Curso de Engenharia de Computação DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS UTILIZANDO JAVA DESIGN PATTERNS: STRUTS, HIBERNATE, DAO E JSTL.
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- Francisco Clementino Álvares
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1 i Curso de Engenharia de Computação DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS UTILIZANDO JAVA DESIGN PATTERNS: STRUTS, HIBERNATE, DAO E JSTL. William Patatas Soares Itatiba São Paulo Brasil Dezembro de 2006
2 ii Curso de Engenharia de Computação DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS UTILIZANDO JAVA DESIGN PATTERNS: STRUTS, HIBERNATE, DAO E JSTL. William Patatas Soares Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia de Computação da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Dr. André Leon S. Gradvohl, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Orientador: Prof. Dr. André Leon S. Gradvohl Itatiba São Paulo Brasil Dezembro de 2006
3 iii Desenvolvimento de sistemas utilizando Java Design Patterns: Struts, Hibernate, DAO e JSTL. William Patatas Soares Monografia defendida e aprovada em 12 de dezembro de 2006 pela Banca Examinadora assim constituída: Prof. André Leon S. Gradvohl USF Universidade São Francisco Itatiba SP. Prof Beto Wenzel USF Universidade São Francisco Itatiba SP. Prof Maurício Fabbri USF Universidade São Francisco Itatiba SP.
4 iv A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. (Albert Einstein)
5 v A meus pais Aguiar e Benilde, sem os quais não chegaria até aqui. A minha noiva Meire, que ensinou-me a fé e o amor. Sou eternamente grato a todos.
6 vi Agradecimentos Agradeço primeiramente ao Professor André, meu orientador, que acreditou em mim e incentivou-me para a conclusão deste trabalho, face aos inúmeros percalços do trajeto. Agradeço também ao Professor Alencar, um companheiro de percurso e de discussões profícuas, dentro e fora do contexto deste trabalho, agraciando-me incontáveis vezes com sua paciência, conhecimento e amizade. Eu agradeço fraternalmente a todos.
7 vii Sumário Lista de Siglas... ix Lista de Figuras... x Resumo... xi Abstract... xi 1 Introdução Visão geral Projeto Aplicações web multicamadas Padrões de Projeto Padrão de projeto Model-View-Controller Visão geral Modelo da arquitetura Seqüência de funcionamento Framework Struts Modelo da arquitetura Fluxo de uma aplicação Struts Padrão de projeto hibernate Visão geral Recursos Modelo da arquitetura Padrão de projeto DAO Visão geral Recursos Padrão de projeto jstl (jsp standard tag library) Visão geral Recursos Desenvolvimento da aplicação Criar os módulos do sistema Camada de visão Camada de controle Camada de modelo Conclusão Contribuições... 23
8 viii 8.2 Extensões Apêndice 1 Arquivo index.jsp Apêndice 2 Arquivo failure.jsp Apêndice 3 Arquivo SearchForm.java Apêndice 4 Arquivo SearchAction.java Apêndice 5 Arquivo struts-config.xml Apêndice 6 Arquivo PhoneToolDAO.java Apêndice 7 Arquivo PhoneToolDTO.java Apêndice 8 Arquivo PhoneTool.hbm.xml Referências Bibliográficas... 38
9 ix Lista de Siglas DAO DTO EIS EJB HQL J2EE JDBC JSP JSTL LGPL MVC RMI XML Data Access Object Data Transfer Object Enterprise Information System Enterprise Java Bean Hibernate Query Language Java 2 Enterprise Edition Java Database Conectivity Java Server Pages JSP Standard Tag Library Lesser General Public License Model-View-Controller Remote Method Invocation extensible Markup Language
10 x Lista de Figuras FIGURA 1-1: AMBIENTE J2EE TÍPICO... 2 FIGURA 2-1: CENÁRIOS DE APLICAÇÕES J2EE... 5 FIGURA 3-1: MODELO DA ARQUITETURA MVC... 8 FIGURA 3-2: SEQÜÊNCIA DE FUNCIONAMENTO DO MVC... 8 FIGURA 3-3: MODELO STRUTS DA IMPLEMENTAÇÃO MVC FIGURA 4-1: APLICAÇÃO STANDALONE FIGURA 4-2: APLICAÇÃO WEB FIGURA 4-3: COMPONENTES DO HIBERNATE FIGURA 7-1: CASO DE USO DA APLICAÇÃO FIGURA 7-2: DIAGRAMA DE SEQÜÊNCIA DA APLICAÇÃO... 19
11 xi Resumo As aplicações Java para ambientes web estão sendo cada vez mais utilizadas em ambientes corporativos. Desenvolvedores têm menos tempo e menos recursos do que necessitam. Sendo assim, é comum equipes com vários desenvolvedores trabalhando em equipe. Esta monografia mostra quatro padrões de projeto que se tornaram ferramentas muito úteis para os desenvolvedores considerando o cenário descrito acima. PALAVRAS-CHAVE: padrões de projeto, aplicação web. Abstract The Java applications for web environment have been used frequently on corporate environments. Developers have less time and resources than they need, so there is usually a team with many developers working together. This monograph shows four design patterns that became very useful for developers considering the situation described above. KEY WORDS: design patterns, web application.
