INTRODUÇÃO AO CURSO. O Direito e o Pensamento Jurídico Semestre aconselhado: 1º. Código da disciplina: LL135. Créditos: 8 ECTS. Horas semanais: 6.
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1 INTRODUÇÃO AO CURSO O Direito e o Pensamento Jurídico Semestre aconselhado: 1º. Código da disciplina: LL135. Créditos: 8 ECTS. Horas semanais: 6. Docente: António Manuel Hespanha (amh@oniduo.pt; 1. Objectivos gerais do curso. Nota prévia. Este curso convida à reflexão e à problematização do que parece óbvio ou adquirido no discurso dos juristas, despistando Simplificações: (v.g., o direito é produzido e garantido pelo Estado; o direito é a lei); Pressupostos problemáticos (as opiniões jurídica dos especialistas deve prevalecer sobre as opiniões mais consensuais); ou assunções ideológicas: (v.g., a não regulação produz mais liberdade e mais igualdade de oportunidades) Os seus objectivos mais gerais são, por isso: - Desvendar os elementos culturais embebidos nas soluções jurídicas, mesmo nas aparentemente apenas simplesmente técnicas. - Fazer o levantamento da ideologia espontânea dos juristas, levando a cabo uma arqueologia do senso comum jurídico. - Criticar uma visão acrítica e idealizada dos juristas e do seu saber, sobretudo se contraposto ao mundo dos políticos. - Tomar consciência do carácter local, situado na história, nas variáveis cultura e mentalidades de cada época e circunstância, deste saber do direito e dos os juristas (o direito como saber local ). - Informar sobre alguns dos mecanismos práticos e vividos do direito, opondo-os à sua visão idealizada - Mas, qualquer que sejam os fundamentos teóricos do direito, despertar a sensibilidade do estudante perante aquilo que em cada lugar e em cada momento se sentem como "injustiças" e propor-lhe uma atitude jurídica de compromisso activo e militante com o direito, de modo a que este não seja, nem apenas um saber neutro, nem apenas uma profissão, mas uma contribuição pessoal para a melhoria do mundo. Num suplemento sob a forma de elementos de um curso de e-learning estão disponíveis documentos que ilustram estes aspectos, que serão objecto de desenvolvimento durante o semestre. 2. Programa do curso I. PRELIMINARES 1. Estadualismo e anti-estadualismo. 2. Pressupostos de uma revisão do método jurídico, num sentido pluralista. Contextualização da metodologia jurídica corrente. II. UMA DEFINIÇÃO REALISTA DO DIREITO. 3. O que é, para nós, o direito? 1
2 4. Uma auto-definição? 5. Uma definição realista de direito. 6. A definição realista e a consideração dos princípios : H. L. Hart e R. Dworkin. III. AS FUNÇÕES SOCIAIS DO DIREITO 7. O direito como forma de estabelecer a igualdade entre os cidadãos. 8. O direito como elemento racionalizador da interacção social (como acção comunicativa, J. Habermas). 9. O direito como factor de segurança (N. Luhmann). 10. O direito como factor de eficiência (do mercado) ( análise económica do direito, law and economics). 11. As análises políticas do direito. O direito como instrumento de domínio de um grupo social (K. Marx, P. Bourdieu). IV. O DIREITO NA VIDA: UMA ABORDAGEM TÓPICA 12. Democracia e direito. 13. Tempos da vida moderna e tempos do direito. Direito e comunicação social. 14. Estado e direito. As mutações do Estado na era da globalização. 15. Os deveres e os valores jurídicos numa era pós-moderna (E. Levinas, Z. Bauman, J. Derrida)? V. INICIAÇÃO À METODOLOGIA DO DIREITO 16. Introdução. As fontes de direito como formas de manifestação do direito. Contributo para uma teoria pluralista das fontes de direito. VI. APONTAMENTOS PARA UMA TEORIA DA NORMA 17. Alguns aspectos mais importantes da metodologia jurídica. As normas: sua estrutura e categorias 18. Classificação das normas por ramos de direito. 19. Alguns aspectos mais importantes da metodologia jurídica. As normas: problemas de aplicação. 20. A qualificação. 21. Interpretação. 22. Integração. 23. Conflitos de normas, com especial referência à aplicação da lei no tempo. 