EDUCAÇÃO ESPECIAL RESPOSTAS EDUCATIVAS

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1 INSPEÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA PROGRAMA ACOMPANHAMENTO EDUCAÇÃO ESPECIAL RESPOSTAS EDUCATIVAS RELATÓRIO Agrupamento de Escolas de Montelongo 2017

2 RELATÓRIO DE ESCOLA Agrupamento de Escolas de Montelongo Concelho Fafe Código Data de início da intervenção 30/01/2017 Data de fim da intervenção 02/02/2017 Neste relatório de escola apresentam-se as conclusões mais relevantes relativas às respostas educativas no âmbito da Educação Especial - aspetos mais positivos e aspetos a melhorar -, organizadas em dois campos de análise. Esta apreciação baseia-se na documentação disponibilizada pela escola/agrupamento, na observação dos contextos de desenvolvimento da Educação Especial e nas entrevistas realizadas. Com esta atividade de Acompanhamento pretende-se: Acompanhar a organização e o funcionamento da Educação Especial nas escolas, tendo em conta: o planeamento da Educação Especial; os procedimentos de referenciação e avaliação especializada; a elaboração, execução e avaliação dos programas educativos individuais; a construção das adequações curriculares individuais e dos currículos específicos individuais; o desenvolvimento dos planos individuais de transição e dos processos de integração na vida pós-escolar; a articulação entre os diversos intervenientes, incluindo famílias, serviços e entidades; a gestão dos recursos humanos e materiais quanto à sua adequação, eficácia e racionalidade. o funcionamento das escolas de referência e das unidades especializadas; a articulação com o sistema de Intervenção Precoce na Infância. 1

3 Apreciar a qualidade das respostas educativas proporcionadas às crianças e jovens com necessidades educativas especiais de caráter permanente e os resultados alcançados, contribuindo para o aperfeiçoamento e a melhoria das práticas das escolas. Acompanhar o funcionamento dos Centros de Recursos TIC para a Educação Especial e sua articulação com as escolas e agrupamentos de escolas. Contribuir para a regulação da organização e funcionamento da Educação Especial. I. PLANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Aspetos mais positivos A ação do Departamento de Educação Especial no processo de uniformização e clarificação de procedimentos, ao nível do Agrupamento, traduzida na elaboração de um Guião Orientador, que informa sobre os procedimentos da referenciação, avaliação especializada por referência à CIF-CJ, elegibilidade e elaboração do programa educativo individual (PEI), orienta a implementação das medidas educativas, intervenientes responsáveis, avaliação do processo e dos resultados, elaboração do plano individual de transição (PIT) e assegura a confidencialidade. A construção de instrumentos de suporte à prática que facilitam a organização dos processos individuais das crianças/alunos com NEE, na qual se incluem todos os documentos que regulam a Educação Especial, e permitem o acesso à informação sobre o percurso educativo dos alunos e as respostas educativas implementadas. A continuidade dos docentes e dos assistentes operacionais, sempre que possível, nas unidades de ensino estruturado para a educação de alunos do espetro do autismo (UEEA) e de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência (UAEM), garantia da continuidade pedagógica e de ambiente securizante, estável e bem-estar. A formalização dos PEI que documenta o perfil de funcionalidade da criança/aluno, identifica as medidas educativas implementadas, os intervenientes/responsáveis, os processos e critérios de avaliação e o envolvimento dos encarregados de educação. O trabalho colaborativo desenvolvido entre os docentes de Educação Especial, docentes titulares, diretores de turma e departamentos curriculares, no apoio à elaboração do PEI, definição de estratégias e atividades educativas e de avaliação. 2

4 A articulação com a Equipa Local de Intervenção Precoce (ELI/Cabeceira de Basto), no sentido de promover e facilitar a transição das medidas previstas nos planos individuais de intervenção precoce (PIIP) para os PEI e, quando se justifica, a continuidade de apoio terapêutico ou psicológico. As parcerias e protocolos celebrados com instituições da sociedade civil, da administração local e empresas, na promoção articulada de respostas educativas, principalmente no apoio terapêutico e técnico aos alunos, no desenvolvimento das componentes dos currículos específicos individuais (CEI) e das atividades de capacitação, na construção dos PIT para os alunos com 15 ou mais anos de idade, com vista ao encaminhamento ocupacional/profissional e de treino laboral. A afetação de recursos humanos suficientes, equipamentos e materiais didáticos adequados às características e necessidades específicas dos alunos das unidades UEEA e UAEM. Aspetos a melhorar Providenciar, em tempo útil, a referenciação dos alunos das UEEA e da UAEM ao Centro de Recursos para as Tecnologias de Informação e Comunicação para a Educação Especial, da área de influência do Agrupamento (CRTIC Guimarães), para a avaliação das suas necessidades específicas e facilitação do acesso ao currículo, através da prescrição de produtos de apoio adequados a cada caso. Envolver os docentes dos diferentes grupos de recrutamento em iniciativas de reflexão/formação interna ou externa, no âmbito da Educação Especial, com vista ao reforço de competências, ao nível da operacionalização do apoio pedagógico personalizado, adequações curriculares individuais ou adequações no processo de avaliação e, sempre que se justifique, do recurso à utilização sistemática de tecnologias de apoio, promotores da melhoria da prática docente, articulação e colaboração entre pares e técnicos especializados. Incluir nos documentos orientadores de planificação educativa, os princípios, as metas e as estratégias que o Agrupamento se propõe alcançar para apoiar os alunos com NEE, incluindo oferta curricular, respostas educativas diferenciadas, recursos e meios disponíveis. Reforçar os procedimentos de articulação com outros Agrupamentos de Escola e instituições da comunidade, que assegurem a progressão para o ensino secundário ou percursos alternativos (ocupacionais, vocacionais e profissionais), dos alunos com 15 ou mais anos de idade, tendo em vista a transição para a vida pós-escolar, envolvendo as famílias nesse processo. 3

