A TORTURA E A DIGNIDADE HUMANA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A TORTURA E A DIGNIDADE HUMANA"

Transcrição

1 A TORTURA E A DIGNIDADE HUMANA Jéssica Mayra Campos (IC) e Evandro Fabiani Capano (Orientador) Apoio: PIVIC Mackenzie Resumo Conforme o Princípio da Legalidade, tipificado na Constituição Federal, é proibido o arbítrio e o tratamento desigual entre os homens. Desta forma, se faz de considerável importância o estudo metodológico de uma das formas de opressão que mais fere a liberdade do homem, a tortura. Após policiais da cidade de Diadema, São Paulo, terem agido de forma violenta, torturando pessoas, instituiu-se no Brasil, a lei n.º 9.455, na data de 17 de abril de 1997, tipificando as hipóteses em que o crime de tortura ocorre e as sanções previstas. Porém, com o passar dos anos, verificou-se as imperfeições desta lei, seus aspectos controvertidos e severas imperfeições que devem ser corrigidas e alteradas no menor espaço de tempo possível. O Secretário Nacional dos Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro deu seu parecer: Paus-de-arara e eletrochoques continuam a ser usados, como sempre. Quando desembargadores, juízes e promotores vão romper com o faz-de-conta de que a tortura acabou com o fim da ditadura e responsabilizar, processando na forma de lei, os torturadores que continuam a atuar nas delegacias policiais, prisões e instituições fechadas do Estado? Pois o sistema de justiça, desde abril de 1997, quando foi promulgada a lei criminalizando a tortura, tem se mostrado incapaz, como aponta o relatório do Governo Federal, de processar e condenar os funcionários do Estado torturadores. Palavra-chave: tortura/dignidade da pessoa humana Abstract According to the Legality Principle, written at the Federal Constitution, is forbiden the will and the unequal treatment betwen man. Therefore, is of a great importance the methodological studyof one sorto f opression most harmfull to the man s freedom, the torture. After a case of a great and violent case of torturing people by police officers from Diadema, the law n.9.455, was made in Abril 17th of 1997, wich describes all the torture hypotesis and all of it implications and sanctions. However, through the years, imperfections was observed in this law, controversal aspects and several imperfections that must be perfected and changed faster as possible. The National Human Rights Secretary, Paulo Sérgio Pinheiro sad: Paus-de-arara and electrical equipments are still being used, as Always. When Judges and Prossecutors will break with the fiction that torture is ended togheter with the dictadorial system and make responsable, at the laws paramethers, the torturers that are in activity in police stations, jails and closed institutions of the state? The Juridical system, since April 1997, when the law against torture was approved, has shown unable, as shown at the Federal Government report, to procecute and put the torturers behind bars Key-words: torure/dignity of human 1

2 VII Jornada de Iniciação Científica INTRODUÇÃO A pesquisa interessa-se por analisar os aspectos históricos e jurídicos visando entender as diversas concepções dadas a esta cruel expressão de força. Será avaliada a eficácia social que a lei n.º 9.455/1997 tem, através dos seus meios para combater à violação dos direitos do homem. É destinada também, essa pesquisa, à análise social sobre a conduta do Estado, que possui os maiores violadores do direito à dignidade com aqueles organismos armados¹. Destarte, o objetivo deste trabalho será o de investigar se existe uma proteção eficaz do direito fundamental por intermédio do princípio da dignidade da pessoa humana. Há pessoas que têm sido tratadas como objeto pelo Estado, que deveria resguardar a elas a integridade física e psíquica. Para nós, isto é ainda sinal de fragilidade de nossa democracia, com o atentado à dignidade da pessoa humana, através dos atos de tortura ainda existentes no nosso cotidiano. REFERENCIAL TEÓRICO Tal qual o bandeirante, abrimos um caminho em busca da melhor interpretação da tortura e sua colocação no contexto histórico, aguardando que os outros se juntem a nós para levantar a bandeira contrária a essa forma covarde e aviltante de agir, com total afronta a todos os direitos humanos. Poderíamos, ainda, questionar se a prova obtida mediante tortura tem validade. Haveria duas hipóteses, na primeira o acusado é inocente e confessa o crime, apenas, para cessar o suplício; na segunda, o acusado é culpado e, da mesma maneira confessa para livrar-se da barbárie. Em ambos os casos, a prova arrancada mediante tortura é inválida, ainda que o condenado seja, de fato, o autor do delito. Assim prescreve o artigo 15, da Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes, ao estabelecer que cada Estado-parte assegurará que nenhuma declaração que demonstre ter sido prestada como resultado de tortura possa ser invocada como prova em qualquer processo, salvo contra uma pessoa acusada de tortura como prova de que a declaração foi prestada. Neste caso, a prova é válida, exclusivamente, para condenar o torturador, esta idéia é reforçada, da mesma forma, pelo art. 5 III, da Constituição Federal, ao estabelecer que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Ao contrário, a vítima da tortura e seus dependentes terão direito a indenização por este fato, sendo o que determina o art. 141 da referida Convenção Contra a Tortura e Outros 2

