Apelação parcialmente provida.

Transcrição

1 Número do processo: Comarca: Comarca de Porto Alegre Data de Julgamento: Relator: Ricardo Raupp Ruschel TRIBUNAL DE JUSTIÇA - RS - ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA RRR Nº /Cível APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO DE ACORDO JUDICIAL DEVIDAMENTE HOMOLOGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. Descabe a pretensão de desconstituição de título executivo judicial ora em execução, por se tratar de acordo judicial devidamente homologado pelo juízo, porque incidente os efeitos da coisa julgada, mormente se tratar de decisão de mérito (inc. III do art. 269 do CPC) que só pode ser atacada em sede própria de ação anulatória de ato jurídico (art. 486 do CPC). Neste caso, os embargos só podem versar sobre as hipóteses elencadas no art. 741 do CPC. Execução de acordo firmado entre credor e devedor para pagamento parcelado de alimentos já vencidos. Inadimplemento. Vencimento antecipado do débito. Em se tratando de acordo judicial referente a alimentos já vencidos, em valor certo, mesmo que parcelado para facilitação do pagamento, incide, na hipótese do não pagamento, a pronta incidência de correção monetária e juros de mora. Apelação parcialmente provida. Apelação Cível Sétima Câmara Cível Nº Comarca de Porto Alegre R.R.G.A. APELANTE google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 1/7

2 .. J.E.A... APELADO Vistos, relatados e discutidos os autos. ACÓRDÃO Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, deram parcial provimento ao recurso. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des. Luiz Felipe Brasil Santos (Presidente e Revisor) e Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves. Porto Alegre, 29 de novembro de Des. Ricardo Raupp Ruschel (RELATOR) DES. RICARDO RAUPP RUSCHEL, Relator. RELATÓRIO Trata-se de recurso de apelação interposto por RODRIGO R. G. A. contra a sentença (fls ) que julgou parcialmente procedentes os embargos de devedor opostos por JOSÉ EDUARDO A., para reconhecer o alegado excesso de execução decorrente da forma como efetuada a correção do valor devido, determinando que as parcelas sejam corrigidas pelo IGP-M e acrescidas de juros de 6% ao ano até , e após 12% ao ano (fls e 41), a contar dos respectivos vencimentos,. Diante da sucumbência parcial, determinada o rateio das custas pelas partes e cada uma delas também pagará os honorários advocatícios de seus patronos, na forma como contratado. O embargante apresenta embargos de declaração (fls ), que foram acolhidos pelo juízo a quo (fl. 41), para esclarecer que os juros até deverão ser de 6% ao ano, e após de 12% ao ano, consoante dispõe o Código Civil. Nas razões de apelação (fls ), o embargado/apelante sustenta que está correto o cálculo do débito apresentado na ação de execução, porque o descumprimento do acordo autoriza a exigência de todo o valor do débito, em uma única vez. Alega que a dívida executada refere-se a uma decisão judicial, acordo homologado pelo juízo, não se trata de contrato comercial, com cláusula condicionante, em que o não pagamento de uma parcela implica no vencimento antecipado de todo o débito. google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 2/7

