AS IMPORTAÇÕES NO PERÍODO 1995/2002

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1 AS IMPORTAÇÕES NO PERÍODO 1995/2002 Novembro de 2002

2 AS IMPORTAÇÕES NO PERÍODO 1995/ Sumário e Principais Conclusões...5 As Importações no Período As Importações, Segundo as Categorias de Uso...13 Quem Reagiu À Mudança Cambial?...15 As Importações em A Relação entre Importação e Produção...37 Análise de Setores Selecionados...39 Material Eletroeletrônico...39 Setor Automotivo...41 Outros Produtos Químicos e Produtos Farmacêuticos...46 Indústria Têxtil...47 Coeficientes de Importação e de Importação de Intermediários...48 Bens de Capital...53 Anexo Emerson Marçal, Mauro Thury e, especialmente, Gustavo Britto colaboraram no levantamento dos dados. Fernando Sarti e Gustavo Britto elaboraram um texto de análise sobre o conteúdo importado na indústria brasileira (Evolução do Conteúdo Importado Setorial da Indústria Brasileira nos Anos 90, IEDI, 2002) que foi a base do item Análise de Setores Selecionados. A coordenação e redação final do presente estudo é de responsabilidade de Julio Gomes de Almeida. As Importações no Período 1995/2002 1

3 Quem Substituiu Importações Após a Mudança da Política Cambial? O presente estudo procurou identificar a sensibilidade das importações de diferentes segmentos da indústria às mudanças de preços relativos provocadas pela desvalorizações do real ocorridas desde a introdução do Câmbio flutuante em janeiro de De modo geral, no setor de bens de consumo as importações apresentaram grande sensibilidade à mudança cambial, tendo ocorrido um processo de substituição. Nos demais segmentos da indústria isso não ocorreu de forma generalizada. No caso dos bens de capital, ela verificou-se no ramo da fabricação de máquinas e equipamentos, mas não nos segmentos de material elétrico e nos equipamentos eletrônicos classificados como bens de capital. E foi pouco significativa dentre os bens intermediários. A análise selecionou os ramos industriais de bens intermediários, bens de consumo e de capital, onde uma significativa redução das importações, entre 1999 e 2001, é indício de um processo de substituição de importações. Em bens intermediários, seriam os casos de: produtos minerais não metálicos; produtos metalúrgicos; fios têxteis e tecidos naturais (algodão); papel, celulose e papelão; e, entre os bens intermediários para a indústria de alimentos, arroz, farinha de trigo e óleos vegetais. Em bens de consumo: equipamentos eletrônicos (eletrônica de consumo); automóveis; papel, papelão e artefatos de papel; artigos de vestuário e outros produtos têxteis; produtos de couro e calçados; produtos de madeira e mobiliário; e bens alimentícios, como arroz beneficiado, carne bovina, laticínios. Em bens de capital, a redução das importações nos segmentos de fabricação de máquinas e equipamentos e tratores após a mudança da política cambial sugere que nesses itens pode ter ocorrido uma substituição de importações. Considerando a média de importações nos anos em que a economia voltou a crescer, ou seja, 2000/2001, tendo 1998 como ano-base, a redução de importações foi de US$ 3,7 bilhões em bens de consumo, US$ 1,7 bilhão em bens intermediários e US$ 1,6 bilhão em bens de capital. O montante de US$ 7 bilhões pode ser tomado como valor de referência para a substituição de importações ocorrida após a mudança da política cambial em Note-se que nesse total, onde se destaca o segmento de bens de consumo, não está incluído o ano de 2002, sabidamente um ano em que as importações acusaram expressiva queda e que é objeto das considerações a seguir. As Importações no Período 1995/2002 2

4 2002 A Substituição Fácil de Importações Acabou A análise das importações em 2002 mostrou diferenças importantes com relação ao período : a redução das compras externas ocorreu sobretudo em bens intermediários, em menor escala em bens de capital e muito pouco em bens de consumo, excluídos desses as importações de automóveis. A conclusão geral é que a forte queda das importações em 2002 reflete, sem dúvida, a estagnação da economia e a escalada da desvalorização do real nesse ano. A outra conclusão é que devido ao estímulo da mudança de preços relativos o grande encarecimento dos produtos importados devido à desvalorização cambial a substituição de importações será incentivada. Bastará o incentivo cambial para que ela ocorra em alguns segmentos, mas em outros, que constituem a maioria e são os mais relevantes em termo dos valores importados, especialmente nos segmentos de bens intermediários, será necessária a complementação de políticas para incentivar investimentos e atrair empresas, incluindo grandes empresas globais. Convém destacar o efeito significativo sobre as importações da retração de alguns setores econômicos altamente demandantes de importações de bens intermediários. De fato, a redução de importações de vários itens de bens intermediários, que, diga-se de passagem, inicia-se claramente já em 2001, não decorre tanto de fatores relacionados às variações cambiais de Decorreu, sim, do fim de um ciclo de expansão muito vigoroso do setor de telecomunicações no Brasil entre os anos de 1998 e 2000, além da queda acentuada do setor de informática e da eletrônica de consumo ocorrida desde a segunda metade de 2001 com a crise de energia, fatores que deprimiram a demanda por bens intermediários importados. Somos de opinião de que há espaço para a substituição de importações em bens intermediários e que a desvalorização cambial de 2002 (desde que não ocorra acentuada revalorização do real) constitui um forte incentivo para que o processo seja desencadeado. Porém, nesse caso, em geral, a condição básica para a substituição de importações continua sendo a realização de investimentos que ainda não estão em curso, a atração de empresas globais e a execução de políticas setoriais (como por exemplo, para os setores de química, farmacêutica, eletrônica e material elétrico). Caso contrário, as importações retomarão o curso anterior a 2001, certamente não de forma imediata se a economia recuperar o crescimento, mas com um retardo de dois ou três anos devido à retração de setores como os que foram assinalados. É neste período de trégua de importações de bens intermediários que podem atuar as políticas mencionadas, cujo alcance é de médio prazo. Para finalizar, segundo as evidências reunidas na pesquisa, a substituição de importações mais fácil, em bens de consumo, já se esgotou com exceção do segmento de automóveis. As Importações no Período 1995/2002 3

