A Importância das Cooperativas e Seu Papel na Sociedade

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2 A Importância das Cooperativas e Seu Papel na Sociedade <Carlos Alberto dos Santos> (Graduação em Ciências Contábeis IMESB) <casantos@citrocoop.com.br> <Sergio Luis Brambilla Carizio> (Professor Especialista IMESB) <sergio.carizio@terra.com.br> Resumo: Desde que surgiu o cooperativismo, mais precisamente em 1844, o tema se tornou uma importante ferramenta de união e integração entre os povos do mundo inteiro e também para a conquista dos objetivos mútuos, independente do seguimento da busca. O presente artigo, tem por finalidade fazer um levantamento histórico do cooperativismo bem como as características de uma cooperativa e finalmente retratar a importância desta aos cooperados. As cooperativas têm grande significância nos tempos atuais, pois além de ser uma doutrina econômica, objetiva atingir o pleno desenvolvimento financeiro, econômico e social do homem, operando como o sistema reformista com a intenção de obter um justo preço através do trabalho e da ajuda mútua. Afinal, sabemos como consta em diversos estudos e apontamentos, que cooperar é um ato inerente ao ser humano, e que o homem é, por natureza, gregário e precisa vivem em sociedade. Para tais argumentos, foram utilizadas como ferramenta de pesquisa, artigos publicados, obras e sites informativos e regulamentadores das cooperativas, bem como a pesquisa da evolução das cooperativas no Brasil de 2007 e 2008, com uma análise e comparação de crescimento. Com base no levantamento efetivado e com a extensa lista de sites relacionados ao tema, foi possível de uma forma clara, objetiva e comparativa, tomando como base a doutrina, elaborar a conclusão do artigo de uma forma sintética e transparente. Palavras-chave: Cooperados, Cooperativismo. Sociedade. 1. Introdução Vejamos alguns conceitos antes de abordar o assunto principal. Segundo a Cartilha de Curso Básico de Cooperativismo, a cooperativa: É uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns a seus integrantes, e constitui-se numa empresa de propriedade coletiva, a ser democraticamente gerida. Segundo Paulo Sérgio Alves da Cruz, autor da obra A Filosofia Cooperativista e o Cooperativismo no Brasil e no Mundo : Cooperativismo é um sistema econômico social autogerido em bases democráticas, operacionalizando através de ajuda mútua, que se destina a satisfação das necessidades econômicas e à promoção moral dos membros a ele integrados. A Cartilha de Curso Básico de Cooperativismo nos alerta, salientando que trabalhar junto é sinônimo de Cooperar. É ajudar mutuamente, é tentar conseguir com a ajuda de outros, o que dificilmente se conseguiria sozinho. Não se trata de um ato irracional, produzido por instintos, mas sim de uma resposta intelectual e criativa do homem frente as suas necessidades e realidades. As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica própria e, independentemente de seu objeto, a lei as classifica como sociedade simples, não sujeita a 1

3 falência, constituídas para prestar serviços aos associados, ou seja, é uma sociedade de pessoas com interesses e objetivos comuns, sendo uniformes os direitos e deveres de cada associado e é organizada economicamente de forma democrática, porém com os mesmos riscos de uma empresa mercantil. Portanto, para atingir seus objetivos, necessita estar devidamente estruturada e ser competitiva no mercado. 2. Legislação Antes de analisarmos alguns artigos da Lei 5.764/71 que estabelecem os que podem ou não associarem-se a uma cooperativa, é necessário observarmos a nossa Constituição Federal de 1988 que diz respeito à garantia de direito fundamental à liberdade de associação e a criação de cooperativas. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. Com uma simples leitura do artigo 5º e seus dispositivos, podemos observar que a Constituição Federal de 1988 assegura uma ampla liberdade de criação de associações desde que preenchidos os requisitos prescritos em lei, sendo vedada qualquer interferência estatal em seu funcionamento. Esta vedação, contudo, não é absoluta, por que exige que a associação seja para fins lícitos, estando proibida, de qualquer forma, a que tenha caráter paramilitar. Assim, foi proporcionado o desenvolvimento dos mais variados ramos do cooperativismo, de forma independente e autônoma, através de uma ruptura com a histórica ligação do cooperativismo brasileiro aos órgãos estatais, indo ao encontro das concepções basilares do movimento, que incluem a emancipação e a libertação humanitária dos cooperados contra qualquer tipo de estrutura dominadora e exploradora. A lei 5.764/71 possui o seguinte assunto pertinente no que diz respeito a sua criação: Art A representação do sistema cooperativista nacional cabe à Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, sociedade civil, com sede na Capital Federal, órgão técnico-consultivo do Governo estruturado nos termos desta Lei, sem finalidade lucrativa, competindo-lhe precipuamente: [...]c) manter registro de todas as sociedades cooperativas que, para todos os efeitos, integram a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB; Art As cooperativas são obrigadas, para seu funcionamento, a registrar-se na Organização das Cooperativas Brasileiras ou na entidade estadual, se houver, mediante apresentação dos estatutos sociais e suas alterações posteriores. 2

4 A mesma lei possui a seguinte redação, que deixa claro quem pode associar-se a uma cooperativa, sendo: Art. 29. Dos associados: O ingresso na cooperativa é livre a todos que desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o disposto no art. 4º, Item 1, desta lei. Estabelece ainda, os que não podem associar-se a uma cooperativa, sendo: Art. 29. Dos associados: 4º - Não poderão ingressar no quadro social das cooperativas os agente de comércio e empresários que operem no mesmo campo econômico da sociedade. A vedação contida no 4º do Art. 29 da Lei 5.764/71 se dá, pois exercendo idênticas atividades, estarão fazendo concorrência à cooperativa, não devendo, portanto, serem admitidos como cooperados (PORTAL DO COOPERATIVISMO). 3. Sociedades Cooperativas A Sociedade Cooperativa tem o cooperativismo como alicerce e seus princípios e regras como sistema econômico-social, surgindo contra as distorções do capitalismo. E esta Sociedade Cooperativa, de acordo com o Sebrae, são classificadas como: A) Singular ou de 1º grau: Tem como objetivo a prestação de serviços a seus associados. É constituída por no mínimo 20 (vinte) pessoas físicas, sendo permitida a admissão em caráter de exceção, de pessoas jurídicas, com as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas. B) Central e Federação ou de 2º grau: Seu objetivo é organizar em comum e em maior escala os serviços das filiadas, facilitando a utilização recíproca dos serviços. Esta é constituída por no mínimo três cooperativas singulares, podendo excepcionalmente admitir pessoas físicas. C) Confederação ou de 3º grau: Tem por objetivo organizar em comum e em maior escala os serviços das filiadas. Também é constituída de no mínimo três cooperativas centrais e ou federações de qualquer ramo. Segundo a Lei 5.764/71 em seu artigo 6º, nas Sociedades Cooperativas, as admissões são assim previstas: É excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenha por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas, ou ainda, aquelas sem fins lucrativos. Com relação à Pessoa Jurídica, devem-se separar as que têm ou não fins lucrativos. As agropecuárias podem se associar desde que pratiquem as mesmas atividades econômicas dos associados. Existe uma grande diferença que impera sobre uma cooperativa e outras empresas, elas são abordadas no site e educação ( da seguinte maneira: 3

5 Sociedade Cooperativa: é uma sociedade de pessoas que tem como um de seus objetivos gerar condições de produção e trabalho a seus cooperados, a participação é democrática e o quorum (número requerido de assistentes a uma sessão de qualquer corpo de deliberação ou parlamentar para que seja possível uma decisão válida) nas assembléias é com base no número de cooperados, estes que pode ter um número ilimitado de sócios. Além de não importar a quantidade de capital que um cooperado tem dentro de sua cooperativa, ele pode ser o maior ou menor cooperado dentro dela, que terá o mesmo direito de voto de qualquer outro, sendo sempre um voto por cooperado. Uma cooperativa não se sujeita à falência da mesma forma que não possui fins lucrativos. Quando se fala em cooperativa, falamos de sobras ou perdas. O Retorno proporcional das operações são realizadas pelos cooperados. As quotas-partes de uma cooperativa são intransferíveis a não-cooperados. O objetivo social é exercido pelos cooperados e tem-se uma relação civil entre eles e a cooperativa. Mesmo se diferenciando das demais empresas, uma cooperativa também exerce relações trabalhistas entre ela e seus empregados. Sociedade Mercantil: Já uma empresa mercantil é uma sociedade de capital, tendo como um de seus principais objetivos a geração de lucro aos seus acionistas / cotistas. Ela está sujeita à falência, ou seja, se o lucro não for o suficiente para crescer no mercado, ela corre sérios riscos de acabar. As decisões são tomadas pelo sócio majoritário e o quorum é feito com base no capital social. Uma empresa mercantil tem como regra um número limitado de cotistas e o voto é proporcional ao número de ações / cotas que o acionista / sócio possui dela. Os dividendos são proporcionais à participação no capital e as cotas podem ser transferidas aos sócios ou até mesmo a terceiros. Em regra, o trabalho é executado pelos empregados, no qual também há uma relação trabalhista entre a empresa e eles. Já no caso com seus acionista / sócios, a empresa tem uma relação civil. 4. A História do Cooperativismo No que diz respeito à história do cooperativismo no mundo, Ineida Kreutz, 2004, em sua obra Cooperativismo passo a passo discorre que, há muito tempo atrás, na época das cavernas, os homens já tinham seus princípios cooperativistas. Descobriram que, se lutassem juntos, se unindo a outros homens, possuíam mais força e conseguiam consequentemente, vencer seus inimigos (podemos comparar com os tempos de hoje, onde nossos inimigos são nossos concorrentes), com isto, sem saber, partiram lançando as bases da vida em sociedade que perduram até a data de hoje além de descobriram o valor da união e da solidariedade entre as pessoas, os mesmos princípios que, como uma revelação, uma redescoberta da própria origem do homem social, são fundamentos do cooperativismo. Mas, segundo consta, devido a uma revolução industrial da época que ocasionou em um crescente número de problemas tais como o crescente índice de desemprego, exploração de jornadas de trabalho de mulheres e crianças (que trabalhavam até 16 horas), frente ao capitalismo ganancioso que submetiam a economia a preços abusivos, alguns tecelões de Rochdale buscavam uma alternativa econômica para atuarem no mercado. Naquele momento, mais precisamente em 21 de dezembro de 1844, surgiu no bairro de Rochdale, em Manchester na Inglaterra, foi criada a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, que acabou por mudar os padrões econômicos da época, dando origem ao movimento Cooperativista. Tal iniciativa foi vista com certo receio pelos comerciantes locais, mas com um ano de funcionamento, partindo do resultado da economia mensal de uma libra de cada participante 4

6 (em um total de 27 tecelões e uma tecelã), aumentaram seu capital para 180 libras, e dez anos mais tarde o Armazém de Rochdale contava com cooperantes. O sucesso gerou exemplo aos outros grupos, evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de pensar do homem e o desenvolvimento social. Atualmente é visto como uma forma democrática para a solução de problemas sócio-econômicos e aceito por todos os governos. 5. Cooperativismo no Brasil Kreutz, 2004, salienta em sua obra ainda que, no Brasil, o cooperativismo surgiu oficialmente em 1847, introduzido por intermédio do médico francês Jean Maurice Faivre. Este médico fundou a colônia Santa Tereza Cristina no Sertão do Paraná que durou pouco tempo, mas foi importantíssimo para o florescimento do ideal cooperativista no Brasil. Esta colônia se traduzia em uma organização comunitária que se baseava nos ideais cooperativistas. Um exemplo de organização semelhante foi a Sociedades de Socorro Mútuo que surgiu em Não era uma cooperativa propriamente dita, mas deu um grande impulso ao movimento devido à parte dos seus estatutos terem como objetivo a formação de cooperativas. Com a vinda e experiência dos imigrantes alemães e italianos começaram a surgir organizações comunitárias em todo o território nacional em especial no Sul devido aos problemas de consumo, crédito e produção enfrentados pelos colonos que se instalaram no Brasil. Logo após, em 1889, surgiu a comunidade do Rio dos Cedros em Santa Catarina, e no mesmo ano em Ouro Preto, Minas Gerais. Dois anos depois, em 1891, foi fundada a primeira cooperativa do Brasil, na cidade de Limeira, São Paulo. Em 1895, no Estado de Pernambuco, nascia a Cooperativa de Consumo de Caramagibe. No ano de 1902, colonos de origem alemã incentivados pelo Jesuíta Theodor Ambstadt, fundaram uma Cooperativa de Crédito Rural, em Vila Império atualmente Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul. É a mais antiga Cooperativa em atividade no País. Houve um crescimento das cooperativas no Brasil nas décadas de 1950 e 1960, e em um levantamento realizado no final de 1997 existiam no país, cooperativas registradas, e mais de quatro milhões de pessoas entre cooperados e funcionários, viviam seu dia a dia, do cooperativismo. Até o final de 1996, o volume de exportação totalizou 1,3 bilhões de reais. Esta é a prova que o cooperativismo é uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas e em nossas comunidades. 6. A Legalização do Cooperativismo no Brasil Conforme é abordado no site institucional [ o cooperativismo foi legalizado no Brasil em 1932 com a seguinte redação: São cooperativas de trabalho aquelas que, constituídas entre operários de uma determinada profissão ou ofício ou de ofícios vários de uma mesma classe, tem como finalidade primordial melhorar os salários e as condições de trabalho pessoal de seus associados e, dispensando a intervenção de um patrão ou empresário, se propõem contratar obras, tarefas, trabalhos ou serviços públicos ou particulares, coletivamente por todos ou por grupos de alguns. Com o passar dos anos, o cooperativismo que já era visto como um braço forte da economia das organizações sociais, tomou frente como uma terceira via, ante as únicas opções sociais que eram o capitalismo e o socialismo, consagrando-se como alternativa independente 5

7 de sobrevivência. Hoje, após a união de um grupo, com no mínimo 20 pessoas, faz-se a constituição da empresa, que, neste caso, cumpre papel especial, já que o sócio é titular, mas também participa como mão-de-obra. O fundamento marcante do cooperativismo está no seu caráter democrático, onde o voto é igualitário, as decisões são compartilhadas e o trabalho é realizado em cooperação. 7. Princípios do Cooperativismo Outro fundamento doutrinário são os sete princípios do cooperativismo, que estão assim descritos e classificados na obra de Rui Namorado, 2001: Adesão voluntária e livre: As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizarem os seus serviços e a assumirem responsabilidade como membros, sem quaisquer discriminações de nenhuma natureza; Gestão democrática pelos sócios: por serem organizações democráticas, são controladas por seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e tomadas de decisões. Os cooperados, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes; Participação econômica dos membros: Os cooperados contribuem para o capital da sociedade controlando-o democraticamente, através de suas compras. Este patrimônio passa a fazer parte da sociedade e é destinado aos seus objetivos sociais; Autonomia e Independência: As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Em suas relações com terceiros deve atuar com total independência, sem qualquer interferência em sua autonomia e administração; Educação, Formação e Informação: Através da educação e a formação dos seus membros, representantes eleitos e trabalhadores, estes contribuem cada vez mais eficazmente para o desenvolvimento da cooperativa; Intercooperação: As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais; Interesse pela Comunidade: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos seus membros. Quem busca o cooperativismo está ciente dos inúmeros benefícios que terão, além de concordarem que o sistema é uma forma simplificada de fortalecimento de pequenos e médios empresários, onde sabem que, sozinhos, não poderiam competir com grandes empresas de mesma atividade. A Cartilha de Curso Básico de Cooperativismo salienta que, tomando isto como base pode dizer que por intermédio do cooperativismo, os cooperados têm facilidades em adquirir, no caso desse estudo, o transporte de cargas, equipamentos, insumos e implementos para a atividade, como os caminhões e carretas, adquiridos através de pacotes em grandes quantidades e financiados pelos próprios cooperados. A cooperativa entra na jogada, dando um aval para a compra, buscando parcerias diferenciadas com concessionária e também, facilitando a compra de insumos indispensáveis para desenvolver a atividade. Outro aspecto é a força para competir com empresas de excelência no mercado, uma vez que vários autônomos investem seus capitais num só, e operam igualitariamente na esfera mercadológica. 6

8 8. Organização do Sistema Cooperativo Com busca no site ( podemos observar que o cooperativismo, braço direito do associativismo, tem grandes organizações pelo mundo. Como o sistema nasceu na Europa e rapidamente se ramificou pelos quatro cantos do planeta, logo surgiu a preocupação e a pertinência em criar organismos para organizar o sistema. O primeiro organismo criado foi a Aliança Cooperativista Internacional (ACI). Datada de 1895 e criada em Londres, a ACI é formada pelos órgãos de representação do sistema cooperativista de cada país membro. Com sede em Genebra, na Suíça, atualmente são 75 países filiados. Em seguida, foram criadas outras organizações. Uma delas é a Organização das Cooperativas da América (OCA) que foi constituída em 1963, em Montevidéu, no Uruguai. Após, em 1969 fundou-se a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), durante o VI Congresso Brasileiro de Cooperativismo, realizado em Belo Horizonte (MG). Logo após, e não menos importantes foram estruturadas as Organizações das Cooperativas dos Estados (OCEs). Muito embora não seja considerada uma obrigatoriedade, o registro na OCB como condição para que funcionamento das cooperativas seja aceito pela nova ordem constitucional, não se pode negar a importância que ela tem na defesa dos interesses do movimento cooperativista. Kreutz, 2004, faz uma observação importante sobre a criação da OCB: A criação da OCB foi concretizada durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo, realizado em Belo Horizonte Minas Gerais, no ano de A primeira diretoria efetiva da OCB foi eleita em Nesse período, a sede da OCB funcionou em São Paulo. Somente dois anos após o encontro de Belo Horizonte, em dezembro de 1971, implantou-se o Sistema OCB juridicamente. Em meados de 1972, a sede definitiva da Organização foi instalada em Brasília - DF. A representação do sistema cooperativista nacional cabe à OCB, sociedade civil, órgão técnico-consultivo, estruturado nos termos da Lei /71. Com base na informação, podemos observar que a criação da OCB se deu bem antes da entrada em vigor da Lei 5.764/71, a partir da fusão de duas outras entidades de representação do cooperativismo que existiam no Brasil na década de 60, sendo que aquela passou a ser a representante única do cooperativismo em âmbito nacional. 9. Os Ramos de Atuação do Cooperativismo Na obra Cooperativismo passo a passo de Ineida Kreutz, 2004, podemos observar que existem treze ramos de atuação que surgiram a partir da procura e da necessidade em atender a demandas específicas de cada negócio. São eles em sua ordem de criação: Agropecuário: É constituído por cooperativas cujos associados desenvolvem qualquer cultivo ou criação rural. Consumo: É constituído por cooperativas de abastecimento cujas atividades consistem em formar estoques de bens de consumo (alimentos, roupas, medicamentos e outros artigos) para distribuição ao seu quadro social, em condições mais vantajosas de preço. 7

9 Crédito: É formado por cooperativas que reúnem poupanças de seus cooperados para benefício destes, realizando empréstimos aos mesmos, a juros mais baixos que os praticados pelos bancos comerciais. Educacional: Congrega empreendimentos cooperativos que tem como objetivo a educação nas escolas, a fundação de estabelecimentos de ensino ou sua manutenção. Habitacional: É a reunião de cooperativas que visam proporcionar a seus cooperados a aquisição de moradia, abrangendo atividades de construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais. Especial: Tem seu quadro social formado por pessoas relativamente incapazes, é necessitando de tutela (índios, menores, deficientes mentais, auditivos, dentre outros), visam o desenvolvimento e maior integração social de seus associais. Mineração: É constituída por cooperativas que abrigam atividades de garimpo, específicas de mineração (extração, manufatura e comercialização), permitindo a seus associados uma alternativa de trabalho autônomo. Produção: Tem cooperativas em que os meios de produção, explorados pelos associados, pertencem à própria cooperativa. Os cooperados são o seu quadro social, funcional, técnico e diretivo. Serviço ou Infra-estrutura: É constituído por cooperativas que se limitam a prestar serviços direta ou exclusivamente ao seu quadro social (eletrificação rural, telefonia rural, dentre outros). O associado é o único usuário deste serviço. Trabalho: Têm em seu quadro social diversos tipos de profissionais que prestam serviços a terceiros. Saúde: É constituído por cooperativas de médicos, odontólogos, psicólogos e atividades afins, que prestam atendimento à população, a preços mais acessíveis que os oferecidos pela iniciativa privada, podendo também ser formadas por usuários desses serviços. Turismo e Lazer: É constituído por cooperativas que atuam no setor de turismo e lazer. Transporte de Cargas e Passageiros: É constituído por cooperativas de transporte, na qual se incluem coletivos, táxis, vans e cargas, atuantes em todo território nacional. 9.1 Os Ramos de Atuação do Cooperativismo no Brasil Com o passar dos anos, as cooperativas e cooperados foram crescendo no Brasil. Na tabela 01, podemos ver cada ramo de atividade, de acordo com o número de cooperativas, associados e empregados existentes. As informações referem-se ao ano de

10 TABELA 1 Ramo de atividades divididas por número de cooperativas, associados e empregados. Ramos de Atividade Cooperativas Associados Empregados Agropecuário Consumo Crédito Educacional Especial Habitacional Infra-estrutura Mineral Produção Saúde Trabalho Transporte Turismo e lazer Fonte: (2008). Cooperativas Agropecuário Consumo Crédito Educacional Especial Habitacional Infraestrutura Mineral Produção Saúde Trabalho Transporte Turismo e lazer FIGURA 1 Gráfico demonstrativo das cooperativas em seus respectivos ramos de atividade. Fonte: Elaboração própria. (2009). Assim como aconteceu no século XX, no início do cooperativismo, a essência da força reflete o entusiasmo que este grupo de transportadores fomenta, com base na união, qualificação e empreendedorismo, o fortalecimento dessa base se dá em todos os cantos do mundo e certamente, é a fonte de riqueza ainda em processo inicial de exploração. 9

11 Apesar de se passar mais de um século de história, as diretrizes do cooperativismo se fortalecem com base no ser humano, buscando aliar renda e trabalho, sem deixar de pensar no futuro e bem estar dos filhos e filhas de nossa nação. Com base no banco de dados da OCB, podemos verificar que em seis milhões de cooperativas, tivemos 182 mil oportunidades de trabalho criadas em diversas áreas, dentre elas o Agro Negócios, Habitação, Turismo e Lazer, Educação e Saúde. Além do trabalho gerado, o principal ponto é a geração de renda compartilhada. 10. Funções da OCB x PROCON s Por outro lado, se pudermos considerar as funções que competem à OCB que estão descritas no Art. 105 da Lei 5.764/71 onde é reproduzido os termos de seu estatuto de fundação, poderíamos aproximar o papel exercido por ela ao dos PROCON s. Parece estranho, mas ao compararmos as disposições do referido artigo com os objetivos institucionais dos PROCON s espalhados pelo país, chegaremos à conclusão de que a OCB está para a defesa do cooperativismo, assim como o PROCON está para a defesa das relações de consumo. A tabela abaixo pode comprovar esta afirmação: TABELA 2 Tabela comparativa entre OCB x PROCON s. Funções institucionais da OCB descritas No Art. 105 Da Lei 5.764/71. Objetivos institucionais da Fundação Procon de São Paulo (Art. 3º da Lei Estadual nº 9.192/95) * Fixar a política da organização com base nas proposições emanadas de seus órgãos técnicos (alínea "h"). * Planejar, coordenar e executar à política estadual de proteção e defesa do consumidor, atendidas as diretrizes da Política Nacional das Relações de Consumo; (inciso I). * Denunciar ao Conselho Nacional de Cooperativismo práticas nocivas ao desenvolvimento cooperativista (alínea "e"). * Recebimento e processamento de reclamações administrativas, individuais e coletivas, contra fornecedores de bens ou serviços; (inciso II). * Fiscalização do mercado consumidor para fazer cumprir as determinações da legislação de defesa do consumidor; (inciso XI). * acompanhamento e propositura de ações judiciais coletivas; (inciso V). * Manter serviços de assistência geral ao sistema cooperativista, seja quanto à estrutura social, seja quanto aos métodos operacionais e orientação jurídica, mediante pareceres e recomendações, sujeitas, quando for o caso, à aprovação do Conselho Nacional de Cooperativismo CNC (alínea "d"). * Suporte técnico para a implantação de PROCONs Municipais Conveniados; (inciso XI) * Disponibilização de uma Ouvidoria para o recebimento, encaminhamento de críticas, sugestões ou elogios feitos pelos cidadão quanto aos serviços prestados pela Fundação Procon, com o objetivo de melhoria continua desses serviços; (inciso II). * Orientação aos consumidores e fornecedores acerca de seus direitos e obrigações nas relações de consumo; (inciso III). * Manter relações de integração com as entidades congêneres do exterior e suas cooperativas. (alínea * Intercâmbio técnico com entidades oficiais, organizações privadas, e outros órgãos envolvidos com 10

