na relação com a China. Graças ao GAES, os melhores alunos de Macau têm todos os anos a oportunidade de aproveitar parte do seu Verão para visitar Bruxelas (Bélgica), conhecendo assim os principais organismos da União Europeia, como a sede da Comissão Europeia e o Parlamento Europeu. Para conseguirem participar nesta viagem, os estudantes têm de frequentar pelo menos o 2.º ano de um curso de licenciatura numa das instituições do ensino superior de Macau ou no exterior, excluem- -se os finalistas do corrente ano lectivo, apresentar grande solidez na actividade curricular e ter desempenho positivo numa entrevista feita especificamente para a sua selecção. Os objectivos da viagem também estão Há 3 anos que o GAES leva os estudantes da RAEM a conhecerem a União Europeia. Uma experiência inesquecível para os jovens, que assim fazem a sua própria ponte entre a Ásia-Pacífico e a Europa. O trabalho do Instituto de Estudos Europeus de Macau, que apoia a iniciativa, tem também aproximado as duas regiões. Vamos de seguida saber mais sobre o Instituto de Estudos Europeus de Macau, a organização e os programas das visitas aos organismos de UE e sobre as experiências pessoais de alguns dos estudantes. 6 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 7

2 União Europeia Parlamento Europeu Colégio da Europa claramente definidos: alargar horizontes internacionais; reforçar o conhecimento sobre as diversas organizações da UE e as respectivas relações com Macau; saber mais sobre a Europa em todas as áreas, com realce para cultura, educação e economia; promover o intercâmbio e a cooperação entre Macau e a UE. A iniciativa conta com o importante apoio do Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), em particular na preparação adicional dos alunos seleccionados. Antes da viagem, a delegação de estudantes recebe um curso de Introdução à UE, para reforçar os seus conhecimentos fundamentais. Entre os conteúdos estão temas como Introdução à história e cultura da Europa, Relação entre a UE e a Ásia e Estratégias e desenvolvimento sustentável do Tratado de Lisboa. José Luís Sales Marques, actual Presidente do IEEM, tem uma longa ligação com esta instituição, já que foi lá que tirou o mestrado em Estudos Europeus, ainda nos anos 90. Sobre as viagens à UE, sublinha que a reacção dos estudantes tem sido sempre muito positiva, tal como a colaboração entre o instituto que dirige e o GAES. É importante para nós, apesar de ser só uma vez por ano. Devemos preparar bem os alunos seleccionados pelo GAES para visitarem Bruxelas sobre o funcionamento e o significado das instituições europeias. Porque a realidade da UE é bastante complexa. Por vezes, nem sequer na Europa entendem muito bem como as coisas são. Conhecer ao vivo uma realidade distante pela separação geográfica é, para a maioria dos estudantes, uma experiência imperdível. O contacto tem muito para dar na parte institucional, mas também pela descoberta de culturas tão diferentes de Macau. A visita ao Parlamento Europeu, por exemplo, suscita sempre bastante curiosidade. Em Macau, onde funcionam duas línguas oficiais, às vezes já não é fácil acompanhar os trabalhos dos deputados locais. O que dizer então do Parlamento Europeu, onde existem mais de 20 línguas oficiais? Depois é a própria diversidade das culturas europeias visitar o norte da Europa é muito diferente de visitar o centro e o sul. A arte, a História, a gastronomia, as grandes manifestações da monumentalidade. São momentos especiais. Acção formadora Além de ser a instituição local mais qualificada sobre todos os temas relativos à UE, o IEEM tem um papel relevante no mapa do ensino superior de Macau. Pelas parcerias e pelos programas próprios, como explica Sales Marques. A Universidade de Macau (UM) é naturalmente um parceiro privilegiado do IEEM, não só porque faz parte do instituto [ver caixa pág.11], mas também porque está representada na direcção. Além disso, organizamos em conjunto o mestrado em Estudos Europeus. As aulas são mais ou menos repartidas entre o espaço do IEEM e da UM. Mas mais importante é que o mestrado é reconhecido na Europa, através do Conselho dos Reitores da Universidades portuguesas, do qual a UM faz parte. O mestrado existe já há 15 anos e teve sempre uma preocupação grande: juntar o conhecimento académico dos professores à sua experiência prática de colaboração com organismos europeus. Temos vários professores que são