EFEITO DE DOSES DE ADUBAÇÃO MOLÍBDICA EM CULTIVARES DE FEIJOEIRO EM SOLOS DE VÁRZEA E DE TERRAS ALTAS COM IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR

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1 EFEITO DE DOSES DE ADUBAÇÃO MOLÍBDICA EM CULTIVARES DE FEIJOEIRO EM SOLOS DE VÁRZEA E DE TERRAS ALTAS COM IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR Rogel Galvão Prates 1, Manoel Mota dos Santos 2 1 Aluno do Curso de Agronomia Campus de Gurupi - TO; rogel_prates@hotmail.com.br, 2 Orientador do curso de Eng. Biotecnologia e Química ambiental Campus de Gurupi TO; santosmm@uft.edu.br RESUMO: O molibdênio é o nutriente de menor teor no solo e também o de menor concentração nas plantas. Em razão da deficiência natural de alguns solos, especialmente os arenosos. As respostas das plantas à aplicação de molibdênio têm se mostrado variável entre as espécies e mesmo entre os cultivares da mesma espécie. Objetivou-se avaliar a resposta das variedades IAC alvorada IAC Tibatã, e IPR Siriri, em função de doses da adubação molíbdica, no sul do estado do Tocantins. Em ambos os locais, foram testados 12 tratamentos, dispostos em esquema fatorial 3 x 4 (3 cultivares e 4 doses de adubação molíbdica), com 4 repetições, utilizando-se o delineamento em blocos ao acaso. Os tratamentos foram: zero, 60, 90 e 120 g ha -1 de adubação molíbdica foliar. Avaliou-se Altura de inserção de primeira vagem; Florescimento e Produtividade, os cultivares de feijão são influenciados pelas doses de molibdênio e pelo ambiente. A característica que mais teve influência dos com os tratamentos foi altura de primeira vagem. PALAVRAS CHAVES: Phaseolus vulgares L.; Altura de primeira vagem; Florescimento; Molibdênio; Produtividade. INTRODUÇÃO: O molibdênio (Mo) é essencial para as plantas por ser componente das enzimas redutase do nitrato, que é responsável pela redução do nitrato a nitrito no processo de assimilação do N(nitrogênio), e da nitrogenase, essencial para a fixação biológica do N (FBN) nas leguminosas (KAISER et al., 2005; EPSTEIN & BLOOM, 2006; VIEIRA, 2006). Contudo o molibdênio é o nutriente de menor teor no solo e também o de menor concentração nas plantas. Partindo desse pressuposto, objetivou-se avaliar a resposta das variedades IAC alvorada IAC Tibatã, e IPR Siriri, em função de doses da adubação molíbdica, no sul do estado do Tocantins. MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi realizado na entressafra do ano de 2013/14, utilizando-se em ambos os experimentos as variedades IAC alvorada IAC Tibatã, e IPR Siriri. foi conduzido um

2 experimento no município de Formoso do Araguaia, em condições de sub irrigação e outro na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, Estado do Tocantins, com irrigação suplementar. Em ambos os locais, foram testados 12 tratamentos, dispostos em esquema fatorial 3 x 4 (3 cultivares e 4 doses de adubação molíbdica), com 4 repetições, utilizando-se o delineamento em blocos ao acaso. Os tratamentos foram: zero, 60, 90 e 120 g ha -1 de adubação molíbdica foliar. Preparou-se o solo de forma convencional, a adubação mineral foi realizada com aplicação de 400 kg ha -1 do formulado , para ambos fornecido de acordo com amostragem do solo. A adubação nitrogenada em cobertura, foi realizada com ureia. A semeadura ocorreu de forma manual, em 4 linhas de 5 m, espaçadas a 0,45m entre linhas em Gurupi, em formoso espaçamento de 0,37m ; mantendo uma densidade final de 12 plantas viáveis por metro linear. A aplicação de molibdênio foliar foi efetuada no fim da tarde, praticamente com ausência de vento, por meio de pulverizador costal com um consumo de calda de 180 L ha -1, tendo como fonte o molibdato de amônio, aplicado aos 15 dias após a emergência (DAE), conforme observado por Berger et al., (1996). O controle de plantas daninhas, fitossanitários e irrigação foram feitos, quando necessários. Avaliou-se altura de inserção de primeira vagem - APV; florescimento - FLOR e produtividade em parcela útil de 4,5 m 2 em Gurupi e em Formoso foi 3,4 m 2. As análises de variância foram feita por meio do teste F, quando significativas, comparações de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Efeito da dose de Molibdênio em cultivares de feijão comum em condições de Várzea, no município de Formoso do Araguaia TO. As análises de variância indicaram que houve efeito significativo para interação cultivar x molibdênio (Mo) nas características, altura de primeira vagem (APV) da mesma forma observase efeito significativo da fonte cultivar nas características florescimento (FLOR) e produtividade (PROD). Já para o efeito doses de Mo, houve resposta significativa para característica (APV). Em relação aos coeficientes de variação observados, para todas as características, os mesmo são considerados valores baixos, demostrando que obtiveram boa precisão experimental. Segundo Oliveira et al. (2009) observaram limites máximos do coeficiente de variação aceitável em relação às variáveis respostas são: para florescimento (4.36%), altura de primeira vagem (10.15%) e produtividade (15,95).