12 "j"). a defesa do consumidor, inclusive internacionais; (incisos VI e VII). Fonte: Artigo publicado no site: por José Carlos Bastos da Silva Filho. (2009). 11. As Cooperativas nos Dias de Hoje Hoje em dia, as cooperativas são vistas como um caminho de organização, participação e solidariedade, pois contribuem para a difusão de valores de ética, voluntariado, honestidade, igualdade e justiça social. No mundo inteiro, conforme dados da própria OCB [ contam mais de 100 milhões de postos de trabalho gerados pelo sistema cooperativo. Esta experiência demonstra que ações solidárias e a cultura do cooperativismo conseguiram fazer renascer uma economia de muitos países arrasados por guerras e conflitos internacionais. Devido à livre concorrência e o quadro econômico dos produtores rurais, as cooperativas têm desempenhado relevantes serviços a seus cooperados, orientando-os em relação a eventuais investimentos em seus negócios, bem como os intermediando em negociações, que propiciam melhores preços e condições de pagamento. Com base da OCB, outro aspecto importante é que, segundo dados oficiais, os trabalhadores cooperativos têm uma tendência a ganhar, quando associados às cooperativas, 30% a mais do que receberiam no mercado. Enfim, uma cooperativa contribui para melhorar a vida de todos. É preciso despertar as pessoas para as suas próprias potencialidades e para o interesse coletivo. Cooperação mútua é um ponto fundamental para melhorarmos a economia e a sociedade. Com relação às Cooperativas Rurais, os pequenos e médios produtores têm oportunidade de competir em igualdade de condições com os grandes produtores. Através da cooperação, eles têm acesso a recursos, tecnologia avançada, pesquisas e informações, o que ao contrário, individualmente, poderiam nem sobreviver em um mercado que a cada dia se torna mais competitivo, sendo este, um dos principais motivos para a crescente credibilidade do sistema cooperativo, que é associação de pessoas. O cooperativismo não está apenas ligado a cooperativas, ou na união dessas pessoas em prol de seus interesses perante governos e entidades. Cooperativismo em seu significado genérico é a união, a cooperação de pessoas de um determinado seguimento em busca de objetivos mútuos. Mas isso vai além da busca por direitos, porque une as pessoas através de laços de amizade, companheirismo e amor, além dos interesses em comum, cooperativismo também é vida, pois renova a esperança de famílias e crianças que necessitam de ajuda através de seus projetos sociais. É informação, pois contribui para que sua sociedade fique por dentro das mudanças sociais em diversas áreas, desde a agricultura até a educação. Nesse contexto não podemos esquecer da importante contribuição das cooperativas no processo de disseminação do cooperativismo, através de projetos sociais como: escola no campo, trabalhos escolares sobre o cooperativismo no Brasil, desta forma desenvolvendo nas crianças idéias sobre cooperar, trabalhar em equipe, ajudar uns aos outros e desenvolvendo habilidades do convívio em grupo. Por esses motivos é que o cooperativismo no Brasil é visto com bons olhos, por estar tão ligado nas questões sociais, trazendo desenvolvimento interpessoal e fortalecendo cada vez mais a cooperação entre as áreas que envolvem seu dinamismo. Pode-se ainda comentar que o cooperativismo está presente em municípios brasileiros (cerca de 25% do total de 5.561, e expande-se continuamente). O crescimento do 11

13 número de associados, em 2008, foi de aproximadamente 3%. O número de cooperativas permaneceu praticamente o mesmo: em 2008 e em Ainda alguns aspectos interessantes do sistema cooperativista, obtidos a partir da pesquisa realizada pela OCB, em 2008, estão apresentados na tabela a seguir, detalhados por estados: TABELA 3 Demonstrativo de divisões das cooperativas no Brasil por Estado onde observa-se Cooperativas, Associados e Empregados. Estado Cooperativas Associados Empregados Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraíba Paraná Pernambuco Piauí Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondônia Roraima Santa Catarina São Paulo

14 Sergipe Tocantins Fonte: (2008). Cooperativas Roraima Sergipe Acre Tocantins Piauí Amapá Alagoas Mato Grosso do Sul Paraíba Rondônia Espírito Santo Amazonas Pernambuco Mato Grosso Ceará Goiás Rio Grande do Norte Distrito Federal Paraná Pará Maranhão Santa Catarina Bahia Minas Gerais Rio de Janeiro Rio Grande do Sul São Paulo FIGURA 2 Demonstrativo de concentração de Cooperativas, divididas por Estados. Fonte: Elaboração Própria. (2009). Pode-se observar que a grande concentração de cooperativas encontra-se nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Assim também é possível concluir que o cooperativismo cresce cada vez mais no Brasil, por que mesmo havendo poucas cooperativas em alguns Estados, todos eles podem contar com seus produtos e serviços, criando desta forma, incentivos para outras nascerem. 12. Cooperativas em Bebedouro Em pesquisa própria, na cidade de Bebedouro/SP, observamos que possuímos algumas Cooperativas presentes, que são exemplos de trabalho econômico pelo que desenvolvem para os Cooperados. Existe um crescente crescimento delas e seguem alguns exemplos: COEBE Cooperativa Educacional de Bebedouro; Coop. Econ. Créd. Mut. Médicos Demais Prof. Área Saúde de Bebedouro; Cooperativa Central Agropecuária de Bebedouro; COOPERCITRUS Cooperativa dos Citricultores e Cafeicultores; Inicialmente foi uma fusão entre duas cooperativas, a CAPERZOBE (Cooperativa Agropecuária da Zona de Bebedouro Fundada em 1964 em Bebedouro/SP) e a CAPDO (Cooperativa Agrária dos Cafeicultores D Oeste de São Paulo Fundada em 1950 em Monte Azul Paulista). Atualmente conta com mais de cooperados e vem ampliando sua área de atuação. Conta hoje com filiais em diversos estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. (Fonte: CREDICITRUS Cooperativa de Crédito Rural Coopercitrus; 13

15 Concluiu o ano de 2008 com 41 filiais e associados e contou com um crescimento de aproximadamente 85% comparado com o ano anterior e é considerada uma das maiores Cooperativas de Crédito do Brasil. (Fonte: UNICRED Bebedouro; Concluiu o ano de 2008 com associados e conta com 124 Cooperativas UNICRED mais 09 Cooperativas associadas, totalizando 397 pontos de atendimento cooperativo. (Fonte: UNIMED Cooperativa de Trabalho Médico; É uma cooperativa de Assistência Médica formada por Médicos. Foi fundada em Santos/SP e conta com 60 filiais no país. (Fonte: UNIODONTO Cooperativa de Trabalho Odontológico. É uma cooperativa Odontológica formada por cirurgiões dentistas que tem por finalidade a Assistência Odontológica. Foi fundada em 1972 e conta com mais de cirurgiões dentistas cooperados em todo país filiados em mais de 170 cooperativas agrupadas em 09 federações regionais. (Fonte: Não precisamos ir longe para observarmos o crescimento que estas Cooperativas propiciam aos seus cooperados, basta olhar os exemplos supra citados. Foram uma iniciativa de alguns profissionais que acreditaram no trabalho mútuo, no desenvolvimento pessoal e no desenvolvimento econômico que poderiam alcançar a curto prazo, neste caso, unindo forças com mais e mais interessados. 13. Conclusão Com os dados relacionados no artigo, pode-se concluir o que é o cooperativismo em sua forma conceitual, de como surgiu o cooperativismo no mundo, suas vantagens, restrições, projetos, dificuldades, bem como sua evolução ao passar dos anos e os órgãos regulamentadores. Permitiu para que nos aprofundássemos no que diz respeito a esta ferramenta da economia que cresce cada dia mais e se solidifica com o passar dos anos. Os dados apresentados são fontes de pesquisas anuais elaboradas por órgãos competentes como a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Conhecemos a legislação que regulamenta as cooperativas brasileiras, bem como os sete princípios do cooperativismo que são necessários para uma adesão, bem como e os treze ramos de atuação que surgiram no decorrer dos anos e tem objetivo de atender as necessidades específicas de cada negócio. Observamos o crescimento das cooperativas e cooperados através de gráficos onde foram separados os ramos de atividades e os estados de atuação, além da divisão de Sociedades Cooperativas e Sociedades Mercantis. Foi possível constatar o crescimento constante do cooperativismo em Bebedouro/SP, bem como o importantíssimo papel que as Cooperativas da cidade apresentam para o desenvolvimento socioeconômico da população Bebedourense. E como conclusão, foi possível compreender que podemos ou não, conquistar alguns objetivos sozinhos de uma forma bem demorada, mas unindo forças com interesses comuns, 14

16 podemos atingir nossos objetivos de uma forma bem mais rápida que a convencional. É possível, através do cooperativismo, crescer de uma forma mais intensa e eficaz. 15

17 Referências Cartilha de Curso Básico de Cooperativismo. Sescoop/DF, ORIGEM DO COOPERATIVISMO. Disponível em: Acessado em 27 de Outubro de CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO, Disponível em: Acessado em 29 de Outubro de Cooperativas de Crédito no Brasil e no Mundo. Disponível em: Acessado em 14 de Dezembro de COOPERCARGA, INSTITUCIONAL COOPERATIVISMO. Disponível em: Acesso em 01 de Novembro de COOPERCITRUS, Institucional. Disponível em Acessado em 14 de Dezembro de COOPERCITRUS, Histórico. Disponível em Acessado em 14 de Dezembro de CREDICITRUS, Balanços. Disponível em: Acessado em 14 de Dezembro de CRUZ, Paulo Sérgio Alves da. A filosofia cooperativista e o cooperativismo no Brasil e no mundo, 1. ed. Rio de Janeiro: Cop Editora Ltda, DECRETO-LEI N , Art. 24. Disponível em: Acessado em: 11 de Novembro de FUNDAÇÃO PROCON-SP. Fundação de proteção e defesa do consumidor. Disponível em: Acesso em: 22 de Novembro de KREUTZ, Ineida. T. Cooperativismo passo a passo. 7 ed. Goiância: OCB-GO, P. 13. LEI 5.764/76, Art. 4º. Disponível em: Acessado em: 29 de Outubro de LEMOS, Roberto Disponível em: Acessado em 27 de Outubro de NAMORADO, Rui. Horizonte Cooperativo: política e projeto. Coimbra: Almedina, OCB, Disponível em: Acessado em: 29 de Outubro de OLIVEIRA, Fernando de. Técnico em Contabilidade da CAMDA. Disponível em: Acessado em 29 de Outubro de PORTAL DO COOPERATIVISMO. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZARGEM DO COOPERATIVISMO (SESCOOP/SP). Disponível em: Acesso em: 11 de Novembro de RICCIARD, Luis Disponível em: Acessado em 27 de Outubro de SEBRAE, Disponível em: Acessado em: 29 de outubro de SILVA, Eduardo Faria. A organização das cooperativas brasileiras e a negação do direito fundamental à livre associação f.. Dissertação (Mestrado em Direito) Universidade Federal do Paraná, Curitiba. P. 92. UNICRED. Disponível em: Acessado em 14 de Dezembro de UNIMED. Disponível em: Acessado em 14 de Dezembro de UNIODONTO. Disponível em: Acessado em 14 de Dezembro de VALADARES, José Horta. Cooperativismo: Lições para nossa prática. 1. ed. Brasília: Sescoop,

18 A eficácia do curso técnico em contabilidade na colocação de concluintes no mercado de trabalho: o caso Etec unidade de Bebedouro Flávio Luiz de Almeida (Graduação em Administração - IMESB) <almeida.s@superig.com.br> Luciana Magalhães de Resende Uzae (Graduação em Ciências Contábeis UFU-MG) <lucianauzae@etecbebedouro.com.br> Nayara Carolina Ribeiro Tavares (Graduação em Administração - IMESB) <nayara@citrocoop.com.br> Ricardo Rodrigues (Graduação em Administração - IMESB) <ricardo.rodrigues@tracbel.com.br> Vanda Marques Burjaili Romeiro (Mestre em Engenharia de Produção EESC-USP) <vandaromeiro@mdbrasil.com.br> Resumo: A qualificação de mão de obra adequada e a retenção da mesma são um dos fatores chave para o sucesso das empresas. Os cursos técnicos são fundamentais para que se atinja esse objetivo, em especial os voltados para a área de gestão. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho foi identificar no curso Técnico em Contabilidade da Etec - unidade de Bebedouro/SP a relação entre os alunos concluintes e sua atuação na área no mercado de trabalho. A pesquisa buscou resposta ao problema formulado através de sua aplicação a concluintes do curso. Constatou-se que há um contingente de técnicos em contabilidade que trabalham na área e conclui-se que o curso cumpre seus propósitos. Deixa-se como proposta aos planejadores da grade curricular atenção às mudanças que devem ser introduzidas, para que o curso se adapte às demandas de formação de técnicos contábeis cada vez mais eficientes e eficazes. Destaca-se a necessidade de espaço destinado unicamente aos laboratórios de prática contábil. Espera-se que as considerações contidas neste trabalho possam contribuir para as diretrizes dos cursos de Técnico em Contabilidade do Centro de Educação Tecnológica Paula Souza; que pesquisas futuras captem informações relevantes para o aprimoramento dos cursos Técnico em Contabilidade como um todo. Palavras-chave: Contabilidade. Atuação. Técnico. 1 Introdução No mundo contemporâneo as empresas interagem em um ambiente repleto de variáveis ameaçadoras. Nesse contexto pode-se destacar a concorrência acirrada, legislação, consumidores ávidos por produtos e serviços inovadores, mercados globalizados, entre outras variáveis. Desta forma, desafios estão presentes no cotidiano das empresas e estas precisam buscar diferenciais competitivos para interagir e sobreviver nesse mercado ameaçador. A qualificação de mão de obra adequada e a retenção da mesma se constituem em um dos fatores chave para o sucesso do negócio. Os cursos técnicos são considerados fundamentais para que se atinja esse objetivo, especificamente aqueles voltados para a área de gestão de negócios. Objetivando atender as necessidades acima descritas, o Governo do Estado de São Paulo traçou políticas públicas de educação técnica e as tornou realidade através do trabalho desenvolvido pelas unidades ETEC distribuídas pelo Estado de São Paulo. 17

19 Mais especificamente para atender a demanda de mão-de-obra das empresas, foram criados cursos na área de gestão e negócios, tais como: gestão de pequenas empresas, contabilidade, comércio entre outros. Para os objetivos deste trabalho optou-se por tomar como foco desta pesquisa o curso de Técnico em Contabilidade oferecido pela ETEC unidade de Bebedouro/SP. Sendo a contabilidade a linguagem universal entre empresas e setores e o técnico de contabilidade o profissional que deve ser preparado para auxiliar na tomada de decisões, o problema da pesquisa a que se destina este trabalho, se resume à seguinte indagação: Qual a eficácia do curso técnico em Contabilidade no ingresso de concluintes no mercado de trabalho?. O objetivo geral do trabalho é identificar no curso Técnico em Contabilidade da Etec - unidade de Bebedouro/SP a relação entre os alunos concluintes e sua atuação na área específica no mercado de trabalho. Como objetivos específicos o trabalho buscou resposta ao problema formulado e, desta forma, poder contribuir para a busca de adequações necessárias ao curso pelo seu ó; elaborou proposta de aperfeiçoamento do curso, caso a hipótese não seja confirmada. A relevância do estudo está relacionada ao fato de que os cursos técnicos têm se expandido como oferta de qualificação, que deverá se constituir em um diferencial na busca dos profissionais por um espaço de trabalho. A pesquisa é de caráter quantitativo, o trabalho adotou a metodologia de entrevista pessoal com o uso de questionário estruturado aplicado pelos pesquisadores à amostra. O universo da pesquisa são os egressos do curso técnico em contabilidade da Etec unidade de Bebedouro/SP. Esse universo é formado por um grupo heterogêneo, pois há especificidades que envolvem a formação, o meio econômico e social, a faixa etária, sexo, entre outros fatores. A amostra foi constituída de 20% do universo da pesquisa, sendo a escolha aleatória simples. 2 A importância dos cursos técnicos Na década que compreende o período do ano 2000 ao ano 2010, o tema das diferenças entre formação técnica e formação tecnológica foi objeto de intenso e extenso debate nas Instituições de Educação Tecnológica no País. A Reforma do Ensino Técnico, tal como definida pelo Decreto 2208/97 determinou a aproximação dos processos formativos escolares de educação profissional, vigentes nessas instituições, aos processos de treinamento do trabalhador no mero domínio das técnicas de execução de atividades e tarefas, no setor produtivo e de serviços, e, portanto, a uma formação meramente técnica. Consequentemente também uma formação tecnológica, que envolve, entre outros, o compromisso com o domínio, por parte do trabalhador, dos processos físicos e organizacionais ligados aos arranjos materiais e sociais, e do conhecimento aplicado e aplicável, pelo domínio dos princípios científicos e tecnológicos próprios a um determinado ramo de atividade humana (OLIVEIRA, 2000). Para Oliveira (2000) importa registrar que as mudanças nas escolas, em função da Reforma envolveram, entre outros aspectos: a suspensão da oferta do Ensino Médio integrado para novos alunos, a oferta de um novo Ensino Médio regular com uma porcentagem da carga horária total reservada para disciplinas de caráter profissionalizante e a oferta de cursos técnicos sob a forma de módulos. As novas grades curriculares e os novos conteúdos de 18

20 ensino foram reformulados no espaço da Coordenação Central e enviados para as escolas. Quanto à avaliação discente, houve a substituição do sistema numérico (pontos de 0 a 10) em que se avaliava basicamente conhecimento, por um sistema de conceitos, reforçando-se a idéia de se avaliar o que é denominado de conhecimentos, atitudes e comportamento ou habilidades. Além disso, foi cancelada a exigência de o aluno cumprir pelo menos 75% da carga horária total de cada disciplina para efeito de aprovação, pois, pelo novo sistema, o aluno deverá cumprir esta porcentagem em relação à carga horária total do curso, com base na defesa de sua formação global. Complementa Oliveira (2000) que a educação profissional de nível médio (técnico) tem organização curricular própria e independente do Ensino Médio regular; o diploma de técnico de nível médio depende da conclusão do Ensino Médio regular; a educação profissional de nível básico é uma forma de educação não formal: há a possibilidade de a organização curricular da educação profissional de nível médio ser feita em módulos que podem ser cursados em diferentes instituições. Neste contexto se insere o Centro Paula Souza que como uma instituição pública estadual visa atender, através de seus cursos técnicos, as necessidades da população por formação técnica de qualidade em perfeita harmonia com as exigências da Reforma do Ensino Técnico. Esclarece Santana 1 (2010) que, especificamente através do curso Técnico em Contabilidade, o Centro Paula Souza visa formar um profissional que realiza atividades inerentes à contabilidade em empresas, em órgãos governamentais ou em outras instituições públicas e privadas. Para tanto, constitui e regulariza a empresa, identifica documentos e informações, atende à fiscalização e procede à consultoria empresarial. Executa a contabilidade geral, operacionaliza a contabilidade de custos e efetua contabilidade gerencial. Administra o departamento pessoal e realiza controle patrimonial. 2.1 A contribuição dos cursos técnicos em contabilidade do Centro Paula Souza para o processo de profissionalização Para Peleias et al (2007), a evolução da Contabilidade está associada ao progresso da humanidade. Esse fato é identificado e analisado sob distintas perspectivas de alguns pensadores, tais como: Melis, Vlaemminck, Iudícibus, Sá e Schmidt. Os aspectos por eles identificados são, a seguir, apresentados no quadro 1. Quadro 1 Perspectivas dos pensadores Pensadores Perspectivas Melis destacou que a Contabilidade e sua principal e mais característica (1950) manifestação a conta é tão antiga quanto a civilização construída pelos homens. Dessa forma, a história da Contabilidade é, em certo ponto, uma conseqüência da história da civilização, de suas vicissitudes Vlaemminck (1961) às mais altas manifestações, sobretudo no campo econômico. analisou a evolução histórica da Contabilidade e estabeleceu a correlação de sua evolução com a Economia. Apresentou a Contabilidade como técnica auxiliar da Economia, que aparece, se expande, se degenera ou se retrai ao compasso da evolução econômica das civilizações, nas diversas regiões e distintas épocas de sua história. Ressaltou, ainda, o paralelismo entre a evolução econômica geral e a evolução de um dos métodos 1 Geraldo José Santana é Diretor da ETEC unidade de Bebedouro/SP. Informação sem indicação de publicação. 19

21 contábeis a serviço da economia das empresas: a técnica das contas. Sá lembra que a Contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de (1997) existir em decorrência dela; talvez, por isso, quase sempre seus progressos coincidiram com aqueles que caracterizam os da evolução do homem. Schmidt assevera que a Contabilidade se manifestou antes do homem desenvolver (2000) a civilidade. Assim como o homem progrediu, também a Contabilidade, necessária ao progresso da humanidade, perseguiu essa evolução. Para o autor isso revela que, como outros ramos do conhecimento ligados à sociedade, a História do Pensamento Contábil é produto do meio social de seus usuários, em termos de espaço e de tempo. Iudícibus argumenta que em termos de compreensão da evolução histórica (2006) contábil, raramente o "estado da arte" ultrapassa o grau de evolução econômica, institucional e social das sociedades analisadas, em cada época. Para o autor, a produção das teorias contábeis e de suas práticas está associada, na maioria das vezes, ao grau de evolução comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações. Fonte: Peleias et al (2007) com adaptações. Para Alcazar 2 (2009, p.21 apud GIROTTO, 2009, p.21) o maior desafio que os jovens têm pela frente, para que possam aproveitar as oportunidades e desenvolverem uma carreira de sucesso é investir na educação continuada e se manterem atualizado fresta às mudanças que acontecem nos âmbitos fiscal, trabalhista, previdenciário e societário. Procuram-se jovens contabilistas que queiram defender os interesses da profissão de forma da contribuir para o aprimoramento da ciência da Contabilidade; participar de debates que visem à conscientização da sociedade sobre a relevância da Contabilidade para o desenvolvimento do país; e estejam dispostos a assumir compromisso com o fortalecimento da classe contábil brasileira (GIROTTO, 2009) Esclarece Girotto (2009) que em 2006 o Conselho federal de Contabilidade CFC constituiu a Comissão Nacional Jovem Contabilista, através da Portaria CFC nº. 112/2006 alterada pela nº. 33/2009 e que começou a desenvolver atividades este ano. Por meio da integração com os grupos do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), da mulher contabilista e da Integração Estudantil, a Comissão Nacional Jovem Contabilista pretende: proporcionar conteúdo adequado, com consciência crítica e ética, aos estudantes e recémformados, visando suprir necessidades imediatas, de acordo com o mercado de trabalho. conscientizar os jovens da importância da Contabilidade para o país, contribuindo para que eles estejam bem informados sobre as potencialidades e as oportunidades que a profissão pode oferecer. realizar ações para que a sociedade brasileira reconheça a importância do contabilista, valorizando-o em projetos sociais. defender interesses acadêmicos da profissão e disseminar entre os jovens a importância da força política da classe contábil no Brasil. incentivar formandos para que efetuem o registro nos Conselhos regionais e divulgar o curso para alunos do ensino médio e para a sociedade. Strassburg (1998) analisando a influencia da globalização sobre a contabilidade assim se manifesta: Com a Globalização da economia, a evolução tecnológica e o avanço 2 Membro da Comissão Nacional Jovem Contabilista 20