5 O Núcleo Duro das Importações e as Políticas Necessárias O trabalho também aprofundou a análise de cinco setores: material eletroeletrônico; automóveis, caminhões e ônibus e autopeças; químicos diversos; produtos farmacêuticos e perfumaria; setor têxtil, além de bens de capital. Em geral, nesses casos, com exceção de têxtil, fatores estruturais poderosos impediram que a substituição de importações decorresse da mera mudança de preços relativos provocada pelas desvalorizações cambiais. São fatores relacionados à escala de produção, acesso à tecnologia e custo tributário e de capital, cuja superação é difícil e pressupõe políticas industriais específicas voltadas para a área de tecnologia e para a atração de investimentos de grandes empresas, incluindo as empresas globalizadas, além de reformas para a redução do custo tributário do produto nacional em relação ao importado e redução do custo de capital interno. Políticas industriais e de atração de investimentos, além de ações para equiparar os custos tributário e de capital do investimento interno com os custos do investimento realizado no exterior, são as principais medidas sugeridas nesse trabalho. A desvalorização cambial de 2002 pode beneficiar a execução dessas políticas, mas não as substitui. As Importações no Período 1995/2002 4

6 Sumário e Principais Conclusões A análise das categorias de uso mostra que o aumento muito expressivo das importações de bens intermediários na primeira metade dos anos 1990 continuou em marcha no período 1995/2001, acompanhando o ritmo de atividade da indústria e a despeito da desvalorização cambial de De fato, o valor dessas importações, que caiu em 1999, voltou a crescer com a retomada do crescimento industrial em 2000, superando o pico de Portanto, ao contrário do esperado, não ocorreu uma redução das necessidades de importações de partes, peças e componentes após a realização dos investimentos em modernização e ampliação da capacidade instalada nos anos 90, mesmo após a correção dos preços relativos provocada pela desvalorização cambial. Há exceções a esse movimento geral, que o trabalho identifica, como veremos adiante. Já no caso dos bens de consumo as importações declinaram fortemente com a mudança no câmbio. Após atingir um valor máximo em 1998, as compras externas de bens de consumo caíram de US$ 9 bilhões para US$ 5,3 bilhões (média do biênio ). As importações de bens de capital, após acumularem US$ 11,7 bilhões em 1998, retrocederam em (US$ 8,5 bilhões nesse último ano), crescendo com vigor em 2001 (US$ 10 bilhões) em função do crescimento industrial e das compras de equipamentos para energia, dado o racionamento de energia elétrica. A análise identificou os principais ramos dos segmentos de bens intermediários, bens de consumo e de capital onde uma significativa redução das importações após a desvalorização cambial de 1999 pode estar indicando um processo de substituição de importações. Em bens intermediários, seriam os casos de: produtos minerais não metálicos; produtos metalúrgicos; fios têxteis e tecidos naturais (algodão); papel, celulose e papelão; e, entre os bens intermediários para a indústria de alimentos, arroz, farinha de trigo e óleos vegetais. As Importações no Período 1995/2002 5

7 Importações Brasileiras por Categoria de Uso em US$ Milhões Var. PIB Industrial 2,9 2,0 2,1 3,1 (3,4) (2,6) 5,4 0,6 Bens Intermed , , , , , , , ,1 Bens de Capital 2.180, , , , , , , ,9 Bens de Consumo 1.504, , , , , , , ,0 Mat. Transp. Industrial 130, , , , , , ,0 866,0 Total , , , , , , , ,3 Acumulado (%) Contrib. 2 Bens Intermed ,2 61,7 63,8 Bens de Capital ,8 20,0 23,2 Bens de Consumo ,4 15,2 10,9 Mat. Transp. Industrial 9.303,9 2,8 2,1 Total ,9 100,0 100,0 Fonte: Notas: Elaboração própria a partir de dados e informações da Secex e do IBGE. 1 Não inclui importações de combustíveis e lubrificantes. 2 Contribuição das categorias na variação das importações totais entre Em bens de consumo: equipamentos eletrônicos (eletrônica de consumo); automóveis; papel, papelão e artefatos de papel; artigos de vestuário e outros produtos têxteis; produtos de couro e calçados; produtos de madeira e mobiliário; e bens alimentícios, como arroz beneficiado, carne bovina, laticínios. Em bens de capital, a redução das importações nos segmentos de fabricação de máquinas e equipamentos e em tratores após a mudança da política cambial sugere que nesses segmentos pode ter ocorrido uma substituição de importações. Considerando a média de importações nos anos em que a economia voltara a crescer, ou seja, 2000/2001, tendo 1998 como ano base, a redução de importações foi de US$ 3,7 bilhões em bens de consumo, US$ 1,7 bilhões em bens intermediários e US$ 1,6 bilhões em bens de capital. O total, que se eleva a US$ 7,0 bilhões, pode servir de valor base para a substituição de importações ocorrida após a mudança da política cambial em Esse valor, no qual desponta o segmento de bens de consumo, não inclui o ano de 2002, que apresentou um comportamento particular, marcado pela desaceleração da economia e por uma enorme desvalorização da moeda nacional. A análise também identificou segmentos cujas importações foram insensíveis à mudança de preços relativos provocada pela desvalorização cambial. Nesses casos certamente não houve substituição de importações ou, se houve, foi em montante relativamente pequeno e em determinados ramos. Em geral, nesses casos fatores estruturais poderosos impediram que a substituição de importações decorresse da mera mudança de preços relativos provocada pelas desvalorizações cambiais. São fatores relacionados à escala de produção, acesso à tecnologia e custo tributário e de capital, cuja superação é difícil e pressupõe políticas industriais específicas voltadas para a área de As Importações no Período 1995/2002 6