12 1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Visão geral Aplicações empresariais são complexas, isto é um fato. Diariamente desenvolvedores, arquitetos, gerentes de projeto e usuários são forçados a lidar com estruturas de dados complexas, alterações em regras de negócio, mudanças de necessidades dos usuários e novas tecnologias. Naturalmente, os desenvolvedores geralmente têm menos tempo e menos recursos do que precisariam (ou gostariam) para enfrentar tudo isso. A plataforma Java 2 Enterprise Edition (J2EE) surgiu com o objetivo de padronizar e simplificar a criação de aplicações empresariais. Para isso, propõe um modelo onde componentes J2EE (páginas JSP 1, Servlets 2, EJB's 3, etc) escritos pelos usuários da plataforma, podem fazer uso de serviços providos por esta, os quais simplificam sua implementação e possibilitam maior foco no negócio. Um diferencial significativo na arquitetura proposta para a plataforma J2EE foi a iniciativa de enfatizar a utilização de design patterns (ou padrões de projeto, em português). Tais padrões trazem inúmeras vantagens na modelagem e implementação de um software [9]: possibilidade de projetar soluções mais rapidamente e com qualidade já que os padrões são soluções comprovadamente eficientes para problemas já conhecidos; visam principalmente flexibilidade, organização e reaproveitamento de código, o que resulta em maior produtividade, qualidade e facilidade de manutenção das aplicações assim desenvolvidas. 1 Java Server Pages (JSP) consiste em uma tecnologia baseada em java utilizada no desenvolvimento de aplicações para web. 2 Objetos Java que recebem requisições http e geram respostas baseadas nessas requisições. 3 Enterprise Java Bean (EJB) é um componente de software que estende as funcionalidades de um servidor permitindo encapsular lógica de negócio e dados específicos de uma aplicação.
13 2 Os principais serviços disponibilizados pela plataforma J2EE destinam-se a suprir as necessidades de aplicações empresariais distribuídas, isto é, aquelas que necessitam da flexibilidade de disponibilizar acesso à sua lógica de negócio e dados para diferentes tipos de dispositivos clientes (navegadores, dispositivos móveis, aplicações desktop, entre outros) e para outras aplicações residentes na mesma empresa ou fora desta. A Figura 1-1 ilustra um ambiente J2EE típico [6]. Figura 1-1: Ambiente J2EE típico A organização dos capítulos posteriores é a seguinte: O Capítulo 2 descreve uma introdução do projeto tema deste trabalho, de aplicações multicamadas e de padrões de projeto; O Capítulo 3 explica sobre o padrão de projeto MVC (Model View Contoller) e como ele ajuda no desenvolvimento modular de um sistema multicamadas, focando principalmente no padrão Struts que implementa o MVC; O Capítulo 4 explica sobre o padrão de projeto Hibernate que permite um mapeamento objeto-relacional do banco de dados para o sistema; O Capítulo 5 aborda o padrão DAO (Data Access Object), que junto com o Hibernate auxilia na parte de persistência do desenvolvimento do sistema;
14 3 O Capítulo 6 descreve o padrão JSTL, biblioteca de tags que auxiliam no desenvolvimento de paginas web, poupando esforço e tempo do desenvolvedor. O Capítulo 7 descreve o desenvolvimento de um sistema web integrando as aplicações dos padrões descritos; O Capítulo 8 finaliza com conclusões após o desenvolvimento de um sistema web utilizando as ferramentas abordadas e possíveis contribuições para futuros trabalhos.
