REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação"

Transcrição

1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação ABASTECIMENTO DE ÁGUA E APOIO INSTITUCIONAL Identificação do Projecto: P Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Draft final do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) Junho de 2012

2 Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Como forma de garantir a sustentabilidade ambiental das actividades previstas neste Projecto o FIPAG seleccionou, através dum concurso público, a FICHTNER em parceria com a AustralCOWI, como consultores, para conduzir os Estudos Ambientais e Sociais para o Grande Maputo dentro do Projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional. Contactos FICHTNER Sarweystraße Stuttgart Postfach Stuttgart Tel.: (Dr. Miller) Fax: Werner.Miller@Fichtner.de Contacto Directo: Dr Hans G. Back (Gestor do Projecto) Tel: h.back@gefaoe.de AustralCOWI Av. Zedequias Manganhela, N.º 95 1.º Andar Maputo-Cidade, Moçambique Tel.: Fax: Telefone Celular: / Contacto Directo: Tânia Paco (Líder da Equipa) Tel.: tania.paco@australcowi.co.mz Rev No. Data da Rev Conteúdos /alterações Elaborou/reveu Visto por/aprovado Relatório Preliminar submetido para comentários Membros da Equipa Back/Paco Draft Final com resposta às observações sobre o documento feitas pela FIPAG e o Banco Mundial Membros da Equipa Back/Paco 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI I

3 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Abreviaturas COBA PDS DNAIA PD ETAP AIA LA PGAS EPDA AIAS ESMP FIPAG GIS PNB GdM HAZID S&S PI&A INE INSIDA MICOA MdS RNT PNDA PAP PPP GQ CQ DdP AIS PGS TdR WASIS ETA Consultores de Engenharia e Ambiente, S.A., Portugal Pesquisa de Demografia e Saúde Direcção Nacional para a Avaliação do Impacto Ambiental Pessoas Deslocadas Estação de Tratamento de Água Potável Avaliação do Impacto Ambiental Licença Ambiental Plano de Gestão Ambiental e Social Estudo de Pré-viabilidade e Definição de Âmbito Avaliação do Impacto Ambiental e Social Plano de Gestão Ambiental e Social Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água Sistema de Informação Geográfica Produto Nacional Bruto Governo de Moçambique Estudo de Identificação de Perigos (Hazard Identification Study) Saúde & Segurança Pessoas Interessadas e Afectadas Instituto Nacional de Estatística Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental Ministério da Saúde Resumo Não-Técnico Projecto Nacional de Desenvolvimento de Água Pessoas afectadas pelo Projecto Processo de Participação Pública Garantia de Qualidade Controlo de Qualidade Direito de Passagem Avaliação do Impacto Social Plano de Gestão Social Termos de Referência Projecto de Apoio Institucional e Serviços de Água Estação de Tratamento de Água 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI II

4 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Índice 1. Resumo Não-Técnico Introdução O Projecto e as suas Alternativas Enquadramento Legal Abordagem e Metodologia do Processo de AIAS Descrição do Ambiente Biofísico Descrição do Ambiente Socioeconómico Potenciais Impactos ambientais mais Significativos Desenho e Comparação de Alternativas Identificação e Análise de Erros fatais Conclusão e Recomendações Introdução Contexto do Projecto Objectivos do Relatório O Proponente do Projecto O Consultor Ambiental Descrição do Projecto O Projecto Âmbito da Pesquisa Área do Projecto Justificativa do Projecto Proposto Duração do Projecto e Cronograma de Implementação Opções e Alternativas do Projecto Uso de Água Subterrânea Uso de Água Pluvial As Alternativas do Projecto Enquadramento Legal Breve Descrição do Enquadramento Legal Geral do Ambiente Enquadramento Institucional e Legal para o Processo de AIA P01 FICHTNER/AustralCOWI III

5 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 5.3 Regulamentos e Directivas Internacionais Outras Provisões Legais relevantes a serem consideradas Abordagem Metodologia do Processo de AIA Fases do processo de AIA Pré-Avaliação do Processo Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) A Avaliação do Impacto Ambiental e Social (AIAS) O Processo de Participação Pública Descrição do Meio Biofísico Contexto Geográfico Meio Físico Geologia Solos Clima Hidrologia e Recursos Hídricos Qualidade das Águas Superficiais Ambiente Biológico Vegetação Fauna Ecologia de Água Doce Área Ambientalmente Sensível Descrição do Ambiente Socioeconómico Moçambique e as Tendências do Desenvolvimento A Província de Maputo e a Cidade de Maputo População, Assentamento e os Padrões de Uso da Terra Economia Infra-estruturas e Serviços Sociais Problemas Regionais Gerais de Saúde Impactos Mais Significativos e Possível Mitigação Impactos sobre o Meio Físico Impactos Significativos sobre o Ambiente Biológico Fase de Construção P01 FICHTNER/AustralCOWI IV

6 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase da Operação Impactos sobre o ambiente sócio-económico Impactos durante a Fase de Concepção Impactos durante a Fase de Construção Impactos durante a Fase de Operação Aspectos de Saúde e Segurança Impactos durante a Fase de Construção Impactos durante a Fase de Operação Resumo da Maioria dos Potenciais Impactos ambientais mais Significativos Desenho e Comparação de Alternativas Requisitos Essenciais para a Concepção do Projecto Comparação de Alternativas Ambiente Biológico Resumo das Alternativas Identificação e Análise de Erros fatais Conclusão e Recomendações Referências Anexos Actas das Reuniões Resultados Preliminares das Reuniões com as ONGs e Administrações Afectadas pelo Projecto Notas do Campo Lista preliminar das Entidades a serem convidadas para os Encontros de Participação Pública Exemplo de uma Carta Convite Anúncio Público Documentação Fotográfica P01 FICHTNER/AustralCOWI V

7 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1. Resumo Não-Técnico 1.1 Introdução O objectivo do Resumo Não-Técnico é de apresentar um resumo simples e conciso do Projecto considerando os aspectos principais do Estudo de Préviabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) dos Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água à Area do Grande Maputo. A previsão da demanda total de água potável para a Área do Grande Maputo para 2035 é de cerca de 560,000 m³/dia, mais do que o dobro do valor de consumo actual. Sendo assim, existe uma necessidade urgente de aumentar consideravelmente a quantidade de água tratada disponível usando diferentes fontes. O Projecto pretende aumentar a capacidade de abastecimento de água de 60,000 m 3 /dia a 120,000 m³/dia usando a água a partir da Barragem de Corumana ou do Rio Incomati. Este Projecto também vai ajudar a concretizar o objectivo do Governo que é o de abastecer por completo toda a população que vive na Área do Grande Maputo, com água tratada, até O proponente do Projecto, o FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água contratou um Consultor Internacional a FICHTNER, sediada na Alemanha, para conduzir os estudos ambientais necessários para o Projecto. Os mesmos serão realizados em cooperação com a AustralCOWI, uma empresa registada em Moçambique como Consultor Ambiental independente na Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA), do Ministério para Coordenação da Acção Ambiental (MICOA). Os estudos de avaliação ambiental serão financiados pelo Banco Mundial. Para conduzir todas investigações e pesquisas necessárias e para elaborar os relatórios relevantes, o consultor organizou uma equipa de 11 peritos nos ramos socioeconómico, ambiental, saúde e segurança e de Sistema de Informação Geográfica (GIS). O Projecto foi classificado pelo MICOA como Projecto de Categoria A, o que requer a execução dum Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sob o Regulamento relativo ao Processo de Avaliação Ambiental (Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro) e a Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial 129/2006 de 19 de Julho). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 6

8 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Depois da aprovação do EPDA e dos Termos de Referência (TdR), será preparado o Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social (EIAS) e elaborado o Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do Projecto. A sua aprovação irá resultar na emissão duma Licença Ambiental (LA) pelo MICOA. Por isso, a extensão do sistema de abastecimento de água para o Grande Maputo é de proeminente interesse em relação a satisafação do abastecimento da população e indústria com água potável. 1.2 O Projecto e as suas Alternativas O objectivo geral do Projecto é de fornecer adicionalmente 120,000 m³ de água potável para a Área do Grande Maputo. Na primeira fase, pretende-se extrair diariamente 60,000 m³ de água. Numa segunda fase, serão extraídos adicionalmente mais 60,000 m³. Existem dois possíveis locais de captação da água: (i) captação directa na Barragem de Corumana ou (ii) construção duma represa à jusante da confluência do Rio Sabié com o Rio Incomati. Em várias reuniões com o consultor da elaboração do projecto de engenharia para o projecto (COBA, Portugal), as alternativas possíveis de local de captação de água, redes de distribuição, a localização das instalações de tratamento de água e centros de distribuição de água foram comunicadas e discutidas. No decurso destas reuniões, diferentes opções tornaram-se aparentes. Dependendo da opção, as seguintes instruções técnicas serão necessárias: Extensão das estruturas pré-instaladas de captação no local da Barragem de Corumana; Açude alternativo e estruturas de captação no Rio Incomati (dois possíveis locais próximos um do outro à jusante da confluência dos Rios Sabié e Incomati); Redes de abastecimento de água: o comprimento de todas opções começando no local da Barragem de Corumana Dam é de cerca de 90 km. Começando duma nova represa no Rio Incomati os comprimentos das redes serão de cerca de 70 km; Novas estradas de acesso para os possíveis locais das represas e para os corredores das redes de abastecimento de água; Estações de bombagem ao longo das redes de abastecimento de água; Uma bifurcação de água tratada, com quatro vias, para pequenas localidades e áreas a norte da Área do Grande Maputo; Estação de Tratamento de Água (ETA) (um possível local é perto da Barragem de Corumana, outro a norte de Sabié e outro a sul de Pessene); Dependendo da opção seleccionada será necessária a extensão do centro de distribuidor de Tsalala ou da Machava ou terá de se construir um novo centro de distribuição na terminal da Alternativa C (Mapa 1-1: Vista 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 7

9 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA ). geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 8

10 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Barragem de Corumana Rio Sabie River Rio Incomati River B1 Área do possível açude A1 C B2 A2 Centro Distribuidor de Tsalala Centro Distribuidor da Machava Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 9

11 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA A implementação do Projecto terá impactos nas seguintes áreas de influência: Áreas de irrigação abastecidas com água da Barragem de Corumana; Rios Sabié e Incomati à jusante da Barragem de Corumana (menos água nos rios, pequena represa inundando a terra e transformando o rio em água represada se for seleccionada a opção de represa); Áreas de irrigação abastecidas com água proveniente dos Rios Sabié e Incomati à jusante da Barragem de Corumana; Os corredores das redes de distribuição (zona de protecção, possíveis danos de propriedades privadas durante a construção, possíveis necessidades de relocação, ecologia terrestre); Local da Estação de Tratamento de Água (ecologia terrestre, habitação e assentamentos); Estradas de acesso para os locais de construção (ecologia terrestre, habitações e assentamentos); A área do Projecto (todas alternativas) cobre as seguintes estruturas administrativas: Distrito de Moamba Posto Administrativo de Sabié A (Localidades de Sunduíne e Sabie-Sede); Distrito de Moamba Posto Administrativo de Moamba-Sede; Distrito de Moamba Posto Administrativo de Pessene (Localidades de Pessene-Sede, Vundiça e Mahulane); Município da Matola Posto Administrativo da Machava (Bairros da Machava-Sede e Tsalala); Município da Matola Bairro do Infulene (Bairro de Intaca e Boquisso); Município do Maputo Distrito Municipal de KaMabukuana. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 10

12 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1.3 Enquadramento Legal De acordo com a Lei Ambiental (Lei Nr. 20/97 de 1 de Outubro) em Moçambique todas as actividades públicas e privadas com o potencial de influenciar as componentes ambientais devem ser precedidas de uma Avaliação do Impacto Ambiental e Social (AIAS) com vista a obter uma Licença Ambiental (LA) emitida pela autoridade responsável pelo licenciamento ambiental de várias actividades que é o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) através da Direcção Nacional para a Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA). Esta lei baseia-se particularmente no princípio de precaução que tem enfoque na prevenção de ocorrência de impactos negativos significantes ou irreversíveis, independentemente da existência de certeza científica acerca da ocorrência de tais impactos no ambiente. A Lei Ambiental define o procedimento para a avaliação do impacto ambiental como uma ferramenta de prevenção para a gestão ambiental dos projectos e apoia o Governo de Moçambique na tomada de decisões no concernente à atribuição de licenças ambientais para o desenvolvimento de projectos. A licença ambiental precede qualquer outra licença legal requerida. O Processo de Avaliação do Impacto Ambiental é regulado pelo Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro que recentemente (em Novembro de 2008) foi actualizado em alguma das suas provisões através do Decreto Nr. 42/2008 de 4 de Novembro. Os Processos de Auditoria Ambiental e Inspecção Ambiental são regulamentados, respectivamente, pelo Decreto Nr. 32/2003 de 20 de Agosto 20 e Nr. 11/2006 de 15 de Julho. O Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Nr. 32/2003 de 20 de Agosto) indica que qualquer actividade pública ou privada pode estar sujeita a auditorias ambientais públicas (levadas a cabo pelo MICOA) ou privadas (internas). A entidade auditada deve fornecer aos auditores total acesso aos locais a serem auditados, como também toda a informação requisitada. Por outro lado, o Regulamento sobre as Inspecções Ambientais (Decreto Nr. 11/2006 de 15 de Julho) governa os mecanismos legais para a inspecção de actividades públicas e privadas, que directa ou indirectamente são susceptíveis de causar impactos ambientais. Este decreto tem como objectivo regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização do cumprimento da protecção ambiental a nível nacional. Inicialmente os estudos a serem elaborados no âmbito da avaliação de impacto ambiental devem seguir a legislação nacional. Contudo, porque o Projecto é financiado pelo Banco Mundial, também devem ser levados em consideração os requisitos ambientais e sociais do Banco Mundial. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 11

13 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1.4 Abordagem e Metodologia do Processo de AIAS O processo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social visa apoiar a tomada de decisão para o licenciamento ambiental de uma actividade. Os requisitos nacionais para tal Projecto de Categoria A incluiem: Pré-Avaliação para a identificação de possíveis impactos de um projecto; Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA); Elaboração dos Termos de Referência (TdR) para o Estudo de Avaliacao de Impacto Ambiental a ser preparado; Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS). A classificação do projecto é da responsabilidade do MICOA. A Pré- Avaliação deve permitir a classificação do projecto como A, B ou C, que define o nível adequado de avaliação ambiental necessária para a actividade proposta (de acordo com o Decreto n º 45/2004 de 29 de Setembro). A classificação é da responsabilidade do MICOA; Para projectos de Categoria A, um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e os TdR para o futuro EIA serão preparados e divulgados ao público. Depois de ter-se realizado o processo de participação pública e tendo incluído o resultado das consultas públicas, o EPDA final e os relatórios dos TdR serão submetidos ao MICOA para a sua aprovação; Durante a fase do EIAS, estudos especializados serão realizados. Com os resultados destes estudos, um relatório detalhado do EIAS que inclui um Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) será compilado. O projecto de relatório EIAS / PGAS será então divulgado ao público. Juntamente com os resultados do processo de participação pública, o EIAS /PGAS final e o relatório associado do Plano de Ação para Reassentamento (PAR) será submetido ao MICOA para aprovação, que cumula na emissão da Licença Ambiental para o Projecto. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 12

14 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1.5 Descrição do Ambiente Biofísico A área do Projecto situa-se na parte sul de Moçambique na Província de Maputo e cobre os Distritos de Moamba (a Oeste), os Municípios da Matola e de Maputo e o Distrito Municipal de KaMubukwana (a Este). A área do Projecto é uma área de planícies (altitude abaixo de 200m). O ponto mais alto é a encosta oriental das Montanhas Lebombo no Sabié. A área é rochosa na sua parte ocidental mas a maior parte da área consiste em dunas antigas de areia vermelha e argila aluvial. Em direcção à costa na região da Matola e Marracuene a região é constituída por dunas de areia branca recentes. A Vegetação muda de bosque xerófilo seco intercalado com alguns rios sazonais e permanentes de fluxo variável, para floresta arenosa e para áreas que são intensamente utilizadas pela agricultura. O clima é tropical/subtropical, sub-húmido nos planaltos e semi-áridos nas áreas mais baixas na direcção Este. O clima é altamente influenciado pelo sistema de alta pressão do Oceano Índico e redemoinhos quentes de Moçambique que correm na direcção Sul. Os ventos predominantes sopram de NE (38.7 %) e E (31 %). A precipitação anual é pouco mais de 1,000 mm ao longo da costa e decresce progressivamente em terra para mm nas planícies abaixo das Montanhas do Lebombo a oeste. As próprias Montanhas Lebombo registam uma precipitação anual de 800 1,000 mm. Na área do Projecto podem ser encontrados quatro rios, nomeadamente Incomati, Sabié, Matola e Infulene. Os Rios Sabié e Incomati são rios internacionais enquanto os Rios Matola e Infulene são nacionais. Os Rios Sabié e Incomati têm a sua origem na África do Sul. O Rio Sabié junta-se ao Rio Incomati a Sul do local da Barragem de Corumana. A área do Projecto cobre uma proporção significante do Centro de Endemismo de Maputaland, que é reconhecido pela sua biodiversidade única de flora e fauna bravia. Este consiste de (i) Floresta Ribeirinha, (ii) savana árida montanhosa do Lebombo (bosque), (iii) Acácia savana, (iv) bosque de planície, (v) Floresta arenosa e (vi) Vegetação de Duna. Na área do Projecto há 33 espécies de mamíferos, 18 espécies de répteis e anfíbios e 98 espécies de aves que nele fazem o seu habitat. As áreas do Projecto que são ambientalmente sensíveis incluem a vegetação xerófila seca de Lebombo (com Aloés e árvores de crescimento lento tais como o Candelabro) e a floresta/bosque ribeirinho ao longo dos Rios Sabié e Incomati. O habitat aquático e a sua vegetação aquática dependente da água, também podem ser considerados como sensíveis. De especial preocupação é o 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 13

15 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA ecossistema aquático dos Rios Sabié, Incomati, Matola e Infulene. Estes rios são as principais fontes de água para a fauna e vegetação adjacente, como também para usos socioeconómicos. A sua importância ecológica para a área é proeminente devido a intensa escassez de água nas proximidades durante a estação seca. O corredor alternativo C para a conduta de abastecimento de água passa por vários bosques intactos e alguns pântanos de alto valor ecológico. Este corredor da condutatubulação também passa perto duma propriedade privada de reserva de caça que pode ser perturbada durante as fases de construção e manutenção do Projecto. O Projecto também pode afectar a floresta/bosque de duna que é sensível ao distúrbio humano, devido à subsequente intensificação da erosão e eventos extremos e as suas lentas taxas de regeneração. Não se verifica a ocorrência de áreas protegidas como Parques Nacionais, Reservas de Caça, Áreas Naturais Protegidas, etc., na área do Projecto. 1.6 Descrição do Ambiente Socioeconómico Moçambique e Tendências do Desenvolvimento Desde os anos 90 e o fim da guerra pós-independência, quatro tipos principais de projectos têm apoiado o crescimento económico nacional de Moçambique: i) mega indústrias tais como Mozal, Sasol e Vale; ii) produção em grande escala de algodão, açúcar e tabaco; iii) reabilitação da infra-estrutura; e, iv) aumento da produção agrícola local. Entre 1996 e 2008 a percentagem de população vivendo abaixo da linha de pobreza, de menos de 1 dólar por dia, baixou de 70% para 55%. Mesmo assim, os níveis de pobreza, desigualdades socioeconómicas e disparidades regionais e rurais/urbanas permanecem altos. Metade da população em áreas urbanas vive abaixo da linha de pobreza nacional de 18.4 Meticais por dia (cerca de 0.70 Dólares) (MPD, ). Província e Cidade de Maputo A área chamada de "Grande Maputo" abrange a Cidade de Maputo e outros distritos da província de Maputo, nomeadamente Município da Matola, distritos de Boane, Marracuene e Moamba. 1 Ministério da Planificação e Desenvolvimento Pobreza e bem-estar em Moçambique: Terceira Avaliação Nacional A linha de pobreza de 18.4 Meticais por dia é tida como índice de pobreza. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 14

16 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA População, Assentamento e Padrões de Uso de Terra A actual população do Grande Maputo está estimada em mais de dois milhões de pessoas (Projecções Populacionais para 2011 pelo INE, 2009) 2. As áreas afectadas pelas três rotas alternativas do projecto localizam-se ao longo do Distrito de Moamba (Postos Administrativos de Sabié, Moamba e Pessene), do Município da Matola (Postos Administrativos Municipais de Machava e Infulene) e do Município de Maputo (Distrito Municipal de KaMubukuana). Os padrões de uso de terra em Moamba, Matola e KaMubukuana são diferentes, devido aos diferentes padrões de assentamento e ocupação humana em cada uma dessas áreas. Moamba é um distrito bastante rural com baixa densidade populacional (MAE, ), onde a terra é predominantemente usada para a agricultura, criação de gado e extracção de recursos naturais. O Município da Matola alberga 53% da população total da Província de Maputo e tem maior densidade populacional, onde a terra é usada para propósitos residenciais e económicos (INE, 2009). O Distrito Municipal de KaMubukuana alberga 26% da população do Município de Maputo e a terra é maioritariamente usada para propósitos residenciais. Zonas verdes específicas foram criadas na Matola e KaMubukuana para agricultura e criação de gado de pequeno e medio porte incluindo aves; e foi construido um parque industrial no Município da Matola. Enquanto que os assentamentos humanos nos bairros da Matola e KaMubukuana são essencialmente urbanos, o seu desenvolvimento em alguns casos, não obedeceu a uma estratégia de planeamento urbano e o conflito em torno da posse de terra tem sido um grave problema. Economia A economia da Cidade de Maputo está centrada no comércio e prestação de serviços, ambos formais e informais; e, em menor escala, na indústria e agricultura. A economia da província de Maputo mostra diferenças entre as áreas urbanas e rurais. Enquanto as áreas urbanas, maioritariamente a Cidade da Matola e alguns bairros do Posto Administrativo Municipal da Machava, vivem do comércio, indústria e agricultura, as áreas rurais que compreendem a maior parte do distrito vivem da agricultura, criação de animais e comércio de pequena escala. O emprego formal é baixo e a ocupação principal da população é a agricultura, seguida do comércio de pequena escala e prestação de serviços particularmente na indústria de construção civil. A Agricultura é maioritariamente praticada a nível de subsistência, excepto por um limitado número de pequenos produtores comerciais. Cerca de ¾ da produção agrícola dos agregados familiares é usada para o consumo da família (MPD, 2010). A agricultura de subsistência produz culturas alimentares tais como milho, mandioca, amendoim e verduras, enquanto as culturas comerciais, tais como cana-de-açúcar e fruta, dominam a agricultura comercial. A indústria existente está maioritariamente centrada 2 Projecções da População do III Censo da População (INE, 2009). 3 Ministério da Administração Estatal Perfil do Distrito da Moamba, Província de Maputo. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 15

17 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA no Município da Matola. Mais de 50 indústrias registadas de metalurgia, construção e de processamento de agro-pecuária operam no Município. O Comércio é outra actividade chave na Província e Cidade de Maputo, maioritariamente praticado a nível informal, intimamente ligado ao comércio de bens com a República da África do Sul. A nível nacional, a posse de habitação e de bens duráveis tem aumentado na última década. Verifica-se um crescimento constante na tendência de habitação com base em materiais convencionais. No concernente a bens duráveis, o valor de bens possuídos e a taxa de crescimento de possessões é baixa em áreas rurais e urbanas. Os bens duráveis mais comummente possuídos são o rádio, cama, bicicleta e telefone celular (MAD, 2010). Infra-estrutura e Serviços Sociais Nas últimas quatro décadas a área do Grande Maputo registou uma rápida urbanização e êxodo rural que não foram acompanhados pelo desenvolvimento de infra-estruturas adequadas para o fornecimento de serviços básicos de água, saúde, energia e educação. No concernente à Educação, a Cidade de Maputo concentra o maior número de escolas primárias e secundárias, como também de universidades do país; seguido da cidade da Matola. Mesmo assim, a cobertura de escolas secundárias e universidades é limitada, particularmente a nível distrital, fora dos Municípios. Durante o trabalho de campo de definição de âmbito, um centro infantil foi identificado dentro da área do projecto, na estrada de terra Machava-Pessene. Uma vez que o centro está localizado a beira da estrada Machava-Pessene (via B), dependendo da via seleccionada para a conduta, este centro pode ser potencialmente afectado pelos trabalhos de construção do projecto. Este cenário é semelhante ao do sector de Saúde. As Cidades de Maputo e Matola concentram a maior e mais diversificada gama de instituições de saúde pública e privada. Fora destes municípios, a rede de saúde da província é composta de hospitais rurais, centros de saúde e postos de primeiros socorros em número não especificado. O número de unidades de saúde disponíveis é reduzido e é necessário percorrer longas distâncias para chegar aquelas que existem. No concernente ao abastecimento de água e saneamento, o aumento da população da Província e Cidade de Maputo não foi acompanhado dum desenvolvimento adequado da infra-estrutura de abastecimento de água, resultando na degradação do sistema existente de água e saneamento e da sua qualidade bem como no aumento das limitações de acesso a água para os cidadãos (FIPAG, ). Os níveis de cobertura dos sistemas públicos encontram-se altamente reduzidos e a maioria dos novos assentamentos são 4 FIPAG, Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo. Anexo 5 Estudo da componente socioeconómica de abastecimento de água para o Grande Maputo. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 16

18 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA abastecidos por "operadores privados de pequena escala ". O acesso deficiente à água potável está associado à fraca rede sanitária. Na cidade de Maputo somente 55% dos agregados familiares usa água canalizada, 29% dos agregados têm as casas de banho conectadas a tanques sépticos e 36% usam latrinas. Na província de Maputo somente 37% dos agregados familiares usam água canalizada e, no Município da Matola, não há rede de drenagem (FIPAG, 2011). De acordo com MAE (2005) e dados recolhidos no campo, no distrito de Moamba a água da torneira está disponível em todos postos administrativos excepto para o de Pessene, mas nem sempre encontra-se disponível e nem sempre é tratada. No que concerne as estradas e caminhos-de-ferro a província de Maputo beneficia-se de estradas, caminhos-de-ferro e portos. O Distrito de Moamba, Município da Matola e Cidade de Maputo estão ligados pelo caminho-deferro Moçambique-África do Sul e pelas Estradas Nacionais Nr 1, 2, 3 e 4. Aparte estas estradas e a estrada Barragem de Corumana Vila de Sabié, que estão todas pavimentadas, o transporte por estrada nas áreas afectadas pelo projecto está garantido por estradas de terra batida que ligam os Postos Administrativos, Localidades e Bairros. Os transportadores privados constituem a maioria dos utentes das estradas, complementando o serviço de transporte público. As seguintes infra-estruturas localizam-se na área afectada pelo projecto: i) Rota A e B: caminho-de-ferro Moçambique-África do Sul, Estradas Nacionais N2, N3 e N4, Estrada Moamba-Sabié-Corumana e a estrada Machava-Pessene; ii) Rota C: Estrada Nacional N1 e a estrada Michafutene-Vundiça. No concernente a energia e comunicações, no Município da Matola a rede de electricidade cobre algumas áreas numa base de 24h, mas as áreas urbanas e rurais da Machava e do Posto Municipal Administrativo de Infulene ainda não são abrangidos por esta rede. Este cenário é semelhante ao do Distrito Municipal de KaMabukuana na Cidade de Maputo. No Distrito de Moamba existe electricidade nas vilas de Moamba, Sabié e Pessene e na Barragem de Corumana; porém a cobertura de electricidade é muito limitada e nem sempre está disponível 24h por dia (MAE, 2005). Como alternativa à electricidade, a população recorre ao uso de candeeiros de petróleo, velas, baterias e painéis solares. No que concerne a comunicações, o telefone celular é o dispositivo principal de comunicação em todas as áreas afectadas pelo projecto da Província e Cidade de Maputo. Porém, nas áreas rurais fora das vilas do Distrito de Moamba a cobertura das redes móveis é deficiente e a comunicação entre as localidades é garantida via rádio (MAE, 2005). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 17

19 Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1.7 Potenciais Impactos ambientais mais Significativos Na seguinte Tab. 1-1 Pode-se perceber uma visão resumida dos impactos mais significativos causados pelo projecto, tal como foi revelado durante o processo de definição do âmbito. Também estão listadas as primeiras medidas de mitigação possíveis para estes impactos. Fase do Projecto Pre-construção Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Ponto de extracção no Rio Incomati Corredor de redes de distribuição A remoção de água Inundação de habitats terrestres, alterando a ecologia do Rio Incomati a montante da barragem Passagem por áreas naturais e imperturbadas no Corredor C Relocação de pessoas que perdem bens e acesso a recursos naturais para geração de renda Possivelmente afecta outros usuários de água em torno do Reservatório de Corumana e a jusante da Barragem de Corumana (Rios Sabie e Incomati) Usando um sistema de admissão de ar com uma represa tão baixa quanto possível, resultando num pequeno reservatório, e contorno adequado da margem para melhorar a função ecológica do reservatório. Evitando áreas de alto valor ecológico; estabelecendo a maioria das tubulacoes em paralelo às estradas existentes para evitar estradas de acesso longas; reintegrar a vala para a tubulação e a superficie de trabalho. Evitar infra-estruturas, assentamentos, casas, terrenos, árvores, locais sagrados e sepulturas familiares na medida do possível; estabelecer os corredores de distribuição na estrada quando atravessarem áreas povoadas. Quando a prevenção não é possível, desenvolver um Plano de Acção de Reassentamento e fornecer o reassentamento adequado, remoção, novos enterros e compensação aos proprietários dos bens. Garantir que as populações reassentadas tenham acesso aos recursos naturais de que elas necessitam para a sua subsistência e geração de renda, particularmente a terra arável, água, pastos e árvores. Avaliação da situação regional e conceder licenças de acordo como uma abordagem integrada do uso da água. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 18