8 tecnologia e para a atração de investimentos, incluindo as empresas globalizadas, além de reformas para a redução do custo tributário do produto nacional em relação ao importado e redução do custo de capital interno. Redução de Importações em Itens Selecionados - Média de 2000/01 com Relação a 1998 Valor % Bens Intermediários ,9 Bens de Capital ,1 Bens de Consumo ,1 Total ,0 Fonte: Elaboração própria a partir de dados e informações da Secex e do IBGE. Políticas industriais e de atração de investimentos, além de ações para equiparar o custos tributário e de capital do investimento interno com os custos do investimento realizado no exterior, são as principais medidas sugeridas nesse trabalho. O estudo também procurou identificar os casos de importações insensíveis à mudança cambial, que seriam em bens intermediários: trigo; produtos metalúrgicos não-ferrosos; material elétrico; outros veículos e peças, resinas, adubos, tintas e artigos de plásticos; produtos farmacêuticos e de perfumaria; produtos químicos e petroquímicos tecidos artificiais; produtos derivados da borracha; equipamentos eletrônicos. Em bens de consumo: produtos farmacêuticos e de perfumaria; óleos vegetais refinados. Em bens de capital: material eletroeletrônico; material elétrico e partes; peças para bens de capital. A análise das importações em 2002, quando estas acusaram expressiva queda, mostrou que a redução acumulada no período janeiro/setembro, de US$ 7,3 bilhões, contou com um recuo expressivo das importações de bens intermediários (US$ 4,3 bilhões) e, em menor escala, com a redução das As Importações no Período 1995/2002 7

9 compras externas de bens de capital (US$ 1,1 bilhões), combustíveis (US$ 1 bilhão) e bens de consumo (US$ 835 milhões). Esses números já indicam uma mudança importante na composição da redução das importações nesse ano com relação ao período 1999/01, quando bens de consumo lideraram as quedas verificadas nas importações. A primeira observação relevante quanto ao principal item de redução das importações em 2002, os bens intermediários, é que esta queda é iniciada não como resultado dos acontecimentos de 2002, mas ocorre já em 2001, a partir do terceiro trimestre desse ano. A segunda, é que podemos descartar de imediato dois relevantes segmentos de bens intermediários das possíveis causas do declínio das importações dessa categoria de uso. As compras externas de produtos intermediários químicos (excluído elementos químicos não petroquímicos) declinaram relativamente pouco (de US$ 4 bilhões para US$ 3,7 bilhões) entre 2001 e Em produtos intermediários farmacêuticos e de perfumaria, as importações aumentaram (de US$ 978 milhões para US$ milhões) no mesmo período. O que os resultados da pesquisa mostram é que 6 segmentos explicam 77% da redução das importações de bens intermediários e 45% da queda total das importações brasileiras. Em outros veículos e peças, onde se destaca autopeças, mas inclui também itens como aviões e peças para a fabricação de aeronaves, o que explica a queda de importações é a redução da produção doméstica e das exportações de aeronaves. Em auto-peças, é possível a substituição, mas isso dependerá de decisões estratégicas das empresas globais que operam no setor e de decisões futuras de investimentos. Em equipamentos eletrônicos e material elétrico, a margem de substituição de importações é relativamente pequena se não houver uma política deliberada de atração de investimentos de grandes empresas globais e de ampliação dos investimentos de empresas que já atuam no setor. A redução de importações, que, nesses casos, inicia-se claramente já em 2001, não decorre tanto de fatores relacionados às variações cambiais de 2002, mas, sim, do fim de um ciclo de expansão muito vigoroso do setor de telecomunicações no Brasil entre os anos de 1998 e 2000, além da queda acentuada do setor de informática e do setor de eletrônica de consumo ocorrida desde 2001 com a crise de energia, o que deprimiu a demanda de importação. As importações de bens intermediários de equipamentos eletrônicos e material elétrico poderão permanecer baixas no próximos dois ou três anos, mas a condição disto é que os setores referidos acima continuem relativamente deprimidos. Quanto às importações de bens intermediários para a fabricação e manutenção de máquinas e equipamentos e de produtos metalúrgicos não ferrosos, estas estão associadas à queda da demanda interna, com poucas chances de substituição de importações no primeiro caso. As Importações no Período 1995/2002 8

10 Importações no Periodo Jan./Set e US$ Bilhões Total Bens Intermediários - Total 6 segmentos - Outros veículos e peças - Equipamentos eletrônicos - Material elétrico - Elem. químicos não petroq. - Fab. e manut. de máq. e equip. - Prod. metalúrgicos não ferrosos Bens de Capital - Fab. e manut. de máq. e equip. - Equipamentos eletrônicos Bens de Consumo - Automóveis Combustíveis Total 10 Segmentos Inc. Comb. 3,7 2,9 3,6 2,6 1,8 1,0 1,6 1,3 1,5 1,3 1,0 0,8 7,5 6,4 2,7 2,4 2,6 1,4 4,0 3,2 1,2 0,6 5,8 4,8 9,9 13,2 19,0 20,6 24,9 25,4 35,7 43, Participação (em %) na Redução de Importações Entre Jan./Set. de 2001 e Jan./Set. de US$ Bilhões (Redução das Importações no Período: US$ 7,3 bilhões ou 17%) Total 100 Bens Intermediários 59 - Total 6 segmentos 45 - Outros veículos e peças - Equipamentos eletrônicos - Material elétrico Elem. químicos não petroq. - Fab. e manut. de máq. e equip. - Prod. metalúrgicos não ferrosos Bens de Capital 16 - Fab. e manut. de máq. e equip. 4 - Equipamentos eletrônicos 16 Bens de Consumo 11 - Automóveis 8 Combustíveis 13 Total 10 Segmentos Inc. Comb A conclusão é que em bens intermediários há espaço para a substituição de importações e que a desvalorização cambial de 2002 é forte incentivo para que o processo seja desencadeado. Porém, a condição fundamental continua sendo a realização de investimentos que ainda não estão em curso, a atração de empresas globais e a execução de políticas setoriais (como por exemplo, para os setores de química, farmacêutica, eletrônica e material elétrico). Caso contrário, As Importações no Período 1995/2002 9