15 4 2 PROJETO Neste projeto será implementada uma aplicação web na qual serão utilizados quatro padrões de projeto para demonstrar sua eficiência no seu desenvolvimento e para mostrar um sistema bem estruturado onde, apesar de ser uma aplicação relativamente pequena, sua estrutura pode ser aplicada também em sistemas de grande porte. 2.1 Aplicações web multicamadas Aplicações distribuídas são comumente compostas de uma camada cliente, que implementa a interface com o usuário, uma ou mais camadas intermediárias, que processam a lógica do negócio e provêem serviços à camada cliente, e outra, chamada de Enterprise Information System (EIS), formada por sistemas legados e bancos de dados. A infra-estrutura oferecida pela J2EE possibilita que estas camadas, possivelmente localizadas em máquinas diferentes, possam se comunicar remotamente e juntas comporem uma aplicação. Um componente criado numa aplicação J2EE deve ser instalado no container apropriado. Um container é um ambiente de execução padronizado que provê serviços específicos a um componente. Assim, um componente pode esperar que em qualquer plataforma J2EE implementada por qualquer fornecedor estes serviços estejam disponíveis. Um web container destina-se a processar componentes web como servlets, JSP's, HTML's e Java Beans. Estes são suficientes para criar aplicações completas que não necessitam ser acessadas por diferentes tipos de cliente nem tampouco tornar seus dados e lógica distribuídos. Já um EJB container destina-se a prover a infra-estrutura necessária para a execução de componentes de negócio distribuídos. Tal componente pode ser acessado de maneiras diferentes, por exemplo, através de Remote Method Invocation (RMI), o que possibilita que este seja utilizado por qualquer tecnologia que provê suporte a um dos padrões de comunicação e que seja localizado virtualmente a partir de qualquer rede TCP/IP.
16 5 A plataforma J2EE permite uma arquitetura flexível sendo que tanto o web container quanto o EJB container são opcionais. Alguns cenários possíveis podem ser observados na Figura 2-1 [11]. Figura 2-1: Cenários de aplicações J2EE 2.2 Padrões de Projeto A correta utilização de arquiteturas e padrões de projeto no desenvolvimento de softwares representa um importante ideal a ser alcançado por qualquer equipe que pretende produzir aplicações computacionais profissionais. Não basta aprender uma tecnologia, é necessário também conseguir projetar soluções com esta tecnologia. A definição de uma arquitetura, por exemplo, permite que tenhamos uma visão completa da aplicação, de quais são seus principais componentes, o objetivo de cada um deles e a maneira como se relacionam a fim de desempenharem suas funções. Quando utilizamos padrões, estamos levando em conta experiências de outros projetos de desenvolvimento, aumentando assim as chances de chegarmos a uma solução correta pois erros passados poderão ser evitados. Em aplicações sob a plataforma J2EE não é diferente. Em geral estamos tão atolados no processo de compreensão dos serviços da plataforma, de suas APIs (Application Program Interface) e do negócio a ser resolvido que não dedicamos o tempo necessário para aprender a projetar soluções com a tecnologia. Segundo Grady Booch [12], existe um buraco semântico entre as abstrações e serviços que a plataforma J2EE oferece e a aplicação final que será
17 6 produzida com esta e os padrões de projeto representam soluções que aparecem repetidamente para preencher este buraco. Um padrão provê uma solução para um problema comum baseado em experiências anteriores comprovadamente eficazes. Dispor de um bom conjunto de padrões é como ter um time de especialistas sentado ao seu lado durante o desenvolvimento, aconselhando-lhe com o melhor do seu conhecimento. Boas práticas de projeto são descobertas pela experiência e levam tempo até se tornarem maduras e confiáveis. Um padrão captura essa experiência e serve para comunicar, de forma padronizada, o conhecimento que trazem. Dessa forma, os padrões, além de ajudarem os desenvolvedores e arquitetos a reutilizarem soluções tanto de projeto quanto de implementação, ajudam também a criar um vocabulário comum na equipe, diminuindo assim o esforço de comunicação. Os padrões que serão abordados neste texto ajudam a melhorar o desempenho de sistemas em multicamadas e a torná-los mais fáceis de se manter ao reduzir a complexidade. O padrão Model-View-Controller (MVC) reforça um projeto modular e de fácil manutenção e força a separação de camadas, será abordado através da sua implementação Struts. O Data Access Object (DAO) fornece uma interface flexível entre a lógica de negócio e as fontes de dados reais. O Hibernate que é um serviço de consulta e persistência Objeto/Relacional para Java, provê um mapeamento de uma classe para uma tabela do banco de dados, muito poderoso e de alto desempenho. E o JSP Standard Tag Library (JSTL), que consiste numa biblioteca de tags de JSP que auxiliam e agilizam a construção de páginas JSP.
