Realidades e Perspectivas da Fileira Florestal de Cabo Verde
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1 República de Cabo Verde Realidades e Perspectivas da Fileira Florestal de Cabo Verde I Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa A Engenharia como Fator Decisivo no Processo de Desenvolvimento LISBOA 18 DE OUTUBRO DE 2012 Centro Cultural de Belém, Lisboa Luísa Morais Engª Silvicultora Assessora da Ministra do Desenvolvimento Rural luisa.morais@mdr.gov.cv
2 República de Cabo Verde SUMÁRIO Breve contexto geral de Cabo Verde O programa de florestação no contexto da luta contra a desertificação: situação antes e depois da independência nacional Os recursos florestais que temos hoje Perspectivas futuras
3 Breve contexto geral de Cabo Verde 10 ILHAS + 13 ILHEUS 17º 12 e 14º 48 N 22º44 e 25º 22 W Cerca de 500 km da costa ocidental africana Superfície total emersa Km 2 Linha de Costa km ZEE km 2
4 Breve contexto geral de Cabo Verde Crescimento médio da população na última década, 1,2%. A repartição por sexo, em 2010 é quase paritária, sendo população feminina ligeiramente maioritária, com 50,5%. Forte urbanização (61,8%). Elevada % população jovem, entre os 15 e os 29 anos, quase 1/3 da população (31,8%) (Fonte. INE) Evolução da população residente em Cabo Verde ( ) Meio de residência Ano Cabo Verde Meio Urbano Meio Rural
5 Breve contexto geral de Cabo Verde Clima tropical seco, com duas épocas climáticas distintas: a estação seca (Novembro a Junho) e a estação húmida (Julho a Outubro); Grande variabilidade espaço temporal das precipitações; Temperatura média mensal: 20 a 26 C podendo alcançar 32 máx. absoluta nas zonas áridas do litoral; Apenas 10% das terras são potencialmente cultiváveis.
6 Breve contexto geral de Cabo Verde
7 Republica de Cabo Verde
8 ALGUNS INDICADORES ECONÓMICOS Estrutura do PIB Sector dos Serviços 75,3% Estrutura do PIB Cabo Verde INE (2007) Sector Secundário 13,6% Sector Primário 11,1% 11,1 13,6 Crescimento médio PIB 75,3 6,6%/ano década de ,5%/ano actualmente PIB per capita 2098 USD Sector Primário Sector Secundário Sector Terceário
9 ALGUNS INDICADORES ECONÓMICOS PIB per capita USD , USD IDH 0,736 (2005) IPH - baixou de 28 % em 1990 para 15,8% em país de rendimento médio IRDF ,7% pobres 13,3 % muito pobres I. G = 0,59 IRDF/QUIBB ,6% pobres Redução de 10%; 8,1% muito pobres I. G = 0,
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11 O programa de florestação no contexto da luta contra a desertificação: situação antes e depois da independência nacional Algumas intervenções ocorreram entre os finais dos anos vinte e meados da década de sessenta. Foram contudo mínimas em relação à gravidade do avanço do processo de desertificação. Assim, estima-se que, à data da independência, haviam sido florestados 2993 hasendo 2213 hanas zonas bioclimáticas húmidas e sub-húmidasde altitude e 780 ha nas zonas baixas áridas e semi-áridas Década de 70 -crise petrolífera -forte degradação ecológica;tecido sócio-económicofortemente degradado herdado da era colonial; Independência nacional -primeiros governos de Cabo Verde, com o forte apoio da comunidade internacional, adoptam um modelo de florestação intensivo, dada a urgência que havia em reverter a situação alarmante de degradação ambiental em que o país se encontrava.
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13 Aplicação das técnicas do Runoff Water harvesting ou Runoff Farming As condições climáticas, em particular o regime pluviométrico, representam o principal constrangimento à valorização das extensas zonas semi-áridas de Cabo Verde. O défice hídrico permanente, da vegetação nessas áreas, só poderia ser compensado, através de: recursos em água do sub-solo; recursos em águas superficiais adoptar técnicas de preparação do solo que permitam i) uma melhoria da intersecção da água das chuvas, reduzindo as perdas por escoamento superficial, ii) uma concentração da pluviometria sobre uma superfície reduzida e iii) uma diminuição das perdas por evaporação, através do armazenamento da água em profundidade, no perfil do solo.