20 Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potential Impacto Mitigação possível Construção Montagem da tubagem Actividades de construção A demanda por trabalhadores qualificados e não qualificados Danos a propriedades privadas durante a montage da tubagem Aumento de acidentes de trânsito por maquinaria de construção e veículos de transporte, que afectam os trabalhadores e a população local (em particular as crianças da população local que não são habituadas ao trânsito intenso regular) Destruição da vegetação e deslocamento dos animais associados (por exemplo pássaros) Perturbação da ecologia límnica quando se atravessam rios, alta escorrência de sedimentos O não cumprimento das normas de segurança; risco para a saúde dos trabalhadores durante as actividades de construção Impacto positivo na situação do emprego local. Contratar mão-de-obra local de acordo com habilidades e níveis de alfabetização disponíveis, recorrendo ao trabalho de fora da área de construção para preencher cargos vagos. Minimização da superfície de trabalho necessária a um mínimo absoluto. Trabalhadores: O contratante deve reforçar a responsabilização dos camionistas, definindo e implementando os Regulamentos de Segurança de trabalho e estabelecendo um plano de assistência para acidentes de trânsito / mortes. População: O Contratante de realizar campanhas de educação cívica para a segurança do trânsito focalizando a população local em geral, e as escolas, em particular; colocando trabalhadores sinalizadores durante as caminhadas de tráfego de máquinas pesadas, controlando os horários e locais de tráfego, e definindo as horas de trânsito. Minimização da superfície de trabalho necessária a um mínimo absoluto em áreas de elevado valor ecológico Repousar durante a estação seca, uso de técnicas sem escavação sempre que possível Desenvolvimento e implementação de um Plano de Saúde e Segurança (HS) adequado pela construtora. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 19

21 Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potential Impacto Mitigação possível Construção Influxo do Trabalhador Montagem da tubagem Disseminação do HIV A demanda por suprimento adequado de energia e estradas para o processo de construção Trabalho infantil e exploração sexual Diversificação de oportunidades de geração de renda Desenvolvimento e implementação de um programa de conscientização sobre o HIV pela construtora, e acesso gratuito a preservativos para os trabalhadores Construção e / ou melhoria de estradas já existentes e infraestruturas energéticas, que iram funcionar como factores de atracção para o desenvolvimento local durante a fase operacional. Através de obrigações contratuais e medidas punitivas, os contratantes estão legalmente responsáveis por garantir que eles próprios, os seus trabalhadores e subcontratados não se envolvem ou beneficiam de trabalho infantil e exploração sexual. O Contratante deve fornecer, tanto quanto possível, produtos alimentares localmente produzidos para alimentar o pessoal da construção; materiais de construção de fornecedores locais para a construção de acampamentos; e culinária local, limpeza e prestadores de serviços de segurança. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 20

22 Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Abastecimento com água limpa Tratamento de água Mais famílias terão acesso a água limpa potável; abastecimento mais confiável, com água potável. Ameaça de saúde dos consumidores de água Impacto Positivo Tratamento de água adequado e a monitoria regular da qualidade da água, incluindo a ocorrência de microcistinas na água bruta e potável. A captação da água em geral Ameaça para a vida aquática (fauna e flora) a jusante do ponto de captação por menor fluxo de água. Garantir um fluxo mínimo de água a jusante da represa, a fim de manter a função ecológica do rio Incomati, incluindo o seu estuário. Operação Captação de água numa nova represa. Os sedimentos serão retidos por uma possível represa alterando a carga de sedimento do rio a jusante com possíveis aumentos de fenómenos de erosão. Os sedimentos que contribuem para a fertilidade e a produtividade da bacia de planície para o estuário do Rio Incomati serão diminuídos. O bloqueio da migração dos peixes. Se a opção "nova represa" for seleccionada, possíveis medidas de mitigação serão elaboradas e discutidas (por exemplo, sistema de hidrantes) com o Desenho Técnico. Contudo, medidas de mitigação eficazes dificilmente são possíveis. No caso da construção de uma represa nova no Rio Incomati, a construção de uma passagem de peixes (escada de peixe) tem de ser tomada em consideração. O mapeamento detalhado dos peixes que ocorrem no Rio Incomati irá representar a informação de base para tal decisão. A retenção de água por uma possível represa. Doenças transmitidas pela água se uma nova represa for construída, criando um reservatório. Estabelecer um programa de saúde, incluindo a monitoria de doenças. Tab. 1-1: Visão geral sobre os possíveis impactos mais significativos causados pelo projecto e suas possíveis medidas de mitigação 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 21

23 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 1.8 Desenho e Comparação de Alternativas O design e layout do Projecto serão orientados pelo seguinte: Os impactos ecológicos devem ser tão baixos quanto possível; Os impactos socioeconómicos devem ser positivos; Acções de reassentamento deverão ser evitadas sempre que possível (um dos requisitos essenciais do Banco Mundial); A qualidade da água potável produzida deve cumprir as normas nacionais e internacionais com respeito à composição química e bacteriológica. Considera-se que a captação da água a partir do local da Barragem de Corumana terá menos impactos ambientais. A construção de uma nova represa no Rio Incomati vai exigir mudanças adicionais do ambiente do rio e criar um novo reservatório inundando terra adicional. Como de momento não há estradas para aceder à área, seriam necessárias novas estradas de acesso que passam através de uma floresta seca secundária e uma floresta ribeirinha. Os corredores A e B da conduta irão criar menos impactos ecológicos que o Corredor C (ver Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ) que iria atravessar várias comunidades de plantas intactas com função de habitat para mamíferos de pequeno e médio porte. Os Corredores A e B iriam seguir estradas existentes a longas distâncias, enquanto a Alternativa C iria atravessar áreas imperturbadas que requerem novas estradas de acesso longas. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 22

24 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA A partir destas descobertas também discutidas mais detalhadamente no corpo principal do Relatório EPDA, a seguinte classificação é definida para as diferentes alternativas (Tab. 1-2: Classificação das diferentes alternativas (ver Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ) a partir de pontos de vista ecológicos e socioeconómicos Como mostrado na Error! Not a valid bookmark self-reference. a opção mais preferível é de extrair a água do local da Barragem de Corumana e transportá-la para Maputo através do corredor da conduta A / B, quer para Tsalala como para Machava (Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ). Para o Plano de Tratamento da Água não é possível oferecer uma opção preferível. Do ponto de vista ecológico o local d a Sul de Pessene seria o ideal, mas a área é constituída por terras agrícolas que têm de ser compradas. A zona Norte de Sabie é composta por terreno rochoso não usado, mas representa alguns habitats valiosos para a vida selvagem. O mesmo se aplica à área perto da Barragem de Corumana. A melhor solução técnica com relação às condições óptimas para tratamento e transporte da água será utilizada para a localização da estação de tratamento. 1.9 Identificação e Análise de Erros fatais O EPDA visa identificar e avaliar a possível existência de erros fatais que possam limitar a viabilidade de implementação do Projecto de expansão e melhoria do abastecimento de água para a Área do Grande Maputo. Concluiu-se que, no caso deste projecto não foram detectados erros fatais. A maioria das instalações técnicas propostas pode ser implementada sem graves impactos negativos sobre o meio ambiente, se forem elaboradas e executadas medidas de mitigação apropriadas. Somente a possível construção de uma nova represa no Rio Incomati poderá causar alguns impactos significativos, por exemplo sobre a ecologia do rio que vai exigir uma mitigação maior e sofisticada e medidas de compensação. Os impactos negativos previstos irão surgir principalmente durante o período de construção e são de natureza temporária. Um impacto positivo será o emprego da mão de obra local, incluindo aquela não qualificadas, durante o período de construção. Outro elemento positivo será o fornecimento de água a pequenos aglomerados ao longo do corredor da conduta, o que é assegurado pela instalação de uma bifurcação, com quatro vias planeadas para água tratada ao longo dos corredores. A partir daqui, pequenas localidades e partes do Norte da Área do Grande Maputo poderão 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 23

25 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA ser servidas com água potável. Este é um dos requisitos principais para evitar a recusa do projecto pelos habitantes, que no momento não têm acesso a água potável e até agora ainda não se beneficiam do Projecto. Uma questão adicional importante que surgiu durante o processo de Definição do Âmbito é a ocorrência de cianobactérias nos Rios Sabie e Incomati e também no reservatório da Barragem de Corumana. Como estas bactérias formam toxinas que podem prejudicar a saúde humana, este facto deve ser levado em consideração na concepção da futura Estação de Tratamento de Água. ): Classificação Opção 1 2 O local da Barragem de Corumana para Tsalala (Opção A) O local da Barragem de Corumana para Machava (Opção B) Observações Corredor da conduta instalado ao longo das estradas estabilizadas existentes que são parcialmente asfaltadas. Fácil acesso, sem necessidade de nenhuma estrada de acesso longa. Ao redor do Centro de Distribuição de Tsalala há menos povoação que na Machava. Corredor da conduta instalado ao longo das estradas estabilizadas existentes que são parcialmente asfaltadas. Fácil acesso, sem necessidade de nenhuma estrada de acesso longa. Densamente povoado ao redor do Centro de Distribuição da Machava, existência de muitas infraestruturas. 3 O local da Barragem de Corumana para o novo centro de distribuição (Opção C) O corredor teria de atravessar áreas remotas e naturais que requerem longas estradas de acesso. Na Cidade de Maputo a rota seguirá a Estrada Nacional N 1, asfaltada, que é muito usada; seguida por uma estrada estabilizada não asfaltada para Nordeste. Cerca de 25 km do corredor não tem qualquer estrada. Densamente povoado perto da Cidade de Maputo, onde existência de muitas infra-estruturas. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 24

26 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Classificação Opção Novo local da represa no Rio Incomati, corredor da conduta para Tsalala. (Opção A) Novo local da represa no Rio Incomati, corredor da conduts para Machava (Opção B) Novo local da represa no Rio Incomati, corredor da conduta para o novo centro de distribuição (Opção C) Observações Uma nova represa causaria impactos sobre a ecologia do rio e exigiria estradas de acesso ao local da barragem atravessando áreas naturais. Esta avaliação é independente da localização exacta da nova represa no Rio Incomati. Ver Classificação 4 Ver Classificação 3 e 4 Tab. 1-2: Classificação das diferentes alternativas (ver Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ) a partir de pontos de vista ecológicos e socioeconómicos Como mostrado na Error! Not a valid bookmark self-reference. a opção mais preferível é de extrair a água do local da Barragem de Corumana e transportá-la para Maputo através do corredor da conduta A / B, quer para Tsalala como para Machava (Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ). Para o Plano de Tratamento da Água não é possível oferecer uma opção preferível. Do ponto de vista ecológico o local d a Sul de Pessene seria o ideal, mas a área é constituída por terras agrícolas que têm de ser compradas. A zona Norte de Sabie é composta por terreno rochoso não usado, mas representa alguns habitats valiosos para a vida selvagem. O mesmo se aplica à área perto da Barragem de Corumana. A melhor solução técnica com relação às condições óptimas para tratamento e transporte da água será utilizada para a localização da estação de tratamento Identificação e Análise de Erros fatais O EPDA visa identificar e avaliar a possível existência de erros fatais que possam limitar a viabilidade de implementação do Projecto de expansão e melhoria do abastecimento de água para a Área do Grande Maputo. Concluiu-se que, no caso deste projecto não foram detectados erros fatais. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 25

27 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA A maioria das instalações técnicas propostas pode ser implementada sem graves impactos negativos sobre o meio ambiente, se forem elaboradas e executadas medidas de mitigação apropriadas. Somente a possível construção de uma nova represa no Rio Incomati poderá causar alguns impactos significativos, por exemplo sobre a ecologia do rio que vai exigir uma mitigação maior e sofisticada e medidas de compensação. Os impactos negativos previstos irão surgir principalmente durante o período de construção e são de natureza temporária. Um impacto positivo será o emprego da mão de obra local, incluindo aquela não qualificadas, durante o período de construção. Outro elemento positivo será o fornecimento de água a pequenos aglomerados ao longo do corredor da conduta, o que é assegurado pela instalação de uma bifurcação, com quatro vias planeadas para água tratada ao longo dos corredores. A partir daqui, pequenas localidades e partes do Norte da Área do Grande Maputo poderão ser servidas com água potável. Este é um dos requisitos principais para evitar a recusa do projecto pelos habitantes, que no momento não têm acesso a água potável e até agora ainda não se beneficiam do Projecto. Uma questão adicional importante que surgiu durante o processo de Definição do Âmbito é a ocorrência de cianobactérias nos Rios Sabie e Incomati e também no reservatório da Barragem de Corumana. Como estas bactérias formam toxinas que podem prejudicar a saúde humana, este facto deve ser levado em consideração na concepção da futura Estação de Tratamento de Água Conclusão e Recomendações No processo de Definição do Àmbito, as localizações alternativas préselecionadas para a captação de água e o corredor da conduta redes de distribuição foram pré-avaliados quanto aos seus impactos ecológicos e socioeconómicos. Não foram detectados erros fatais na fase de definição do âmbito do projecto. Só no caso de ser necessário a construção de um novo açude, é que se vão verificar alguns impactos importantes sobre a ecologia do rio Incomati. Nesse caso será necessário elaborar um conjunto de medidas de mitigação adequadas e de compensação para os bens que eventualmente serão afectados. Um dos maiores impactos positivos do projecto será o aumento da disponibilidade e do abastecimentode água potável para a população da Área do Grande Maputo. Além disso, a mão-de-obra local não qualificada irá encontrar trabalho durante o período da construção. Seguindo a previsão dos principais impactos ambientais que possam decorrer da aplicação do Projecto considera-se que os impactos importantes do projecto estão relacionados com aspectos socioeconómicos que podem ocorrer quando as áreas densamente povoadas forem atravessadas pelas condutas principais e pelas redes de distribuição, por exemplo, perto do 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 26

28 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA centro de distribuição. Outro foco do futuro EIAS será direccionado para os aspectos de saúde quanto à qualidade da água potável. Estas questões, bem como os aspectos ecológicos serão investigados em detalhe no futuro EIAS, como descrito nos respectivos Termos de Referência (TdR). O EIAS incidirá sobre a opção de selecção final para o ponto de captação da água, o traçado das redes e a localização final da ETA. Durante o processo de Definição do Àmbito, verificou-se que a captação de água no local da Barragem de Corumana terá menos impacto que a construção de um novo açude no Rio Incomáti. Mesmo assim, a construção de um novo açude a jusante da confluência Sabie-Incomati iria encurtar o comprimento do corredor da conduta necessário em cerca de 20 km. Esta opção causaria a necessidade de estradas de acesso mais longas ao local do açude passando através de áreas naturais. Além disso, será criado um pequeno reservatório no Rio Incomáti que inundará antigos habitats terrestres. A ecologia do rio Incomati a montante será em parte influenciada pela mudança no fluxo do rio. Isto terá efeitos sobre a fauna e a flora dentro e fora do antigo leito do rio. A fim de assegurar a possibilidade dos peixes migrarem também a montante da construção, uma passagem de peixe (escada de peixe) seria necessária. Tal passagem de peixe aumentaria os custos e poderá requerer mais terras. Quanto ao corredor de redes de distribuição, a opção C que cruza áreas naturais remotas no Norte, seria a opção com o maior impacto ecológico. Há três localizações possíveis para a futura ETA em discussão. Com relação aos impactos ecológicos e socioeconómicos, não é possível sugerir uma recomendação clara para um destes locais. Em qualquer dos casos, a melhor solução técnica será aquela que vai ser tomada para a localização da ETA. Por conseguinte, recomenda-se que a captação da água seja no local da Barragem de Corumana e o transporte seja feito quer para os centros de distribuição existentes em Tsalala ou na Machava. Estas opções são as que apresentam os menores impactos ambientais e socioeconómicos. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 27

29 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 2. Introdução O presente documento foi elaborado no âmbito do processo de avaliação do impacto ambiental e social para o Proposto projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo. O mesmo representa o Estudo de Pré-viabilidade e Definição de Âmbito (EPDA) da Avaliação do Impacto Ambiental e Social (AIAS) do Projecto, que também inclui todos aspectos sociais relevantes. Os Termos de Referência (TdR) para a elaboração deste Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS) estão apresentados como um relatório em separado. O objectivo geral do Projecto é de expandir os serviços de abastecimento de água à Área do Grande Maputo a partir de uma nova fonte de água na Barragem de Corrumana. Entre outras actividades o projecto implicará a extensão das estruturas pré-instaladas de captação na Barragem de Corrumana, instalação de condutas de abastecimento de água desde a Barragem de Corrumana até ao Centro de Distribuição da Machava, construção de Estações de Bombagem, instalação de derivações de água tratada para alguns dos pequenos aglomerados populacionais ao longo do trajecto da conduta adutora e áreas a norte da Área do Grande Maputo e a construção de uma Estação de Tratamento de Água Potável. O Projecto foi classificado pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) como sendo um Projecto de Categoria A que requer a execução dum Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sob o Regulamento do Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro). O EPDA segue a fase de Pré-Avaliação elaborada de acordo com o Artigo 10 do Regulamento sobre o Procedimento para a Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro) e Directivas Gerais para os Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial 129/2006 de 19 de Julho). É com base nestes instrumentos legais que este documento é submetido para consideração e possível aprovação pela Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA). Após a aprovação do EPDA e dos Termos de Referência, os estudos de EIAS serão elaborados e o Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) do Projecto será desenvolvido. A sua aprovação irá resultar na emissão duma Licença Ambiental (LA) por parte do MICOA. 2.1 Contexto do Projecto O Sistema de Abastecimento de Água de Maputo actualmente cobre somente parte dos Municípios de Maputo, Matola e Distrito de Boane. Muitas pessoas ainda têm que usar fontes de água não protegidas. Apenas cerca de 40 % dos residentes nesta área têm acesso a água potável adequada, com a maioria das áreas sendo servidas à baixa pressão e apenas em poucas 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 28

30 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA horas de abastecimento por dia. Adicionalmente, nem todas as casas que têm acesso a água estão equipadas com instalações de saneamento adequadas. Isto origina várias doenças como diarreia, cólera, malária, etc. (FIPAG 2011 Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo ). No momento, a maior fonte para o sistema de abastecimento de água de Maputo é o Rio Umbeluzi com a sua Estação de Tratamento de Água (ETA) do Umbeluzi associada. Esta ETA trabalha realmente com um caudal de 240,000 m³/dia. Esta produção de água potável tem como objectivo satisfazer a demanda da população a curto prazo mas não será capaz de manter a demanda após Adicionalmente, as fronteiras da cidade de Maputo estão a sofrer rápidas mudanças visto que os distritos vizinhos de Marracuene e Moamba estão a aumentar e a integrar-se cada vez mais para fazer parte do que é actualmente chamada de Área do Grande Maputo. Este processo de integração irá quase triplicar a área de serviço e até 2035 irá duplicar a população em termos de necessidade de serviços de abastecimento de água para um total de 4,000,000 habitantes. Isto irá forçar o sistema de abastecimento de água a sofrer mudanças nas suas fontes (captação), transporte e tratamento para a distribuição e consumo. A previsão da demanda total de água em 2035 é de cerca de 560,000 m³/dia, mais do que o dobro do valor do actual consumo (FIPAG 2011 Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo ). Foi constatado que a extensão do sistema de abastecimento de água para a área do Grande Maputo é de vital interesse para o abastecimento total e fiável de água potável para a população. Deste modo o Governo de Moçambique (GdM) iniciou recentemente um programa de investimentos de abastecimento de água urbana que inclui a reabilitação e extensão dos sistemas de abastecimento de água. A agência de implementação do GdM para o novo programa de água urbana é o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG). Agora, o objectivo geral do GdM é de alcançar a taxa de serviço de 70% da população com água segura até 2015 e uma cobertura completa a longo prazo. (FIPAG 2011 Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo ). Como primeiro passo espera-se fornecer adicionalmente até 120,000 m³/dia de água potável para a Área do Grande Maputo. Este é o âmbito do Estudo de Impacto Ambiental e Social para os quais os presentes relatórios de EPDA e TdR foram preparados como parte do processo geral de aprovação. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 29

31 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 2.2 Objectivos do Relatório Este relatório de EPDA foi elaborado como parte do processo de AIAS do projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional para o Sistema de Abastecimento do Grande Maputo. O propósito principal deste relatório é de determinar as falhas fatais relativas à implementação da actividade e de determinar o âmbito da AIAS. Este último irá levar a definição dos Termos de Referência (TdR) para elaboração do estudo de EIAS que é apresentado como um documento em separado. O relatório de EPDA também tem por objectivo a recolha da informação preliminar sobre os aspectos socioeconómicos e biofísicos da área do Projecto. O documento estará sujeito a reuniões de consultas públicas para (i) informar as Partes Interessadas e Afectadas (PI&A) acerca do Projecto, e (ii) recolher os seus pontos de vista, preocupações e interesses, depois das quais este será desenvolvido para a sua versão final. É importante enfatizar que este relatório não apresenta os resultados da avaliação do impacto ambiental. Isto será feito no estudo de EIAS do Projecto a ser elaborado como parte do processo de AIAS, com vista a obtenção da Licença Ambiental para permitir a implementação deste importante projecto de abastecimento de água. 2.3 O Proponente do Projecto O FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água, é uma instituição pública que actua em representação do Estado Moçambicano na gestão do património e do programa de investimento público dos sistemas de abastecimento de água, na promoção do seu desenvolvimento e sustentabilidade económica e ambiental e no acompanhamento da delegação da sua gestão a operadores privados. O FIPAG localiza-se na: Avenida Felipe Samuel Magaia, Nº 1291 Maputo, Moçambique Tel: / Fax: O Consultor Ambiental Com vista a garantir a sustentabilidade ambiental das actividades neste Projecto, o FIPAG seleccionou através dum concurso público internacional a empresa FICHTNER em parceria com a AustralCOWI como consultores para conduzirem o Estudo de Impacto Ambiental e Social do Projecto de Abastecimento de Água e Apoio Institucional. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 30

32 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Sediada em Estugarda, Alemanha, a FICHTNER foi fundada em O Grupo Fichtner, junto com as suas filiais e empresas associadas, conta com uma força laboral de aproximadamente 2,000 trabalhadores por todo mundo. Os escritórios da Empresa-Mãe em Estugarda contam com mais de 480 destes trabalhadores. Dentre outras, as suas principais actividades estão ligadas à Água, Infra-estrutura e Ambiente. A AustralCOWI é uma empresa registada em Moçambique como Consultor Ambiental independente na Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA), do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) para desenvolver actividades de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) em Moçambique. Esta empresa possui a perícia e experiência requeridas para desempenhar esta actividade. Para levar a cabo todas investigações e pesquisas necessárias com vista a elaborar os relatórios relevantes, o consultor criou uma equipa de 11 Peritos nas áreas socioeconómicas, ambiental, saúde e segurança: Nome Posição Tarefas Principais membros da equipa Dr Hans Back Mário Souto Carmeliza Rosario Dr Almeida Guissamulo Gestor de Projecto Especialista em Reassentamento / Consulta Pública Sócio-Economista Ecologista Aquático Especialista Ambiental e Social Responsável pela execução global do Projecto. Responsável pela preparação e execução de consultas públicas necessárias, em conjunto com a Sócio- Economista, bem como o levantamento necessário e o recenseamento de pessoas afectadas pelo Projecto. Também responsável por todas as questões de reassentamento do Projecto. Realização dos estudos sócio-económicos e levantamentos de campo e reuniões com as autoridades relevantes. Aspectos de género e os impactos sobre as pessoas vulneráveis também serão considerados. Avaliação dos impactos do Projecto sobre o meio ambiente aquático, como a travessia da conduta pelo rio e zonas húmidas, afectando a ecologia dos Rios Sabie e Incomati a jusante do estuário e nas águas subterrâneas. Carlos Bento Ecologista Terrestre Avaliação dos impactos do Projecto sobre plantas e animais ao longo do corredor da conduta, no local da estação de tratamento da água, estradas de acesso associadas, etc. Será dado um enfoque especial às espécies incluídas na lista vermelha e áreas sensíveis que eventualmente poderão ser afectadas. Rudolph Engelbrecht Axel Fricke Especialista em GIS Especialista em Saúde e Segurança Preparação de todas as questões específicas e mapas topográficos necessários relacionados ao Projecto. Responsável pela garantia da qualidade do levantamento de campo. Responsável pelo estudo de Saúde e Segurança para o Projecto que abrange aspectos como a segurança dos trabalhadores, saúde pública, tratamento de água potável, etc. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 31

33 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Peritos de apoio adicionais Tânia Paco Isa Telles Líder da Equipa, AustralCOWI Gestora da Linha de Serviço de Águas Especialista Ambiental. Gestão da equipa e de questoes do projecto nas diferentes fases do Projecto. Gestão dos aspectos técnicos do Projecto. Ilundi Cabral Socio-Economista Realização dos estudos sócio-económicos e levantamentos de campo e reuniões com as autoridades relevantes. Organização e participação no processo de consulta pública. Osvaldo Matessane Especialista em SIG Levantamento de campo, cadastramento e preparação de mapas relacionados ao Projecto. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 32

34 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 3. Descrição do Projecto 3.1 O Projecto A área do Projecto localiza-se na Província de Maputo, na parte sul de Moçambique onde encontra-se situada a Capital Maputo; conforme abaixo ilustrado no Mapa P01 FICHTNER/AustralCOWI 33

35 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Mapa 3-2: Localização do Projecto na Província de Maputo 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 34

36 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA O objectivo geral do Projecto é de expandir os serviços de abastecimento de água à Área do Grande Maputo a partir de uma nova fonte de água na Barragem de Corrumana. Entre outras actividades o projecto implicará a extensão das estruturas pré-instaladas de captação na Barragem de Corrumana, instalação de condutas de abastecimento de água desde a Barragem de Corrumana até ao Centro de Distribuição da Machava, construção de Estações de Bombagem, instalação de derivações de água tratada para alguns dos pequenos aglomerados populacionais ao longo do trajecto da conduta adutora e áreas a norte da Área do Grande Maputo e a construção de uma Estação de Tratamento de Água Potável. Com a conclusão do projecto, serão fornecidos cerca de 120,000 m³/dia incrementado deste modo a disponibilidade actual em água potável para a Área do Grande Maputo. Numa primeira fase pretende-se captar 60,000 m³ de água diariamente. Numa segunda fase serão captados 60,000 m³/dia de água adicionais. Como discutido com mais detalhe na Secção 4 existem dois possíveis locais para a captação de água: (i) captação directa na Barragem de Corumana ou (ii) construção dum novo açude a jusante atrás da confluência dos Rios Sabié e Incomati. Em várias reuniões com o consultor responsável pelo projecto de engenharia do Projecto (COBA, Portugal), as possíveis alternativas do local de captação de água, redes de distribuição, a localização das instalações de tratamento de água e centros de distribuição de água foram comunicadas e discutidas. No decurso destas reuniões foram apresentadas diferentes opções. Dependendo da opção, as seguintes instalações técnicas serão necessárias: Extensão das estruturas de captação pré-instaladas no local da Barragem de Corumana (Foto 15-2 e Foto 15-3); Represa e estruturas de captação alternativas no Rio Incomati (dois possíveis locais próximos um do outro a jusante da confluência dos Rios Sabié e Incomati, vide Foto 15-4 e Foto 15-5); Conduta de abastecimento de água. O comprimento de todas opções começando no local da Barragem de Corumana é de cerca de 90 km. Começando na nova represa no Rio Incomati o comprimento da conduta de abastecimento será de cerca de 70 km; Novas estradas de acesso para os possíveis locais das represas e para o corredor da conduta de abastecimento de água; Estações de bombagem ao longo da conduta de abastecimento de água; Bifurcação de quatro vias de água tratada para quatro localidades e áreas ao norte do Grande Maputo; Estação de Tratamento de Água Potável (ETAP) (um possível local encontra-se perto da Barragem de Corumana, um a norte de Sabié e outro a sul de Pessene; vide Foto 15-6); Dependendo da opção seleccionada será necessária a extensão do Centro de Distribuição de Tsalala ou de Machava ou a construção dum novo 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 35

37 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA centro de distribuição no ponto terminal da Alternativa C (Foto e Foto 15-12). Está a ser discutida a possibilidade de captação de 120,000 m³ no local da Barragem de Corumana. Pode dar-se o caso da captação ser limitada a 60,000 m³ por dia e que os adicionais 60,000 m³ sejam obtidos posteriormente noutro ponto de captação. A segunda alternativa é de construir um açude a jusante da confluência dos Rios Sabié e Incomati onde os 120,000 m³ necessários podem ser obtidos com maior probabilidade. No caso dos 120,000 m³ precisarem ser transportados diariamente o diâmetro do tubo correspondente será de mm, no caso de 60,000 m³ o diâmetro do tubo será de 700 mm. A faixa de trabalho necessária para levar a cabo os trabalhos será de cerca de 12 m (6 m em cada lado da trincheira) em ambos lados. 3.2 Âmbito da Pesquisa O âmbito da pesquisa ambiental e social cobre a elaboração dos estudos ambientais e sociais como parte do processo de AIAS com vista à obtenção da emissão da Licença Ambiental pelo MICOA e estabelecimento de um quadro de medidas que irão nortear a implementação do projecto sob ponto de vista ambiental e social. Os referidos estudos irão incluir um Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS) e um Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 36

38 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA A implementação do Projecto causará impactos nas seguintes áreas de influência: Áreas de irrigação alimentadas pela água da albufeira de Corumana; Áreas de irrigação alimentadas com água dos Rios Sabié e Incomati a jusante da Barragem de Corumana; Os corredores da conduta (zona tampão, possíveis danos a propriedades privadas durante a construção, possíveis necessidades de reassentamento, ecologia terrestre); Local da Estação de Tratamento de Água (ecologia terrestre, habitações e assentamentos); Estradas de acesso para os locais de construção (ecologia terrestre, habitações e assentamentos). Os estudos ambientais e sociais detalhados serão levados a cabo para a opção final de captação escolhida (no local da Barragem de Corumana ou no local da represa do Rio Incomati a jusante da confluência com o Rio Sabié) e no corredor da conduta, bem na localização final da estação de tratamento de água e o centro de distribuição (nova construção ou extensão de um já existente). Como descrito na Secção Error! Reference source not found. deste relatório, os estudos finais devem ser submetidos para aprovação pelo MICOA em inícios de Janeiro de Porque a pesquisa técnica detalhada para o corredor da conduta de distribuição não estará concluída antes de Outubro de 2012, um Relatório de Definição do Âmbito de Reassentamento será elaborado posteriormente para poder manter a agenda de trabalho. Este Relatório de Definição do Âmbito de Reassentamento irá conter uma pesquisa inicial das pessoas e bens afectados, e para a sua produção será aplicada uma combinação de metodologias de contagem directas e indirectas. Os dados resultantes serão usados para apresentar uma estimativa do custo inicial das possíveis acções de reassentamento e da compensação pela terra devido ao Direito de Passagem (DdP) para atravessar propriedades privadas e danos que possam surgir da construção. A pesquisa final e detalhada de todos os agregados familiares afectados incluindo as possíveis necessidades de reassentamento será então executada numa fase posterior do Projecto quando todos os detalhes do trajecto do Projecto forem clarificados. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 37

