PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
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- Maria de Belem Caldeira Madureira
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1 AVISO PRÉVIO Aviso a ser concedido com antecedência mínima de 30 dias em relação à data de extinção do contrato de trabalho (aviso prévio trabalhado), sob pena de ser devida indenização do período correspondente (aviso prévio indenizado), em caso de dispensa sem justa causa ou pedido de demissão, como forma de possibilitar ao empregado procurar novo emprego ou a empregador procurar novo empregado, respectivamente art. 7, XXI, CF e art. 487, CLT. O empregador é obrigado a conceder aviso prévio em caso de cessação da atividade da empresa, dispensa sem justa causa ou despedida indireta em contratos a prazo indeterminado ou contratos a prazo determinado com cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, sob pena de ter que indenizar o período correspondente art. 487, caput e 4, CLT. O empregado é obrigado a conceder aviso prévio em caso de pedido de demissão em contratos a prazo indeterminado ou contrato a prazo determinado com cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, sob pena de ter descontado o valor correspondente de seu salário art. 487, 2, CLT. A concessão de aviso prévio com antecedência de 30 dias é garantida ao empregador art. 487, II, CLT e ao empregado que tenha menos de um ano de serviço na mesma empresa art. 1, caput, Lei / /6
2 Para empregados que tenham um ou mais de um ano de serviço, cujo contrato de trabalho seja extinto após a publicação da Lei /2011 (Súmula 441, TST), será acrescido, a cada ano completo, 03 dias de aviso prévio, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo período de aviso prévio total de até 90 (noventa) dias art. 1, parágrafo único, Lei /2011. Segue tabela ilustrativa, nos termos da Nota Técnica 184/2012 CGRT/SRT/MTE: Menos de 1 ano 30 dias 01 ano 33 dias 02 anos 36 dias 03 anos 39 dias 04 anos 42 dias 05 anos 45 dias 06 anos 48 dias 07 anos 51 dias 08 anos 54 dias 09 anos 57 dias 10 anos 60 dias 11 anos 63 dias 12 anos 66 dias 13 anos 69 dias 2/6
3 14 anos 72 dias 15 anos 75 dias 16 anos 78 dias 17 anos 81 dias 18 anos 84 dias 19 anos 87 dias 20 anos 90 dias Com relação ao empregador, a proporcionalidade do aviso prévio em relação ao tempo de serviço prestado pelo empregado não é reconhecida. O entendimento do Ministério do Trabalho (Nota Técnica 184/2012 CGRT/SRT/MTE) é no sentido de que tal regra, sendo regulamentação do art. 7 da CF/88, que prevê direitos aos trabalhadores, tem com intuito beneficiar apenas o empregado e não o empregador. Em caso de aviso prévio trabalhado, concedido pelo empregador, é direito do empregado ter sua jornada de trabalho reduzida em duas horas diárias, sem prejuízo do salário integral, ou, a seu critério, redução em sete dias corridos art. 488, CLT. Em caso de aviso prévio superior a 30 dias, não há previsão legal no sentido de alterar a redução da jornada ou dos dias de serviço, de modo que há entendimento (Nota Técnica 184/2012 CGRT/SRT/MTE) no sentido de que tal redução mantém-se inalterada. 3/6
4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS O aviso prévio, mesmo que indenizado, deve integrar o tempo de serviço para todos os efeitos legais art. 487, 1, CLT de modo que segundo OJ 82 SDI 1, TST, em caso de aviso prévio indenizado a data da saída anotada na CTPS deverá ser a do último dia da data projetada do aviso prévio indenizado (sendo que a data do último dia de trabalho, segundo art. 17, inciso II, Instrução Normativa n. 15/2010 da Secretaria das Relações do Trabalho, deve constar na CTPS em anotações gerais ). O valor do aviso prévio indenizado deve corresponder ao salário do empregado, na data da extinção do contrato, proporcional ao tempo de serviço, se for o caso. No caso de salário variável, deve integrar o aviso prévio todas as parcelas de natureza salarial pagas habitualmente, apurando-se o valor médio de tais parcelas, para fins de integração, segundo a média dos últimos 12 meses art. 487, 3 e 5, CLT Após a concessão do aviso prévio, trabalhado ou indenizado, o empregador tem até dez dias, contados a partir do término do contrato de trabalho, para pagamento das verbas rescisórias, sob pena de pagamento de multa em favor do empregado no valor de seu salário, salvo quando comprovado que foi este quem deu causa à mora art. 477, 6 e 8 CLT. Destaque-se, ainda, que o prazo previsto em lei refere-se à quitação das verbas rescisórias, ou seja, prazo para pagamento e não para homologação da rescisão, conforme atual entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, nos termos da Súmula 20. Apesar disso, adota-se comumente tal prazo não para quitação de verbas, mas sim para homologação da rescisão, tendo tal entendimento apoio de parte da jurisprudência. Há que se observar, todavia, que não foi fixado prazo legal máximo para homologação da rescisão, 4/6
5 de modo que na ausência de previsão legal, é possível apenas imputar ao empregador o dever de reparação dos danos que a demora na homologação causar ao empregado, tal como perda do direito ao seguro-desemprego e demora no levantamento dos depósitos do FGTS. O empregador pode renunciar ao aviso prévio, dispensando o cumprimento do aviso concedido pelo empregado, se o empregado concordar, já que o aviso prévio é dever do empregado, mas é também um direito. O empregado não pode renunciar ao aviso prévio concedido pelo empregador. O pedido de dispensa somente será concedido acaso seja comprovado que o empregado obteve novo emprego - Súmula 276, TST. ** Em caso de falta cometida pelo empregador, que enseja rescisão indireta, no curso de aviso prévio concedido ao empregado, fica este dispensado do cumprimento do restante do aviso, sem prejuízo da remuneração correspondente - art. 490, CLT. Em caso de falta cometida pelo empregado, que enseja dispensa por justa causa, no curso de aviso prévio concedido pelo empregador, perde o empregado o direito ao cumprimento e correspondente remuneração do período restante art. 491, CLT bem como todas as demais verbas de caráter indenizatório. Tal regra não se aplica, todavia, quando se trata de abandono de emprego, caso em que será mantido o direito do emprego ao recebimento das verbas atinentes à dispensa sem justa causa - Súmula 73 do TST, 5/6
6 O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais art. 487, 6, CLT. Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração art. 489, CLT de modo que se conclui possível a reconsideração do aviso prévio apenas em caso de aviso prévio trabalhado. É inválida a concessão do aviso prévio na fluência de garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos Súmula 348, TST. Havendo estabilidade provisória, portanto, há que se aguardar a sua cessação para então conceder aviso prévio. 6/6
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