11 as importações retomarão o curso anterior a 2001, certamente não de forma imediata se a economia recuperar o crescimento, mas com um retardo de dois ou três anos devido à retração de setores como os que foram assinalados. É neste período de trégua de importações de bens intermediários que podem atuar as políticas mencionadas, cujo alcance é de médio prazo. Um outro fato revelado pela pesquisa é que em bens de consumo, se forem excluídas as importações de automóveis, não ocorreu significativa redução de importações em 2002, a despeito da enorme desvalorização cambial. De fato, entre 2001 e 2002 (períodos de janeiro a setembro) as importações de bens de consumo caíram de US$ 4 bilhões para US$ 3,2 bilhões, uma queda que em quase toda a sua totalidade é explicada pela redução de automóveis (de US$ 1,2 bilhões para US$ 0,6 bilhões). Isso indica que as importações de bens de consumo, que sofreram grandes reduções quando das desvalorizações de 1999 e 2001 e onde se processara uma intensa substituição de importações, estão no osso, de forma que, salvo em automóveis, não há mais ou há pouco espaço para substituição de importações. Finalmente, em bens de capital, onde também em rodadas anteriores de desvalorizações cambiais houve substituição de importações, há perspectivas de que o processo tenha continuidade, exceto em equipamentos eletrônicos classificados nessa categoria, onde as mesmas políticas recomendadas para bens intermediários se fazem necessárias. A análise foi aprofundada para setores selecionados: material eletroeletrônico; automóveis, caminhões e ônibus e autopeças; químicos diversos; produtos farmacêuticos e perfumaria; têxtil; bens de capital. O setor de material eletroeletrônico é um setor chave na dinâmica das importações brasileiras, seja por sua elevada participação no total, seja pela grande rigidez demonstrada após Os dados confirmam a tendência de crescimento das importações após 1996, indicando que o consumo de material eletroeletrônico importado pela indústria nacional foi crescente no período. Este setor, que representava cerca de 10% das importações brasileiras em , em 2001 foi responsável por 16% do total importado. Após 1999, o valor importado de material eletroeletrônico volta a crescer de maneira substantiva, atingindo o máximo de US$ 8,3 bilhões em 2000, o que corresponde a 17,6% das importações totais. Isso mostra que, passada a desvalorização cambial e com a retomada dos níveis de atividade, esse setor retomou as importações em ritmo muito superior ao restante da indústria de transformação. 2 O total importado exclui combustíveis e lubrificantes. As Importações no Período 1995/

12 Convém observar que parte da elevação dos valores importados no biênio pode ser explicada pela necessidade de cumprimento de metas por parte das operadoras de telefonia fixa e celular. Essa constatação tem por implicação que, uma vez cumpridas as metas do setor, as importações tenderam a reduzir-se para o nível de Como já se observou, a partir de 2001 (sobretudo no segundo semestre) caiu a importação do setor, porém sem evidências de substituição de importações. A análise para o setor automotivo abrange o segmento de automóveis, caminhões e ônibus e de outros veículos, peças e acessórios. As importações de bens intermediários de outros veículos e peças cresceram no período , enquanto as importações de automóveis, caminhões e ônibus, classificadas como bens de consumo, se reduziram significativamente após A evolução das importações do setor automotivo na segunda metade da década pode ser dividida em dois períodos. Entre 1995 a 1999 é implementado o regime automotivo e aumenta o comércio intra-indústria no âmbito do Mercosul. O período de 1999 a 2001 é marcado por uma grande instabilidade, iniciada com a crise cambial e potencializada pela crise Argentina. Após a desvalorização cambial, as importações de veículos se estabilizaram em torno de US$ 2 bilhões. As importações de autoveículos chegaram a representar 34% das importações totais de bens de consumo em 1995; desde então a participação vem se reduzindo, atingindo cerca de 27% em No período de 1995 a 2001, as importações de outros veículos e peças aumentaram constantemente, com pequena interrupção apenas em Após a desvalorização, o valor importado voltou a superar o nível verificado em 1998, ficando, contudo, praticamente estável em torno de US$ 5,2 bilhões. Para captar a importação de autopeças, foram obtidas informações junto ao Sindipeças e ao Ministério do Desenvolvimento (MDIC). A nova classificação de autopeças (autopeças, chassis e pneumáticos), que inclui também importações de setores como plásticos, mecânica e outros, registra importações de US$ 5,2 bilhões em 1998, antes da desvalorização. Após a desvalorização houve uma queda acentuada em torno de US$ 1,2 bilhão no valor importado anual, devido mais à retração do nível de atividade do que à desvalorização. No máximo teria ocorrido uma pequena substituição de importações em autopeças. As novas desvalorizações cambiais de 2001/2002, podem ampliar esse processo. A evolução das importações produtos químicos diversos sugere que a tendência observada na primeira metade da década se manteve na segunda. As importações, que somaram US$ 721 milhões em 1989, subiram para US$ 1,8 bilhão em 1996, saltando no ano seguinte para cerca de US$ 2,3 bilhões. De 1998 em diante as importações se estabilizaram em torno a US$ 2,5 bilhões, mesmo após a desvalorização cambial. A participação do setor nas importações totais cresceu de 3,5% em 1995 para 5,5% em O setor de produtos farmacêuticos e de perfumaria também apresentou uma mudança significativa de importações ao longo da segunda metade dos anos 90. Este segmento apresenta a peculiaridade de compreender, além de bens As Importações no Período 1995/

