Salários, lucros, acumulação e riqueza: breves considerações atuais sobre as ideias de Smith, Ricardo e Marx

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1 Salários, lucros, acumulação e riqueza: breves considerações atuais sobre as ideias de Smith, Ricardo e Marx Sérgio Ricardo Ribeiro Lima 1 Pábula Ribeiro Santos 2 Vinicius Silva Gondim 3 RESUMO O objetivo deste estudo é fazer uma breve reflexão e análise da centralidade das ideias dos principais pensadores da Economia Política Smith, Ricardo e Marx - acerca da relação entre salários e lucros, de um lado, e acumulação e riqueza, do outro. A raiz teórica da análise tem por base a teoria do valor. Trata-se de uma abordagem crítico-analítica e comparativa, com a finalidade de resgatar as concepções de Smith, Ricardo e Marx acerca da natureza da riqueza (o que obrigatoriamente nos leva ao entendimento da natureza da pobreza). As discussões no meio acadêmico, institucional e político sobre a pobreza tem sido de grande preocupação. Portanto, a análise ora proposta é de natureza eminentemente teórica, através da ciência da Economia Política, procurando encontrar nos principais autores dessa escola as raízes da riqueza e de sua contra-face, a pobreza. A análise demonstrou que há uma afinidade teórica na concepção dos autores acerca da relação entre os dois conjuntos de categorias (salários e lucros e acumulação e riqueza), porém, os pressupostos e o caminho teórico da análise tomam rumos diferentes, quanto à contradição resultante entre riqueza e pobreza. A teoria do valor como instrumento de análise que toma por base o trabalho, em sentido geral, e, a partir dele, a formação do valor, por conseguinte, da riqueza e sua distribuição, representam a chave para o entendimento do núcleo contraditório desse sistema, ou seja, da unidade dialética resultante do aprimoramento das forças produtivas e suas respectivas relações de produção, cujo resultado é a concentração da riqueza e a proliferação da pobreza. O conceito de trabalho comandado de Smith, assim como sua concepção de riqueza como relação de poder (sobre o trabalho) através da relação de troca nos dá a chave do segredo da riqueza, embora Smith não encontre a porta. Ricardo, por sua vez, é certeiro ao identificar não na natureza da riqueza, mas na forma de sua distribuição entre as três classes da sociedade à sua época -, trabalhadores, capitalistas e proprietários de terras, a alavancagem e o desenvolvimento do sistema, priorizando a taxa de lucro. Malthus, com sua nebulosa visão, detecta no sujeito a razão de sua pobreza, resultante de sua conduta moral, através dos vícios e da miséria. O conceito de trabalho comandado de Smith será o fio teórico através do qual Marx descobriria mais tarde a mais-valia, mas cujas raízes não estão nas relações de troca, mas na propriedade dos meios de produção e da força de trabalho como mercadoria, ou seja, na diferença entre trabalho e força de trabalho. Eis que aí, para Marx, está a natureza da riqueza de uns que reproduz, no outro pólo, a miséria de outros, abordagem que não poderia ser descoberta sem o método dialético. A investigação profunda e detalhada da obra desses autores aponta para 1 Professor Adjunto do curso de Economia Política no Departamento de Economia da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC); coordenador do Laboratório de Formação Histórica, vinculado ao Departamento de Economia 2 Discente do curso de Economia e bolsista do Laboratório de Formação Histórica 3 Discente do curso de Economia e bolsista do Laboratório de Formação Histórica

2 diversos caminhos através dos quais encontraremos os elementos e as relações que nos faz entender, sob determinado prisma, o comportamento do sistema na atualidade. Introdução Parece haver consenso na atualidade sobre os determinantes dos salários e dos lucros e as relações que guardam com a acumulação e a riqueza (e porque não, seu oposto, a pobreza). No pensamento dos economistas clássicos, com exceção de Malthus, a ordem natural que permeavam o pressuposto das ideias de Smith e Ricardo levava à crença ingênua de que a economia e a sociedade, ao mesmo modo da natureza, tendiam ao equilíbrio e à harmonia, cada qual à maneira como construíram seu edifício teórico. A divisão do trabalho e o aprimoramento das forças produtivas, do lado de Smith, e a forma na qual se dava a distribuição do produto social em favor da acumulação de capital, em Ricardo, favoreceriam o crescimento econômico e a expansão da riqueza de maneira a envolver positivamente as duas principais classes da sociedade: trabalhadores e capitalistas. Malthus e Marx, cada um a sua maneira, não enxergavam as coisas bem assim. Malthus era exclusivamente pessimista com relação à conduta moral de parcela significativa da população, enquanto Marx, embora visse com bons olhos a expansão do capitalismo, enxergava um profundo conflito social no núcleo do sistema. As ideias nascentes sobre salários e lucros e seus desdobramentos causaram uma efervescência sobre o pensamento econômico e sobre o mundo econômico e social devido às suas conseqüências para a evolução da humanidade. Hoje, parece não haver nenhum sentido explorar essas ideias, pois já há uma evolução desses conceitos e ideias e um estado das artes consolidado através da economia moderna e contemporânea. Porém, para os marxistas esses conceitos não estão satisfatoriamente definidos e consolidados, fato que a realidade põe na parede a teoria. Algumas questões se colocam: diante do arcabouço teórico existente desde os clássicos, como primeiros formuladores do pensamento econômico e da economia, porque o salário continua sendo tal qual aquele formulado teoricamente por eles, que hoje chamamos salário-mínimo? Que relação guarda o salário-mínimo com os determinantes dos salários à época desses autores? A acumulação de capital que seria a redenção da sociedade, melhorando a situação de todas as classes, cumpriu seu papel? Como conceber a riqueza na atualidade face à concepção clássica, diante da persistência da exploração e da pobreza? Responder a essas questões representa um grande desafio e, acima de tudo, pretende contribuir para a interpretação da Economia Política na atualidade, acerca das contradições

