Palavras-chave: Semiárido. Arborização Urbana. Sertânia
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- Carla Lobo Zagalo
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1 Considerações Sobre a Gestão de Áreas Verdes Com Foco na Arborização de Sertânia - PE Edmaylson Jóia Leandro 1 Maria Betânia Moreira Amador 2 RESUMO Face a necessidade de implantação de espécies vegetais para proporcionar uma melhora na qualidade de vida das pessoas, este estudo analisa os métodos adequados ao plantio de árvores no ambiente urbano do município de Sertânia no estado de Pernambuco. Evidenciando os problemas econômicos e naturais causados por uma arborização inadequada e os benefícios proporcionados por uma arborização planejada, este estudo busca orientação na literatura referente ao tema para que possa servir de base para estudos nesta área e nesta atividade. Após este estudo, foi possível perceber, que tais pontos, influenciam nos possíveis benefícios que áreas verdes podem trazer as cidades. Quando atuante na arborização urbana, benefícios físicos e psicológicos são notáveis aos habitantes, os quais não terão prejuízos nem grandes custos por receberem este presente da natureza. Palavras-chave: Semiárido. Arborização Urbana. Sertânia Introdução 1 Graduado em Ciências Biológicas e Professor do CESA; 2 Doutora em Geografia e Coordenadora do Curso de Licenciatura em Geografia - UPE/Campus Garanhuns. 165
2 Neste artigo, procura-se analisar a área verde que cobre a zona urbana da cidade de Sertânia-PE. A vegetação nos centros urbanos vem exercendo um papel importante para a vida das pessoas. Quando estas habitam locais bem arborizados, percebem o quanto áreas verdes modificam a zona urbana onde estão inseridas, elas o microclima trazendo benefícios para os moradores, além da beleza. Sem a presença desses vegetais, cidades sofreriam com mais rigor, as consequências da poluição e das práticas humanas contra a natureza. Sombra para animais e pedestres, alimento para a fauna, beleza, melhora da umidade e o conforto térmico, são alguns ganhos que estes seres proporcionam para uma cidade. O conforto térmico seria a mais importante mudança causada por estes vegetais, pois é de fácil reconhecimento, quando comparados locais com arborização com locais sem árvores. Um ambiente bem arborizado altera o bem-estar da população. O município de Sertânia-PE, sempre apresentou espécies da flora da caatinga, mas o que predomina, é a retirada de espécies nativas e o plantio de apenas espécies exóticas como a algarobeira (Prosopis juliflora) e figueiras (Ficus benjamina) nas localidades da cidade. 166
3 Arborização com predominância de uma única espécie Ficus benjamina L. Sertânia-PE. Fonte: Arquivo de Edmaylsonn Jóia (2012) Com um clima quente e curtos períodos de chuvas, característicos da caatinga, esta acaba ganhando vegetais e animais que só poderiam ser encontrados aqui pela adaptação adquirida neste ambiente. Espécies de outro ambiente passam por grandes dificuldades adaptativas para vencer estas perturbações climáticas trazidas pela mudança de um ambiente para outro, muitas vezes morrendo por não resistir à falta de água ou a grande incidência da radiação solar. Algumas destas estão sendo agora, inseridas no ambiente urbano, como uma ação da arborização urbana. O plantio de espécies no meio urbano é uma prática benéfica para os habitantes de uma cidade. Além de embelezar os locais onde estão presentes, dão uma melhor qualidade de vida às pessoas que habitam e frequentam o seu entorno. Outros benefícios dessa prática já são conhecidos e não deixam de ser importantes, mas o que se percebe, é a grande adesão de espécies que trazem beleza, mas que não levam os benefícios que uma espécie da caatinga traria. Biondi (2011) afirma que atualmente as espécies indicadas para arborização ainda são selecionadas de modo empírico seguindo apenas informações voltadas para a estética e de linhas bibliográficas. A seleção de espécies apenas pela beleza não assegura o sucesso de sua adaptação ao meio inserido na vida dela, nem a beleza esperada. Isso não quer dizer que as espécies exóticas devem ser excluídas da arborização urbana. O problema maior é quando a população, sem orientação, acaba plantando além do limite, somente espécies de outro ambiente levando a problemas naturais e econômicos. Existem também espécies nativas que 167
4 carregam um potencial maior de benefícios e uma beleza própria que não pode ser vista em outros locais, por esta se adequar somente ao seu ambiente de origem. Quando inseridas as espécies corretas em um dado ambiente urbano, elas não necessitam de muitos cuidados por parte dos habitantes e dos órgãos públicos, quando comparadas a espécies exóticas mal plantadas. Um exemplo bastante significativo é a poda. Quando observadas podas em espécies exóticas, na sua maioria, acontece uma maior quantidade de podas em relação às nativas. Todos os benefícios gerados pela arborização são ótimos para a cidade, mas é evidente que estes requerem custos. Alguns gastos como o cultivo de mudas para a substituição de árvores que caíram, podas de limpeza de galhos mortos, podas para não danificarem a rede elétrica de energia e podas de formação