13 intermediários, produtos destinados diretamente ao consumo. As importações classificadas como bens intermediários mostraram grande estabilidade após 1996, situando-se em torno de US$ 1,3 bilhão até Esse é um caso de importações insensíveis à variação cambial que ocorreu no triênio As importações classificadas na categoria de bens de consumo mostraram um grande crescimento em relação ao nível pré-abertura. Seguindo a tendência das importações de bens intermediários, as importações totais de produtos farmacêuticos se estabilizaram entre US$ 2,2 bilhões e US$ 2,5 bilhões a partir de Como conseqüência destes fatores, a participação dos produtos farmacêuticos nas importações totais, que foi de 4,3% em 1996 chegou a 5,3% em 2001, após alcançar 6% em As importações de produtos têxteis, que compreendem em sua maioria bens intermediários, aumentaram expressivamente entre 1989 e 1996/97 (de US$ 376 milhões para US$ 1,8 bilhão), representando 4,4% das importações totais (2,9% em 1989). Note-se que essa participação superou a de produtos farmacêuticos. A observação relevante é que já em 1999 a importação de produtos têxteis começou a declinar, atingindo US$ 950 milhões no final do período, indicando a ocorrência de substituição de importações. Mesmo assim, o valor importado em 2001 foi quase três vezes superior às importações em Três comentários importantes podem ser retirados das análises setoriais: Para todos os setores selecionados (exceção para o setor de produtos têxteis), a evolução das importações totais e de bens intermediários entre 1996 e 1999 seguiu a tendência de crescimento da primeira metade da década. Embora a mudança da política cambial em 1999 tenha levado à redução das importações da maioria dos setores, verificou-se que esse efeito foi limitado, de forma que com o reaquecimento da economia no biênio as importações voltaram a elevar-se, com as exceções já registradas. Essas constatações são evidências que confirmam a hipótese de que a reestruturação industrial que acompanhou a abertura comercial introduziu um forte componente estrutural nas importações; componente expresso no elevado nível e rigidez das importações de bens intermediários e segmentos de bens de capital. As Importações no Período 1995/

14 As Importações no Período As Importações, Segundo as Categorias de Uso A análise aqui feita utiliza dados da Secex. As informações básicas estão classificados por produto pela Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), mas foi possível agregá-los por categoria de uso, através da Classificação de Grandes Categorias Econômicas 3 (CGCE). Para isso foi utilizado um tradutor NCM-CGCE fornecido pelo IBGE. Essa nomenclatura permite classificar os produtos importados segundo sua destinação econômica: bens de consumo, bens intermediários ou bens de capital 4. Os dados estão disponíveis para 1989, o ano anterior ao processo de abertura comercial, e para o período 1995/2002. Nessa seção a análise irá até o ano Na seguinte, serão tratadas as mudanças em 2002, com base também em dados que seguem a mesma metodologia. A primeira observação relevante diz respeito ao impacto da abertura sobre as importações brasileiras. Estas evoluem de US$ 13,7 bilhões em 1989 (não incluindo as importações de combustíveis) para US$ 48 bilhões em 2001, mais de três vezes e meia o valor inicial. O auge das importações ocorreu em 1997 (US$ 54 bilhões), caindo nos dois anos subseqüentes, em função da retração da economia entre meados de 1998 e 1999 e da desvalorização cambial em Após atingir o nível mais baixo desde 1995 (US$ 43,7 bilhões), voltam a crescer no biênio , devido ao maior crescimento econômico. Em 2002, sofrem nova queda acentuada. A análise do ponto de vista das categorias de uso destaca a participação dos bens intermediários na pauta de importação. Em 1989, sua participação já era grande, fato explicado em parte pela estrutura tarifária vigente à época, que adotava uma escala crescente de acordo com o grau de elaboração do produto importado (bens intermediários, bens de capital e bens de consumo). Importante notar que em as importações de intermediários superaram em valor o pico de importações verificado em 1997, atingindo cerca de US$ 32 bilhões. Essa elevação se deu mesmo após as significativas desvalorizações cambiais ocorridas em 1999 e em Em 2002, a redução das importações de bens intermediários constituiriam a principal causa da grande queda das importações totais brasileiras nesse ano. 3 Ver lista das categorias em anexo. 4 A CGCE foi agregada em categorias de uso da seguinte forma: (i) Bens Intermediários: insumos industriais elaborados e básicos; peças e acessórios para bens de capital; peças para equipamentos de transporte; alimentos e bebidas básicos e elaborados destinados à indústria. (ii) Bens de Consumo: bens de consumo duráveis, semi-duráveis e não duráveis; automóveis de passageiros; alimentos e bebidas básicos e elaborados destinados ao consumo doméstico. (iii) Bens de Capital: bens de capital. (iv) Material de Transporte: equipamento de transporte industrial e não industrial. As Importações no Período 1995/