22 nos conhecimentos, a vantagem de ser tradicionalista no ramo de atividade ou de deter uma fatia grande de mercado, vem sendo ameaçada pelo poder de competição entre os profissionais de cada área de atuação. A classe dos contabilistas também deverá acompanhar as mudanças impostas para a contabilidade, principalmente pela necessidade de informações que os gestores das empresas têm para gerir adequadamente seus negócios. Na contabilidade temos múltiplos usuários, com objetivos totalmente diferenciados a serem satisfeitos com os diversos tipos de informações. Informações estas que são desejáveis e deverão ser úteis para a tomada de decisões. Com isto nós contabilistas, não podemos jamais esquecer dos objetivos a serem alcançados ao fazermos a contabilidade. Podemos dizer que os pensamentos em termos dos objetivos da contabilidade, frequentemente estão separados em duas formas distintas: - Uma, visualizando, que a contabilidade tem como objetivo único, o registro dos fatos e atos de uma empresa, com a finalidade de fornecer a basicamente um único usuário (governo), um conjunto específico de informações, atendendo de igual modo a todos os tipos de usuários. - A outra, visualizando ao mesmo tempo o controle do patrimônio, apuração do resultado, proporcionando controle dos negócios, atendendo as determinações legais, evidenciando as situações patrimoniais e econômicas da empresa, e desta forma, fornecendo informações que sejam úteis para os diversos usuários, ou seja, para que os mesmos possam tomar decisões fundamentadas nas informações fornecidas por nós contabilistas, sendo estas com enfoques totalmente diferenciado para cada tipo de usuário. Devemos analisar no momento de prepararmos as informações a serem encaminhadas a determinado usuário, a sua situação financeira, econômica, social, política, emocional, formação, grau de instrução e principalmente a posição em que se encontra com relação a empresa, para que os demonstrativos apresentados não se tornem enganosos ao tentar interpretar os mesmos. A evidenciação deverá ser utilizada nesta hora na quantidade e medida, certa de acordo com o perfil de cada usuário. Após a exposição destas questões, cabe a nós avaliarmos, como objetivo principal da contabilidade, a necessidade de informações por parte do usuário para a tomada de decisões. Nesse contexto, o profissional oriundo dos Cursos Técnicos em Contabilidade tem as seguintes certificações: auxiliar de contabilidade e técnico em contabilidade. O Auxiliar de Contabilidade é preparado para exercer as seguintes atribuições nas organizações: levantar, com base em registros contábeis e gerenciais, os atos e fatos administrativos, bem como suas conciliações. escriturar livros auxiliares e fiscais; organizar as rotinas para levantamento de balancetes. elaborar relatórios e informes para subsidiar, em instâncias superiores, alterações no planejamento da previsão das necessidades de materiais e serviços. identificar o sistema de custos e seus componentes diretos. identificar e organizar informações pertinentes ao departamento de pessoal. identificar o significado do tributo e sua abrangência e os registros de movimentos tributários ICMS, ISS, IPI, IRPF, IRPJ, IPTU, IPVA e outros. apurar, mediante encerramento das contas comerciais, os resultados de vendas e despesas de comercialização e imposto sobre vendas e resultado financeiro da organização. 21

23 preparar as demonstrações contábeis, gerando balanço patrimonial e demonstrações de resultados. realiza atividades inerentes à contabilidade em empresas, em órgãos governamentais ou em outras instituições públicas e privadas. constitui e regulariza a empresa, identifica documentos e informações, atende à fiscalização e procede à consultoria empresarial. operacionalizar a contabilidade de custos e efetua contabilidade gerencial. administrar o departamento de pessoal e realizar controle patrimonial. Para justificar a importância da profissão através da tabela 1 pode-se verificar o contingente de contabilista no território nacional, classificados por região, categoria e gênero. Tabela 1 - Contabilistas ativos por gênero e região e categoria - março 2010 Regiões Norte Contador Técnico Total % 53 Contadora Técnica Total % 47 Centro-oeste Nordeste Sudeste Sul Totais Fonte: Conselho Federal de Contabilidade Vice-Presidência de Registro Coordenadoria de Registro, março O conteúdo do curso de Técnico em Contabilidade do Centro Paula Souza Visando atender as expectativas de formação educacional técnica e, consequentemente, as demandas do mercado de trabalho, o Centro de Educação Tecnológica Paula Souza formulou a matriz curricular do curso Técnico em Contabilidade que pode ser visualizada através da figura 1. Esta matriz é aplicada por todas as unidades ETEC que oferecem o referido curso (ARAÚJO et al, 2009). HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO DE TÉCNICO EM CONTABILIDADE MÓDULO I C.H I.1 Ética e Cidadania Organizacional - 50 I.2 Economia e Mercado - 50 I.3 Gestão de Documentos - 50 I.4 Direito Empresarial - 50 I.5 Matemática Financeira - 50 I.6 Contabilidade Geral I.7 Linguagem, Tecnologia e Trabalho 50 Comunicação na Área de Contabilidade I.8 Aplicativos Informatizados - 50 C.H. 500 MÓDULO II C.H II.1 Processos Estatísticos de Pesquisa - 50 II.2 Contabilidade Empresarial e Comercial II.3 Contabilidade de Custos II.4 Contabilidade Tributária I - 50 II.5 Planejamento do TCC em Contabilidade - 50 II.6 Controle de Processos de Remuneração e Encargos de Pessoal - 50 II.7 Aplicativos Informatizados em Contabilidade C.H. 500 MÓDULO III C.H III.1- Contabilidade Industrial e Rural III.2 Estruturas e Análises das Demonstrações Financeiras III.3 Contabilidade Gerencial 50 III.4 Contabilidade Governamental - 50 III.5 Contabilidade Internacional e de Organizações do Terceiro Setor - 50 III.6 Contabilidade Tributária II - 50 III.7 Desenvolvimento do TCC de Contabilidade 50 C.H. 500 MÓDULO I Sem Certificação MÓDULO I + II Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio de AUXILIAR DE CONTABILIDADE MÓDULOS I + II + III Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio de TÉCNICO EM CONTABILIDADE Figura 1 Grade Curricular do Curso Técnico em Contabilidade do Centro de Educação Tecnológica Paula Souza. Fonte: ETEC unidade de Bebedouro/SP,

24 1.2.1 Módulos di Para Araújo et al (2009) deve-se observar que no módulo I não há certificação, pois o aluno é ingressante e terá contato com temáticas importantes para que haja sustentação básica e adequada à sua formação técnica Desta forma, o Módulo I visa desenvolver no aluno as seguintes atribuições: identificar e organizar o registro e guarda de documentos; registrar informações contábeis; operacionalizar as informações por meio de sistemas informatizados; expressar-se de forma oral e escrita. Quanto às áreas de atividade objetiva: identificar documentos e informações; organizar documentos; registrar atos e fatos contábeis; demonstrar competências pessoais; comunicar-se Módulo II No módulo II a qualificação profissional técnica de nível médio é de Auxiliar de Contabilidade que é o profissional que organiza documentos e efetua sua classificação contábil; gera lançamentos contábeis, auxilia na apuração dos impostos, concilia contas e preenchimento de guias de recolhimento e de solicitações, unto a órgãos do governo. Emite notas de venda e de transferência entre outras e realiza o arquivo de documentos. Esse profissional exerce suas funções em atividades empresarias e trabalha com supervisão permanente. As áreas de atividade são: constituir empresa; executar a contabilidade geral; administrar o departamento pessoal; operacionalizar a contabilidade de custos; calcular impostos; executar rotinas de faturamento (ARAÚJO et al, 2009) Módulo III Ao término do módulo III o aluno recebe a certificação de Técnico em Contabilidade é o profissional que efetua anotações das transações financeiras da organização e examina documentos fiscais e parafiscais. Analisa a documentação contábil e elabora planos de determinação de taxas de depreciação e exaustão dos bens materiais de amortização dos valores imateriais. Organiza, controla e arquiva documentos relativos à atividade contábil e controla as movimentações. Constitui e regulariza empresas, identifica documentos e informações, atende à fiscalização e procede a consultoria empresarial. Executa a contabilidade geral, operacionaliza a contabilidade de custos e efetua contabilidade gerencial. Administra o departamento de pessoal e realiza controle patrimonial (ARAÚJO et al, 2009) Mercado de trabalho Consultado sobre o mercado de trabalho para o Técnico em Contabilidade Santana 3 argumentou que o profissional é preparado para trabalhar em escritórios de contabilidade, em departamentos de contabilidade de empresas agrícolas, comerciais, industriais e de serviços e m órgãos governamentais. Ao concluir os módulos I, II e III deverá ter construído as competências que seguem. identificar a organização e os processos próprios de uma empresa comercial, industrial ou prestação de serviços. identificar e formular estratégias, de armazenamento e distribuição física dos produtos, de compra e venda, de pós-venda. aplicar princípios e conceitos, tais como patrimônio, faturamento, lucro bruto e lucro líquido, custos e despesas, margem de contribuição e outros relacionados com produtividade e lucratividade. identificar e interpretar a legislação que regula as atividades de comercialização, tais como as normas referentes aos direitos do consumidor, aos contratos comerciais, as normas de 3 Geraldo José Santana é Diretor da ETEC unidade de Bebedouro/SP. Informação sem indicação de publicação. 23

25 higiene e segurança, ao comércio exterior, às questões tributárias e fiscais. controlar estoques utilizando técnicas e modelos adequados. aplicar conceitos de matemática financeira (juros, descontos, prestações) e calcular valores, utilizando-se de calculadoras financeiras ou de planilhas de cálculo. aplicar normas e leis pertinentes ou que regulamentem atividades da área, como as referentes à conduta ética e a direitos autorais, patentes e saúde e segurança do trabalho. utilizar de forma ética e adequada as possibilidades oferecidas por leis de incentivo fiscal à produção na área. comunicar-se com os profissionais das equipes, utilizado vocabulário técnico específico. negociar e documentar, nos formatos legais, usuais, contratos típicos da produção, da distribuição e da comercialização. identificar as estruturar orçamentárias e societárias das organizações e relacioná-las com os processos de gestão. utilizar os instrumentos de planejamento, bem como executar, controlar e avaliar os procedimentos dos ciclos: tributário; financeiro; contábil; do patrimônio; da produção; dos sistemas de informações. 3 Resultados e Discussão Depois de realizada a pesquisa de campo, vários dados foram coletados e trabalhados para se obter informações relevantes sobre a temática da pesquisa. A seguir são apresentados gráficos contendo tais informações que se constituem na fundamentação para a resposta ao problema da pesquisa e à hipótese formulada. Inicialmente buscou-se estabelecer o perfil da amostra. Quanto ao perfil da amostra. Os gráficos numerados de um a seis ilustram os dados obtidos relacionados a: sexo, idade, estado civil, escolaridade, residência e renda familiar.constatou-se que 60% da amostra é do sexo feminino; 80% tem idade superior a 20 anos e 100% da amostra é constituída de solteiros. Quanto ao nível de escolaridade constatou-se que 40% têm ensino médio completo, 40% graduação completa fora da área e 20% graduação incompleta em Ciências Contábeis. Residem em Bebedouro 80% dos entrevistados e 80% tem renda familiar acima de três salários mínimos. Gráfico 1 - Quanto ao sexo Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de

26 Gráfico 2 - Quanto à faixa etária Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Gráfico 3 - Quanto ao estado civil Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Gráfico 4 Quanto à escolaridade. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de

27 Gráfico 5- Quanto ao local de residência. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Gráfico 6 Quanto a renda familiar. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Quanto à área de atuação profissional A amostra foi indagada sobre a categoria de ocupação profissional; se trabalha na área de formação técnica e qual a contribuição do curso para o atual posicionamento profissional. Constatou-se que 60% da amostra encontram-se empregada; 20% trabalham como profissionais autônomos e 20% como contratados temporários. Informam 60% dos entrevistados que trabalham na área de formação técnica e que o curso Técnico em Contabilidade contribuiu, pois trouxe conhecimento na área contábil; argumentam, ainda, que com a conclusão do curso conseguiram estabelecer os serviços contábeis em seus escritórios. O curso Técnico de Contabilidade abriu as portas para o mercado de trabalho, pois foi através dele que conseguiram a oportunidade de emprego. Os gráficos numerados de sete a nove ilustram as informações trabalhadas. 26

28 Gráfico 7- Quanto a ocupação profissional Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Gráfico 8- Quanto ao trabalho ser na área contábil. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Gráfico 9 Quanto à remuneração Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Quanto ao curso Técnico em Contabilidade Atentou-se para as opiniões da amostra relacionadas aos seguintes aspectos: currículo; corpo docente; estrutura oferecida para o funcionamento do curso. Os gráficos numerados de 10 a 14 ilustram as opiniões emitidas pela amostra. - Sobre o currículo do curso: Para 20% não atende as necessidades do mercado, pois a área exige experiência e a maioria dos escritórios não dá abertura para estagiários e aprendizes, querem um profissional pronto. Para 80% atende, embora parcialmente, é necessário um pouco mais de prática em laboratórios para mostrar a realidade do mercado de trabalho e desenvolver a habilidade contábil. 27

29 Gráfico 10 Quanto ao currículo do curso. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Sobre o corpo docente: Para 100% da amostra o corpo docente atende plenamente as expectativas dos entrevistados. Gráfico 11 Quanto ao corpo docente. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Com relação à estrutura: A amostra foi indagada quanto aos seguintes espaços: laboratórios, salas de aula e sala de leitura que a instituição de ensino oferece para o funcionamento do curso. Quanto aos laboratórios para 20% da amostra há deficiências, pois falta um laboratório que atenda exclusivamente os alunos de contabilidade para que os mesmos possam aplicar os conhecimentos teóricos na prática. A figura 12 demonstra tais opiniões. 28

30 Gráfico 12 Quanto à estrutura física laboratórios. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de As salas de aula não atendem às expectativas para 20% da amostra e para 80% atendem, conforme a figura 13, mas não foram apresentados argumentos que justificassem cada uma das opções. Gráfico 13 - Quanto à estrutura física salas de aula. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de Para 40% da amostra a sala de leitura não atende as necessidades dos alunos e 60% consideram que atende, conforme figura 14. Os entrevistados não apresentaram argumentos para justificar seu posicionamento. Gráfico 14 - Quanto à estrutura física sala de leitura. Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de

31 Finalizando a pesquisa foi perguntado aos entrevistados sobre os principais pontos positivos e negativos do curso. Através da tabela 2 pode-se verificar que o principal ponto positivo é o fato de o curso gozar de credibilidade junto ao mercado de trabalho; como ponto negativo mais relevante é apontada a estrutura física deficitária ao funcionamento do curso. Tabela 2 - Pontos positivos e negativos do curso apontados na pesquisa de campo. Pontos Positivos % Pontos Negativos % Curso reconhecido no mercado de trabalho 40% Estrutura apertada 40% Corpo docente 20% Falta de mais professores com experiência contábil 20% Possibilidade de trabalho autônomo e independente 20% Carga horária e grade curricular restrita ao di-a-dia do contabilista Conhecimento e relacionamentos profissionais 20% Falta oportunidade de estágios 20% Total 100% 100% Fonte: pesquisa de campo realizada pelos autores em abril de % 4 Considerações Finais As freqüentes mudanças introduzidas no mundo empresarial, em razão do desenvolvimento e dinamismo com que os mercados evoluem, tornam imperioso que os profissionais inseridos nas empresas procurem se moldar a essa realidade. As pressões sofridas pelas empresas são transferidas para seus funcionários e destes são requeridos conhecimentos, habilidades e atitudes condizentes com essa nossa ordem trazida pelo dinamismo do mundo empresarial contemporâneo. As freqüentes mudanças introduzidas no mundo empresarial, em razão do desenvolvimento e dinamismo com que os mercados evoluem, tornam imperioso que os profissionais inseridos nas empresas procurem se moldar a essa realidade. As pressões sofridas pelas empresas são transferidas para seus funcionários e destes são requeridos conhecimentos, habilidades e atitudes condizentes com essa nossa ordem trazida pelo dinamismo do mundo empresarial contemporâneo. Não se pode esquecer que o dinamismo acima citado impõe como condição fundamental aos profissionais a qualidade da busca de atualização, pois esta os colocará em condições apropriadas de auxiliar na tomada de decisões, de optar pelo uso de ferramentas adequadas de gestão e de buscar os diferenciais competitivos para as organizações a que estão vinculados e de manter sua empregabilidade. Constatou-se pela pesquisa que há um considerável contingente de técnicos em contabilidade que estão trabalhando na área e conclui-se que o curso cumpre seus propósitos em relação ao mercado de trabalho. Embora cumpra a sua eficácia é oportuno e prudente ressaltar que os planejadores da grade curricular devem ficar alerta quanto as possíveis mudanças que podem e devem nela ser introduzidas. Desta forma, o processo de adaptação do curso se dará em razão as demandas de atualização, consequentemente os resultados de formação de técnicos contábeis serão cada vez mais eficazes em seu conteúdo. 30

32 Quanto à estrutura de funcionamento, física e tecnológica, destaca-se que se faz necessário em olhar mais acurado para o espaço destinado aos laboratórios e de sua utilização que visa preparar o aluno para um olhar mais prático de atuação profissional. Espera-se que as considerações e discussões contidas neste trabalho possam contribuir para as diretrizes dos cursos de Técnico em Contabilidade das unidades ETEC do Centro de Educação Tecnológica Paula Souza, que a mesma seja aprofundada em pesquisas futuras garantindo, desta forma, a captação de informações relevantes para o aprimoramento dos cursos Técnico em Contabilidade como um todo. Referências ARAÚJO, A. M. et al. Plano de curso para Habilitação profissional técnica de nível médio em técnico de contabilidade. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. São Paulo (ARAÚJO et al, 2009). GIROTTO, M. Procuram-se jovens contabilistas... Revista brasileira de contabilidade. Conselho Federal de Contabilidade. Brasília, ano XXXVIII, nº. 178/179/180, p , jul./dez OLIVEIRA, M.R.N.S. Mudanças no mundo do trabalho: Acertos e desacertos na proposta curricular para o Ensino Médio (Resolução CNE 03/98). Diferenças entre formação técnica e formação tecnológica. Revista Educação e Sociedade. Universidade de Campinas Unicamp. vol.21 n.70. Disponível em < Acesso em 06 maio PELEIAS, I. R. et al. Evolução do ensino da contabilidade no Brasil: uma análise histórica. Revista Contabilidade & Finanças. Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Departamento de Contabilidade e Atuária. vol.18. Disponível em < Acesso em 06 maio STRASSBURG, U. Objetivos da contabilidade. Jornal do Sindicato dos Contabilistas de Cascavel. Paraná, mai/jun Disponível em 31

33 O "custo" da produção da cana-de-açúcar na região de Bebedouro/SP Uma análise socioambiental sobre o aumento desta produção Francine de Almeida Martins (Graduação em Ciências Contábeis - IMESB) francinealmart@hotmail.com Luis Antônio Nogueira (Professor Orientador - IMESB) lnogueirasp@yahoo.com.br Resumo: O presente artigo constitui-se em um estudo/avaliação sobre o aumento da produção da cana-de-açúcar nos últimos anos na região da cidade de Bebedouro - SP, outrora conhecida como "Capital Nacional da Laranja". Destaca a história da Agricultura de Bebedouro e como as crises no setor, principalmente a crise no setor da citricultura, modificaram sua história. Apresenta ainda os pontos positivos e negativos desta, agora principal, produção agrícola da cidade. Apresenta, de forma associada e comparativa o aumento da produção da cana-de-açúcar com possíveis impactos ambientais negativos e suas consequências em relação a saúde da população, não somente de Bebedouro, mas de todos os lugares onde predomina o cultivo da cana-de-açúcar. Além de analisar, baseado em dados oferecidos por profissionais da área agrícola e outros dados recolhidos junto à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a modificação na economia da cidade, como por exemplo, na arrecadação de impostos que geram condições de investimentos. Palavras-chave: Laranja. Cana-de-açúcar. Produção Agrícola. 1 Introdução Bebedouro é uma cidade situada ao norte do Estado se São Paulo que ficou conhecida como "Capital Nacional da Laranja". E foi. Era a maior produtora de laranja do Brasil com participação no mercado mundial de suco de laranja. A Califórnia brasileira é como também ficou conhecida, fazendo referencia à cidade norte-americana também produtora de laranja. O plantio da laranja em Bebedouro começou após a crise de 1929/30, quando a produção de café do Brasil era equivalente à demanda mundial. A "safra de café chegava a espantosos 21 milhões de sacas para um consumo mundial de 22 milhões", afirma Fernandes (2006). O produtores bebedourenses de café, logicamente, setiram a crise e logo tiveram que abandonar essa produção. E os cafezais foram substituídos pelos laranjais. O último censo agropecuário (2007/08) do Estado de São Paulo, revelou que Bebedouro ainda se mantém como uma das principais cidades paulistas produtoras de laranja, mas aponta a cana-de-açúcar como a principal produção deste municipio. A cana-de-açúcar também surge em Bebedouro após uma crise, mas desta vez é a crise no setor da citricultura. "Com o baixo preço da laranja, os produtores viram na cana-de-açúcar uma saída honrosa para não 'quebrarem'", disse o Eng. Agr. Walkmar Brasil de Souza Pinto chefe da Casa da Agricultura de Bebedouro. O objetivo deste trabalho é analisar e avaliar, através de dados coletados junto à orgãos do setor do agronegócio, prefeitura municipal e até de profissionais da saúde as mudanças ocorridas para a cidade de Bebedouro, para a sua população e para o meio ambiente com o aumento da produção da cana-de-açúcar. 32