5 II - RESPOSTAS EDUCATIVAS E RESULTADOS DOS ALUNOS Aspetos mais positivos Os procedimentos relativos à avaliação especializada e a consequente elaboração do relatório técnico-pedagógico, que fundamenta a avaliação biopsicossocial do aluno com NEE, por referência à CIF-CJ, numa perspetiva sistémica, ecológica e interdisciplinar. A participação dos alunos com a medida CEI nas atividades curriculares e de enriquecimento com os seus pares, fundamental no seu desenvolvimento biopsicossocial e de integração socioescolar, numa lógica inclusiva. O elaboração e desenvolvimento dos CEI, através de componentes curriculares diversificadas, orientadas para a vida diária, autonomia pessoal e social, atividades expressivas (musicoterapia, dança em movimento e espaço dos talentos), desportivas, terapêuticas e de lazer, com relevância para a hipoterapia, natação adaptada, psicomotricidade e desenvolvimento multisensorial. A intervenção articulada com a ação pedagógica do apoio terapêutico, no âmbito do CRI, em contexto de sala de aula, ou nas unidades UEEA e UAEM, facilitadora da aprendizagem e do reforço de estratégias educativas, adequadas às necessidades dos alunos. Aspetos a melhorar Assegurar que todos os alunos referenciados são sujeitos à avaliação especializada, fundamentando a elegibilidade/não elegibilidade com base na avaliação do desenvolvimento biopsicossocial, por referência à CIF-CJ. Promover iniciativas para a inclusão "inversa" nas UEEA, que proporcionem momentos criativos e estimulantes, através da partilha e envolvimento dos alunos das turmas de referência. Melhorar a operacionalização das adequações curriculares individuais, garantindo a implementação de diferentes níveis e tipos de alterações, ajustados ao perfil de funcionalidade dos alunos, atendendo, nomeadamente: i) gestão da sala de aula e eficiente estruturação do espaço e do tempo; ii) estratégias e atividades com níveis diferentes de profundidade; iii) recursos e materiais de apoio diversificados; 4

6 iv) modalidades, instrumentos e critérios de avaliação definidos; v) introdução de objetivos que enfatizam as capacidades básicas; vi) priorização de conteúdos essenciais, numa lógica de ciclo; vii) estímulos e ajudas. Assegurar, em função do perfil de funcionalidade dos alunos e, sempre que o distanciamento no currículo o justifique: i) modalidades de apoio pedagógico personalizado adequadas e eficazes, a implementar em contexto de sala de aula (de diferenciação, reforço de estratégias, trabalho em pares e individualizado e coadjuvação); ii) em horário pós letivo (apoio curricular em pequenos grupos, tutorias e estudo orientado, para estímulo, reforço, sistematização ou antecipação de conteúdos curriculares); iii) apoios da Educação Especial, terapêuticos e de outros técnicos (para introdução de competências e aptidões em áreas específicas que não fazem parte da estrutura curricular), com vista a garantir o acesso ao currículo e o sucesso na aprendizagem. Promover no desenvolvimento dos CEI/PIT, a continuação do aperfeiçoamento das áreas académicas, e garantir um carácter funcional às aprendizagens apropriadas às idades, em estreita articulação com as atividades de promoção e capacitação, designadamente, ao nível das competências que os alunos estejam a realizar em contexto real nas atividades de treino laboral/ despiste vocacional ou ocupacional. Reforçar a reflexão realizada por todos os intervenientes na avaliação dos alunos com NEE, no final de cada período letivo/ano, sobre o impacto e a eficácia das medidas educativas implementadas, propondo, sempre que o aluno não alcance o sucesso esperado (com referência ao seu plano individual), a reformulação das estratégias em contexto de sala de aula, modalidades de apoio e afetação de recursos, por forma a garantir o acesso ao currículo e às aprendizagens, bem como a progressão, no final de cada ciclo. Assegurar a implementação dos PIT aos alunos com a medida CEI, com 15 ou mais anos de idade, que frequentam as UEEA, cujo perfil de funcionalidade/capacidades limite o exercício de uma atividade profissional no futuro, através da ação articulada com instituições que potenciem a integração em emprego protegido ou atividades ocupacionais, adequados às motivações e interesses dos alunos e expectativas das famílias, de modo a garantir a transição para a vida pós-escolar. Desenvolver mecanismos que possibilitem a avaliação do impacto da ação educativa do Agrupamento, no âmbito das respostas educativas disponibilizadas aos alunos com NEE, junto da comunidade educativa. 5

7 Aprofundar, a partir do dispositivo de autoavaliação do Agrupamento, a monitorização da eficácia das medidas implementadas e da avaliação dos progressos e das aprendizagens, com vista à melhoria e autoregulação do serviço educativo prestado aos alunos com NEE. Data 02/02/2017 A Equipa Inspetiva Maria Pia Barroso Graça Costa Concordo. À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. Homologo O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Norte Maria Madalena Moreira Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência nos termos do Despacho n.º 5942/2016, de 26 de abril, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 86, de 4 de maio de