15 Importações Brasileiras por Categoria de Uso em US$ Milhões Var. PIB Industrial 2,9 2,0 2,1 3,1 (3,4) (2,6) 5,4 0,6 Bens Intermed , , , , , , , ,1 Bens de Capital 2.180, , , , , , , ,9 Bens de Consumo 1.504, , , , , , , ,0 Mat. Transp. Industrial 130, , , , , , ,0 866,0 Total , , , , , , , ,3 Acumulado (%) Contrib. 2 Bens Intermed ,2 61,7 63,8 Bens de Capital ,8 20,0 23,2 Bens de Consumo ,4 15,2 10,9 Mat. Transp. Industrial 9.303,9 2,8 2,1 Total ,9 100,0 100,0 Fonte: Notas: Elaboração própria a partir de dados e informações da Secex e do IBGE. 1 Não inclui importações de combustíveis e lubrificantes. 2 Contribuição das categorias na variação das importações totais entre A participação dos bens intermediários na pauta de importações pode ser ilustrada considerando-se que, entre 1995 e 2001, esses produtos responderam por US$ 207 bilhões dos US$ 335 bilhões de importações acumuladas no período, o equivalente a 62%. A propósito, as importações de bens de capital, o segundo mais relevante item segundo as categorias de uso, após atingirem um valor máximo em 1998, têm queda no biênio , retomando com vigor em 2001, quando somam US$ 10 bilhões. De acordo com a metodologia utilizada, verifica-se que, de 1995 a 2001, o país importou cerca de US$ 67 bilhões de bens de capital (20% do total). As categorias de material de transporte industrial e bens de consumo foram as que apresentaram redução do valor importado compatível com a mudança no câmbio. Em ambos os casos, as importações caíram após atingirem o máximo de importações em Para bens de consumo a redução foi muito significativa 5 : de US$ 9 bilhões para uma média de US$ 5,3 bilhões no biênio , um recuo de 41%. Essas constatações são importantes. Os dados mostram que o aumento do consumo intermediário importado foi mantido para além do período pós-mudança da política cambial em Mais ainda, o valor dessas importações voltou a aumentar com a retomada do crescimento industrial em 2000 e primeira metade de 2001, superando o recorde de importações registrado em Isso significa dizer que, ao contrário do esperado por diversos analistas, não ocorreu uma redução das necessidades de importações de partes, peças e componentes após a realização dos investimentos em modernização e ampliação da capacidade instalada nos anos 90, mesmo após a correção dos preços relativos. 5 Apesar da redução do valor importado de bens de consumo após a desvalorização cambial de 1999, o valor importado em 2001 foi bastante superior ao valor verificado em As Importações no Período 1995/

16 Quem Reagiu À Mudança Cambial? Essas conclusões correspondem a uma análise agregada das categorias de uso. Uma abordagem mais pormenorizada mostra que, mesmo em categorias de bens intermediários, houve significativa redução de importações em determinados segmentos após a desvalorização cambial de 1999, as quais não voltaram a crescer mesmo com a recuperação da economia em 2000 e primeira metade de Nesses casos, pode ter ocorrido a substituição de importações. Vamos analisar separadamente as importações de bens intermediários, bens de consumo e bens de capital. Bens Intermediários Como foi observado, as importações de bens intermediários aumentaram desde a mudança cambial, numa indicação que esse segmento como um todo foi insensível à mudança da política cambial de Ainda assim, em diversos casos pode ter ocorrido significativa substituição de importações. Para um grupo selecionado de bens intermediários, as importações caíram de US$ 6,8 bilhões em 1998 para US$ 5 bilhões em Apesar da recuperação da economia e do aumento das importações totais de bens intermediários em 2000 e 2001, as importações desse grupo não voltaram a crescer significativamente. Somaram US$ 5,3 bilhões e US$ 5,1 bilhões nesses dois anos. 6 De fato, em vários itens, a queda de importações foi significativa e permaneceu após a recuperação do crescimento em 2000/2001, como em: produtos minerais não metálicos; produtos metalúrgicos; fios têxteis e tecidos naturais (algodão); papel, celulose e papelão; e, entre os bens intermediários para a indústria de alimentos: arroz; farinha de trigo; óleos vegetais. 6 Esse grupo inclui: Prod. minerais não met., Laminados de aço, Outros prod. Metalúrgicos, Fab.e manut. de máq. e equip., Madeira e mobiliário, Papel, cel., papelão e artef., Fios têxteis naturais, Tecidos naturais, Outros produtos têxteis, Arroz beneficiado, Farinha de trigo, Outros produtos veg. Benef., Carne bovina, Óleos vegetais em bruto, Óleos vegetais refinados. As Importações no Período 1995/

17 Os gráficos a seguir, mostram a evolução das importações desses segmentos que foram sensíveis à desvalorização cambial. Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Itens Selecionados TOTAL Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Prod. minerais não met Laminados de aço Outros prod. metalúrgicos Fab.e manut. de máq. e equip As Importações no Período 1995/

18 Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Madeira e mobiliário Papel, cel., papelão e artef Fios têxteis naturais Tecidos naturais Outros produtos têxteis Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Arroz beneficiado Farinha de trigo Outros produtos veg. Benef Carne bovina Óleos vegetais em bruto Óleos vegetais refinados As Importações no Período 1995/