18 7 3 PADRÃO DE PROJETO MODEL-VIEW-CONTROLLER 3.1 Visão geral Depois de anos de evolução das tecnologias web e dos processos fabris de construções de aplicações orientadas a objetos, o padrão MVC garante a separação da interface, do controle de fluxo e da regra de negócio, em que cada tipo de componente executa um determinado tipo de tarefa. Essa separação permite alteração em cada uma das camadas isoladamente, diminuindo o trabalho da mudança constante das aplicações web. Como o MVC facilita a divisão de trabalho por conjuntos de habilidades, este padrão é bastante adequado para empresas de desenvolvimento que suportam desenvolvimento modular e concorrente com muitos desenvolvedores. 3.2 Modelo da arquitetura No modelo MVC, cada componente tem um tipo de responsabilidade [4, 5]: Servlets: atuam como controladores (controller), que vão atender e entender as requisições dos usuários; JavaBeans: atuam como modelo (model), que representam e devem executar a regra de negócio; JSP: atuam como visão (view), ou seja, irão disponibilizar as diversas formas de visualização do modelo de dados.
19 8 Figura 3-1: Modelo da arquitetura MVC 3.3 Seqüência de funcionamento O controlador irá receber a requisição, usar serviços do modelo e indicar uma visualização para exibir o estado do modelo resultante da requisição executada. Figura 3-2: Seqüência de funcionamento do MVC
20 9 Struts [3]. Existem diversas implementações do modelo MVC, a mais famosa é o framework Framework Struts O Struts é um projeto de fonte aberta e foi originalmente criado por Craig McClanahan em Maio de 2000, mas desde então ele é patrocinado pela Apache Software Foundation e tem sido mantido pela comunidade do código aberto. O Struts implementa o padrão MVC, sendo assim ele também tem como objetivo prover a divisão de uma aplicação em um modelo de dados, um conjunto de visões e um conjunto de controladores [7] Modelo da arquitetura Seguindo o padrão do MVC, o modelo da arquitetura do Struts conta com seus componentes próprios: 4 Estrutura de suporte definida na qual um outro projeto pode ser organizado e desenvolvido.
21 10 Figura 3-3: Modelo Struts da implementação MVC Fluxo de uma aplicação Struts Seguindo a numeração indicada na figura anterior, tem-se o seguinte fluxo: 1. Cada solicitação HTTP tem que ser respondida neste mesmo protocolo. Desta forma, inicia-se uma aplicação que utiliza o Struts. Esta solicitação normalmente é definida como requisicao.do, que é um nome lógico para a requisição do usuário. 2. A solicitação requisicao.do é mapeada no arquivo struts-config.xml. Neste arquivo estão todas as definições do controlador do framework. O arquivo é então lido por um ActionServlet (que fará efetivamente o papel do controlador da aplicação) na inicialização da aplicação criando então um banco de objetos com o arquivo de configuração. No arquivo de configuração são definidos os Actions (requisições dos usuários) para cada solicitação. 3. O ActionServlet (que faz o papel do controlador da aplicação), define o Action correspondente para a solicitação. Uma Action pode validar a entrada de dados e acessar a camada de negócios para recuperar as informações nos bancos de dados e outros serviços de dados. 4. A requisição HTTP pode ser feita também através de um formulário HTML. Em vez de fazer com que cada Action retire os valores do campo da solicitação, o ActionServlet
22 11 coloca a entrada em um JavaBean. Estes JavaBeans são definidos como FormBeans no Struts e estendem a classe org.apache.struts.action.actionform. 5. O Action pode acessar o FormBean, efetuar qualquer operação e armazenar o resultado em um ResultBean. 6. O Action interage com a camada de negócio onde uma base de dados poderá ser atualizada. Em geral, o Struts não apresenta a resposta em si, mas envia a solicitação para outro recurso, como uma página JSP. O Struts fornece a classe ActionForward que pode ser usada para armazenar o caminho para uma página sob um nome lógico. Desta forma, o endereço ficará oculto para o usuário. Este visualizará apenas o nome definido para o caminho (por exemplo, resposta.do). Este recurso evita que o usuário possa estar visualizando uma versão desatualizada da aplicação, já que as requisições serão feitas apenas para nomes lógicos. Ao completar a lógica de negócio, o Action selecionará e retornará um ActionForward para o servlet. Então, o servlet usará o caminho armazenado no objeto ActionForward para chamar a página e completar a resposta. Esses detalhes logísticos da aplicação são definidos no objeto ActionMapping. Cada ActionMapping está relacionado a um caminho específico. Quando este caminho for selecionado, como requisicao.do, o servlet irá recuperar o objeto ActionMapping. O mapeamento informará ao servlet quais Actions, ActionForms e ActionForwards usar.