3 que permeia seu desenvolvimento, tendo como principal a contradição entre a crescente acumulação de capital e da riqueza e a persistência da pobreza no mundo atual. 1. Adam Smith: divisão do trabalho e benefício social da riqueza Nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz, se a grande maioria de seus membros forem pobres e miseráveis. (Adam Smith, 1983, p. 101) Está exposto em A Riqueza das Nações que, num primeiro estágio da humanidade que antecede a propriedade e a existência do capital, é do trabalhador todo o fruto do seu trabalho. Todavia, em decorrência do surgimento da apropriação da terra e da propriedade do capital por alguns, resta ao trabalhador apenas uma parte do resultado de seu trabalho, pago na forma de salário, de maneira que a outra parte do seu trabalho passa a ser absorvida na forma de lucro pelo capitalista, como forma de remuneração do capital por ter este adiantado uma soma em dinheiro para que a produção e seu respectivo aumento fossem possíveis. Acontece que o contrato firmado entre trabalhadores e patrões acerca da magnitude dos salários reflete um falso consenso, visto identificar-se um conflito de interesses, cujo desenlace expressa uma relação de poder entre os dois agentes, vencendo o mais forte. Os capitalistas, mediante combinação, agem no intuito exclusivo de reduzir ou barrar aumentos de salários para, assim, baixarem os seus custos de produção e, consequentemente, manterem ou aumentarem seus lucros. Todavia há um limite para essa redução cujo parâmetro é que o salário deve cobrir os bens necessários à subsistência do trabalhador e sua família, ou seja, o valor ou preço natural do trabalho. Mesmo assim, para Smith, os patrões tiram proveito da situação, visto a extrema necessidade dos trabalhadores, cujos salários são apenas o necessário para sua subsistência. Neste sentido, diz Smith (1983, p. 93), o capitalista pode passar dias e meses numa paralisação, enquanto os trabalhadores não agüentariam uma semana, conforme expõe abaixo. Um proprietário rural, um agricultor ou um comerciante, mesmo sem empregar um trabalhador sequer, conseguiriam geralmente viver um ano ou dois com o patrimônio que já puderam acumular. Ao contrário, muitos trabalhadores não conseguiriam subsistir uma semana, poucos conseguiriam subsistir um mês e dificilmente algum conseguiria subsistir um ano, sem emprego.

4 Em Smith, o mecanismo regulador do nível de salário é a relação entre oferta e demanda no mercado de trabalho. Enquanto o valor do salário, teoricamente, é determinado pelo valor dos meios de subsistência necessário à manutenção e reprodução do trabalhador e sua família (esposa e dois filhos). Como Smith sempre tem em mente um estado de equilíbrio e harmonia no mercado, operacionalizado pela mão-invisível, a longo prazo, preço de mercado e preço natural coincidem, de maneira que nem trabalhadores, nem capitalistas tiram proveito das situações instáveis, porque são provisórias. Mas, há um impasse teórico na obra de Smith, quando ele afirma que a divisão do trabalho ao levar ao desenvolvimento das forças produtivas, permite uma expansão geral na produção de mercadorias, que se torna acessível a todos, promovendo assim o bem-estar geral, em sentido particular, e a riqueza de uma nação, em sentido amplo. A elevação dos salários depende, num contexto macroeconômico, da riqueza nacional, através do aumento da renda e do capital de um país. A nação que se mantém em progresso contínuo tende a apresentar melhores salários para os seus cidadãos. Porém, questiona-se: como é possível ao trabalhador, que recebe um salário de subsistência, almejar a melhoria de suas condições de vida? Responde Smith que à medida que aumenta o acúmulo de capital, cresce a demanda por trabalhadores, pressionando os salários para cima, permitindo ganhos reais de salários, propiciando aumento e alternativas de consumo. Mas, se como o próprio Smith afirma, essa situação é momentânea, como se pode esperar que a melhoria dos salários e, por conseguinte, de suas condições de vida perdurem, pois os salários sempre tenderão ao preço natural? Aí fica um impasse insolúvel na idéia de Smith, quando sua análise dos lucros porá ainda mais nuvens no impasse. A concepção de riqueza em Smith (1983, p. 63) apresenta duas versões, nas palavras do pensador: Todo homem é rico ou pobre, de acordo com o grau em que consegue desfrutar das coisas necessárias, das coisas convenientes e dos prazeres da vida. [...] um homem será então rico ou pobre, conforme a quantidade de serviço alheio que está em condições de encomendar ou comprar. Na primeira versão de riqueza está embutida sua forma material através do volume de consumo de bens que as pessoas estão aptas de acordo com sua renda a obter. O acesso a essa riqueza por parte da população deve-se à difusão da divisão do trabalho de maneira generalizada, conforme explica o próprio Smith (1983, p ):

5 É a grande multiplicação das produções de todos os diversos ofícios multiplicação esta decorrente da divisão do trabalho que gera, em uma sociedade bem dirigida, aquela riqueza universal que se estende até às camadas mais baixas do povo. Cada trabalhador tem para vender uma grande quantidade do seu próprio trabalho, além daquela de que ele mesmo necessita, e pelo fato de todos os outros trabalhadores estarem exatamente na mesma situação, pode ele trocar grande parte de seus próprios bens por uma grande quantidade, ou o que é a mesma coisa pelo preço de grande quantidade de bens desses outros. Fornece-lhes em abundância aquilo de que carecem, e estes, por sua vez, com a mesma abundância, lhe fornecem aquilo de que ele necessita; assim é que em todas as camadas da sociedade se difunde uma abnndância geral de bens. (grifo nosso) Nessa afirmação, Smith não distingue entre as classes a possibilidade de acesso aos bens, ou, o que dá no mesmo, de riqueza, pois cada trabalhador, de posse de seu trabalho, poderá trocar o excedente por uma grande quantidade de trabalho na forma de bens de outros trabalhadores. Está explícito aqui que o trabalhador tem a posse de seu próprio trabalho, de maneira que ele não o aliena a ninguém. A segunda, complementando a primeira, aparentemente apresenta um duplo significado. O primeiro demonstra que a riqueza está subentendida no valor de troca, mediante o qual um indivíduo obterá maior ou menor quantidade de bens em troca de sua mercadoria a depender da maior ou menor quantidade de trabalho que a mesma possua. Portanto, quanto maior o valor de uma mercadoria em relação a outra, maior a capacidade daquela mercadoria em absorver trabalho na troca. Mas, dado que as mercadorias se trocam conforme a quantidade de trabalho nelas incorporada, não há como obter vantagem na troca, pois há uma equivalência em termos de valor através do trabalho nelas incorporado. Ou seja, independente da lei do valor, se uma cadeira custa duas horas de trabalho e uma mesa custa uma hora, uma mesa vale duas cadeiras e ninguém tira vantagem na troca. O outro significado de importância aqui para a análise - é o comando sobre o trabalho alheio propriamente dito. Dado o pagamento do trabalho, o salário, a diferença entre o valor da mercadoria e o valor do trabalho mede a riqueza do capitalista. O fato de na obra de Smith a apropriação de trabalho alheio se dar nas relações de troca, no mercado, mistifica a exploração do trabalho, pois supõe que as relações ocorrem entre equivalentes, e o poder de um indivíduo em relação a outro está na capacidade de sua mercadoria demandar mais ou menos trabalho na troca, de forma que é uma vantagem natural. Smith exemplifica supondo alguém de posse de uma fortuna, de maneira que ela lhe assegura um poder de compra, o comando sobre o trabalho alheio ou sobre todo o produto do trabalho que está no mercado (SMITH, p. 64). O pensador sempre raciona o poder sobre o

