AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA TRANSGÊNICO NA REGIÃO NORTE/NOROESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO EM 2012 E

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1 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA TRANSGÊNICO NA REGIÃO NORTE/NOROESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO EM 2012 E 2013 Rogério Soares de Freitas (1), Aildson Pereira Duarte (2), Paulo Boller Gallo (3), Marcelo Ticelli (4), Eduardo Sawazaki (2), Gisèle Maria Fantin (5) Antônio Lúcio Mello Martins (6) Everton Luis Finoto (6) Introdução Atualmente estão disponibilizados, no Brasil, 467 cultivares de milho para cultivo, sendo 253 transgênicas, superando pela primeira vez a quantidade de cultivares convencionais (Cruz et al. 2013). A grande oferta de cultivares de milho denota a importância dessa cultura para o Brasil e garante maior segurança aos agricultores por possibilitar a escolha de uma cultivar que atenda às necessidades específicas de cada região. Os trabalhos de avaliação de cultivares são essenciais para gerar informações regionais e orientar os técnicos e os agricultores na escolha das cultivares que melhor atendam às condições específicas do sistema de produção na propriedade. Nesse contexto, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e os Polos Regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), o Instituto Biológico (IB) e empresas de sementes, desenvolve trabalhos de avaliação de cultivares de milho safrinha no Estado de São Paulo por mais de duas décadas. 1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico da Apta Regional, Polo Noroeste Paulista, Caixa Postal 61, Votuporanga, SP. freitas@apta.sp.gov.br 2 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Caixa Postal 28, Campinas, SP. aildson@apta.sp.gov.br e sawazaki@iac.sp.gov.br 3 Engenheiro Agrônomo, M.Sc., Pesquisador Científico da Apta Regional, Polo Nordeste Paulista, Caixa Postal 58, Mococa, SP. paulogallo@apta.sp.gov.br 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico da Apta Regional, Polo Alta Mogiana, Caixa Postal 35, Colina, SP. mticelli@apta.sp.gov.br 5 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico do Instituto Biológico (IB), Caixa Postal 70, Campinas, SP. gisele@biologico.sp.gov.br 6 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico da Apta Regional, Polo Centro Norte, Caixa Postal 24, Pindorama, SP. lmartins@apta.sp.gov.br e evertonfinoto@apta.sp.gov.br [1]

2 Objetivou-se, com este trabalho, gerar informações sobre o desempenho relativo das principais cultivares de milho transgênicas (Bt) disponíveis no mercado para a região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo e disponibilizá-las aos técnicos e agricultores. Material e Métodos Os ensaios foram implantados na Região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo, nos municípios de Guaíra, Mococa e Votuporanga (2012 e 2013) e em Pindorama (2013). Em 2012 e 2013 foram avaliadas, respectivamente, 42 e 36 cultivares. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro repetições. As parcelas experimentais foram constituídas de quatro linhas de 5,0 m de comprimento espaçadas de 80 cm, exceto em Mococa (90 cm) e Guaíra (50 cm), considerando-se para as avaliações agronômicas apenas as duas linhas centrais. As sementes foram retiradas de embalagens comerciais ( sementes) e tratadas contra pragas de solo com o inseticida thiamethoxam, exceto quando vieram tratadas da indústria. Os ensaios foram instalados em áreas com sistema de plantio direto, em sucessão à cultura da soja. O manejo do solo consistiu em dessecar as plantas daninhas em período próximo da semeadura dos ensaios, que ocorreu no mês de março (Tabela 1). Realizou-se o desbaste para adequação do estande inicial para a população de plantas por hectare. O florescimento masculino foi avaliado considerando 50% das plantas com pendão aberto. Calculou-se a proporção de grãos nas espigas com palha (rendimento de espigas). A produtividade de grãos por hectare foi calculada corrigindo a umidade para 13%. Com os dados das cultivares comuns nos dois anos foram realizadas as análises de variância conjunta e aplicado o teste Tukey ( p < 0,05) para comparação de médias. Avaliaram-se também as doenças foliares nos locais onde estas ocorreram com intensidade suficiente para discriminar diferenças entre os tratamentos. Estimou-se a severidade das lesões foliares, no estádio de grãos leitosos a pastosos, com auxílio da escala diagramática Agroceres, através de notas de 1 a 9, correspondendo a 0; 1; 2,5; 5; 10; 25; 50; 75 e mais de 75% de área foliar afetada. [2]

