Variação Estacional de Preços de Cebola nos CEASAs de Minas Gerais
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- Tiago Caldeira Costa
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1 Variação Estacional de Preços de Cebola nos CEASAs de Minas Gerais Pablo Forlan Vargas 1 ; Leila Trevizan Braz 2 ; Juliano Tadeu Vilela de Resende 3 ; André May 2 ; Elaine Maria dos Santos 3. 1 UNESP FCAV Pós-graduando em Genética e Melhoramento de Plantas, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, , Jaboticabal SP, pfvargas@fcav.unesp.br, 2 UNESP FCAV/Jaboticabal, 3 UNICENTRO/PR. RESUMO Com o objetivo de avaliar a variação estacional de preços da cebola nos CEASAs/MG no período de 1995 a 2002, foi realizado um levanto nas seis unidades do CEASA/MG. Os valores foram convertidos da moeda nacional para o dólar norte americano através da cotação mensal (livre-venda) fornecida pelo Banco Central do Brasil correspondente aos anos, os dados foram submetidos à analise de variância e os valores médios foram comparados pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se com os resultados que existe a necessidade de cultivares melhoradas geneticamente para as condições nacionais, e assim, equilibrar a oferta em quantidade e qualidade, pois, com o efetivo funcionamento do MERCOSUL, vem sendo crescente a importação de cebola Argentina, que além da alta qualidade, chega ao mercado brasileiro com preços bem competitivos. PALAVRAS-CHAVES: Allium cepa, preços, oferta ABSTRACT Price variation of onion in six CEASAs/MG The objective of this research was evaluated the price variation in dollars of onion in six CEASAs/MG from 1995 to The dates showed that it is necessary a improvement in the materials that are planted in Brazil, because the highest onion quality offer in Argentina. KEYWORDS: Allium cepa, prices, offer A espécie cultivada de cebola (Allium cepa), originou das regiões onde hoje estão os países do Irã e Paquistão. Trata-se um condimento muito utilizada na culinária brasileira e mundial. A sua introdução no Brasil se deu através de colonizadores europeus e teve no Rio Grande do Sul o início de seu plantio. O vegetal possui alto teor carboidratos e é uma excelente fonte de vitamina A, B e principalmente de vitamina C, possuindo compostos sulfurosos que dão odor ao produto e têm função bacteriostática, portanto, é uma fonte importante de nutrientes para uma dieta balanceada.
2 No cenário nacional a cebola é a terceira hortaliça de maior expressão, ficando atrás da batata e tomate. Em 2001, a produção nacional foi de aproximadamente um milhão de toneladas. Minas Gerais teve nos últimos anos um expressivo crescimento, e ao analisarmos a área, a produção e a produtividade de 1998 a 2001, o aumento foi de 125%, 224% e 44% respectivamente. As variações de produção e produtividade do Brasil, tiveram aumento de 37% e 38%, respectivamente, ou seja, os resultados obtidos pelo estado foram superiores aos nacionais. De acordo com Filgueira (2000), a maioria das hortaliças apresenta, ao longo do ano, flutuação nos preços pagos ao produtor. Os preços pagos na fonte de produção, bem como aqueles praticados no varejo urbano, dependem das cotações do mercado atacadista (CEASAs). Assim quando ocorrem mudanças substanciais na oferta ou demanda de certo produto, um sensível mecanismo altera os preços no atacado, provocando altas ou baixas nos preços pagos na fonte ou no varejo. Luengo & Junqueira (1999) citam que atualmente, 60% das hortaliças consumidas no país são comercializadas nessas centrais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a variação estacional de preços da cebola nos CEASAs/MG no período de 1995 a 2003, fornecendo assim, subsídios a produtores e técnicos para o planejamento das atividades. MATERIAL E MÉTODOS Para realização deste trabalho foram utilizados dados levantados em todas as 6 unidades do CEASA de Minas Gerais. Essas unidades correspondem a Unidade de BH/Contagem, Uberlândia e Uberaba/Triangulo Mineiro, Juiz de Fora/Região da Mantiqueira, Caratinga e Governador Valadares/Vale do Rio Doce. Estudou-se a variação de preços durante o período de 1995 e Os preços médios mensais estão expressos