3 Deste modo, não pode prosperar o entendimento equivocado de que o valor original de R$ ,00, já integralmente vencido desde , tenha que pautar em um conveniente cálculo, absolutamente descabido, que vislumbra parcelas que, por pura benesse e excesso de boa-fé, foram oportunizadas ao embargante sob vícios insupríveis, quando, na íntegra, foi descumprido o valor já vencido, a obrigação do débito de R$ ,00, em Pretende seja corrigida a decisão pelo juízo prevento (8ª Câmara Cível), detentor das sentenças ora em discussão todas as falhas e irregularidades, em especial a desconstituição do acordo inválido e nocivo ao embargado, homologado no ano de 1999, por tratar-se de direito indisponível. Assevera que, não foi observada a impossibilidade jurídica do acordo, situação que se mostra agravada hoje, quando o embargado resolveu levar em conta as pretensões do devedor, já que este não comprovou nenhum pagamento, tanto da dívida de R$ ,00 (datada de ), como de todas as pensões que se venceram no ano de 2000 até abril de Destaca que o embargante, reconhecido como litigante de má-fé, por condenação da 8ª Câmara Cível, sequer adimpliu a multa até hoje, o que lhe impede da utilização de quaisquer recursos, inclusive embargos de devedor, estes que, inclusive, se apresentam como meramente protelatórios. Refere que o valor devido a ser atualizado é o valor de R$ ,00, e não o valor das parcelas do débito, como erroneamente entendeu o juízo a quo, uma vez que não se pode sustentar que o valor referido em agosto de 1999 não seja hoje o mesmo valor acrescido de correção, já que o acordo não foi cumprido. Requer sejam ratificadas as memórias de cálculo apresentadas pelo credor, que abrange a dívida de R$ ,00 (principal) do acordo descumprido e todas as pensões impagas do ano de 2000 a abril de Pede, ainda, sejam determinadas as diligências satisfativas, no sentido de garantir seja declarada a anulação da sentença meramente homologatória da execução efetuada no ano de 1999, trazendo de imediato o retorno ao status quo para que possa haver o integral implemento dos dois pedidos constantes da inicial, com base nos índices oficiais. Por fim, requer a condenação do embargante ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, e a declaração de que o embargante não pode litigar porquanto impaga a multa que é objeto da presente execução. Ante o exposto, requer o provimento do recurso, com a conseqüente reforma da decisão a quo, nos termos das razões apresentadas. O recurso foi recebido no duplo efeito. Contra-arrazoado o recurso (fls ), subiram os autos. Em parecer lançado nas folhas 69 a 72, o Ministério Público opina pelo conhecimento e, no mérito, pelo desprovimento do recurso. Vieram-me os autos conclusos, para julgamento. google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 3/7

4 Registre-se, por fim, que foi cumprido o comando estabelecido pelos artigos 549, 551 e 552, do CPC. É o relatório. Des. Ricardo Raupp Ruschel (RELATOR) VOTOS O apelante ingressou com ação de execução (em apenso), em , pelo rito do art. 732 do CPC, contra o apelado visando o imediato pagamento do débito no montante de R$ ,00, devidamente corrigido, acrescido das custas e honorários advocatícios de 20% sobre o valor da causa, caso não comprovado o pagamento das vinte parcelas, no valor de R$ 500,00, vencidas a partir de ; além do adimplemento de eventuais alimentos que não tenham sido quitados no período do ano de 2000 até abril de 2001, com a apresentação dos recibos dos respectivos pagamentos dos alimentos desse período pelo executado. Nos embargos à execução, o devedor alegou, em preliminar, a nulidade da ação executiva por defeito de representação e, no mérito, excesso de execução pela forma como efetuado o cálculo do débito, isto é, aplicado correção monetária e juros sobre o total do débito (R$ ,00), quando a correção deveria ser aplicada sobre cada uma das vinte parcelas iguais e sucessivas a partir dos respectivos vencimentos; além disso cobrado honorários advocatícios no percentual de 20% sobre o débito. A decisão recorrida (fls ) reconheceu o alegado excesso de execução, entendendo estar equivocado o cálculo do débito apresentado pelo apelante, e determinando que a correção monetária e juros de mora devem incidir sobre cada uma das vinte parcelas vencidas e não sobre o total do débito (R$ ,00), excluindo o percentual de 20% de verba honorária inserida no cálculo. Nas razões de apelação, o apelante pretende a anulação do título objeto da ação de execução em apenso (acordo judicial firmado pelas partes devidamente homologado pelo juízo em , porém descumprido); a ratificação do cálculo apresentado na ação executiva e a comprovação do pagamento do débito alimentar objeto do acordo e dos alimentos vencidos no ano de 2000 a abril de 2001, além da condenação do embargante ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, e a declaração de que o embargante não pode litigar porquanto impaga a multa que é objeto da presente execução. O pedido de exame do recurso pela 8ª Câmara Cível não prevalece, eis que a vinculação, nesta Corte, se dá com a pessoa do Relator e não pelo órgão jurisdicional. Já estando jubilado o Relator dos feitos anteriores, não há a vinculação pretendida. A primeira coisa a esclarecer é que o pedido objeto da ação executiva expressamente indicada como de sentença - diz respeito ao valor de R$ ,00, decorrente de acordo judicial homologado e descumprido, tendo sido oferecida a planilha respectiva do débito. A questão dos alimentos referentes ao ano de 2000 a abril de 2001, assim referido na inicial Requer, outrossim, que o réu apresente também, os recibos dos depósitos das pensões do ano de 2000 até abril de 2001, tendo em vista a possibilidade de haver uma lacuna em relação aos mesmos, e em se confirmando desde já pleiteia o requerente a inclusão dos faltantes a esta, por conexão e por idênticos rito, natureza alimentar e google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 4/7