23 12 4 PADRÃO DE PROJETO HIBERNATE 4.1 Visão geral A grande maioria dos desenvolvedores de sistemas ainda opta por utilizar bancos de dados relacionais pela confiabilidade e robustez, embora o paradigma utilizado seja o Orientado a Objetos. Dessa forma, os registros do banco de dados devem ser transformados em objetos e as informações contidas nos objetos devem ser persistidas em forma de linhas e colunas. Chama-se isso de Mapeamento Objeto-Relacional [10]. Muitas vezes, os desenvolvedores acabam consumindo muito tempo de desenvolvimento para fazer este mapeamento. A proposta do Hibernate é exatamente prover aos desenvolvedores uma maneira de realizar este mapeamento de forma transparente, isto é, criando classes como se não houvesse persistência relacional. Sendo assim o Hibernate consiste em um serviço de consulta e persistência Objeto/Relacional para Java, muito poderoso e de alto desempenho. 4.2 Recursos No entanto, o Hibernate não provê apenas simples mapeamento de uma classe para uma tabela. Relacionamentos, Herança, Polimorfismo, Composições e Coleções são algumas dos conceitos orientados a objetos contemplados pelo Hibernate. Ele também possui o Hibernate Query Language (HQL), uma linguagem de consultas orientada a objetos. Hibernate suporta uma considerável quantidade de bancos de dados, incluindo DB2, PostgreSQL, MySQL, Oracle, Sybase, SQL Server, dentre outros. Além de tudo isso, Hibernate é um software livre. Qualquer pessoa pode utilizá-lo em aplicações domésticas e comerciais de acordo com a Lesser General Public License (LGPL).
24 13 Mas o framework não é uma boa opção para todos os tipos de aplicação. Sistemas que fazem uso extensivo de stored procedures, triggers ou que implementam a maior parte da lógica da aplicação no banco de dados, contando com um modelo de objetos simples não vai se beneficiar com o uso do Hibernate. Ele é mais indicado para sistemas que contam com um modelo rico, onde a maior parte da lógica de negócios fica na própria aplicação Java, dependendo pouco de funções específicas do banco de dados. Conforme figuras mostradas abaixo, o Hibernate pode ser aplicado em dois cenários diferentes: Aplicações Standalone (aplicação desktop) Aplicações Web Figura 4-1: Aplicação Standalone Figura 4-2: Aplicação Web
25 Modelo da arquitetura Dependendo da complexidade do projeto, um maior número de APIs e componentes são utilizados pelo Hibernate. A figura a seguir exibe aqueles que são necessários em um sistema mais simples possível [1]: Figura 4-3: Componentes do Hibernate De acordo com a especificação do Hibernate, os componentes descritos na figura acima são definidos da seguinte forma: Session Factory Armazena o mapeamento e configurações compilados. É uma fábrica de objetos Session e também provê conexões. Este objeto é imutável e threadsafe (pode ser acessado por múltiplas threads sem perigo de inconsistência. Session Um objeto que representa o diálogo entre a aplicação e a persistência (banco de dados), encapsulando uma conexão JDBC (Java DataBase Connectivity). Este objeto não deve ser manipulado por múltiplas threads. Ele controla um cache dos objetos persistentes. Os Sessions não devem durar toda a execução da aplicação, ou seja, são objetos chamados de vida curta. Peristent Object (Objetos Persistentes)
26 15 Objetos manipulados por informações persistentes e lógica de negócio. Devem ser JavaBeans (possui um construtor sem parâmetros e métodos get/set para os atributos persistidos). Eles só podem estar associados à exatamente uma Session. Transient Objects (Objetos Transientes) Instâncias das classes persistentes que não estão atualmente associadas a uma Session. Podem ter sido instanciados pela aplicação, mas não persistidos ainda, ou recuperados por uma Session que foi fechada. Transaction Objeto usado pela aplicação para especificar unidades atômicas de acesso ao banco. Não deve ser manipulado por múltiplas threads. Abstrai a aplicação de transações do tipo JDBC. Uma Session pode manipular várias Transaction.