6 trabalho não no sentido abstrato, mas no sentido concreto, de maneira que a obtenção de mercadorias na troca subtende o poder sobre o trabalho incorporado nessas mercadorias. Outra coisa é o poder sobre o trabalho alheio propriamente dito; não na troca de mercadoria por mercadoria, mas na troca de mercadoria por trabalho. Mas, em outra passagem, afirma Smith (p. 65): [...] o empregador compra o trabalho do operário ora por uma quantidade maior de bens, ora por uma quantidade menor [...], a depender do preço dessas mercadorias, de maneira que [...] sua fortuna é maior ou menor, exatamente na proporção da extensão desse poder, ou seja, de acordo com a quantidade de trabalho alheio ou o que é a mesma coisa do produto do trabalho alheio que esse poder lhe dá condições de comprar ou comandar. Quando Smith remete a análise para o trabalhador, diz: o trabalhador é rico ou pobre, é bem ou mal remunerado, em proporção ao preço real do seu trabalho, e não em proporção ao respectivo preço nominal. Porém, dado que o salário do trabalhador é um montante fixo, ou seja, um salário de subsistência, a possibilidade deste sujeito tornar-se rico é bastante remota, pois, como diz Smith, sua riqueza depende do poder de compra do salário. Quando Smith pensa no estágio primitivo, no qual todo o produto do trabalho pertence ao trabalhador, é possível vislumbrar uma melhora de sua condição de vida, pois é o poder sobre seu trabalho total que permite que ele obtenha uma maior ou menor quantidade de bens em troca, e disso depende sua riqueza. O surgimento do capital como instrumento de produção muda a lógica da distribuição do produto do trabalho entre as classes, como afirma Smith (p ): No momento em que o patrimônio ou capital se acumulou nas mãos de pessoas particulares, algumas delas naturalmente empregarão esse capital para contratar pessoas laboriosas, fornecendo-lhes matérias-primas e subsistência a fim de auferir lucro com a venda do trabalho dessas pessoas ou com aquilo que este trabalho acrescenta ao valor desses materiais (grifo nosso) Smith não precisaria ser mais claro. O lucro, a obtenção da riqueza do dono do capital provém da apropriação do trabalho que o mesmo vende no mercado ou, o que dá no mesmo, com o valor que o trabalhador acrescenta às mercadorias, que, naturalmente, deve ir além do valor ou do preço real do trabalho, que é o salário. Portanto, nessa nova situação o trabalhador deve produzir um valor que vá além do valor do seu trabalho, senão não haverá lucro. Portanto, como diz o pensador, o valor produzido pelos trabalhadores agora se desdobra em

7 duas partes: uma paga o salário e a outra o lucro dos empresários, deixando de lado a renda da terra. Sobre este ponto Smith é categórico: Já nessa situação, o produto total do trabalho nem sempre pertence ao trabalhador. Na maioria dos casos, este deve reparti-lo com o dono do capital que lhe dá emprego (SMITH, 1983, p. 79). Isso não é outra coisa senão a apropriação de parte do trabalho do trabalhador, ou seja, mais-valia, convertida em lucro, que Marx descobriria mais tarde. Smith está ciente disso, mas para ele isto não assume o caráter de exploração do trabalhador, pois é a justa remuneração do capital como fator de produção necessário, pois agora não basta apenas o trabalho para produzir os bens. A divisão do trabalho requer a participação do capital, e seu proprietário requer uma renda, que se distingue do salário, pelo trabalho de inspecionar e dirigir (p. 78). Portanto, todas as rendas salário, lucro e renda da terra - provém do trabalho: O trabalho mede o valor não somente daquela parte do preço que se desdobra em trabalho efetivo, mas também daquela representada pela renda da terra, e daquela que se desdobra no lucro devido ao empresário. (idem, p. 79). Então, vem a questão: qual a magnitude dessas duas formas de renda, de maneira que salários altos ou baixos significam lucros baixos ou altos? Ao tratar dos salários, Smith afirma que sendo o valor das mercadorias dependentes apenas do trabalho, todas as coisas ter-se-iam tornado gradualmente mais baratas (p. 91). Na medida em que intervém a propriedade e o capital, as mercadorias tornaram-se caras, pois, independente do trabalho nelas incorporado, exige-se agora que o capitalista e o proprietário de terras sejam remunerados. E esta remuneração incorpora um novo valor que vai além daquele valor original resultante unicamente do trabalho. Mas quando Smith afirma que naquele estado original de coisas... o produto integral do trabalho pertence ao trabalhador, quer dizer que no momento seguinte não pertence mais a ele todo o trabalho. Mas, ao mesmo tempo, ao afirmar que todas as coisas se tornariam mais baratas, significa que agora se exige mais trabalho para produzi-las. Portanto, há uma confusão teórica entre dividir a mesma quantidade de trabalho com outras classes e acrescentar novo trabalho para remunerá-las. No primeiro caso, as mercadorias não alterariam de valor, no segundo caso sim. A questão central para dirimir a confusão é que não se trata de mais ou menos valor, mas de um valor produzido que, se antes não era repartido, agora será, e é o trabalhador que tem que abrir mão de parte de seu trabalho para remunerar as outras classes. Como afirma corretamente Smith, tanto o lucro como a renda da terra são deduções do produto do trabalho. Significa que a capacidade de consumo dos trabalhadores diminuiu. Parte de sua riqueza na forma de trabalho é transferida para o capitalista que lhe dá emprego.