5 garantias, respaldando-se no princípio de economia processual e no que reza o art. 292 caput, 1º e incisos I, II e III do CPC, e ainda, a condenação do demandado nos moldes do pedido, em ambos os casos, não pode ser objeto de exame na via eleita, eis que não existe ação executiva condicional, como indicado pelo exeqüente, tanto que sequer recebeu impugnação do embargante e nem foi objeto de análise na sentença, sem o oferecimento de embargos de declaração por parte do embargado. Assim, inadmissível a pretensão posta no recurso a respeito de tal questão, restringindo-se o pleito executivo, como expressamente indicado, no acordo judicial homologado, no valor de R$ ,00. Ainda ao início, cumpre esclarecer que, segundo o informado pelo próprio apelante (fl. 02 da execução em apenso), a multa por litigância de má-fé está incluída no valor do débito acertado no acordo que é objeto da ação de execução. Desta forma, totalmente sem substrato o pedido para declarar o apelado impedido de litigar e, assim, opor embargos à execução, por falta de pagamento da multa. Também, a pretensão recursal de anulação do acordo judicial devidamente homologado entre as partes se mostra totalmente desprovida de fundamento fático e jurídico por afronta à coisa julgada. No caso, na audiência realizada no dia , as partes renegociaram a dívida alimentar referente a todas as execuções, como se infere do acordo judicial de fl. 06 da execução em apenso, o qual foi devidamente homologado em juízo. Desse modo, o fato de o apelado ter confessado a dívida e buscado regularizar seu débito, transacionando em valores favoráveis e em prazos que pudesse atender, não sendo presumidos vícios ou condições subentendidas no acordo judicial, constituiu-se decisão de mérito (inciso III do art. 269 do CPC) e, conseqüentemente, título executivo judicial, a ser desconstituído somente em ação própria de anulação de ato jurídico, na forma prevista no art. 486 do CPC, não em sede de embargos à execução. Aí a impropriedade da via eleita pelo apelante para conseguir seu intento. Ainda no tocante à qualidade do título executivo, válida a transcrição da lição de Teori Zavascky, em sua obra intitulada Processo de Execução (3ª ed. Ed. Revista dos Tribunais, p. 298), que, fazendo menção também a Pontes de Miranda, assim refere: Com efeito, é condição para a homologação do ato o atendimento dos requisitos de validade estabelecidos, como antes se viu, pelo direito material. Ao homologá-lo, portanto, o juiz atesta a higidez do negócio, afirmando explícita ou implicitamente, que existiu a transação que é válida e eficaz. É por isso que, passada em julgado a sentença (que é de mérito CPC, art. 269, III), a transação somente poderá ser desfeita por ação rescisória. Ao contrário do que ocorre com a transação extrajudicial, a judicial não pode, nos aspectos focados, ser atacada por embargos do devedor. Nisso, aliás, reside o seu caráter de título executivo judicial; inviabiliza os embargos que deduzam alegações relativas à formação do título, matéria que, implícita ou explicitamente, já foi acertada na sentença homologatória, e, por isso, mesmo, está acobertada pela eficácia google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 5/7