consultores da UE, alguns foram mesmo Ministros, outros trabalharam em cargos importantes da Comissão Europeia. Portanto, a visão que têm da UE é bem formada em termos académicos, mas também construída a partir da prática, do conhecimento vivo, do funcionamento dessas instituições e dos seus problemas. O quadro de docentes tem assim uma mais-valia a experiência de campo que torna as aulas muito mais cativantes, dando aos alunos a oportunidade de viverem um pouco aquilo que se passa na UE. Os professores têm histórias curiosas e experiências importantes, que procuram transmitir aos estudantes. O IEEM possui ainda outros dois programas conceituados, na área do Direito. Um é relativo a Comércio e Investimento Internacionais, um complemento à formação na área do Direito, útil por exemplo para quem quer trabalhar em empresas internacionais ou até governos. O outro é sobre Propriedade Intelectual. É um programa com quase 15 anos e uma participação crescente de pessoas vindas do exterior. Aliás, depois de uma experiência no ano passado em que dez participantes do Brasil vieram assistir ao programa de Propriedade Intelectual, recebemos um pedido para alargá-lo a um grupo de magistrados brasileiros, que devem vir a Macau para frequentar o curso. É um exemplo da nossa oferta de qualidade e, por outro lado, sublinha o papel que Macau pode ter como plataforma o sítio onde as pessoas vêm para aprender certas coisas. Também conta, claro, Macau ficar na China. Estarmos no espaço da China, que é o principal parceiro económico do Brasil, naturalmente cria um incentivo extra para as pessoas cá virem. 8 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 9

3 Prestígio e criatividade Colaboração com a UE Ao fim de quase 20 anos de existência do IEEM, Sales Marques salienta dois momentos principais. Primeiro, o lançamento do mestrado de Estudos Europeus,o programa- -base do instituto. Pelo valor intrínseco e por tudo aquilo que um programa de mestrado traz, como a produção de teses ou criação de redes de conhecimento, através das dezenas e dezenas de professores que passaram por aqui. O segundo momento foge um pouco ao âmbito mais directo de divulgação da UE, mas ocupa cada vez mais preponderância na agenda política e económica de Macau. Preocupamo-nos com a questão cultural, com a divulgação de ideias novas que aparecem na Europa, que tenham interesse para Macau. Nesse âmbito, começámos a divulgar primeiro o conceito de cidades criativas, depois o de indústrias criativas, em Macau, já desde finais do século passado. Em 2003, lançámos a primeira organização dedicada às indústrias criativas, não só em Macau mas nesta região que nos circunda: o Creative Macau, que assim celebrou 10 anos em Foi um projecto pioneiro, porque as indústrias criativas passaram a fazer parte da agenda do Governo de Macau e do dia-a-dia das pessoas de Macau.. O presidente do IEEM realça que, para lá de qualquer dúvida, tudo arrancou no Creative Macau. Foi aí que começou o debate sobre isso e, sobretudo, a encarar-se as indústrias criativas como actividades de cariz económico, diferenciando-se um pouco de uma certa tendência que existia (e ainda existe) de ver as coisas mais do ponto de vista cultural. A data de 2003 como início do Creative Macau também não surge por acaso. Tem que ver com o princípio da expansão do mercado do jogo em Macau e com o aparecimento de novos casinos e novas oportunidades. Aliás, a actividade ligada aos casinos, como se vê bem hoje, tem uma parcela enorme de conteúdos de indústrias criativas, a começar pela própria concepção dos espaços, do design e da arquitectura até à parte tecnológica, os espectáculos, etc.. As indústrias criativas têm um enorme potencial. Segundo Sales Marques, houve sempre uma relação bastante estreita entre o IEEM e a UE. A Comissão Europeia apoiou o mestrado em Estudos Europeus, em 1999, na sua fase de lançamento e depois durante três anos. Na altura isso aconteceu com um acordo institucional com a Universidade Livre de Bruxelas. A partir de certa altura, esse apoio começou a ser mais difícil. As verbas que tinham para Macau eram sobretudo provenientes do orçamento de cooperação com economias em desenvolvimento. E Macau já estava a ultrapassar todos os limites do desenvolvimento para estar nesse programa. Durante algum tempo não houve programas da UE aos quais o IEEM pudesse concorrer, mas isso alterou- -se em 2007, quando foi criado um