ENSAIO DE VARIEDADES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO PARA O NORTE DE MINAS GERAIS
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- Sonia Giovanna de Carvalho Cordeiro
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1 ENSAIO DE VARIEDADES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO PARA O NORTE DE MINAS GERAIS Nívio Poubel Gonçalves 1, Dilermando Dourado Pacheco 2, Joel Fallieri 3, Cláudio Egon Facion 4, Reinaldo Nunes de Oliveira 5, Renato Soares de Farias 6. (1) EPAMIG/CTNM CP 12 CEP Nova Porteirinha, MG niviopg@epamig.br, (2) EPAMIG/CTNM CP 12 CEP Nova Porteirinha, MG dd-pacheco@bol.com.br; (3) EPAMIG/CTTP CP 351 CEP Uberaba, MG fallieri@epamiguberaba.com.br; (4) EPAMIG/CTNM CP 12 CEP Nova Porteirinha, MG cláudioctnm@bol.com.br, (5) EPAMIG/CTNM CP 12 CEP Nova Porteirinha, MG reicabeceiras@hotmail.com, (6) EPAMIG/CTNM CP 12 CEP Nova Porteirinha, MG epamig@nortecnet.com.br RESUMO Com objetivo de se avaliar variedades/linhagens avançadas de algodoeiro herbáceo em diferentes ambientes onde se cultiva algodão na Região do Polígono das Secas de Minas Gerais, implantou-se o presente experimento nos municípios de Catuti, Espinosa, Jaíba, Mato Verde, Monte Azul e Porteirinha. Foram avaliadas as variedades/linhagens MG-9945, SG-821, MG-9943, EPMG- Precoce 1, CNPA-CO 3265, DP-449, Delta Opal, IAC-24, Delta Penta e MG-11. Em todos os ensaios foram adotados os mesmos espaçamentos e a mesma densidade de plantas por metro linear de fileira. As produtividades médias por unidade de área cultivada obtida nos municípios foram estatisticamente diferentes entre si, possivelmente, em razão das diferenças apresentadas pelo regime pluviometrico verificado no período de condução do ensaio. Nos municípios onde choveu mais a produtividade por unidade de área cultivada foi maior. A análise conjunta das produções obtidas pelas variedades/linhagens indica que houve superioridade da linhagem MG sobre a variedade IAC 24, não se diferindo das demais.o ensaio será conduzido por mais duas safras consecutivas, e, ao final poderão ser feitas recomendações dos melhores materiais para plantio no Norte de Minas Gerais. INTRODUÇÃO A cultura do algodoeiro é uma das principais alternativas para os agricultores norte-mineiros que dispõem de áreas agricultáveis em regimes de sequeiro, ou seja, sem irrigação. No sistema produtivo dessa cultura estão envolvidas 12 pessoas de forma direta, principalmente pequenos produtores. A mão de obra utilizada caracteriza a atividade como grande geradora de empregos no campo, evitando, assim, a migração da população rural para os grandes centros urbanos. De forma indireta, trabalhando nos setores ligados à indústria, comércio e beneficiamento do algodão há o envolvimento de 4 pessoas. A maior parte da cotonicultura norte-mineira localiza-se nos municípios de Catuti, Espinosa, Jaíba, Mato Verde, Monte Azul e Porteirinha, sendo comum a essas localidades a ocorrência de estresse hídrico, de alta população de insetos pragas e de variabilidade de tipos de solos e microclimas. A produtividade do algodoeiro no Norte de Minas Gerais está muito abaixo da média nacional devido principalmente ao plantio de materiais genéticos pouco adaptados às condições edafoclimáticas regionais e ao baixo nível do sistema tecnológico adotado pelos produtores. É importante ressaltar que tanto a produção de algodão em caroço, quanto às propriedades tecnológicas da fibra, são condicionadas pelos fatores do ambiente e pelo manejo cultural empregado (Vieira et al. 1997). Para que um cultivar seja escolhido e recomendado para plantio em determinada região, seu comportamento deve ser avaliado em vários locais representativos da realidade regional. Devido a
2 presença marcante da interação genótipos x ambiente no algodoeiro, não se deve esperar que um único cultivar possa adaptar-se a todas regiões de cultivo no Brasil. Tal interação dificulta a obtenção de cultivares com ampla adaptação (Carvalho 1993, Guinn1998). Durante algum tempo, o programa de melhoramento genético da EPAMIG testou genótipos de algodoeiro apenas na Fazenda Experimental do Gorutuba, pouco representativa das condições, principalmente de solo, dos municípios produtores do norte de Minas Gerais. Atualmente, os ensaios de variedades são conduzidos em áreas de produtores, como forma de integrar pesquisa-produtor e de facilitar a difusão de tecnologias apropriadas. O objetivo do presente projeto foi determinar a resposta produtiva de variedades/linhagens avançadas de algodoeiro em áreas de produtores de diferentes localidades da região do Polígono das Secas de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram implantados nos municípios de Catuti, Espinosa, Jaíba, Mato Verde, Monte Azul e Porteirinha, avaliando as variedades/linhagens MG-9945, SG-821, MG-9943, EPMG- Precoce 1, CNPA-CO 3265, DP-449, Delta Opal, IAC-24, Delta Penta e MG-11 em diferentes tipos de solos cujas características químicas encontram-se listadas no Quadro 1. Dependendo do grau de compactação, efetuou-se o preparo do solo através de aração profunda ou de subsolagem. De acordo com os resultados da análise de solo, a adubação básica de plantio obedeceu à recomendação da COMISSÃO DE FERTILIDADE DE SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (1999). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com cinco repetições. As parcelas foram constituídas de plantas distribuídas em quatro fileiras de 5 m de comprimento e espaçadas,8 m, numa densidade populacional de oito plantas por metro linear de fileira. Para a área útil de cada parcela, considerou-se as duas fileiras centrais, perfazendo um total de oito m 2 e 8 plantas. Os dados de produção foram submetidos à análise de variância e, em seguida, ao teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO A produção de algodão diferiu significativamente entre os municípios avaliados (Figura 1). Tal comportamento pode ser atribuído às variações edafoclimáticas, principalmente ao regime de precipitação pluviométrica (Figura 2) nas diferentes localidades avaliadas. Nos locais com mais chuva e melhor preparo do solo, as produtividades foram maiores. Não houve variedade/linhagem que se despontou das demais, excetuando a MG-9943 que apresentou produção significativamente superior à IAC-24 (Figura 3). CONCLUSÃO As variedades testadas apresentaram boas produtividades, o que sugere a viabilidade de cultivo no Norte de Minas Gerais. Porém, visando aumentar a confiabilidade dessa recomendação, o ensaio será instalado por mais duas safras, a fim de se obter conclusões definitivas do grau de adaptação das variedades de algodoeiro herbáceo às condições edafoclimáticas nessa região do Estado.