3 Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes; cada Estado-parte assegurará em seu sistema jurídico à vítima de um ato de tortura, o direito à reparação e a indenização justa e adequada, incluídos os meios necessários para a mais completa reabilitação possível. Em caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus dependentes terão direito à indenização. Beccaria mostra-se convencido de que a pessoa sensível, mesmo que seja inocente, declarar-se-á culpada, para terminar com a tortura sendo que a diferença entre o culpado e o inocente desaparece pelo mesmo meio que se objetiva empregar para encontrá-la. Dessa maneira, em havendo dois réus, igualmente inocentes ou igualmente culpados, o forte e destemido será absolvido. O fraco e tímido será condenado. No entanto, o inocente é declarado culpado ou inocente, após ter sofrido em ambos os casos de uma pena indevida. Por outro lado, o culpado tem uma possibilidade a seu favor, tendo em vista que, quando estava resistindo com firmeza à tortura, foi absolvido como inocente, trocou uma pena maior por outra menor. A igreja recentemente como Paulo VI, mudou seu discurso, conforme a Constituição pastoral Gaudium ET Spes, que prega que quando viola a integridade da pessoa humana, como por exemplo, as multilações, as torturas morais e físicas, são em si mesmas infamantes, que degradam a civilização humana, desonram mais seus autores que suas vítimas. E em sua mensagem de 21 de outubro de 1970, o mesmo pontífice asseverou que os métodos policialescos cruéis e inumanos usados para arrancar confissões dos lábios dos prisioneiros, devem ser condenados abertamente. Não são admissíveis, hoje, nem sequer com o fim de exercer a justiça ou defender a ordem pública. Devem ser reprovados e abolidos. Ofendem não só a integridade física, como também a dignidade da pessoa humana. Degradam o sentido e a majestade da justiça. E a tortura praticada por funcionário ou por particulares, inspira sentimentos implacáveis e contagiosos de ódio e de vinganças. Já Cícero, havia se indignado com a forma com que os acusados buscavam, de maneira sinuosa, a verdade, pois nenhuma validade teria se o escravo fosse torturado para acusar alguém, depois a sua língua fosse cortada e fosse crucificado; essa confissão arrancada não demonstraria a verdade, mas convalidaria a mentira. Não acreditava na utilização da tortura para alcançar a verdade, pois, para ele, a tortura é dominada pelo sofrimento, governada pela complexão de cada um, tanto no ânimo como nos membros, rompendo a esperança debilitando o temor, no conjunto de tantas angústias, não fica nenhum lugar para a verdade. Pietro Verri, em seu tempo, questionava se a tortura era um instrumento eficaz para se conhecer a verdade, pois em meio aos suplícios, esta ficava obscurecida. Todo homem de 3

4 VII Jornada de Iniciação Científica bem, espontaneamente, tenderia a proscrevê-la e abominá-la. Os defensores da tortura erram em supor que os tormentos constituem uma condição de saber a verdade, e é justamente esta questão. Eles teriam que demostrar que este é um meio de saber a verdade, e somente então o raciocínio seria fundado. Primeiro porque os tormentos não constituem uma via de descobrir a verdade, segundo porque a própria prática penal, não considera a tortura como condição para descobrir a verdade. E por fim, mesmo que o suplício conduzisse à verdade, ele seria intrinsecamente injusto. Réus robustosos e determinados sofrem a tortura sem confessar os crimes, decididos a morrer de dor, que reconhecer a autoria, sendo, neste caso, a tortura inútil para a descoberta da verdade. Outras vezes, o torturado confessa o crime que não cometeu, diante da tortura infligida. Por conseguinte, a tortura, às vezes, não resulta em nada, e outras vezes resulta em mentiras. Ademais, prossegue o autor Milanês, a razão correspondente, rigorosamente ao fato. Qual o sentimento que nasce no homem ao sofrer uma dor? Este sofrimento é o desejo que a dor pare. Quanto mais violento for o suplício, tanto mais violento será o desejo e a impaciência de que chegue ao fim. Qual é o meio com que um homem torturado pode acelerar o término da dor? Declarar-se culpado do crime do qual é investigado. Mas é verdade que o torturado cometeu o crime? Assim sendo, os tormentos não constituem a melhor circunstância para descobrir a verdade, uma das possibilidades que leva um homem a acusar-se de um crime, tenha ele cometido esse delito ou não. Nada falta a esse raciocínio para ser uma perfeita demonstração. Mesmo a igreja medieval tinha grandes dúvidas relacionadas à eficácia da tortura, todavia, a utilizava frequentemente, pois como consta no Manual dos Inquisidores, não deveria decretar-se a tortura sem primeiro ter, inutilmente, usado todas as probabilidades de descobrir a verdade. Boas maneiras, espeteza, exortações mediante outras pessoas bemintencionadas, a reflexão, as incomodidades da prisão, podem ser o bastante para conseguir dos réus a confissão de sua falta. Os tormentos não são mesmo um método seguro para conseguir a verdade. Há homens fracos que, à primeira dor, logo confessam crimes que não cometeram, enquanto outros teimosos e fortes, são capazes de suportar os maiores tormentos. Há homens que já tendo sido submetidos à tortura suportam com constância, porque se já distendem logo os membros e eles resistem fortemente; e há outros que, graças a sortilégios, tornam-se a si mesmos insensíveis e seriam capazes de morrer no suplício, sem nada confessar. Para tais malefícios, esses desgraçados, segundo o referido manual, empregam passagens da escritura que, de forma estranha, escrevem em pergaminhos virgens, misturando-as com nomes de anjos que ninguém conhece, círculos, caracteres desconhecidos, que depois escondem em qualquer parte do corpo, arrematava o 4

5 Manual dos Inquisidores. Não se sabe de remédios certos contra tais sortilégios, mas convém sempre despir e revisar bem os acusados antes de submeter à tortura. Jean Paul Sartre afirmou que, El propósito de El tortura, no ES solo La exaccion de las cofesiones del traidor sino La intencion de que La victima caigaen desgracia consigo misma mediante sus quedas, gritos e submission, como se tratara de um animal humano. Ante los opôs de los que observan e antes mismo, El rendirse, El hacer dócil no solo Le llevan a revelar sino aceptar su conversion en algo sub-humano. Finalmente concordamos também, com Alexandre Soljenitsin, que definiu a tortura dizendo: de todas as formas de opressão, é a prática da tortura a que mais implacavelmente procura a desintegração da liberdade, marco fundamental do ser humano. Primeiro é o assalto, a desnudez, a degradação, e logo os intentos para ganhar o controle absoluto da vítima. MÉTODO A pesquisa será de natureza descritiva e exploratória, e adotarei o delineamento de pesquisa bibliográfico, analisando a tortura praticada desde os antigos no período medieval. Sendo o iluminismo o período que marcou pela nova mentalidade, pelo pensamento libertário, ou seja, rejeitando todos os atos que violavam os direitos da pessoa humana, dando ênfase à liberdade, igualdade e fraternidade, procurando uma explicação através da razão, não aceitando a submissão cega às autoridades e às suas práticas abusivas. Estudarei os pensamentos libertários que os filósofos propuseram naquela época, a fim de defender a produção de provas contra si mesmo, a abolição da tortura, entre outros ideais que contribuíram para o surgimento da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que tinha o princípio o ideário de igualdade, liberdade e fraternidade. Analisarei a história da tortura no Brasil, partindo do Brasil-colônia, passando por Brasilimpério e depois Brasil-república. Serão coletados dados também das Ordenações Filipinas e do Regime Militar. Será verificado o processo de evolução jurídica da tortura, e a previsão desta no sistema jurídico, análise da lei e sua interpretação na sociedade atual, através de instrumentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal, que é composta pelo Princípio da Legalidade. Investigarei Pactos Internacionais que o Brasil aderiu ou até mesmo é signatário e Convenções interamericanas para prevenir e punir a tortura 5