3 Tabela 1. Caracterização dos experimentos de milho safrinha desenvolvidos na região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo, em 2012 e (1) Quantidade de Nitrogênio. (2) S.A. = Sulfato de Amônio. Resultados e Discussão A produtividade média dos ensaios de 2012 e de 2013 foram, respectivamente, kg ha -1 e kg ha -1 (Tabela 1) e, em termos absolutos, superiores aos obtidos nos últimos anos na região (Duarte et al. 2011), em função das condições climáticas que favoreceram os ensaios destes dois anos. A grande variação de produtividade ao longo dos anos é uma das características do cultivo de milho safrinha nesta região, que apresenta riscos, principalmente, os relativos à baixa disponibilidade de água para planta. Em 2013, as cultivares que se destacaram pela análise conjunta dos quatro ambientes foram 2B512 PW, 2B433 PW, 30A37 PW, 30A16 Hx, 20A78 Hx, AS 1642 PRO, 2B688 PW, DKB 390 PRO2, DKB 175 PRO2, 2B604 PW, AG 9080 YG, AG 8500 PRO e AS 1581 PRO, com produtividade variando de kg ha -1 a kg ha -1, porém sem diferença estatística entre as médias deste grupo (Tabela 2). A produtividade do híbrido mais produtivo foi 93% superior ao da variedade (Tabela 2), com a ressalva que se trata de uma cultivar convencional sem a aplicação de inseticida para controle da lagarta-do-cartucho. Esta grande diferença revela a melhor adaptação desses híbridos nos ambientes avaliados. [3]

4 Tabela 2. Média dos caracteres agronômicos dos híbridos transgênicos de milho safrinha avaliados em 4 ambientes na Região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo, em 2013 (1). (1) Locais: Guaíra, Mococa, Pindorama e Votuporanga. (2) Plantas acamadas e quebradas. (3) Dias após semeadura. (4) Teor de água nos grãos na colheita. [4]

5 Na análise conjunta de dois anos, com cultivares comuns a ambos os ambientes, os híbridos 30A16Hx, 20A78Hx, AS1626PRO, AS1581PRO, AG8500PRO, AG7098PRO, GNZ9688PRO, AG5055PRO e CD384Hx foram os mais produtivos e não diferiram entre si (Tabela 3). Entretanto, os híbridos AS1626PRO, AS1581PRO e CD384Hx apresentaram índice de acamamento e quebramento superior à média dos ensaios (Tabela 3), requerendo cuidados especiais no manejo da lavoura e a antecipação da colheita, uma vez que o problema se agrava quando as plantas permanecem por mais tempo no campo. Tabela 3. Média dos caracteres agronômicos dos híbridos transgênicos de milho safrinha avaliados em 6 ambientes na Região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo, em 2012 e 2013 (1). (1) Locais: Guaíra, Mococa e Votuporanga (2012 e 2013). (2) HS = híbrido simples e HT = híbrido triplo. (3) Plantas acamadas e quebradas. (4) Dias após semeadura. (5) Teor de água nos grãos na colheita, exceto em Mococa (2012). (6) Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%. As doenças ocorreram, em geral, com baixa severidade nestes dois anos na região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo. Contudo, foi verificada a presença mais generalizada das manchas de Phaeosphaeria e de Cercospora e da queima de turcicum. Em Votuporanga, foram observadas, em muito baixa severidade, também a ferrugem polissora (Puccinia polysora) e a mancha de Bipolaris maydis. As maiores severidades de doenças foram constatadas em Mococa-SP, onde, em 2012, a mancha de Phaeosphaeria [5]

6 recebeu notas com valores de 4,9; 4,6 e 4,5, para as cultivares AS 1555 PRO, AS 1665 PRO e GNZ 9505 YG, respectivamente, que correspondem a quase 10% de área foliar afetada; e em 2013, notas 3,4 e 3,8 para as cultivares CD 333 Hx e BG 7065 H, que representam menos de 5% de área foliar com sintomas da doença. Considerações Finais As cultivares de milho disponibilizadas pelas empresas atendem às demandas dos agricultores da região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo. Entretanto, as avaliações realizadas apontam diferenças quanto a adaptação destas às condições regionais, indicando que a escolha adequada da cultivar é fundamental para obtenção de boa produtividade e viabilizar a produção desse cereal na região. Agradecimentos Os autores agradecem aos seguintes técnicos e auxiliares de apoio, pelo desenvolvimento das atividades operacionais: Antônio Luis de Oliveira - CATI, EDR Orlândia; Antônio Oliveira Lima Machado APTA; Alta Mogiana, Colina; Arlindo Clemente Filho - CATI, EDR Orlândia; Francisco Otávio Alves Ferreira - APTA Alta Mogiana, Colina; João Batista Vieira Junior - APTA Alta Mogiana, Colina; José Geraldo de Figueiredo - APTA Nordeste Paulista, Mococa; Ronaldo Eduardo da Silva - APTA Nordeste Paulista, Mococa; Wilson Strada e Edivaldo Novelli Gomes - APTA Noroeste Paulista, Votuporanga. Referências CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I. A.; QUEIROZ, L. R. S. Safra dos Transgênicos. In: QUEVEDO, G.D. (ed.). Cultivar Grandes Culturas. Pelotas, RS. Grupo Cultivar de Publicações, 2013, p DUARTE, A. P. et al. Milho Safrinha na Região Norte/Noroeste do Estado de São Paulo: Avaliação de cultivares transgênicas em 2010 e In XI SEMINÁRIO NACIONAL DE MILHO SAFRINHA, 2011, 11., Lucas do Rio Verde/MT, Anais. Lucas do Rio Verde: Fundação Rio Verde, 2011, p [6]