34 2 O histórico da agricultura de Bebedouro 2.1 O café Desde a sua fundação em 1884, Bebedouro já atraia agricultores interessados em estabelecer laços com esta terra, visivelmente, produtiva. Os pioneiros, que iam chegando, procuravam se instalar em casas de pau-apique e, aos poucos, formando suas fazendas que se transformariam mais tarde no celeiro do café do Brasil. Quem aqui chegava percebia o valor da terra-roxa-arenosa, a melhor do mundo para o cultivo do café. As matas seculares da região e suas espécies qualificadas que indicam a produtividade do solo. A presença do arbusto Figueira Branca e Pau D'Alho, por exemplo, sabiam os pioneiros-bandeirantes, eram indício e garantia de colheitas abundantes (COSTA, 1996, p. 25) E os pioneiros não estavam errados. Os cafezais prenominaram nas terras de Bebedouro, assim como em todo o Estado de São Paulo, até o ano de 1929/30 quando houve a crise do café. Segundo Fernandes (2006), nesta época, jornais noticiavam as falências e tragédias familiares, como esta: "No interior o café é queimado, pois não há esperança de venda, nem há como arcar com o alto custo da estocagem e os grandes fazendeiros naufragam em dívidas vendendo as jóias de família para sobreviver". Em Bebedouro não foi diferente. Izidoro Filho (1991, p. 590) comentou uma notícia do Correio de Bebedouro no ano de 1938 que dizia: "Queimando café em Bebedouro"....o governo brasileiro ficou sem saber como fazer com tanto café estocado nos armazéns. Foi daí que o Governo Federal, na época do sr. Getúlio Dorneles Vargas, se fez reunir com seus ministros de Estado, e resolveram o problema pelo mais fácil meio encontrado: queimar grandes partes dos estoques de café, para não fazer exportação por um determinado epaço de tempo e forçar os fazendeiros a não produzirem café enquanto durasse a crise e o estoque no mercado internacional Queimar o café estocado foi a saída que o Governo Federal, na época de Getúlio Vargas, encontrou para acabar com o estoque dos armazéns gerais e do governo federal. Bebedouro era dona de uma grande lavoura, pois, segundo Izidoro Filho (1991, p.591) possuia mais de de pés de café. Ainda existe em Bebedouro o enorme barracão onde era estocado o café da região. O armazém é utilizado nos tempos de hoje (2009) pela Coopercitrus. 2.2 A laranja A laranja apareceu como um sinal de esperança aos produtores de Bebedouro decepcionados com a crise e o consequente fim da produção do café. Começa a substituição dos cafezais pelos laranjais. Segundo Izidoro Filho (1991, p. 588) o sr. Antonio Alves de Toledo, prefeito municipal na época, criou um Departamento Municipal de Fomento à Fruticultura, para incentivar e impulsionar a expansão da citricultura. Através de um Edital, o sr. Prefeito Municipal anuncia: "O Departamento Municipal de Fomento à Fruticultura recebe, desta data em diante, encomenda para o fornecimento de mudas de laranjeiras aos lavradores deste município, as quais serão entregues entre Setembro e Dezembro de 1938". 33

35 Vale ressaltar que o sr. Antonio Alves de Toledo foi visionário e, com os incentivos, se antecipou ao pior que aconteceu com os produtores de café, que foi a queima dos estoques armazenados de café, já que o incentivo à citricultura deu-se, ainda segundo Izidoro Filho, em A produção da laranja foi crescendo ao longo dos anos, não apenas em Bebedouro, mas em toda a região central e norte do Estado de São Paulo. Em 1956, a região de Bebedouro já contava com um grande número de árvores: Na região de Bebedouro já se contavam com um número expressivo de 3 milhões de árvores. Os ótimos laranjais de Limeira, Bebedouro, Matão, Araraquara e outros menores centros do nosso Estado já contavam com um número expressivo de 8 milhões de pés de laranjeiras. O nosso solo, o clima, são dois fatores importantes para a vegetação, crescimento e produção de nossos pomares (IZIDORO FILHO, 1993, p. 96) Este ano de 1956 foi de muita importância para a laranja de Bebedouro. Costa (1996, p. 116) cita que neste ano fundou-se a Cooperativa dos Citricultores de Bebedouro e em 01 de janeiro de 1956 iniciou aqui as atividades exportadoras da laranja do sr. José Cutrale Jr. De 03 a 07 de agosto de 1960, realiza-se, com o patrocínio da Prefeitura e colaboração da Casa da Lavoura (atual da Casa da Agricultura), a I Festa da Laranja de Bebedouro. (Costa, 1996) A Festa da Laranja, que depois passou a se chamar Feira Citrícola Comercial Industrial de Bebedouro (FECCIB) ficou conhecida como um grande evento da cidade e marcou época em Bebedouro. "A famosa festa, em que personalidades nacionais e internacionais se apresentaram é saudade". ( O mercado internacional demorou a ser conquistado pelas laranjas bebedourenses. Isso só veio a acontecer quase três décadas após o início da produção em Bebedouro. Bebedouro começou a deslanchar na produção de citrus em 1964, quando exportou um total de caixas de laranjas ou aproximadamente 40% da exportação nacional. Em 1965 já mantinha o primeiro lugar nas exportações com embarque de caixas, equivalente a 46% das exportações brasileiras (COSTA, 1996, p. 58) E assim foi cada vez mais ganhando seu espaço e participação no volume de vendas ao exterior. Bebedouro foi trilhando seu caminho que a levaria a conquistar seu orgulhoso título de "Capital Nacional da Laranja". Com o aumento da cotação da laranja e vendas ao exterior, Bebedouro passa ater um acréscimo de população devido a migração de todo o país. (Izidoro Filho, 1993) Por volta dos anos de 1984/85, a participação no volume de vendas ao exterior só tinha aumentado, conseguindo obter até mesmo um superávit nas exportações, como comenta Costa (1996, p. 58): "Bebedouro disparou na produção. Com um superávit nas exportações em 1984, com 300 milhões de caixas, os sucos cítricos brasileiros geraram recursos de US$ 1,0 bilhão para o país". Com isso pode-se confirmar o quanto Bebedouro conquistava sua importância para o crescimento, não apenas de sua região e Estado, mas de todo o País Levantamentos censitários da produção de laranja Os censos agronômicos do Estado de São Paulo são realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o IBGE e também pela Secretaria da Agricultura e têm por 34

36 objetivo levantar "todos os dados estatísticos e informações que possam ser úteis aos lavradores ou às indústrias e ao comercio mais relacionados com a agricultura" ( Abaixo segue alguns dados dos levantamentos censitários da produção da laranja de Bebedouro: TABELA 1 Evolução da produção da laranja em Bebedouro Ano Laranjeiras Fonte: Costa (1996) e Casa da Agricultura de Bebedouro. Percebe-se o progresso da produção da laranja, de acordo com os dados disponíveis, até o ano de A informação que se segue, do ano de 1995, já demonstra uma queda, no número de laranjeiras, de mais de 6%. De acordo com o Eng. Agr. Walkmar Brasil de Souza Pinto, chefe da Casa da Agricultura de Bebedouro, até o ano de 1991 o município de Bebedouro tinha em média hectares de plantação de laranja o que resulta em torno de laranjeiras, se considerada a média plantada na época, que era de 160 a 200 pés de laranja por hectare. A plantação de cana-de-açúcar neste mesmo ano era em torno de hectares. 2.3 A cana-de-açúcar Enquanto no ano de 1995 Bebedouro registrava queda na produção de laranja, registrava-se também um significativo aumento na produção da cana-de-açúcar numa área de hectares (COSTA, 1996). Se comparado ao ano de 1991, quando a cana-de-açúcar ocupava uma área de hectares, o aumento do plantio foi de mais de 400%. Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o censo agropecuário de produtores rurais chamado projeto Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária - Projeto LUPA ( realizado nos anos de 1995/96, a cana-de-açúcar apresentava-se como a segunda cultura agrícola de Bebedouro com ,40 hectares, ocupando 279 UPAS (Unidade de Produção Agrícola), perdendo apenas para a laranja que neste censo apareceu como o principal cultivo agrícola de Bebedouro com ,50 hectares em 633 UPAS. O último Projeto LUPA, iniciado em julho de 2007 e concluído em setembro de 2008, mostrou que Bebedouro, tem agora a cana-de-açúcar como a principal cultura, apresentandose em hectares, seguido pela laranja com hectares. Vale ressaltar que, mesmo com o avanço da cana-de-açúcar e a conseqüente diminuição dos pomares de laranja, Bebedouro ainda se mantém nas primeiras posições das cidades produtoras da laranja no Estado de São Paulo, ocupando a terceira posição, representando 2,44% do total dos hectares do Estado com essa plantação. Bebedouro só perde para as cidades de Itápolis e Casa Branca, que apresentam uma produção de laranja que ocupa 4,27% e 2,67%, respectivamente, do total de hectares do Estado de São Paulo ocupados com essa produção. Porém, esses dados apresentados por esse projeto, que foi lançado em março/2009, já estão ultrapassados, segundo o chefe da Casa da Agricultura de Bebedouro. Walkmar Brasil de Souza Pinto disse que, nos últimos meses, mais áreas de plantação de laranja foram substituídos pela cana-de-açúcar e que, seguramente, no ano de 2010, Bebedouro terá aproximadamente hectares de cana-de-açúcar contra de laranja. 35

37 Com esses números, Bebedouro segue as estatísticas do Estado de São Paulo: Hoje, a cultura mais frequente na agricultura paulista é a cana-de-açúcar (31% das unidades de produção agropecuária). Comparando-se os resultados atuais com os obtidos no censo agrícola de 1995/96, é notável o crescimento da cultura da cana-de-açúcar, que continua sendo a primeira em área cultivada, com 5,5 milhões de hectares, acréscimo de 90%. (SAMPAIO FILHO, 2009 Projeto LUPA) 3 O cenário da Agricultura de Bebedouro após Crise no setor da citricultura Assim como a crise de 1929/30 foi o marco para a entrada da laranja em Bebedouro, a venda da Frutesp em 1993, foi o início da crise no setor da citricultura em Bebedouro. A Frutesp, era uma indústria de suco controlada por uma cooperativa de citricultores que dava transparência ao mercado e pagava aos citricultores o mesmo valor dos concorrentes mais uma participação nos lucros. Isso gerava certa competição entre as indústrias, e os preços variavam conforme a oferta e a procura. Com a sua venda, o que se seguiu foi o fortalecimento da indústria, que assinaram entre si, um contrato mediante o qual fixavam as participações de cada uma delas no mercado de suco de laranja, dividiam os citricultores, combinavam os preços pagos aos produtores e de venda do suco. (Flávio P.C Viegas - presidente da ASSOCITRUS, 2009, A crise no setor da citricultura abriu as portas para o plantio da cana-de-açúcar em Bebedouro. Nas palavras do Sr. Walkmar Brasil de Souza Pinto, Chefe da Casa da Agricultura de Bebedouro "com a venda da Frutesp, que era o 'termômetro' de preço da laranja do Estado de São Paulo, houve uma concentração das demais indústrias que baixaram o preço da laranja. A saída para o produtor era a cana-de-açúcar" Produção da cana-de-açúcar x laranja Exploração Segue abaixo alguns dados referentes ao ano de 2008 dessas culturas: TABELA 2: Cana-de-açúcar e laranja em números Área plantada em hectares Àrea em % Produção Valor da Produção Cana-de-açúcar , ton ,00 Citros caixas (40,8 kg) ,00 Fonte: Casa da Agricultura de Bebedouro Apesar da plantação de citros, em área plantada, ser quase a metade da área da plantação de cana-de-açúcar, Bebedouro ainda alcança uma boa produção. Isso porque, segundo dados da Casa da Agricultura, Bebedouro tem 25% dos pomares de laranja irrigados. Em todo o Estado de São Paulo apenas 14% dos pomares são irrigados. Um pomar irrigado representa uma produção bem maior, que pode chegar a 1000 caixas por hectare. Além disso, nas renovações de pomares estão plantando de 400 a 600 pés por hectare. Antes o plantio era de 160 a 200 pés por hectare. 3.2 Aumento do plantio de cana-de-açúcar Com a crise no setor, muitos citricultores que deveriam renovar seus pomares, não o fizeram, plantando, nos pomares onde antes tinha laranja, a cana-de-açúcar. 36

38 Os talhões improdutivos (com mais de 15 anos) foram substituídos por canade-açúcar que era, de imediato, uma saída com retorno de investimento rápido, já que a laranja demora, em média, 5 anos para começar render financeiramente ao produtor. Foi a saída honrosa para não "quebrar". (Walkmar Brasil de Souza Pinto, Chefe da Casa da Agricultura) Mesmo com a cana-de-açúcar já avançando, as safras ainda apresentavam aumento da produção e segundo, dados da Casa da Agricultura, a safra da laranja de 1999 foi a maior da história de Bebedouro com 428 milhões de caixas de 40,8 Kg colhidas, porém com uma receita baixíssima sobre essa produção, pois a caixa foi vendida, em média, a US$ 1,00 (com o dólar cotado a R$ 1,80 na época). E nesse momento, a partir do ano 2000, a evolução cana-de-açúcar passou a ser acelerada. O produtor já não acreditava mais em contratos celebrados com as indústrias de laranja, já que estas firmaram contratos com os citricultores para pagamento da caixa de laranja à US$ 10,00 e esses contratos não foram honrados. Os produtores, para não perder a produção, "entregavam" sua laranja a U$ 1,00 a caixa. (Casa da Agricultura de Bebedouro) 4 Os principais impactos socioambientais do aumento da produção da cana-de-açúcar 4.1 Meio Ambiente Conforme comentado anteriormente, a cana-de-açúcar é a principal cultura de Bebedouro e região. Uma produção que divide opiniões por todo país, já que com a cana-deaçúcar fabrica-se o etanol, que "desde abril de 2003 até o final de outubro de 2009, a frota de veículos flex brasileira já evitou a emissão de mais de 75 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera" ( mas por outro lado fazem uso da queimadas para facilitar a colheita manual da cana-de-açúcar, sendo prejudicial ao meio ambiente. As queimadas da palha da cana-de-açúcar provocam vários impactos ambientais negativos que afetam a sustentabilidade da própria agricultura. No solo, o fogo altera as suas composições químicas, físicas e biológicas, prejudicando a ciclagem dos nutrientes. (Ferreira, 2007) A produção da cana-de-açúcar esta sempre atrelada à sustentabilidade por ser uma energia natural, limpa, renovável e por poluir menos o ambiente do que os derivados do petróleo( À população, frequentemente se apresentam as contribuições da exportação do açúcar e álcool para a economia brasileira. Deixa-se de lado, porém, os gastos atuais e futuros com o adiamento de soluções para problemas como o das queimadas ( Lopes e Ribeiro (2006), em um artigo publicado ne Revista Brasileira de Epidemiologia, citam alguns problemas causados à população durante o período de queimadas, e relatam os problemas segundo moradores das áreas afetadas: Sujeira em casas, comércio e locais públicos; Aumento do consumo de água de abastecimento público para garantir a limpeza dos locais afetados com maior freqüência; Aumento dos acidentes em rodovias devido à falta de visibilidade; Problemas respiratórios, notadamente em crianças e idosos; Interrupção de serviços de energia elétrica por problemas causados em linhas de transmissão próximas a área da queimada; Desperdício de energia; 37

39 Eliminação de animais silvestres, pássaros, etc.; Emissão de gases prejudiciais ao meio ambiente; Destruição da palha que não se incorpora ao solo. O uso do fogo nas plantações de cana-de-açúcar acaba sendo um agravante em vários setores, por exemplo: Para o solo - altera sua composição química, física e biológica (Ferreira, 2007). Sendo assim, necessitará de uma maior concentração de herbicidas e agrotóxicos para combater pragas. Ao reduzir a diversidade de vegetais e animais e ao colocar juntas, a curta distância, plantas de uma mesma espécie, o homem favorece a sobrevivência de certos herbívoros. Livres dos inimigos naturais, tais herbívoros tornam-se uma população numerosa, passando a ser considerados pragas. Para combatê-los, a maioria dos agricultores recorre a produtos químicos, reduzindo ainda mais a estabilidade do agroecossistema, já que o veneno aniquila também os predadores das pragas ( Para os animais o uso do fogo também acontece para acabar com os animais peçonhentos do canavial para dar segurança ao cortador de cana. Mas com isso, atingem também outros animais que não fariam mal algum a nenhum cortador de cana e apenas estavam ali fazendo do canavial o seu refúgio. Muitos animais por não encontrarem mais as matas nativas que foram destruídas para implantação dos canaviais, tem como único abrigo o próprio canavial. Por este motivo, é muito comum o animais silvestres se multiplicarem no meio dos canaviais, onde muitas aves, como pombas, nhambus, codornas e perdizes fazem seus ninhos e colocam seus ovos, também atraídas pela farta oferta de insetos. Essa povoação atrai predadores como cobras, ratos e lagartos, que por sua vez atraem outros predadores de maior porte, como o cachorro-do-mato, o lobo-guará e a onça-parda. A esta população juntam-se outros animais, como a capivara e a paca. (Ferreira, 2006) Geralmente, o fogo é colocado nos quatro lados de um talhão de cana-de-açúcar, para que não se espalhe para outros talhões ou para áreas de preservação. Dessa forma, o fogo parte das extremidades e vai em direção ao centro. Sendo assim, os animais que ocupam a área não tem como fugir do fogo que avança e acabam morrendo carbonizados. Para que isso não aconteça com freqüência, é necessário que a queimada de um talhão seja feita por dois, não por quatro lados e com um aceiro (uma área onde se retira a vegetação em excesso) para evitar a propagação do fogo. Segundo Ferreira (2006), no Estado de São Paulo as queimadas têm sido feitas geralmente a partir de dois lados dos canaviais, para reduzir os riscos de acidentes. Quanto à poluição atmosférica, apesar de muito se divulgar sobre os benefícios da cana-de-açúcar enquanto planta, que absorve naturalmente o CO2 enquanto cresce, sobre a bioeletricidade que é o uso do bagaço para geração de eletricidade evitando as emissões na atmosfera e ainda, as reduções de gases liberados na atmosfera pelo carro a álcool ( pouco se fala dos prejuízos ambientais causados pelas queimadas. Mas as pesquisas focadas nesta área indicam que a fumaça lançada na atmosfera durante as queimadas da cana-de-açúcar afetam a saúde dos seres vivos, contribuem para a destruição da camada de ozônio e consequentemente causam o esfeito estufa. 38

40 Nº. de focos de queimada Revista Eletrônica de Ciências Contábeis IMESB - VC As queimadas causam a liberação para a atmosfera de ozônio, de grandes concentrações de monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2), que afetam a saúde dos seres vivos. As queimadas liberam grandes quantidades de gases que contribuem para a destruição da camada de ozônio na estratosfera e, assim, possibilitam que raios ultravioletas atinjam em maior quantidade a Terra e causem efeitos cancerígenos e mutagênicos. Por outro lado, os gases que ficam concentrados na atmosfera absorvem a energia térmica dos raios infravermelhos refletidos pela superfície da Terra, contribuindo com o efeito estufa que gera uma reação em cadeia negativa para o planeta (Ferreira, 2006) Em Bebedouro, os números de focos de queimadas registrados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) tiveram seu auge em 2005, com 51 focos de queimadas resgistradas por satélites do período noturno. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente determina que as queimadas da cana-deaçúcar aconteçam durante a noite, sempre que a umidade relativa do ar esteja baixa (geralmente nos meses de julho à outubro). Quando a umidade relativa do ar se encontra abaixo de 20%, a queima da palha da cana fica suspensa em qualquer horário. (Resolução SMA - 34, de , publicada no Diário Oficial em 03 de julho de 2007) Portanto, acreditando-se que, devido essa determinação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, esses focos registrados sejam os que retratem a realidade das queimadas da cultura canavieira em Bebedouro. O gráfico abaixo mosta os números dos focos de queimadas dos últimos 10 (dez) anos em Bebedouro: FIGURA 1: Focos de queimadas em Bebedouro Focos de Queimadas em Bebedouro Fonte: Inpe Neste ano de 2009 foram registrados apenas 11 focos de queimadas noturnas em Bebedouro, o menor dos últimos 10 anos. Este número tão inferior, se comparado aos outros anos, é um reflexo da mecanização da cultura da cana-de-açúcar, que segundo informações do Sindicato Rural, já chega, em torno de, 60% (sessenta por cento) das áreas com plantio de cana em Bebedouro. 4.2 Social Dentre os impactos sociais podemos citar dois: A saúde e os empregos. 39

41 4.2.1 Saúde As queimadas da cana-de-açúcar tem afetado não só os cortadores de cana-de-açúcar, mas também a população das cidades onde as plantações de cana estão presentes. Alguns estudos e pesquisas que tentam fazer uma ligação entre o aumento das queimadas e aumento de complicações no sistema respiratório, tem revelado conclusões positivas para esta ligação. O Dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), apresentou em 2003 uma tese de doutorado sobre o assunto, que apresentou à Faculdade de Medicina da USP. A tese foi adaptada em forma de artigo e publicada em 2006 na revista científica Environmental Health Perspectives. Baseado em uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), Dr. Cançado coletou e analisou particulas suspensas em Piracicaba/SP e definiu quanto da poluição atmosférica da cidade advém da queima de combustíveis fósseis (automóveis, por exemplo), da indústria e da queima de biomassa (cana, principalmente). A análise dos dados confirmou que 75% das partículas finas provêm da queima da cana-de-açúcar. Diversos estudos, realizados por pneumologistas, biólogos e físicos, confirmam que as partículas suspensas na atmosfera, especialmente as finas e ultrafinas, penetram no sistema respiratório provocando reações alérgicas e inflamatórias. Além disso, não raro, os poluentes vão até a corrente sangüínea, causando complicações em diversos órgãos do organismo ( O Dr. Cançado explica, em matéria no site da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), que também correlacionou as queimadas com o numero de internações no Sistema Unico de Saúde (SUS) e observou que há aumento de internações de crianças e idosos com complicações respiratórias durante a safra de cana-de-açúcar. Em Bebedouro foram consultados o Otorrinolaringologista Dr. José Pedro N. Buzatto e o Pneumologista Dr. Edgar Cheli Jr., que confirmam que há um aumento significativo de pacientes em seus consultórios que apresentam algum tipo de alergia e complicações respiratórias durante o período das queimadas em Bebedouro. Mas as queimadas no Estado de São Paulo estão com os dias contados. A Lei N , de 19 de setembro de dispõe sobre a eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar da seguinte forma em seu artigo 2º: Artigo 2º - Os plantadores de cana-de-açúcar que utilizem como método de pré-colheita a queima da palha são obrigados a tomar as providências necessárias para reduzir a prática, observadas as seguintes tabelas: ANO PERCENTAGEM DE ELIMINAÇÃO 1º ano (2002) 20% da queima eliminada 5º ano (2006) 30% da queima eliminada 10º ano (2011) 50% da queima eliminada 15º ano (2016) 80% da queima eliminada 20º ano (2021) Eliminação total da queima A tabela acima aplica-se à áreas onde seja possível a mecanização, ou seja, áreas com mais de 150 ha (cento e cinquenta hectares) e declividade igual ou inferior 12% (doze por cento). Nas chamadas áreas não-mecanizáveis, com declividade superior a 12% (doze por 40