27 16 5 PADRÃO DE PROJETO DAO 5.1 Visão geral O padrão DAO é uma solução com a qual desenvolvedores implementam um objeto que é unicamente responsável por receber informação de um armazenamento persistente, onde quer que ele esteja [9]. Isto abstrai a visão do dado usado por uma aplicação do layout da tabela, esquema extensible Markup Language (XML) ou arquivo em disco. Uma equipe poderia produzir três objetos DAO para um projeto particular: um para ler o banco de dados, um para ler dos arquivos XML recebidos da web e um para fornecer dados de teste para serem usados por desenvolvedores trabalhando em outros aspectos do sistema. Se todos os três objetos são descendentes de uma única classe abstrata Java que define os vários métodos de acesso, os objetos podem ser substituídos na aplicação final dependendo das necessidades atuais. Os objetos podem também ser usados em outros projetos baseados no mesmo modelo. 5.2 Recursos Em conjunto com o MVC, o DAO pode ser usado para aumentar a velocidade da camada de apresentação (ou visão) em uma aplicação maior pulando uma camada EJB. Ler diretamente do banco de dados é sempre mais rápido do que ir através da camada EJB, que tem que ler o banco de qualquer forma. Fazer isto diretamente com a interface JDBC é uma prática perigosa, já que ela liga o modelo de dados à camada de apresentação de tal forma que qualquer alteração na implementação do modelo de dados requer reescrever grandes partes da camada de apresentação, o que geralmente não é muito prático. Ao se utilizar um DAO obtém-se o máximo de velocidade com muito menos esforço de manutenção. Como o DAO provê uma separação do código relacionado ao acesso dos dados, do código de negócio, em conjunto com o Hibernate, DAO torna-se muito útil deixando transparente o uso do Hibernate para o código de negócio.
28 17 6 PADRÃO DE PROJETO JSTL (JSP STANDARD TAG LIBRARY) 6.1 Visão geral Durante o desenvolvimento web surgiam as seguintes dificuldades: Dificuldade de construir páginas JSPs bem organizadas internamente; Páginas JSPs com muito código Java; Web designers não sabem programar em Java; Problemas na interação entre desenvolvedores e web designers. Diante dessas dificuldades era necessário criar páginas dinâmicas bastante complexas sem escrever código Java dentro delas, para tornar isso possível eram necessárias tags que tornassem fáceis tarefas que exigiriam várias linhas de código Java, como formatação de números e datas seguindo configurações regionais do usuário. Isso facilitaria a interação entre desenvolvedores e web designers. Surgiu então o JSTL que é uma biblioteca que contempla essas tags sugeridas anteriormente [2, 8]. 6.2 Recursos JSTL consiste então em uma biblioteca de tags JSP que facilitam muito o desenvolvimento de uma página JSP. Tal biblioteca abriga muitas funções e funcionalidades que não necessitam de implementação, apenas chamá-las através de tags, aumentando assim a legibilidade do código.