39 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 3.3 Área do Projecto A área do Projecto (todas as alternativas) cobre a seguinte estrutura administrativa: Distrito de Moamba Posto Administrativo de Sabié (Localidades de Sabié-Sede e Sunduíne) Distrito de Moamba Posto Administrativo de Moamba-Sede Distrito de Moamba Posto Administrativo de Pessene (Localidades de Pessene-Sede, Vundiça e Mahulane) Município da Matola Posto Administrativo Municipal da Machava (Bairros de Machava-Sede, Matola Gare e de Tsalala) Município da Matola Posto Administrativo Municipal do Infulene (Bairros de Intaca e Boquisso) Município de Maputo Distrito de Municipal KaMubukuana. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 38

40 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Mapa 3-3: Estrutura administrativa da área de investigação Distrito de Moamba 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 39

41 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Mapa 3-4: Estrutura administrativa da área de investigação Município da Matola 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 40

42 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Mapa 3-5: Estrutura administrativa da área de investigação Distrito Municipal KaMubukwana 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 41

43 3.4 Justificativa do Projecto Proposto A Área do Grande Maputo está em rápido crescimento e os distritos vizinhos são cada vez mais absorvidos. Consequentemente, as autoridades prevêem que o desenvolvimento dum sistema de abastecimento de água irá também incorporar as pequenas vilas vizinhas dos Municípios de Maputo e Matola, e pretende-se estender o sistema para as áreas povoadas dos Distritos de Marracuene e Moamba. Porém, a integração destas áreas adjacentes irá quase triplicar a área de serviço e até 2035 a população a ser servida irá duplicar atingindo um total de 4,000,000 habitantes. Em geral, a Área do Grande Maputo irá estender-se principalmente para norte. Como consequência, a demanda de água irá crescer drasticamente entre 2016 e 2019 (dependendo do cenário calculado) e irá exceder a actual capacidade de produção de água para as áreas actualmente abastecidas. Contudo, se o serviço for expandido para novas áreas, a demanda de água irá aumentar em maior proporção e irá exercer a capacidade de produção antes de Adicionalmente, as principais áreas industriais de Moçambique, que contribuem com cerca de 4 % do Produto Nacional Bruto (PNB), também se localizam dentro da Área do Grande Maputo. Recentemente foram feitos investimentos significantes no sistema de abastecimento de água de Maputo, contudo ainda é necessário um posterior investimento para responder a crescente demanda. Adicionalmente, a infra-estrutura restrita de abastecimento de água potável pode ser um constrangimento para o desenvolvimento de novos negócios e a consolidação das actividades económicas existentes. Por isso, a extensão do sistema de abastecimento de água para o Grande Maputo é de proeminente interesse em relação ao completo abastecimento da população e indústria com água potável. 3.5 Duração do Projecto e Cronograma de Implementação Presentemente, estão a ser estudadas alternativas para os locais de captação de água, estações de tratamento, eventuais novos centros de distribuição e o corredor da conduta de abastecimento de água. Através da cooperação entre a equipa técnica do COBA e FICHTNER/AustralCOWI será elaborada a melhor opcção técnica, ambiental e social no que diz respeito a viabilidade do Projecto. Em inícios de Junho de 2012 o Banco Mundial realizou uma missão em Maputo onde, entre outras acções, decidiu sobre a opção do projecto a ser implementada com base nas opções investigadas. Neste contexto foi decido que a água será extraída na Barragem de Corumana, a ETA será construída 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 42

44 perto do local da Barragem de Corumana e a conduta terminará no Centro Distribuidor da Machava. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 43

45 Assim, o cronograma de actividades ficou desta forma estabelecido: Etapas Período de consulta pública do e TdR para o EIAS Reunião de Consulta Pública do estudo de EPDA e TdR para ao EIAS Submissão da versão final do EPDA e TdR para o EIAS ao MICOA Período de consulta pública dos estudos preliminares de EIAS e PAR Reunião de Consulta pública do EIAS e PAR Submissão da versão final doeias e PAR ao MICOA e ao Banco Mundial Divulgação do EIAS/PAR Apresentação do Projecto ao Concelho de Direcção do Banco Mundial Data De 10 a 25 Julho de e 24 de Julho de Agosto de 2012 De 03 a 17 Dezembro de e 19 de Dezembro de de Janeiro de Dias antes de apresentação ao Concelho de Direcção do Banco Mundial 3 de Julho de 2013 Do ponto de vista técnico espera-se que o seguinte cronograma seja seguido: Etapas Finalização da pesquisa de campo detalhada para as instalações Finalização dos documentos do concurso Data Fim de Outubro de 2012 Dezembro 2012 /Janeiro 2013 Selecção do Empreiteiro de Construção Meados de 2013 Duração da construção Aprox. 2 anos Possível entrada em funcionamento Finais de P01 FICHTNER/AustralCOWI 44

46 4. Opções e Alternativas do Projecto 4.1 Uso de Água Subterrânea Em relação ao uso das águas subterrâneas, o Plano Director do Sistema de Abastecimento de Água ao Grande Maputo (FIPAG 2011) chegou aos seguintes resultados: Os volumes de drenagem das águas superficiais e subterrâneas, de drenagem feita pelo Homem e de abstração a partir de furos e poços não são muito bem conhecidos. Existe uma controvérsia notável em estudos passados no concernente ao balanço hídrico e consequentemente no potencial residual. Os primeiros estudos que tentaram uma abordagem através da modelação estimaram um rendimento sob recarga natural na ordem de 30 Mm 3 /ano. Estudos mais recentes tendem a dar valores menores. A exploração sustentável das águas subterrâneas não deve exceder 10 x 106 m3/ano, dos quais estima-se que 6 x 106 m3/ano estão tomados actualmente. O Plano Director afirma claramente que a 'transmissibilidade limitada (devido à vazão limitada de poços individuais) iria requerer um grande número de poços se o aquífero fosse a ser explorado para o abastecimento urbano da água. Consequentemente a água subterrânea deveria ser vista principalmente como fonte local para uma exploração em pequena escala'. 4.2 Uso de Água Pluvial Devido aos limitados recursos de água subterrânea somente o uso de água pluvial irá satisfazer a crescente demanda na Área do Grande Maputo. As seguintes alternativas foram investigadas no Plano Director do Sistema de Abastecimento de Água ao Grande Maputo (FIPAG 2011) para o uso de água pluvial: Barragem de Corumana e represa no Rio Incomati; Represa no Rio Incomati a jusante da confluência do Rio Sabié e Barragem de Moamba Major; Represa no Rio Incomati a jusante da confluência do Rio Sabié e do Rio Maputo. Os Planos Directores declaram que o uso de água do Reservatório existente da Barragem de Corumana como fonte de abastecimento de água para a Área do Grande Maputo é a melhor opção em termos de impactos ambientais e sociais. As condições favoráveis para o uso do Reservatório de Corumana como um recurso hídrico devem-se principalmente à infra-estrutura já existente e impactos negativos adicionais resultantes relativamente pequenos. Esta solução também iria abastecer água para pequenos assentamentos urbanos 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 45

47 ao longo da Estrada Nacional N4. Isto iria facilitar a rede de distribuição na zona nordeste da Área do Grande Maputo. Para menor risco em tempo e custo e maior possibilidade de implementação imediata, o reservatório da Barragem de Corumana deve ser considerado como a primeira escolha para o próximo passo no desenvolvimento de recursos hídricos (FIPAG 2011 Plano Director do Sistema de Abastecimento de Água ao Grande Maputo ). 4.3 As Alternativas do Projecto O FIPAG contratou uma empresa de engenharia (COBA) para executar o projecto de engenharia para o abastecimento de até 120,000 m³/dia de água potável para a Área do Grande Maputo. Presentemente várias opções estão a ser investigadas, incluindo o local de captação da água e as redes de distribuição. Um possível local para a captação de água localiza-se directamente na Barragem de Corrumana (Mapa 4-1, Mapa 4-4, Foto 15-1, Foto 15-2, Foto 15-3). Este local situa-se aproximadamente a 90 km a noroeste da Cidade de Maputo, no Posto Administrativo de Sabié (Distrito de Moamba, Província de Maputo). Como alternativa, a captação podia ser feita por via de umaçude a ser construído no Rio Incomati (Mapa 4-1, Mapa 4-2, Mapa 4-4). Dois possíveis locais para o açude são mostrados na Foto 15-4 e Foto 15-5, um localiza-se mesmo à jusante da confluência, e o outro a cerca de 1 km à jusante. Para o trajecto das condutas de abastecimento de água estão actualmente a ser investigadas três alternativas (vide Mapa 4-1 e Mapa 4-4). Verificam-se os seguintes comprimentos das redes tomando como partida o local da Barragem de Corumana: A1/A2 A1/B2 B1/A2 B1/B2 C ca. 88 km ca. 90 km ca. 88 km ca. 90 km ca. 95km Se for construída um açude no Rio Incomati, o comprimento do corredor da conduta de abastecimento seria reduzido em cerca de 20 km. Os possíveis corredores A1/A2 e B1/A2 terminam no Centro Distribuidor de Tsalala actualmente existente. Os corredores A1/B2 e B1/B2 chegam ao Centro Distribuidor da Machava actualmente existente e o corredor C iria requerer a construção de novos centros distribuidores. Ainda está por ser definido o traçado final e detalhado da conduta. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 46

48 Dos três locais alternativos para a estação de tratamento de água ilustrado no mapa Mapa 4-1, foi seleccionado o local perto do local da Barragem de Corumana. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 47

49 Barragem Corumana Possível represa, ver Mapa 4.2 Conduta A1 B1 C D Centro Distribuição Tsalala A2 B2 Centro Distribuição Machava Mapa 4-1: Vista geral das diferentes opções da conduta de abastecimento (tp21, tp22 e tp4 = possíveis locais para as estações de tratamento de água, A, B, C = opções para as rotas da conduta) Rio Sabie Rio Incomati Mapa 4-2: Área do Rio Incomati para um possível local da represa a jusante da confluência dos Rios Sabié e Incomati. O local exacto ainda não está definido. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 48

50 A2 B2 C Centro Distribuição Tsalala Novo Centro Distribuição Centro Distribuição Machava Mapa 4-3: Vista geral das diferentes opções para as possíveis terminais do corredor da conduta de abastecimento na Cidade de Maputo Dentro deste foram consideradas todas as alternativas possíveis. O consultor tem estado em contacto com a equipa técnica do COBA, responsável pelo layout do Projecto, para descobrir a melhor opção que seja tecnicamente mais viável, favorável ao ambiente e que tenha os menores impactos sociais. Na Secção Error! Reference source not found. são discutidas as alternativas. Na Secção Error! Reference source not found. é feita uma classificação de todas opções e é discutida a melhor solução desde um ponto de vista ecológico e social. Em inícios de Junho de 2012 o Banco Mundial realizou uma missão em Maputo onde, entre outras acções, decidiu sobre a opção do projecto a ser implementada com base nas opções investigadas. Neste contexto foi decido que a água será extraída na Barragem de Corumana, a ETA será construída perto do local da Barragem de Corumana e a conduta terminará no Centro Distribuidor da Machava. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 49

51 Barragem de Corumana Rio Sabie Rio Incomati B1 Possível local da Represa A1 C B2 A2 Centro Distribuição Tsalala Centro Distribuição Machava Mapa 4-4: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, para a rota das redes de abastecimento de água (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 50

52 5. Enquadramento Legal Os seguintes capítulos 5 e 6 deste relatório usam parcialmente o termo Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) em vez de Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS). A legislação nacional fala de um processo de AIA que, no entanto, inclui todos os aspectos sociais que devem ser cobertos por um processo de avaliação de impacto, tal como estipulado nas directrizes relevantes do Banco Mundial. 5.1 Breve Descrição do Enquadramento Legal Geral do Ambiente De acordo com a Lei Ambiental (Lei Nr. 20/97 de 1 de Outubro) todas actividades públicas e privadas com o potencial de influenciar as componentes ambientais devem ser precedidas por uma Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) com vista a obter uma Licença Ambiental (LA). A LA é emitida pela autoridade responsável que é o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), através da Direcção Nacional para a Avaliação Ambiental (DNAIA). Esta Lei tem como base o princípio de precaução que se concentra na prevenção da ocorrência de impactos ambientais negativos irreversíveis ou significantes, independentemente da existência de certeza científica acerca da ocorrência de tais impactos no ambiente. A Lei Ambiental define o procedimento para a avaliação do impacto ambiental como uma ferramenta de prevenção para a gestão ambiental dos projectos que apoia o Governo de Moçambique na tomada de decisões sobre a atribuição de licenças ambientais para o desenvolvimento de projectos. A licença ambiental precede qualquer outra licença legal requerida. O Processo de Avaliação do Impacto Ambiental é regulado pelo Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro que foi recentemente actualizado (Novembro de 2008) em algumas das suas provisões através do Decreto Nr. 42/2008 de 4 de Novembro. Os Processos de Auditoria Ambiental e Inspecção Ambiental são regulamentados, respectivamente, pelos Decretos Nr. 32/2003 de 20 de Agosto 20 e Nr. 11/2006 de 15 de Julho. O Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Nr. 32/2003 de 20 de Agosto) indica que qualquer actividade pública ou privada pode estar sujeita a auditorias ambientais públicas (levadas a cabo pelo MICOA) ou privadas (internas). A entidade auditada deve fornecer aos auditores total acesso aos locais a serem auditados, como também toda a informação requirida. Por outro lado, o Regulamento sobre as Inspecções Ambientais (Decreto Nr. 11/2006 de 15 de Julho) governa os mecanismos legais para a inspecção de actividades públicas e privadas, que directa ou indirectamente estão susceptíveis a causar impactos ambientais. Este decreto tem como objectivo regular a actividade de supervisão, controlo e fiscalização do cumprimento da protecção ambiental a nível nacional. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 51

53 5.2 Enquadramento Institucional e Legal para o Processo de AIA As principais leis e decretos e/ou diplomas ministeriais que regulam os procedimentos de Avaliação do Impacto Ambiental, Auditoria Ambiental e Inspecção Ambiental em Moçambique são: Lei Ambiental (Lei Nr. 20/97 de 1 de Outubro). De acordo com esta lei todas as actividades públicas e privadas com o potencial de influenciar as componentes ambientais devem ser precedidas por uma Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) com vista a obter uma Licença Ambiental (LA) emitida pela autoridade responsável, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), através da Direcção Nacional para a Avaliação Ambiental (DNAIA). Esta Lei tem como base o princípio de precaução que se concentra na prevenção da ocorrência de impactos ambientais negativos irreversíveis ou significantes, independentemente da existência de certeza científica acerca da ocorrência de tais impactos no ambiente; Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro, que regula o processo de Avaliação do Impacto Ambiental e que foi actualizado em Novembro de 2008 pelo Decreto Nr. 42/2008 de 4 de Novembro; Decretos Ministeriais Nr. 45/2004 e Nr. 129/2006 e Decreto Nr. 130/2006 que descrevem os princípios para a elaboração dum estudo de AIA e do Processo de Participação Pública durante o processo de Avaliação do Impacto Ambiental; Decreto Nr. 32/2003 de 20 de Agosto que regula o processo de Auditoria Ambiental. Este decreto declara que qualquer actividade pública ou privada pode estar sujeita a auditorias ambientais públicas conduzidas pelo MICOA. A entidade auditada deve fornecer aos auditores total acesso aos locais a serem auditados, como também toda informação requerida; e Decreto Nr. 11/2006 de 15 de Julho que regula o processo de Inspecção Ambiental. Este decreto governa os mecanismos legais para a inspecção de actividades públicas privadas, que directamente ou indirectamente podem provavelmente causar impactos ambientais negativos. Este decreto tem em vista o regulamento da actividade de supervisão, controle e monitoria do cumprimento da protecção ambiental a nível nacional. Além do mais, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) aprova as recomendações para os planos de reassentamento e requer que a selecção dos local e tamanho das áreas de reassentamento seja conduzida de maneira participativa, para permitir um crescimento natural da população, fornecimento e manutenção de serviços, como também a geração de oportunidades económicas e sociais locais com o acesso aos benefícios do programa de reassentamento. O EIAS irá garantir as Discussões de 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 52

54 Grupos Focais e Reuniões de Consulta Pública para aumentar a participação das comunidades locais durante o processo. Actualmente, não existe legislação no país que cubra o reassentamento involuntário, a não ser a Lei de Planeamento (Lei 19/2007). O Artigo 20 desta Lei refere-se à possibilidade de desapropriar uma propriedade privada pertencente ou usada por comunidades tradicionais, se este acto for de interesse ou necessidade pública. A Lei também determina que nestes casos é necessário fornecer uma compensação justa para recompensar, dentre outras, a perda de bens tangíveis e intangíveis, a quebra de coesão social e perda de recursos produtivos. A Lei da Terra 19/97 fornece as bases para definir os direitos de terra das pessoas afectadas, com base na lei costumária e procedimentos para a aquisição do título para uso e benefício por parte das comunidades e indivíduos. O regulamento 66/98 da Lei da Terra e as directivas para a compensação básica produzidas pelas Direcções Provinciais da Agricultura, que cobrem os custos mínimos de várias árvores e culturas, regulam a compensação pelas perdas sofridas devido ao processo dereassentamento. As directivas para a avaliação dos valores das habitações, produzidas pelas Direcções Provinciais das Obras Públicas e Habitação, têm como base o Decreto Ministerial Nr. 119/94 de 14 de Setembro. Para além disto, os seguintes instrumentos legais irão servir de referência ao estudo de impacto ambiental: Regulamento sobre as Normas de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes (Decreto 18/2004 de 2 de Junho); Lei da Terra (Lei 19/97 de 1 de Outubro); Lei do Trabalho (Lei 8/98 de 20 de Julho); Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto) que advoga o direito da população a água potável; Política Nacional de Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro); Regulamento sobre a qualidade da água para o consumo humano (Diploma Ministerial n º 180/2004); Regulamento acerca da Gestão de Resíduos (Decreto Nr. 13/2006 de 15 de Junho). 5.3 Regulamentos e Directivas Internacionais Primariamente, os estudos a serem elaborados na avaliação do impacto ambiental devem seguir uma estrutura legal nacional (vide Secção Error! Reference source not found.). Contudo, uma vez que o projecto é financiado pelo Banco Mundial, este também deve levar em consideração os requisitos ambientais e sociais do Banco Mundial. Em seguida (mas não se limitando) encontram-se Políticas, Procedimentos e Directivas do Banco 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 53

55 Mundial que podem ser accionadas pelo Projecto e devem ser especificamente levadas em consideração: OP/BP Anexos Avaliação Ambiental OP/BP 4.04 Habitats Naturais OP/BP Anexos Reassentamento Involuntário OP/BP 4.36 Florestas OP/BP 4.11 Recursos Culturais Físicos Banco Mundial/IFC Directivas gerais de ASS, 2007 Banco Mundial /IFC Directivas para a Indústria do Sector de Água e Saneamento, 2007 Normas de Desempenho da International Finance Corporation sobre a Sustentabilidade Social & Ambiental, 2006 Manual para a Elaboração do Plano de Acção de Reassentamento, Departamento Ambiental e Social do IFC Adicionalmente as Directivas para a qualidade da água potável' (quarta edição) da Organização Mundial da Saúde (OMS 2011) serão consideradas nos estudos de avaliação. 5.4 Outras Provisões Legais relevantes a serem consideradas Adicionalmente às provisões legais supracitadas, o processo de avaliação do impacto ambiental procurará acomodar os procedimentos internos do FIPAG originando nos seguintes documentos: Guia de Avaliação e Maneio Ambiental do Projecto Nacional de Desenvolvimento de Águas do FIPAG, Janeiro de Este documento foi produzido no âmbito do Projecto Nacional para o Desenvolvimento do Sector de Águas (PNDA) e tem como objectivo fornecer um guia prático para o processo de avaliação ambiental para projectos específicos no sector de água urbana e para a participação do sector privado. Especificamente, este documento interno do FIPAG tenciona ajudar o Departamento Ambiental a perceber as bases por detrás da necessidade de estudos ambientais e o seu papel no processo. O documentogarante também que os consultores ambientais contratados para elaborar os EIAS durante a fase de concepção dos projectos sigam o processo necessário e que este seja relevante para o projecto de desenvolvimento no sector de águas. Ele garante ainda que o conteúdo dos relatórios ambientais produzidos forneça informação suficiente para uma tomada de decisão adequada pelas autoridades ambientais competentes acerca da sua sustentabilidade ambiental; e monitorar o cumprimento de todos requisitos ambientais nos projectos e garantir que as boas práticas ambientais gerais sejam aplicadas (FIPAG, 2003a). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 54

56 Plano Geral de Gestão Ambiental para as Obras de Construção dos projectos da FIPAG, Fevereiro de Este documento foi produzido com o objectivo de fornecer um guia para a elaboração do PGA a ser incluído nos contratos com os empreiteiros. O propósito do PGA geral limita-se às actividades de construção associadas aos projectos de desenvolvimento no sector de águas, incluindo: actividades de pré-construção tais como a localização do local de construção, a sua demarcação e instalação; actividades de construção e desmantelamento e actividades de reabilitação no fim do contracto de construção (FIPAG, 2003). Este documento incorpora as referências genéricas dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento. Manual do Sistema de Gestão Ambiental para o Projecto Nacional de Desenvolvimento de Águas, Fevereiro de Este documento serve de guia para todos aspectos dum sistema de gestão ambiental, incluindo as bases para o estabelecimento das componentes-chave do sistema e dos procedimentos de gestão para as áreas a serem especificamente abrangidas pelos projectos do FIPAG. O manual fornece uma referência fácil da filosofia para o estabelecimento, implementação e manutenção do sistema de gestão ambiental para os projectos do FIPAG. Ele fornece também um guia de procedimentos para o estabelecimento, implementação e manutenção do sistema de gestão ambiental; instruções e procedimentos para a integração de princípios e acções da avaliação e gestão ambiental efectiva das actividades da FIPAG; e por fim uma ferramenta de formação para os responsáveis pelo estabelecimento, implementação e manutenção do sistema de gestão ambiental para o FIPAG (FIPAG, 2003c). Plano de Políticas de Reassentamento, Março de Este documento foi produzido como parte da implementação do projecto WASIS (Serviços do Sector de Águas e Apoio Institucional) concebido como parte do segundo projecto nacional para o desenvolvimento do sector de águas (Acrónimo em Inglês NWDP II National Water Development Project). O projecto WASIS tem dentre outros propósitos aumentar a cobertura de abastecimento de água em quatro cidades da Beira, Nampula, Quelimane e Pemba, capacitação e apoio institucional para cobrir a lacuna na estratégia do sector para menores cidades e vilas e para apoiar os esforços com vista a criar uma visão sectorial para o abastecimento rural da água. O documento apresenta o plano de acção para as actividades de reassentamento deste projecto nomeadamente a expansão da rede de abastecimento de água (FIPAG, 2007). Também descreve os princípios e directivas a serem adoptados quando lidando com as implicações de reassentamento das intervenções de fornecimento urbano de água em Moçambique, especialmente aquelas sob o âmbito do FIPAG. Estas foram inspiradas pelo Banco Mundial (BM) OP 4.12 Directivas sobre o Reassentamento. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 55

57 Estratégia para a Gestão de Águas, Agosto de Este documento foi produzido com o objectivo principal de garantir a implementação da Política de Águas, que tem como objectivo cobrir as necessidades básicas de abastecimento de água para o consumo humano, saneamento melhorado, uso eficiente de água para o desenvolvimento económico, ambiente de conservação de água, redução da vulnerabilidade a cheias e secas, e promoção da paz e integração regional, e para garantir os recursos hídricos para o desenvolvimento de Moçambique. Esta estratégia aborda todos aspectos dos sistemas hídricos naturais, incluindo a água pluvial e subterrânea, qualidade da água, protecção do ecossistema contra a poluição, uso de água em todos sectores da economia nacional, enquadramento legal e institucional, questões de capacitação e institucionais ligadas ao desenvolvimento nacional e integração regional (Concelho de Ministros, 2007). A Directiva relevante que estipula os requisitos para a qualidade da água potável é o Diploma Ministerial 180/2004 emitido pelo Ministério da Saúde Regulamento sobre a Qualidade de Água para o Consumo Humano. Nesta directiva as concentrações máximas permitidas são dadas para parâmetros microbiológicos, compostos orgânicos e parâmetros físicos e químicos. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 56

58 6. Abordagem e Metodologia do Processo de AIA O processo de Avaliação de Impacto Ambiental visa apoiar a tomada de decisão para o licenciamento ambiental de uma actividade. Os requisitos nacionais para um Projecto de categoria A incluem: Pré-Avaliação para a identificação de possíveis impactos de um projecto; Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA); Elaboração dos Termos de Referência para o Estudo de Impacto Ambiental e Social a ser preparado; Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS). O Processo de Participação Pública (PPP), cujas regras são detalhadas nas Directivas do Processo de Participação Pública estipuladas no Decreto Nr. 130/2006, é outra componente de destaque no processo de AIA, cuja importância é descrita na legislação aplicável. 6.1 Fases do processo de AIA O processo de Avaliação do Impacto Ambiental é o processo usado pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) como base para a decisão de licenciamento de projectos. A lei Moçambicana requer que o procedimento da AIA seja conduzido em três fases nomeadamente: Fase 1: Pré-Avaliação do Processo, Fase 2: Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA, TdR), Fase 3: Estudo do Impacto Ambiental (EIA). O artigo 18 do Decreto Nr. 45/2004 de 29 de Setembro define os prazos para a comunicação de decisões tomadas pelo MICOA relativas ao às três fases do processo de AIA acima indicadas. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 57

59 O diagrama a seguir mostra este processo e os prazos de comunicação de decisão pelo MICOA nas diferentes fases do processo: Categorização do PROCESSO Comunicação de resposta pelo MICOA: até 05 dias úteis ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO + TERMOS DE REFERÊNCIA Comunicação de resposta pelo MICOA: até 30 dias úteis ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL Relatório ESIA + Plano de Gestão Ambiental e Social (ESMP) Comunicação de resposta pelo MICOA: até 45 dias úteis LICENÇA AMBIENTAL Emissão pelo MICOA: até 08 dias úteis após o pagamento das taxas de licenciamento APLICAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL Monitoramento dos impactos Fig. 6-1: Procedimento da Avaliação de Impacto Ambiental (e social) para um projecto de Categoria A Pré-Avaliação do Processo A primeira fase do Processo de AIA consiste em apresentar o projecto com um Relatório de Pré-Avaliação à Direcção Provincial para a Coordenação Ambiental (DPCA) para a classificação em Categoria A, B ou C. Para projectos classificados como Categoria A é necessário elaborar um EPDA e um EIA. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 58

60 6.1.2 Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) O Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) representa a segunda fase do processo geral de AIA. Este estabelece as questões-chave a serem examinadas na próxima fase através da identificação da área de influência directa e indirecta do Projecto, os impactos ambientais que podem possivelmente ser considerados fatais e influenciar o desenvolvimento do projecto de acordo com a projecção feita. Esta fase também define os Termos de Referência (TdR) para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Também inclui as reuniões de consulta pública como parte integral do processo de AIA. O EPDA é obrigatório para todas actividades sob a Categoria A (como é o caso deste Projecto) e tem os seguintes objectivos principais: a) Determinar as questões fatais relacionadas com a implementação do Projecto; b) Determinar o âmbito do EIA e, consequentemente, a formulação dos TdR do Projecto, para que não existam questões fatais que possam tornar o Projecto não viável: As actividades levadas a cabo durante a Fase de Definição do Âmbito deste Projecto (que permitiu a elaboração deste Relatório, incluindo a elaboração dos Termos de Referência) são: Pesquisas de SIG e de campo das áreas identificadas preliminarmente como directamente relacionadas com o Projecto e estudos de alternativas com vista a identificar: - Uso da terra nas diferentes áreas: - Rios e riachos e a necessidade de travessia de rios - Formações Geológicas. Consultas com as partes interessadas: - Reuniões de consulta com os Administradores Distritais, chefes de Postos Administrativos, Localidades, comunidades e outros informantes-chave (Anexo 15.3); - Reuniões de consulta com ONGs relevantes (Anexo Error! Reference source not found.); - Reuniões técnicas com a equipa de engenharia (COBA) para discutir a concepção do Projecto e as suas alternativas. Reuniões de Consulta Pública - Em cumprimento do regulamento aplicável serão realizadas duas reuniões de consulta pública na Vila de Sabié (sede do Posto Administrativo de Sabié) e na Cidade da Matolanas vizinhanças da terminal da conduta/centro de distribuição. O seu objectivo será de informar as PI&As acerca do Projecto e de obter os seus pontos de vista, que serão usados para a compilação do relatório final de EPDA; 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 59

61 Avaliação Preliminar das implicações ambientais e sociais das várias alternativas do Projecto. Como forma de satisfazer os requisitos para a elaboração dos EPDA/TdR foram realizados estudos de base preliminares para permitir a descrição das características principais do ambiente socioeconómico e biofísico receptor. Os estudos de base nesta fase cobriram os seguintes assuntos de protecção nos três distritos de Moamba, Matola e KaMubukwana. Os Termos de Referência (TdR) para a elaboração do EIAS, a serem desenvolvidos durante o processo de definição de âmbito, podem ser vistos como directivas para a elaboração do EIAS e devem cobrir pelo menos: a) A descrição dos estudos de especialidade identificados como necessários durante o EPDA e a serem conduzidos durante o EIAS; b) A descrição das alternativas viáveis identificadas que deveriam ser investigadas durante o EIAS; c) A metodologia para a identificação e avaliação dos impactos ambientais durante as fases de construção, operação e desmantelamento; d) Descrição do processo de participação pública a ser seguido; e) Identificação do promotor do Projecto; f) Identificação da equipa responsável pela elaboração do EIAS; g) Requisitos para a informação adicional necessária. Antes do início dos trabalhos para conduzir um EIAS para um Projecto de categoria A, os TdR do mesmo serão submetidos à autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA) para aprovação A Avaliação do Impacto Ambiental e Social (AIAS) O Estudo do Impacto Ambiental e Social (EIAS) consiste em estudos de especialidade, nos quais será levada a cabo a identificação e avaliação detalhada dos impactos ambientais e sociais do Projecto proposto para garantir a sua mitigação resultando num Plano de Gestão Ambiental Social epgas). O(s) relatório(s) de EIAS / PGAS irão fornecer uma lista detalhada de todos impactos identificados e irão também avaliar os impactos como descrito abaixo. Serão elaboradas medidas de mitigação e compensação para cada impacto identificado. Estas medidas irão levar em conta recomendações, sugestões e comentários obtidos durante as discussões com o público e as partes interessadas, incluindo ONGs. A aprovação destes relatórios pelo MICOA culmina com a emissão da Licença Ambiental. O input essencial para a Avaliação do Impacto Ambiental será feito por estudos de especialidade como definido nos TdR. Os resultados destes estudos irão permitir a avaliação detalhada dos impactos ambientais e 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 60