8 Ao afirmar que a demanda por trabalho, assim como o preço nominal do trabalho depende dos fundos de salários, isto é, da acumulação de capital na forma de lucros, Smith deixa implícita a ideia de que deve haver a conveniência para que tais fundos possam existir e manterem-se. Nesse sentido, expõe: esses fundos são de dois tipos: primeiro, a renda que vai além do necessário para a manutenção; segundo, o excedente do cabedal necessário para os respectivos patrões manterem seu negócio (SMITH, 1983, p. 94). Primeiro, a existência do lucro, após pagos os salários; segundo, desse lucro, tirada a parcela de consumo do capitalista, restaria outra parcela acumulada para investimento. Mas essa parcela deve guardar uma proporção tal com a magnitude do capital adiantado, para que seja viável o investimento: máquinas, trabalhadores, matérias-primas etc. Por outro lado, Smith defende a ideia de que o aumento dos salários reais estimula a multiplicação dos trabalhadores, de maneira que as forças do mercado de trabalho serão desfavoráveis aos trabalhadores, permitindo que os salários nominais caiam abaixo do salário real. Apesar disso, a sensatez de Smith chega ao ponto de afirmar que nossos comerciantes e dono de manufaturas reclamam muito dos efeitos perniciosos dos altos salários, aumentando o preço das mercadorias (...) Nada dizem sobre os efeitos prejudiciais dos lucros altos. Silenciam sobre os efeitos danosos de seus próprios ganhos. Queixam-se somente dos ganhos dos outros (p. 116). Se Smith fez essas afirmações para uma estrutura de mercado num regime de concorrência perfeita, o que dizer na atualidade da economia capitalista, onde as estruturas de mercado são oligopólicas, de maneira que, ao mesmo tempo em que os salários são mantidos baixos (abaixo do valor da força de trabalho), os preços são controlados pelas empresas, mantidos acima do valor, permitindo auferirem superlucros. Daí o discurso geral de que os salários é que são culpados pelo aumento de preços e, consequentemente, pelo processo inflacionário. Como diz o próprio Smith, em nenhum momento os empresários e comerciantes questionam suas margens de lucros, ou se permitem baixarem sua taxa de lucros. Ao lado disto, acresce-se ainda que os patrões estão sempre e em toda parte em conluio tácito, mas constante e uniforme para não elevar os salários do trabalho acima de sua taxa em vigor (SMITH, 1983, p. 93). E, mais que isso, os patrões fazem conchavos destinados a baixar os salários do trabalho, mesmo aquém de sua taxa em vigor. Campo este bastante favorável à classe capitalista, face à utilização de máquinas e ao desemprego estrutural, realidade praticamente inexistente à época de Smith.

9 Este conflito está explicitamente na ideia de Smith de que os mesmos fatores que fazem subir os salários tendem a baixar os lucros. 2 David Ricardo: o papel do lucro na dinâmica da distribuição da riqueza social Mas estou convencido de que a substituição de trabalho humano por maquinaria é frequentemente muito prejudicial aos interesses da classe dos trabalhadores. O objeto de investigação na obra de Ricardo tem como fio condutor de suas ideias a concepção de que o desenvolvimento do sistema capitalista nascente estava atrelado à forma como se daria a distribuição do produto social entre as três principais classes da sociedade: capitalistas, trabalhadores e proprietários de terras. Ricardo estava ciente da dinâmica do capitalismo atrelada à capacidade de acumulação do capital por intermédio dos lucros. Para desenvolver esta concepção foi necessário formular primeiramente a teoria da renda da terra. Mas a pedra basilar do conjunto de suas ideias é a teoria do valor-trabalho, excepcionalmente o resgate do trabalho contido de Smith. Ricardo não perde o foco de que o trabalho é a fonte da riqueza, apesar do crescimento da influência do capital na propagação dessa riqueza. Ricardo, como mostra Teixeira (2004), deu base científica à teoria do valor, diante da ambigüidade de Smith entre trabalho contido e trabalho comandado, portanto, perdeu de vista a importância do conceito de trabalho comandado, como bem mostrou Napoleoni (1985). Portanto, independente de o trabalho ser comandado por alguém, não perde a pista do trabalho contido. Isto é, o trabalho comandado não é maior que o trabalho contido. São grandezas iguais. Nesse sentido, as três classes têm participação na divisão da renda proveniente do trabalho, através da produção da riqueza material. A preocupação de Ricardo vai estar centrada no modo como se dividirá esta riqueza. E a depender de como será dividida, o sistema poderá decolar seu desenvolvimento ou não. Quando Ricardo, ao desenvolver a teoria da renda da terra, observa que parcela significativa da renda produzida pelo trabalho fica na mão dos proprietários de terra, isso traz problemas, primeiro, entre lucros e renda da terra e, segundo, estendendo-se até os salários, de modo que a capacidade de acumulação proveniente dos lucros fica comprometida.