6 VII Jornada de Iniciação Científica Será dado um enfoque detalhado na Lei nº 9.455/1997, visto que é a lei que trata especificamente do assunto tratado na pesquisa, avaliando os pontos mais relevantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde 1832, com a vigência do primeiro código de processo criminal, tem-se tentado abolir a tortura como forma de produção de provas no processo de investigação. A prática de violência e opressão era voltada contra todas as classes baixas, como forma de garantir o controle social. A elite fazia o uso da força para subjugar classes menos abastadas. A política usada, era a do medo, na qual, eram, os subversivos, obrigados a responder tudo o que lhes era interrogado, e se não o fizesse, seriam torturados até que se chegasse a uma conclusão quanto ao crime praticado, sendo os torturados culpados ou inocentes. Este assunto em constante discussão, origem da atual violência e emprego da tortura está diretamente enraizada no processo civilizatório iniciado a partir da colonização portuguesa e de seu ordenamento jurídico calcado na aplicação de penas corporais como punição para os diversos delitos. No período da ditadura militar, conforme explana Marco Antônio Basso em seu livro: Tortura, evolução histórica, jurídica e social, os averiguados, ao chegarem à entrada da carceragem, se deparavam com a seguinte mensagem pregada na parede: Contra a pátria, não há direitos, diante desta afirmação espetacularmente aviltadora dos direitos individuais do homem, já era possível fazer um pré-julgamento do que estava por vir: a submissão ao princípio investigativo do pau. [...] além dessa falta de vontade de apurar as acusações, de tortura praticada pelos órgãos policiais. Até o final do mandato de Emíio Garrastazu Médici, nos anos de 1969 a 1974, conhecidos como os anos negros da ditadura, como nos ensina Marco Antonio Basso, em seu livro Tortura, evolução histórica jurídica e social, o Brasil ficou conhecido pelas constantes violações aos direitos fundamentais do cidadão, especialmente caracterizada pelas constantes sessões de tortura, perseguições ideológicas, exílio, cassações e extermínios. Pela análise psicológica de Alfredo Naffah Neto, o momento vivido pela sociedade naquele momento e naquelas circunstâncias, o Estado estava adquirindo poder ilimitado e tirânico, o que resultou na instauração de pânico e terror na população reprimida que poderia chegar à paranóia. Era como se o espaço social passasse a ser povoado por olhos e ouvidos por todos os lados, não se identificavam mais os traidores, todos potencialmente eram, pois o perigo estava por toda a parte. 6

7 O que frequentemente ocorria, era a confusão feita pela igreja entre o pecado e o crime. Estava previsto no ordenamento que, os tormentos seriam realizados para obter confissão do acusado toda vez que tivesse somente um indício, o qual deveria ser contundente o bastante em apontar a autoria. Para que se condenasse a pessoa, seria necessária a ratificação perante o juiz, sob pena de ser aplicada nova sessão de tortura. Anistiados ambos os lados e terminada a repressão política, o Brasil iniciou caminho para sua redemocratização, porém a edição da lei da anistia, de diversos tratados internacionais e, até mesmo da constituição-cidadã de 1988, não tiveram o condão de acabar com a cultura do pau ou sociologia do cacete, como meio mais eficaz da polícia, especialmente da polícia judiciária solucionar os crimes que lhe eram comunicados. Conforme os anos passavam, a sociedade evoluía, porém, na mesma proporção, passava a ser subjugada pelo Estado, órgão idealizado para proteção dos homens, que tornava-se o maior violador dos direitos do indivíduo. Por este motivo, no período medieval, apesar da existência da estrutura feudal, haviam direitos humanos, sendo esses caracterizados sempre pela limitação do poder estatal. A consagração normativa dos direitos fundamentais, ocorreu na França, na qual estava expresso em seu artigo 9º a seguinte afirmação: todo homem é suposto inocente enquanto não for declarado culpado, se for indispensável detê-lo, todo rigor que não seja necessário para lançar mão a sua pessoa, deve ser severamente coibido por lei. Só deve estabelecer pena escrita e evidentemente necessária; e ninguém poderá ser punido se não em virtude de disposição de lei, promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada. Até o momento da declaração de 1789, não havia uma carta de direitos que cuidava expressamente da tortura, porém, esta existia de forma indireta em todas as declarações redigidas até aquele momento, desta forma, criou-se a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis Desumanos e Degradantes, e a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. Mesmo adotando essas convenções interamericanas, o Brasil permaneceu inerte para adotar providências legislativas necessárias para criminalizar tal ação criminosa. De acordo com o livro Tortura, evolução histórica, jurídica e social de Marco Antônio Basso: na oportunidade de assinatura de ambas as convenções, vigorava tão e somente apenas o Código Penal Brasileiro, que somente se refere à prática da tortura como modalidade de qualificadora no caso do delito de homicídio e da agravante genérica, ao considerar-se a tortura ou outro meio insidioso ou cruel escolhido pelo agente, em enumeração que inclui também o uso de venenos, de fogo, de explosivos ou de meios asfixiantes. 7