42 cento), o início da eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar, será a partir de 2011 com prazo para total eliminação da queima até 2031 ( Após a criação desta Lei, houve ainda a criação de um Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro que prevê a antecipação do fim da queima da palha da cana-de-açúcar. Assim, o setor paulista se comprometeu a antecipar, em até 14 anos, os referidos prazos, sendo antecipado o fim da queima da palha de cana-de-açúcar em áreas mecanizáveis para o ano de 2014 e em áreas não mecanizáveis para o ano de A adesão ao Protocolo Agroambiental não é obrigatória, mas as Usinas que cumprirem as normas do Protocolo irão receber um certificado de conformidade ambiental que deve facilitar, por exemplo, a exportação de açúcar e álcool para países que ameaçam impor barreiras técnicas aos produtos brasileiros ( Empregos A eliminação das queimadas significará melhores condições de saúde à população das cidades onde predominam a cultura da cana-de-açúcar, porém com a mecanização da cana-deaçúcar faz surgir outro problema social: o desemprego dos cortadores de cana-de-açúcar. O Jornal Folha de São Paulo do dia 12 de novembro de 2009 traz em seu caderno Folha Ribeirão uma matéria onde diz que a mecanização do corte da cana já fechou 23 mil postos de trabalho em todo o Estado de São Paulo. Segundo Marcos Jank, Presidente da UNICA União da Indústria de Cana-de-Açúcar, "a qualificação da mão-de-obra como complemento ao processo de mecanização da colheita de cana-de-açúcar é peça fundamental em um contexto de crescimento do setor sucroenergético brasileiro". Com o aumento das áreas com corte mecanizado haverá uma demanda por profissionais capacitados e as Usinas terão capacidade de absorver parte dos trabalhadores que poderão perder seus empregos no corte da cana-de-açúcar. No dia 25 de junho de 2009, no Palácio do Buriti, em Brasília, Marcos Sawaya Jank, Presidente da Unica fez o lançamento do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, que é um compromisso envolvendo Empresários, Trabalhadores e o Governo Federal para treinamento e requalificação de trabalhadores impactados com a mecanização da cana-de-açúcar Empregos em Bebedouro Serão 7 mil pessoas beneficiadas por ano, entre trabalhadores e integrantes das comunidades em seis regiões canavieiras do Estado de São Paulo. Serão oferecidos cursos de motoristas canavieiros, operadores de tratores e colhedoras, mecânicos, eletricistas e soldadores, além de programas voltados para outros setores da economia como reflorestamento, horticultura, artesanato, construção civil, computação, hotelaria e turismo. O Sr. José Osvaldo Junqueira Franco, Presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, explicou que aqueles trabalhadores rurais das plantações e colheita de laranja não foram absorvidos pelo mercado da cana-de-açúcar, mesmo porque são funções completamente diferentes e que exigem habilidades diferentes. O trabalhador da laranja necessita não só de técnica, mas de desvelo no manuseio da laranja e a cana-de-açúcar exige força e resistência física. Completou ainda que os trabalhadores dos canaviais de Bebedouro são, em sua maioria, das cidades vizinhas, onde se localizam as Usinas de Açúcar e Álcool, pois toda a contratação de funcionários ocorrem na própria Usina. 41

43 Desta forma, Bebedouro já vem carregando um crescente número de desempregados desde que os canaviais tomaram conta de quase toda a área da agricultura da cidade e a mecanização da colheita de cana-de-açúcar não afetará os empregos do município. A tabela abaixo traz, de forma comparativa, a situação de admissões e demissões do ano de 2000 e do último ano. TABELA 3: Empregos no agronegócio de Bebedouro Empregos no Agronegócio Ano de 2000 Ano de 2008 Ano de 2009 Período de janeiro a dezembro Período de janeiro a dezembro Período de janeiro a setembro Admissões Demissões Saldo Admissões Demissões Saldo Admissões Demissões Saldo Fonte: Caged Período de Janeiro/2000 a Dezembro/2008 Admissões Demissões Saldo Pelos dados acima pode-se observar que no ano de 2000, quase 50% (cinquenta por cento) dos trabalhadores contratados mantiveram seus empregos. Já no ano de 2008 o número de admissões foi bem maior, porém o de demissões também foi relativamente alto chegando a quase 85% (oitenta e cinco por cento) do total das admissões. O ano de 2009, ainda sem fechamento, confirma também a instabilidade de empregos no setor. 4.3 Economia de Bebedouro A agricultura não gera apenas empregos, movimenta toda a economia de uma cidade. O Sr. José Osvaldo Junqueira Franco, Presidente do Sindicato Rural, explicou que a laranja é descentralizada, ao contrário da cana-de-açúcar que é toda centralizada nas Usinas. Serviços que poderiam ser feitos no município como os de técnicos agrícolas, mecânicos de máquinas e até mesmo borracheiros, que movimentariam outros setores da economia da cidade, são feitos por profissonais contratados exclusivamente pela Usina. Sendo assim, Bebedouro mais uma vez se vê sem os benefícios da cana-de-açúcar produzida aqui. Bebedouro não tem Usina de Açúcar e Álcool e, segundo informações da Casa da Agricultura de Bebedouro, a cana-de-açúcar cultivada aqui vai para 10 (dez) usinas da região. São elas: Usina Bertolo - Santa Adélia/SP; Usina Nardini Agroindustrial Ltda. - Vista Alegre do Alto/SP; Cia. Energética São José - Colina/SP; Viralcool Açúcar e Álcool Ltda. Pitangueiras/SP; Usina Andrade - Pitangueiras/SP; Usina MB - Morro Agudo/SP; Usina Ruette Paraíso/SP; Usina Catanduva S/A Açúcar e Álcool Catanduva/SP; Cia. Energética Santa Elisa Sertãozinho/SP; Açúcar Guarani Unidade de Severínia/SP. Essas usinas exploram aqui em torno de 36 mil hectares e, sabendo que nenhuma se localiza na cidade de Bebedouro, conclui-se que os impostos, como o ICMS (Imposto sobre 42

44 Circulação de Mercadorias e Serviços), de toda a produção de cana-de-açúcar não é repassado para Bebedouro, e sim para essas cidades descritas acima. O Deputado Estadual Baleia Rossi, que esteve em Bebedouro em Agosto/09, discutiu com o atual Prefeito Municipal, João Batista Bianchini, algumas formas para se buscar recursos junto ao Estado, principalmente no que diz respeito à cultura da cana-de-açúcar. O objetivo é buscar junto à Assembléia Legislativa uma política de melhor distribuição dos recursos advindos da cana-de-açúcar. "A luta é para que o Estado repasse recursos para os municípios cujas terras abrigam canaviais, mas não possuem usinas de açúcar e álcool, por isso, não recebem os benefícios do ICMS, disse o Deputado Baleia Rossi ( 5 Considerações finais Alguns citricultores ainda tentam se manter com a produção da laranja e a maioria só conseguem graças a uma iniciativa criada através de um projeto, com o objetivo de incentivar o pequeno produtor a renovar seus pomares de laranja, já que um pomar, com uma média de 15 anos, não é mais produtivo. O pequeno produtor que está com seu pomar "velho" e também sem nenhuma reserva financeira, devido a baixa remuneração pela caixa da laranja, não tem condições de renovar sua plantação. Isso, fatalmente, o levaria a arrendar suas terras para uma Usina e abandonar a produção da laranja. O FEAP (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista) consiste em oferecer recursos ao pequeno produtor, ou seja, produtores com renda anual de, no máximo, R$ 400mil, visando o desenvolvimento do agronegócio no Estado. O produtor pode financiar até R$ 100 mil e com condições atrativas, sendo juros de 3% a.a (tres por cento ao ano) e prazo de 3 (tres) anos para começar a pagar, que é quando a laranja começa a dar os primeiros retornos financeiros ao produtor. Este programa do Estado, conta hoje com diversas linhas de financiamento. O que muitos não sabem é que este é um dos poucos programas de incentivo ao desenvolvimento que começou de "baixo para cima", ou seja, começou aqui em Bebedouro e chegou a abrangência do Estado. Como dito anteriormente, o Sindicato Rural, em parceria com a Casa da Agricultura de Bebedouro, elaboraram este projeto e o entregaram nas mãos do Deputado, e também Engenheiro Agrônomo, Duarte Nogueira, que o assinou e conseguiu levá-lo até o governo estadual que o aprovou. Em Bebedouro, vários produtores fizeram este financiamento e, graças a isso, se mantiveram na produção da laranja e já conseguem colher os primeiros frutos deste investimento. 6 Conclusão A agricultura em Bebedouro passou por duas grandes transformações e as duas, devido a uma crise no setor da cultura existente em cada época. Com a crise do café veio a laranja e com a crise da laranja veio a atual cultura de Bebedouro a cana-de-açúcar. E as coincidências não param por aí. Em ambas modificações de culturas, os produtores não podem ser responsabilizados, pois não tiveram escolha. Na crise do café, os produtores foram literalmente obrigados pelo governo da época a suspender toda a produção e ainda queimar os estoques que lhes restavam. Com a crise no setor da laranja, os citricultores também foram praticamente "obrigados" a trocar sua escolha 43

45 de produção, não pelo governo, mas pelos baixos preços pagos pelas indústrias por caixa de laranja. A diferença é que a produção da laranja trouxe a Bebedouro um reconhecimento mundial pela qualidade das suas produções e, ainda, prosperidade e desenvolvimento econômico, que proporcionava qualidade de vida a seus moradores. Da mesma forma que os resultados positivos da plantação da laranja, em Bebedouro, começaram a apararecer somente depois de 20 (vinte) anos após o início de seu plantio, esperamos também poder ver os resultados positivos para a cidade com a plantação da canade-açúcar, pois se comparada ao tempo da cultura da laranja, a cana-de-açúcar ainda deixa a desejar, falando em termos de qualidade de vida e progresso de Bebedouro. Referências CATI Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Casa da Agricultura de Bebedouro "Dr. Paulo Ferreira da Rosa". COSTA, Syro Lima. Bebedouro ontem e hoje. História e recuperação da memória dos fundadores da cidade. Setembro, FERNANDES, Aníbal de Almeida. A crise do café. Maio, Disponível em: Acesso em: 16 nov FERREIRA, Manoel Eduardo Tavares. A queimada da cana e seu impacto socioambiental. Setembro, Disponível em: Acesso em: 19 nov FOLHA DE SÃO PAULO. Corte da cana fecha 23 mil vagas. Folha Ribeirão. São Paulo, 12 nov Disponível em INPE INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Diponível em: DO=SP&SATELITE=&IDATE= &FDATE= &ORDEM=MUNICIPIO&LANGUAGE=PT. Acesso em: 21 nov IZIDORO FILHO, Manoel. Reminiscências de Bebedouro. Ribeirao Preto: Legis Summa Ltda, IZIDORO FILHO, Manoel. Gente que faz história. Ribeirao Preto: Legis Summa Ltda, JANK, Marcos Sawaya. Mecanização deve vir acompanhada de qualificação. Disponível em: Acesso em 17 set JANK, Marcos Sawaya. Discurso no lançamento do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar. Disponível em: Acesso em: 20 nov LOPES, Fábio Silva; RIBEIRO, Helena. Mapeamento de internações hospitalares por problemas respiratórios e possíveis associações à exposição humana aos produtos da queima da palha de cana-de-açúcar no estado de São Paulo. Revista brasileira de epidemiologia, São Paulo, v. 9, n. 2, jun Disponível em: Acesso em: 21 nov MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO. Caged. Disponível em: Acesso em: 20 nov O JORNAL BEBEDOURO. 80% querem que a prefeitura invista recursos em festas. Bebedouro, 23 nov Disponível em: PREFEITURA MUNICIPAL DE BEBEDOURO. Deputado relaciona o que pode fazer por Bebedouro. Disponível em: Acesso em: 19 nov REVISTA NOVA ESCOLA. Inimigo natural. Disponível em: Acesso em: 19 nov

46 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 1995/96. Disponível em: Acesso em: 16 nov SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA, SÃO PAULO. Lei N , de 19 de setembro de Dispõe sobre a eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar e dá providências correlatas. Disponível em: Acesso em: 20 nov SINDICATO RURAL DE BEBEDOURO SOCIEDADE PAULISTA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Queima da cana-de-açúcar é responsável por doenças respiratórias em crianças e idosos. Disponível em: Acesso em: 12 set TRIBUNA IMPRESSA. SP espera adesão de 120 usinas em protocolo agroambiental. Disponível em: Acesso em 08 set VIEGAS, Flávio P. C. O grito da citricultura. Outubro, Disponível em: Acesso em 18 nov

47 A importância da auditoria nas empresas Glaucia Gandini Statuti (Graduação em Ciências Contábeis - IMESB) glaucia_statuti@hotmail.com Luis Antonio Nogueira (Professor Orientador - IMESB) lnogueirasp@yahoo.com.br Resumo: No Brasil, a auditoria surgiu na época colonial, quando o juíz era a pessoa de confiança do rei, designada pela Coroa Portuguesa para conferir o recolhimento dos tributos ao Tesouro, reprimindo e punindo fraudes. Com a expansão do mercado as empresas sentiram necessidade de ampliar seu desenvolvimento tecnológico aperfeiçoando os controles e procedimentos internos visando principalmente a redução de custos com a intenção de tornar seus produtos mais competitivos no mercado. Para que essa mudança acontecesse os investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira de sua empresa, e para obter essas informações era preciso analisar as demonstrações contábeis. Com isso as demonstrações contábeis passaram a ter uma grande importância fazendo com que os investidores exigissem que esses registros fossem examinados por um profissional com capacidade técnica, como medida de segurança. Esse profissional é o auditor, que analisa os lançamentos contábeis referente ao ano de exercício e emite sua opinião. A auditoria é uma análise cuidadosa das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se as mesmas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implantadas com eficácia e se estão adequadas à consecução dos objetivos. Portanto é necessário colher as evidências que comprovam as informações encontradas nos registros contábeis, para que consiga desenvolver um trabalho buscando o objetivo principal que é mostrar o erro para que ele seja reparado. Atualmente a auditoria constitui uma função de apoio à gestão, pois além de importante, tornou-se imprescindível no mundo empresarial. Palavras-chave: Auditoria. Análise. Registros. 1 Introdução Com a atual evolução do mundo, as organizações têm a necessidade de expandir cada dia mais suas atividades, investindo em tecnologias capazes de aprimorar os controles e procedimentos em geral visando sempre à redução de custos, e fazendo com que seus produtos não deixem de atender as necessidades do mercado. Para que essa mudança acontecesse os investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira de sua empresa, e para obter essas informações era preciso analisar as demonstrações contábeis. Com isso as demonstrações contábeis passaram a ter uma grande importância fazendo com que os investidores exigissem que esses registros fossem examinados por um profissional com capacidade técnica, como medida de segurança. Esse profissional é o auditor, que analisa e coloca nos papéis de trabalho sua avaliação dos lançamentos contábeis referente ao ano de exercício e emite sua opinião através do parecer. O auditor revisa tais afirmações de forma crítica e, quando completa essa revisão, emite relatório em separado, no qual dá seu próprio parecer quanto à fidelidade das demonstrações feitas pela administração (CREPALDI, 2000, p. 26). 46

48 A auditoria interna e externa são os instrumentos mais eficazes para evitar irregularidades nos negócios, esse trabalho abrange fatores técnicos de uma função basicamente normativa e preventiva. A auditoria consiste em confrontar os registros contábeis com as atividades desenvolvidas na empresa, e verificar a exatidão, integridade e autenticidade de tais demontrações, registros e documentos. Atualmente a auditoria deixou de ser nas empresas uma simples ferramenta criada pela administração para aumentar seus controles, mas passou a ser um instrumento fundamental na confirmação da eficiência desses controles que é o fator de maior garantia para os investidores. Para que a auditoria seja bem sucedida existem normas e procedimentos que devem ser seguidas pelo auditor para controlar a qualidade do exame e do relatório. O Conselho Federal de Contabilidade editou a resolução nº 751 de 29 de dezembro de 1993, no qual estão as Normas Brasileiras de Contabilidade, que estabelecem a regra de conduta e procedimentos técnicos a serem observados na realização dos trabalhos de auditoria. Hoje em dia muitas pessoas vêem a auditoria como uma caçadora de erros sempre atrás de problemas e nunca de soluções. O que essas pessoas não sabem é que a auditoria está na empresa não somente para apontar erros, mas para encontrar caminhos que devem ser seguidos a fim de manter um bom controle e de evidenciar o funcionamento desta empresa para seus sócios, funcionários e sociedade como um todo. A auditoria é uma ferramenta para conseguir recursos para confrontar informações evidenciando problemas, gerando questionamentos e buscando soluções para a resolução desses problemas. O presente trabalho pretende mostrar as formas, finalidades e resultados da Auditoria, e como é importante seu uso em uma empresa, pois assim é possível verificar os procedimentos dos controles internos garantindo precisão e segurança na tomada de decisões. 2 Origem da auditoria Com a expanção dos negócios, as empresas sentiram a necessidade de dar maior ênfase em seus procedimentos internos. Com isso era dificil o aministrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa supervisionar pessoalmente todas as atividades ocorridas, portanto, de nada valia a implantação desses procedimentos se não houvesse uma pessoa qualificada para acompanhar se estes estavam sendo devidamente seguidos. Provavelmente o primeiro Auditor foi um guarda livros, a serviço do mercador italiano no seculo XV ou XVI, que ficou conhecido por sua sabedoria técnica e passou a ser consultado por outros para saber sobre suas transações. A auditoria tornou-se uma profissão a partir do momento em que um especialista em escrituração deixou de praticá-la para atender os demais, transformando-se em consultor público. A auditoria surgiu primeiro na Inglaterra, que na época era dominadora e controladora do comércio mundial passando a possuir grandes companhias sendo a primeira a instituir a taxação dos impostos baseados no lucro da empresa. Com o tempo diversas empresas com associações internacionais instalaram-se no Brasil, e por esse motivo os investimentos no exterior precisavam ser auditados, assim trouxeram todo um conjunto de técnicas de auditoria que posteriormente foram aperfeiçoadas. 47

49 3 Tipos e objetivos de auditoria Podemos ver no quadro a seguir alguns dos diversos tipos de auditoria Quadro 1 Tipos e objetivos de auditoria Tipos de auditoria Auditoria das demostrações contabeis Auditoria interna Auditoria operacional Auditoria do cumprimento normativo ou compliance audit Auditoria de gestão Auditoria de sitemas Auditoria fiscal e tributaria Auditoria ambiental Auditoria nos processos de compras e vendas de empresas e reestruturações societárias incorporações, fusões, cisões e formação de joint ventures Objetivos Emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis da empresa ou entidade em determinada data. Revisão sistemática das transações operacionais e do sistema de controles internos, visando: - à proteção dos bens e direitos da empresa contra fraudes, desvios e desfalques; - à constatação de possíveis irregularidades e usos indevidos dos bens e direitos da empresa. Avaliação sistemática da eficácia e eficiência das atividades operacionais e dos processos administrativos, visando: - ao aprimoramento contínuo da eficiência e eficácia operacional, contribuindo com soluções. Auditoria para a verificação do cumprimento/observância das normas e procedimentos implantados pela empresa ou pelos orgãos reguladores de determinadas atividades. Por exemplo normas implantadas pelo Banco Central do Brasil a serem observadas pelas instituições financeiras para o combate do crime de lavagem de dinheiro Trabalhos dirigidos a análise dos planos e diretrizes da empresa, objetivando mensurar a eficiência da gestão das operações e sua consistência com os planos e metas aprovados. Exames e avaliações de qualidade do sistema de computação e dados e dos controles existentes no ambiente de tecnologia de informações, visando otimizar a utilização dos recursos de computação de dados, minimizar os riscos envolvidos nos processos e garantir a geração de informações e dados confiáveis, em tempo, ao menor custo possível. Análise da eficiência e eficácia dos procedimentos adotados para a apuração, controle e pagamentos dos tributos que incidem nas atividades comerciais e operacionais da empresa. Avaliação do planejamento tributário. Avaliação dos processos operacionais e produtivos das empresas visando (a) à identificação de danos ao meio ambiente e quantificação de contingências (b) preparação da empresa para receber o Certificado ISO meio ambiente. - auditoria das demonstrações contábeis das empresas envolvidas; - assessoria na avaliação das empresas objetos de negociação societária; 48

50 Fonte: Oliveira, Filho (2001. p. 19) - avaliação dos ativos objetos de negociação; - identificação de contingências fiscais, trabalhistas, ambientais, cíveis etc. nas empresas. 3 Conceitos 3.1 Auditoria interna A Auditoria Interna tem o objetivo de ajudar a administração da empresa, possibilitando-lhe conhecer todos os processos internos e políticas definido pela companhia, assim como sistemas contábeis e de controle interno, se estão sendo efetivamente seguidos e se as transações realizadas estão refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos. E principalmente demonstrar quais são os tipos de ferramentas que a auditoria interna possui para ajudar os gestores para tomada de decisão. A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos (ATTIE, 2007, p. 34). A auditoria interna é realizada por um auditor contratado da empresa, e tem a função de examinar cada ramificação da empresa de maneira detalhada para observar se de fato as normas definidas estão sendo corretamente seguidas. 3.2 Auditoria externa A auditoria externa constitui um conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo emitir uma opinião sobre a adequação das atividades executadas que representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada. Logo conclui-se que a auditoria externa não tem o objetivo de detectar fraudes e erros, ou para interferir na administração da empresa, ou ainda demitir pessoas ineficientes. Naturalmente, no decorrer do trabalho o auditor poderá encontrar erros ou até mesmo fraudes mais o seu objetivo está focado em emitir um parecer com sua opinião sobre a situação ocorrida. A Auditoria Externa é executada por profissional independente, sem ligação com o quadro da empresa. Sua intervenção é ajustada em contrato de serviços. Os testes e indignações se espalham por onde haja necessidade de levantar questões elucidativas para conclusão do trabalho ajustado (CREPALDI, 2000, p. 48). O auditor externo é um profissional contratado pela organização para a realização do trabalho de forma independente, sem vínculo empregatício, mas é bom ressaltar que durante a execução do serviço de auditoria o auditor externo tem acesso a muitas informações confidenciais da empresa por isso deve manter sigilo dessas informações, mesmo dentro da própria empresa. Para que o auditor externo atinja seu objetivo é necessario que ele faça um planejamento adequado de seu trabalho para avaliar o sistema interno relacionado com a parte contábil da entidade auditada. 49

51 3.3 Diferenças entre auditoria interna e auditoria externa Mesmo tendo o mesmo interesse no término do trabalho, devemos salientar que existem diferenças fundamentais entre auditoria interna e externa, sendo as principais: Extensão dos trabalhos: o trabalho a se realizar na empresa pelo auditor interno, é determinado pela gerência; enquanto ao auditor externo deve seguir regularmente as normas usuais reconhecidas no país ou requeridas por legislação especifica. Direção: a direção feita pelo auditor interno assegura à empresa de que seu sistema contábil e controles internos estão eficientemente funcionando, apresentando a gerência os fatos com exatidão; já o auditor externo tem o dever de demonstrar aos terceiros (acionistas, investidores, fornecedores, etc.) as demonstrações de forma que reflitam com propriedade a situação contábil da empresa de certa data e os resultados operacionais do período examinado. Responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno, sendo funcionário da empresa é para com a gerência; do auditor externo geralmente é mais ampla, pois ele possui total independência em seus trabalhos. Métodos: embora existam essas diferenças apontadas, os trabalhos tanto do auditor interno como de auditor externo utilizam em geral os mesmos métodos. O auditor interno segue as normas de rotina interna observando se estão sendo cumpridas exatamente dentro da cultura da empresa. O auditor externo observa o cumprimento das normas associadas às Leis de forma que atenda o interesse coletivo. Segundo Crepaldi, podemos resumir as diferenças entre auditoria interna e externa, no seguinte quadro: Quadro 2 Diferenças entre auditoria externa e auditoria interna Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna Sujeito Profissional independente Funcionário da empresa Ação e Objetivo Exame das demonstrações financeiras Finalidade Opinar sobre as demonstrações financeiras Exames dos controles operacionais Promover melhorias nos controles operacionais Relatório Principal Parecer Recomendações de controle interno e eficiência administrativa Grau de Independencia Mais amplo Menos Amplo Interessados no Trabalho A empresa e o público em geral A empresa Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista Número de áreas cobertas pelo exame durante um período Intensidade dos trabalhos em cada área Maior Menor Menor Maior Continuidade do trabalho Periódico Contínuo Fonte: Crepaldi.(2000. p. 51) 50