29 18 7 DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO A aplicação para exemplificar a integração entre os padrões de projetos abordado neste trabalho consiste em um simples sistema de consulta de cadastro, onde um usuário irá consultar as informações de telefones, de uma pessoa através do nome dela. O sistema é simples, mas possui as funcionalidades necessárias para o emprego dos padrões de projeto: separação em camadas com o Struts, utilização das tags do JSTL e interação com banco de dados para consultas utilizando DAO e Hibernate. O sistema será simples, porém dotado de uma arquitetura bem robusta o que permite o desenvolvimento de novas funcionalidades para ele no futuro. O fluxo de funcionamento do ponto de vista do usuário é apresentado na Figura 7-1. Figura 7-1: Caso de uso da aplicação
30 19 A seqüência de operações do sistema desde a requisição até a resposta é descrita no seguinte diagrama de seqüência ilustrado na Figura 7-2. Figura 7-2: Diagrama de seqüência da aplicação O primeiro passo no desenvolvimento desta aplicação será criar os módulos do sistema que será organizado em camadas, utilizando assim o Struts que implementa a arquitetura do padrão MVC. Esta é a parte mais importante, pois trata de toda a estrutura do sistema podendo assim, caracterizá-lo com os seguintes adjetivos: robustez, escalabilidade, portabilidade e operabilidade. 7.1 Criar os módulos do sistema Como o sistema está modelado seguindo a arquitetura Struts do modelo MVC, primeiro será criada a camada de visão, responsável pela interação com o usuário.
31 Camada de visão A camada de visão será composta por arquivos JSP que consistem em arquivos com uma mistura de tags html, tags jsp e tags do Struts. Para padronizar e simplificar o código (deixando a página JSP sem nenhum código, apenas tags), serão utilizadas as tags da biblioteca do padrão JSTL. A aplicação possui os seguintes arquivos JSP: index.jsp (página principal) e failure.jsp (página onde é retornado o erro). Os códigos destas páginas localizam-se nos apêndices 1 e 2 respectivamente. Completando a camada de visão há o ActionForm, que consiste em um objeto JavaBean que o Struts utiliza para representar os dados do formulário e transferi-los entre as camadas de visão e as camadas de controle. O sistema possui então o arquivo SearchForm.java, localizado no Apêndice 3. No arquivo de configuração struts-config.xml é adicionado a declaração deste ActionForm como um form-bean pois como foi dito anteriormente o mesmo consiste em um objeto JavaBean para tratar os dados de um formulário. Para que indicar ao Struts que os dados do formulário da página index.jsp serão mapeados no objeto SearchForm, é necessário adicionar as tags para fazer esse mapeamento no arquivo de configuração do Struts struts-config.xml, este arquivo contém todas as configurações utilizadas pelo Struts, sendo então o mapa da estrutura da aplicação, está no Apêndice Camada de controle A camada de controle compreende a funcionalidade envolvida quando o usuário clicar no botão Search da página JSP principal gerando um evento para que se gere uma interface de resposta. Esta camada chamará os objetos de persistência da camada de modelo para que efetuem as operações necessárias no banco de dados e retornem um resultado que servirá de base para a camada de controle direcionar para a página JSP que deverá gerar a interface resultante.
32 21 Será criada então a classe SearchAction.java que recebe o evento search da página principal index.jsp resgatando os dados através da SearchForm.java e invocando a camada de modelo para fazer as operações necessárias de consulta no banco. Retornado algum dado essa classe redireciona o resultado de sucesso para a página inicial index.jsp mapeando novamente os dados de retorno no SearchForm.java, não retornando dado a classe redireciona o resultado de erro para a página failure.jsp. O mapeamento indicando esse fluxo: index.jsp preenche com os valores do formulário o SearchForm.java do qual a SearchAction.java resgatará para invocar a camada de modelo redirecionando o resultado para Index.jsp caso sucesso ou failure.jsp caso falha, é feito no arquivo struts-config.xml Camada de modelo A classe SearchAction preencherá um java bean responsável pela transferência de dados entre a camada de controle e modelo chamado de Data Transfer Object (DTO), este DTO recebe o nome de PhoneToolDTO.java, e está descrito no Apêndice 7. Após preencher esse java bean, a classe SearchAction chamará a classe DAO PhoneToolDAO.java, apresentado no Apêndice 6, passando o DTO. A classe DAO por sua vez acessará o banco de dados através do Hibernate efetuando a abertura de conexão, consulta, mapeamento dos dados retornados e encerramento da conexão de forma transparente. Isso porque o a aplicação possui um arquivo de configuração chamado PhoneTool.hbm.xml, detalhado no Apêndice 8. Esse arquivo mapeia a tabela onde é feita a consulta com nossa classe DTO, mapeia também cada campo da tabela com seu respectivo atributo no DTO, fazendo assim o mapeamento objeto-relacional. Assim o DAO retorna para
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