62 sociais associados com o Projecto e a definição de medidas de mitigação e compensação adequadas. Mais uma vez, a Participação Pública desempenha um papel importante nesta fase. Além dos estudos de especialidade, a elaboração do EIAS terá como base a recolha primária de informação, processamento de informação secundária, estudos de caso e visitas ao campo, com recurso a várias ferramentas de pesquisa tais como entrevistas, questionários, amostragem, consultas públicas e reuniões. A essência da análise do impacto é a elaboração e a verificação dos cenários ambientais: o enquadramento ambiental sem o novo projecto irá servir como base de comparação, contra o cenário que considera as tendências ambientais com a implementação do Projecto, e estes serão confrontados de maneira a permitir: - A identificação dos impactos: definição dos potenciais impactos associados com o Projecto; - Previsão dos impactos: determinação das principais características e magnitude dos impactos; - Determinação das características principais e magnitude dos impactos: caracterização preliminar e determinação da importância de cada impacto em relação ao ambiente afectado analisado separadamente; - Identificação das medidas de mitigação incluindo alternativas. Os impactos serão avaliados para as áreas indicadas na Tabela. 6-1, de acordo com critérios internacionalmente aceites: natureza, extensão, duração, intensidade, reversibilidade dos impactos, probabilidade de ocorrência, estado e confiança nas previsões dos impactos identificados. Com base na síntese da informação contida no procedimento acima, o potencial será avaliado em termos de critérios tais como, baixa, média ou alta significância usando uma matriz. A análise dos impactos será apresentada de forma concisa em termos de localização, tempo de ocorrência previsto e significância. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 61

63 PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS Meio Físico Meio Biótico Meio Socioeconómico ASPECTOS AMBIENTAIS Clima e Qualidade do Ar Geologia e Geomorfologia Aspectos de mudancas climáticas Recursos Hídricos (quantidade e qualidade, hidrogeologia, uso de água) Barulho Paisagem Habitats, Flora e Fauna Fauna terrestre Ecossistemas aquáticos Divisão Administrativa e Organizacional Aspectos Demográficos Actividades Económicas Infra-estrutura e Serviços Padrões de Uso de Terra Património Cultural (Antropologia / Locais Sagrados / Arqueologia) Redes Sociais e Sistemas de Apoio Tabela. 6-1: Temas de Protecção para a Avaliação de Impacto Será usado o seguinte critério para a avaliação: Natureza: descreve a natureza do impacto que pode ser positiva ou negativa (Positiva = Mudanças que beneficiam o ambiente; Negativa = Mudanças ambientais adversas) Extensão: descreve a área afectada pelo Projecto (Local = Área de construção proposta, Sub-regional = Distritos vizinhos, Regional = Províncias vizinhas, Nacional = Moçambique, Regional/Internacional = Moçambique e países vizinhos da região da África Austral) Duração: descreve o tempo de vida no qual o impacto vai durar ou continuar (Curto-prazo = Dentro dum período de 6 meses, Médio-prazo = Dentro dum período de 6 meses a 2 anos, Longo prazo = para o tempo de vida do Projecto) Intensidade/Gravidade: descreve a magnitude do impacto na área do projecto (Baixa = Impacto de baixa gravidade, efeitos menores, Média = Média gravidade, efeitos maiores, Alta = Impactos de alta gravidade) 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 62

64 Probabilidade: descreve a probabilidade de ocorrência dum impacto (Improvável = Improvável que ocorra, Provável = Possibilidade Distinta, Altamente Provável= Bastante provável, Permanente = Certo) Significância: Este parâmetro é avaliado através da síntese de todos critérios supracitados (Baixa significância = Não requer uma investigação posterior, sem mitigação ou maneio, Significância Moderada = Requer mitigação e maneio para reduzir os impactos para níveis aceitáveis (se negativos), Alta Significância = Devem influenciar a decisão sobre o Projecto se o impacto não pode ser mitigado ou gerido) 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 63

65 7. O Processo de Participação Pública A participação e comunicação pública devem ser conduzidas principalmente para satisfazer os requisitos do Sistema de Gestão Ambiental do FIPAG, bem como os requisitos do regulador ambiental em Moçambique, i.e. o MICOA de acordo com o estipulado pelo Decreto 45/2004 e Diploma 130/2006 e outros instrumentos regulatórios relacionados. Nos termos das directivas e regulamentos supracitados o processo de Avaliação Ambiental enfatiza a clara necessidade para a frequente interacção e comunicação entre o público em geral, as partes afectadas pelo Projecto proposto, as organizações externas interessadas e preocupadas, e os cientistas e engenheiros do Projecto. Cada aspecto da investigação técnica geralmente inclui uma fase de recolha e verificação de dados, seguida duma análise e avaliação, e por fim a sua síntese e conclusões. As descobertas de cada fase são comunicadas quando oportuno às partes externas. Na Secção Error! Reference source not found. são descritas em detalhe as fases de todo o processo de AIAS para projectos de categoria A. Seguida destas fases, a elaboração final deste EPDA/TdR será marcada por reuniões públicas gerais obrigatórias. A ocorrência destas reuniões será anunciada 15 dias antes do dia da reunião. Além de serem convidados por anúncio público (através dos principais meios de comunicação.) um certo número de participantes destas reuniões será convidado directamente através de cartas de convite. O mesmo será feito para a elaboração do Relatório final da EIAS/PGAS. Durante as reuniões de consulta pública a equipa de EIAS, em colaboração com os representantes do FIPAG e da equipa de engenharia do projecto, irá manter as Partes Interessadas e Afectadas pelo Projecto (PI&As) informadas sobre as características principais do Projecto e as questões e descobertas ambientais de cada fase, e irá recolher as preocupações e interesses das várias partes interessadas do Projecto. Todas as reuniões públicas serão nãotécnicas e espera-se obter o parecer das partes interessadas no que diz respeito a evitar /minimizar os possíveis impactos negativos e optimizar os impactos positivos do projecto. O local exacto e as pessoas e entidades a serem envolvidas nas reuniões, bem como a maneira como as várias partes interessadas estarão agrupadas, serão identificados e especificados em tempo oportuno. Apresenta-se no Anexo Error! Reference source not found. uma lista preliminar das entidades a serem directamente convidadas. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 64

66 Cada reunião será adequadamente documentada. As actas de cada reunião deverão, dentre outros aspectos, conter: 1. Data 2. Local - Cidade/Bairro/Quarteirão 3. Resumo das principais questões apresentadas durante a reunião pelo promotor e/ou pelos seus representantes (EIAS e/ou equipa de Engenharia) 4. Resumo das principais questões apresentadas pelos participantes (Nota: Todas preocupações e interesses expressados devem ser registados) 5. Respostas dadas 6. Lista dos participantes incluindo os nomes, cargos e detalhes dos contactos de todos os participantes da reunião. As reuniões serão abertas e todas as partes interessadas e afectadas terão o direito de participar. Os convites para estas reuniões serão feitos de duas maneiras distintas, por (i) anúncio público; e por (ii) convite directo. Os esboços destes dois convites podem ser vistos nos Anexos Error! Reference source not found. e Error! Reference source not found. deste documento. Os anúncios públicos irão circular pelo jornal Notícias e pela Rádio Moçambique. Onde possível, locais e boletins informativos também serão usados para anunciar as reuniões e os seus resultados. De uma maneira geral, as reuniões públicas terão a seguinte agenda e estrutura: Notas de abertura e de boas vindas para os participantes; Introduções; Objectivos principais da reunião; Visão geral do Projecto: objectivos principais, componentes, e calendário; O processo de avaliação do impacto ambiental e social e a fase específica na qual o Projecto se encontra (neste caso a fase de EPDA/TdR); Potenciais impactos identificados e formas possíveis de evitar, minimizar, optimizá-los, etc; Sessão aberta de discussão; Resumo das questões principais; Notas de encerramento e das questões levantadas; Informação sobre o(s) próximo(s) passo(s). As reuniões serão conduzidas em Português e serão estruturadas de forma a serem o mais gráficas possível para permitir que os participantes percebam as questões principais. As apresentações preliminares serão enviadas ao FIPAG para aprovação antes de serem levadas para as reuniões. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 65

67 8. Descrição do Meio Biofísico 8.1 Contexto Geográfico A área do Projecto localiza-se na parte sul de Moçambique, na Província de Maputo e abrange os Distritos de Moamba (a Oeste), Marracuene (a Norte), Municípios de Matola e Maputo (a Este). A área do Projecto é uma área de planícies com uma altitude abaixo de 200 m. O ponto mais alto é a encosta oriental das Montanhas Lebombo no Sabié. A área é rochosa na sua parte ocidental mas a maior parte da área consiste em dunas antigas de areia vermelha e argila aluvial. Em direcção à costa na região da Matola e Marracuene a zona é constituída por dunas de areia branca recentes. A vegetação muda de bosque xerófilo seco intercalado com alguns rios sazonais e permanentes de fluxo variável, para floresta arenosa e para áreas que são intensamente utilizadas pela agricultura. No Distrito de Moamba as actividades praticadas incluem extracção da areia na margem do rio e pequena agricultura comercial ao longo do Rio Incomati. A área do Projecto é servida por pequenas estradas que ficame inundadas e são de difícil acesso na estação húmida. As principais vilas na área do projecto são Moamba, Sabié, Vundiça e as principais áreas urbanas são as cidades de Maputo e da Matola ao longo da costa. 8.2 Meio Físico Geologia Ocorrem cinco formações geológicas principais na área afectada pelo Projecto. A faixa ocidental, no planalto de Lebombo, estendendo-se do Lago Corumana no Rio Sabié em direcção à confluência do rio com o Rio Incomati, consiste de Movimentação de massas rochosas elevadas de Riólito e Basalto e Pequenos Libombos (classificado como Rp2) formado durante o Jurássico Superior. Em seguida, existe uma estreita faixa de pedra calcária fina (K3m) formada no Cretáceo Superior (Mapa Geológico de Moçambique). Uma grande região de depósitos terciários indiferenciados (T1) orientados numa direcção norte-sul ocupa a área entre o Rio Incomati e Moamba. No meio, contém dois mosaicos de xisto de argila-areia aluvial modificada pelo vento com uma superfície fina de argila (T2m) (Mapa Geológico de Moçambique). Em direcção a Este até a bacia ocidental do Rio Matola existem depósitos de calcário fóssil. Da bacia do Rio Matola até ao Oceano Índico (Baía de 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 66

68 Maputo) ocorre uma grande faixa de depósitos aluvionares recentes do Paleozóico (Mapa Geológico de Moçambique) Solos A Oeste existem solos rochosos altamente influenciados pelas modificações geológicas. Os solos rochosos consistem de granitos e gnaisse de diversas origens: pré-cambriano, lavas vulcânicas de Karro (riólito e basaltos dos Lebombos), areias do Cretáceo (sedimento marinho), e depósitos aluviais terciários (argilas) e recentes (calcário, areias, e dunas formadas de terraços marinhos e fluviais) a Este. Existem algumas áreas de solos calcários formados depois dos basaltos. Estes solos calcários e arenosos são os solos mais permeáveis ao longo da escarpa, permitindo que a água atinja o lençol freático mais baixo. Os outros tipos de solo são impermeáveis, fazendo com que a água permaneça na superfície. Portanto, a maior parte do Rio Sabié é caudaloso porque os solos são impermeáveis. Os solos argilosos-arenosos rasos vermelhos e acastanhados ocorrem na parte superior ocidental. A areia costeira de aluvião ocorre ao longo da parte superior do Rio Incomati desde a fronteira até Magude. À jusante, na planície costeira, os solos são aluviais (turfous allivium), muito férteis e ricos em húmus Clima O clima é tropical/subtropical, sub-húmido nos planaltos e semi-árido nas zonas mais baixas em direcção a Este. O clima é altamente influenciado pelo sistema de altas pressões do Oceano Índico e turbilhões quentes de Moçambique que correm na direcção sul. No verão, a temperatura da água sobe até 25 C. Os ventos predominantes sopram de NE (38.7 %) e E (31 %). O verão é muito quente com temperaturas atingindo 40 C e os invernos são mornos. À noite as temperaturas baixam até 13 C no inverno e 21 C no verão. A temperatura máxima média mensal perto da fronteira com a República da África do Sul (medida em Barbeton) é de 25.9 C. A temperatura mínima média mensal é 14.4 C. A humidade anual média relativa varia de 70 % a 85 % e a média mais baixa mensal é de 66 %. A neblina ocorre nas Montanhas de Lebombo e nas planícies quando forma-se uma camada de inversão no inverno. A maior parte da área é relativamente árida e a maioria da chuva cai durante os meses de verão de Outubro a Março. A precipitação anual é um pouco superior a 1,000 mm ao longo da costa e decresce progressivamente em terra para mm nas planícies abaixo das Montanhas do Lebombo, a Oeste. As próprias Montanhas do Lebombo acusam uma precipitação anual de 800 1,000 mm. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 67

69 8.2.4 Hidrologia e Recursos Hídricos A planície de Moçambique é atravessada por muitos rios transfronteiriços. A eco-região de água doce da área é classificada como Planície Zambesiana, que ocorre nos Rios da Savana e da Floresta Seca. Este ecossistema é composto por rios perenes e sazonais com planícies aluviais associadas, florestas de mangal, pântanos, planícies inundadas e campos de pasto, lagos e planícies costeiras. Este ecossistema de água doce possui uma flora e uma fauna muito rica e diversificada. A área do projecto é caracterizada pela presença de quatro grandes rios, nomeadamente o Incomati, e os rios Sabie, Matola e Infulene. Os Rios Sabie e Incomati são rios internacionais, enquanto os Rios Matola e Infulene são rios nacionais. O Rio Incomati tem a sua origem no Distrito Sul-Africano de Ermelo na província de Mpumalanga. Corre para Moçambique atravessando o Norte da fronteira de Ressano Garcia e estende-se por 40 km em direcção Sul-leste. A partir de Chidulo, muda de direcção para Norte para a cidade de Sabie. Da Vila de Sabie o rio corre na direcção Leste e depois de 25 km junta-se ao Rio Sabie. O Rio Sabie é o principal afluente do Rio Incomati no território Moçambicano. Tem origem na vizinha República da África do Sul na encosta oriental de Berg Mauch atravessando a parte Sul do Parque Nacional Kruger para Moçambique. Do lado moçambicano, a Barragem de Corumana foi construída na década de 1980 no Rio Sabie criando um grande reservatório permanente a uma altitude de 150 m acima do nível do mar. A jusante da Barragem de Corumana, o rio atravessa zonas agrícolas. De acordo com as coordenadas "S, " E, o Rio Sabie entra no Rio Incomati a cerca de 5 km a jusante da fronteira. No território Sul-africano o Rio Sabie tem um comprimento de 210 km e apresenta nove afluentes (Sand, North Sand, Metsenlaba, Unstsaho, Mutshidaka, Matiwambo, Matimiri, Salipi e Riachos/Rios de Mlodozi), contra apenas um afluente em Moçambique (Rio Massicate). Os afluentes no território Sul-Africano estão localizados na escarpa de Drakensberg, e atingem uma altitude acima de m com Complexo de Mauch Berg. Ao entrar para Moçambique em Massicate, o rio está localizado a uma altitude entre 203 e 205 m (Romano, 1962). O fluxo do Rio Sabie é baixo e foi medido como sendo de 7.6 m 3 /s em Sabie Bundalows na África do Sul e 25.3 m 3 /s em Machatuine em Moçambique. No entanto, toda esta água limitada é importante para a economia da região, dominada pela produção extensiva de gado. A água é originada principalmente pela precipitação. As chuvas são orográficas no território Sul-Africano e frontais no lado Moçambicano da escarpa ao longo da bacia (Romano 1962). A precipitação total anual ao longo da bacia do rio Sabie diferencia entre 1,431 milímetros e 397 mm. 75% das chuvas ocorre durante o verão e apenas 25% ocorre no inverno (estação seca). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 68

70 A intensidade das cheias no Rio Sabie é altamente variável na área entre a Barragem Corunama e a fronteira com a África do Sul (Skukuza). Ao longo de seu curso na África do Sul, a temperatura média anual varia de montante para jusante entre 15.1 C (a uma altitude de 1,478 m) para 21.7 C em Skukuza (altitude de 277 m). A temperatura do ar na secção moçambicana do Rio Sabie é 23.5 C (a uma altitude de 80 m acima do nível do mar). Portanto, a taxa de evaporação é elevada durante todo o ano (Romano, 1962). O Rio Sabie tem uma conexão com a Bacia do Incomati próximo de Sabie e da Região de Madjulane ( "S, " E). O Rio Incomati entra em Moçambique após se ter juntado a dois afluentes, o Rio Comati que tem a sua origem no Reino da Suazilândia, e o Rio Crocodile, que tem origem na África do Sul. Ambos nascem na escarpa do Drakensberg, atravessam a escarpa do Lebombo como um único rio e fluem para a planície costeira de Moçambique formando pantanais. Os rios Comati e Crocodile tem várias barragens e represas para armazenamento de água a montante (Romano, 1965). O Rio Incomati entra no território Moçambicano em Komatipoort (no desfiladeiro Lebombo). A montante, o Rio Comati é estreito, forma vários rápidos e recebe vários afluentes. Depois de passar a fronteira para território Moçambicano, alguns pequenos rios (com excepção do Rio Sabie) juntam-se ao Rio Incomati. Aqui, o leito do rio é largo e a planície alarga-se em direcção ao estuário, a Norte da Cidade de Maputo. O curso do Rio Incomati, no território Moçambicano segue para o Norte, depois para o Leste e para a costa e é muito sinuoso. O Rio Incomati continua a fluir através de vários campos de várzea e passa por duas grandes cidades (Magude e Xinavane) no Nordeste e duas Vilas (Manhiça e Marracuene) em direcção a Sul. Em Xinavane grandes quantidades de água são extraídas para a irrigação de cana-de-açúcar. De Xinavane o rio começa a formar uma planície de inundação amplamente utilizada para a agricultura. Na costa, a planície é delimitada pelas dunas parabólicas. Em Manhiça há outra grande plantação de açúcar de propriedade da empresa Maragra, que extrai uma grande quantidade de água do rio. A caminho do Sul, o rio passa pela Cidade de Marracuene e 30 km depois desagua na Baía de Maputo, a Norte da Cidade de Maputo. Durante a estação chuvosa o fluxo do rio é muito variável entre os anos e o padrão de inundação é irregular, principalmente influenciado por variações no Rio Comati na África do Sul. A montante da confluência com o Rio Sabie, o fluxo do Rio Incomati é muito baixo no inverno (o Comati tem um fluxo de 3.3 m 3 /s em Outubro e o Rio Crocodile tem um fluxo de 2.8 m 3 /s em Setembro) e depende do fluxo de reservas de águas subterrâneas. O fluxo do Rio Incomati é altamente dependente das chuvas, que também são predominantes no verão (Novembro-Fevereiro) (Romano, 1965). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 69

71 O Rio Matola tem a sua origem numa área pantanosa no nordeste do distrito de Moamba. O seu curso estende-se por cerca de 70 km. O Rio Matola flui para o Sul durante maior parte da sua extensão e apenas desvia o curso para Sudeste após ter atravessado a estrada N4. A sua foz está localizada na parte interna do estuário Espírito Santo, perto da confluência com os Rios Umbeluzi e Tembe. O leito do rio é arenoso e rochoso na maior parte da área (a montante). A montante as margens do rio compreendem extensos campos de pastagem, usados como pastagem de gado. A jusante, o rio faz fronteira com os Mangais que se estendem entre a sua foz no estuário até a Fabrica de Fundição de Alumínio de Beleluane (MOZAL). Estas áreas são muito utilizadas para a produção de sal, tendo em conta o número de salinas que foram construídas. Recentemente, a área a jusante ao longo do Rio Matola também experimentou um intenso desenvolvimento dos assentamentos com a industrialização diversificada e urbanização. A Norte da ponte com a estrada N4 as margens do Rio Matola estão relativamente não afectadas. A água é salobra e existem algumas encostas de pedra calcária nas margens ao longo do seu curso. A navegação no rio Matola é possível na sua área a jusante até 50 km da foz do rio (Romano 1957). Nesta secção, o rio representa um habitat atraente para as aves limícolas marinhas e de água doce devido ao seu fluxo de água lento e baixo, mas também detém as populações de anfíbios (rãs) e répteis em suas margens verdejantes. O Rio Matola é sazonal, possuindo apenas água durante a estação chuvosa. O Rio Infulene, com 20 km de comprimento, corre de norte a sul paralelo à Estrada Nacional N1. A sua nascente está localizada no Distrito de Marracuene e a sua foz pode ser encontrada no estuário do Espírito Santo, a leste da portagem N4 (Romano 1957). O Rio Infulene é um rio permanente, que cria vários pântanos colonizados principalmente por junco (Phragmithes australis), porém outras espécies como o lírio d'água (Nimphea sp) também ocorrem em conjunto com várias espécies de gramíneas. A sua área de drenagem também recebe as chuvas costeiras e pode inundar durante a estação chuvosa. A secção a jusante do Rio Infulene é um grande pântano, que foi altamente transformado por instalações da indústria, salinas, estradas e uma ferrovia entre Maputo e Machava. Parte desta área foi alterada pelo plantio de Eucalyptus spec. As margens do rio são densamente povoadas e usadas para o cultivo de vegetais frescos (hortícolas) entre Matola e Maputo. A parte norte a montante deste rio foi também submetida a plantação de Eucaplytus spec. desde 1976, o que pode ter alterado parcialmente a sua hidrologia através da abstracção da água que corre para jusante. No entanto, o estado ecológico desta secção Norte do Rio Infulene ainda é bom. As margens do rio a montante são sazonalmente usadas para fins hortícolas durante o inverno. Na secção média do rio, a água e as margens do rio são muito utilizadas para cultivar produtos hortícolas, cana-de-açúcar e bananeiras. Aqui, há um uso descontrolado de pesticidas, herbicidas e adubo animal obtidos nas fazendas de carne de porco e frango, bem como fertilizantes artificiais. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 70

72 A biodiversidade da massa de água é, portanto, muito afectada pela utilização humana. Alguns peixes (como as tilápias) e espécies de sapos representam a fauna dominante entre os vertebrados. As margens do rio também são frequentadas por várias aves terrestres e limícolas (garçacinzenta, garça-vermelha, garça-vaqueira, garça-branca-pequena e o pássaro-martelo). Pequenos mamíferos que vivem ao longo deste rio incluem ratos domésticos e rato-do-bambu. Em algumas ocasiões pequenos felinos, como as civetas e o mangusto-dos-pântanos (Atilax paludinosus) também podem ocorrer ao longo deste rio, especialmente em partes do rio que estão adjacentes ao ambiente terrestre não afectado. No verão de 2008, um hipopótamo macho entrou neste rio vindo da bacia hidrográfica do rio Incomati e foi baleado perto de uma área urbana. Entre os invertebrados, as libélulas, os mosquitos e o caracol aquático do género Bulinus e Biomphalaria e as sanguessugas são muito comuns. Os caracóis são vectores de bilharzíase. O Rio Incomati é preferido por estes caracóis, lesmas, sanguessugas e mosquitos, devido ao seu fluxo de água muito lento e ao seu denso crescimento de vegetação Qualidade das Águas Superficiais Nenhuma fonte principal de poluição foi identificada ao longo dos Rios Sabie e Incomati. No entanto, durante a estação chuvosa ocorre uma alta turvação. A condutividade eléctrica da água do rio é geralmente elevada e o nível de oxigénio é baixo. Dados de qualidade da água obtidos a 14 km a montante da Barragem de Corumana nos anos de 1983 a 2007 revelaram que os limites relevantes para a água potável não são excedidos (FIPAG 2011, dados do Regulamento da Qualidade de Serviço, Departamento de Assuntos Hídricos e Florestais ). A bacia hidrográfica do Rio Sabie está localizada principalmente na África do Sul na extensão do Kruger Park. Assim, o risco de poluição no futuro é considerado baixo e só será necessário um simples tratamento de água (floculação, sedimentação, filtração de areia, a cloração). Ao longo do Rio Incomati há um trecho de água perto da fronteira com a África do Sul onde a qualidade da água é também muito boa, conforme indicado no Plano Director tendo em consideração os dados revelados no Regulamento da Qualidade de Serviço, Departamento de Assuntos Hídricos e Florestais. No entanto, os dados da água do Rio Incomati, de quando atravessam a cidade de Moamba, não estão disponíveis. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 71

73 8.3 Ambiente Biológico Vegetação A vegetação da região afectada pertence ao Centro de Endemismo de Maputaland. A vegetação da área de investigação é diversificada e inclui os seguintes tipos: Floresta ribeirinha Este tipo de vegetação se restringe a grandes rios no sopé da escarpa e na planície costeira, ocorrendo geralmente abaixo de 800 m na região. Ela varia de mata para densa floresta ribeirinha e está limitada a áreas estreitas ao longo dos Rios Incomati e Sabié na área do Projecto. Espécies mais comuns incluem a Figueira-doida (Ficus sycamorus), o Mpopano (Celtis africana), o Fruto da Faia-da-terra (Morella serrata), a Munga (Faidherbia albida), o Mussungunu (Bridelia micrantha), o Murongo (Croton megalobotrys), a Bupsantima (Phyllanthus reticulatus), a Munangati (Bridelia cathartica), Groselha (Rhus chirindensis), a Karee-do-rio (Rhus gerrardii), a Mafurreira (Trichilia emetica), o Salgueiro do rio (Combretum erythrophyllum), o Salgueiro (Combretum microphyllum), a Pitangueira (Eugenia nutatis), o Muhlo (Syzygium cordatum), a Mtoma (Diospyros mespilliformes), otenatane (Diospyrus whyteana), a Cucuza (Anthocleists grandiflora), a Cachoa (Rauvolfia caffra) e a Mugonha (Breonardia salicia). Na savana, a floresta ribeirinha muda a sua diversidade para incluir a Marula / Canhoeiro (Sclerocarya birrea), o Mphanda (Philenoptera violacea), o Môndzo (Combretum imberbe), a Caia (Acacia nigrescens), a Sema-sema (Kigelia africana), a Palmeira-de-coconote (Phoenix reclinata), a Micaia (Acacia robusta), a Camba (Acacia xanthophloea), a Nala (Hyphaene coriacea), o Munbouco (Salvadora persica), o Salgueiro (Salix mucronata), e a Secassica (Sesbania sesban). As árvores especiais deste tipo de vegetação são a Emunparauta (Ficus capreifolia), o Mucacaxo (Tabernaemontana ventricosa), e o Timasimu (Deimbolia oblongifolia). Savana montanhosa do Lebombo (floresta) Este é um tipo de vegetação muito localizada restrita ao terreno rochoso ondulado da Montanha do Lebombo na encosta oriental. Ocupa altitudes entre m em áreas rochosas dominadas por riólitos e solos rasos ácidos e arenosos. As espécies de árvores mais comuns são a Árvorecandelabro (Euphorbia cooperi), o Muculungo (Terminalia phanerophlebia), o Salgueiro (Combretum acuminata), a Merumenhama (Cassia abbreviata), a Caia (Acacia nigrescens), o Chicutze (Boscia albitrunca), o Chissio (Albizia harveyi), a Muvumira (Kirkia acuminata), o Cangomi (Croton gratissimus), a Momba (Pterocarpus rotundifolius), o Xinungo (Ozoroa engleri), o Etôngolo (Grewia bicolor), a Xissolobya (Sterculia rogerii), o Chochoé (Euphorbia ingens), o Acute (Combretum zeyheri), a Figueira-de-folhas-largas (Ficus abutilifolia), a Acácia (Acacia exuvialis), a Chanfuta (Afzelia quanzensis), o Canhoeiro (Sclerocarya 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 72

74 birrea), e o Khoro (Commiphora pyracanthoides). As árvores especiais são a Muanga (Encephalarthus lebomboensis) e o Aloé (Aloe marlothii). Savana Estépica Arborizada (Savana de acácias) Este tipo de vegetação ocorre em argila preta ou vermelha, topografia plana, e clima quente e seco com precipitação média entre 450 e 750 mm. As Árvores dominantes são: o Gowani (Acacia karoo), o Chissio (Acacia nilotica), a Sessana (Acacia tortilis), a Acácia-espinhosa (Acacia luederitzii), Acácia-de-espinho-vermelho (Acacia gerrardii), a Caia (Acacia nigrescens), Micaia (Dicrostachys cinerea, subspec. africana), Maçaniqueira (Ziziphus mucronata), e o Galupande (Grewia flava). Uma das árvores especiais é o Aloé (Aloe marlothii). A maior parte desta área de vegetação tem sido amplamente transformada para terra de agricultura, devido aos seus solos muito férteis. Em áreas onde a vegetação foi removida e as áreas inundadas após chuvas ou lagos sazonais ocorre o crescimento da erva Shibabane (Urochloa mosambissencis). Ricinus spp. também cresce em áreas perturbadas. Planície de savana (floresta de planície) Este tipo de vegetação ocorre entre 170 e 250 m de altitude. Os solos são compostos por argila superficial preta, castanha ou vermelhade. A vegetação é muitas vezes de savana aberta com uma camada bem desenvolvida de arbustos e uma densa camada herbácea. As espécies de árvores mais comuns são o Chicucuso (Cobretum apliculatum), o Acute (Combretum zeyheri), o Mondzo (Combretum imberbe), a Conola (Terminalia sericia), o Codoni (Terminalia prunoidea), o Chimbucanhi (Lannea schweinforthii var. sthulmanii), a Laranja-macaco (Strychnos madagascariensis), o Canhoeiro (Sclerocarya birrea), a Dzenga (Dicrostachis cinerea subsp. Africana), a Umbila (Peterocarpus rotundifolia), o Chipaladzi (Dalbergia menaloxilon), o Chicutze (Boscia albitruncata), a Nala (Albizia petersiana), a Caia (Acacia nigrescens), a Mupandapanda (Phineloptera violacea), a Murumanhama (Cassia abbreviatta), o Etôngolo (Grewia bicolor), a Mulala (Euclea natalensis), o Kanho-kanho (Euclea divininum), a Oliveira-africana (Olea europea), a Mutepe (Ehretia rigia) e o Chilangamacho (Spirostachis africana). As árvores especiais são a Chihaha (Euphorbia grandicornis). A camada de grama é pouco desenvolvida e podem lá ser encontradas as seguintes espécies: o Capim-da-guiné (Panicum maximum), o Chugundze (P. deustum), o Ghigonacasse (Bothriochloa insculpta), a Dondodzá (Eragrostis superba), o Capim-barba-de-bode (Aristida bipartita), o Bundocomum (Cymbopogon excavatus), o Mussinguizuane (Sporobolus fimbriatus), e o Capim-elefante (Hyperthelia sp.). Extensas planícies de inundação estão associadas aos rios no leste em direção à costa. Os tipos de vegetação associados incluem o mosaico de pastagens e áreas ácidas da planície costeira e a floresta mista dominada por 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 73