3 Quadro 1 Características químicas e físicas dos solos nas localidades de Catuti (A), Espinosa (B), Jaíba (C), Mato Verde (D), Monte Azul (E) e Porteirinha (F)...Composição Química.....Comp Física.. ph 1 MO 2 P 3 K 3 Ca 4 Mg 4 Al 4 H+Al 5 B 6 Cu 3 Fe 3 Mn 3 Zn 3 Areia Silte Argila dag/kg...mg/dm cmolc/dm mg/dm dag/kg... A 6,4,8 6, ,2 1,, 1,2,3, , B 6,7,5 26,3 1 2,7,6,,6,3, ,9 C 6,5 1,4 7, ,7,5,,8,2 1, , D 6,4 1,5 1, ,,5, 1,9,2 3, , E 6,5,4 5,6 87 4,2,6, 1,,3, , F 6,5,6 19,3 98 3,1,4,,9,3, , /pH em água; 2/Colorimetria; 3/Extrator: Mehlich-1; 4/Extrator: KCl 1 mol/l; 5/pH SMP; 6/Extrator: BaCl2; CE, Condutividade elétrica. Quadro 2 Resumo da analise de variância dos dados de produtividade de diferentes variedades de algodoeiro cultivadas no Norte de Minas Gerais Fontes de variação gl Quadrados Médios Blocos 4 8,25x1 4ns Municípios 5 4,95x1 7*** Variedades 9 2,73x1 5* Município*Variedade 45 1,17x1 5ns Resíduo 236 1,23x1 5 CV(%) 16,98 5 Produção (kg/ha) a b c d d e Municípios 1 Figura 1 Produtividade de variedades/linhagens de algodoeiro herbáceo nos municípios Jaíba (1), Porteirinha (2), Espinosa (3), Catuti (4), Monte Azul (5) e Mato Verde (6) localizados no Norte de Minas Gerais.
4 1 1 Precipitação (mm) nov/2 dez/2 jan/3 fev/3 mar/3 Total Município Figura 2 Precipitação pluviométrica durante o período de condução os ensaios de variedades/linhagens nos municípios Jaíba (1), Porteirinha (2), Espinosa (3), Catuti (4), Monte Azul (5) e Mato Verde (6) localizados no Norte de Minas Gerais. Produção (kg/ha) a ab ab ab ab ab ab ab ab b Variedades/linhagens Figura 3 Produtividades das variedades/linhagens MG-9943 (1), MG-9945 (2), DP-449 (3), Delta Opal (4), Delta Penta (5), MG-11 (6), EPMG-Precoce 1 (7), SG-821 (8), CNPA- CO3265 (9), IAC-24 (1) avaliadas no Norte de Minas Gerais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, L.P. Divergência genética e análise dialélica em Gossypium hirsutum l.var. Latifolium Hutch.Viçosa, MG: UFV, p. Tese de Doutorado. CARVALHO, L. P. et al. Adaptabilidade e estabilidade em cultivares de algodoeiro herbáceo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 3, n.2, p ,1995. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5a aproximação. Viçosa,MG, p
5 GUINN,G. Causes of square and boll shedding. In: BELTWIDE COTTON CONFERENCE, 1998, Menphis TN. Proceedings...Memphis: National Cotton Council, p VIEIRA R.M., MEDEIROS, A. A., BEZERRA NETO, F., MARTINS, L. de H. e SOUZA, A. E. Comparação entre ciclos produtivos de três cultivares de algodoeiro.in: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 1., 1997, Fortaleza. Algodão irrigado Anais...Campina Grande: Embrapa Algodão, lp VIEIRA R.M. GUERRA, A. G. MEDEIROS, A. A., SANTOS, F. C. dos, ALVES, H.C. análise do ensaio internacional de cultivares de algodão. IPANGUAÇU RN. 2 In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3., 21, Campo Grande. Produzir sempre, o grande desafio Anais... Campina Grande: Embrapa Algodão/ UFMS/ Embrapa Agropecuária Oeste, 21. p
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