novo quadro de cooperação entre a UE e economias desenvolvidas. Macau surgiu então ao lado de Hong Kong, Singapura, Estados Unidos, Canadá. Conseguimos a partir daí obter outro tipo de cooperação, muito mais regular, que se traduziu por exemplo no programa European Union Business Information Program e, agora, com o European Union Academic Program, em que estamos parceiros da Universidade de Macau. Um programa com a duração de 48 meses, portanto ainda prolongado. Pretendemos desenvolver vários aspectos ligados à parte académica, incluindo lançamento de cursos, mas também há uma componente grande de ligação com o público em geral, em que estamos muito envolvidos, e que passa por várias coisas, como publicação de artigos, realização de entrevistas com pessoas sobre a UE, participação de jovens em programas de formação. Licenciado em Economia e com uma larga carreira na Administração Pública ao serviço de Macau, Sales Marques interessou-se numa fase mais adiantada da sua vida pela UE e a ligação entre a Europa e a Ásia. Esse interesse concretizou-se com a obtenção do mestrado de estudos Europeus do IEEM. Ou seja, entrou na instituição como aluno e hoje é o seu presidente, além de leccionar sobre as relações entre Ásia e Europa. O IEEM deu-me uma nova perspectiva profissional e muitas oportunidades, nomeadamente fazer estudos e outros trabalhos de investigação. Mas sobretudo dá-me um grande prazer, um estímulo intelectual. Tenho a sorte de fazer o que gosto e ser pago por isso. Ponte da amizade O IEEM foi criado a 23 de Outubro de 1995, tendo iniciado actividade a 6 de Fevereiro de É uma associação constituída por seis membros: o Governo de Macau (representado actualmente pelo Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura), a Universidade de Macau, o Instituto Politécnico de Macau, a Autoridade Monetária de Macau, a Fundação Macau e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau. A grande finalidade do IEEM, tal como foi definida no seu documento de apresentação, consiste em fazer a ponte entre a União Europeia e a Região da Ásia-Pacífico, onde Macau tem uma posição privilegiada. Para tal, o IEEM propõe: - Difundir, dentro da sua área de influência, informação sobre o conceito da construção europeia, em termos culturais, políticos, económicos e respectivas políticas; - Difundir informação, nos países da União Europeia, sobre os Modelos de Desenvolvimento, processos e perspectivas de evolução dos países da Ásia-Pacífico, em particular da China; - Recolher, processar e disseminar dados informativos e estudos sobre a União Europeia; - Cooperar e/ou associar-se com outras organizações e responder a solicitações oficiais e privadas, de dentro e fora do Território, respeitantes a actividades relacionadas com os seus objectivos; - Formar altos quadros. 10 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 11

4 A organização das visitas à UE pelo GAES O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior, com a colaboração e o apoio da Delegação Económica e Comercial de Macau junto da União Europeia, em Bruxelas, seleccionou e organizou, pela primeira vez em 2011, uma visita às organizações da UE em Bruxelas na Bélgica, de um grupo de oito estudantes de excelência de Macau, os quais eram de três instituições: a Universidade de Macau, o Instituto Politécnico de Macau e o Instituto de Formação Turística. Acedendo ao interior da sede da UE e comunicando directamente com o pessoal de organizações da UE, os estudantes conheceram profundamente assuntos europeus e modos de funcionamento de várias organizações da UE e fortaleceram os seus conhecimentos de muitos aspectos da Europa como cultura, educação, economia e perspectivas de desenvolvimento, etc.. Isto permitiu o alargamento dos horizontes internacionais dos estudantes das instituições do ensino superior de Macau, tendo tido efeitos muito positivos. Para que mais excelentes estudantes de universidades e institutos de formação profissional tenham oportunidades de participação, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior tem ampliado o leque dos requerentes a todos os estudantes de Macau, quer estudem em Macau quer fora de Macau, alargando-se também a quota até vinte estudantes e melhorando-se alguns aspectos da agenda. Os estudantes visitarão a sede da União Europeia e o Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica, no decurso de uma visita de nove dias, e os