8 VII Jornada de Iniciação Científica Diante da ausência de uma norma específica para o crime de tortura, a punição era feita através de uma adequação do fato a outros tipos penais que estão intimamente ligados à tortura, como: maus-tratos, constrangimento ilegal, lesão corporal, exercício arbitrário ou abuso do poder, lei do abuso de autoridade e a Constituição Federal. A proibição da tortura passou novamente a ser tratada como matéria constitucional, por ser considerada crime constitucional hediondo de acordo com João José Leal. A Constituição Brasileira foi considerada avançada conforme informa Clóvis Mello: a Lei Maior brasileira foi muito avançada, no seu tempo, ao menos em palavras; excetuando-se as constituições suecas e norueguesas, de 1814, ninguém mais proibia expressamente, no mundo, a tortura. A americana e a francesa falavam por alto em maus-tratos. As demais, nada. Porém, o avanço social perdurou apenas até a constituição de 1891, que não fez menção alguma a prática da tortura, e da mesma forma ocorreu com todas as próximas constituições. Este quadro foi alterado somente com a redemocratização e a promulgação da Constituição-Cidadã de 1988, que ocorreu nova previsão como norma constitucional como direito fundamental de todo cidadão brasileiro ou dos demais que estejam em solo brasileiro: a dignidade humana com a abolição total e irrestrita das práticas de tortura. E em relação às provas, a Constituição Federal consagrou a inadmissibilidade do uso judicial de qualquer prova que tivesse sido obtida por meio ilícito. Marco Aurélio de Mello expõe seu parecer quanto à generalização da norma referente à tortura com as seguintes palavras: a simples menção à tortura, sem que se defina o comportamento suficiente ao configurá-la, deixa ao sabor da capacidade até mesmo intuitiva daquele que exerce o ofício judicante o alcance da norma penal, a conclusão sobre a prática, ou não, do crime ao qual o contexto jurídico-constitucional impõe consequências das mais gravosas, como são o afastamento da graça, do indulto, e da anistia, da fiança, o elaste cimento da prisão temporária e o cumprimento da pena, na sua integridade, no regime fechado, a insegurança graçará e, o que é pior, o julgamento das ações penais correrá a conta da formação do julgador. O ato de torturar é a negação arbitrária dos direitos humanos CONCLUSÃO De acordo com a Lei 9.455, de 7 de abril de 1997, constitui crime de Tortura: "Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou 8

9 mental; Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo". A República Federativa do Brasil, constituída em Estado Democrático de Direito tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político, como dita a Constituição Federal. De acordo com o artigo Art. 5º desta mesma constituição, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; XLIII - a lei considerará crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura [...]. Apesar dos resguardos jurídicos, questiona-se a respeito da fiscalização eficiente para o combate de tal crime, bem como uma sanção efetiva sobre aqueles que não respeitam estas leis. Porém, há interesse do Estado em investigar crimes de tortura e fazer a lei ser cumprida? É preferível investir em treinamentos de profissionais competentes na busca de criminosos ou deixar esses crimes às escuras, ficando em uma sociedade estagnada, que não evolui com seu ideal de justiça, pois não vê solução para crimes que ferem princípios primordiais como o da dignidade da pessoa humana? A resposta parece obvia, mas a realidade é que se toma o caminho mais estúpido. Ao invés de investir em profissionais competentes que se empenham eficientemente na investigação de crimes, não ferindo os princípios constitucionais, utiliza-se o valor destinado a esse fim com quaisquer outros interesses. Justamente por este e outros motivos, pode-se observar que é constante nas leis e declarações referentes à tortura que, a limitação do poder estatal é essencial, para que não haja o livre arbítrio do Estado, agindo de forma conveniente somente para si, e esquecer os anseios do povo, passando por cima dos princípios constitucionais. É preciso olhar para a sociedade e enxergar realmente o que ela anseia, porém, não basta criar normas buscando sanar os problemas sociais e não cuidar efetivamente para que tenham eficácia na sociedade que está imposto. 9

10 VII Jornada de Iniciação Científica REFERÊNCIAS Basso, Marco Antonio, Tortura, Evolução Histórica, Jurídica e Social: a Tutela do Direito Fundamental e a Dignidade Humana, São Paulo, Scortecci, Beccaria, cesare. Dos Delitos e das Penas. Tradução José Cretella Junior e Agnes Cretella. São Paulo. Revista dos Tribunais Ltda, Coimbra, Mário, Tratamento do Injusto Penal de Tortura São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, Consagração Normativa de Direitos Humanos Fundamentais, França em 26 de agosto de Fernandes, Ana Maria Babette Bajer e Fernandes, Paulo Sérgio Leite, Aspectos Jurídicopenais da Tortura Belo Horizonte: Nova Alvorada Edições Ltda., JURICIC PAULO. Crime de Tortura. Editoria Juarez de oliveira NAFFAH NETO. Poder, vida e morte na situação de tortura. Esboço de uma fenomenologia do terror. Contato: jessimayra@hotmail.com e capano@gregoricapano.com.br 10

11 IMAGENS As imagens expostas a seguir, foram tiradas na visita ao Torture Museum, localizado na rua Singel 449, Amsterdam, na data de , pela autora do presente trabalho. A Cadeira da Bruxa - Cadeira usada na prática de tortura, para retirar das mulheres confissões de bruxaria. Sua característica comum era ser coberta por espetos afiados no assento, nas costas, nos braços e nos pés. Era um instrumento básico no arsenal dos inquisidores. 11

12 VII Jornada de Iniciação Científica Máscara da Infâmia Este não era exatamente um instrumento de tortura. Na verdade ela servia para que a pessoa passasse vergonha publicamente. A pessoa normalmente era amarrada a um poste onde os passantes poderiam torturar ocasionalmente. 12

13 ¹ Expressão usada pelo autor Paulo Sérgio Pinheiro referindo-se aos funcionários públicos, tais como, policiais, delegados, entre outros que agem de forma abusiva usando de tortura para conseguirem a resposta que procuram, mas que nem sempre é a correta, em PINHEIRO, Paulo Sérgio. Tortura: a omissão das elites. São Paulo: Folha de São Paulo, 30 de outubro de

LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97

LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97 LEI DE TORTURA Lei n. 9.455/97 DUDH Artigo 5º Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. ART. 5º DA CF Inciso III Ninguém será submetido à tortura nem