10 Ricardo pensa, seguindo as pistas deixadas por Malthus, que a população estará sempre crescendo enquanto a quantidade de terras férteis disponíveis para abastecer essa população é limitada. A tendência desse quadro é que a capacidade de esgotamento das melhores terras para abastecer a população em crescimento levará seguidamente ao cultivo de terras menos apropriadas ao cultivo, o que gerará maior investimento nas mesmas, incorrendo em custos até então inexistentes. Os custos que incorrem os produtores nessas terras menos férteis para que possam produzir o mesmo produto-valor, levará, com o tempo, à constante queda da taxa de lucro, de maneira que os preços dos bens agrícolas devem ser nivelados por aqueles bens produzidos nas condições mais desfavoráveis ou seja, que exigem mais trabalho - para que compense o investimento e assim possa atender à maior demanda por alimentos. Nas palavras do autor é válida [...] a teoria de que os lucros dependem de salários altos ou baixos, os salários dependem do preço dos bens essenciais, e o preço desses bens depende principalmente dos preços dos alimentos, já que a quantidade de todas as outras coisas pode aumentar ilimitadamente (RICARDO, 1983, p. 96). Em sendo os preços mais altos nas condições piores, quem produz nas condições melhores se apropriariam de uma taxa de lucro extra, além da taxa normal, decorrente da diferença entre seus baixos custos para produzir e os altos preços dos alimentos nivelados por aqueles que produzem em condições menos favoráveis. Ciente disso, afirma Ricardo que os proprietários de terras prontamente tratarão de estabelecer preços mais elevados nos arrendamentos sobre aquelas terras mais favoráveis, de forma que os lucros extras terminariam se anulando, ou seja, sendo transferidos para os proprietários de terras. Os preços elevados dos alimentos refletiriam na pressão sobre os salários, de modo que os trabalhadores mantenham o mesmo consumo dos bens de subsistência que até então consumiam, pois, em tese, o mesmo não pode ser comprometido, já que recebem um salário de subsistência. A pressão sobre os salários repercutiriam na pressão sobre os lucros, pois Ricardo tem plena consciência de que a determinação dos lucros depende do comportamento dos salários. Quer dizer, os lucros sofreriam pressão pelos dois lados: pela renda da terra e pelos salários. Mas favorece apenas os proprietários, pois mesmo os trabalhadores tendo aumento em seus salários monetários, seus salários reais caem, devido ao aumento dos preços daqueles bens nos quais sua renda é convertida

11 Nesse ponto a dinâmica do sistema estaria comprometida, causando inflexões sobre a produção e o emprego. Pois, para Ricardo, a taxa de lucro geral do sistema depende da taxa de lucro que se forma na agricultura. A capacidade de geração de emprego e sua constante renovação dependem dos lucros, isto é, da acumulação de capital. Nesse ponto, analisando sob essa ótica, o desenvolvimento e a geração da riqueza estariam comprometidos. Ricardo coloca toda a circularidade dos agentes e de todas as atividades na dependência da taxa de lucro e, por conseqüência, no lucro. Assim como pensava Smith, a contratação de novos trabalhadores e o aumento dos salários e, mais ainda, a melhoria das condições dos trabalhadores passava pela capacidade de acumulação do sistema que, a permanecer aquele estado inicialmente falado predominância da renda da terra o sistema estaria fadado à estagnação e ao declínio. Ricardo apresenta esta situação acima como tendência, pois, a partir do momento em que intervém o uso de maquinaria e da ciência na produção, há uma relativa reversão das expectativas negativas daqueles fatores sobre a taxa de lucro, conforme o autor aponta: A tendência natural dos lucros, portanto, é diminuir, pois, com o desenvolvimento da sociedade e da riqueza, a quantidade adicional de alimentos requerida se obtém com o sacrifício de mais e mais trabalho. Essa tendência... é felizmente contida... pelos aperfeiçoamentos das maquinarias usadas na produção dos gêneros de primeira necessidade, assim como pelas descobertas da ciência da agricultura, que nos permitem prescindir de uma parcela do trabalho antes necessário, e, portanto, reduzir para o trabalhador o preço daqueles bens (RICARDO, 1983, p. 97). Como se vê, já havia em Ricardo uma possibilidade concreta de o avanço das forças produtivas permitirem o barateamento do trabalho pela menor incorporação dos mesmos nos valores daqueles bens consumidos pelos trabalhadores, o que compensaria a tendência à diminuição dos lucros em permanecendo o estado de coisas vivenciado pelo autor. Do comportamento dessas categorias, Ricardo (1983, p. 94) não deixa dúvidas quanto ao determinante direto dos lucros, ao questionar: pode haver algo mais evidente que a queda dos lucros, quando os salários aumentam? E o próprio Ricardo responde ao tratar da relação entre salário, lucro, valor e preço: [...] um aumento salarial não elevaria os preços das mercadorias, mas invariavelmente reduziria os lucros [...]. Na realidade, quando Ricardo diz preço, estava querendo dizer valor, pois para ele a única possibilidade que afeta os preços (valores) das mercadorias é a maior ou menor quantidade de trabalho requerida para produzi-las. Assim, em não variando a quantidade de

12 trabalho necessário para produzi-las, o único efeito do aumento dos salários recai sobre os lucros. O uso da maquinaria ao influir diretamente sobre o trabalho, irá repercutir sobre o valor e sobre a riqueza, trazendo, por sua vez, impactos sobre o comportamento dos lucros e dos salários, como se verá adiante. 2.2 Maquinaria, valor e riqueza O enfoque teórico sobre a influência da maquinaria sobre a produção e sobre a riqueza, assim como sua influência na determinação do valor já é considerado por Ricardo no primeiro capítulo sobre o valor, quando ele trata da influência do capital no processo produtivo. À medida que a sociedade se desenvolve, as atividades experimentarão maior uso da ciência e da maquinaria. A maquinaria, ao aumentar a produtividade e, consequentemente, o volume de produção e a riqueza em geral, reduzirá o valor das mercadorias em razão da menor quantidade de trabalho que requererá sua produção. Mas Ricardo não leva em conta que o volume de mercadorias sendo maior agregará, em termos absolutos, mais valor, ou, como diz Smith, maior comando sobre o trabalho materializado. Para Ricardo é bastante evidente que a riqueza independe do valor, pois, ao ser introduzida a maquinaria e ampliado o seu uso, os valores das mercadorias cairão enquanto o volume delas a riqueza - se expandirá. Nesse sentido, Smith e Ricardo estão em concordância, pois o barateamento das mercadorias, associado ao processo contínuo de acumulação de capital implicando em maior demanda por trabalho e maiores salários promoverá o acesso àquelas por parte dos trabalhadores e da população em geral. Em razão da crescente acumulação de capital e também do uso da maquinaria ele (o trabalhador) receberá maiores salários monetários, sem ter que pagar preços mais elevados, e talvez até possa desfrutar de algum barateamento nas mercadorias consumidas por ele e por sua família. (parêntese nosso) (RICARDO, 1983, p. 83) Mas, numa reflexão posterior sobre os reais efeitos do uso da maquinaria, faz Ricardo ponderar esse benefício geral: Como naquela época parecia-me que existiria a mesma demanda de trabalho que antes, e que os salários não diminuiriam, acreditava que a classe trabalhadora, assim como as demais classes, participaria igualmente das vantagens do barateamento geral das mercadorias decorrente do uso da maquinaria. Essas eram minhas opiniões, e elas seguem inalteradas no que