52 4 Formas e finalidades da auditoria 4.1 Formas As formas mais conhecidas definem-se quanto à extensão, à profundidade, e a tempestividade. Quanto à extensão: Geral abrange todas as unidades operacionais, ou seja, a auditoria poderá variar sua profundidade segundo a confiança que o auditor tem em relação ao controle interno e o sistema contábil da organização. Parcial abrange especificamente algumas unidades operacionais, por se feita para atender usuários internos e externos. Essa auditoria vai avaliar o custeio, a capacidade da empresa de pagar seus compromissos, detectar desvios, erros, fraudes, etc. Por amostragem analisa o controle interno, identificando áreas de risco para se recorrer a determinados métodos ou modelos (estatísticos, tabelas, questionários), que possam ser realizados para essa área. Analisa-se também o custo beneficio para definir a profundidade dos exames (testes de aderência, substantivos ou detalhados) em ativos materiais, financeiros e passivos. Quanto à profundidade: Integral compreende no exame detalhado dos registros documentados no sistema controle interno e das informações finais geradas pelo sistema. Revisão analítica é um exame mais razoável para obter certeza quanto à fidedignidade das informações. Quanto à tempestividade: Permanente é feita habitualmente podendo ser constante ou sazonal, mas aplicada em todos os exercícios sociais. Esse processo pode ser empregado tanto na auditoria interna como na auditoria externa, pois vai oferecer vantagens em ambas as partes fazendo com que o auditor tenha mais facilidade para trabalhar. Eventual não tem caráter habitual, e exige do auditor um processo mais completo de ambientação e planejamento todas as vezes que vai ser feita. 4.2 Finalidades A auditoria tem por finalidade a certificação dos registros contábeis, quanto a sua veracidade expondo os resultados a que chegou emitindo um parecer de auditoria. As finalidades básicas em auditoria são: Usuário externo - interesse dos acionistas preferenciais, dos financiadores e do estado; Usuário interno interesse dos acionistas ordinários, atendimento a estratégia de investimentos em determinados projetos. 5 Vantagens e benefícios da auditoria As vantagens e os benefícios da auditoria são inegáveis devido o seu caráter ser de prevenção contra possíveis atos lesivos ao patrimônio e imagem da empresa. Mesmo o seu custo sendo alto os investidores encaram a auditoria como um investimento para sua empresa. Essas vantagens e benefícios podem ser resumidos da seguinte maneira: 5.1 Para as empresas 51

53 Fiscaliza a eficiência dos controles internos; Contribui para a obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos; Assegura maior correção e confiança nos registros contábeis; Apontam falhas na organização administrativa da empresa e nos controles internos; Contribui para a solução dessas falhas. 5.2 Para os investidores Contribui para maior proteção dos bens e direitos da empresa; Aumenta a credibilidade das demonstrações contábeis e notas explicativas; Contribuí para maior exatidão das demonstrações contábeis, Assegura maior transparência nas informações sobre a empresa. 5.3 Para o fisco Permite maior exatidão das demonstrações contábeis; Assegura maior exatidão dos resultados apurados; Contribui para maior observância das leis fiscais. 6 Reflexos e da auditoria sobre a riqueza patrimonial A auditoria reflete para a riqueza patrimonial uma proteção, dando maior segurança e garantia aos proprietários, administradores, sócios e fisco nos seguintes aspectos: Aspecto administrativo reduz os fatores disfuncionais, da ineficiência, da incapacidade; Aspecto patrimonial possibilita melhor controle dos bens, direitos e obrigações; Aspecto fiscal é de rigoroso cumprimento das obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas e penalidades decorrentes da Lei de sonegação fiscal; Aspecto técnico contribui para maior eficiência dos serviços contábeis observância dos princípios e normas na elaboração das DC s; Aspecto financeiro resguarda créditos de terceiros (fornecedores e financiadores) contra possíveis fraudes; Aspecto econômico assegura melhores resultados na defesa dos interesses dos investidores. 7 Normas e procedimentos de auditoria As normas e os procedimentos contábeis são regras ditadas pelos reguladores da profissão contábil e tem por objetivo estabelecerem diretrizes a serem seguidas pelos profissionais no desenvolver de seus trabalhos. Enquanto as normas de auditoria são normas para controlar a qualidade do exame e do relatório, os procedimentos de auditoria descrevem as tarefas realmente cumpridas pelo auditor, na realização do exame (CREPALDI, 2000, p. 111). 52

54 De acordo com a norma NBC T 11 as informações que proporcionarem a abordagem da auditoria, quantos aos atos de gestão, fatos ou situações observados, devem reunir principalmente os seguintes atributos: concisão; objetividade; convicção; clareza; integridade; coerência; oportunidade; apresentação e conclusivo. Atualmente as normas que estão em vigor no Brasil são emitidas pelo CFC, IBRACON, BACEN, CVM e Superintendência de Seguros Privados. Conforme a resolução CFC nº. 700/91 de 24 de abril de 1991, as normas usuais e reconhecidas pelo IBRACON podem ser divididas em três grupos: Normas relativas à pessoa do auditor essa norma estabelece que a auditoria deverá ser feita por pessoas que possuem competência adequada, para realizar as tarefas a eles confiadas. Normas relativas à execução do trabalho - essa norma compreende em mostrar ao auditor como ele deve se planejar para realizar seus trabalhos perante as Normas Brasileiras. Normas relativas ao parecer - essa norma mostra os passos que o auditor deve seguir para apresentar um parecer adequado ao trabalho que esta realizando. Essas normas são requisitos a serem observados pelo auditor, pois determinam a estrutura a ser desenvolvida e ajuda a decidir o que será necessário para a elaboração de um exame das demonstrações financeiras, de um relatório ou até mesmo para medir a qualidade dos atos destinados a atingir seus objetivos. Os procedimentos são um conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas. A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada em razão da complexidade das operações, por meio de provas, testes e amostragens cabendo ao auditor determinar quais exames serão necessários para encontrar os elementos de convicção que sejam válidos. 8 Planejamento de auditoria Para que o um trabalho seja executado dentro do prazo estipulado, com eficiência e eficácia, deve ser planejado. O plano de auditoria é uma tarefa traçada pelo auditor para que se cumpram integralmente e no tempo certo todos os processos que devem ser executados no decorrer do trabalho. Os objetivos do planejamento de auditoria são atingidos a partir do momento em que se é feito por escrito todos os caminhos que o auditor deve seguir para chegar a seu objetivo. No entanto, existem alguns profissionais que dispensam a adoção do plano de auditoria e prefere ser guiados pela intuição, o que pode prejudicar o seu trabalho. Pode se dizer que os trabalhos de auditoria feitos sem um planejamento, tendem a ser improdutivos não atendendo as necessidades dos serviços. 8.1 Vantagens e desvantagens do planejamento de auditoria Um planejamento de auditoria bem preparado pode permitir a fixação da importância de cada trabalho, comenta o exame nas áreas prioritárias, antecipa a descoberta de problemas, facilita a administração do trabalho, e pode ser empregado com adaptação em mais de um trabalho. 53

55 As desvantagens que possam existir em um plano de auditoria, estão quase sempre ligadas à má preparação do planejamento. Existe também o risco de que algum procedimento não seja aplicado por que foi omitido do programa. Portanto o planejamento de auditoria consiste numa série de notas que abrange o objetivo geral e a maneira de conduzir os trabalhos. 9 Papéis de trabalho Papéis de trabalho é um conjunto de formulários e documentos que contém informações colhidas pelo auditor por meio de observação, inspeção, investigações obtidas ao longo da execução do serviço. Seus papéis de trabalho devem incluir análise de contas, resumos de informações lançamentos ratificados, balancetes, conciliações, comentários, cálculos por escrito, copias de correspondência e quaisquer outros materiais escrito que o auditor julga necessário para o cumprimento do seu trabalho. A finalidade dos papéis de trabalho é transmitir as informações coletadas no decorrer do trabalho, além de apresentar as possíveis sugestões. Os papeis de trabalho constituem um registro permanente dos serviços executados pelo auditor, sobre os procedimentos que ele seguiu os testes que efetuou a informação que obteve e as conclusões relativas ao seu exame (JUND, 2001, p. 343). Não existe um padrão para os papéis de trabalho, pois eles servem para anotações ou memórias da execução, ficando a critério do auditor escolher a forma de como serão feitos. Cada papel de trabalho deve conter uma perfeita identificação, compreendendo: 1. O titulo; 2. O item do programa; 3. A empresa na qual se fez o levantamento; 4. A data e o horário de inicio e conclusão; 5. O nome do funcionário ou profissional que efetivou o levantamento e seu visto; 6. O nome da empresa de auditoria ou do contador autônomo responsável. 9.1 Objetivos dos Papéis de trabalho Acumular provas suficientes para evidenciar o trabalho feito com as conclusões alcançadas; Fornecer informações importantes com relação ao planejamento contábil, financeiro e fiscal; Facilitar o estudo e as avaliações dos controles internos; Facilitar a revisão por parte do auditor responsável para saber se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz. Servir de meio de revisão para determinar se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz, e julgar a solidez das conclusões enunciadas. 9.2 Pontos essenciais do papel de trabalho 54

56 Quanto à elaboração dos papéis de trabalho, o auditor deve se alertar para as seguintes considerações: a) Concisão os papéis de trabalho devem ser elaborados com clareza, de forma que todos entendam sem necessidade de explicações da pessoa que o elaborou. b) Objetividade os papéis de trabalho devem ser objetivos, que mostre aonde o auditor quer chegar. c) Limpeza os papéis de trabalho devem estar limpos para não prejudicar seu entendimento. d) Lógica os papéis de trabalho devem ser elaborados com raciocínio, na seqüência natural do objetivo a ser atingido. e) Completos nos papéis de trabalho devem conter todas as informações necessárias para fundamentar a opinião do auditor. 10 Parecer de auditoria O objetivo dos exames das demonstrações financeiras feitos pelo auditor é a emissão de um parecer que demonstrará a realidade dessas demonstrações financeiras, o resultado das operações e as modificações necessárias, de acordo com os princípios contábeis e as normas de auditoria. Esse parecer esta direcionado aos acionistas, cotistas ou sócios, ao conselho de administração ou a diretoria da entidade. A finalidade do parecer é transmitir as informações coletadas no decorrer do trabalho, além de apresentar as possíveis sugestões de melhorias em relação aos processos atuais. Para que o auditor possa emitir o seu parecer ele observar se: 1. As demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os critérios contábeis aceitáveis da empresa; 2. Existe o respeito e cumprimento da Lei com relação ao demonstrado, assim como as normas reconhecidas como aplicáveis para o caso que se examina; 3. O que foi demonstrado é imagem fiel dos fatos ocorridos e da situação da empresa; 4. Existem riscos ou incertezas que possam comprometer a sobrevivência da empresa Tipos de parecer eles: O parecer representa o produto final do trabalho do auditor, ele é o instrumento pelo qual o auditor dá conhecimento aos usuários da informação contábil, do resultado do seu trabalho expresso, por meio da opinião contida no parecer. (JUND, 2001, p. 365) Segundo a Resolução nº. 820 do CFC, NBC T 11, existem 4 tipos de parecer sendo Parecer sem ressalva esse parecer expressa que na opinião do auditor, as demonstrações contábeis apresentam corretamente a situação patrimonial e financeira da entidade examinada. Parecer com ressalva o auditor emite um parecer com ressalva, quando encontra algumas coisas que não correspondem à verdade. Nesse caso deve ser incluída a descrição clara de todas as razões que fundamentaram seu parecer. 55

57 Parecer adverso - o parecer adverso expressa que as demonstrações contábeis não estão de acordo com as normas. Parecer com abstenção o auditor emite esse parecer quando não encontra elementos para julgar a situação da entidade, ou seja, quando não são apresentados a ele os documentos necessários para a elaboração do trabalho. O parecer de auditoria deve proporcionar ao leitor uma interpretação cristalina sobre como andam as operações, controles e registros da empresa, onde o auditor apresentará sua visão com possíveis sugestões para a área ou tipo de empresa auditada. 11 Conclusão Com base na pesquisa realizada conclui-se que a auditoria hoje em dia é uma ferramenta fundamental e indispensável dentro de uma organização. É através de um bom controle interno que se consegue diminuir riscos e erros operacionais, e para que se tenha um bom controle é preciso desenvolver um trabalho adequado e por um profissional capacitado, com condições de detectar esses possíveis riscos e erros que, por ventura estejam ocorrendo no ambiente da empresa. Esse trabalho referido à cima é a auditoria, que tem o papel importante de analisar as demonstrações contábeis da empresa, ajudando a perceber falhas que tenham ocorrido no controle interno. O profissional dessa área, o auditor deve estar sempre atualizado, através de estudos contínuos, adequando-se e adaptando-se as novas exigências do mercado. A auditoria garante a empresa uma grande valorização perante o mercado financeiro, pois um parecer favorável dos auditores atribui uma confiabilidade imensa atraindo novos investidores e fazendo com que o crescimento da empresa aumente a cada ano que se encerra. O presente trabalho veio agregar conhecimentos e informações importantes para demonstrar que a auditoria exerce uma função de prevenção as empresas e de conceder credibilidade às suas demonstrações contábeis. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria. São Paulo, ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: 5. ed. Atlas, ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo, CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade de Auditoria e Perícia. Brasília: CFC, CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, JUND, Sergio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos. Rio de Janeiro: Impetus: MAGALHÃES, Antonio de Deus F.; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER, Aderbal Nicolas. Auditoria das Organizações: metodologias alternativas ao planejamento e à operacionalização dos métodos e das técnicas.são Paulo: Atlas, OLIVEIRA, Luis Martins de; FILHO, Andre Diniz. Curso Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas, SÁ, A. Lopes de. Curso de Auditoria, 10. ed. São Paulo: Atlas,

58 Métodos de Contabilização Gerência da Atividade Agrícola de Citros (A proteção do capital investido) João Daniel Modesto Bispo (Graduação em Ciências Contábeis - IMESB) joãodaniel_mb@hotmail.com.br Rinaldo Rodrigues Pereira (Professor Orientador - IMESB) rinaldo.rp@uol.com.br Resumo: A citricultura é um caso de sucesso para o Brasil, que é o maior exportador de suco em todo o mundo, devido a competência incomparavel em produção. Contudo está havendo a extinção dos pequenos produtores que estão desaparecendo do mercado de citros, por não terem uma sustentabilidade economica e financeira. É comum ouvirmos alguém que tenha um sítio ou uma fazenda com a cultura de citros estar passando por dificuldades financeiras. A duvida que fica é por quê somos o maior exportador de citros no mundo e encontramos citricultores em situação financeira desconfortavel. A resposta é que a cultura de citros sofreu uma grande evolução que obriga o produtor deixar de ser um simples homem do campo e se tornar um empresário rural, e ainda encontramos produtores rurais que insiste em manter sua experiência que adquiriu com o passar do tempo prendendo-se ao regime de caixa, ou sejá subtraindo da sua receita o custo obtido na safra chegando assim no seu lucro. O citricultor tem que ficar atento com as mudanças, tais como estimativas de safras, custos de produção e indicadores de marcado além de saber quando está tendo custo ou está fazendo um investimento. É nesse ponto que a contabilidade lhe dará informaçãoes necessárias para desenvolver o seu trabalho, podendo ter uma visão gerêncial do mercado e assim tomar decisões mais concretas sobre a sua atividade. Palavras-chave: Citricultura. Citricultor. Contabilidade 1 Introdução A história da citricultura confude-se com a da nossa colonização iniciando com os portugueses no século XVI. Mas somente no século XX que começou o plantio em grandes proporções devido à crise do café em Os principais mercados e pólos produtores, no começo do século passado eram São Paulo e Rio de Janeiro. Nas terras paulistas a citricultura iniciou comercialmente nas mãos de descendentes italianos enquanto os portugueses se concentravam no Rio de Janeiro. Outros estados também desenvolveram estruturas de produção e comercialização nesse período em menor escala. Desde o inicio da sua faze comercial, a citricultura paulista e a carioca já eram planejadas para atender ao mercado externo, ainda que esse canal representasse apenas 15% da produção nacional da década de A partir de 1926 iniciaram-se as exportações para a Europa, antes concentradas na Argentina. Pelas estatísticas, o Brasil era o quinto maior produtor mundial na década de 1920, superado pelos Estados Unidos, Espanha, Japão e Itália. O crescimento de mercado foi interrompido com a Segunda Guerra que causou a primeira crise de preços no setor. A falta de mercado desanimou os produtores paulistas que reduziram seus tratos culturais, na década de 1940 surgiram às doenças caracterizando a fase de vírus da tristeza do citros aliado ao abandono da cultura em vista do baixo preço. A citricultura no Rio de Janeiro não conseguiu superar a crise causada pela Segunda Guerra Mundial, desapropriando a área agrícola e fazendo loteamento urbano. 57

59 O ressurgimento da citricultura paulista acontece na década de 1960, que um período que é o divisor das águas o perfil da citricultura brasileira mudando o foco comercial de fruta fresca para a produção de matéria prima voltada para a indústria, consolidando São Paulo como o maior pólo citrícola nacional e mundial. Graças às condições naturais do Brasil aliadas à existência de empreendedores nacionais que souberam aproveitar essa oportunidade. O país em 1965, já exportava mais de 5000 toneladas de suco. Em 1966 as vendas estavam consolidadas e os embarques desde então não pararam de crescer. (JUNIOR; NEGRI; PIO; JUNIOR, 2005 p. 21) A citricultura é atividade rural de suma importância para a economia brasileira. O Brasil é o maior produtor mundial de citros e o maior exportador de suco de laranja concentrado congelado (SLCC). A citricultura brasileira é composta, em sua maioria (80%), por pequenos produtores, mas, em volume, a produção está concentrada nas grandes propriedades. Trata se de uma cultura com ótima distribuição de renda e utilização contínua de mão-de-obra. A indústria de SLCC absorve cerca de 80% da produção de citros e dos 20% restantes a maior proporção é consumida in natura no mercado interno, sendo pouco exportada a fruta fresca. A área total plantada é de quase um milhão de hectares, e as laranjas ocupam cerca de 84% dessa área. O volume de frutos cítricos produzido no Brasil é de, aproximadamente, 20 milhões de toneladas, e desse total, 17 milhões de toneladas são de laranjas. (GAIVA, GONSALES, PINTO, 2006, p. 7) TABELA 1 Produção Nacional de Citrus Cultivar Produção em Toneladas Área em Hectare Laranjas Limões e lima ácida Tahiti Tangerinas Fonte: GAIVA, GONSALES, PINTO, 2006, p. 7 Estado Os principais Estados produtores são mostrados na Tabela 2. A maior produção (80%) concentra-se no Estado de São Paulo, em razão da sua proximidade aos grandes centros consumidores e pela instalação de um parque industrial voltado para o mercado externo de suco concentrado. (GAIVA, GONSALES, PINTO, 2006, p. 8) TABELA 2 Principais Estados produtores de citros Produção de Laranjas (%) Produção de Limões e Limas ácidas Tahit (%) Produção de Tangerinas (%) São Paulo 79,6 80,0 67,0 Bahia 4,6 4,6 - Sergipe 4,1 - - Minas Gerais 3,9-7,0 Paraná 2,1-28,0 Rio de Janeiro - 3,0 4,7 Rio Grande do Sul 3,0 13,0 Espírito Santo - 2,0 1,0 Fonte: GAIVA, GONSALES, PINTO, 2006, p. 8 58

60 O sistema agroindustrial citrícola movimenta R$ 9 bilhões por ano e gera mais de 400 mil empregos diretos e indiretos. Inovações em pesquisas, tecnológicas estão na base da eficiência e liderança do Brasil (SAMPAIO, 2007, p.3). O setor, tal como praticamente todo no agronegócio, tem ciclos de alta e de baixa rentabilidade. Em 2001 o Brasil colheu a menor safra de laranja dos últimos dez anos, em vista da descapitalização dos produtores associados aos efeitos da seca de e problemas fitossanitáriio crescente, que contribuíram para que a erradicação (diminuição da área plantada em torno de 17% em relação a safra anterior) de árvore atingisse quantidade recorde (FNP, 2002). Essas diversidades, principalmente na segunda metade da década dos noventas, aceleram a concentração da produção tornando obrigatória a profissionalização dos citricultores. A transformação do antigo fazendeiro em empresário rural é questão de sobrevivência; dessa forma, é muito importante desenvolver e aplicar técnicas de gerenciamento agrícola. (INSTITUTO AGRONÔMICO CENTRO APTA CITROS SILVIO MOREIRA, 2004 p. 21) O Cenário para a próxima safra 09/10 reflete as mudanças do mercado. Há expectativa de redução da oferta de frutas nas Duas principais regiões produtoras do mundo. Mas isso não deverá ser suficiente para aumentar o preço da caixa da fruta e talvez nem as cotações do suco. O consumidor esta mudando a forma de consumir e não há valorização do suco, apesar do encarecimento da produção. O setor agrícola tem que estar preparado para enfrentar a evolução do mercado. Para tanto, precisará de informações muito mais abrangentes. Poucos anos sabia-se que quando Flórida e São Paulo produziam em conjuntos menos de 550 milhões de caixa o preço do suco seria bom. Esse tempo já passou. O mercado de sucos de tornou muito mais complexo. E o setor não desenvolveu ferramentas para interpretado. (Anuário da Agricultura Brasileira 2009; 2009 pg. 268) A citricultura não passa por um bom momento no mercado atual, mas o citricultor teve estar preparado contra esta queda de mercado, por isso é necessário que se tenha um planejamento, controle e objetivo, e a contabilidade mostra todas essas operações para o produtor. A Contabilidade Rural é pouca utilizada, tanto pelos empresários quanto pelos contadores, isto acontece devido ao desconhecimento por parte desses empresários da importância das informações obtidas através da contabilidade. A tarefa de gerar informações que permitam a tomada de decisão com base em dados reais é uma dificuldade constante para os produtores rurais, que tem a necessidade de saber onde e de que forma estão aplicados seus recursos e qual esta sendo o seu retorno financeiro. É inegável a eficiência produtiva da agricultura brasileira. Nós somos campeões de produtividade em soja, algodão, cana-de-açúcar e na própria citricultura, setor no qual, ocupamos uma posição de liderança mundial na produção e comércio de suco. A dúvida que fica é por que, com tal eficiência produtiva, os produtores se encontram em sufoco financeiros de tempos em tempos. O produtor tem muita dificuldade para se manter no negócio e ser bem-sucedido no longo prazo. Na agenda atual do agronegócio, é imprescindível discutirmos formas de gestão do empreendimento rural para torná-lo sustentável economicamente. Nós estamos numa condição em que quanto mais eficientes, mais produtivos ficamos, o que permite uma redução no custo,por unidade total (BRASIL HORTIFRUTI, 2008, p. 28) Nepomuceno (2004 p.50) afirma que os citricultores não estão preparados para momentos economicamente não viáveis, por que se prendem muito ao regime de caixa que é quando os registros são procedidos à medida que ocorrem os pagamentos, mesma forma adotada na contabilidade fiscal. 59