da copa, são algumas práticas boas para os vegetais. Se estes atuam em espécies exóticas, há uma dedicação maior por parte dos que realizam eles. Todo o processo de arborização urbana deve seguir normas técnicas e preponderadas para evitar o plantio de espécies indevidas nas cidades. Quando estas normas não são seguidas ou não estudadas, a arborização acaba não trazendo benefícios, mas prejuízos. Outro grande problema é o conflito dessas árvores com as redes elétricas de distribuição, o que leva a podas indevidas feitas para evitar o contato com essas redes que quando danificadas, geram gastos ainda maiores. A frequência de podas possui uma necessidade de investimento e acaba retirando a vida útil do vegetal que passa a sofrer com essas práticas. Uma poda muito realizada nas cidades é conhecida como destopo. Este tipo de poda retira grande parte da massa da copa do vegetal, deixando ele com pequenos galhos e poucas flores, tudo isso para evitar que em breve, seja feita 168
5 uma nova poda. Outro problema enfrentado em cidades que realizam apenas o plantio de uma única espécie são as pragas. Nas cidades do semiárido existe uma predominância do plantio de apenas uma espécie de figueira (Ficus benjamina L). Se uma praga afetar um indivíduo, todos os outros podem ser afetados. Poda de destopo. Sertânia-PE. Fonte: Arquivo de Edmaylsonn Jóia De um modo geral, com base em tudo que foi visto até aqui, percebe-se que este trabalho evidencia os problemas na arborização urbana, da cidade estudo. O que ocorre atualmente nesta cidade é o plantio de árvores exóticas em grande proporção e fora dos padrões adequados para a arborização das ruas e praças. Isto traz prejuízos econômicos e naturais que levam um maior tempo e dinheiro para serem corrigidos sem, no entanto, trazer benefícios esperados por parte de quem planta árvores no meio urbano. Este estudo traz perspectivas para uma melhora no cenário verde das cidades, colocando as recomendações teóricas positivas, para que os vegetais tragam mudanças benéficas para as cidades sem um custo elevado e com uma maior proporção de benefícios físicos e psicológicos para os habitantes dos centros urbanos. 169
6 Após análise bibliográfica, foi possível analisar a situação arbórea na cidade de Sertânia no estado de Pernambuco. Ela está situada na latitude 08º04 25 sul e longitude 37º15 52 oeste, com altitude de 558 metros, está localizada na mesorregião do sertão pernambucano e na microrregião do Sertão do Moxotó. Semiárida, quente e seca, sua temperatura média anual é de 25ºC. Seus meses mais chuvosos são março e abril e a única bacia hidrográfica presente é o rio Moxotó. Sua vegetação predominante é de caatinga hiperxerófila (Cavalcanti, 2009). Esta análise mostrou que este município sempre apresentou espécies da flora da caatinga, mas o que predomina, é a retirada de espécies nativas para o plantio de apenas espécies exóticas como a algarobeira (Prosopis juliflora) e figueiras (Ficus benjamina) nas localidades da cidade. Este modelo em arborização em que predominam apenas duas espécies exóticas mostra o quanto cidades do semiárido estão uniformes neste importante processo de melhoramento ambiental. Resultados Analisando os vegetais implantados no município estudado, verificou-se uma forma de arborização mal planejada e que não traz, os benefícios esperados. Com métodos adequados, a vegetação presente em uma cidade a deixa bonita, diminui a poluição, abafa e diminui ruídos, atrai e aloja a fauna, além de proporcionar sombra, amenizar a radiação solar, aumentar a umidade relativa do ar, contribuir para a ocorrência de chuvas, purificar o ar e trazer conforto físico e psíquico ao homem atuando na sua saúde e deixando-o mais humano e tranquilo. Com este estudo, obteve-se uma visão das áreas 170
7 verdes urbanas da cidade, das espécies de vegetais plantadas, das formas de plantio, das implicações de ordem financeira para sua implantação e manutenção, formas de correção e benefícios futuros destas correções. Este padrão em arborização também é apresentado por outras cidades do semiárido, indicando o quanto esta prática não é reconhecida como importante. Bibliografia ABREU, L. V.; LABAKI, L. C. Conforto térmico propiciado por algumas espécies arbóreas: avaliação do raio de influência através de diferentes índices de conforto. Ambiente Construído, Porto Alegre, 2010 ALMEIDA, D. N. de; NETO, R. M. R. Análise da Arborização Urbana de duas cidades da Região Norte do estado de Mato Grosso. Revista Árvore. Viçosa. v. 40, n. 04, BARBOSA, D. C. de A.; BARBOSA, M. C. de A.; LIMA, L. C. M. de. Fenologia de Espécies Lenhosas da Caatinga. In: Ecologia e Conservação da Caatinga, Recife: Ed. Universitária da UFPE, BIONDI, D.; NETO, E. M. de L. Pesquisa em Arborização de Ruas. Editado por Daniela Biondi. Curitiba, PR, DANTAS, I. C.; FELISMINO, D. de C.; SILVA, S. M.; CHAVES, T. P. Manual de Arborização Urbana. Eduepb Editora da Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, CAVALCANTI, R. S. L. De uma história de amor nasceu Sertânia FIGUEIRÔA, J. M. de; PAREYN, F. G. C.; DRUMOND, M.; ARAÚJO, E. de L. A situação madeireira no Nordeste. In: 171
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