6 da coisa julgada. (grifei) Assim, uma vez homologado acordo judicial realizado entre as partes, descabe nestes autos discutir os requisitos do título executivo em questão e a pretensa anulação do acordo e ato judicial. Na questão de mérito, procede a irresignação. Com efeito, impõe-se ressaltar que se trata de execução de sentença, que consiste em acordo homologado pelo juízo, no qual as partes dos processos de execução n , e resolveram pôr fim ao litígio, compondo a lide mediante o pagamento por parte do devedor da quantia de R$ ,00, em vinte parcelas. O referido acordo consta das fl. 06 da execução em apenso, no qual as partes acertaram o seguinte:... o débito atrasado de R$ ,00, referente a todas as execuções envolvendo as partes, bem como os meses de junho e julho/99 serão pagos em vinte parcelas de R$ 500,00, vencendo-se a primeira no dia e as demais no dia 27 de cada mês... (grifei). Dito acordo, uma vez homologado judicialmente, tem força de título executivo judicial, sujeitando-se à execução prevista no inc. III do art. 584 do Código de Processo Civil. Em se tratando de alimentos já vencidos, dívida de valor certo, que deve ser atualizada segundo índice oficial regularmente estabelecido, na forma do art do Código Civil, cujo parcelamento se deu apenas para facilitar o adimplemento e por fim as demandas existentes entre as partes, nada mais justo que o descumprimento desse acordo importe no vencimento antecipado de toda a dívida. Ou seja, o descumprimento desse acordo referente a débito que já existia quando feito o acordo, relativo a alimentos já vencidos, implica no prosseguimento a qualquer tempo do feito executivo visando o pagamento do total do débito, e não de parcelas, ainda mais quando já vencidas e impagas todas as parcelas acertadas no acordo no momento em que proposta a ação executiva. Isto é, no momento em que ajuizada a ação de execução já havia decorrido por inteiro o prazo do fracionamento e até o momento nada foi quitado. Vale lembrar que mesmo não estabelecido no acordo de forma expressa o vencimento antecipado de todo o débito caso descumprido o ajuste, não há se esquecer que o acordo fora entabulado nos autos de ações executivas em que já havia se constituído títulos executivos judiciais, concordando o credor com a consolidação do débito e com o pagamento fracionado deste, deixando assentado que a qualquer tempo a execução poderia prosseguir em caso de inadimplemento. Desta forma, a estas alturas, revela-se sem relevo a questão relativa à ausência de estipulação, em caso de inadimplemento, do vencimento antecipado das parcelas vincendas, por se tratar de execução fundada em descumprimento de acordo de alimentos já vencidos na época. Logo, mostra-se coerente que o inadimplemento das parcelas importe no vencimento antecipado da dívida, com correção do total devido. O credor apresentou o cálculo do débito na execução em apenso partindo do valor nominal de R$ ,00, por se tratar de alimentos já vencidos e não de prestações alimentícias que foram se vencendo no curso da ação. Na verdade, o parcelamento se deu google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 6/7

7 apenas para possibilitar a conciliação e o término de várias ações de execuções que tramitavam na época (no ano de 1999) entre as partes, além de facilitar ao devedor o adimplemento de débitos de alimentos já devidos pelo apelado. Em vista disso, perfeitamente admissível a inclusão no cálculo da correção monetária, que visa recompor o valor da moeda em face da desvalorização inflacionária, e juros, que decorrem da mora do devedor, a partir do não pagamento do valor acordado. Não há como acolher a alegação do embargante de que o cálculo deveria ser feito a partir do vencimento de cada parcela pactuada, sob pena de estar premiando o devedor inadimplente que teve a oportunidade e se comprometeu a quitar o débito já existente de forma parcelada, sem cumpri-lo, porém. Como já referido acima, não é justo que o credor, que concedeu a benesse e oportunidade ao devedor de pagar alimentos já vencidos, de forma parcelada, tenha o débito já existente no momento em que efetuado o acordo, corrigido somente a partir de cada parcela que se prolongou durante vinte meses, sendo que a última venceu quase dois anos depois do acordo. Assim, cabível a incidência da correção monetária pelo IGP-M e dos juros de mora sobre o valor acertado no acordo, os R$ ,00, a partir do vencimento antecipado do débito, isto é, do momento em que o devedor deixou de cumprir o acordo. Os juros de mora até são de 0,5% ao mês, conforme art do CC/16, e 1% ao mês na forma do art. 406 do CC/02. Provida, em parte, a irresignação, excluída, somente, a pretensão aos honorários de 20% inseridos no pleito executivo, é de se reconhecer a improcedência quase integral dos embargos, impondo-se ao embargante o ônus total do pagamento das custas processuais e honorários advocatícios do procurador do embargado, estipulados em 15% sobre o valor do débito, em obediência ao disposto no art. 21, único, do CPC. Do exposto, dou parcial provimento ao recurso. Des. Luiz Felipe Brasil Santos (PRESIDENTE E REVISOR) - De acordo. Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves - De acordo. DES. LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS - Presidente - Apelação Cível nº , Comarca de Porto Alegre: "DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: JUCELANA LURDES PEREIRA DOS SANTOS google7.tjrs.jus.br/search?q=cache:www1.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php%3fnome_comarca%3dtribunal%2bde%2bjusti%25e7a% 7/7