13 diz respeito ao proprietário de terra e ao capitalista. Mas estou convencido de que a substituição de trabalho humano por maquinaria é frequentemente muito prejudicial aos interesses da classe trabalhadora. [...] O que desejo provar é que a descoberta e o uso da maquinaria podem ser acompanhados por uma redução da produção bruta e, sempre que isso acontecer será prejudicial para a classe trabalhadora, pois uma parte será desempregada e a população tornar-se-á excessiva em comparação com os fundos disponíveis para empregá-la (RICARDO 1983: 262, 263). Na realidade, o otimismo de Ricardo defensor do liberalismo encontrará no seio de sua análise processos contraditórios que o tornará cauteloso. Mas, mesmo assim, aqueles trabalhadores desempregados em alguns ramos logo encontrarão ocupação em outros, de modo que a situação e estabilizará. Ricardo (1983, p ) sintetiza sua concepção de riqueza nos seguintes termos: [...] a riqueza de um país pode ser aumentada de duas maneiras: pela utilização de uma parte maior dos rendimentos na manutenção do trabalho produtivo, o que não aumentará somente a quantidade como o valor do volume total de mercadorias; ou, sem empregar nenhuma quantidade adicional de trabalho, fazendo com que a mesma quantidade seja mais produtiva o que contribuirá para a abundância mas não para aumentar o valor das mercadorias. 3 Karl Marx: produção social e apropriação privada da riqueza A acumulação capitalista produz constantemente... uma população trabalhadora adicional relativamente supérflua ou subsidiária, ao menos no concernente às necessidades de aproveitamento por parte do capital. A teoria do valor de Marx seguiu os passos deixados por Smith e, principalmente, por Ricardo. Supõe-se aqui que a ideia de trabalho comandado de Smith deu importantes pistas para a descoberta da mais-valia, embora a análise de Marx tenha sido muito mais fecunda, dando caráter científico à mesma, quando parte do processo produtivo, ou seja, do valor e não do valor-de-troca, no mercado, como resultado. Na profundidade da análise marxista foram fundamentais sem o qual ele não teria tido tal alcance os conceitos e diferença de força de trabalho e trabalho. Ricardo em nenhum momento perdeu o foco do trabalho como base do valor, mesmo mostrando a entrada e necessidade do capital (meios de produção) na produção. A partir daí, Ricardo assinala e sedimenta o papel fundamental do capital e, consequentemente, da taxa de lucro na dinâmica do sistema. Marx, definitivamente, vai consolidar e mostrar os desdobramentos da influência do capital no processo de produção, não só na área econômica,

14 mas, fundamentalmente, na área sociológica, ao anunciar o fetiche do capital e sua contraface, a alienação. Embora Smith afirme que o lucro, assim como a renda da terra, é uma remuneração que provém do trabalho e, cuja magnitude o trabalhador abre mão, não mostra como se processa, nem a natureza do lucro, apenas reconhecendo que este é a remuneração do proprietário do capital, pelo adiantamento e risco que corre. A lei do valor impera nas relações e troca, de maneira que as mercadorias inclusive a força de trabalho são trocadas conforme a quantidade de trabalho socialmente necessária. Smith e Ricardo erram ao imaginar a troca entre mercadoria e trabalho, como equivalentes. Mas a troca entre mercadoria e trabalho é, em síntese, a troca de trabalho por trabalho, de modo que, se são trocadas conforme a quantidade contida em ambas, não há espaço para lucro ou renda da terra, pois ambos são trabalho. Dessa forma, não existiria lucro, pois o trabalhador seria pago pelo seu trabalho integral. A única possibilidade seria, como já exposto, o comando sobre o trabalho alheio, mas não se mostra como se opera esse comando. Portanto, dada uma jornada de trabalho, o trabalho excedente do qual se apropria o capitalista mais-valia relativa só pode provir do fato de que este não paga o valor do trabalho que juntamente com o valor dos meios de produção, formaria o valor da mercadoria e não sobraria nada para o capitalista mas o valor da força de trabalho, ou o salário. Dado o valor do salário, como pagamento da força de trabalho, o lucro só pode advir do que sobra depois que paga aquele valor. Uma condição é necessária: que o tempo de trabalho necessário ao pagamento do salário seja, dentro da jornada de trabalho, menor que o tempo de, digamos, um dia de trabalho. Estipulada a jornada de trabalho, por exemplo, em 8 horas, o valor absoluto da mais-valia irá depender da quantidade de horas na qual se remunera o trabalhador. Se for em 4 horas/dia, a taxa de mais-valia ou o grau de exploração da força de trabalho será de 100%. Ou seja, o trabalhador trabalha metade do dia para ele e metade para o patrão. Um deve ser inversamente proporcional ao outro, como diz Marx (1983, p. 114): (...) não é possível nenhuma mudança na grandeza absoluta, seja do valor da força de trabalho, seja da mais-valia, sem uma mudança simultânea de suas grandezas relativas ou proporcionais. A essência do que Marx chama de exploração da força de trabalho está na apropriação do tempo de trabalho do trabalhador além do necessário à sua subsistência como tempo de trabalho para seu patrão, transmutando-se posteriormente na forma mercadoria (capitalmercadoria) para depois se converter na forma universal, simbólica, da riqueza, em capital-