Leia mais

Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem

Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção

Leia mais

www. Lifeworld.com.br

www. Lifeworld.com.br 1 Artigos da Constituição Mundial A Constituição Mundial é composta de 61º Artigos, sendo do 1º ao 30º Artigo dos Direitos Humanos de 1948, e do 31º ao 61º Artigos estabelecidos em 2015. Dos 30 Artigos

Leia mais

11º GV - Vereador Floriano Pesaro PROJETO DE LEI Nº 128/2012

11º GV - Vereador Floriano Pesaro PROJETO DE LEI Nº 128/2012 PROJETO DE LEI Nº 128/2012 Altera a Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, com a finalidade de incluir no Calendário Oficial de Eventos da Cidade de São Paulo o Dia Municipal de Combate a Homofobia, a

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

A MULHER E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

A MULHER E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS A MULHER E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Os Direitos Humanos surgiram na Revolução Francesa? Olympe de Gouges (1748-1793) foi uma revolucionária e escritora francesa. Abraçou com destemor

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MILITAR DIREITO PENAL MILITAR PARTE ESPECIAL MARCELO VITUZZO PERCIANI A CRÍTICA AO ATO DE SUPERIOR E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO Marcelo Vituzzo Perciani

Leia mais

Prova: PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura;

Prova: PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura; Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IX - Primeira Fase Disciplina: Direitos Humanos Assuntos: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura; Com relação à Convenção Interamericana

Leia mais

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 PARTE A Módulo I Acordos/Convenções Internacionais 1. Declaração Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

MÓDULO 5 O SENSO COMUM

MÓDULO 5 O SENSO COMUM MÓDULO 5 O SENSO COMUM Uma das principais metas de alguém que quer escrever boas redações é fugir do senso comum. Basicamente, o senso comum é um julgamento feito com base em ideias simples, ingênuas e,

Leia mais

A efetividade das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Brasil

A efetividade das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Brasil IX Salão de Iniciação Científica PUCRS A efetividade das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Brasil Gabriela Bratkowski Pereira, Elias Grossmann (orientador) Faculdade de Direito,

Leia mais

Mosaicos #7 Escolhendo o caminho a seguir Hb 13:8-9. I A primeira ideia do texto é o apelo à firmeza da fé.

Mosaicos #7 Escolhendo o caminho a seguir Hb 13:8-9. I A primeira ideia do texto é o apelo à firmeza da fé. 1 Mosaicos #7 Escolhendo o caminho a seguir Hb 13:8-9 Introdução: Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre. Não se deixem levar pelos diversos ensinos estranhos. É bom que o nosso coração seja

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Objetivos: Definir direito penal e direito penal militar; Distinguir direito penal militar das demais denominações do direito e dos demais direitos e ciências afins; Distinguir lei

Leia mais

Ciências Humanas. História e Geografia Professor: Renato Pellizzari e Claudio Hansen 08/10/2014. Material de apoio para Aula ao Vivo

Ciências Humanas. História e Geografia Professor: Renato Pellizzari e Claudio Hansen 08/10/2014. Material de apoio para Aula ao Vivo Ciências Humanas Material de apoio para Aula ao Vivo 1. A charge expressa enfaticamente uma característica do processo histórico de urbanização da sociedade brasileira. A crítica contida na charge refere-se

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

1904 (XVIII). Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial

1904 (XVIII). Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial Décima Oitava Sessão Agenda item 43 Resoluções aprovadas pela Assembléia Geral 1904 (XVIII). Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial A Assembléia Geral,

Leia mais

DIREITOS HUMANOS E OUVIDORIAS Prof. Carlos Guimarães Professor da Universidade Estadual da Paraíba Doutorando e Mestre em Ética e Filosofia Política Ex-Ouvidor Público da Assembléia Legislativa -PB O que

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China CONVENÇÃO SOBRE A JURISDIÇÃO, LEI APLICÁVEL E RECONHECIMENTO DE DECISÕES EM MATÉRIA DE ADOÇÃO (Concluída em 15 de novembro de 1965) (Conforme o seu artigo 23, esta Convenção teve vigência limitada até

Leia mais

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789 Os representantes do Povo Francês constituídos em Assembléia Nacional, considerando, que a ignorância o olvido

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca 27 DE JUNHO PALÁCIO DO PLANALTO BRASÍLIA

Leia mais

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. 1 Autora :Rosângela Azevedo- PIBID, UEPB. E-mail: rosangelauepb@gmail.com ²Orientador: Dr. Valmir pereira. UEPB E-mail: provalmir@mail.com Desde

Leia mais

AULA 01 Direitos e Deveres Fundamentais

AULA 01 Direitos e Deveres Fundamentais AULA 01 Direitos e Deveres Fundamentais Um projeto de vida começa com um sonho, grande ou pequeno, não importa! Na vida temos que ter a capacidade de sonhar, sonhar sempre, sonhar para viver! Meu nome

Leia mais

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

AMAJUM. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. No próximo dia 7 de outubro, o povo brasileiro retorna às urnas, desta vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Produção: Ação conjunta: Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso Parceiro:

Leia mais

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS BR/1998/PI/H/4 REV. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 Brasília 1998 Representação

Leia mais

Para onde vou Senhor?