24. A construção jurídica entre um saber mole e um saber duro. 3. Estrutura didáctica. O curso estará organizado em 2 unidades de introdução e 20 Unidades de Aprendizagem (U.A.), correspondentes a núcleos temáticos com alguma autonomia. A cada UA corresponde uma ficha didáctica, contendo (i) os conhecimentos pressupostos; (ii) os seus objectivos pedagógicos; (iii) os resultados esperados do estudo dos seus conteúdos; (iv) um esquema síntese desses conteúdos; (v) eventuais observações; (vi) eventuais exercícios ou trabalhos orientados de reflexão. O conjunto das UAs têm como referência o livro de António Manuel Hespanha, O caleidoscópio do Direito. O Direito e a justiça no mundo e nos e nos dias de hoje, Almedina, O uso deste livro constitui apenas um convite a muitas leituras suplementares, aí largamente indicadas. Nas UAs, salientar-se-á a utilidade de algumas delas para a preparação do curso. Eventualmente, serão fornecidas aos estudantes versões de alguns textos mais importantes nomeadamente, se não disponíveis na internet, e se livres de direitos em suporte digital. O curso presencial será acompanhado por esta versão em e-learning, à qual todos os estudantes devem regularmente recorrer Organização pedagógica e avaliação. Dado o número de alunos, o curso terá que consistir, basicamente, em aulas de exposição. De qualquer modo, no ensino universitário, as aulas orais não constituem, de longe, a principal peça de ensino. O fundamental é a leitura da bibliografia indicada e a reflexão sobre elas. Para além de que, se os estudantes lerem previamente a matéria a explicar na aula seguinte, os temas tornam-se mais facilmente compreensíveis, além de que o método expositivo pode ser enriquecido com um diálogo também proveitoso. Para que estas leituras prévias (bem como o próprio estudo das matérias) sejam possíveis, os estudantes disporão do citado livro de base. Ele é suficiente para a preparação do curso; contém, porém, muita bibliografia suplementar, geral e especial. E, sobretudo, terá que ser estudado com a intenção de compreender, de relacionar com factos da vida corrente e de problematizar o seu conteúdo e não apenas com o objectivo de o memorizar para exame. 1 [exige username e password; provisoriamente, pode entrar como username: aluno@fd.unl.pt; password: fd]. Na webpage da FD, encontra-se uma súmula das regras básicas de uso. 2
3 O calendário das aulas, com o respectivo tema (UA), está indicado abaixo. Pequenos grupos de alunos poderão fazer fichas de leitura de textos de aprofundamento ou efectuar os exercícios aconselhados nas fichas das UAs, ou outros sugeridos pelo professor - trabalhos bem circunscritos de investigação, nomeadamente de estatística, de análise de decisões judiciais simplificadas, de reflexão sobre questões sociais ou jurídicas actuais, ou de conteúdos da imprensa -, preparando dossiers ou discussões nas aulas. Também há exercícios autocorrigíveis, que vão indicados nas respectivas UAs (UA 3, UA 6, UA 10, UA 16). Seguir-se-á, na medida do possível nas condições presentes, um método e avaliação contínua, cuja classificação valorizará, numa forma limitada dada a falta de condições para controlar melhor o trabalho dos alunos durante o semestre a nota final. Serão os seguintes elementos os elementos da avaliação contínua: Exercícios aconselhados (da plataforma de e-learning) Outros trabalhos sugeridos pelo docente Participação e iniciativa nas aulas e no ensino à distância 5. Exame final. O exame final versará temas sugeridos como objecto de reflexão nas fichas das UAs. Estrutura do exame final: I grupo (3 de 4 perguntas de respostas curtas) 60 %. II grupo (1 pergunta ou caso - de resposta desenvolvida) 40 % (podendo este grupo ser substituído pela redacção, na sala de exame, de um relatório sobre um trabalho desenvolvido durante o ano. A experiência de anos anteriores revela que, porventura por não se terem ainda convertido ao