14 Republica de Cabo Verde Aplicação da técnica do Runoff Water harvesting ou Runoff Farming
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16 Aplicação das técnicas do Runoff Water harvesting ou Runoff Farming Os estudos levados a cabo, com ensaios comparativos entre parcelas com e sem preparação prévia de terreno, mostraram que esta técnica permite aumentar significativamente a quantidade de precipitação caída directamente na superfície de cultura (fundo da banqueta), multiplicando-a em média por 2 a 2,5, através da fonte complementar fornecida pelas águas de escoamento superficial. Significa portanto que, num ano de pluviometria média (250 mm), numa plantação de 400 árvores/hapoderemos ter uma irrigação localizada de pelo menos 2500 l/árvore ou uma precipitação eficaz equivalente a 500 mm/árvore. O seguimento da evolução do perfil hídrico nas banquetas, mostrou que, por causa da ocorrência do fenómeno de drymulching, uma importante porção da reserva de água acumulada nas banquetas (na parte não plantada) encontra-se ainda presente após 9 meses de estação seca, permitindo assim uma melhoria localizada significativa do balanço hídrico do solo.
17 Republica de Cabo Verde
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19 Principais espécies utilizadas Zonas áridas e semi-áridas: Prosopis juliflora, Jatropha curcas, Parkinsonia aculeata, Acacia holosericea, Acacia victoriae, Acacia nilotica Acacia bivenosa, Acacia albida, Acacia farnesiana, Atriplex spp, Ziziphus mauritiana, entre outras. Apesar do esforço de diversificação das espécies, as condições adversas de clima e solo têm determinado uma certa monocultura de Prosopis juliflora por ser praticamente a única espécie que persiste e se desenvolve nessas condições.
20 Principais espécies utilizadas Zonas sub-húmidase húmidas: Leucaenaleucocephala, Acaciamollissima, Acaciacyanophylla, Ceratoniasiliqua, SchinusmolleGrevillearobusta, os Eucalyptus spp, os Cupressus spp, os Ficus spp. Pinus canariensis, Pinus radiata, Khaya senegalensis, entre outras. A selecção das espécies teve em consideração não só a sua capacidade de crescer nas nossas condições, mas também as utilizações que a população delas pudesse retirar em termos sobretudo de lenha e de material forrageiro para a alimentação dos animais, particularmente nas zonas áridas e semi-áridas.
21 Republica de Cabo Verde Os recursos florestais que temos hoje
22 Os recursos florestais que temos hoje Trinta e sete anos após a independência, cerca de haforam tratados com infra-estruturas anti-erosivas e plantadas com espécies várias. A instalação desses perímetros florestais permitiu alcançar resultados espectaculares, tendo contribuído indubitavelmente não só para a transformação de uma paisagem desértica, em numerosas manchas verdes, mas igualmente contribuindo para a reconstituição e/ou melhoria dos recursos naturais e dos produtos florestais (lenha, carvão, forragem, entre outros).
23 Os recursos florestais que temos hoje Contudo, os resultados preliminares do IFN apontam da área efectivamente coberta, que se distribui por três classes: Zonas Agroflorestais, Florestas (plantadas), Formações Florestais Abertas, sendo que as superfícies consideradas Florestas se repartem segundo três tipologias baseadas na altura das árvores Floresta > 5 m, Florestas Baixas, entre 2 e 5 m e Mato Baixo <2m.
24 Perspectivas O IFN em curso, constitui um instrumento chave, porque os seus resultados permitirão aos serviços técnicos e decisores, redireccionar o programa de florestação, priorizando a gestão e uso sustentável dos recursos florestais e a sua valorização, sem contudo descurar o progressivo aumento da área arborizada. A conclusão do IFN e divulgação dos dados, prevista para Janeiro próximo, irá permitir a disponibilização de um conjunto de dados fiáveis ao sector, que servirão para a melhoria da planificação e gestão, bem como fornecer subsídios para a identificação dos grandes desafios que o sector enfrenta e encontrar as respostas para as questões chave do futuro do mesmo.
25 Perspectivas As perspectivas para pós-inventário são pois de concentrar esforços na elaboração e implementação dos planos de gestão e valorização dos recursos florestais, colocando alguma enfâse nas possibilidades de transformação, nomeadamente para a criação de um artesanato made in Cabo Verde. Em particular pretende-se lançar o desafio aos privados de forma organizada, às ONG se associações comunitárias e outras de cariz ambiental, de se associarem ao desafio futuro, que será o paulatino desengajamentodo Estado das actividades de exploração e gestão florestal, para que possam estar à altura de assumir essas actividades e contribuir para uma gestão participativa e sustentável desses recursos.
26 Republica de Cabo Verde PELA OBRIGADA Perspectivas VOSSA ATENÇÃO!
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