3 Para a característica florescimento, notou-se que o cultivar IAC Tibatã tem maior período vegetativo (45,56 dias), diferindo somente do cultivar IAC-Alvorada (Tabela 1). Independente do cultivar, as respostas foram semelhantes para esta característica, possivelmente, por serem plantas que apresentam cargas genéticas semelhantes e estarem agrupadas como plantas de crescimento indeterminado tipo II/III, como a maioria dos cultivares recomendados para o plantio. Já para produtividade o cultivar que respondeu de maneira mais eficiente foi IAC Alvorada (816,54 kg ha -1 ), no entanto, diferindo somente do cultivar IAC Tibatã. A falta de resposta do molibdênio sobre as cultivares de feijão pode ter sido devido à quantidade desse elemento presente do grão ser suficiente para o desenvolvimento e expressão de produtividade da planta. Tabela 1. Média das características florescimento em função dos tratamentos com nitrogênio e molibdênio para o genótipo IAC- Alvorada, IPR Siriri e IAC Tibatã cultivado na várzea, no município de Formoso do Araguaia, TO, entressafra Cultivares FLOR.(dias) PROD (kg ha -1 ) IAC alvorada 43,18 b 816,54 a IPR Siriri 44,37ab 852,43 a IAC Tibatã 45,56 a 610,04 b CV% 4,36 15,95 Médias seguidas pela mesma; letra não diferenciam entre-se a o nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Em relação à altura de primeira vagem - APV, quando submetido na dose zero de Mo, os cultivares IPR Siriri, IAC Tibatã obtiveram maiores valores, apesar de não diferirem entre-si. Quando foi avaliado os cultivares nas doses 60 e 120 g ha -1 de Mo, não foi encontrado resposta entre os cultivares. Já na dose 90 g ha -1 de Mo, notou-se que o cultivar IAC Alvorada apresentou menor altura de vagem entre os cultivares avaliados nestas condições. (Tabela 2). Ao se analisar o efeito das diferentes doses dentro do cultivar IAC Alvora, observou-se que a melhor dose foi a de 60 g ha -1. Independentemente da dose utilizada de Mo, o cultivar IPR Siriri, não sofreu alteração na APV. Efeito contrário foi encontrado para o cultivar IAC Tibatã, que teve maior resposta quando não foi utilizado nenhuma quantidade de molibdênio, apesar de diferir somente para a dose de 120 g ha -1 de Mo. Amane et al. (1999) encontraram concluíram que as melhores doses de Mo variaram de 70 a 100 g ha -1, sendo necessárias as maiores doses com as menores doses de N, valores esse próximos ao encontrado no presente trabalho.