Para onde vou Senhor? Para onde vou Senhor? Ex 40:33-38 "Levantou também o pátio ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou a coberta da porta do pátio. Assim, Moisés acabou a obra. Então a nuvem cobriu a tenda da congregação,

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003 PROJETO DE LEI Nº, DE 2003 (Do Sr. MAURO PASSOS) Dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º É proibido o assédio moral nas relações de trabalho. Art. 2º

Leia mais

Exercícios da lei 9.455/97 - lei de tortura. Prof. Wilson Torres

Exercícios da lei 9.455/97 - lei de tortura. Prof. Wilson Torres Exercícios da lei 9.455/97 - lei de tortura. Prof. Wilson Torres 01- A prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos podem ser imputados, com

Leia mais

ESTUDO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL EM RELAÇÃO A EXPERIMENTAÇÃO COM ANIMAIS 1. Regiane Moreno Domingues Ribas RESUMO

ESTUDO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL EM RELAÇÃO A EXPERIMENTAÇÃO COM ANIMAIS 1. Regiane Moreno Domingues Ribas RESUMO ESTUDO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL EM RELAÇÃO A EXPERIMENTAÇÃO COM ANIMAIS 1 Regiane Moreno Domingues Ribas FAAG Faculdade de Agudos RESUMO O objetivo deste trabalho foi o de realizar um estudo da Legislação

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS. Cácito Augusto Advogado TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESARIAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ATUAIS Cácito Augusto Advogado I INTRODUÇÃO Após quatro anos de vigência do Novo Código Civil brasileiro, que

Leia mais

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS PREÂMBULO Considerando que todo o animal possui direitos, Considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos têm levado e continuam a levar o

Leia mais

Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo

Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo Camila Lopes Ferreir a (UTFPR) camila@pg.cefetpr.br Dr. Luiz Alberto Pilatti (UTFPR) lapilatti@pg.cefetpr.br

Leia mais

As ilustrações desta cartilha foram efetuadas por Carlos Myrria (092-236-5568 e 092-985-5420)

As ilustrações desta cartilha foram efetuadas por Carlos Myrria (092-236-5568 e 092-985-5420) Fica autorizada a reprodução do texto e ilustrações, no todo ou em parte, desde que se não altere o sentido, bem como seja citada a fonte. As ilustrações desta cartilha foram efetuadas por Carlos Myrria

Leia mais

CASOTECA DIREITO GV PRODUÇÃO DE CASOS 2011

CASOTECA DIREITO GV PRODUÇÃO DE CASOS 2011 CASOTECA DIREITO GV PRODUÇÃO DE CASOS 2011 CASOTECA DIREITO GV Caso do Campo de Algodão: Direitos Humanos, Desenvolvimento, Violência e Gênero ANEXO I: DISPOSITIVOS RELEVANTES DOS INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS

Leia mais

CONTRATO DE TRABALHO. Empregado Preso

CONTRATO DE TRABALHO. Empregado Preso CONTRATO DE TRABALHO Empregado Preso Muitas dúvidas surgem quando o empregador toma conhecimento que seu empregado encontra-se preso. As dúvidas mais comuns são no sentido de como ficará o contrato de

Leia mais

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 1 PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Prof.Dr.Luís Augusto Sanzo Brodt ( O autor é advogado criminalista, professor adjunto do departamento de Ciências Jurídicas da Fundação Universidade Federal

Leia mais

Ser humano, sociedade e cultura

Ser humano, sociedade e cultura Ser humano, sociedade e cultura O ser humano somente vive em sociedade! Isolado nenhuma pessoa é capaz de sobreviver. Somos dependentes uns dos outros,e por isso, o ser humano se organiza em sociedade

Leia mais

10. Convenção Relativa à Competência das Autoridades e à Lei Aplicável em Matéria de Protecção de Menores

10. Convenção Relativa à Competência das Autoridades e à Lei Aplicável em Matéria de Protecção de Menores 10. Convenção Relativa à Competência das Autoridades e à Lei Aplicável em Matéria de Protecção de Menores Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando estabelecer disposições comuns relativas

Leia mais

15 de junho: Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

15 de junho: Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa 15 de junho: Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa O dia 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006,

Leia mais

Educação Patrimonial Centro de Memória

Educação Patrimonial Centro de Memória Educação Patrimonial Centro de Memória O que é história? Para que serve? Ambas perguntas são aparentemente simples, mas carregam uma grande complexidade. É sobre isso que falarei agora. A primeira questão

Leia mais

Dr. Guilherme Augusto Gonçalves Machado advogado mestrando em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos

Dr. Guilherme Augusto Gonçalves Machado advogado mestrando em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos $ 5(63216$%,/,'$'( &,9,/ '2 3529('25 '( $&(662,17(51(7 Dr. Guilherme Augusto Gonçalves Machado advogado mestrando em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos A Internet se caracteriza

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Técnico comercial 4 (1º ano) Direitos Humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. O principal objetivo dos Direitos Humanos é tratar cada indivíduo

Leia mais

Presidência da República Federativa do Brasil. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Presidência da República Federativa do Brasil. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Presidência da República Federativa do Brasil Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial A SEPPIR CRIAÇÃO A Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)

Leia mais

PARECER. LEI GERAL DA COPA (Lei nº 12.663/2012) E PL 728/2011

PARECER. LEI GERAL DA COPA (Lei nº 12.663/2012) E PL 728/2011 PARECER LEI GERAL DA COPA (Lei nº 12.663/2012) E PL 728/2011 ANÁLISE DA PARTE CRIMINAL Adriana Filizzola D Urso Advogada criminalista, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC/SP,

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

SOCIEDADE VIRTUAL: UMA NOVA REALIDADE PARA A RESPONSABILIDADE CIVIL

SOCIEDADE VIRTUAL: UMA NOVA REALIDADE PARA A RESPONSABILIDADE CIVIL SOCIEDADE VIRTUAL: UMA NOVA REALIDADE PARA A RESPONSABILIDADE CIVIL FABRICIO DOS SANTOS RESUMO A sociedade virtual, com suas relações próprias vem se tornando uma nova realidade para a responsabilidade

Leia mais

( C A R TA DE N I C O L A U M A Q U I AV E L A F R A N C E S C O V E T T O R I, DE 10 DE D E Z E M B R O DE 1 51 3 ).