funcionários de organizações da UE explicar-lhes- -ão matérias de diversas áreas, como por exemplo os objectivos da constituição das orgnizações da UE e os seus poderes, relação entre Macau e a UE e respectivas relações comerciais, planos de patrocínio da UE em Macau, políticas inovativas da UE, projecto Erasmus Mundus sobre Bolsas de Mérito de Pós-Graduados da UE, projecto de Acções de Jovens e situação económica da UE, etc., tendo os estudantes oportunidades para se encontrarem com um deputado do Parlamento Europeu de modo a que conheçam os seus trabalhos e tenham mais conhecimentos quanto ao funcionamento da Parlamento. Para além disso, os estudantes também visitarão a Delegação Económica e Comercial de Macau junto da União Europeia, em Bruxelas, compreenderão os seus principais trabalhos e depois visitarão o Instituto Europeu localizado em Bruges, no noroeste da Bélgica, parlamentos ou delegações locais criados pela UE nas cidades dos outros Estados-Membros da UE, a fim de poderem conhecer de forma abrangente, trabalhos de diferentes órgãos e situações concretas dos outros Estados-Membros da UE. Todos os anteriores participantes disseram que estes programas tinham sido muito benéficos, tendo não só aprofundado os conhecimentos quanto ao funcionamento das organizações da UE, e conhecido os costumes e culturas locais, como também alargado os seus horizontes internacionais, o que ajudou a projectar melhor os seus planos futuros de estudo ou de carreira. Uma parte dos estudantes ficou muito interessada em Bolsas de Mérito de Pós-Graduados da UE e em cursos de mestrado do Instituto da Europa, tendo dito que iriam preparar requerimentos para aquisição de Bolsas de Mérito ou admissão a cursos relevantes e partilhariam as informações relevantes com os seus colegas ou amigos. 12 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 13

5 Ao Ieong Lai I, Olivia (Universidade de Melbourne Contabilidade e Finanças) Chui Lok I, Tiffany (Universidade de Macau Marketing) Ng Ka Kei, Katherine (Universidade de Concord Administração Comercial) Extractos de depoimentos de estudantes que frequentaram a visita de 2012 A visita à UE é um seminário de dois dias com cerca de 7 tópicos. Cada tópico demora uma hora e é realizado por uma pessoa especializada naquela área em particular. Achamos o seminário útil e interessante porque aqueles temas são muito diversificados e numa base diária, os quais incluem a função da UE, a relação comercial entre a UE e Macau, a relação comercial entre a UE e a China, a política inovativa da UE, o programa de intercâmbio Erasmus Mundus, a situação financeira na Europa, etc.. Eu pessoalmente acho que aqueles seminários foram uma oportunidade verdadeira de aprendizagem na forma de Perguntas e Respostas, através da qual podíamos levantar questões e ter respostas de um especialista, de forma muito rápida; ao contrário, quase não temos respostas enquanto estamos a assistir a notícias na televisão. Alguns temas são especialmente relacionados connosco, como o programa Erasmus Mundus. Se alguns amigos meus querem estudar na Europa para mestrado ou doutoramento, vou recomenda- -lhes fortemente a considerar este programa devido à sua flexibilidade e credibilidade. Durante a visita de dois dias à UE, encontrámos funcionários diferentes que trabalham na UE e ouvimo- -los sobre os seus pontos de vista relativamente à União Europeia e à Europa; pudémos aprender mais sobre este continente através de aspectos diferentes, por exemplo, política, economia, tecnologia, inovação, cultura, etc.. Nós agora sabemos mais sobre as operações da UE e a forma como a Europa está integrada, apesar de suas grandes diferenças culturais, de valores e línguas. O mais importante é aprendermos como podemos envolver-nos com a Europa através do programa Erasmus Mundus. Nós, estudantes de Macau, podemos com este programa ter esta possibilidade de continuar a nossa pós-graduação ou doutoramento em várias universidades da Europa. A UE estabeleceu-o de forma a promover a mobilidade dos estudantes, quer dizer, para promover os talentos e progresso da Europa. Este programa beneficia os alunos não só ampliando o seu horizonte, mas também fornecendo-lhes a oportunidade de aprender mais sobre outros países e o convívio de culturas diferentes. Como um estudante no estrangeiro, não há tantas oportunidades de seguir tudo em Macau nem de fazer amigos com outros colegas macaenses. Depois desta viagem, eu não só enchi o meu bolso do conhecimento, mas também fiz amigos que eu nunca teria tido sem esta viagem. Com a minha especialidade de comércio, adquiri muito conhecimento prático relativo ao que eu tinha aprendido sobre negócios internacionais e também muito mais sobre a União Europeia. 14 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 15