4 Tabela 2. Altura de primeira vagem, em cultivares de feijão comum, em condições de várzea, no município de Formoso do Araguaia, TO, entressafra Cult./Doses 0(g ha -1 ) 60(g ha -1 ) 90 (g ha -1 ) 120(g ha -1 ) APV (cm) IAC alvorada 28,25b B 38,90 a A 28,90 b B 33,25 a AB IPR Siriri 40,80 a A 38,15 a A 34,55 a b A 39,00 a A IAC Tibatã 41,30 a A 38,65 a AB 38,35 a AB 34,05 a B Médias seguidas pela mesma letra; maiúscula, na linha e minúscula, na coluna, não diferenciam entre-se a o nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Efeito da dose de Molibdênio em cultivares de feijão comum em condições de Terras altas com irrigação suplementar, no município de Gurupi TO Pela análise de variância notou-se que houve efeito significativo da fonte de variação cultivar apenas para a APV. (Tabela 1). FV Quadrado Médio GL FLOR (dias). APV (cm) PROD (kg ha -1 ) Cult. 2 1, ns 26, ** ,171 ns Mo 3 0, ns 8, ns 93327,450 ns CultxMo 6 0, ns 2, ns ,786 ns Rep 3 2, , ,002 Erro 33 0, , ,469 Média geral 60, , ,929 C V (%) 1,46 12,13 36,55 Uma característica analisada de extrema importância foi à produtividade, porem não houve variação simples ou interação para a característica em questão, bem como para a de florescimento. Para a característica altura de primeira vagem (Tabela 2), observou-se que o cultivar IAC Tibatã teve uma melhor resposta, independente das doses de Mo aplicado e da presença do N, enquanto os cultivares IAC Alvora e IPR Siriri tiveram menores expressões.

5 Tabela 1. Média da característica altura de primeira vagem em função dos tratamentos com nitrogênio e molibdênio para o genótipo IAC- Alvorada, IPR Siriri e IAC Tibatã cultivado na região sul do estado do Tocantins, Gurupi - TO, safra 2012/13. Cult. APV (cm) FLOR (dias) Produtividade (kg ha -1 ) IAC alvorada 16,52 b a 1637,3625 a IPR Siriri 16,93 b 59,7500 a 1554,4475 a IAC Tibatã 18,92 a 60,0625 a 1469,1775 a CV% 12,13 1,46 36,55 Médias seguidas pela mesma letra não diferenciam entre si a o nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Em trabalhos realizado por Barbosa et al. 2010, para a APV, os autores não encontraram diferença entre os tratamentos (dose de N x doses de Mo); entretanto, nos dois anos, as plantas apresentaram, de modo geral, altura superior a 20 cm. AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico-CNPq-Brasil. LITERATURA CITADA AMANE, I V. M; VIEIRA, C; NOVAIS, F. R; ARAÚJO, A. A. G; Adubação nitrogenada e molíbdica da cultura do feijão na zona da mata de minas gerais. Revista Brasileira de Ciências do Solo, Viçosa, 23: , BARBOSA, G.F.; ARF, O.; NASCIMENTO, M.S.; BUZETT, S.; FREDDI, O. S. Nitrogênio em cobertura e molibdênio foliar no feijoeiro de inverno, Acta Scientiarum. Agronomy Maringá, v. 32, n. 1, p , BERGER, P. G.; VIEIRA, C.; ARAÚJO, G. A. de A. Efeitos de doses e épocas de aplicação de molibdênio sobre a cultura do feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 31, n. 7, p , EPSTEIN, E.; BLOOM, A.J. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. Londrina: Planta, p. KAISER, K.N.; GRIDLEY, K.L.; BRADY, J.N.; PHILLIPS, T.; TYERMAN, S.D. The role of molybdenum in agricultural plant production. Annals of Botany, Oxfrod, v.96, n.5, p , OLIVEIRA, R. L. de,; MUNIZ, J. A,; ANDRADE, M. J. B,; REIS, R. L. Precisão experimental em ensaios com a cultura do feijão. Ciências e Agrotecnologia, Lavras, v. 33, n. 1, p , jan./fev., VIEIRA, C. Adubação mineral e calagem. In: VIEIRA, C.; PAULA JÚNIOR, T. J.; BORÉM, A. (Eds.). Feijão. 2.ed. atual. Viçosa, MG: UFV, p