em dólar por kg, conforme Junqueira et. al. (2000). Os valores foram convertidos da moeda nacional para o dólar norte americano através da cotação mensal (livre-venda) fornecida pelo Banco Central do Brasil correspondente aos anos de 1995 a Os dados foram submetidos à analise de variância e os valores médios foram comparados pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3 Observou-se que nos anos de 1995 e 1997 a cebola alcançou em média o melhor preço nos CEASAs/MG, com aproximadamente US$ 0,59/kg para ambos os anos, estes foram superiores estatisticamente aos demais, entretanto o ano de 1998 (US$ 0,41/kg ) foi superior aos anos de 1996, 1999, 2000, 2001 e 2002, que não diferiram estatisticamente entre si, conforme mostra a tabela 1. Tabela 1 Variação de preços médios mensais em US$/kg de cebola comercializado nos CEASAs/MG, no período de 1995 a UEMG/Passos, Agronomia Ano s Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média ,57 0,58 0,58 0,63 0,81 1,04 1,13 0,57 0,44 0,31 0,22 0,25 0,59 a ,36 0,32 0,34 0,37 0,37 0,31 0,26 0,22 0,22 0,29 0,34 0,39 0,31 c ,40 0,41 0,69 0,84 0,84 1,04 0,78 0,57 0,43 0,31 0,37 0,50 0,59 a ,46 0,41 0,43 0,37 0,35 0,33 0,34 0,32 0,41 0,64 0,55 0,40 0,41 b ,23 0,20 0,23 0,27 0,27 0,31 0,22 0,16 0,13 0,11 0,13 0,14 0,20 c ,17 0,17 0,25 0,24 0,39 0,36 0,36 0,24 0,21 0,16 0,18 0,19 0,24 c ,15 0,15 0,21 0,20 0,31 0,28 0,26 0,18 0,14 0,11 0,14 0,16 0,19 c ,23 0,24 0,27 0,27 0,26 0,21 0,16 0,13 0,13 0,12 0,12 0,15 0,19 c Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Coeficiente de Variação (%) = Tabela 2 Preços médios mensais em US$/Kg de cebola comercializado nos CEASAs/MG, no período de 1995 a UEMG/Passos, Agronomia Meses Média Janeiro 0,57 0,36 0,40 0,46 0,23 0,17 0,15 0,23 0,32 b Fevereiro 0,58 0,32 0,41 0,41 0,20 0,17 0,15 0,24 0,31 b Março 0,58 0,34 0,69 0,43 0,23 0,25 0,21 0,27 0,37 a Abril 0,63 0,37 0,84 0,37 0,27 0,24 0,20 0,27 0,39 a Maio 0,81 0,37 0,84 0,35 0,27 0,39 0,31 0,26 0,45 a Junho 1,04 0,31 1,04 0,33 0,31 0,36 0,28 0,21 0,48 a Julho 1,13 0,26 0,78 0,34 0,22 0,36 0,26 0,16 0,43 a Agosto 0,57 0,22 0,57 0,32 0,16 0,24 0,18 0,13 0,29 b Setembro 0,44 0,22 0,43 0,41 0,13 0,21 0,14 0,13 0,26 b Outubro 0,31 0,29 0,31 0,64 0,11 0,16 0,11 0,12 0,25 b Novembro 0,22 0,34 0,37 0,55 0,13 0,18 0,14 0,12 0,25 b Dezembro 0,25 0,39 0,50 0,40 0,14 0,19 0,16 0,15 0,27 b
4 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Coeficiente de Variação (%) = Nos meses de março a julho foram verificados os maiores valores pagos pela cebola (Tabela 2) que durante os anos, variou de US$ 0,37 a US$ 0,48 por kg do produto. Estes valores foram superiores estatisticamente aos demais. Foi constatado uma flutuação estacional (Gráfico 1) acentuada durante o ano. Devido a utilização da cebola como condimento, e a demanda ser praticamente constante durante o ano, a flutuação estacional nos preços pagos é condicionada principalmente pela oferta variável ao longo do ano (Gráfico 1). Gráfico 1 Variação estacional de preços de cebola (US$/Kg) nos CEASAs/MG, no período de 1995 a UEMG/Passos, Agronomia ,60 0,50 0,40 US$ 0,34 MÉDIA GERAL 0,30 0,20 0,10 0,00 Janeiro Fevereiro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
5 Conclui-se com os resultados que existe a necessidade de cultivares melhoradas geneticamente para as condições nacionais, e assim, equilibrar a oferta em quantidade e qualidade, pois, com o efetivo funcionamento do MERCOSUL, vem sendo crescente a importação de cebola Argentina, que além da alta qualidade, chega ao mercado brasileiro com preços bem competitivos. Nota-se também que está ocorrendo uma crescente queda nos preços pago ao produtor desde o ano de 1999, desestimulando a produção. LITERATURA CITADA FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, p. JUNQUEIRA, A. M. A.; OLIVEIRA, A. T.; SILVA, A. C. B. Origem, volume e preço de alface comercializadas na CEASA/DF nos últimos cinco anos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40., 2000, São Pedro. Resumos... São Pedro: SOB, LUENGO, R. F. A & JUNQUEIRA, A. H. Distribuição de hortaliça no Brasil. Brasília: EMBRAPA/CNPH, p. Circulara Técnica.
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