75 Albizia, a Chanfuta (Afzelia quanzensis), o Canhoeiro (Sclerocarya birrea) e a Mafurreira (Trichilia emetica). Floresta de Areia A Floresta de Areia tem um sub-bosque pouco desenvolvido e é caracterizada pela presença das seguintes espécies de árvores: Dialium schlechteri, Afzelia quanzensis, Balamites maughamii (preciosa), Newtonia hilldebranddtii, Pteleopsis myrtifolia, Drypetes arguta, Hyperacanthus microphyllu, e Erythrophleum lasianthum (Van Rensburg et al. 2000; Pereira et al. 2001). Quanto mais aberta, a floresta é caracterizada por espécies lenhosas comuns da savana, tais como Acacia burkei, Albizia veriscolor, Afzelia quanzensis, e Albizia adianthifolia. Além disso, tem um sub-bosque de gramíneas bem desenvolvido representado por Aristida, Ponarthria e espécies Perotis (ibid). Vegetação das Dunas A vegetação dunar é o tipo de floresta mais frágil do Sistema Florestal Costeiro. As espécies típicas são as seguintes: Mimusops caffra, Diospyros rotundifolia, Sideroxylon inerme, Euclea natalensis, Eugenia capensis, Olax spp, Bridellia catharrtica e Brexia madagascariensis. Parte desta paisagem é hoje composta por um mosaico de campos agrícolas, com pomares de espécies de árvores exóticas, tais como o coqueiro (Cocos nucifera), o cajueiro (Anacardium occidentale) e a mangueira (Mangifera indica) Fauna Mamíferos Uma pesquisa recente indicou que a região da Sabié-Moamba possui mais de 33 espécies de mamíferos. Ocasionalmente, o local é visitado por grandes mamíferos. Assim, em janeiro de 2007 um grupo de 8 elefantes do Kruger Park entraram em Moçambique através dos Rios Sabie e Incomati, migrando para Matola-Gare; e em 2009 um leão escapou do Kruger Park vagueando perto da Vila do Sabie. Búfalos também são freqüentemente vistos ao longo da área Incomati / Sabie. Cerca de 6 espécies da família bovidae são frequentemente observadas no local, incluindo o Changane (Neotragus moschatus), o Chipene (Raphicerus campestris), o Chipene-grisalho (Raphicerus sharpie), o Cabrito-cinzento (Sylvicapra grimmia) e o Cudo - (Tragelaphus strepsiceros). Também foram relatadas três espécies da família Cercopithecidae, cinco espécies da família Viverridae, um representante das famílias Thryonomyidae e Suidae, duas espécies da família Sciuridae e cinco representantes da família Muridae. Os restantes mamíferos são representados pelas famílias Pteropodidae, Mustelidae, Macroscelididae, Leporidae, Hystricidae, Hippopotamidae e Canidae. A maioria dos grandes mamíferos foi 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 74

76 encontrada ao longo da vegetação de floresta ribeirinha associada à savana árida do libombo. A caminho da costa, onde a savana estépica arborizada pode ser encontrada, há um aumento da pressão humana, que é acentuado na savana de baixa altitude. Nestes lugares, os mamíferos de médio e grande porte estão presentes e a estão a começar a reduzir a presença predominante dos pequenos mamíferos. Répteis e anfíbios Em termos de répteis, 18 espécies foram identificadas destacando o crocodilo e o varano. As demais espécies são representadas pelas famílias Agamidae, Colubridae, Elapidae, Gekkonidae, Pelomedusidae, Scincidae, Testudinidae e Viperidae. Os anfíbios são representados por cinco (5) espécies, no entanto, existem mais espécies de anfíbios presentes e devem ser feitos estudos mais profundos. Avifauna Com respeito às aves, 98 espécies foram recentemente identificadas nesta região. Metade destas espécies procriam na região, a outra metade são aves migratórias. Ao longo dos corpos de água encontram-se espécies de Corvomarinho-de-faces-brancas, Garça-real, Garça-de-cabeça-preta e Garçavermelha, Garça-carraceira e de Pássaro-martelo. Algumas aves, como o Turaco-de-livingstone são comuns na floresta ribeirinha. Ao longo da savana-árida de lebombo as aves comuns observadas são o Abelharucodourado, o Rolieiro-de-peito-lilás, o Rabo-de-junco-de-peito-barrado, o Pica-pau-de-bigodes, a Cotovia-de-nuca-vermelha, o Picanço-ferrugíneo, o Picanço-de-peito-laranja e poucas espécies de aves de rapina. Em áreas perturbadas em direcção à costa são comuns pequenas espécies de passeriformes, como a Toutinegra e os Papa-moscas do género Cisticola Ecologia de Água Doce A eco-região costeira tem uma biodiversidade excepcional, que consiste de uma biota aquática moderadamente rica. A herpetofauna aquática e vários grupos de invertebrados aquáticos são muito ricos lá. Esta eco-região apresenta também um grande número de biota das zonas húmidas e flora rica. Ela é reconhecida mundialmente como um centro de biodiversidade vegetal. As seguintes oito espécies de mamíferos aquáticos e semi-aquáticos podem ser lá encontradas: Hipopótamo (Hippopotamus amphibius), Manguçod'água (Atilax paludinosus); Chango do Sul (Redunca arundinum), Ratodas-lezírias (Otomys irroratus), Rato-d'água (Dasymys incomtus), Falsalontra (Aonix capensis) e a Lontra-de-pescoço-malhado (Lutra maculinollis). As espécies de aves de referência consistem em Pés-debarbatanas (Podica senegalensis), Garça-nocturna-de-dorso-branco 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 75

77 (Gorsachius leuconotus) e o Corujão-pesqueiro-de-pel (Scotopelia peli). Mais de 350 espécies de aves procriam nas zonas húmidas. Das 120 espécies de peixes que ocorrem nesta eco-região de água doce, 22 são endémicas. As espécies de peixes endémicas consistem de ciclídeos, ciprinídeos, gobiões, garoupa-espigão, dormiões, rivulines, sugadores e peixes-gato da família mochokidae e do género amphilius e clarias. Os ciclídeos, os ciprinídeos, os gobiões e os peixes-gato da família mochokidae dominam a eco-região. A maioria das espécies catádromas passa o seu ciclo de vida nos rios e riachos costeiros (membros da família Angillidae enguias). Existem vários grupos de invertebrados incluindo as libélulas (Odonata, 52 espécies), as efémeras (Ephemeroptera) e as moscas-de-água (Trichoptera). Vários anfíbios vivem em ecossistemas de água doce. As seguintes três espécies são endêmicas: Afrixalus delicatus, Hyperolius pickersgillii e Cacosternum striatum. Os répteis são diversos e incluem o Varano do Nilo (Varanus niloticus), o Crocodilo (crocodilus niloticus), a Píton-africana (Python sebae), a Cobrados-pântanos-olivacea (Natriciteres variegata sylvatica), a Cobra-verde do Sul (Philothamnus hopologaster), Cobra-de-água-castanha (Lycodonomorphus rufulus), a Cobra-verde do Norte (Philothamnus irregularis) e a Cobra-da-floresta (Naja melanoleuca). Esta eco-região está ameaçada pelo represamento do rio, pela captação de água, pelo corte e queima resultante da agricultura de subsistência, pelo uso intenso da água de irrigação, e por espécies exóticas invasoras como por exemplo a Oreochromis niloticus, que cruza com a O. mossambicus nativa no Rio Limpopo. Outras espécies de peixes exóticas incluem Oreochromus macrorhisis, Cyprinus carpio, Micropterus salmoides, Micropterus dolomieu, Pharyngochromis acuticeps e Hyppophthalmichthys molitrix. A eco-região considerada é uma interface entre a flora e fauna Africanas tropicais e subtropicais. É considerada um sistema maduro de baixo gradiente com cursos de planícies de inundação. Na área do Projecto, a vegetação de água doce é dominada por Phragmithes communis. Na área da planicie ocorrem pastagens sazonalmente alagadas. Poucos locais ao longo do Rio Incomáti são ocupados pelo lírio de água (Nymphaea sp.). No leito do Rio Incomati a equipa do Projecto recolheu conchas de moluscos de água doce da família Corcunilidae (Corcubilla sp.) e caracóis (gastrópodes) da família Cerithidae. Estas são as espécies que estão adaptadas à forte corrente do rio, soterradas e resistem à desidratação moderada. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 76

78 8.3.4 Área Ambientalmente Sensível A área do Projecto abrange uma parte significativa da região de Maputaland, que é um Centro de Endemismo reconhecido pela sua flora única e a biodiversidade da vida selvagem. As áreas ambientalmente sensíveis da área do proposto Projecto incluem a vegetação xérica de Lebombo (com Aloés e árvores de crescimento lento, como a Candelabra Euphorbia) e a floresta ribeirinha / bosque ao longo dos Rios Sabié e Incomáti. O habitat aquático e a sua vegetação aquática circundante, que depende da água, também podem ser considerados sensíveis. Preocupam, em especial, o ecossistema aquático de Sabié, Incomáti, Matola e dos Rios de Infulene. Estes rios são as principais fontes superficiais de água para a fauna e vegetação adjacente, bem como para usos socioeconómicos. Portanto, os ambientes aquáticos da região devem ser considerados muito importantes e a sua perturbação deve ser mantida a um mínimo. A sua importância ecológica para a área é excepcional por causa da intensa escassez de água nas imediações durante a estação seca. O corredor C alternativo para a canalização de abastecimento de água passa através de várias florestas intactas e alguns pântanos que não devem ser perturbados. Este corredor aqueduto também passa perto de uma reserva de caça privada, que pode ser perturbada durante as fases de construção e manutenção do Projecto. Também pode afectar a floresta dunar / bosque que é sensível à perturbação humana, devido à subsequente escalada de erosão e os eventos extremos e as suas taxas de regeneração lentas. As áreas protegidas como os Parques Nacionais, as Reservas de Vida Selvagem, as Zonas Naturais Protegidas e etc., não ocorrem na área do Projecto. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 77

79 9. Descrição do Ambiente Socioeconómico 9.1 Moçambique e as Tendências do Desenvolvimento Desde o início de 1990 e o fim da guerra pós-independência, Moçambique tem feito progressos nos seus esforços de desenvolvimento. Com uma população estimada de 20,4 milhões (Instituto Nacional de Estatística INE, 2008) e um rendimento per capita do Produto Interno Bruto de 422 USD (INE, 2010), Moçambique tem assistido a um crescimento médio anual de 6% nos últimos 10 anos, tornando-se numa das economias que mais cresceu no mundo por esse período. Estabeleceu um equilíbrio macroeconómico forte e as taxas de inflação têm estado abaixo de 4,2% anualmente, o que contribuiu para o crescimento consistente da economia. Este crescimento contínuo permitiu a Moçambique desenvolver um ambiente político e de negócios estável, atraindo investimentos estrangeiros e locais. Quatro principais tipos de projectos têm apoiado o crescimento económico de Moçambique, particularmente a nível nacional: i) mega indústrias como a Mozal, Sasol and Vale5; ii) produção em larga escala de algodão, açúcar e tabaco; iii) a reabilitação de infra-estruturas e, iv) aumento da produção agrícola local. Durante a última década, o Governo moçambicano também se concentrou na reforma do sector público e do quadro orçamental e fiscal, na promoção da boa governação, e na criação de um ambiente propício para o estabelecimento e desenvolvimento das pequenas e médias empresas. O crescimento tem sido sustentado pelos altos níveis de apoio dos parceiros da Ajuda Pública ao Desenvolvimento, que, reconhecendo os esforços do Governo de Moçambique, continuam a investir fortemente no financiamento directo do Governo, principalmente através do apoio a estratégia do país para a Redução da Pobreza. Além disso, o país também está a ser apoiado através da redução da Dívida Multilateral. Como resultado de todos os esforços, entre 1996 e 2008 a percentagem de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza com menos de 1 USD por dia diminuiu de 70% para 55%. Apesar disto, os benefícios do crescimento económico não são igualmente distribuídos para a população nacional e as desigualdades socioeconómicas, e as disparidades regionais e urbanas / rurais, continuam altas. Segundo o Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD, 2010), metade da população em áreas urbanas vive abaixo da linha nacional de pobreza de 18,4 meticais por dia (em torno de 0.70 USD)6. O crescimento da 5 Mozal é a maior produtora de alumínio em Moçambique, uma empresa internacional com sede na província de Maputo. A Sasol é uma empresa Sul-Africana de petróleo, que produz químicos, gás, combustíveis e óleos com um investimento no Sul de Moçambique. A Vale é uma companhia mineira brasileira a desenvolver actividades de mineração de carvão no Norte de Moçambique. 6 Ministério da Planificação e Desenvolvimento Pobreza e bem-estar em Moçambique: Terceira Avaliação Nacional A linha de pobreza de 18.4 Meticais por dia é tida como índice de pobreza. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 78

80 produtividade agrícola, incluindo a de culturas alimentares, tem sido muito baixo, e a agricultura ainda é praticada sobretudo a nível doméstico. 9.2 A Província de Maputo e a Cidade de Maputo A Província de Maputo e a Cidade de Maputo partilham semelhanças e diferenças no que diz respeito à sua dinâmica de crescimento. A área conhecida como "Grande Maputo" engloba a Cidade de Maputo e outros distritos da província de Maputo, nomeadamente, o Município da Matola e os distritos de Boane, Marracuene e Moamba. Assim, quando se faz referência a uma delas, a afirmação é, até certo ponto, válida para ambas População, Assentamento e os Padrões de Uso da Terra A área do Grande Maputo compreende as cidades de Maputo e Matola e actualmente se expande para os distritos vizinhos de Moamba e Marracuene. De acordo com as projecções populacionais para 2011 (INE, 2009)7, a população actual do Grande Maputo é estimada em mais de dois milhões de pessoas. As projecções indicam que pessoas residem na Cidade de Maputo, enquanto o Município da Matola tem habitantes. O distrito de Moamba tem habitantes e o distrito de Marracuene habitantes, que combinados totalizam habitantes. As áreas afectadas pelas três rotas alternativas do projecto em estudo estarão localizadas transversalmente sobre o distrito de Moamba (Sabié, Moamba e Postos Administrativos de Pessene), o Município da Matola (Machava e os Postos Administrativos Municipais de Infulene) e o Município de Maputo (Distrito Municipal de KaMabukuana). Os padrões de uso da terra em Moamba, Matola e KaMabukuana são diferentes, devido aos diferentes padrões de assentamento humanos e de ocupação em cada uma das áreas. De acordo com o Perfil do Distrito de Moamba (2005), Moamba é um distrito bastante rural com baixa densidade populacional (13.6 habitantes por km2). Na área de investigação dentro do Distrito de Moamba, nomeadamente os Postos Administrativos de Sabié, Moamba e Pessene, os assentamentos humanos são essencialmente rurais, com exceção do bairro de Chavane, da Vila de Sabié (sede do Posto Administrativo) e da Vila da Moamba (sede do distrito), onde os assentamentos urbanizados estão lentamente em desenvolvimento. Pequenos assentamentos também estão presentes em Pessene e no círculo de Tenga, ao longo da estrada de Pessene. No distrito de Moamba, a terra é predominantemente utilizada para a agricultura pecuária e para extração de recursos naturais (lenha, areia e 7 As projeções populacionais do Censo de População III (INE, 2009). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 79

81 pedra). A agricultura é a principal actividade económica na Moamba, praticada por famílias sob a forma de agricultura de subsistência de sequeiro com base em trabalho manual. O solo do distrito tem baixa fertilidade, excepto para os vales de Incomáti e Sabié. Apesar disso, há uma grande procura de terrenos no bairro e, como conseqüência, os conflitos de terra já estão a acontecer. O Município da Matola, por outro lado, alberga 53% da população total da Província de Maputo e tem uma maior densidade de população distribuída em áreas urbanas, peri-urbanas e áreas rurais. A área de investigação dentro do Município da Matola, nomeadamente os bairros Tsalala e Machava localizados dentro do Posto Administrativo Municipal da Machava, e o bairro do Infulene no Posto Administrativo Municipal do Infulene, é considerada uma área peri-urbana. A terra é usada para fins residenciais e económicos, principalmente de habitação, e para pequenas indústrias e prestadores de serviços. De acordo com o III Censo da População (INE, 2007), os Postos Administrativos Municipais da Machava e do Infulene abrigam 2/3 da população do Município da Matola. O uso da terra na Machava e no Infulene apresenta características mistas urbanas e rurais, devido às origens dos bairros no êxodo rural e na emigração da cidade de Maputo. Embora os assentamentos humanos nestes bairros sejam essencialmente urbanos, eles desenvolvem-se sem uma estratégia de planeamento territorial e os conflitos de posse da terra são já um problema sério, uma vez que muitas famílias se estabeleceram ocupando terras não-utilizadas sem possuírem títulos de propriedade destas terras. Na Machava, devido ao caráter residencial e industrial da região, há pouco espaço disponível para a agricultura pecuária ou para extração de recursos naturais. A agricultura é praticada em pequena escala pelas famílias locais, que recorrem ao trabalho manual em pequenas parcelas ou em espaços abandonadas e / ou desocupados. No Infulene, a pressão habitacional é mais baixa e foram definidas "zonas verdes" para a prática de actividades agrícolas e pecuárias que abastecem os mercados de Maputo e Matola com milho, mandioca e verduras. Há cerca de camponeses nas zonas verdes do Infulene, trabalhando individualmente ou em associações, que cultivam uma média de ½ hectare cada, com irrigação do rio Mulahuze. De acordo com o III Censo da População (INE, 2007), o Distrito Municipal de KaMabukuana alberga 26% da população do Município de Maputo. Aqui a terra é usada principalmente para fins residenciais, uma vez que a população está em crescimento constante devido à expansão da Cidade de Maputo e o reassentamento de famílias afectadas pelas cheias do ano De acordo com dados recolhidos no campo, a principal actividade económica em KaMabukuana é a agricultura e a criação de aves, seguida de pequenas indústrias formais e informais e serviços comerciais. Há cerca de camponeses produtores de culturas de sequeiro como o milho, mandioca, amendoim e verduras. As indústrias e o comércio são, na sua 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 80

82 maioria, vocacionadas para a produção de produtos alimentares e materiais de construção que abastecem os mercados das cidades da Matola e de Maputo Economia A parte Sul de Moçambique tem uma dinâmica de economia regional específica, devido a sua proximidade à África do Sul e a capital do país, Cidade de Maputo; o que abre oportunidades económicas diversificadas e cada vez mais amplas para a geração de rendimento e consumo (MPD, 2010). A concentração de instituições de investimento estrangeiro e de Ajuda de Desenvolvimento nesta região, e particularmente na Cidade de Maputo; bem como a reabilitação do Corredor de Maputo ea liberalização do movimento de bens e pessoas nas fronteiras de Moçambique/África do Sul, fazem da Província de Maputo uma área de intenso comércio, prestação de serviços, actividades agrícolas e industriais. Apesar da tendência de redução da pobreza a nível nacional desde os meados dos anos 90, em % da população da Cidade de Maputo e 67% da população da Província de Maputo viviam abaixo da linha da pobreza de 18.4 Meticais por dia (MPD, 2010). A Cidade de Maputo e as áreas urbanas da Província de Maputo têm o maior custo de vida de Moçambique, mas ao mesmo tempo, os preços mais estáveis de mercadorias (MPD, 2010). Enquanto a família moçambicana média gasta metade da sua renda mensal em comida, uma família média da Província de Maputo gasta 38% da sua renda em comida e 39% em habitação, combustível e transporte, e na Cidade de Maputo as despesas de combustível e transporte consomem 45% da renda mensal média da casa contra 21% para comida (INE, ). A economia da Cidade de Maputo concentra-se no comércio e na prestação de serviços, quer formais ou informais; e, numa escala menor, na indústria e agricultura. A economia da província de Maputo mostra diferenças entre as áreas urbanas e rurais. Enquanto as suas áreas urbanas, maioritariamente a Cidade da Matola e alguns bairros do Posto Administrativo Municipal da Machava, vivem do comércio, indústria e agricultura, as áreas rurais que compreendem a maior parte do distrito vivem da agricultura, gado e comércio de pequena escala. O emprego formal é baixo e a principal ocupação da população é a agricultura, seguida do comércio de pequena escala e a prestação de serviços particularmente para a indústria de construção civil. A Agricultura é maioritariamente praticada a nível de subsistência, excepto para um número limitado de pequenos produtores com propósitos comerciais. Cerca de ¾ da produção agrícola das famílias é usada para consumo (MPD, 2010). A agricultura de subsistência produz culturas 8 Instituto Nacional de Estatística Inquérito ao Orçamento Familiar (Household Income Survey ). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 81

83 alimentares tais como milho, mandioca, amendoim e verduras, enquanto as culturas comerciais tais como a cana-de-açúcar e fruta dominam a agricultura comercial. A terra usada para a agricultura na Cidade e Província de Maputo ocupa menos de 4% da terra usada para a agricultura em todo o país (INE, ) (Foto 15-15). No Distrito de Moamba existem cerca de 10,000 terrenos agrícolas familiares com um tamanho médio de 1.3 hectares, porém metade dos terrenos têm menos de 1 hectar. A maioria das famílias praticando a agricultura não detém títulos de propriedade dos seus terrenos. Estão presentes inúmeras explorações agrícolas comerciais no Distrito de Moamba, a jusante da barragem de Corumana tais como Bananalândia, Cofamosa, Purediets Organic Cane e Boa Horta e também pequenos produtores. A Moamba é também o segundo maior criador de gado na província de Maputo e também um importante produtor de caprinos e suínos. A agricultura ocupa 20% da potencial terra arável do distrito e a criação de gado ocupa 23% desta. As áreas arborizadas e com arbustos no distrito tendem a diminuir devido ao deflorestamento para a extracção de recursos naturais, com particular ênfase na lenha para a cidade de Maputo, e a agricultura de corte e queima (coivara). A indústria existente concentra-se principalmente no Município da Matola. Cerca de 50 indústrias registadas operam neste Município nas áreas de metalomecânica, construção e processamento de gado. Destas, grandes complexos industriais como as fábricas da Socimol, Metal Box, Cin e Pintex localizam-se no Posto Administrativo Municipal da Machava (ANAMM, ). A recolha de informação no campo indica que a indústria de construção (incluindo a de extracção de recursos para materiais de construção) é uma indústria de rápido crescimento, devido à expansão de habitação/residencial para fora da Cidade de Maputo. O Comércio é também uma actividade fundamental na Província e Cidade de Maputo. Como resultado da reforma do sistema fiscal e de impostos empreendida pelo GdM, a cobertura do comércio formal na Província e Cidade de Maputo está a crescer, mas ainda é limitada. Portanto o comércio é praticado maioritariamente a nível informal nos arredores da cidade e na província de Maputo, ligado com o comércio de bens com a República da África do Sul. Os bens mais procurados pelas famílias são produtos alimentares, incluindo bebidas alcoólicas, combustível, mobiliário, roupas e medicamentos (INE, 2010) (Foto 15-16). Nas áreas afectadas pelo projecto, o comércio informal e formal é forte ao longo das estradas principais tais como na Estrada Nacional N4, a estrada Machava-Pessene e a estrada Moamba-Sabié. Vários bens são vendidos (produtos alimentares, roupa, materiais de construção e peças de carros) e são prestados serviços (reparação de carros, construção, entretenimento). 9 Instituto Nacional de Estatística Censo Agro-Pecuário ANAMM Perfil das Primeiras 33 Autarquias de Moçambique. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 82

84 A nível nacional, a posse de habitação e bens duráveis tem aumentado desde a última década (MDP, 2010). Tem havido um crescimento estável da tendência para construir habitação com base em materiais convencionais: chão cimentado, paredes feitas de blocos e tecto de chapa de zinco para uma casa com uma média de 1-2 quartos (Foto 15-14). Apesar disto, a posse de habitação também reflecte as disparidades urbanas/rurais: a palhota de um único quarto ainda é dominante nas zonas rurais, sem assoalho, com paredes de caniço ou pau-a-pique e tectos de caniço e/ou chapas de zinco, enquanto que em áreas periurbanas e urbanas as casas convencionais dominam. Em geral, as famílias fazem grandes esforços para melhorar as suas condições de habitação em direcção aos materiais convencionais. No que diz respeito a bens duráveis, o valor dos bens possuídos e a taxa de crescimento da posse é baixa tanto nas áreas rurais como urbanas. A aquisição de bens duráveis representa 3% do consumo das famílias. Os bens duráveis mais comumente possuídos são o rádio (45% das famílias), cama (39% dasfamílias), bicicleta (38% das famílias) e telefone celular (23% das famílias), com disparidades urbanas/rurais para a posse de cama (64% das famílias urbanas contra 24% das famíliasrurais) e a bicicleta (24% das famílias urbanas contra 43% das famílias rurais) Infra-estruturas e Serviços Sociais Como declarado no Anexo 5 do Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água da Área do Grande Maputo 11, no período pósindependência a Cidade de Maputo e as suas áreas urbanas vizinhas, incluindo o Município da Matola, sofreram uma rápida urbanização e êxodo rural que não foram acompanhados pelo desenvolvimento de infraestruturas adequadas para o fornecimento dos serviços básicos de água, saúde, energia e educação. Educação No concernente à Educação, a Cidade de Maputo concentra o maior número de escolas primárias e secundárias e deuniversidades no país; seguida da cidade da Matola. Mesmo assim, a cobertura de escolas secundárias e de universidades é limitada, particularmente a nível distrital, fora dos Municípios. A rede de educação pública do Município de Maputo é composta por 101 Escolas Primárias, 8 escolas secundárias, duas escolas de formação profissional e três universidades; e um número não específico de instituições privadas para o ensino primário, secundário e universitário (ANAMM, 2009). Destas, seis escolas primárias, uma escola secundária e uma escola de formação profissional localiza-se dentro da potencial área afectada pelo 11 FIPAG. Abril Anexo 5 Estudo da Componente Sócioeconómica do Abastecimento da Água para a Área do Grande Maputo, Plano Director para o Sistema de Abastecimento do Grande Maputo. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 83

85 projecto, o Distrito Municipal de KaMabukuana; de acordo com a informação recolhida no campo. De acordo com o Perfil do Distrito de Moamba (MAE, ), neste distrito existem sessenta e uma escolas primárias, duas escolas secundárias, uma escola de formação profissional e catorze escolas de alfabetização de adultos. Destas, oito escolas primárias (das quais 21 de nível 1 e 13 de ensino primário completo), uma escola secundária e uma escola de formação profissional estão localizadas dentro das potenciais áreas afectadas pelo projecto (Vila de Moamba, Postos Administrativos de Pessene e Sabié), de acordo com os dados recolhidos no campo. De acordo com os dados recolhidos no campo, no Município da Matola existe um número não especificado de escolas primárias e secundárias públicas e privadas, como também quatro institutos de formação superior. Destas, um número não especificado de escolas primárias, quatro escolas secundárias e três institutos de formação superior localizam-se dentro das potenciais áreas afectadas pelo projecto (Postos Administrativos Municipais de Machava e Infulene). Durante o trabalho de campo de definição de âmbito, foi identificado um centro infantil localizado na estrada Machava-Pessene (na qual se prevê o trajecto para a opção B alternativa da conduta), que deve ser considerado como um potencial impacto do projecto. O Centro Infantil de Maguaza localiza-se à beira da estrada, em direcção à entrada da Vila de Moamba. O centro pertence a Direcção Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social de Moamba e está completamente equipado e construído com materiais convencionais (Foto 15-13). Para mais detalhes sobre os potenciais impactos do projecto, por favor consulte a Secção 10. Saúde De acordo com o CNCS, a Cidade de Maputo concentra a maior e mais diversificada gama de instituições de saúde: um Hospital Central, um Hospital Militar, um Instituto do Coração, três Hospitais Gerais, um Hospital Psiquiátrico, 29 Centros de Saúde, nove Maternidades, 34 Postos de Saúde, 55 práticas privadas, 10 laboratórios e 108 farmácias das quais 20 são públicas 13. A rede de saúde do Município da Matola também é composta por instituições públicas e privadas. As instituições Públicas incluem um Hospital Geral, 13 Centros de Saúde, oito Postos de Saúde, três Maternidades e Farmácias. Para além destes existe um Posto de Saúde Privado e um número não especificado de farmácias privadas. 12 Ministério da Administração Estatal Perfil do Distrito da Moamba, Província de Maputo. 13 CNCS. Perfil da Cidade de Maputo e Resumo das Estratégias do PEN III adequadas à Cidade de Maputo. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 84