15 dinheiro. Entre o que o patrão paga na forma dinheiro em salário, ao vender as mercadorias e o que sobra para ele em dinheiro, seu lucro, é a remuneração ou valorização do capital. É a conversão da forma abstrata da mais-valia, na forma concreta de mercadoria e, por fim, na forma dinheiro. O processo de acumulação de capital que depende da permanente circularidade entre mercadoria e dinheiro, mediada pelo processo produtivo onde se dá a valorização da soma de dinheiro adiantada, é o processo contínuo de reprodução ampliada do capital, através da qual aquela parcela dos lucros que é acumulada, retorna na forma de investimento para renovação e valorização constante do capital. Esse processo é ininterrupto. Smith apontava a divisão do trabalho como o fator responsável pela ampliação da riqueza e a acumulação crescente do capital que geraria maior demanda por trabalho, proporcionando aumento de salário real, e, assim, a possibilidade de acesso à riqueza produzida por parte dos trabalhadores e da população em geral. Marx não enxergava as coisas bem assim ao afirmar que no modo de produção capitalista o trabalhador existe para as necessidades de valorização de valores existentes, ao invés de a riqueza objetiva existir para as necessidades de desenvolvimento do trabalhador (MARX, 1983, p. 193). Ou seja, em primeiro lugar, o salário do trabalhador existe para que ele continue se reproduzindo enquanto força de trabalho para o capital, assim como reproduza seus substitutos; em segundo lugar, o consumo de riqueza material por parte do trabalhador é mera circunstância fortuita que o sistema lhe permite. Pois, acrescenta Marx (idem, p. 188) que a reprodução da força de trabalho... constitui de fato um momento da própria reprodução do capital. Acumulação do capital é, portanto, multiplicação do proletariado. Na realidade, a discussão sobre a relação dialética entre acumulação de capital e reprodução da força de trabalho se traduz na unidade contraditória entre ricos e pobres. Sobre o exposto, depoimentos de outros pensadores são contundentes: [...] como os trabalhadores tornam pessoas ricas, então quanto mais trabalhadores houver, tanto mais ricos. (...) O trabalho dos pobres é a mina dos ricos (BELLERS, 1696, p. 2 citado por MARX, 1983, p. 188). Aqueles que ganham a vida com seu labor diário (...) não tem nada que os aguilhoe para serem serviçais senão suas necessidades, que é prudente aliviar, mas loucura curar. A única coisa que pode tornar o homem trabalhador esforçado é um salário moderado. [...] numa nação livre em que não sejam permitidos escravos, a riqueza mais segura consiste numa porção de pobres laboriosos. Para fazer a sociedade (que, obviamente consiste em não-trabalhadores) feliz e o povo contente, mesmo nas piores circunstâncias, é necessário que a grande maioria permaneça tanto ignorante quanto pobre (MANDEVILLE, 1728, p. 212, 213, 328 citado por MARX, 1983, p. 189). (grifo nosso)

16 As conseqüências desse processo que leva a caminhos diferentes: Marx, por um, Smith e Ricardo, por outro. O lugar a que levará suas conclusões é aquele onde, de um lado, deságua na abundante riqueza, que usufruirão trabalhadores e capitalistas (Smith e Ricardo) e a população em geral, e, do outro lado, a mesma riqueza que levará a um fosso cada vez mais profundo entre ricos (capitalistas) e pobres (trabalhadores e desempregados). A permanente evolução das forças produtivas, e a produtividade que a acompanha, segue desfavorável ao trabalhador. A esse respeito afirma Marx (1983, p. 116): O preço da força de trabalho poderia assim cair continuamente, ao crescer a força produtiva do trabalho, com crescimento simultâneo contínuo da massa dos meios de subsistência do trabalhador. Relativamente, porém, isto é, comparado com a mais-valia, decresceria continuamente o valor da força de trabalho e ampliar-se-ia assim o abismo entre as condições de vida do trabalhador e as do capitalista. (grifo nosso) A análise profunda do movimento do capital leva terminantemente à piora das condições de vida dos trabalhadores. Além da diminuição do valor da força de trabalho, outros dois fatores emplacarão sua sorte: o desemprego e o salário abaixo do valor da força de trabalho. A concorrência acirrada entre os capitalistas, por um lado, e o conflito entre capitalistas e trabalhadores, por outro, ao mesmo tempo em que revolucionam as forças produtivas (incorporação de máquinas e novas tecnologias em geral), provoca profundas transformações nas relações de produção, onde o trabalho torna-se-á cada vez mais perene frente à força do capital, gerando consequentemente a queda dos salários reais (valor da força de trabalho) e o desemprego massivo, formando um problema estrutural no capitalismo, o exército industrial de reserva, à época de Marx, à serviço do capital; na atualidade, supérfluo. Daí sua natureza estrutural, pois é parcela significativa desse exército que não encontrará oportunidade de se empregarem. Com a acumulação do capital produzida por ela mesma, a população trabalhadora produz, portanto, em volume crescente, os meios de sua própria redundância relativa. Mas, se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo, essa superpopulação, torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista (MARX, 1983, p. 200).

17 O desenrolar do processo de acumulação não poderia resultar, na análise de Marx, noutra situação, senão no profundo abismo que separa uma minoria rica de uma maioria pobre e miserável. Essa é a lei geral da acumulação capitalista. O próprio desenvolvimento do modo capitalista de produção aguçará suas contradições, de maneira que, a revolucionarização constante das forças produtivas levará cada vez mais ao comprometimento de sua força nuclear: a tendência permanente à queda da taxa de lucro. As contratendências a essa queda são medidas que relativamente pesarão mais ainda sobre os trabalhadores. A concorrência entre os capitalistas no conjunto global das atividades econômicas ao mesmo tempo de faz aumentar a composição orgânica do capital, levando ao extremo o desenvolvimento das forças produtivas e a equalização das taxas de lucro, como também à diminuição absoluta e relativa do trabalho vivo, terá como conseqüência a tendência à queda da taxa de lucro geral do sistema, em especial naqueles setores cuja concentração de capital constante é bastante superior em relação ao capital variável. Entre as alternativas que se apresentam aos capitalistas, duas delas pesam consideravelmente sobre a classe trabalhadora: a intensidade da exploração do trabalho e a queda estrutural dos salários abaixo do valor da força de trabalho. Esse é mais um dos fatores apresentado por Marx que faz deteriorar as condições de vida da classe trabalhadora. E aí se apresenta a contradição central do capitalismo quando Marx afirma que o capital é a própria barreira ao capitalismo (MARX, 1983) Um encontro de ideias Esta investigação partiu de um postulado central de que a teoria do valor é a pedra angular da teoria da distribuição, consequentemente norteadora da riqueza na sociedade capitalista. Dessa forma, o trabalho é a categoria fundante da riqueza. Cada um dos autores estudados, à sua maneira, apontam a concepção de riqueza como uma relação de poder: Smith, através do valor-de-troca (trabalho comandado); Marx através da mais-valia; Ricardo através da forma de distribuição da riqueza social, cujo conflito distributivo privilegia o lucro. As investigações teóricas clássicas tiveram como princípio as ideias liberais por meios das quais os interesses egoístas caminhariam ao lado dos interesses coletivos através da livre atuação dos indivíduos no mercado, de forma que a abundância de bens materiais, ou, o que dá no mesmo, a riqueza material beneficiaria toda sociedade. Mas os clássicos partiram de um