61 Um exemplo bem prosaico da inconveniência do regime de caixa como método de avaliação esta consubstanciado na anedota do fazendeiro rico e despreparado. Certo dia, um outro fazendeiro interessado na sua experiência perguntou-lhe. - Compadre, como é que você apura o lucro a cada ano? Ele respondeu. - Olhe, eu abro este cofre no fim de cada ano e conto o dinheiro. A diferença entre o que encontro e o que tinha no ano passado é o lucro ou prejuízo do ano. (NEPOMUCENO, 2004, p.50) O citricultor tem que passar a ter uma visão maior no controle de capital, pois é um ponto muito importante, e a contabilidade lhe dá maior segurança para que possa desenvolver o seu trabalho. Não basta apenas ter uma visão operacional, mas é necessário que se tenha uma visão financeira, que permita ao citricultor fazer uma análise se ele está tendo lucro ou prejuízo, controle de gastos por safra, montar orçamentos e até programar melhor os investimentos. Por isso que surgiu o interesse pelo tema, para mostrar como funciona a contabilidade em uma citricultura que é pouco conhecida, mas que pode ser muito útil para o desenvolvimento e perpetuidade de uma propriedade. O produtor tem que ter conhecimento das condições de mercado e recursos naturais que são elementos básicos para o desenvolvimento de sua atividade econômica. O planejamento deve receber atenção especial, uma vez que se trata de uma cultura, cujo retorno só se inicia três anos após o plantio. O objetivo de qualquer atividade agrícola é prosperar, um lucro liquido que possibilite um aumento do patrimônio do produtor. O citricultor deve ter essa perspectiva e sempre comparar o ganho de patrimônio extraído com a cultura de laranja com o ganho obtido caso ele vendesse os seus ativos e aplicasse em outros negócios comerciais ou industriais (custo de oportunidade). É um calculo que nenhum produtor faz, talvez por que ele não se de conta da variabilidade do seu patrimônio. A maioria dos citricultores persiste em manter controles baseados em sua experiência adquirida com o passar dos anos, e estão acostumados a trabalhar usando regime de caixa. Portanto, o grande objetivo deste trabalho é mostrar ao citricultor que a contabilidade pode trazer maiores benefícios para sua propriedade, através de análise de investimento e custeio, e também faz com que o citricultor tenha uma visão gerencial de mercado. 2 A Contabilidade na citricultura Para se obter um desenvolvimento de um sistema contábil, simples ou complexo é necessário, antes de tudo conhecer os elementos com quais devemos trabalhar. A concentração geográfica de um sistema agroindustrial pode ser explicada basicamente por quatro fatores. Primeiro, pela adaptação da cultura no local, face ás característica edafoclimáticas exigidas, tais como: temperaturas, ventos quantidade de chuva e sua distribuição, aspectos físicos e químicos do solo, topografia, uniformidade do terreno, existência de águas de boa qualidade. Em segundo lugar, pela proximidade de centros com mão de obra suficiente e especializada. Em terceiro, pela ausência de problemas fitossanitários restritivos ou limitantes. E, em quarto lugar, pela disponibilidade de insumos e infra estrutura naquela localidade (vias de acesso, infra estrutura portuária etc.) (SAMPAIO, 2007, p. 41) A cultura de laranja é considerada como uma cultura permanente, que são aquelas que permanecem vinculadas ao solo após a colheita. No caso de cultura permanente, os custos necessários para a formação da cultura serão considerados Ativo Permanente Imobilizado. Os principais 60

62 custos são: adubação, formicida, fungicidas, herbicidas, mão de obra, encargos sociais, manutenção, arrendamentos de equipamentos e terras, seguro da cultura, preparo de solo, serviços de terceiros, sementes, mudas irrigação, produtos químicos e depreciação de equipamentos utilizados. (MARION, 1991,p.39) Uma perguntas constantes na atividade agrícola é quanto ao término do exercício social : deveria se encerrado normalmente em 31/12, como ocorre com a maioria das empresas comerciais, industriais e de serviços. Observe se que as empresa, de maneira geral, tem receita e despesa constantes durante os meses do ano, não havendo dificuldade quanto à fixação do mês de encerramento do exercício social para a apuração de resultado. Qualquer mês escolhido refletira o resultado distribuído de maneira quase eqüitativa ao longo dos 12 últimos meses. Daí a opção para o mês de dezembro, não só pelo fato de ser o ultimo mês do ano, mas também pela redução ou até interrupção da atividade operacional, propiciando férias coletivas, conseqüentemente, condições mais adequadas para o inventario das mercadorias. Na atividade agrícola, porem a receita concentra se, normalmente, durante ou logo após a colheita. Ao contrario de outras atividades cuja comercialização se distribui ao longo dos 12 meses, a produção agrícola, essencialmente sazonal, concentra se em determinado período que pode traduzir se em alguns dias de mês ou ano. (MARION 2002 p.26) Ao término da colheita e, quase sempre, da comercialização dessa colheita temos o encerramento do ano agrícola. Ano agrícola é o período em que se planta colhe e, normalmente, comercializa a safra agrícola. Evidentemente, a apuração do resultado, quando realizada logo após a colheita e a comercialização contribui de uma forma mais adequada na avaliação do desempenho da safra agrícola; não há mais por que esperar meses para a tomada de decisões, sobre tudo a respeito do que fazer no novo ano agrícola. Se o ano terminar em março, o exercício poderá ser encerrado em 31/3 ou 30/04, assim sucessivamente. Dessa forma, evita se a cultura em formação, por ocasião da apuração do resultado. Se o exercício social fosse encerrado antes da colheita, teríamos plantas em crescimento, que seria difícil de avaliar, e mesmo inadequado. (MARION 2002 p. 27) A cultura de citros é dividida em duas fases, que é a cultura em formação período em a planta esta se desenvolvendo e cultura em produção que é quando ela começa a produzir. 2.1 Cultura de citros em formação O pomar de laranja quando tem de 0 à 3 anos é considerado como cultura em formação. Nesse período todos os custos são considerados como investimento, por que é a formação da sua unidade produtiva. A cultura em formação é lançada no balanço patrimonial como Ativo Permanente na conta Cultura de Citrus em Formação. O pomar de laranja já pode ser considerado uma cultura em formação desde o preparação de solo. Neste período de formação o pomar de laranja não sofrerá depreciação, porque estende-se que não existe capacidade de perda, portado a depreciação só começará a ocorrer quando o pomar tornar-se uma cultura em produção. O processo de cultura em formação é dividido em dois centros de custo que são os custos diretos e custos indiretos Custos diretos cultura em formação 61

63 2.1.2 Custos indiretos cultura em formação Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas homem ou horas de maquinas, quantidade de força consumida etc.) De modo geral identificam se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente a quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção Na cultura em formação as operações que são consideradas como custos diretos são: Insumos: (fertilizantes e defensivos) normalmente a empresa rural sabe qual a quantidade exata de insumos que esta sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto agrícola. Sabendo se o preço do insumo, o custo daí resulta mente esta associado diretamente ao produto. Mão-de-obra: direta: trata se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente para a produção agrícola. Sabendo se que quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, e possível apropriá-la diretamente ao produto. Depreciação de equipamento agrícola: quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto, ou seja, uma máquina usada só para talhões em formação. Energia elétrica das maquinas agrícolas: quando é possível saber quanto foi consumido na produção. (GREPALDI, 1998 p.91). Os custos indiretos são aqueles custos que não têm nenhuma relação com o produto Custos indiretos, para serem incorporados aos produtos agrícolas, necessitam da utilização de alguns critérios de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de administradores etc. Os custos indiretos são rateados entre as culturas em formação e produção, e o rateio pode feito conforme a área da quadra (hectare ou alqueire), produção, quantidade de plantas, horas homem e etc Cultura de citros em produção Contabilmente falando um pomar de laranja tem vida útil de 20 anos sendo 3 anos de formação e 17 anos de produção. Diferente de custo de formação onde os gastos são considerados investimentos no custo de produção todos os gastos são considerados como custos. É nesse estagio que o produtor deve encara sua propriedade como uma empresa, por que como toda empresa ele visa obter o lucro, e lucro nada mais é do que o valor que supera o custo de produção. Assim como a cultura em formação a cultura em produção também é divida entre os custos diretos e indiretos Custos diretos cultura em produção Os custos diretos da cultura em produção têm a mesma finalidade da cultura em formação, conforme vimos no item São custos diretamente ligados ao produto, insumos, mão de obra, depreciação de equipamentos agrícolas usadas para a cultura em produção Custos indiretos cultura em produção Os custos indiretos de produção também têm a mesma finalidade da cultura em formação, conforme vimos no item São despesas que não são diretamente ligadas ao 62

64 produto. Exemplo: salários de empregados e administradores, despesas, materiais e produto de alimentação, higiene e limpeza etc. Depois de apurados os custos da cultura em produção estes mesmos são lançado para uma conta de estoque chamada de tratos culturais Depreciação da cultura em produção A natureza provoca desgastes pela ação do sol, da chuva, do frio, do calor, dos ventos, provocando oxidação, deformação, decomposição etc. exposto o bem a condições mais árduas, sob a ação das intempéries, da água salgada, do ataque dos animais, insetos, parasitas etc. o processo de desgaste torna se mais intenso. Propiciando melhores condições de manutenção, o bem poderá ter vida útil longa, e, inversamente, operando com intensidade ou sob condições desfavoráveis, seu desgaste tornado imprestável em menor espaço de tempo. No mercado, os bens em geral e os de produção em particular são freqüentemente aperfeiçoados com o fim de melhor servirem as funções para as quais se destinam independentemente da duração da sua vida física (estado de conservação), os bens perdem valor, cada vez que outros de característica superiores surgem no mercado. Essa renovação tecnológica contribuiu para que certos bens, em espaço de tempo mais ou menos curto ou longo, tornem-se obsoletos, ainda que estejam em bom estado de conservação. (NEPOMUCENO, 2004 p. 59) Quando o pomar se torna uma cultura em produção ele começa a sofrer a depreciação. Contabilmente a cultura em produção tem a vida útil de 17 anos, mas para se calcular a vida útil de um pomar é muito difícil por que estamos falando de um ser vivo onde se bem tratado pode durar até mais de 30 anos. A combinação de porta enxerto influencia muito na vida útil do pomar. No caso se o pomar completar os 17 anos de produção, podendo produzir mais outras safras o ideal é consultar um especialista da área para que se possa estar fazendo uma reavaliação estimando quanto tempo o pomar ainda irá produzir. 2.3 Tratos culturais De acordo Gaiva, Gonsales e Pinto (2006, p.72) os tratos culturais são realizados para se manter as condições necessárias ao desenvolvimento do pomar, visando à alta produtividade e à qualidade dos frutos. Gaiva, Gonsales e Pinto (2006, p.72) explica que praticas culturais são as operações de limpeza do terreno, controle de pragas e doenças, adubação, desbastes e podas em geral. Os Tratos Culturais são classificados em uma conta de estoque, onde todos os custos obtidos na cultura em produção são lançados depois de apurados. O saldo da conta de tratos culturais se dividido pela quantidade de caixas colhida se acha o CPV (custo do produto vendido) Tratos culturais cultura em formação De acordo Gaiva, Gonsales e Pinto (2006, p.72) após o término da operação de plantio inicia se os tratos culturais de formação, que se destinam a favorecer o melhor desenvolvimento do pomar. Lembrando que os tratos culturais da cultura em formação são considerados como investimentos e não custo Tratos culturais cultura em produção 63

65 Segundo Gaiva, Gonsales e Pinto (2006, p.82) as praticas culturais desta fase é uma continuidade das que foram realizadas durante a formação do pomar ocorrendo algumas mudanças na forma de sua execução". 2.4 Colheita e frete A colheita dos frutos e considerada como uma das etapas mais criticas de todo o processo de produção. Após um longo período de investimento e custeio na formação e condução do pomar, nessa etapa que o citricultor caracteriza suas expectativas, acenadas todos os anos durante o florescimento e o pagamento dos frutos, tenha ele como destino da sua produção o consumo. A colheita caracteriza-se, portanto, como um Estoque em Andamento, uma produção em formação, destinada à venda. Daí sua classificação no Ativo Circulante. Como o ciclo de floração, formação e maturação do produto normalmente é longo, pode-se criar uma conta de Colheita em Andamento ou tratos culturais. Essa conta é composta de todos os custos necessários para a realização da colheita. Se durante a colheita ou a qualquer momento forem aplicados recursos para melhorar a produtividade ao longo dos anos ou aumentar a vida útil da cultura, evidentemente não se deve sobrecarregar a safra no ano, mas o imobilizado, e este ativo serão diluídos as safras por meio da depreciação (MARION, 2000, p. 43) A manutenção dos pomares em produção é contabilizada como tratos culturais ou colheita em andamento. Quando ocorrer o faturamento, a emissão da nota fiscal para o cliente transfere-se a parte proporcional à aquela quantidade de frutas para conta CPV (custo do produto vendido) juntamente com o custo de colheita e frete, ou seja, não há estoque da fruta Fretes e carretos O transporte da laranja para uma casa de embalagem ou uma indústria é considerado como um custo direto, que na apuração do custo é alocado direto para o CPV ( custo do produto vendido). A operação de frete requer uma atenção para o produtor que é a parte de logística podendo diminuir custos durante a atividade. 2.5 Máquinas e equipamentos As maquinas e equipamentos estão classificados no balanço patrimonial na conta de imobilizados do ativo permanente. Em razão do capital investido em maquinas e implementos ser relevante em uma propriedade rural, os apontamentos de campos e oficina mecânica devem ser individuais, para permitir avaliar o desempenho da máquina, ou seja, medir o rendimento (horas trabalhadas sobre horas disponíveis), consumo de combustíveis (litros/hora horímetro) e os controles de manutenção preventiva ( trocas de óleo, pneus, baterias e outros).. (SANTOS, 2008, p.63) Para os implementos, os controles devem ser no nível de categoria, por exemplo; grades leves e pesadas, pulverizador de 2000 litros, carretas para duas toneladas, carreta para quatro toneladas etc. Portanto, as máquinas e os grupos de implementos terão seus respectivos Centros de Custos, onde serão identificados o histórico da máquina, no período. Por exemplo: onde trabalhou, quantas horas trabalhou, qual foi o seu consumo, o que executou, o seu custo médio. Este apontamento pode ser feito utilizando horímetro e horômetro do trator ou tacógrafo, aparelho este (relógio com disco) que funciona acoplado ao pára-lama do trator, onde 64

66 estão registrados os dados através do disco, que é substituído a cada período do dia, para cada tratorista. (SANTOS, 2008, p.64) Se a máquina opera em um talhão que esta em formação o custos de horas maquinas e são considerados com investimentos, ou seja, será considerado como custo direto, e se a mesma operar em um talhão em produção as horas máquinas serão consideradas como custo e também classificados como custos diretos. Quando ocorrer uma reforma na máquina os gastos obtidos nesta reforma será considerado com um investimento, por que estará prolongando a sua vida útil, fazendo que ela produza mais e traga mais beneficio ao produtor Depreciação de máquinas e equipamentos A depreciação é a apropriação ao resultado, da perda ou eficiência ou da capacidade de produção de máquinas e equipamentos usados na produção da propriedade agrícola. Toda depreciação tem uma taxa percentual no qual é determinada a partir da vida útil do bem depreciado. O inicio da depreciação de máquinas e equipamentos têm inicio quando o os mesmos estiverem prontos para começar a operarem no campo. E o término da depreciação ocorrerá se as máquinas e equipamento forem baixados (vendido), quando não estiverem mais operando ou se forem depreciados totalmente Depreciação acelerada Uma das dificuldades encontradas para calcular o custo das lavouras ou das safras é o cálculo exato do custo dos equipamentos agrícolas utilizados na cultura agrícola. Esse item ganhou bastante significativo nos últimos tempos em virtude do esforço que se faz para a implantação da mecanização agrícola com o objetivo de melhorar a produtividade na agricultura. Alguns desvios têm sido cometidos no cálculo de custo pelo uso desses equipamentos. Um deles é atribuir o custo de reposição de peças ou custo por dias parados, por defeito ou quebra, á cultura que na ocasião era beneficiada pelo equipamento. Certamente, a cultura não deveria ser sobrecarregada em virtude da improdutividade ou da reposição de peças e implementos agrícolas. O problema maior, todavia, está no cálculo da depreciação dos implementos agrícolas. Normalmente comete-se o equívoco de calcular a depreciação a uma taxa anual, com critérios fiscais, apropriando se a depreciação do ano entre as diversas culturas. Implementos agrícolas como tratores, aparelhos agrícolas etc. não são utilizados ininterruptamente durante o ano (como normalmente são os equipamentos industriais) em virtude de entressafras, chuvas, geadas, ociosidade etc. Dessa forma, recomenda se a apropriação da depreciação em decorrência do uso às respectivas cultura ou projetos. Daí a necessidade de se calcular a depreciação por hora, estimando se um numero de horas de trabalho por equipamento, em vez da quantidade de anos de vida útil (MARION, 2002, p. 67) A medida provisória n de considera que todo produtor rural seja ela pessoa física ou jurídica poderá definir o prazo (tempo) de depreciação de qualquer ativo permanente imobilizado. Art. 6 o Os bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa 65

67 atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano da aquisição. A vantagem que o produtor tem é que consegue ter uma economia tributaria. Existe uma diferença entre o produtor pessoa física e o produtor pessoa jurídica. É que o produtor que for pessoa jurídica ele pode adquirir um ativo imobilizado e começar a depreciar sem telo pago totalmente (regime de competência). Já o produtor que for pessoa física poderá abater cem por cento da base tributaria quando estiver efetuado o pagamento da nota fiscal (regime de caixa). 2.6 Despesas, custos e investimentos. Um fator muito importante para o produtor é saber qual a diferença entre despesas, custos e investimentos Despesas As despesas são gastos que ocorre na área administrativa e comercial, ou seja, o escritório de uma propriedade, todos os gasto obtidos em relação ao escritório como aluguel, salários, telefone, energia elétrica e outros mais são considerados com despesa. O modo de contabilização é feito um centro de custos específicos para as contas de despesas no plano de contas. E a despesa não é contabilizada na data do pagamento, mais sim quando ocorre a operação (Regime de Competência) Custos A característica do Ativo é trazer benefícios futuros ou ter potencial para gerar receitas e, conseqüentemente lucro para a empresa. Assim, uma máquina, quando adquirida tem potencial de trazer benefícios por muitos anos. Despesa é exatamente o contrario. Depois da sua ocorrência não traz mais benefícios para a empresa. Daí afirma se que despesa é ou serviço consumido para obtenção da receita. (SANTOS, 2008 p. 37) Os custos são todos os gastos relacionados à área de produção, ou seja, todos os gastos obtidos na propriedade como, por exemplo, aluguel de tratores e implementos, insumos, peças para maquinas e outros mais. Porém nem sempre estes gastos serão classificados como custo, quando ocorre uma reforma que aumente a vida útil do bem ou construção de alguma benfeitoria de uma propriedade os gastos durante a construção serão considerados como investimento. Da mesma forma acontece com as maquinas e equipamentos quando são reformados os gastos tem ser considerado como investimento e não como custo Investimentos O investimento é todo gasto obtido com a compra de maquinas, implementos, veículo, ferramentas etc. Quando o produtor faz um empréstimo de curto prazo (capital de giro) também pode ser considerado com um investimento. A maioria das empresas usa seu lucro para obter fazer a realização de investimentos, não sedo diferente da empresas que atuam na atividade rural Gastos que podem ser considerados como investimentos Segundo o ( se classifica investimento do seguinte modo: De forma geral, considera-se investimento a efetiva aplicação de recursos financeiros, durante o ano-calendário, que vise ao desenvolvimento da atividade rural para a expansão da produção e melhoria da produtividade e seja realizado com: 66

68 1 - benfeitorias resultantes de construção, instalações, melhoramentos, culturas permanentes, essências florestais e pastagens artificiais; 2 - aquisição de tratores, implementos e equipamentos, máquinas, motores, veículos de carga ou utilitários usados diretamente na atividade rural, utensílios e bens de duração superior a um ano. 3 - serviços técnicos especializados, devidamente contratados, visando a elevar a eficiência do uso dos recursos da propriedade ou exploração rural; 4 - insumos que contribuam destacadamente para a elevação da produtividade, tais como: reprodutores, sementes e mudas selecionadas, corretivos do solo, fertilizantes. 5 - atividades que visem especificamente à elevação socioeconômica do trabalhador rural, tais como: casas de trabalhadores, prédios e galpões para atividades recreativas, educacionais e de saúde; 6 - estradas que facilitem o acesso ou a circulação na propriedade; 7 - instalação de aparelhagem de comunicação e de energia elétrica; 8 - bolsas de estudo para formação de técnicos em atividades rurais, inclusive gerentes de estabelecimentos e contabilistas. (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR, art. 62; Instrução Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, art. 8º) A laranja é uma cultura que necessita de tratos intensivos, e o produtor necessita fazer grandes investimentos em tecnologias e maquinário, para melhorar e preservar a sua produção. 3 Conclusão Na atualidade á citricultura passa por momentos difíceis tanto na questão financeira dos citricultores, quanto no preço da fruta no mercado. O citricultor está em uma fase onde sua receita obtida na venda da laranja não esta mais cobrindo os seus custos fazendo com que abandonem a cultura de citros. O que mantêm o Brasil no topo de mercado de suco de laranja são os grandes produtores, o motivo é a queda dos pequenos produtores, queda que ocorreu por falta de controle financeiro e econômico, não acompanhando á evolução do mercado citrícola. A contabilidade é uma ciência exata que traz informações concretas, por isso é a ferramenta ideal para o citricultor obter o seu controle e programar seus investimentos. O problema é que a contabilidade rural ainda é pouco conhecida tanto pelos contadores como para os produtores. O produtor rural tem que começar a informatizar o seu trabalho explorar informações que o mercado oferece (contabilidade), ou seja, começar a fazer parte deste mundo globalizado em que vivemos. Referências Anuário da Agricultura Brasileira 2009; São Paulo: AgraFNP, 2009 BRASIL HORTIFRUTI. Citros Sustentabilidade Econômica. São Paulo, Ano 7, n. 68, Maio 2008 GAIVA, Hilton Ney; GONSALES, Marco Aurélio; PINTO Walkmar Brasil de Souza. Cultivo do Citrus Brasília (DF): LK Editora e Comunicação, GREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural uma Abordagem Decisorial.2.ed São Paulo: Atlas,1998 INSTITUTO AGRONÔMICO CENTRO APTA CITROS SILVIO MOREIRA. Revista Técnica - Cientifica de Citricultura Laranja. São Paulo,V.25. n. 1, JUNIOR, Dirceu de Mattos; NEGRI, Jose Dagoberto de; PIO, Rose Mary; JUNIOR, Jorgino Pompeu. Citrus. Campinas: Instituto Agronômico e Fundag, 2005 MARION, José Carlos. Contabilidade Rural. 2. ed. São Paulo: Atlas,1991 MARION, José Carlos Contabilidade Rural. 6. ed. São Paulo: Atlas,2000 MARION, José Carlos Contabilidade Rural. 7. ed. São Paulo: Atlas,

69 NEPOMUCENO, Fernando. Contabilidade rural e seus custos de produção. São Paulo: IOB Thomson,2004 RECEITA FEDERAL. Disponível em: SAMPAIO; Prefácio João. Caminhos para a Citricultura: uma agenda para manter a liderança mundial. São Paulo: Atlas, SANTOS, Gilberto José dos; MARION José Carlos; SEGATTI, Sonia. Administração de Custos na Agropecuária. 3 ed. São Paulo: Atlas,