86 Os Municípios de Maputo e Matola concentram a maioria das unidades de saúde da província de Maputo. Fora destes municípios, a rede de saúde da província é composta dum número não especificado de hospitais rurais, centros de saúde e postos de primeiros socorros. Alguns centros de saúde não dispõem de maternidades e farmácias. O número reduzido de unidades de saúde disponíveis, incluindo Maternidades e farmácias, como também a distância a ser percorrida para chegar aos pontos existentes 14 e a qualidade dos serviços prestados são a principal preocupação para a população nas áreas afectadas pelo projecto, particularmente no Distrito de Moamba. Porém, é pouco provável que a infraestrutura existente na área afectada pelo projecto seja afectada pelas actividades do mesmo. Abastecimento de água e saneamento Como descrito no Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo, o aumento da população na Província e Cidade de Maputo não foi acompanhado por um desenvolvimento adequado da infraestrutura de abastecimento de água. Isto causou a degradação do sistema existente de água e saneamento e da sua qualidade junto com o aumento das limitações de acesso à água por parte dos cidadãos (FIPAG, ). Nas áreas periurbanas, os níveis de cobertura dos sistemas públicos encontram-se grandemente reduzidos ou não-existentes e a maioria dos novos assentamentos são servidos por "operadores privados de pequena escala". Na Cidade de Maputo, somente 55% das casas usam água canalizada e, na província de Maputo, somente 37% das casas usam esta água. Outros 33% das casas usam água de fontes protegidas tais como fontanários ou poços (FIPAG 2011 Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo ). O acesso deficiente à água protegida está ligado ao saneamento deficiente. Por exemplo, na cidade de Maputo, onde 55% das casas usa água canalizada, somente cerca de 29% das casas têm as casas de banho conectadas a fossas sépticas, enquanto 36% usam latrinas. Esta é uma das causas de doenças transmitidas pela água, tais como a malária e diarréia (FIPAG 2011 Plano Director para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo ). De acordo com os dados recolhidos no campo e com a ANAMM (2009), não existe nenhuma rede de drenagem no Município da Matola. Nas áreas urbanas do município, o saneamento é garantido por fossas sépticas e tanques de drenagem; enquanto as áreas rurais recorrem às latrinas melhoradas ou tradicionais. O Município da Matola tem um aterro sanitário que serve ambas cidades de Maputo e Matola; e dois canais de drenagem servindo as áreas urbanas do município. 14 As Unidades Sanitárias concentram-se nas sedes dos distritds, postos administrativos e localidades. 15 FIPAG. (2011) Master Plan for the Greater Maputo Water Supply System. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 85

87 De acordo com os dados recolhidos no campo, o acesso à água tratada para o consumo humano e irrigação é uma preocupação comum da população de todas áreas afectadas pelo projecto. Os sistemas existentes de abastecimento de água não funcionam 24h por dia, e, como pequenos fornecedores de água, as bombas manuais e fontanários públicos, encontram-se limitados a áreas urbanas/periurbanas. A população não abrangida pelo existente sistema de abastecimento busca água não tratada dos rios e poços tradicionais. A nível do Distrito de Moamba, todos Postos Administrativos, excepto o de Pessene, têm um sistema de abastecimento de água caseiro que foi reabilitado em 2003 (MAE, 2005). Porém, de acordo com os dados recolhidos no campo, o sistema é deficiente: a água da torneira só é fornecida por 15 minutos três vezes ao dia e nem sempre é tratada, e algumas vezes é directamente extraída do Rio Incomáti e abastecida para o sistema. Com a excepção de algumas localidades, as autoridades locais dos Postos Administrativos de Pessene e Sabié-Sede referiram que as crianças é que são responsáveis por buscar água para casa e esta tarefa interfere com o seu desempenho escolar devido às longas distâncias e tempo gasto para chegar até a fonte de água. A falta de fontes de água protegidas, e as longas distâncias a serem percorridas para chegar às fontes existentes, são preocupações fundamentais da população nas áreas afectadas pelo projecto. Todas autoridades locais entrevistadas expressaram um grande interesse no projecto e nos possíveis benefícios para as áreas sob a sua jurisdição. Estradas e caminhos-de-ferro A província de Maputo beneficia-se de estradas, caminhos-de-ferro e portos que conectam Moçambique aos países vizinhos da África do Sul e Suazilândia, como também aos distritos provinciais e a outras províncias do país. O Porto de Maputo, na Cidade de Maputo, é o segundo maior da África Oriental costeira. Os três principais caminhos-de-ferro convergem para este porto, nomeadamente os caminhos-de-ferro conectando Moçambique a Suazilândia, África do Sul e Zimbábue. A cidade de Maputo também abriga o maior aeroporto internacional do país, o Aeroporto Internacional de Maputo; que garante conexões aéreas intranacionais e internacionais. O Distrito de Moamba, o Município da Matola e a Cidade de Maputo são ligados pelos caminhos-de-ferro Moçambique-África do Sul, que é um importante meio de transporte de bens e pessoas da província para a Cidade de Maputo. Este linha ferroviária ferro liga a Cidade de Maputo a Ressano 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 86

88 Garcia (Distrito de Moamba) diariamente, e à África do Sul três vezes por semana (MAE, 2005), passando pela Vila de Moamba, bairros da Machava e pela Matola-Gare. De acordo com a Base de Dados das estradas nacionais (ANE, ) duas estradas nacionais pavimentadas conectam Moçambique à África do Sul e à Suazilândia. Sete estradas nacionais pavimentadas adicionais (quarto estradas primárias e duas estradas secundárias) conectam Maputo às restantes províncias do País. Outras 28 estradas rurais conectam os distritos da Província de Maputo e as suas localidades, das quais 84% são de terra batida/estrada de cascalho e as restantes 16% são de estrada pavimentada. O transporte de, para e dentro da Província de Maputo é garantido maioritariamente por transportadores privados, dada a limitada frota e cobertura dos transportadores públicos. O Distrito de Moamba, o Município da Matola e Cidade de Maputo estão ligados pelo caminho-de-ferro Moçambique-África do Sul e pelas Estradas Nacionais Nr 1, 2, 3 e 4. Para além destas estradas e da estrada da Barragem de Corumana Sabié, que estão todas pavimentadas, o transporte por estrada nas áreas afectadas pelo projecto está garantido por estradas de terra batida e de cascalho que ligam os Postos Administrativos, as Localidades e os Bairros vizinhos do Distrito de Moamba. O Distrito Municipal de KaMabukuana, por outro lado, é atravessado pela Estrada Nacional Nr 1, que liga o Norte da província de Maputo com as outras províncias do país. Além desta estrada, as conexões dentro do Distrito Municipal são asseguradas por estradas de terra batida. Fora os caminhos-de-ferro, os transportadores privados servem a maioria dos viajantes na estrada, complementando o único serviço de transporte público que opera desde a Cidade de Maputo até a Barragem de Corumana, passando pela Vila de Moamba (MAE, 2005). Algumas das infraestruturas de transporte acima mencionadas localizam-se dentro da área afectada pelo projecto, nomeadamente o caminho-de-ferro Moçambique-África do Sul (Rotas A e B), as Estradas Nacionais N4 (Rota A) e N1 (Rota C), a Estrada Moamba-Sabié-Corumana (Rotas A e B), a estrada Machava-Pessene (Rotas A e B) e a estrada Michafutene-Vundiça (Rota C). De acordo com os dados recolhidos no campo, a falta de estradas e a pobre manutenção são uma preocupação comum das autoridades locais. Existe uma expectativa de que o projecto proposto irá reabilitar e/ou melhorar algumas das estradas existentes, melhorando as vidas dos residentes locais. 16 Administração Nacional de Estradas, Base de Dados Nacional sobre as Estradas de Moçambique. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 87

89 Energia e comunicações Na província de Maputo, a electricidade é fornecida principalmente por uma linha de alta tensão de 275 kv estendida até 117 quilómetros, e por linhas de baixa tensão de energia de 110 kv e de 66 kv estendida até 306 km 17. De acordo com dados recolhidos no campo, no Município da Matola a rede eléctrica cobre algumas áreas numa base de 24 horas, mas as áreas periurbanas e rurais da Machava e o Posto Administrativo Municipal de Infulene ainda não são alcançadas pela rede. A qualidade da energia fornecida é também uma questão preocupante. Como alternativa à electricidade, a população recorre a candeeiros de petroleo, velas, baterias e painéis solares. Este cenário é semelhante ao do Distrito Municipal de KaMabukuana na Cidade de Maputo. No distrito de Moamba, as Vilas de Moamba, Sabié e Pessene têm electricidade, juntamente com a Barragem de Corumana. No entanto, a cobertura de electricidade é muito limitada, servindo menos de 1% da população do distrito e nem sempre é disponível 24horas por dia. A eletricidade é fornecida por uma central de 14,5 MW na Barragem de Corumana e uma linha de alta tensão vinda da vizinha África do Sul (MAE, 2005). De acordo com dados recolhidos no campo, existem vários postos de combustívelnos Postos Administrativos Municipais de Infulene e Machava, e no Município Distrital KaMabukuana. Nas áreas afectadas pelo projecto no distrito de Moamba, há um posto de combustível na vila de Moamba e outro na vila do Sabié. Para além destas estações de combustível, o combustível pode ser obtido a partir de vendedores informais. No que diz respeito às comunicações, o celular é o principal dispositivo de comunicação em todas as áreas afectadas do projecto na Província de Maputo e na Cidade de Maputo. No entanto, em áreas rurais fora das aldeias do distrito da Moamba, a cobertura de redes de telefonia móvel é deficiente e a comunicação entre as localidades é também assegurada através do rádio (MAE, 2005). É pouco provável que a energia e as infra-estruturas de comunicações existentes nas localidades na área afectada pelo projecto sejam afectadas pelas actividades de projecto. 17 Fonte: Electricidade de Moçambique, Disponível em: lang=pt 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 88

90 9.3 Problemas Regionais Gerais de Saúde Em 2004, a UNICEF, o UNAIDS e a OMS publicaram um boletim informativo sobre as taxas de infecção pelo HIV em Moçambique 18. De acordo com este boletim informativo, cerca de adultos e crianças foram infectadas com o vírus HIV em 2003, o que corresponde a mais de 10% da população geral. Estima-se que mais de pessoas morreram em 2003 por causa o HIV/SIDA. De acordo com o Levantamento Nacional de 2009 a cerca da Prevalênia, Riscos Comportamentais e Informação sobre HIV-SIDA em Moçambique (MISAU, INE ), a prevalência de HIV- SIDA na província de Maputo é de 19,8%, ligeiramente superior à da Cidade de Maputo (16,8%) e consideravelmente mais elevada do que a do País (11,5%). O levantamento mostra que, a nível nacional, a prevalência de HIV-AIDS é maior em áreas urbanas (15,9%) do que nas áreas rurais (9,2%). Ainda de acordo com a OMS, o HIV/SIDA é a causa de cerca de 10% das mortes entre crianças menores de 5 anos no País (dados de 2010) 20. Entre várias doenças transmitidas pela água, a malária é uma das principais ameaças à saúde em Moçambique. Em 2008 quase 5 milhões de casos de malária em pessoas de todas as idades foram relatados em Moçambique 21. Quase 20% de todas as crianças que morreram com menos de 5 anos, faleceram por causa de uma infecção por malária. Em mil mortes foram registradas por causa da malária. As regiões do norte e do estrato costeiro em Moçambique são principalmente mais atingidas pela malária. O Plasmodium falciparum, continua sendo uma das mais importantes causas de morbidade e mortalidade. No estudo da AIA, será obtida uma base de dados principalmente a partir das estatísticas de saúde do Ministério da Saúde (MdS) e do Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes incluem o Inquérito Demográfico de Saúde (DHS) e o Estudo Indicador Nacional sobre o HIV e SIDA (INSIDA). Eles também podem incluir estatísticas oficiais do Ministério da Saúde relacionados a doenças comuns na área afectada MISAU/INS & INE. (2010). INSIDA 2009: Pesquisa Nacional sobre a Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre HIV e SIDA em Moçambique. Disponível em: P01 FICHTNER/AustralCOWI 89

91 10. Impactos Mais Significativos e Possível Mitigação 10.1 Impactos sobre o Meio Físico O Impacto Visual (alterações da paisagem) Impactos sobre o ambiente físico serão constituídos de transformações da paisagem causando impactos visuais. A construção de estradas, represas e instalações de tratamento de água, bem como a elevação, podem alterar um pouco a paisagem em algumas localidades. Estes impactos serão sobretudo permanentes. Impactos físicos temporários podem ocorrer durante o período de construção em locais selecionados para armazenar material de construção e tubos, e em locais de alojamento para os trabalhadores. Esses locais podem ser desmantelados após a fase de construção e podem levar vários anos para se restaurar o seu estado inicial, como a vegetação, que passa por um longo prazo do estágio de sucessão secundária. Ruído e Vibração O ruído e a vibração irão representar um impacto ao ambiente físico durante a fase de construção pela operação de máquinas pesadas e camiões pesados. Estes impactos serao limitados ao tempo das actividades de construção. Emissões de Poeira As emissões de pó são outro impacto que irá ser causado pela abertura de trincheiras, para fixar a conduta de água e pela operação de veículos durante o transporte do material de construção e do equipamento. Este impacto será limitado ao período de construção em torno do local actual da construção Impactos Significativos sobre o Ambiente Biológico Fase de Construção Ruído A fase de construção envolverá a utilização de maquinaría pesada e veículos. O ruído e vibração são gerados por escavadeiras, tractores, betoneiras e veículos de transporte. Geralmente, o ruído de construção acima de um nível de ruído de 70 decibéis (db) tem um impacto significativo sobre o meio ambiente em 50m do local de construção. Estes impactos podem afectar por exemplo aves que têm seus habitats de reprodução ao longo do corredor das redes de distribuição. No entanto, este impacto também séra restrito ao período de construção. A Geração de Poeira As três opções alternativas para a proposta de implantação da tubulação de abastecimento de água no Grande Maputo passam através de várias comunidades de plantas intactas, campos agrícolas, áreas residenciais, 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 90

92 pequenos riachos e pântanos. A operação de veículos para transporte de equipamento, as actividades de escavação e o armazenamento de materiais de construção prevê emissões de poeira. Estas emissões podem criar a curto prazo os impactos adversos ao meio ambiente. O pó poderá interferir com a fotossíntese das plantas e aumentará a turbidez em habitats aquáticos, perturbando temporariamente a fauna. A emissão de poeira também irá diminuir a qualidade da forragem de espécies selvagens de herbívoros. O impacto do pó será restringido à fase de construção do projecto e por causa da natureza do projecto não irá durar durante a fase de construção total, mas irá continuar ao longo do corredor. Remoção e Eliminação da Vegetação As escavações para enterrar o aqueduto exigem a remoção da vegetação. Esta actividade irá levar a uma perda de vegetação nativa e um acesso aberto a sítios indesejáveis com vegetação intacta. Além disso, uma vez estabelecido o Direito Preferencial de Passagem para o aqueduto, este vai ser limpo com regularidade para controlar o crescimento de árvores, cujas raízes podem perturbar o tubo. A perda da vegetação resultante destas actividades pode ser minimizada se as escavações seguirem estradas paralelas e terras agrícolas previamente limpas. Se as espécies raras de árvores tiverem que ser cortadas, poderão ser realocadas para outras localidades adjacentes. Pertubação da Fauna Terrestre A perda de habitats importantes para a reprodução ou utilizados como locais de alimentação seguirão à eliminação da vegetação. O som e a vibração durante a fase de construção também são susceptíveis de perturbar a fauna terrestre numa gama mais ampla. Este impacto é especialmente importante, relativamente dentro de formações vegetais terrestres intactas, onde os animais selvagens normalmente vagueiam. Além disso, novos acessos rodoviários ao longo de secções parciais dos corredores propostos irão abrir áreas antes remotas, o que é válido especialmente para o corredor C. Perturbação da Fauna Aquática Cruzando alguns leitos de rios (por exemplo, Sabié, Incomáti, Matola e / ou Infulene) será exigida a remoção da floresta ribeirinha /mata e da respectiva vegetação aquática. Além disso, geralmente o contratante tende a escolher lugares perto de fontes de água para definir acampamentos temporários para os trabalhadores e de escritório ou para abrir estradas de acesso à fonte de água mais próxima, causando grandes perturbações no meio aquático na sua flora e fauna. Se a represa for construída, o reservatório necessário irá causar uma grande mudança ecológica no rio. O fluxo de água a montante da barragem irá diminuir e o fluxo a jusante também será bastante reduzido, especialmente durante a estação seca. Mudanças significativas nos invertebrados bentônicos e em comunidades de peixes ocorrerão a montante da barragem, devido ao acúmulo de sedimentos capturados. Isso também irá aumentar a 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 91

93 quantidade de eutrofização da água, a física e os processos químicos em águas lentas fluindo ou mesmo em águas paradas que são diferentes daquelas em rios rápidos em execução. Os peixes adaptados às correntes lentas irão prevalecer, enquanto os que se adaptaram às correntes rápidas irão desaparecer no lago formado pela represa. A fauna terrestre que actualmente habita na área ao redor do local da barragem prevista (os macacos, aves florestais e aves de rapina, esquilos, mangustos da água, cobras, varano-das-rochas e lagartos) será afectada negativamente pela destruição significativa de seus habitats. A construção e operação de uma represa também irá aumentar a profundidade da água a montante e pode inundar e influenciar negativamente a floresta ribeirinha adjacente e a floresta terrestre. Os sedimentos trazidos do montante do Incomáti (os sedimentos do rio Sabié já estão retidos pelo Reservatório de Corumana) contribuem para a fertilidade e a productividade da bacia de planície do Rio Incomáti, e são dispersos ao longo da margem do rio quando as enchentes ocorrem. Os sedimentos em falta também irão afectar a área a jusante da barragem para o estuário do Rio Incomáti, aumentando a erosão das margens dos rios e reduzindo a contribuição em cargas de nutrientes para a foz. Num longo prazo, a construção de uma represa irá alterar a estrutura de triagem dos sedimentos favorecendo os grãos de tamanho grande nas áreas de planície. Também é provável que a montagem dos tubos tenha um impacto ou mesmo poderá destruir pequenos lagos ou pântanos temporários, que são alguns dos habitats mais ignorados. A drenagem da água causada pelo tubo tem de ser evitada. Influxo do Trabalhador Haverá um grande afluxo de trabalhadores durante a construção. A maioria deles vai viver em campos de trabalho temporários. Isto podera promover a caça de mamíferos de pequeno e médio porte e de aves. Além disso, os trabalhadores terão de cozinhar e usar a madeira encontrada nos arredores o que pode ter alguma influência sobre a pequena vida selvagem durante o período de construção. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 92

94 Os resíduos sólidos também podem ter impactos negativos sobre o meio ambiente, especialmente nos habitats naturais de importância vital para a vida selvagem. Finalmente, a frequência de queimadas descontroladas pode aumentar e o seu impacto na flora e fauna é óbvio Fase da Operação Ruído e vibrações O ruído durante a operação é principalmente gerado pela estação de bombeamento e pela estação de tratamento de água. O nível de ruído gerado fora das estações não será muito elevado e não irá ocorrer permanentemente. Pode-se esperar que os animais selvagens irão adaptar-se a estas condições. Actividades de manutenção A operação diária da conduta e as actividades de manutenção têm pouco impacto sobre a fauna, porém as actividades de manutenção irregulares ou não programadas, tais como escavações, têm o potencial de resultar na perda de habitats de alimentação e reprodução. O impacto de tais perturbações é provável que seja curto e restrito a serviços existentes que tenham sido anteriormente utilizados para actividades de construção de tubulações. Estas actividades de manutenção durante a operação ocorreram muito raramente Impactos sobre o ambiente sócio-económico Impactos durante a Fase de Concepção Dois impactos principais foram identificados para potencialmente ocorrerem durante a fase do projecto: (i) a transferência de pessoas que perderam bens e acesso a recursos naturais para geração de renda, e (ii) menos água para fins de irrigação em torno do Reservatório de Corumana e a jusante da Barragem de Corumana (Rios Sabié e Incomáti). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 93

95 As seguintes medidas são sugeridas para mitigar esses impactos: (i) A relocalização de pessoas que perderam bens e acesso a recursos naturais para geração de renda: Evitar infra-estruturas, assentamentos, casas, terrenos, árvores, locais sagrados e sepulturas da família, na medida do possível; montagem das redes de distribuicao mesmo na estrada quando se atravessar áreas povoadas; Quando a prevenção não é possível, desenvolver um Plano de Acção de Reassentamento e fornecer o reassentamento adequado, a remoção e enterro de compensação aos proprietários de bens; Certificar que as populações reassentadas têm acesso aos recursos naturais que necessitam para a sua subsistência e geração de renda, em particular terra arável, água, pastos e árvores. (ii) Possiveis efeitos sobre outros usuários de água do Reservatório de Corumana e a jusante da Barragem de Corumana (Rios Sabié e Incomáti): avaliação da situação regional e concessão de licenças de acordo como uma abordagem integrada do uso da água pela ARA-Sul / DNA Impactos durante a Fase de Construção Os seguintes principais impactos foram identificados para potencialmente ocorrerendo durante a fase de construção: (i) danos a propriedades privadas durante a montagem de tubos, (ii) a demanda por trabalhadores qualificados e não qualificados criando um impacto positivo; (iii) aumento de trânsito por máquinas de construção e veículos de transporte (iv) procura de suprimento adequado de energia e estradas para o processo de construção, (v) rabalho infantil e a exploração sexual, e (vi) a diversificação de oportunidades de geração de renda. As seguintes medidas são sugeridas para mitigar esses impactos: (i) Danos a propriedades privadas durante a montagem da conduta: Minimização da superficie de trabalho necessária a um mínimo absoluto. (ii) A demanda por trabalhadores qualificados e não qualificados: Contratar mão-de-obra local de acordo com habilidades e níveis de alfabetização disponíveis, recorrendo ao trabalho de fora da área de construção para preencher cargos vagos. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 94

96 (iii) Aumento de acidentes de trânsito por máquinas de construção e veículos de transporte, que afectam os trabalhadores e a população local: O contratante deve fazer cumprir a responsabilização dos motoristas; O contratante deve reforçar o sentido de responsabilidade dos camionistas, colocar trabalhadores sinalizadores durante os períodos de pico do tráfego de máquinas pesadas; controlo dos horários e locais de tráfego; O contratante deve realizar campanhas de educação cívica para a segurança do trânsito; O contratante deve criar um plano de assistência para acidentes de trânsito / mortes. (iv) A procura de suprimento adequado de energia e estradas para o processo de construção: Construção e / ou melhoria de estradas já existentes e infra-estruturas energéticas, que iram funcionar como factores de atracção para o desenvolvimento local durante a fase operacional. v) O trabalho infantil e a exploração sexual: Através de obrigações contratuais e medidas punitivas, os contratantes estão legalmente obrigados a garantir que eles próprios, os seus trabalhadores e os seus subcontratados não se envolvem ou beneficiam de trabalho infantil e exploração sexual. (vi) A diversificação de oportunidades de geração de renda: O contratante deve fornecer, o tanto quanto possível, produtos alimentares localmente produzidos para alimentar o pessoal da construção; materiais de construção de fornecedores locais para a construção acampamentos, e cozinha local, limpeza e prestadores de serviços de segurança Impactos durante a Fase de Operação Durante a operação o impacto positivo mais óbvio será o aumento da quantidade de água potável para as pessoas que vivem e trabalham na área do Grande Maputo. A questão mais importante vai ser o tratamento adequado da água bruta e do controlo da qualidade da água potável de acordo com os padrões internacionais e nacionais 22 sobre a composição bacteriológica e química (ver a Secção 10.4). 22 Diploma Ministerial 180/2004 emitido pelo Ministério de Saúde Regulamento sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 95

97 10.4 Aspectos de Saúde e Segurança É usual os aspectos de saúde e segurança distinguirem-se em possíveis impactos durante o período de construção e possíveis preocupações de saúde e segurança durante a operação do sistema de abastecimento de água. A este respeito, há também a necessidade de distinguir entre as possíveis partes afectadas. Por um lado, no local as condições de segurança e saúde no trabalho devem ser fornecidas a todos os trabalhadores e por outro lado, no local o público que vive e trabalha em torno do local do projecto requer uma proteção confiável e adequada da sua saúde e um ambiente seguro Impactos durante a Fase de Construção Em geral, os riscos de construção apresentados a seguir podem ocorrer resultando num impacto sobre os trabalhadores e o público: Movimentação de veículos em, tais como caminhões basculantes, escavadoras, etc; Segurança do local; Electricidade ou o uso de ferramentas elétricas, respectivamente; Queda de objectos; Escavações; Trabalho em altura; Uso de substâncias perigosas. Fazer trabalhos de escavação representa um exemplo de possíveis impactos que poderiam ocorrer aos trabalhadores e ao público. Impactos típicos poderiam resultar de: Desabamento dos lados da trincheira; Queda de materiais na escavação; Queda de pessoas e veículos na escavação; Atropelamento de pessoas por caminhões e outros veículos móveis e máquinas; Enfraquecimento de estruturas vizinhas, etc. Todas estas actividades podem resultar num acidente ou incidente grave aos trabalhadores e ao público. Um impacto sobre o público deve ser entendido como um acidente ou incidente que tenha ocorrido aos pedestres, por exemplo, a passar pelo local ou a andar perto da área e das actividades de construção. A avaliação dos impactos que possam ocorrer durante a construção não é normalmente a parte mais significativa dos aspectos de saúde e segurança, porque estes impactos poderiam ocorrer a qualquer momento durante a 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 96

98 construção. A tarefa mais importante é a gestão eficaz de medidas de prevenção e de controle no local. Além dos possíveis impactos resultantes da falta de segurança como os que foram descritos acima, o alojamento inadequado para os trabalhadores poderia ser uma fonte de impactos para a saúde. Uma má qualidade de alimentos e da água para consumo pode resultar em problemas de saúde. Como mencionado anteriormente, não há necessidade de avaliar a probabilidade de tal impacto porque é dada de qualquer forma; a necessidade de prevenção e mitigação é a questão mais importante. Isto será analisado em detalhe no PGAS e na especificação adiante para o contratante. Um risco para a saúde, especialmente para a populaçãomoradores local, pode ocorrer da infecção pelo HIV / SIDA a partir de trabalhadores da construção civil. A avaliação do impacto vai abordar a possibilidade de realizar campanhas de sensibilização antes e durante a fase de construção. As campanhas de sensibilização são uma possível medida para informar as pessoas afectadas pelo projecto sobre os riscos de saúde e sobre as possibilidades de evitar ou reduzir o risco de uma infecção. A campanha será desenvolvida em estreita cooperação com as autoridades sanitárias locais de modo a colaborar com as acções já iniciadas ou melhorar os programas de sensibilização Impactos durante a Fase de Operação Os impactos durante a operação do sistema de abastecimento de água e outras possíveis infra-estruturas (por exemplo o centro de distribuição, a represa, etc) podem criar a necessidade de requisitos de segurança para os trabalhadores durante as actividades de manutenção necessárias. Outros impactos podem ainda ocorrer devido aos riscos de saúde resultantes de doenças transmitidas pela água, se forem construídas áreas com água ao ar livre com uma baixa corrente de água (tal como a represa proposta). Deve ser dada uma atenção particular à ocorrência de cianobactérias do género Microcystis no Rio Sabié e no Reservatório da Barragem de Corumana (ver Secção Error! Reference source not found.). Em Maio/Junho de 2010 e também de 2011, houve um grande desenvolvimento da cianobactéria das colónias Microcystis na Barragem de Corumana. Estas bactérias formam toxinas chamadas de mirocistinas, causando sintomas similares aos da cólera se forem ingeridas pela água. Durante este periodo de desenvolvimento, a concentração de microscistinas na Barragem de Corumana excedeu 100 µg/l. O limite da Organização Mundial da Saúde para microscistinas-lr 1 em água potável é de 1 µg/l. A concentração a jusante da barragem poderá ser ainda mais elevada, porque as bactérias são parcialmente destruídas ao passarem pela barragem e libertam ainda mais toxinas. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 97

99 Os peptídeos Microcistina são insuficientemente destruídos por cloração. Outros métodos para remover estas substâncias são a filtração com areia, que é um processo bastante lento, ou a filtração com carvões activados que é um processo muito caro. A ozonização é também um método possível para esgotar estas toxinas. Um benefício decorrente do Projecto será a disponibilidade de água potável para o público em áreas rurais e em Maputo. Contudo isto apresenta um possível risco para a saúde se a estação de tratamento de água não funcionar devidamente, ou a qualidade da água de beber não for controlada de acordo com os requisitos nacionais e internacionais. Os impactos operacionais são provavelmente inevitáveis, mas poderiam ser reduzidos com medidas de mitigação e controlo adequadas. A avaliação de impacto abordará os impactos de forma qualitativa e irá propôr medidas para reduzir os respectivos impactos a um nível aceitável. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 98

100 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA 10.5 Resumo da Maioria dos Potenciais Impactos ambientais mais Significativos Na Tabela que se segue é dado um resumo da visão geral dos impactos mais significativos revelados durante a definição do âmbito do projecto proposto de abastecimento de água. As primeiras medidas de mitigação possíveis para estes impactos estão também listadas. Fase do Projecto Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Pré-construção Ponto de captação no Rio Incomati Corredor da conduta de distribuição Remoção de água Inundação de habitats terrestres, alterando a ecologia do Rio Incomati a montante da barragem Passagem por áreas naturais e imperturbadas no Corredor C Relocação de pessoas que estão a perder bens e o acesso a recursos naturais para geração de renda Afecta possivelmente outros usuários da água do Reservatório de Corumana e a jusante da Barragem de Corumana (Rios Sabie e Incomati) Usando um sistema de admissão de ar com uma represa tão baixa quanto possível, resultando num pequeno reservatório, e contorno adequado da margem para melhorar a função ecológica do reservatório. Evitando áreas de alto valor ecológico; estabelecendo a maioria das tubulacoes em paralelo às estradas existentes para evitar estradas de acesso longas; reintegrar a vala para a tubulação e a superficie de trabalho. Evitar infra-estruturas, assentamentos, casas, terrenos, árvores, locais sagrados e sepulturas familiares na medida do possível; estabelecer os corredores de distribuição na estrada quando atravessarem áreas povoadas. Quando a prevenção não é possível, desenvolver um Plano de Acção de Reassentamento e fornecer o reassentamento adequado, remoção, novos enterros e compensação aos proprietários dos bens. Garantir que as populações reassentadas tenham acesso aos recursos naturais de que elas necessitam para a sua subsistência e geração de renda, particularmente a terra arável, água, pastos e árvores. Avaliação da situação regional e concessão de licenças com base numa abordagem integrada do uso da água. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 99

101 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Demanda de mão de obra qualificada e não qualificada Impacto positivo na situação do emprego local. Contratar mão de obra local de acordo com habilidades e níveis de alfabetização disponíveis, recorrendo a mão de obra externaà área de construção para preencher cargos vagos. Minimização da faixa de trabalho necessária a um mínimo absoluto. Danos a propriedades privadas durante a montagem da tubagem Construção Montagem da tubagem Aumento de acidentes de trânsito por maquinaria de construção e veículos de transporte, que afectam os trabalhadores e a população local (em particular as crianças da população local que não estão habituadas a um trânsito intenso) Em relação aos Trabalhadores: o Empreiteiro deve reforçar a responsabilização dos camionistas, definir e implementar os Regulamentos de Segurança de trabalho e estabelecer um plano de assistência para acidentes de trânsito / mortes. Em relação à População: o Empreiteiro deve realizar campanhas de educação cívica para a segurança do trânsito com enfoque à população local em geral, e as escolas, em particular; colocar trabalhadores- sinalizadores durante o período de tráfego de máquinas pesadas, controlar os horários e locais de tráfego e definir as horas de trânsito. Destruição da vegetação e deslocamento dos animais associados (por exemplo pássaros) Minimização da faixa de trabalho necessária a um mínimo absoluto em áreas de elevado valor ecológico Perturbação da ecologia límnica ao atravessar rios; alta ocorrência de desabamento de sedimentos Montagem durante a estação seca, uso de técnicas sem escavação sempre que possível Actividades de construção Não cumprimento das normas de segurança; risco para a saúde dos trabalhadores durante as actividades de construção Desenvolvimento e implementação de um Plano de Saúde e Segurança adequado pelo Empreiteiro. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 100