( C A R TA DE N I C O L A U M A Q U I AV E L A F R A N C E S C O V E T T O R I, DE 10 DE D E Z E M B R O DE 1 51 3 ). Filosofia 3ª série E C O M O D A N T E D I Z QUE N Ã O SE FA Z C I Ê N C I A S E M R E G I S T R A R O QUE SE A P R E N D E, EU T E N H O A N O TA D O T U D O N A S C O N V E R S A S QUE ME P A R E

Leia mais

27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação

27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação 27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação Os Estados signatários da presente Convenção: Desejosos de estabelecer disposições comuns sobre a lei aplicável aos

Leia mais

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Omissão de Notificação da Doença DIREITO PENAL - Omissão de Notificação de Doença CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

Leia mais

PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 )

PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 ) PRIMEIRA PARTE DA PROVA DISCURSIVA (P 2 ) Nesta parte da prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva os textos para as

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China 15. CONVENÇÃO SOBRE A ESCOLHA DO FORO (celebrada em 25 de novembro de 1965) Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando estabelecer previsões comuns sobre a validade e efeitos de acordos sobre

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA - ÉTICA E CIDADANIA UM ESTUDO DOS PROCESSOS CONTRA DEPUTADOS DA CLDF. Aluna: ANA MARIA DE SOUZA RANGEL

PROJETO DE PESQUISA - ÉTICA E CIDADANIA UM ESTUDO DOS PROCESSOS CONTRA DEPUTADOS DA CLDF. Aluna: ANA MARIA DE SOUZA RANGEL CÂMARA DOS DEPUTADOS DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS CENTRO DE FORMAÇÃO, TREINAMENTO E APERFEIÇOAMENTO. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICA E REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR PROJETO DE PESQUISA - ÉTICA E CIDADANIA

Leia mais

cartilha direitos humanos layout:layout 1 2008-09-05 13:42 Página 1 CAPA

cartilha direitos humanos layout:layout 1 2008-09-05 13:42 Página 1 CAPA cartilha direitos humanos layout:layout 1 2008-09-05 13:42 Página 1 CAPA cartilha direitos humanos layout:layout 1 2008-09-05 13:42 Página 2 TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI* *Artigo 5º da Constituição Brasileira

Leia mais

O Dano Moral no Direito do Trabalho

O Dano Moral no Direito do Trabalho 1 O Dano Moral no Direito do Trabalho 1 - O Dano moral no Direito do Trabalho 1.1 Introdução 1.2 Objetivo 1.3 - O Dano moral nas relações de trabalho 1.4 - A competência para julgamento 1.5 - Fundamentação

Leia mais

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Pergunte a um gestor de qualquer nível hierárquico qual foi o instante em que efetivamente ele conseguiu obter a adesão de sua equipe aos processos

Leia mais

CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES

CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES CONSELHOS TUTELARES FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES Conselho Tutelar Órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente,

Leia mais

A VERDADE SOBRE AS FUNERÁRIAS NO MUNICÍPIO DO RJ:

A VERDADE SOBRE AS FUNERÁRIAS NO MUNICÍPIO DO RJ: A VERDADE SOBRE AS FUNERÁRIAS NO MUNICÍPIO DO RJ: Quando Sérgio Arouca assumiu a Secretaria Municipal de Saúde do RJ, publicou um decreto colocando o sistema funerário para controle dos assistentes sociais.

Leia mais

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL CRISTIANE APARECIDA ROSA DIALUCE 1 GUILHERME JORGE DO CARMO SILVA 2 VÂNIA MARIA BEMFICA GUIMARÃES PINTO COELHO 3 RESUMO O presente estudo vem à lume apresentar

Leia mais

O caso trata da situação de trabalho forçado e servidão por dívidas na Fazenda Brasil Verde, situada no norte do Estado do Pará.

O caso trata da situação de trabalho forçado e servidão por dívidas na Fazenda Brasil Verde, situada no norte do Estado do Pará. 4 de março de 2015 Ref.: Caso Nº 12.066 Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde Brasil Senhor Secretário: Em nome da Comissão Interamericana de Direitos Humanos tenho honra de dirigir-me a Vossa Excelência

Leia mais

Roteiro VcPodMais#005

Roteiro VcPodMais#005 Roteiro VcPodMais#005 Conseguiram colocar a concentração total no momento presente, ou naquilo que estava fazendo no momento? Para quem não ouviu o programa anterior, sugiro que o faça. Hoje vamos continuar

Leia mais

AS VANTAGENS DA APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS

AS VANTAGENS DA APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS AS VANTAGENS DA APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS Camila Silvia Martinez Perbone 30* As penalidades, desde os primórdios da civilização, sempre tiveram a finalidade de punir de modo severo, apenas para restabelecer

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br O que é uma ONG? Rodrigo Mendes Delgado *. Uma ONG é uma Organização Não-Governamental. Mas, para que serve uma ONG? Simples, serve para auxiliar o Estado na consecução de seus objetivos

Leia mais

NOVOS INSTRUMENTOS PERMITEM CONCRETIZAR DIREITOS HUMANOS NO STF E STJ

NOVOS INSTRUMENTOS PERMITEM CONCRETIZAR DIREITOS HUMANOS NO STF E STJ NOVOS INSTRUMENTOS PERMITEM CONCRETIZAR DIREITOS HUMANOS NO STF E STJ (Conjur, 10/12/2014) Alexandre de Moraes Na luta pela concretização da plena eficácia universal dos direitos humanos o Brasil, mais

Leia mais

Depoimento Sem Dano Porto Alegre, AGOSTO de 2009

Depoimento Sem Dano Porto Alegre, AGOSTO de 2009 Depoimento Sem Dano Depoimento Sem Dano Porto Alegre, AGOSTO de 2009 Texto DR. Breno Beutler Júnior DR. José Antônio Daltoé Cezar Expediente projeto gráfico e Ilustrações Paulo Guilherme Marques Taylor

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

O Papel do DPP. Escritório do Procurador-Geral. Introdução

O Papel do DPP. Escritório do Procurador-Geral. Introdução 3 Introdução Este livreto explica em linguagem clara o que o (DPP) faz. O livreto tenta responder às perguntas que as pessoas nos fazem mais frequentemente. Ele não lida com cada situação possível e não

Leia mais

Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto

Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto Mediação Familiar Lei n.º 133/99 de 28 de Agosto Altera a Organização Tutelar de Menores, nomeadamente através da introdução de novos artigos de que destacamos aquele que se refere à mediação Artigo 147.º

Leia mais

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS 1 1. CONCEITO BÁSICO DE DIREITO Somente podemos compreender o Direito, em função da sociedade. Se fosse possível ao indivíduo

Leia mais

THOMAS HOBBES LEVIATÃ MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL

THOMAS HOBBES LEVIATÃ MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL THOMAS HOBBES LEVIATÃ ou MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL Thomas Hobbes é um contratualista teoria do contrato social; O homem natural / em estado de natureza para Hobbes não é

Leia mais

CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO *

CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO * CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO * Aprovada e proposta para assinatura e ratificação ou adesão pela resolução 260 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 9 de Dezembro

Leia mais

Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948)

Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948) Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948) Resolução XXX, Ata Final, aprovada na IX Conferência Internacional Americana, em Bogotá, em abril de 1948 A IX Conferência Internacional Americana,

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca 29 Discurso na cerimónia de premiação

Leia mais

DECRETO Nº 6.044, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2007.