formato do ensino universitário, os estudantes tendem a fazer uma preparação superficial e pouco reflectida das matérias, auto-avaliando de forma precipitada e auto-complacente Isso é muito prejudicial, sobretudo em cursos em que, como este, se procuram estabelecer bases para o entendimento de questões que vão surgir ao longo de toda a licenciatura e mesmo para além dela. As dificuldades do texto que não são buscadas pelo autor, mas inevitáveis ao expor temas que, em si mesmo, não são fáceis, constituem como que sinais de que aí se requer mais esforço para entender as coisas de forma profunda e sólida. Uma percepção superficial, atomizada (não inter-relacionada) e apenas memorizada não chega para isso. Assim, o objectivo deve ser, antes, o de atingir um grau de profundidade, de problematização e de segurança no tratamento das matérias que assegurem a sua ulterior aplicação a diversas situações de aprendizagem que se apresentarão no futuro. Os alunos podem contar, para isto, com o apoio do docente, não devendo ter qualquer receio ou inibição de a ele recorrer. Também a troca de imressões com colegas pode ser muito útil, como atitude e como meio de testar e aumentar o conhecimento. Transcreve-se uma apreciação feita aos exames de um ano anterior: Muitas das respostas foram superficiais, simplificadoras (ou isto, ou aquilo ) e ingénuas, decalcadas no conhecimento de senso comum e nos lugares comuns correntes. Algumas das respostas que surgiram, poderiam ser respondidas sem sequer se ter lido os textos indicados na bibliografia. Em suma, muito pouco trabalho de aquisição de conhecimentos especializados e reflectidos e muito pouca capacidade crítica. Na segunda parte que correspondia aos casos práticos nota-se uma frequente incapacidade para avaliar (conhecer, pensar) a situação de facto e, consequentemente, para fazer juízos de adequação ou ponderação das normas aplicáveis. Resposta comuns adoptavam um modelo de sim ou não, como se não houvesse posições intermédias ou várias soluções possíveis, de acordo com variações de perspectiva dos factos e do direito 3
4 Programa ( ) Aula nº Tema Fonte de estudo Caps. de Caleidoscópio do direito. 1-2 Introdução programa métodos e calendário (A. M. Hespanha) Textos na webpage da FD-UNL 2 e página de e- learning Introdução à plataforma de e-learning (Jorge Costa) Textos na webpage da FD-UNL 4 e página de e- learning UA 01 - Uma abordagem pluralista 1 Contª Exploração e aplicações UA 02 - Pressupostos de uma revisão do método jurídico, num sentido pluralista UA 03 - Uma abordagem de senso comum UA 04 - Realismo jurídico (exposição e objecções) a UA 05 - Direito e igualdade UA 06 - Direito e sociedade comunicacional UA 07 - Direito e redução da complexidade UA 08 - Direito e eficiência económica UA 09 - Direito e hegemonia social a UA 10 - Direito e poder social dos juristas UA 11 - Democracia e direito - soberania do povo e direito transaccional a UA 12 - O conhecimento do direito UA 13 - Âmbitos e tempos da justiça nos dias de hoje UA 14 - Direito e comunicação social a UA 15 - O Estado na era da globalização UA 16 - Uma teoria pluralista das fontes de direito UA 17 - Normas estrutura e qualificação 17. e UA 18 - Interpretação (teoria e politica do direito) Contª. Introdução à teoria da argumentação 13. Texto a distribuir 2 [elementos de apoio] 3 [exige username e password; provisoriamente, pode entrar como username: aluno@fd.unl.pt; password: fd]. 4 [elementos de apoio] 5 [exige username e password; provisoriamente, pode entrar como username: aluno@fd.unl.pt; password: fd]. 4
5 O texto do exame será antecipadamente afixado, em prazos e condições a estabelecer, na plataforma e na Página da Faculdade (Elementos de Estudo) Contactos: (amh@oniduo.pt) ou da plataforma de e-learning ( ou link e-learning) para contacto com os alunos. Sem prejuízo de poderem ser marcados encontros, pessoais ou colectivos. 5
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