102 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Construção Influxo de mão de obra Propagação do do HIV-SIDA Demanda de abastecimentoadequado de energia e estradas para o processo de construção Trabalho infantil e exploração sexual Diversificação de oportunidades de geração de renda Desenvolvimento e implementação de um programa de consciencialização sobre o HIV e de acesso gratuito a preservativos para os trabalhadores pelo Empreiteiro, Construção e / ou melhoramento das estradas e infra-estruturas energéticas já existentes, que vão funcionar como impulsionadores do desenvolvimento local durante a fase operacional. Através de obrigações contratuais e medidas punitivas, os Empreiteiros são legalmente obrigados a garantir que eles próprios, os seus trabalhadores e os seus subcontratados não se envolvem ou beneficiam do trabalho infantil e exploração sexual. O Empreiteiro deve utilizar, sempre que possível, produtos alimentares localmente produzidos para alimentar o pessoal da construção; materiais de construção produzidos por fornecedores locais para a construção dos acampamentos; e prestadores locais de serviços de culinária, limpeza e segurança. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 101

103 para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Relatorio do EPDA Fase do Projecto Actividade Potencial Impacto Mitigação possível Abastecimento com água limpa e potável Tratamento da água Abastecimento de água potável mais fiável e abrangendo mais famílias com água limpa e potável Ameaça à saúde dos consumidores de água Impacto Positivo Tratamento de água adequado e monitoria regular da qualidade da água, incluindo a ocorrência de microcistinas na água não tratada e potável. Captação da água no geral Ameaça para a vida aquática (fauna e flora) a jusante do ponto de captação por menor fluxo de água. Medidas de mitigação não são possíveis, se a água é extraída os impactos têm de ser aceites. Operação Captação da água numa nova represa. Os sedimentos serão retidos por uma possível represa alterando a carga de sedimento do rio a jusante com possíveis aumentos de fenómenos de erosão. Os sedimentos que contribuem para a fertilidade e a produtividade da bacia de planície para o estuário do Rio Incomáti serão diminuídos. Bloqueio da migração dos peixes. Se a opção "nova represa" for seleccionada, possíveis medidas de mitigação serão elaboradas e discutidas (por exemplo, bombeamento) com o Desenho Técnico. Contudo, medidas de mitigação eficazes dificilmente são possíveis. No caso da construção de uma nova represa no Rio Incomati, a construção de uma passagem para peixes ( escada de peixe ) tem de ser tomada em consideração. O mapeamento detalhado dos peixes que ocorrem no Rio Incomati irá providenciar a informação de base para essa decisão. Retenção da água por uma possível represa. Transmissão de doenças pela água no caso de ser necessaria a construção de uma nova represa, criando um reservatório. Estabelecimento de um programa de saúde, incluindo a monitoria de doenças. Tabela. 10-1: Visão geral dos possíveis impactos mais significativos causados pelo projecto e suas possíveis medidas de mitigação 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 102

104 11. Desenho e Comparação de Alternativas 11.1 Requisitos Essenciais para a Concepção do Projecto O desenvolvimento do projecto será conduzido em estreita cooperação com a COBA, sendo que o desenho e o layout serão guiados pelos seguintes pressupostos: Os impactos ecológicos deverão ser tão baixos quanto possível; Os impactos sócio-económicos deverão ser positivos; Acções de reassentamento deverão ser evitadas sempre que possível (um dos requisitos essenciais do Banco Mundial);A qualidade da água potável produzida deve cumprir as normas nacionais e internacionais no que se refere à composição química e bacteriológica Comparação de Alternativas De um ponto de vista técnico as alternativas possíveis são descritas na Secção 4.3 em maior pormenor. Três pontos de captação diferentes foram pré-seleccionados, um no local da Barragem de Corumana e dois no Rio Incomáti exigindo a construção de uma represa. A estas opções estão ligadas três possíveis redes de distribuição dirigidas para Maputo (ver Mapa 4-4), uma que termina no Centro de Distribuição de Tsalala (rede de trajecto A), uma que termina no Centro de Distribuição da Machava (rede de trajecto B) e a outra que exige a construção de um novo centro de distribuição. Para a futura estação de tratamento, três possíveis locais foram comparados, um perto do local da barragem, um a Norte de Sabié e outro a Sul de Pessene. De seguida apresenta-se uma avaliação das diferentes alternativas considerando os seus impactos ecológicos e sócio-económicos Ambiente Biológico Captação de Água No caso de se utilizar o reservatório da barragem de Corumana como um reservatório de água potável, as instalações e os pontos de captação de água já estão pré-construídos. Eles poderiam ser facilmente ligados com a tubulação. A captação da água não teria muitos impactos ecológicos sobre a fauna e flora aquáticas no reservatório, porque a maioria dos ambientes potencialmente afectados vão permanecer como estão actualmente. O reduzido fluxo de água a jusante da barragem seria o mesmo que a 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 103

105 utilização de uma represa no Rio Incomáti como um reservatório de água. O acesso é facilmente determinado. A construção de uma nova represa no Rio Incomáti vai exigir mudanças adicionais do ambiente do rio e criar um novo reservatório que vai inundar mais terra. Como actualmente não há estradas para aceder à área, serão necessárias novas estradas de acesso que passem através da floresta seca secundária e da floresta ribeirinha Trajecto das Redes de Distribuição Os corredores da conduta A e B (Sabié-Moamba- Estrada N4 - Machava e Sabié-Moamba- paralelos à ferrovia- Estação Ferroviária da Matola- Rota da Machava) terão menos impactos sobre a vegetação porque já existem estradas de acesso permanente ao longo da maioria do corredor. Os impactos ambientais serão mais intensos no início do percurso entre Sabié e Moamba, onde a conduta pode passar por áreas com comunidades intactas de plantas de crescimento lento consistindo de vegetação xérica seca com uma diversidade de mamíferos raros e répteis. No entanto, nestes locais existem opções para minimizar o impacto sobre as áreas intactas. Entre a vila de Moamba e Machava-Tsalala o aqueduto seguirá estradas existentes, minimizando os impactos. Os corredores A e B vão atravessar os Rios Incomáti e Matola. O impacto sobre o ambiente aquático durante a construção pode ser minimizado atravessando os rios durante a estação seca ou mesmo pelo uso da técnica de travessia sem abertura de trincheiras. Uma possível passagem seguindo a Estrada Nacional N4 pode causar o mínimo de impacto, uma vez que a conduta pode ser montada ao lado da ponte, onde os habitats aquáticos já foram alterados para o propósito de manter a ponte. A alternativa C é a que apresenta maiores impactos ambientais, porque iria atravessar várias comunidades de plantas intactas. Estas comunidades vegetais são ricas em termos de fauna de mamíferos pequenos e médios. A abundante vida selvagem inclui o cabrito-cinzento, o porco-bravo, o chipene, o coelho-bravo e outros pequenos mamíferos. Uma grande variedade de espécies de aves também ocorre aqui (Foto 15-8, Foto 15-9, Foto 15-10). Ao longo de grande parte do corredor C alternativo, não existe nenhuma estrada permanente mas apenas algumas estradas irregulares. Assim, haverá a necessidade de construção de estradas de acesso longas em antigas áreas não perturbadas, para o transporte de máquinas pesadas e material de construção para a construção da conduta. Haverá, pelo menos, uma faixa de trabalho de m na área onde a vegetação terá que ser removida para a construção. Além disso, o direito preferencial de passagem da conduta tem que ser mantido distante das árvores grandes e as estradas de acesso permanente permanecerão para fins de manutenção. Isto irá abrir a área para 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 104

106 caçadores, por exemplo, e vai criar a fragmentação da vegetação e expor a vida selvagem à predação e mortalidade. O corredor C alternativo passa por algumas zonas húmidas associadas com a fonte da bacia do Rio Matola (Foto 15-8) e também está previsto passar ao longo dos habitats naturais como florestas e pastagens arenosas. Além disso, este corredor, ao dirigir-se para Sul, também pode atravessar ou percorrer ao longo do Rio Mulauze (Infulene), uma das zonas húmidas mais importantes das cidades de Maputo e Matola. Portanto, está previsto que sejam afectados leitos de juncos e lagos colonizados por lírios de água, quando e se esta opção for escolhida. Estes impactos também iram afectar a fauna aquática durante as fases de construção e de manutenção. A fauna aquática, composta principalmente de aves aquátias e espécies dependents de água como os anfíbios, etc, estão propensas a sofrer estes distúrbios. Tendo em consideração a ecologia, a opção C para o corredor da conduta é a menos recomendada, pois vai causar grandes impactos. Além disso, este corredor passa perto de uma Reserva Privada de Caça com Safáris em Vundiça, onde várias espécies de animais selvagens de grande e médio porte (girafas, zebras, búfalos, avestruzes, cudos, inhalas) podem se deslocar livremente no interior. Existe a potencial possibilidade do Projecto perturbar esta reserva de caça e os habitats naturais Estação de Tratamento de Água Há três possíveis locais identificados para a construção da estação de tratamento de água: (i) perto da barragem de Corumana, (ii) a norte de Sabié, e (iii) a Sul de Pessene. Do ponto de vista ecológico a localização no Sul de Pessene seria boa, mas a área é constituída de terras agrícolas que teriam que ser adquiridas. A zona Norte de Sabié é composta por terras rochosas não-utilizadas, mas representa alguns habitats valiosos para a vida selvagem. O mesmo cabe para a área perto da Barragem de Corumana que pertence a ARA-Sul. Assim, não há alternativa preferida. A melhor solução técnica com relação a condições óptimas para tratamento de água e transporte de água deve ser tomada para a localização da estação de tratamento. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 105

107 Resumo das Alternativas Instalação Localização (ver Mapa 4-1 através de Mapa 4-4) Impacto Ecológico Impacto Social Ponto de extração Barragem de Corumana Baixo: Utilização de estruturas já existentes Baixo: para a construção, não tem que ser adquirida nenhuma terra adicional Ponto de extração Rio Incomáti Alto: nova represa, o reservatório a afectar a ecologia do rio, longas estradas de acesso através de áreas naturais Médio: têm de ser adquiridas terras agrícolas para o reservatório e para as estradas de acesso Corredor da Conduta a começar do local da Barragem de Corumana e a terminar no Centro de Distribuição de Tsalala A1 ou B1 /A2 (ca. 88 km) Baixo: a maior parte do corredor da tubulação segue estradas existentes e não requer nenhuma longa estrada de acesso Médio: aquisição de terras parcialmente agrícolas em áreas despovoadas. Montagem da condutamesmo na estrada, evitando acções de realocação na medida do possível, em áreas povoadas (por exemplo perto do Município da Matola). Zona intermediária de proteção necessária e possível ocorrência de danos em propriedades privadas durante a construção. Médio-alto: aquisição de terras parcialmente agrícolas em áreas despovoadas. Corredor da Conduta a começar do local da Barragem de Corumana e a terminar no Centro de Distribuição da Machava A1 ou /B2 (ca. 90 km) Baixo: a maior parte do corredor da tubulação segue estradas existentes e não requer nenhuma longa estrada de acesso, montagem do tubo mesmo na estrada, evitando acções de realocação na medida do possível, em áreas povoadas Montagem do tubo mesmo na estrada, evitando acções de realocação na medida do possível, em áreas povoadas (por exemplo perto do Município da Matola). A população em torno do Centro de Distribuição da Machava é mais densa do que em torno de Tsalala. Muita infra-estrutura É necessária uma Zona intermediária de proteção, e haverá possível ocorrência de danos em propriedades privadas durante a construção. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 106

108 Instalação Localização (ver Mapa 4-1 através de Mapa 4-4) Impacto Ecológico Impacto Social Médio-alto: aquisição de terras parcialmente agrícolas em áreas despovoadas. Corredor da Conduta a começar do local da Barragem de Corumana exigindo a construção de um novo Centro de Distribuição C (ca. 95 km) Médio: o corredor percorre parcialmente por áreas naturais intactas; haverá a necessidade de construção de longas estradas de acesso para abertura de áreas remotas. Montagem do tubo mesmo na estrada, evitando acções de realocação na medida do possível, em áreas povoadas (por exemplo na Cidade de Maputo). Perto da Cidade de Maputo é densamente povoado e equipado com uma série de infra-estruturas. É necessário o Direito Preferencial de Passagem, e haverá possível ocorrência de danos em propriedades privadas durante a construção. Corredor da conduta a começar a partir duma represa a ser construída no Rio Incomáti Iria reduzir o comprimento das diferentes redes de distribuição opcionadas com cerca de 20 km O mesmo que iniciar no Local da Barragem de Corumana O mesmo que iniciar no Local da Barragem de Corumana Centro de Distribuição Tsalala Baixo: uso de estruturas existentes; possível extensão em propriedades do FIPAG. Baixo: possível extensão na área existente da propriedade do FIPAG Centro de Distribuição Machava Baixo: uso de estruturas existentes; possível extensão em propriedades do FIPAG. Baixo: possível extensão na área existente da propriedade do FIPAG Centro de Distribuição Novo Centro Ainda desconhecido Ainda desconhecido: No entanto, espera-se que a privatização da terra tenha que ser adquirida Estação de Tratamento de Água Perto do Local da Barragem Médio: áreas naturais não povoadas; são necessárias novas estradas de acesso Baixo: terras improdutivas Estação de Tratamento de Água Norte de Sabié Médio: áreas naturais não povoadas; são necessárias novas estradas de acesso Baixo: terras improdutivas Estação de Tratamento de Água Sul de Pessene Baixo: terras agrícolas Médio: têm de ser adquiridas terras agrícolas Tabela 11-1: Avaliação comparativa preliminar das diferentes opções dando a intensidade / gravidade dos impactos. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 107

109 A partir destas conclusões, a seguinte classificação foi definida para as diferentes alternativas: Classificação Opção O local da Barragem de Corumana para Tsalala (Opção A) O local da Barragem de Corumana para Machava (Opção B) O local da Barragem de Corumana para o novo centro de distribuição (Opção C) Novo local da represa no Rio Incomáti, corredor da conduta para Tsalala. (Opção A) Novo local da represa no Rio Incomáti, corredor da conduta para Machava (Opção B) Novo local da represa no Rio Incomáti, corredor da conduta para o novo centro de distribuição (Opção C) Observações Corredor da conduta instalado ao longo das estradas existentes. Fácil acesso, sem necessidade de nenhuma estrada de acesso longa. Ao redor do Centro de Distribuição de Tsalala há menos povoação que na Machava. Corredor da conduta instalado ao longo das estradas existentes. Fácil acesso, sem necessidade de nenhuma estrada de acesso longa. Densamente povoado ao redor do Centro de Distribuição da Machava, existência de muitas infraestruturas. O corredor teria de atravessar áreas remotas e naturais que requerem longas estradas de acesso. Densamente povoado perto da Cidade de Maputo, existem muitas infraestruturas. Uma nova represa causaria impactos sobre a ecologia do rio e exigiria estradas de acesso ao local da barragem atravessando áreas naturais. Esta avaliação é independente da localização exacta da nova represa no Rio Incomáti. Ver Classificação 4 Ver Classificação 3 e 4 Tabela 11-2: Classificação das diferentes alternativas a partir de pontos de vista ecológicos e socioeconómicos 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 108

110 Como mostrado na Tab. 1-2: Classificação das diferentes alternativas (ver Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ) a partir de pontos de vista ecológicos e socioeconómicos Como mostrado na Error! Not a valid bookmark self-reference. a opção mais preferível é de extrair a água do local da Barragem de Corumana e transportá-la para Maputo através do corredor da conduta A / B, quer para Tsalala como para Machava (Mapa 1-1: Vista geral das diferentes opções para a captação de água, das redes (A, B, C) e possíveis locais para as estações de tratamento de água ). Para o Plano de Tratamento da Água não é possível oferecer uma opção preferível. Do ponto de vista ecológico o local d a Sul de Pessene seria o ideal, mas a área é constituída por terras agrícolas que têm de ser compradas. A zona Norte de Sabie é composta por terreno rochoso não usado, mas representa alguns habitats valiosos para a vida selvagem. O mesmo se aplica à área perto da Barragem de Corumana. A melhor solução técnica com relação às condições óptimas para tratamento e transporte da água será utilizada para a localização da estação de tratamento Identificação e Análise de Erros fatais O EPDA visa identificar e avaliar a possível existência de erros fatais que possam limitar a viabilidade de implementação do Projecto de expansão e melhoria do abastecimento de água para a Área do Grande Maputo. Concluiu-se que, no caso deste projecto não foram detectados erros fatais. A maioria das instalações técnicas propostas pode ser implementada sem graves impactos negativos sobre o meio ambiente, se forem elaboradas e executadas medidas de mitigação apropriadas. Somente a possível construção de uma nova represa no Rio Incomati poderá causar alguns impactos significativos, por exemplo sobre a ecologia do rio que vai exigir uma mitigação maior e sofisticada e medidas de compensação. Os impactos negativos previstos irão surgir principalmente durante o período de construção e são de natureza temporária. Um impacto positivo será o emprego da mão de obra local, incluindo aquela não qualificadas, durante o período de construção. Outro elemento positivo será o fornecimento de água a pequenos aglomerados ao longo do corredor da conduta, o que é assegurado pela instalação de uma bifurcação, com quatro vias planeadas para água tratada ao longo dos corredores. A partir daqui, pequenas localidades e partes do Norte da Área do Grande Maputo poderão ser servidas com água potável. Este é um dos requisitos principais para 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 109

111 evitar a recusa do projecto pelos habitantes, que no momento não têm acesso a água potável e até agora ainda não se beneficiam do Projecto. Uma questão adicional importante que surgiu durante o processo de Definição do Âmbito é a ocorrência de cianobactérias nos Rios Sabie e Incomati e também no reservatório da Barragem de Corumana. Como estas bactérias formam toxinas que podem prejudicar a saúde humana, este facto deve ser levado em consideração na concepção da futura Estação de Tratamento de Água. a opção mais preferível é de extrair a água do local da Barragem de Corumana e transportá-la para Maputo através do corredor da conduta A / B, quer para Tsalala como para Machava. Tendo em consideração as questões ecológicas e sócio-económicas, não pode ser dada uma recomendação clara para um dos locais das futuras instalações de tratamento. A melhor solução técnica com relação às condições óptimas para o tratamento e transporte da água será a que vai ser utilizada para a localização da estação de tratamento. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 110

112 12. Identificação e Análise de Erros fatais O EPDA visa identificar e avaliar a possível existência de erros fatais que podem limitar a possibilidade de implementação do Projecto de expansão e melhoria do abastecimento de água para a Área do Grande Maputo. Concluiu-se que, no caso deste projecto não foram detectados erros fatais. A maioria das instalações técnicas pretendidas pode ser implementada sem graves impactos negativos sobre o meio ambiente, se as medidas de mitigação apropriadas forem elaboradas e executadas. Só a possível construção de uma nova represa no Rio Incomáti poderá causar alguns impactos significativos, por exemplo sobre a ecologia do rio que vai exigir uma mitigação maior e sofisticada e medidas de compensação. Os impactos negativos previstos irão surgir, principalmente durante o período de construção e são de natureza temporária. Um impacto positivo será o emprego da mão de obralocal, incluindo a não qualificada, durante o período de construção. Outra questão positiva será o fornecimento de água a pequenos assentamentos ao longo do corredor da conduta, o que é assegurado pela instalação de uma bifurcação com quatro vias planeadas para água tratada ao longo dos corredores. A partir daqui, pequenas localidades e áreas a Norte da Área do Grande Maputo podem ser servidas com água potável. Este é um dos requisitos principais para evitar a recusa do projecto pelos habitantes que, de momento, não têm acesso a água potável e ainda não se beneficiam do Projecto. Uma questão adicional importante que surgiu durante o processo de definição do âmbito é a ocorrência de cianobactérias nos Rios Sabié e Incomáti e também no reservatório da Barragem de Corumana. Como estas bactérias formam toxinas que podem prejudicar a saúde humana, este facto deve ser levado em consideração na concepção da futura Estação de Tratamento de Água. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 111

113 13. Conclusão e Recomendações No processo de definição do âmbito, as localizações das alternativas préselecionadas para a captação de água e o corredor principal e das redes de distribuição foram pré-avaliados quanto aos seus impactos ecológicos e socioeconómico. Não foi possível detectar erros fatais na fase de definição do âmbito do projecto. Só no caso de ser necessário a construção de um novo açude, é que se vão verificar alguns impactos importantes sobre a ecologia do rio Incomáti. Nesse caso será necessário elaborar um conjunto de medidas de mitigação adequadas e de compensação para os bens que eventualmente serão afectados. Um dos maiores impactos positivos do projecto será o aumento da disponibilidade e do abastecimentode água potável para a população da Área do Grande Maputo. Além disso, a mão-de-obra local não qualificada irá encontrar trabalho durante o período da construção. Seguindo a previsão dos principais impactos ambientais que possam decorrer da aplicação do Projecto considera-se que os impactos importantes do projecto estão relacionados com aspectos socioeconómicos que podem ocorrer quando as áreas densamente povoadas forem atravessados pelas redes de distribuição, por exemplo, perto do centro de distribuição. Outro foco do futuro EIAS será direccionado para os aspectos de saúde quanto à qualidade da água potável. Estas questões, bem como os aspectos ecológicos serão investigados em detalhe como descrito nos respectivos Termos de Referência (TdR). O EIAS então incidirá sobre a opção de selecção final para o ponto de captação da água, o trajecto das redes e da localização final da instalação de água potável. Durante o processo de definição do âmbito, verificou-se que a captação de água no local da Barragem de Corumana terá menos impacto que a construção de um novo açuder no Rio Incomáti. Mesmo assim, a construção de um nov açude a jusante da confluência Sabie-Incomati iria encurtar o comprimento do corredor de redes de distribuição necessário em cerca de 20 km; esta opção causaria a necessidade de estradas de acesso mais longas ao local da represa passando através de áreas naturais. Além disso, no Rio Incomáti um pequeno reservatório será criado inundando antigos habitats terrestres. Em parte a ecologia do rio Incomati a montante será influenciada pela mudança no fluxo do rio. Isto terá efeitos sobre a fauna e a flora dentro e fora do antigo leito do rio. A fim de assegurar a possibilidade dos peixes migrarem também a montante da construção, uma passagem de peixe (escada de peixe) seria necessária. Tal passagem de peixe aumentaria os custos e poderá requerer mais terras. Relativamente ao corredor da conduta, a opção C que cruza áreas naturais remotas no Norte, seria a opção com o maior impacto ecológico. Há três localizações possíveis para a futura estação de tratamento de água em discussão. Com relação aos impactos ecológicos e socioeconómicos, não é possível sugerir uma recomendação clara para um destes locais. Em 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 112

114 qualquer dos casos, a melhor solução técnica será aquela que vai ser tomada para a localização da estação de tratamento. Por conseguinte, recomenda-se que a captação da água seja feita no local da Barragem de Corumana e o transporte seja feito quer para os centros de distribuição existentes no Tsalala ou em Machava. Estas opções são as que apresentam os menores impactos ambientais e socioeconómicos. 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 113

115 14. Referências 1. Darwall, W.R.T., Smith, K.G., Tuceddle, D. & Skelton, P The Status and Distribution of Freshwater Biodiversity of Southern Africa. UICN and SAIAB. Gland and Grahamstown. 120pp. 2. FIPAG 2011: Maputo Water Supply Project: Consulting Services for the Preparation of a Master Plan for the Greater Maputo Water Supply System. C. Lotti & Associati and SIM Spa GICO Branch 3. Parker, V O Atlas de Aves do Sul do Save. Moçambique, Avian Demography Unit and EWT. Cape Town and Johannesburg. 4. Pereira, C., R. Brouwer, M. Monjane and M. Falcao (2001). Charcoal potential in Southern Africa. University Eduardo Mondlane, Mozambique. 5. Romano, M. P Inventario dos recursos hídráulicos do distrito de Lourenço Marques. Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique, No. 103 p Romano, M.P. 1961: Hidrologia da s regiões de Moçambique situadas Junto da Fronteira. Boletim da Sociedade de estudos de Moçambique No p Romano, M.P. 1965: Constribuição para o estudo hidrologico da Bacia hidrográfica do Rio Incomati- Rios Comati e Crocodilo ( Africa do Sul e Swazilandia). Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique Vol. 35. No 143 p Romano, M.P. 1966: Contribuição para o estudo hidrológico da bacia hidrográfica do Incomati. Aproveitamento da Zona Semi-Arida a norte do Rio Incomati e a Leste do rio Sabie. Boletim da Sociedade de Estudos de Moçambique Vol. 35, No. 16. p Romano, M.P Hidrologia do Sabie. Boletim da Sociedade de Estudos de Mocambique No p Schmidt, E, Lotter, M. and MacClelaad W Trees and shrubs of Mpumalanga and Kruger National Park. Jacana, Durban 11. Thieme, M.L., Abell, R., Stiassny.M.L.J & Skelton.P Freshwater Ecoregions of Africa and Madagascar: A conservation assessment. WWF 12. Van Rensburg, B.J., Chown,S.L., Van Jaarsveld, A.S. & McGeoch, M.A, Spatial variation and biogeography of Sand Forest avian assemblages in South Africa. Journal of Biogeography, 27, P01 FICHTNER/AustralCOWI 114

116 15. Anexos 15.1 Actas das Reuniões Data Agência/Instituição Local Nome/Posição da Pessoa Consultada Razão da Visita 30 de Abril de 2012 União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) Maputo Maria Regina Cruz Kol Coordenadora Nacional Introdução ao Projecto Possíveis preocupações e recomendações 2 de Maio de 2012 Justiça Ambiental Maputo Anabela Lemus Directora Daniel Ribeiro Gestor de Programas Silvia Dolores Funcionária Introdução ao Projecto Possíveis preocupações e recomendações 2 de Maio de 2012 Centro Terra Viva Maputo Cristine Louro Directora Executiva Introdução ao Projecto Possíveis preocupações e recomendações 3 de Maio de 2012 Posto Administrativo de Moamba-Sede Vila de Moamba Alberto Jamisse Chefe do Posto Administrativo Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 3 de Maio de 2012 Posto Administrativo de Pessene Vila de Pessene João Chichongue Chefe do Posto Administrativo Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 3 de Maio de 2012 Posto Administrativo de Sabié Vila do Sabié Moisés Muianga Chefe do Posto Administrativo Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 3 de Maio de 2012 Localidade de Sabié-Sede Vila do Sabié Salomão Zita Chefe da Localidade Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 4 de Maio de 2012 Município da Matola Cidade da Matola Berta José Vereadora para Mercados, Feiras, Desenvolvimento Rural e Águas Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 4 de Maio de 2012 Posto Administrativo Municipal da Machava Bairro da Machava Milagre Manhique Chefe do Posto Administrativo Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 115

117 Data Agência/Instituição Local Nome/Posição da Pessoa Consultada 4 de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de 2012 Bairro da Machava-Sede Bairro de Tsalala Localidade de Pessene- Sede Localidade de Sunduine Administração do Distrito de Moamba Distrito Municipal de KaMabukuana Posto Administrativo Municipal do Infulene Localidade de Vundiça Privado Localidade de Mahulane Bairro da Machava- Sede Bairro de Tsalala Vila de Pessene Vila do Sabié Vila de Moamba Cidade de Maputo Bairro do Infulene Vila de Vundiça Maputo Vila de Mahulane Fausto Nhacundela Secretário do Bairro Simeone Timba Secretário do Bairro Marta de Jesus Chefe da Localidade Cândido Cumbane Chefe da Localidade Maria Angela Administradora do Distrito David Congua Administrador do Distrito Júlio Maomane Chefe do Posto Administrativo Amosse Chivambo Chefe da Localidade Köeti Serôdio Cientista formado na Universidade de Maputo Nelson Massinga Chefe da Localidade Razão da Visita Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto Problemas relacionados com algas verdes azuladas (Cianobactérias) e Tratamento da Água Potável Introdução ao Projecto Recolha de Dados Possíveis Interesses e Recomendações sobre o Projecto 22 de Maio de 2012 Universidade de Maputo Maputo Aidate Mussagy Professor e Limnólogo Problemas relacionados com algas verdes azuladas (Cianobactérias) e Tratamento da Água Potável no reservatório da Barragem de Corumana e no Rio Incomáti 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 116

118 15.2 Resultados Preliminares das Reuniões com as ONGs e Administrações Afectadas pelo Projecto IUCN, Não há grandes preocupações quanto a implementação do Projecto. Áreas protegidas não serão afectadas. A atenção deve ser tomada quanto à ocorrência de Reservas Privadas de Caça. O trajecto das redes de distribuição C aparenta ser a opção com mais impactos negativos (longas novas estradas de acesso serão necessárias ao abrir as áreas remotas). A captação a partir da Barragem de Corumana é mais favorável que a construção de uma nova represa no Rio Incomáti. Justiça Ambiental, Grandes preocupações não foram demonstradas tanto quanto ao trajecto das linhas ou quanto a localização da instalação. A opção C para o trajecto das redes de distribuição aparenta ser a opção menos favorável pois esta atravessa áreas remotas sem estradas causando a necessidade de novas estradas de acesso. As seguintes infraestruturas serão tomadas em conta nos estudos da AIAS: O cruzamento da tubulação com a linha férrea Maputo-Moamba ao Norte; A tubulação de combustível do Porto de Maputo à Africa do Sul. O Reservatório de Corumana será escolhido como ponto de captação pelas seguintes razões: Recentes investigações revelaram a ocorrência de Cianobactérias no Rio Sabié. Estas tendem a florescer ao alcançar o segmento a jusante do Rio Sabié, isto porque ao caírem na represa as bactérias são destruídas e libertam mais toxinas. Estas bactérias produzem toxinas chamadas Microcistinas que causam sintomas ao Homem similares aos da Cólera. Assume-se que muitos dos surtos de Cólera no Sul de Moçambique foram causados por estas Cianobactérias. Uma vez que a concentração destas bactérias no reservatório é muito inferior que no segmento a jusante do Rio Sabié, é recomendado que se extraia a água do reservatório. Seria difícil remover esta toxina com um procedimento regular na estação de produção de água potável (ver abaixo, Universidade de Maputo, ). A água do Rio Sabié provém dos interiors do Parque Nacional Kruger. Desta forma é esperado que a qualidade da água se mantenha boa também a nível futuro O Rio Sabie origina no Monte Anderson e cruza o Parque do Kruger antes de chegar a Moçambique. É alimentado pelo Rio Sand fora do parque, mas obtém a maioria da sua água de afluentes menores no interior do parque 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 117