6 Extractos de depoimentos Estudantes que participaram na visita de 2013 Chan Chio Wa (Universidade de Macau Administração Comercial, Gestão Financeira) Wong San Hou (Universidade de Língua e Cultura de Beijing Estudo de Inglês) Li Hio Tong, Blanche (Universidade de Tsing Hua, Taiwan Línguas Estrangeiras e Literatura) Esta foi uma oportunidade rara e valiosa para conhecer diferentes funcionários que trabalham na União Europeia. As suas apresentações foram muito informativas e interessantes. A parte mais impressionante foi o encontro com um dos membros do Parlamento Europeu, que pertence ao grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas. Na verdade, ele foi selecionado pelos cidadãos locais como o representante do seu país de origem. Inspirou-me o seu discurso confiante e encantador quanto aos direitos humanos e como os cidadãos se podiam envolver activamente na política. Entendi, a partir da conversa com ele, que o desejo da unidade de toda a Europa foi o ponto-chave para alcançar o estabelecimento da União Europeia. Apreciei profundamente vários trabalhos que esta organização tem feito nos países da União, dos jovens aos pobres, da tecnologia para a inovação. A existência da UE não só beneficia os países europeus, mas também todo o mundo. Após a nossa visita à Comissão Europeia, Colégio da Europa e Parlamento Europeu e ouvindo as palestras dadas pelos funcionários da UE, vi e aprendi muitas coisas que eu não sabia antes, e também fiquei profundamente impressionado com a vocação seguida pela UE de Unidade é Diversidade. Todos os Estados-membros da UE estão a dar-se muito bem uns com os outros, mesmo falando línguas diferentes e praticando costumes diferentes. Além disso, fiquei muito feliz ao saber que havia muitos intercâmbios académicos para os países europeus de estudantes do âmbito académico de Macau. Durante esta viagem, eu aprendi mais profundamente como funciona a UE. Eu percebi o poder da UE, bem como temas internos como política europeia, economia e educação, etc.. Essa experiência alargou a minha perspectiva do mundo. Além disso, a viagem proporcionou-me uma oportunidade de praticar o que eu aprendi, como o uso do Francês, de estar num novo círculo e de fazer muitos novos amigos com contextos e especialidades diferentes. Eu achei esta aprendizagem muito mais eficaz do que a da minha universidade. Aqui, os colegas desempenham papéis positivos na aprendizagem. Eu sempre achava os seus pontos de vista e questões inspiradoras. Como resultado, eu realmente quero aperfeiçoar- -me. Comprovou-se a ideia de a aprendizagem é mais importante do que as notas. O meu desempenho na viagem não afecta nada as minhas notas no colégio. No entanto, eu senti mais entusiasmo para aprender e aprendi mesmo muito durante a viagem. Ip Wai Kei, Pinky (Universidade de Hong Kong Estudos de Arquitetura) Estou muito agradecida por ter participado nesta visita, porque eu acho que nunca iria ter essas oportunidades de encontrar-me pessoalmente e conversar com os representantes de diferentes organismos da União Europeia. Em vez de apenas ler o título de União Europeia em jornal ou site, estivemos efectivamente a ouvir a sua explicação e a fazer perguntas, o que nos deu muitas informações sobre a organização e as funções da União Europeia e do Parlamento Europeu, a relação entre Macau e a Europa, a sua comunicação, bem como seus projectos cooperativos, desenvolvimentos futuros, e ainda os efeitos da crise económica europeia para o mundo inteiro. Nesta viagem, que agrupou 20 alunos de diferentes origens, universidades e departamentos, compartilhámos em conjunto os nossos pensamentos e experiências. Além disso, nas partes reservadas às questões, ao ouvir perguntas dos outros sobre as quais eu nunca tinha pensado antes, lembrei-me da minha falta de conhecimento sobre várias disciplinas; eu sei que tenho que aprender mais com os outros e envolver-me através da leitura de jornais e livros. Esta é a outra maneira de nos tornarmos melhores. 16 N ú m e r o C i n c o A b r i l F i f t h I s s u e A p r i l 17