70 Gestão de Compras: Estudo de caso da Concessionária de Rodovias Tebe S/A José Roberto da Silva Perri (Graduação em Ciências Contábeis IMESB) Sonia Ap. Cândida Borges (Professora Orientadora- IMESB) Resumo: O presente trabalho tem como objetivo ressaltar a importância do Departamento de compras, como fator estratégico na redução de custos.apresenta-se o estudo de caso realizado na Concessionária de Rodovias Tebe S/A, onde já atua no mercado há 11 anos, demonstrando todo o processo do Departamento de Compras e identificando os principais pontos estratégicos do setor.detalham-se as principais funções do comprador, introduzindo a elas a gestão do sistema de custos, onde tem como finalidade a produção de informações para usuários internos, especificamente na coleta, mensuração, classificação e relatando informações que serão úteis aos gestores auxiliando no planejamento, controle e tomada de decisões.aborda-se sobre as diferenças entre custos diretos e indiretos, identificando-se as diferenças e quais deles são diretamente e indiretamente ligados ao produto.dá-se uma ênfase maior sobre o método de custeio ABC, onde suas informações são valiosas para controle dos custos, servindo de base sólida para o processo de decisão gerencial e proporcionando um custeio diferente e realista aos produtos e ou serviços da empresa, informações estas que o sistema de contabilidade moderno deve proporcionar.esse sistema oferece vantagens como, por exemplo, à identificação de detalhes importantes que antes estavam obscuros, a permissão de melhoria continua das tarefas para a redução de custos indiretos, a determinação de custos que agrega ou não valor ao produto, etc. Assim como também o mesmo oferece as desvantagens como a geração de informações confiáveis somente em longo prazo, o sistema ABC é dispendioso e devido às inúmeras atividades em que as operações são subdivididas, as áreas de responsabilidade quase inexistem. Palavras-chave: Custo. Departamento de Compras. Tebe. 1 Introdução Há algum tempo, a área de compras e aquisição deixou de ser vista como um centro de despesas, burocrático e repetitivo, assumindo um papel estratégico no mundo dos negócios, face ao volume de recursos operados, principalmente materiais e financeiros. A função torna-se extremamente eficiente, quando envolve todos os departamentos da empresa. Adquirir o material certo, nas quantidades certas, com a entrega correta (tempo e lugar), da fonte correta e no preço certo, são todas as funções de compras, mas que depende de planejamento todos os departamentos. Conhecida por vários nomes como suprimentos, compras ou aquisição, este departamento busca cada vez mais profissionais bem informados e atualizados, com dinamismo e habilidades interpessoais. Competências essas, necessárias para desenvolver e manter o bom relacionamento com fornecedores. 69

71 Localizar fontes adequadas de suprimentos e negociar preços são as principais responsabilidades do departamento de compras. As informações vindas de outros departamentos são necessárias para a busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar, num sentido amplo, passa a ser responsabilidade de todos. 2 Função do Departamento de Compras Nos dias de hoje, a função do departamento de compras pode ser considerada como uma parte do processo de logística e da gestão de custos. O mesmo influi diretamente nos processos de produção de uma empresa. Como um dos fatores principais do departamento, os prazos são de suma importância. Caso não venham a ser cumpridos, podem gerar sérios problemas, principalmente nos departamentos de vendas e produção. Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) ( descrevem-se como compradores aqueles que recebem requisições de compras, executam processo de cotação e concretizam a compra de serviços, produtos, matérias-primas e equipamentos para o comércio atacadista e varejista, para indústrias, empresas, órgãos públicos e privados. Acompanham o fluxo de entregas, desenvolvem fornecedores de materiais e serviços; supervisionam equipe e processos de compra. Preparam relatórios e fazem o papel de interlocutor entre requisitantes e fornecedores. A função do departamento pode ser dividida em três categorias: 1) obter mercadorias e/ou serviços na quantidade certa, com a melhor qualidade e menor custo 2) garantir o melhor serviço e pronta entrega por parte do fornecedor 3) desenvolver e manter bom relacionamento com os fornecedores Para alcançar esses objetivos, o departamento deve desempenhar algumas funções, como tempo e lugar, fornecedores certos, negociações nas condições de compra e administração do pedido de compra. Como principal responsabilidade do departamento de compras, pode-se destacar a função de buscar fontes adequadas de suprimentos e de negociar preços. 3 Custos Com o objetivo de obter informações mais precisas referentes ao processo de compras e vendas de mercadorias, é necessária a implantação de um sistema de custos nas empresas comerciais. Baseado em uma estrutura funcional para alocação de custos indiretos, o ABC (Activity-Based Costing) é uma ferramenta que pode também ser utilizado também nas empresas comerciais. De acordo Martins (2000), a contabilidade de custos originou-se ainda na era mercantilista, antes da revolução industrial do século XVIII. A Contabilidade Financeira era sua principal fonte. O sistema de apuração dos custos consistia em levantar os estoques no inicio do período, somando as compras do mesmo período e tirando o que ainda sobrava do valor constante nas notas de compras, resultando o valor de despesa com as mercadorias vendidas, tendo como objetivo resolver problemas de mensuração monetária de estoques e de resultado, motivo pelo qual esta técnica ficou por muito tempo estacionado, pois não era feito dela um instrumento gerador de informações gerenciais. Lawrence define a contabilidade de custos como: processo ordenando de usar os princípios de contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negocio, de tal maneira que, os dados da venda, tornam possível a utilização das contas para estabelecer os 70

72 custos, tanto por unidade como pelo total, para um ou para todos os produtos comercializados no negocio com a finalidade de obter operação eficiente, econômica e lucrativa. 3.1 Métodos de custeio tradicional De acordo com Pamplona (1993), o sistema de custos tradicional se direciona principalmente para a função de avaliação de estoques e para elaboração de descontrações financeiras, buscando suprir precariamente, a necessidade de informações de diversos agentes interessados na situação da empresa como, por exemplo, acionistas, fornecedores, clientes, governo e apropria administração da empresa. Segundo Martins (2000), o esquema básico completo de apropriação de custos no sistema tradicionais de contabilidade consiste em: - Separação de custos e despesas: -Apropriação dos custos diretos a mercadoria vendida; - Apropriação mediante rateio dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, a parte, os comuns; - Rateio dos custos indiretos e comuns e dos da administração geral da produção aos diversos departamentos do processo de venda da mercadoria; - Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de vendas, segundo critérios fixados. 3.2 Método contemporâneo Usado como uma nova ferramenta empresarial, o sistema de custeio baseado em atividades ABC (Activity-Based Costing) tem como objetivos principais, mensurar e aprimorar as atividades que compõem os processo de negócios e calcular precisamente os custos dos produtos das empresas comerciais. Segundo Cooper & Kaplan (1998), o ABC é uma abordagem que analisa o comportamento dos custos por atividades, estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos, independentemente de fronteiras departamentais, permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição a incorrer em custos nos seus processos de ofertas de produtos em atender seus mercados em clientes. De acordo com Nakagawa (1993), o desenvolvimento do sistema de custeio ABC, foi enxergado pelas organizações, devido ao rápido desenvolvimento de tecnologia e metodologias de produção e comercialização, bem como, a globalização da economia. Com isso, o custeio baseado em atividades não pode ser restrito apenas a um sistema de contabilidade gerencial de custos, pois o mesmo tem grande serventia na definição em relação entre os custos e suas causas, fornecendo informações de forma a facilitar a atuação dos gerentes. 3.3 As razões que motivaram interesse pelo critério ABC no comercio A alteração da composição dos custos indiretos deu-se através da evolução da tecnologia, tornando-os tão significativos quanto aos custos diretos; Com a intensa competição global, foram determinadas mudanças nos processos de comercialização e nos modelos de administração; As informações precisam ser mais exatas quanto aos custos e as atividades que não agregam valor ao produto e a determinação dos custos; A grande quantidade de produtos diferentes e a diversidade de clientes; O aumento no uso de computadores eletrônicos. 3.4 Custeio de atividades no comercio 71

73 Especificação das atividades; É extremamente importante entender como os custos são incorridos, a fim de que se possa ter um sistema de custos adequado. Desta maneira, é importante entender todo o processo de comercialização da empresa. O sistema de comercialização da empresa pode ser entendido através da Analise de Processo Empresarial ( Business Process Analysis BPA ). A análise de processo do negocio começa identificando os processos e posteriormente os divide em atividades, estabelecendo uma base para gerenciar os custos. Rastreamento dos custos; O custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios de recursos necessários para desempenhá-lo. Nesta analise, devem-se incluir os custos não relacionados diretamente com mercadoria para revenda (despesas), o que não aceito pelo fisco, mas que é de grande valia para fins gerenciais e, conseqüentemente, para o sistema ABC. 3.5 Identificação e seleção dos direcionadores de recursos; O fator que determina a ocorrência de uma atividade é chamado de direcionador de recurso. Através dele, pode-se identificar a forma como as atividades consomem recursos, ou seja, demonstrar a relação entre os recursos gastos e as atividades. É obtido através de estudos e pesquisas que indicam a verdadeira relação entre o custo e a atividade. Procura identificar o que efetivamente gerou o custo de maneira racional e analítica de forma a se dirimirem as possíveis distorções. Pode-se dizer que o direcionador de custo de primeiro estagio é a base para o rastreamento dos custos as atividades. Atribuição dos custos às atividades; Um bom sistema de custos, dividido em linhas de produtos, torna-se um grande facilitador para o processo, principalmente se as linhas de produtos refletirem nas atividades. O custeio ABC procura custear cada atividade atribuindo a elas os recursos consumidos pela organização através dos direcionadores de recursos. Esta atribuição deve ser feita através de uma forma criteriosa, cuja ordem de prioridade é: a locação direta, rastreamento e rateio. 3.6 As vantagens do sistema ABC no comercio O sistema ABC apropria os custos indiretos às atividades e os custos das atividades aos produtos, apresentando assim resultados confiáveis e gerando informações valiosas para controle dos custos, servindo de base solida para o processo de decisão gerencial e proporcionando um custeio diferente e realista aos produtos e ou serviços da empresa, informações estas que o sistema de contabilidade moderno deve proporcionar. Conforme Pereira Filho & Amaral (1989), as vantagens apresentadas pelo método ABC são as seguintes: - como atributos revelados pela analise de atividades, permite identificação de detalhes importantes que antes estavam obscuros; - como elemento da contabilidade estratégica de custo / gerencial descortina uma visão de negocio, processos, atividades, que são de interesses diretos e imediatos para a competitividade da empresa; - permite uma melhoria nas decisões gerenciais, pois se deixam de ter produtos subcusteados ou supercusteados ; - permite ações de melhoria continua das tarefas para a redução de custos indiretos; - facilita a determinação de custos que agrega ou não valor ao produto; - é capaz de identificar e apresentar soluções aos possíveis gargalos; 72

74 - inovam o critério de rateio, principalmente os custos indiretos, evitando as distorções encontradas nos métodos tradicionais. A própria estrutura baseada em atividades permite aos gerentes focalizar as atividades que causam maiores impactos nos custos e possibilita, através de esforços de melhoria, reduzir os efeitos dessas atividades no custo do produto. 3.7 As desvantagens do sistema ABC O sistema ABC fornece informações sobre o passado e a administração necessita de informações sobre o futuro para se tomar decisões, é a definição do nível adequado de detalhamento dos processos e atividades. Se este detalhamento não for definido de acordo com as necessidades da empresa, o sistema irá provocar mais duvidas do que respostas, e não ira atender o que era esperado. Conforme Pereira Filho & Amaral (1989),as desvantagens apresentadas pelo método ABC são as seguintes: - por ser o ABC decorrente por método de custeio por absorção, ele carrega algumas das limitações dos mesmos; - geração de informações confiáveis somente em longo prazo. O método ira precisar de constantes revisões; - controle dificultado com empresas que possuem grande número de atividades; - como ferramenta de terceirização, o ABC possui limitações, principalmente dentro de etapas da produção, pois fornecera o custo do produto, e não seus componentes. Para a apuração de tal custo, é necessário analisar o componente como um produto isoladamente; - o sistema ABC é dispendioso; - por causa das inúmeras atividades em que as operações são subdivididas, as áreas de responsabilidade quase inexistem; - o ABC na sua forma mais detalhada é de difícil aplicabilidade pratica. 3.8 Gestão de custos nas empresas comerciais Segundo Hansen & Mowen (2001), tem como finalidade a produção de informações para usuários internos, especificamente na coleta, mensuração, classificação e relatando informações que serão úteis aos gestores auxiliando no planejamento, controle e tomada de decisões. A Gestão de custos engloba tanto a Contabilidade de Custos como a Contabilidade Gerencial, sendo que a primeira tenta satisfazer objetivos de custeio para a contabilidade financeira e gerencial, utilizada em propósitos internos fornece informações de custos sobre produtos, clientes, serviços, projetos, atividades. Enquanto a segunda preocupa-se com a forma que as informações de custo, financeiras e não financeiras serão transformadas em planejamentos e tomadas de decisão. Com o passar do tempo as empresas comerciais, em seus diversos seguimentos vem crescendo mais e mais, passando a ocupar mais espaços num moderno ambiente de negócios. Devido à evolução econômica e o aumento da competitividade, passaram a buscar novos conceitos em informações gerenciais para que pudessem acompanhar este mercado cada vez mais exigente. O ABC utilizado nas empresas comerciais pode ser uma ferramenta para controle de gestão e para a tomada de decisões pelos gestores, bastando apenas, a implantação de um sistema de informações adequado referente aos custos. O problema reside nos custos indiretos, que muitas vezes a base de rateio pode ser questionada. São significativos para a apuração dos custos unitários totais e conseqüentes decisões de imagem de lucratividade por produto, visando à estratégia de preços mais 73

75 competitiva, tornando dessa formas a Contabilidade de Custos uma importante ferramenta de Gestão Empresaria, onde todas as empresas comerciais, que se utilizam dessas informações no intuito de aperfeiçoarem suas rotinas de trabalho, ter suporte nas tomadas de decisões e acompanharem a evolução dos resultados operacionais da empresa, mantém a lucratividade competitiva e bem posicionada frente à concorrência. 3.9 Centro de custos Um centro de custo pode ser um departamento, uma sessão deste departamento, ou a combinação de diversos departamentos. Alem dos custos gerais de fabricação, existem também outros dois componentes do custo industrial, ou seja, mão-de-obra direta e material. A decisão em separar os custos por cento de custos está diretamente relacionada com a estrutura e o porte da empresa. Segundo Passarelli e Bomfim (2003), na determinação dos centros de custo, ou centros de despesas, os seguintes aspectos devem ser lembrados: 1- A estrutura organizacional da empresa, ou seja, a função de cada área e a responsabilidade de cada diretor, gerente, supervisor ou líder; 2 Métodos de fabricação, tipos e disposição dos equipamentos de produção; 3 serviços executados em cada setor da fabrica, identificando-se claramente os centros de custo diretos (departamentos produtivos) e os indiretos (de apoio, não produtivos, ou de serviços). Nesse ponto é importante definir e obter dos responsáveis, aprovação dos critérios de rateio a serem utilizadas; 4 determinação dos pontos em que o volume de produção e a separação da Mao de obra direta serão quantificados; 5 é importante verificar o grau de utilização e a natureza dos equipamentos utilizados no processo de produção, pois uma maquina pode ser considerada, pelo seu desempenho, como um centro de custo; 6 grau de aproximação que seja requerido na aplicação dos custos gerais de fabricação na sua transferência aos diversos centros de custos, processos e produtos; 7 segregação básica dos diferentes processos de fabricação; 8 assegurar-se que o fluxo de produção é identificado claramente, e 9 estabelecimento das linhas de responsabilidade para um controle físico da produção; 3.10 Custos diretos Segundo Hansen & Mowen (2001), não há alocação em relação as despesas e custos que são facilmente identificado com os objetos que usam os recursos. É muito difícil imaginar que possam existir alocações nos casos das despesas e custos diretos, exatamente porque eles, por natureza, já estão identificados, sem esforço algum, aos objetos do custeio. Identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser custeado. Pode ser atribuído, ou identificado direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. São incluídos diretamente no calculo dos produtos e perfeitamente mensuráveis de maneira clara e objetiva. Identificam-se imediatamente com a produção dos mesmos. Exemplos de custos diretos: - matérias-primas usadas na fabricação do produto - mão-de-obra direta - serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços 74

76 3.11 Custos indiretos Segundo Hansen & Mowen (2001), a alocação de custos faz parte do conhecido critério de custos por absorção. O trabalho tem, também, a finalidade de apresentar os motivos pelos quais todos preferem usar o critério dos custos por absorção apesar de estarem cientes e conscientes de suas vantagens. São apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios prédeterminados e vinculados a causas correlatas, como mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc. Pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. Exemplos de custos indiretos: 1. Mão-de-obra indireta: representada pelo trabalho e não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado, como a mão de obra de supervisores, controle de qualidade, etc. 2. Materiais indiretos: auxiliam na produção, cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e lubrificantes, lixas, etc. 3. Outros custos indiretos: depreciação, seguros, manutenção de equipamentos, etc. 4 Estudo de caso : a concessionária de rodovias Tebe S/A 4.1 Histórico Em 02 de março de 1.998, a Concessionária de Rodovias TEBE S/A obteve por meio do Edital de Licitação nº 013/CIC/97 a Concessão do Estado de São Paulo, onde foram cedidas à sua administração, pelo período de 20 anos, as rodovias: a) SP 326 Rodovia Brigadeiro Faria Lima (entre os municípios de Bebedouro e Barretos); b) SP 351 Rodovia Comendador Pedro Monteleone (entre os municípios de Bebedouro e Catanduva); c) SP 323 Rodovia José Della Vechia / Orlando Chesini Ometto (entre Pirangi e Taquaritinga). A região em que está localizada o Lote 03, administrado por esta Concessionária, é representada pelos pólos industriais, predominantemente agroindustriais e agrícolas e, num raio de 100 km conta com uma população de aproximadamente 2,7 milhões de habitantes. Economicamente, a região tem maior influência dos municípios de Bebedouro, Barretos, Catanduva e Taquaritinga que abrangem o Lote 03, apresenta grandes culturas de laranja e cana-de-açúcar cujos ciclos produtivos ocorrem durante o período de maio a dezembro, representando um aumento do fluxo de veículos comerciais nas vias pedagiadas. Além do agronegócio, destacam-se também os setores de comércio e serviços dos municípios que circundam o Lote 03, cuja integração fomenta maior movimentação econômica dos produtos e serviços oferecidos. Ainda, dentro deste quadrilátero, existem 4 75

77 indústrias de suco de laranja, 4 usinas de açúcar e álcool, 1 indústria de óleo de soja e 03 armazéns frigoríficos de porte, além de inúmeras indústrias manufatureiras, de bens de capital e alimentícia. Este complexo agroindustrial contribui para o fluxo de tráfego da TEBE devido ao escoamento da produção. Outros aspectos relevantes na região correspondem aos grandes eventos anuais, de porte internacional, como a Festa do Peão de Barretos com um público de aproximadamente visitantes realizadas em agosto e a Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola realizada em maio, que contribuem significativamente para o aumento do fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas da região. O Lote 03 está inserido no corredor de tráfego de longo percurso de veículos de carga ligando a parte Central do País, através das grandes estradas, às cidades de São Paulo, Brasília e Belém, possuindo um trecho de escoamento das regiões Centro Oeste e Sudeste (Sul de Minas), para São Paulo, ida e volta com representativa economia de tempo e de custos ao sistema logístico do País, onde parte do fluxo da BR 153, divisas de São Paulo e Minas Gerais e entre Minas Gerais e Goiás, passando pela SP Rodovia Brigadeiro Faria Lima, onde é localizada a Praça de Pedágio de Colina, que representa 70% do fluxo total da TEBE. A Concessionária TEBE preocupada em melhor servir investiu fortemente no treinamento de seus colaboradores e obteve a certificação NBR ISO 9002/94, com a participação de todos os funcionários no processo. Destaca-se a conquista da recertificação da ISO 9001, em 17/12/2002, já na versão 2000 da norma, mantendo-se presente à melhoria contínua de seus serviços prestados. 4.2 A gestão de compras na concessionária TEBE A função compras passa a ser um segmento importante no departamento de aquisição de materiais, também chamado de suprimentos e compras, parte do processo da logística. Ela tem como finalidade suprir as necessidades de materiais e serviços, pois, planeja a quantidade correta que vai trazer a satisfação no momento certo. Deixou de ser algo cheio de burocracia e buscou suprir o necessário, analisando se recebeu aquilo que foi comprado e procurando armazenar em ótimas condições. Os procedimentos para manutenção dos veículos da frota são para todos os usuários de veículos da Tebe, eles recebem um termo de compromisso que orienta sobre as formas de uso e de verificações básicas, bem como devidas providencias em casos de problemas com o veículo. As manutenções são realizadas dentro do período de garantia do veiculo, quando de sua aquisição, seguindo as orientações constantes no manual do fabricante para cada tipo de veiculo, envolvendo as manutenções dentro dos prazos e quilometragens definidas. Procedimentos de trabalho do processo de aquisição são as solicitações de compra de materiais e serviços que é emitido pelos solicitantes com as informações necessárias, ou contendo a especificação técnica ou desenho e com a autorização de gerente, superintendente e/ou diretor responsável, mediante liberação da Solicitação de Compras no sistema Microsiga, após analise de necessidade. Procedimento para homologação e avaliação de fornecedores é de responsabilidade das gerencias que utilizam fornecedores de produtos e serviços, homologar e avaliar as empresas contratadas, visando formar o quadro de possíveis fornecedores. O fornecedor homologado que deixar de fornecer por um período superior de 12 meses será considerado desomologado. Caso seja indicado para aquisições futuras será necessária nova homologação. A verificação do fornecimento será realizada anualmente pela área de compras da Tebe através da lista de fornecedores qualificados e cadastro de fornecedores. 76

78 A empresa adota procedimentos de manutenção preventiva e corretiva sempre que o usuário que tiver dificuldade e/ou problema na operação de sistema e ou equipamento e que necessite de apoio da tecnologia da informação (T.I), deve solicitar o auxilio incluindo um chamado técnico no Sistema de Gerenciamento de Manutenção Técnica (SGMT) através do link - portal. Para o caso urgente e/ou fora do horário comercial, a dificuldade que comprometer a atividade deve ser registrada no SGMT e informada ao técnico através do telefone de plantão. FIGURA 1 - Ciclo do processo do depto de compras da Concessionária de Rodovias Tebe S/A. 5. Conclusão Com esses procedimentos, podemos concluir que a Concessionária de Rodovias Tebe, visa à busca de melhoria contínua na aquisição de mercadorias de qualidade, de forma a contribuir estrategicamente com processos de gestão de custos da empresa. Em princípio, um departamento de compras é inerte como atividade de linha, observando, sempre, ser acionado pelas várias unidades da organização que solicitem a aquisição de produtos e a contratação de serviços. Assim, quando o departamento de compras é acionado para a missão de adquirir um determinado produto, o setor solicitante que é o responsável pelas especificações necessárias, no que se refere ao material solicitado e, conseqüentemente, para definir a qualidade que ele deseja para o produto pedido. Pode se afirmar que, a gestão de compras é uma ferramenta fundamental para o desempenho de toda a empresa, tendo que ser analisada, estudada estrategicamente e readequada, conforme a necessidade mercadológica e a proposta de custos estabelecida pelo 77

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