119 Do lado sul-africano está prevista a barragem do Rio dos Elefantes devido a propósitos mineiros que iriam deterioram a qualidade das águas da bacia hidrográfica 24. Mapa 15-1: Origem dos Rios Elefantes, Sabié e Incomáti Centro Terra Viva, Preocupações foram levantadas quanto à pretensão da captação das águas via um novo dique no Rio Incomáti. A opção Barragem de Corumana para Tsalala/Machava deveria ser preferida porque os impactos ecológicos seriam menores. Köeti Serôdio, Há 10 anos atrás a Senhora Serôdio realizou um estudo científico que revelou que havia uma ocorrência de Cianobactérias no Rio Umbelúzi. As chamadas algas verdes-azuis, libertam para o ambiente uma toxina que causa sintomas similares a cólera ao homem. Alguns dos supostos surtos na Área do Grande Maputo nos últimos anos foram causados por estas cianobactérias. Até então, ela não tinha conhecimento de estudos sobre os rios Sabié e Incomáti, mas se estas bactérias ocorrerem, uma atenção específica deve ser tomada no tratamento da água para a destruição das toxinas. 24 O Rio dos Elefantes provém da bacia do Limpopo e não afectaria a qualidade das águas tanto dos Rios Sabie como Incomati. (ver Mapa 15-1). 7753P01 FICHTNER/AustralCOWI 118

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério das Obras Públicas e Habitação PROJECTO DE APOIO INSTITUCIONAL E AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA Identificação do Projecto: P0104566 Estudo de Impacto Ambiental e Social para

Leia mais

Programa de Desenvolvimento Social

Programa de Desenvolvimento Social Programa de Desenvolvimento Social Introdução A Portucel Moçambique assumiu um compromisso com o governo moçambicano de investir 40 milhões de dólares norte-americanos para a melhoria das condições de

Leia mais

A sustentabilidade na prática: Uso do painel solar em benefício aos residentes do distrito de Moamba- Maputo

A sustentabilidade na prática: Uso do painel solar em benefício aos residentes do distrito de Moamba- Maputo A sustentabilidade na prática: Uso do painel solar em benefício aos residentes do distrito de Moamba- Maputo 1.Introdução Desenvolvimento sustentavel é a utilizacao dos recursos naturais, sem transformar

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

NND 09.10. Desminagem

NND 09.10. Desminagem NND 09.10 Normas Nacionais de Desminagem Desminagem Instituto Nacional de Desminagem (IND) Maputo, Moçambique Telefone: +258 1 418577/8; +258 82 3023650; 258 82 3023470 Fax: +258 1 418577 Email: info@ind.gov.mz

Leia mais

ARTIGO TÉCNICO. Os objectivos do Projecto passam por:

ARTIGO TÉCNICO. Os objectivos do Projecto passam por: A metodologia do Projecto SMART MED PARKS ARTIGO TÉCNICO O Projecto SMART MED PARKS teve o seu início em Fevereiro de 2013, com o objetivo de facultar uma ferramenta analítica de confiança para apoiar

Leia mais

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O POSTO DE CONSELHEIRO EM GESTÃO DE FINANÇAS PUBLICAS

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O POSTO DE CONSELHEIRO EM GESTÃO DE FINANÇAS PUBLICAS I. Introdução TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O POSTO DE CONSELHEIRO EM GESTÃO DE FINANÇAS PUBLICAS O melhoramento da prestação de serviços públicos constitui uma das principais prioridades do Governo da Província

Leia mais

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO Seminário sobre Pobreza Urbana Maputo, 16 de Abril de 2009 RAZOES E FILOSOFIA DO PEUMM O PEUM é o primeiro plano de ordenamento urbano elaborado pelo próprio

Leia mais

Curso Agenda 21. Resumo da Agenda 21. Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS

Curso Agenda 21. Resumo da Agenda 21. Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS Resumo da Agenda 21 CAPÍTULO 1 - Preâmbulo Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS CAPÍTULO 2 - Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas

Leia mais

Projetos Internacionais

Projetos Internacionais Projetos Internacionais Projetos Nacionais de Desenvolvimento Nacional de Água (I e II) - Banco Mundial (IDA) Cerca de 130 milhões USD (1998-2007) para a produção de água em zonas rurais e urbanas e para

Leia mais

Apresentado por: Miquelina Menezes Maputo, 17 de Novembro de 2011

Apresentado por: Miquelina Menezes Maputo, 17 de Novembro de 2011 Energia Para Moçambique Análise do potencial do país no âmbito da geração de energias renováveis e revisão dos projectos de energia solar, eólica, hídrica, biomassa e biodiesel Apresentado por: Miquelina

Leia mais

Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias

Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias TERMO DE REFERÊNCIA Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias 1. Contexto e Justificação O Programa conjunto sobre o Empoderamento da Mulher

Leia mais

1ª SESSÃO: QUESTÕES E OPÇÕES

1ª SESSÃO: QUESTÕES E OPÇÕES Trade and Investment Project Transporte Urbano Presentation to FEMATRO, Maputo -- 22 Maio 2008 Richard Iles Teresa Muenda 1ª SESSÃO: QUESTÕES E OPÇÕES 1 1 PROBLEMAS DOS TRANSPORTES URBANOS EM MAPUTO Níveis

Leia mais

POLÍTICA E ESTRATÉGIA DE HABITAÇÃO PARA MOÇAMBIQUE

POLÍTICA E ESTRATÉGIA DE HABITAÇÃO PARA MOÇAMBIQUE POLÍTICA E ESTRATÉGIA DE HABITAÇÃO PARA MOÇAMBIQUE Apresentado por :Zefanias Chitsungo (Director Nacional de Habitação e Urbanismo) INTRODUÇÃO Moçambique tem mais de 20 milhões de habitantes; sendo que

Leia mais

6º Fórum Mundial da Água

6º Fórum Mundial da Água 6º Fórum Mundial da Água A gestão integrada de recursos hídricos e de águas residuais em São Tomé e Príncipe como suporte da segurança alimentar, energética e ambiental Eng.ª Lígia Barros Directora Geral

Leia mais

Conceitos Básicos para Avaliação de Impactos Ambientais. [Kemal Vaz] [2 F 10:15 11:15]

Conceitos Básicos para Avaliação de Impactos Ambientais. [Kemal Vaz] [2 F 10:15 11:15] Conceitos Básicos para Avaliação de Impactos Ambientais [Kemal Vaz] [2 F 10:15 11:15] Revisão: Definição da AIA A avaliação do Impacto Ambiental (AIA) é Um processo formal para identificar: Efeitos esperados

Leia mais

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade: Evolução do conceito 2 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da :. evolução do conceito. gestão pela total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9000:2000 gestão pela total garantia da controlo

Leia mais

Instalações Eléctricas de Serviço Particular

Instalações Eléctricas de Serviço Particular Colégio de Engenharia Electrotécnica Instalações Eléctricas de Serviço Particular A problemática do enquadramento legal das Instalações Eléctricas de Serviço Particular tem sido objecto, ao longo do tempo,

Leia mais

Importância de Moçambique em termos ambientais. Situação de pobreza em que vive a maioria da população moçambicana. Corrida aos recursos naturais

Importância de Moçambique em termos ambientais. Situação de pobreza em que vive a maioria da população moçambicana. Corrida aos recursos naturais Carlos Manuel Serra Importância de Moçambique em termos ambientais. Situação de pobreza em que vive a maioria da população moçambicana. Corrida aos recursos naturais destaque para os petrolíferos e mineiros

Leia mais

GIRH como Ferramenta de Adaptação às Mudanças Climáticas. Adaptação em Gestão das Águas

GIRH como Ferramenta de Adaptação às Mudanças Climáticas. Adaptação em Gestão das Águas GIRH como Ferramenta de Adaptação às Mudanças Climáticas Adaptação em Gestão das Águas Meta e objetivos da sessão Meta considerar como a adaptação às mudanças climáticas pode ser incorporada na gestão

Leia mais

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva 1. INTRODUÇÃO Pretende-se com o presente trabalho, desenvolver uma rede de percursos cicláveis para todo o território do Município do Barreiro, de modo a promover a integração da bicicleta no sistema de

Leia mais

CEF/0910/26436 Relatório final da CAE (Univ) - Ciclo de estudos em funcionamento

CEF/0910/26436 Relatório final da CAE (Univ) - Ciclo de estudos em funcionamento CEF/0910/26436 Relatório final da CAE (Univ) - Ciclo de estudos em funcionamento Caracterização do ciclo de estudos Perguntas A.1 a A.9 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Universidade

Leia mais

Descrição de Tarefas para a Posição de Director de Programas, Políticas e Comunicação da AAMOZ

Descrição de Tarefas para a Posição de Director de Programas, Políticas e Comunicação da AAMOZ Descrição de Tarefas para a Posição de Director de Programas, Políticas e Comunicação da AAMOZ ActionAid é uma federação internacional trabalhando para erradicar a pobreza e a injustiça. A ActionAid foi

Leia mais

Seminário Acção Social Produtiva em Moçambique: Que possibilidades e opções?

Seminário Acção Social Produtiva em Moçambique: Que possibilidades e opções? Seminário Acção Social Produtiva em Moçambique: Que possibilidades e opções? A Acção Social Produtiva no Quadro da Regulamentação do Subsistema de Segurança Social Básica e da Estratégia Nacional e Segurança

Leia mais

PLANO DE AÇÃO NACIONAL DO PATO MERGULHÃO

PLANO DE AÇÃO NACIONAL DO PATO MERGULHÃO OBJETIVO GERAL O objetivo deste plano de ação é assegurar permanentemente a manutenção das populações e da distribuição geográfica de Mergus octosetaceus, no médio e longo prazo; promover o aumento do

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Orientação nº 1/2008 ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA LOCAL DE DESENVOLVIMENTO (EDL) EIXO 4 REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Orientação nº 1/2008 ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA LOCAL DE DESENVOLVIMENTO (EDL) EIXO 4 REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Programa de da ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA LOCAL DE DESENVOLVIMENTO (ELD) 1 / 16 Programa de da 1. Caracterização Socioeconómica do Território A caracterização do território deve centrar-se em dois aspectos

Leia mais

Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais. Procedimentos

Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais. Procedimentos Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais EQUASS Assurance Procedimentos 2008 - European Quality in Social Services (EQUASS) Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução total ou parcial

Leia mais

1. Promover a melhoria das condições de vida das população das áreas susceptíveis

1. Promover a melhoria das condições de vida das população das áreas susceptíveis CNCCD -PROPOSTA DE PROGRAMA DE ACÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO 2011 / 2020 1. Promover a melhoria das condições de vida das população das áreas susceptíveis 1- Promover a melhoria das condições

Leia mais

OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR

OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR UMA ABORDAGEM DO SETOR PARA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS SOBRE DETERMINAÇÃO, AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RISCO AMBIENTAL E SOCIAL EM FINANCIAMENTO DE PROJETOS Florianópolis Junho/2004

Leia mais

Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7. 1. Antecedentes

Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7. 1. Antecedentes Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7 Ref: Contratação de consultoria pessoa física para desenvolver o Plano de Uso Público para a visitação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro concentrando na análise

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 300 ÍNDICE

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 300 ÍNDICE Directriz de Revisão/Auditoria 300 PLANEAMENTO Junho de 1999 ÍNDICE Parágrafos Introdução 1-4 Planeamento do Trabalho 5-8 Plano Global de Revisão / Auditoria 9-10 Programa de Revisão / Auditoria 11-12

Leia mais

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020 Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020 Medida 1 INOVAÇÃO Ação 1.1 GRUPOS OPERACIONAIS Enquadramento Regulamentar Artigos do Regulamento (UE) n.º 1305/2013, do Conselho e do Parlamento

Leia mais

Gestão de Energia e Eficiência Energética nas Empresas O enquadramento legal!

Gestão de Energia e Eficiência Energética nas Empresas O enquadramento legal! Gestão de Energia e Eficiência Energética nas Empresas O enquadramento legal! 25 de Janeiro de 2013 Agenda: Enquadramento Legislativo e Regulamentar adequado à Utilização de Energia nas empresas; Âmbito

Leia mais

MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL

MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL República de Moçambique MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL Maputo, 06 de Outubro de 2006 1 PORQUE INSISTIR NO MEIO RURAL? Representa mais de 95% do território

Leia mais

DECLARAÇÃO DE POSICIONAMENTO DO IIA: O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA

DECLARAÇÃO DE POSICIONAMENTO DO IIA: O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA Permissão obtida junto ao proprietário dos direitos autorais, The Institute of Internal Auditors, 247 Maitland Avenue, Altamonte Springs, Florida 32701-4201, USA, para publicar esta tradução, a qual reflete

Leia mais

Promoção da actividade resineira em Portugal no âmbito da PAC pós 2013

Promoção da actividade resineira em Portugal no âmbito da PAC pós 2013 Promoção da actividade resineira em Portugal no âmbito da PAC pós 2013 Francisco Avillez (Professor Emérito do ISA, UTL e coordenado científico da AGR.GES) 16 de Abril de 2013 1. Evolução do pinheiro bravo

Leia mais

MMX - Controladas e Coligadas

MMX - Controladas e Coligadas POLITICA CORPORATIVA PC. 1.16.01 Política de Meio Ambiente Emissão: 02/10/06 1 Objetivo: Estabelecer diretrizes visando proteger os recursos naturais e o meio ambiente em todas das unidades operacionais.

Leia mais

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO Curso: Gestão Ambiental campus Angra Missão O Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Estácio de Sá tem por missão a formação de Gestores Ambientais

Leia mais

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM I.UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

Leia mais

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves 1. Introdução A energia eólica é a fonte de energia que regista maior crescimento em todo o mundo. A percentagem

Leia mais

Controlo da Qualidade Aula 05

Controlo da Qualidade Aula 05 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da qualidade:. evolução do conceito. gestão pela qualidade total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9001:2000 Evolução do conceito 2 gestão pela qualidade

Leia mais

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento Caracterização do ciclo de estudos Perguntas A.1 a A.9 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora:

Leia mais

TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES QUE PODEM AFECTAR O SISTEMA

TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES QUE PODEM AFECTAR O SISTEMA TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES A nova norma ISO 9001, na versão de 2008, não incorpora novos requisitos, mas apenas alterações para esclarecer os requisitos

Leia mais

Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari

Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari Plano de Monitoramento dos Impactos Sociais do Projeto de Carbono no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari Monitoramento dos Impactos à Comunidade Plano de monitoramento dos impactos sociais Os impactos

Leia mais

Síntese da Conferência

Síntese da Conferência Síntese da Conferência Sob o lema Saneamento para Todos, Responsabilidade de Todos realizou-se de 14 a 16 de Maio de 2014, a Conferência Nacional de Saneamento, no Centro de Conferências Joaquim Chissano,

Leia mais

REGULAMENTO BOLSA DE ÁRVORES AUTÓCTONES

REGULAMENTO BOLSA DE ÁRVORES AUTÓCTONES REGULAMENTO BOLSA DE ÁRVORES AUTÓCTONES 1 REGULAMENTO BOLSA DE ÁRVORES AUTÓCTONES PROJETO FLORESTA COMUM PREÂMBULO Tendo por base o protocolo celebrado entre a AFN Autoridade Florestal Nacional, o ICNB,

Leia mais

TENDÊNCIAS ACTUAIS DA LEGISLAÇÃO DE BARRAGENS. Laura Caldeira

TENDÊNCIAS ACTUAIS DA LEGISLAÇÃO DE BARRAGENS. Laura Caldeira TENDÊNCIAS ACTUAIS DA LEGISLAÇÃO DE BARRAGENS Laura Caldeira Índice 1. Conceitos de segurança estrutural 2. Conceitos de risco 3. Utilização de sistemas de classificação 4. Considerações finais 2 1. Conceitos

Leia mais

EXPERIÊNCIA DE MOÇAMBIQUE NA IMPLEMENTAÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL BÁSICA

EXPERIÊNCIA DE MOÇAMBIQUE NA IMPLEMENTAÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL BÁSICA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL EXPERIÊNCIA DE MOÇAMBIQUE NA IMPLEMENTAÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL BÁSICA 16 DE OUTUBRO DE 2013 1 CONTEXTO DE MOÇAMBIQUE Cerca de 23 milhões de

Leia mais

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA Patrocinada e reconhecida pela Comissão Europeia no âmbito dos programas Sócrates. Integração social e educacional de pessoas com deficiência através da actividade

Leia mais

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NIP: Nº DO RELATÓRIO: DENOMINAÇÃO DA EMPRESA: EQUIPA AUDITORA (EA): DATA DA VISITA PRÉVIA: DATA DA AUDITORIA: AUDITORIA DE: CONCESSÃO SEGUIMENTO ACOMPANHAMENTO

Leia mais

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança)

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) 1 - Apresentação Grau Académico: Mestre Duração do curso: : 2 anos lectivos/ 4 semestres Número de créditos, segundo o Sistema

Leia mais

A Evolução dos Serviços de Água em Portugal

A Evolução dos Serviços de Água em Portugal A Evolução dos Serviços de Água em Portugal AcquaLifeExpo Lisboa, 22-25 de Março de 2012 Centro Empresarial Torres de Lisboa Rua Tomás da Fonseca, Torre G 8º 1600-209 LISBOA - PORTUGAL www.ersar.pt Tel.:

Leia mais

ANEXO NOTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCIA INTERNACIONAL

ANEXO NOTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCIA INTERNACIONAL ANEXO NOTIFICAÇÃO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL SOLICITAÇÃO DE ASSISTÊNCIA INTERNACIONAL A: Tel:( ) Em caso de emergência somente: ( ) Fax: ( )...ou (...)... Correio eletrônico: Internet: http://www. De: Nome:

Leia mais

EXPORTAR MAIS - PLANO DE ACÇÃO 2008

EXPORTAR MAIS - PLANO DE ACÇÃO 2008 EXPORTAR MAIS - PLANO DE ACÇÃO 2008 AEP - Associação Empresarial de Portugal Direcção de Serviços às Empresas Internacionalização e Promoção Externa Leça da Palmeira, 26 de Junho de 2008 A/C Direcção Comercial/Exportação

Leia mais

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CHECK - LIST - ISO 9001:2000 REQUISITOS ISO 9001: 2000 SIM NÃO 1.2 APLICAÇÃO A organização identificou as exclusões de itens da norma no seu manual da qualidade? As exclusões são relacionadas somente aos requisitos da sessão 7 da

Leia mais

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS PLANOS DE CONTINGÊNCIAS ARAÚJO GOMES Capitão SC PMSC ARAÚJO GOMES defesacivilgomes@yahoo.com.br PLANO DE CONTINGÊNCIA O planejamento para emergências é complexo por suas características intrínsecas. Como

Leia mais

A certificação de Qualidade para a Reparação Automóvel.

A certificação de Qualidade para a Reparação Automóvel. A certificação de Qualidade para a Reparação Automóvel. Projecto A Oficina+ ANECRA é uma iniciativa criada em 1996, no âmbito da Padronização de Oficinas ANECRA. Este projecto visa reconhecer a qualidade

Leia mais

REDES COMUNITÁRIAS. Casos Internacionais. Stokcab Municipios de Estocolmo. MetroWeb Municipios de Milão

REDES COMUNITÁRIAS. Casos Internacionais. Stokcab Municipios de Estocolmo. MetroWeb Municipios de Milão REDES COMUNITÁRIAS Casos Internacionais Stokcab Municipios de Estocolmo MetroWeb Municipios de Milão BorderLight.net Municipios da Suécia / Cidade de Uppsala Utopia.net Municipios do Estado do Utah 0 O

Leia mais

Enquadramento Turismo Rural

Enquadramento Turismo Rural Enquadramento Turismo Rural Portugal é um País onde os meios rurais apresentam elevada atratividade quer pelas paisagens agrícolas, quer pela biodiversidade quer pelo património histórico construído o

Leia mais

PROGRAMA DE AJUDA DIRECTA 2015-2016 Requisitos & Instruções

PROGRAMA DE AJUDA DIRECTA 2015-2016 Requisitos & Instruções PROGRAMA DE AJUDA DIRECTA 2015-2016 Requisitos & Instruções Cabo Verde VI Edição São Tomé e Príncipe IV Edição Guiné-Bissau II Edição O que é o Programa de Ajuda Directa (PAD)? O PAD é gerido pela Embaixada

Leia mais

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva PROCESSO DE AVALIAÇÃO EM CONTEXTOS INCLUSIVOS PT Preâmbulo Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva A avaliação inclusiva é uma abordagem à avaliação em ambientes inclusivos em que as políticas e

Leia mais

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DO MAPUTO DIRECÇÃO PROVINCIAL PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DO MAPUTO DIRECÇÃO PROVINCIAL PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DO MAPUTO DIRECÇÃO PROVINCIAL PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL A DPCAM é uma instituição pública que se subordina ao Ministério para a Coordenação da Acção

Leia mais

Reflexões sobre o Quinto relatório de avaliação do IPCC constatações e complexidades Natal outubro 2015. CAROLINA DUBEUX carolina@ppe.ufrj.

Reflexões sobre o Quinto relatório de avaliação do IPCC constatações e complexidades Natal outubro 2015. CAROLINA DUBEUX carolina@ppe.ufrj. Reflexões sobre o Quinto relatório de avaliação do IPCC constatações e complexidades Natal outubro 2015 CAROLINA DUBEUX carolina@ppe.ufrj.br A mudança do clima e a economia Fonte: Adaptado de Margulis

Leia mais

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem www.bettercotton.org Orientação Text to go here O documento Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem da BCI proporciona uma estrutura para medir as mudanças

Leia mais

MINISTÉRIO DO AMBIENTE

MINISTÉRIO DO AMBIENTE REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DO AMBIENTE O Ministério do Ambiente tem o prazer de convidar V. Exa. para o Seminário sobre Novos Hábitos Sustentáveis, inserido na Semana Nacional do Ambiente que terá

Leia mais

Informação sobre Ecossistemas Locais

Informação sobre Ecossistemas Locais Informação sobre Ecossistemas Locais Bandeira Azul 2015 1. Biodiversidade local O litoral de Vila Nova de Gaia apresenta uma considerável biodiversidade, com fauna e flora característica dos substratos

Leia mais

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Universitas, Crl A.1.a. Descrição

Leia mais

C.P.L.P. Fundado em 17 de Julho de 1996; Comunidade dos países de língua portuguesa;

C.P.L.P. Fundado em 17 de Julho de 1996; Comunidade dos países de língua portuguesa; Guiné-Bissau SNIRH C.P.L.P. Fundado em 17 de Julho de 1996; Comunidade dos países de língua portuguesa; Países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 Índice Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 PROJECTO DE DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 860 Dezembro de 2008 Relatório Sobre o Sistema de Controlo Interno das Instituições de Crédito e Sociedades

Leia mais

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020 Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para 2014-2020 Medida 2 CONHECIMENTO Ação 2.2 ACONSELHAMENTO Enquadramento Regulamentar Artigos do Regulamento (UE) n.º 1305/2013, do Conselho e do Parlamento

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE. Preâmbulo

CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE. Preâmbulo CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE MONCHIQUE Preâmbulo Considerando que a participação solidária em acções de voluntariado, definido como conjunto de acções de interesse

Leia mais

Segurança e Higiene do Trabalho

Segurança e Higiene do Trabalho Guia Técnico Segurança e Higiene do Trabalho Volume XXXI Trabalhos com segurança em telhados um Guia Técnico de Copyright, todos os direitos reservados. Este Guia Técnico não pode ser reproduzido ou distribuído

Leia mais

Grupo de Trabalho para as Questões da Pessoa Idosa, Dependente ou Deficiente de Grândola REGULAMENTO INTERNO

Grupo de Trabalho para as Questões da Pessoa Idosa, Dependente ou Deficiente de Grândola REGULAMENTO INTERNO Grupo de Trabalho para as Questões da Pessoa Idosa, Dependente ou Deficiente de Grândola REGULAMENTO INTERNO Maio de 2011 Preâmbulo As alterações demográficas que se têm verificado na população portuguesa

Leia mais

Monitorização e Auditoria

Monitorização e Auditoria Monitorização e Auditoria Duas fases no processo de AIA, enquanto processo de planeamento e gestão ambiental: - A fase preditiva da pré-decisão e; - A fase de gestão da pós-decisão. A avaliação da capacidade

Leia mais

Programa de Apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social

Programa de Apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social Programa de Apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social Enquadramento Com base numa visão estratégica de desenvolvimento social que valorize a rentabilização dos recursos técnicos e financeiros

Leia mais

O AGENTE DA MOBILIDADE URBANA NO SISTEMA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL

O AGENTE DA MOBILIDADE URBANA NO SISTEMA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL O AGENTE DA MOBILIDADE URBANA NO SISTEMA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL Autores: Carlos Aparecido de Lima - carlosaparecido@emdec.com.br José Eduardo Vasconcellos - eduardovasconcellos@emdec.com.br Carlos Roberto

Leia mais

EDP. PREPARAR A ECONOMIA DO CARBONO Eficiência energética em alerta vermelho EMPRESA

EDP. PREPARAR A ECONOMIA DO CARBONO Eficiência energética em alerta vermelho EMPRESA EDP PREPARAR A ECONOMIA DO CARBONO Eficiência energética em alerta vermelho EMPRESA O Grupo EDP Energias de Portugal centra as suas actividades na produção, distribuição e comercialização de energia eléctrica,

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO

REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO INTRODUÇÃO A cultura Comunitária é a expressão concreta de tentar proporcionar aqueles que mais precisam a ajuda necessária para começar de novo a viver. O Centro

Leia mais

IT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1)

IT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1) 6 Sistemas de irrigação (parte 1) 6.1 Considerações iniciais Aplicação artificial de água ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade necessária ao desenvolvimento das plantas nele

Leia mais

Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2. 1. Antecedentes

Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2. 1. Antecedentes Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2 Ref: Contratação de consultoria pessoa física para realização de um plano de sustentabilidade financeira para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no âmbito da

Leia mais

Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Enquadramento Legal

Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Enquadramento Legal AICCOPN Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis - Obrigações Gerais do Empregador SERVIÇOS DE ENGENHARIA/SEGURANÇA AICCOPN - 07 de Junho de

Leia mais

NCE/11/01396 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/11/01396 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/11/01396 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: E.I.A. - Ensino, Investigação

Leia mais

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Fedrave - Fundação Para O Estudo E

Leia mais

O Programa de Acção Territorial do Escarpão

O Programa de Acção Territorial do Escarpão O Programa de Acção Territorial do Escarpão João Telha CEDRU - Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda Seminário Indústria Extractiva Ordenamento Territorial e Licenciamento de Pedreiras

Leia mais

Debate Quinzenal Economia Intervenção do Primeiro-Ministro José Sócrates

Debate Quinzenal Economia Intervenção do Primeiro-Ministro José Sócrates Debate Quinzenal Economia Intervenção do Primeiro-Ministro José Sócrates 11.02.2009 1. A execução da Iniciativa para o Investimento e o Emprego A resposta do Governo à crise económica segue uma linha de

Leia mais

PROCEDIMENTOS DE MUDANÇA DE COMERCIALIZADOR - CONSULTA PÚBLICA -

PROCEDIMENTOS DE MUDANÇA DE COMERCIALIZADOR - CONSULTA PÚBLICA - PROCEDIMENTOS DE MUDANÇA DE COMERCIALIZADOR - CONSULTA PÚBLICA - 1. ENQUADRAMENTO Na sequência da consulta pública acima mencionada, promovida conjuntamente pelos reguladores português e espanhol, vem

Leia mais

"Água e os Desafios do. Setor Produtivo" EMPRESAS QUE DÃO ATENÇÃO AO VERDE DIFICILMENTE ENTRAM NO VERMELHO.

Água e os Desafios do. Setor Produtivo EMPRESAS QUE DÃO ATENÇÃO AO VERDE DIFICILMENTE ENTRAM NO VERMELHO. "Água e os Desafios do Setor Produtivo" EMPRESAS QUE DÃO ATENÇÃO AO VERDE DIFICILMENTE ENTRAM NO VERMELHO. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E O PAPEL DE CADA UM É o desenvolvimento que atende às necessidades

Leia mais

GRANDES BARRAGENS: ENERGIA VERDE OU ESVERDEADA?

GRANDES BARRAGENS: ENERGIA VERDE OU ESVERDEADA? GRANDES BARRAGENS: ENERGIA VERDE OU ESVERDEADA? Paula CHAINHO Novas Barragens, Porto, 28 de Fevereiro PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS Objectivos a) Contribuição para as metas de produção de energia com

Leia mais

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Alteração ao Regime Jurídico da Avaliação do Ensino Superior Num momento em que termina o ciclo preliminar de avaliação aos ciclos de estudo em funcionamento por parte da Agência de Avaliação e Acreditação

Leia mais

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Ponto de situação em 31 de Outubro de 2007 As listas de consumidores com direito à restituição de caução foram

Leia mais

PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO

PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO Novembro/2014 Índice INTRODUÇÃO... 3 Balanço da execução do plano... 4 Conclusão... 5 Recomendações... 8 REVISÃO DO

Leia mais

Como melhorar a Sustentabilidade através da implementação de um Sistema Integrado de Gestão Qualidade, Ambiente e Segurança

Como melhorar a Sustentabilidade através da implementação de um Sistema Integrado de Gestão Qualidade, Ambiente e Segurança Como melhorar a Sustentabilidade através da implementação de um Sistema Integrado de Gestão Qualidade, Ambiente e Segurança ENQUADRAMENTO O QUE SE PRETENDE? A IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO

Leia mais

Qualidade dos EIA Critérios para avaliação

Qualidade dos EIA Critérios para avaliação Engenharia Civil: 5º ano / 10º semestre Engenharia do Territorio: 4º ano / 8º semestre Qualidade dos EIA Critérios para avaliação IMPACTES AMBIENTAIS 11 ª aula Prof. Doutora Maria do Rosário Partidário

Leia mais