18 pressuposto inquestionável que era a propriedade privada dos meios de produção e da terra, dentro do princípio liberal. Para Marx, a unidade entre egoísmo e fins coletivos não poderiam resultar naquele benefício material para toda sociedade, visto que a propriedade privada capitalista sintetizada no capital era um pressuposto que já carregava em si o princípio da desigualdade social, de maneira que o capital era, antes de qualquer coisa, uma relação social de produção, antes de se tornar mercadoria, dinheiro etc. Portanto, os pressupostos de Smith e Ricardo, de um lado, e de Marx, do outro, orientaram os trilhos através dos quais caminhariam suas análises e seus desdobramentos. O edifício teórico através do qual Smith vai construir sua concepção de riqueza estava alicerçado em três pilares: a divisão do trabalho, o trabalho comandado e a acumulação de capital. Dada a divisão do trabalho e sua capacidade de profusão das mercadorias, o indivíduo será rico ou pobre conforme a capacidade que tem ele de comandar trabalho alheio através da troca. A acumulação de capital vivenciada pelo pensador em plena revolução industrial, mais ainda em Ricardo e em Marx, seria a dinâmica do sistema, de maneira que, à medida que ela se potencializava, demandava mais trabalho, proporcionando os aumentos do emprego e dos salários. Essa possibilidade favorecia o acesso à riqueza produzida por parte dos trabalhadores e da população em geral. Por duas razões: uma, já falada, o aumento dos salários; a outra, o barateamento das mercadorias proporcionado pela divisão do trabalho. Ricardo centrará sua teoria da distribuição não sobre o trabalho comandado, mas na concepção primária de trabalho contido. Dado o trabalho contido incorporado no valor das mercadorias, o mesmo se distribuirá entre salários, lucros e renda da terra. Os determinantes dos lucros, como mola propulsora do sistema depende diretamente do comportamento dos salários e, indiretamente, da renda da terra. Segue-se a mesma concepção smithiana, embora bem mais fundamentada, sobre a acumulação de capital na dinâmica do sistema. Ricardo concebe uma teoria do capital cujo papel será dinamizador do trabalho, proporcionando aumento considerável da riqueza. E da mesma maneira que Smith, a capacidade de demandar trabalho e de aumentar os salários permitirá a distribuição da riqueza. Defendemos a ideia de que a concepção de trabalho comandado (o comando sobre trabalho alheio) de Smith inspirou Marx na descoberta da mais-valia. Mas Marx precisou de grande aprofundamento teórico para transportar a categoria do trabalho comandado da esfera da troca para a esfera da produção, e aí é que vai estar a natureza da riqueza, fruto da unidade dialética entre as relações sociais de produção, de um lado, e da propriedade dos meios de produção, do outro. A acumulação do capital em Marx assume proporções que vão muito

19 além de Smith e Ricardo. Entre outras razões, pelo fato de contrariamente a Smith e a Ricardo a acumulação de capital não se desdobrar em emprego e aumento de salários, mas, ao contrário, na maior concentração da propriedade e da riqueza que, devido ao aumento da composição orgânica do capital, resultar na permanente repulsão dos trabalhadores do processo produtivo, formando o exército industrial de reserva, necessário à constante valorização do capital, fornecendo força de trabalho a baixos salários e mantendo sob pressão baixista os salários. Esse é o reverso da moeda: a permanente pauperização da classe trabalhadora, que, na atualidade, criou um exército industrial e agrícola de reserva para além das necessidades do capital, ou seja, supérfluo, cuja possibilidade e capacidade de inserir-se no mercado de trabalho na atualidade é bastante remota. Essa é a lei geral da acumulação capitalista que, exponencialmente, mostra todo o seu vigor na contemporaneidade. Em conclusão, se Smith e Ricardo estavam certo de que a divisão do trabalho e a acumulação de capital promoveriam o acesso às mercadorias forma de riqueza material no capitalismo -, mais certo estava Marx quando vivenciamos o alargamento do fosso entre ricos e pobres. Há uma razão por trás dessa ideia: enquanto Smith e Ricardo concebiam a mercadoria como valor de uso e valor de troca, Marx concebia, mais que isto, como capital. Não se produz mercadorias no capitalismo para atender as necessidades das pessoas, mas para a valorização do capital. REFERÊNCIAS MARX, K. O capital: o processo de produção do capital. Coleção Os Economistas, vol. I, tomos I e II. Abril Cultural: São Paulo, MARX, K. O capital: o processo global de produção capitalista. Coleção Os Economistas, vol. III, tomo IV. Abril Cultural: São Paulo, NAPOLEONI, C. Smith, Ricardo, Marx. Grall: São Paulo, RICARDO, D. Princípios de economia política e tributação. Coleção Os Economistas. Abril Cultural: São Paulo, SMITH, A. A riqueza das nações. Coleção Os Economistas. Abril Cultural: São Paulo, TEIXEIRA, F. J. S. Trabalho e valor: contribuição para a crítica da razão econômica. Cortez: São Paulo, 2004.

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