DECRETO Nº 6.044, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2007. DECRETO Nº 6.044, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2007. Aprova a Política Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos - PNPDDH, define prazo para a elaboração do Plano Nacional de Proteção aos Defensores

Leia mais

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville CAPÍTULO I Globalização e solidariedade Jean Louis Laville Cadernos Flem V - Economia Solidária 14 Devemos lembrar, para entender a economia solidária, que no final do século XIX, houve uma polêmica sobre

Leia mais

APOSENTADORIA ESPECIAL DO POLICIAL CIVIL

APOSENTADORIA ESPECIAL DO POLICIAL CIVIL APOSENTADORIA ESPECIAL DO POLICIAL CIVIL José Heitor dos Santos Promotor de Justiça/SP Silvio Carlos Alves dos Santos Advogado/SP A Lei Complementar Paulista nº. 1.062/08, que disciplina a aposentadoria

Leia mais

PRÁTICA EXITOSA A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos

PRÁTICA EXITOSA A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos PRÁTICA EXITOSA A EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA TUTELA COLETIVA: A Efetividade do Direito à Saúde dos usuários do SUS no Município de Petrópolis 1 VIII CONGRESSO NACIONAL DE DEFENSORES

Leia mais

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 1 Eficácia é o poder que tem as normas e os atos jurídicos para a conseqüente produção de seus efeitos jurídicos próprios. No sábio entendimento do mestre

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com 2. Direito como objeto de conhecimento. Conforme pudemos observar nas aulas iniciais

Leia mais

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO LESSA CURSOS PREPARATÓRIOS CAPÍTULO 1 O ESTATUTO DO IDOSO O Estatuto do Idoso - Lei 10.741/2003, é o diploma legal que tutela e protege, através de um conjunto

Leia mais

Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio

Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio Direito Internacional Aplicado Tratados e Convenções Direito Internacional Penal Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio Conclusão e assinatura: Nova Iorque EUA, 09 de dezembro de

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA

A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA A APLICAÇÃO DA JURIMETRIA NOS INQUÉRITOS POLICIAIS DA LEI MARIA DA PENHA Gonçalves, Priscila de Fátima Faculdade de Jaguariúna Resumo: O artigo busca analisar pela perspectiva da Jurimetria a aplicação

Leia mais

PESQUISA MAIORIDADE PENAL

PESQUISA MAIORIDADE PENAL PESQUISA MAIORIDADE PENAL OBJETIVOS Entender o pensamento da população do Rio sobre a redução da maioridade penal; Saber se ela é favorável a mudança das penalidades aplicadas ao menor infrator; Buscar

Leia mais

PROJETO DE LEI N o, DE 2012

PROJETO DE LEI N o, DE 2012 PROJETO DE LEI N o, DE 2012 (Do Sr. Alfredo Kaefer) Autoriza o Poder Público a realizar a internação compulsória, para tratamento médico especializado, de crianças, adolescentes e adultos apreendidos em

Leia mais

SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL. Autoridade Central Administrativa Federal/SDH

SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL. Autoridade Central Administrativa Federal/SDH A CONVENÇÃO SOBRE OS ASPECTOS CIVIS DO SEQÜESTRO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E SUA APLICAÇÃO NO BRASIL Autoridade Central Administrativa Federal/SDH Considerações Gerais A Convenção foi concluída em Haia,

Leia mais

Estudos bíblicos sobre liderança Tearfund*

Estudos bíblicos sobre liderança Tearfund* 1 Estudos bíblicos sobre liderança Tearfund* 1. Suporte para lideranças Discuta que ajuda os líderes podem necessitar para efetuar o seu papel efetivamente. Os seguintes podem fornecer lhe algumas idéias:

Leia mais

BRASIL. (tradução não oficial para o português)

BRASIL. (tradução não oficial para o português) Distr. GERAL CCPR/C/BRA/CO/2 2 de Novembro 2005 Original: Inglês Comitê de Direitos Humanos 85ª Sessão CONSIDERAÇÃO DE RELATÓRIOS ENVIADOS POR ESTADOS PARTES SOB O ARTIGO 40 DO PACTO Observações finais

Leia mais

TÍTULO: A VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA E A SUA CONSEQUÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL ATUAL

TÍTULO: A VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA E A SUA CONSEQUÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL ATUAL TÍTULO: A VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA E A SUA CONSEQUÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL ATUAL CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO:

Leia mais

FUNDAMENTAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL RESUMO

FUNDAMENTAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL RESUMO 1 FUNDAMENTAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL Lucas Hage Chahine Assumpção 1 RESUMO Esse trabalho foi elaborado a partir de uma problemática levantada no livro Curso de Direito Internacional Público, de autoria

Leia mais

Remédio constitucional ou remédio jurídico, são meios postos à disposição dos indivíduos e cidadão para provocar a intervenção das autoridades

Remédio constitucional ou remédio jurídico, são meios postos à disposição dos indivíduos e cidadão para provocar a intervenção das autoridades Remédio constitucional ou remédio jurídico, são meios postos à disposição dos indivíduos e cidadão para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar ilegalidades ou abuso de poder

Leia mais

RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS.

RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS. RELAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL COM OUTRAS DISCIPLINAS OU CIÊNCIAS. 1. RELAÇÃO COM O DIREITO ADMINISTRATIVO: Classificado no Direito Público Interno, de quem é um de seus ramos, o Direito Administrativo,

Leia mais