19 Ao lado desses segmentos, cujas importações reagiram à mudança cambial, outros não experimentaram essa reação. Inclusive em alguns casos relevantes, concorreram para elevar as importações de bens intermediários quando a economia voltou a crescer. Os casos em que as importações não foram reduzidas ou aumentaram, foram: trigo; produtos metalúrgicos não-ferrosos; material elétrico; outros veículos e peças, resinas, adubos, tintas e artigos de plásticos; produtos farmacêuticos e de perfumaria; produtos químicos e petroquímicos tecidos artificiais; produtos derivados da borracha; equipamentos eletrônicos. Nesses casos, certamente não houve substituição de importações, ou se houve (como em artigos de plástico) foi em relativo pequeno montante. Em geral, aqui foram fatores estruturais poderosos que impediram que a substituição de importações decorresse da mera mudança de preços relativos provocada pelas desvalorizações cambiais. São fatores relacionados à escala de produção, acesso à tecnologia e custos tributário e de capital, cuja superação é difícil e pressupõe políticas industriais específicas voltadas, sobretudo, para a área de tecnologia e para a atração de investimentos de grandes empresas, incluindo as empresas globalizadas, além de reformas tanto para a redução do custo tributário do bem produzido em território nacional em relação ao estrangeiro, quanto para a redução do custo de capital interno. Note-se que as importações de equipamentos eletrônicos caíram significativamente em 2001, porém, não como resultado de uma substituição de importações, mas, sim, devido ao fim de um ciclo de expansão muito forte em telecomunicações, o qual se esgotou nesse ano, e à retração em outros segmentos demandantes de importações como os de informática e bens eletrônicos de consumo. O tema será retomado. As Importações no Período 1995/

20 Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Trigo em grão Milho em grão Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Prod. Metal. não ferrosos Material elétrico Equip. eletrônicos Outros veíc. e peças As Importações no Período 1995/

21 Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Elem. Quím. não petroq Prod. petroq. básicos Resinas Adubos Tintas Outros prod. Quím Produtos farm. e de perf Importações de Bens Intermediários - US$ Milhões Prod. deriv. da borracha Artigos de plástico Tecidos artificiais As Importações no Período 1995/

22 Bens de Consumo Foi em bens de consumo que ocorreu de forma generalizada e acentuada a redução das importações e no qual há sinais mais claros de substituição de importações. Para um conjunto selecionado de itens de bens de consumo 7, as importações caíram nada menos do que 50% entre 1999 e 2001 (de US$ 7,5 bilhões em 1998 para uma média de US$ 3,6 bilhões em 2000/01). Foram esses itens que lideraram a queda global das importações de bens de consumo que atingiu 42%. Destacam-se: equipamentos eletrônicos (eletrônica de consumo); automóveis; papel, papelão e artefatos de papel; artigos de vestuário e outros produtos têxteis; produtos de couro e calçados; produtos de madeira e mobiliário; e bens alimentícios, como arroz beneficiado, carne bovina, laticínios. As importações de bens de consumo que não caíram significativamente ou aumentaram no período, foram: produtos farmacêuticos e de perfumaria e óleos vegetais refinados. 7 Esse grupo inclui: Outros produtos agropecuários; Equipamentos eletrônicos; Automóveis, caminhões e ônibus; Madeira e mobiliário; Papel, celulose, papelão e artefatos;, Artigos de plástico; Outros produtos têxteis; Artigos do vestuário; Produtos de couro e calçados; Arroz beneficiado; Outros produtos vegetais beneficiados;, Carne bovina; Leite beneficiado; Outros laticínios; Outros produtos alimentares, inclusive rações; Bebidas; Produtos diversos. As Importações no Período 1995/

23 Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Itens Selecionados TOTAL Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Equipamentos eletrônicos Autom., caminhões e ôn Papel, celul., papelão e artef As Importações no Período 1995/

24 Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Madeira e mobiliário Artigos de plástico Outros produtos têxteis Artigos do vestuário Prod. de couro e calç Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Arroz beneficiado Outros prod. Veg. benef Carne bovina Out. prod. alim. Incl. rações As Importações no Período 1995/

25 Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Leite benef Outros laticínios Importações de Bens de Consumo - US$ Milhões Prod. farmac. e de perf Óleos veg. refinados As Importações no Período 1995/

26 Bens de capital Em bens de capital, a redução das importações no segmento de fabricação de máquina e equipamentos e de tratores após a mudança da política cambial sugere que nesses segmentos pode ter ocorrido uma substituição de importações (ver os gráficos a seguir). As observações complementares são que: a substituição de importações nesse segmento foi acompanhada de aumento da importação de partes e peças (um item de bem intermediário) para bens de capital; em material elétrico e equipamentos eletrônicos classificados como bens de capital não há indício de substituição de importações. Importações de Bens de Capital - US$ Milhões Imp. de bens de cap Imp. de peças p/ bens de cap As Importações no Período 1995/

27 Importações de Bens de Capital - US$ Milhões Fabr. manutenção de máquinas e equip Tratores e máquinas terraplanagem Material elétrico Equipamentos eletrônicos Convém fazer um balanço geral dos itens que destacamos como segmentos de importações sensíveis. Considerando a média de importações nos anos em que a economia voltou a crescer, ou seja, 2000/2001, tendo 1998 como ano base, a redução de importações desses segmentos foi de US$ 3,7 bilhões em bens de consumo, US$ 1,7 bilhões em bens intermediários e US$ 1,6 bilhões em bens de capital. O total, que eqüivale a US$ 7,0 bilhões, pode servir de valor base para a substituição de importações ocorrida após a mudança da política cambial em Convém sublinhar que esse valor, no qual desponta o segmento de bens de consumo, não inclui o ano de 2002, que é objeto das considerações a seguir. Redução de Importações em Itens Selecionados - Média de 2000/01 com Relação a 1998 Valor % Bens Intermediários ,9 Bens de Capital ,1 Bens de Consumo ,1 Total ,0 Fonte: Elaboração própria a partir de dados e informações da Secex e do IBGE. As Importações no Período 1995/

