Fontes de energia dos cursos de água
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- Felícia Chagas Candal
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1 Fontes de energia dos cursos de água Fontes autóctones (produção autotrófica dentro do rio) Macrófitas: raramente consumidas quando vivas Diatomáceas Biofilme Perifíton Apenas significativas onde existe suficiente luz no leito do rio Fontes alóctones (matéria orgânica proveniente da vegetação ripícola) CPOM matéria orgânica particulada grossa FPOM matéria orgânica particulada fina DOM matéria orgânica dissolvida Onde exista vegetação ripícola (CPOM) ou para jusante (FPOM)
2 As cadeias alimentares dos rios
3 Cadeias alimentares baseadas em detritos: CPOM
4 Cadeias alimentares baseadas em detritos: CPOM
5 Decomposição da folhada
6 Grupos funcionais de macroinvertebrados Definem o tipo de alimento e o modo como o alimento é consumido Grupo funcional Alimento Mecanismo de alimentação Exemplos Triturador (shredder) CPOM (folhas/troncos) e microrganismos associados (fungos) Trituram/ mastigam CPOM Trichoptera, Plecoptera Filtrador (filterer-collector) FPOM e microrganismos (bactérias e perifíton) Filtram a água recolhendo FPOM em suspensão Trichoptera com redes, Simuliidae Colector (collector-gatherer) FPOM e microrganismos (bactérias) e microcamada orgânica Recolhem FPOM depositada Ephemeroptera, Chironomidae Raspador (grazer) Perifíton (diatomáceas) e microcamada orgânica Raspam as superfícies Ephemeroptera, Coleoptera Predador (predator) Animais Perfuram ou mordem as presas Odonata, Plecoptera, Trichoptera, Diptera
7 Trichoptera com casulo Exemplos de trituradores (CPOM) Crustacea Plecoptera Diptera (Família Tipulidae) Família Athyidae
8 Exemplos de filtradores (FPOM em suspensão) Bivalves Diptera (Família Simuliidae) Trichoptera (Família Hydropsychidae)
9 Exemplos de colectores (FPOM depositada) Oligochaeta Trichoptera com casulo Diptera (Família Chironomidae)
10 Exemplos de raspadores (biofilme/perifíton) Gastropoda Ephemeroptera
11 Exemplos de predadores (outros animais) Sanguessugas (Hirudinea) Ninfas de libelinha (Odonata) Imagos de Coleoptera e.g. Família Dytiscidae Hemiptera
12 O Conceito do Rio Contínuo (1) As folhas e outra matéria orgânica particulada (CPOM) proveniente da vegetação ripícola podem ser muito importantes num ribeiro pequeno de floresta, enquanto as algas podem ser mais importantes em segmentos onde o leito do rio recebe elevada intensidade luminosa O Conceito do Rio Contínuo é um modelo publicado em 1980 que foi desenvolvido por investigadores americanos Descreve as alterações que ocorrem longitudinalmente num rio, nas características físicoquímicas e morfológicas, ecologia - alteração das principais fontes de energia e consequente alteração das comunidades de organismos e dos principais grupos funcionais de macroinvertebrados (1) VANNOTE, R.L., MINSHALL, G.W., CUMMINS, K.W., SEDELL, J.R. & CUSHING, C.E. (1980). The river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, 37:
13 Troços altos (ordem 1-3) Próximo da nascente Morfologia: leito estreito, declive acentuado Físico-química: corrente forte, substrato grosseiro, temperatura baixa, oxigénio dissolvido elevado; sombreados pela vegetação ripícola, mais oligotróficos Fontes autotróficas de energia: fotossíntese dento de água limitada às diatomáceas do perifíton, razão baixa fotossíntese/respiração (F/R<1) Fontes alóctones de energia: CPOM proveniente da vegetação ripícola é a principal fonte de energia; consumo e decomposição de CPOM origina FPOM Grupos funcionais de macroinvertebrados: proporção elevada de trituradores (CPOM) e filtradores (FPOM em suspensão) Outros organismos: peixes de águas frias e bem oxigenadas, como salmonídeos
14 Troços médios (ordem 4-7) Morfologia: leito mais largo; declive menos acentuado Físico-química: corrente menos forte, substrato menos grosseiro, menos sombreados, temperatura mais variável Fontes autotróficas de energia: maior entrada de luz suporta uma produção significativa de perifíton (algas) e de macrófitas na margem, razão elevada fotossíntese/respiração (F/R>1) Fontes alóctones de energia: menor contribuição de CPOM mas maior quantidade de FPOM proveniente das fezes/decomposição da CPOM de montante Grupos funcionais: proporção elevada de raspadores (perifíton) e filtradores (FPOM em suspensão) Outros organismos: peixes toleram temperaturas mais elevadas e menor concentração de oxigénio - barbos, lúcios e enguias
15 Troços baixos (ordem 8) Próximo da foz Morfologia: vales muito abertos, leito mais largo, declive muito baixo, podem ter meandros Físico-química: corrente fraca, substrato fino, temperatura mais elevada, oxigénio dissolvido diminui, água turva, profundidade 2-3 m Fontes autotróficas de energia: turbidez da água limita a penetração da luz, pouca fotossíntese (pode haver algum fitoplâncton e macrófitas nas margens, razão fotossíntese/respiração baixa (F/R<1) Fontes alóctones de energia: FPOM proveniente das zonas a montante é a principal fonte de energia Grupos funcionais: principalmente colectores (FPOM depositada) Outros organismos: macroinvertebrados menos abundantes que nas zonas a montante, pode existir zooplâncton (consumidores de fitoplâncton), peixes que toleram baixas concentrações de oxigénio, como ciprinídeos
16 NASCENTE (montante) Troços altos Troços médios Troços baixos FOZ (jusante)
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