28 As Importações em 2002 Em 2002, o declínio das importações brasileiras foi o destacado fator para que o saldo comercial brasileiro registrasse aumento tão expressivo. O saldo comercial passou de US$ 1,2 bilhões entre janeiro e setembro de 2001 para US$ 7,9 bilhões no mesmo período de 2002, um aumento em valor de US$ 6,7 bilhões. A queda das importações, de US$ 7,3 bilhões (ou 17%), mais do que compensou o declínio das exportações. A análise das importações em 2002, tem, portanto, um significado todo especial, particularmente, em torno às seguintes questões: Em que segmentos a queda das importações foi mais intensa? Essa redução das importações corresponde à grande desvalorização da moeda nacional ocorrida em 2002 (entre janeiro e setembro de 2002, a desvalorização nominal da moeda frente ao dólar alcançou 41%) e à estagnação da economia ou está refletindo mudanças mais profundas na economia? Em outras palavras, é sustentável essa redução de importações em um quadro de maior crescimento da economia e recuo da cotação do dólar? Em especial, a queda das importações em 2002 reflete um processo em curso de substituição de importações? Uma análise preliminar mostra que a retração acumulada no período, de US$ 7,3 bilhões, contou com um recuo expressivo das importações de bens intermediários (US$ 4,3 bilhões) e, em menor escala, de bens de capital (US$ 1,1 bilhões), combustíveis (US$ 1 bilhão) e bens de consumo (US$ 835 milhões). Esses números já indicam uma mudança importante na composição da redução das importações nesse ano com relação ao período 1999/01, quando bens de consumo lideraram as quedas verificadas nas importações. Uma outra observação relevante diz respeito ao principal item de redução das importações em 2002, os bens intermediários: os dados mostram que esta queda foi iniciada não como resultado dos acontecimentos de 2002, mas sim em 2001, a partir do terceiro trimestre desse ano (ver os gráficos abaixo 8. Podemos descartar de imediato dois relevantes segmentos de bens intermediários das possíveis causas para o declínio das importações dessa categoria de uso. Como se pode observar nos dois primeiros gráficos a seguir, as compras externas de produtos intermediários químicos (excetuando-se elementos químicos não petroquímicos) declinou relativamente pouco (de US$ 4 bilhões para US$ 3,7 bilhões) entre 2001 e Em produtos intermediários farmacêuticos e de perfumaria, as importações aumentaram (de US 978 milhões para US$ milhões) no mesmo período. O que os resultados da pesquisa mostram é que 6 segmentos explicam 77% da redução das importações de bens intermediários e 45% da queda total das importações em O aumento das importações no terceiro trimestre de 2002 deve ser tomado com reservas. Em julho, as importações foram particularmente elevadas em função do fim de uma greve na alfândega. Assim, uma parte das importações nesse mês correspondem de fato a importações dos meses anteriores. As Importações no Período 1995/

29 Importações no Periodo Jan./Set e US$ Bilhões , , , , ,0 3,2 7,5 6,4 5,8 4,8 0 Total Bens Intermediários Bens de Consumo Bens de Capital Material de Transporte 0,7 0,5 Combustíveis 0,3 0,1 Não especificados Importações - US$ Milhões I II III IV I II III Bens Intermmediários Bens de Consumo Bens de Capital Combustíveis Total As Importações no Período 1995/

30 Em outros veículos e peças, no qual se destaca o ramo de autopeças, mas inclui também itens como aviões e peças para a fabricação de aeronaves, a queda das importações é explicada pela redução da produção doméstica e das exportações de aeronaves. Em autopeças, é possível a substituição, mas isso dependerá de decisões estratégicas das empresas globais que operam no setor e de decisões futuras de investimentos. Em equipamentos eletrônicos e de material elétrico, a margem de substituição de importações é relativamente pequena caso não haja uma política deliberada de atração de investimentos de grandes empresas globais e de ampliação dos investimentos de empresas nacionais do setor. A redução de importações, que, nesses casos, inicia-se claramente já em 2001, não decorre tanto de fatores relacionados às variações cambiais, mas, sim, do fim de um ciclo de expansão muito vigoroso do setor de telecomunicações no Brasil entre os anos de 1998 e 2000, além da queda acentuada dos setores de informática e de eletrônica de consumo desde 2001, deprimindo a demanda de bens importados. As importações de bens intermediários desses segmentos poderão permanecer baixas no próximo ano e, talvez, em 2004, mas a condição para tanto é que os setores referidos acima continuem relativamente deprimidos. Quanto às importações de bens intermediários para a fabricação e manutenção de máquinas e equipamentos e de produtos metalúrgicos não ferrosos, estas estão associadas à queda da demanda interna, com poucas chances de substituição de importações no primeiro caso. A conclusão é que em bens intermediários há espaço para a substituição de importações e que a desvalorização cambial de 2002 é forte incentivo para que o processo seja desencadeado. Porém a condição fundamental continua sendo a realização de investimentos que ainda não estão em curso, a atração de empresas globais e a execução de políticas setoriais (como por exemplo, para os setores de química, farmacêutica, eletrônica e material elétrico). Caso contrário, as importações retomarão o curso anterior a 2002, certamente não de forma imediata se a economia recuperar o crescimento, mas com um retardo de dois ou três anos devido à retração de setores como os que foram assinalados. É neste período de trégua de importações de bens intermediários que podem atuar as políticas mencionadas, cujo alcance é de médio prazo. Um outro fato revelado pela pesquisa é que, em bens de consumo, se forem excluídas as importações de automóveis, não ocorreu significativa redução de importações a despeito da enorme desvalorização cambial. De fato, entre 2001 e 2002 (períodos de janeiro a setembro), as importações de bens de consumo caíram de US$ 4 bilhões para US$ 3,2 bilhões, uma queda explicada em quase toda a sua totalidade pela redução de automóveis (de US$ 1,2 bilhões para US$ 0,6 bilhões). Isso indica que as importações de bens de consumo, que sofreram grande declínio nas desvalorizações de 1999 e 2001 período em que se processara uma intensa substituição de importações estão no osso. Dessa forma, salvo em automóveis, não há mais espaço para substituição de importações. As Importações no Período 1995/

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