PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

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1 PARLAMENTO EUROPEU Documento de sessão B8-0000/2015 PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência da pergunta com pedido de resposta oral B8-0000/2015 nos termos do artigo 128.º, n.º 5, do Regimento sobre o tema «Para uma economia dos dados próspera» (2015/2612(RSP)) Barbara Kappel em nome da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia RE\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

2 B8-0000/2015 Resolução do Parlamento Europeu sobre o tema «Para uma economia dos dados próspera» (2015/0000(RSP)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta a Comunicação da Comissão intitulada «Para uma economia dos dados próspera» (COM(2014)0442), Tendo em conta a pergunta à Comissão relativa a uma economia dos dados próspera (O /2015 B8-0000/2015), Tendo em conta a proposta de resolução da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia, Tendo em conta o artigo 128.º, n.º 5, e o artigo 123.º, n.º 2, do seu Regimento, Integrar os grandes volumes de dados na estratégia de União Digital 1. Salienta que as decisões baseadas em conhecimentos gerados pelos grandes volumes de dados proporcionam um aumento de produtividade e de competitividade de 5 a 6 % e que os benefícios decorrentes dos grandes volumes de dados irão proporcionar um crescimento anual suplementar de 1,9 % do PIB; considera que os grandes volumes de dados têm potencial para serem o elemento central da recuperação económica na Europa; 2. Salienta que os grandes volumes de dados criam emprego, uma vez que o número necessário de profissionais especializados em grandes volumes de dados aumentará 243 % nos próximos cinco anos para cerca de pessoas; 3. Reconhece os benefícios sociais e económicos associados aos grandes volumes de dados, especialmente no que diz respeito à segurança pública, à governação aberta, à democracia e à administração, às descobertas científicas, à indústria transformadora, ao setor bancário, aos seguros, às telecomunicações, à alta tecnologia, ao comércio a retalho, ao domínio geoespacial, aos serviços, à indústria automóvel, aos meios de comunicação social e entretenimento, à energia e aos serviços de utilidade pública; 4. Está convicto de que o valor de uma empresa também reside nos dados; solicita iniciativas de sensibilização das PME para o valor patrimonial dos seus dados e para assegurar um papel reforçado das PME enquanto prestadores de serviços de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI) para promover o crescimento e fazer da Europa o ator principal no domínio dos grandes volumes de dados; 5. Salienta que a proteção dos dados e as oportunidades em matéria de grandes volumes de dados não são mutuamente exclusivas; insta a que as políticas públicas fomentem oportunidades, como por exemplo na IDI, na Internet das Coisas (IdC), na Internet industrial e na digitalização da economia europeia e, simultaneamente, enfrentem os desafios tecnológicos e sociais que os grandes volumes de dados colocam, como a falta PE v /5 RE\ doc

3 de sensibilização para a matéria e a questão das regras de acesso, do controlo e da propriedade, da confiança na segurança dos dados, da interoperabilidade, da portabilidade, da possibilidade de reutilização, da segurança, da privacidade, da proteção de dados, do capital intelectual, da acessibilidade, das infraestruturas, da fragmentação do mercado e das normas; 6. Sublinha que a falta de infraestruturas de banda larga, de computação de alto desempenho em rede e instalações de computação em nuvem dificulta o desenvolvimento dos grandes volumes de dados, o que pode colocar a Europa em risco de se atrasar em termos tecnológicos e económicos; 7. Apoia o desenvolvimento de normas orientadas para o mercado, voluntárias e neutras do ponto de vista tecnológico; reconhece o trabalho preliminar de entidades como o ISA/IEC, ITU-T e NIST; 8. Insta à adoção de um plano de ação mais pormenorizado, estruturado em vários níveis e assente em elementos concretos para promover uma economia baseada em dados; Investir nos grandes volumes de dados (infraestrutura e I&D) 9. Observa que o sucesso dos grandes volumes de dados depende de um ecossistema mais alargado das TIC, incluindo a Internet das coisas para o fornecimento dos dados, as redes de banda larga para o transporte e a computação em nuvem para o tratamento; 10 Considera que a UE deve orientar o financiamento da I&D para a inovação no domínio dos grandes volumes de dados, que traz um valor acrescentado global para os cidadãos, a sociedade e a economia; solicita uma melhor promoção da entrada no mercado das inovações e o desenvolvimento de novos algoritmos e instrumentos de análise; 11. Regista as iniciativas da Comissão para criar PPP sobre os grandes volumes de dados; solicita uma plataforma em que as PPP possam partilhar as suas preocupações, necessidades e requisitos; 12. Acolhe com agrado a criação de espaços de inovação que permitam a experimentação com grandes volumes de dados; sublinha que estes espaços devem agir enquanto incubadoras de empresas; 13. Incentiva a Comissão e os Estados-Membros a aumentarem os investimentos no domínio das infraestruturas de comunicações fixas, móveis, por cabo e por satélite adaptadas às futuras exigências da economia digital conectada e a adotarem políticas que permitam o desenvolvimento da Internet das Coisas, como a disponibilização de radiofrequências harmonizadas para dispositivos de curto alcance, móveis e WiFi, a expansão da tecnologia 5G, a implantação do protocolo IPv6 e a resolução do problema dos direitos de licenças excessivos relativamente a patentes essenciais para o cumprimento da norma; 14. Considera que o princípio de «inovação responsável» do programa Horizonte 2020 deve orientar a identificação de oportunidades para acelerar a entrada no mercado de empresas e as respetivas oportunidades de aplicação; 15. Solicita à Comissão que assegure o desenvolvimento a longo prazo de serviços de computação em nuvem na Europa, sem impor modelos de negócio mas permitindo aos mercados desenvolverem soluções adequadas; RE\ doc 3/5 PE v01-00

4 Criar um mercado da União para os grandes volumes de dados 16. Congratula-se com o facto de que os grandes volumes de dados criarão mais oportunidades comerciais e aumentarão a disponibilidade de conhecimentos e de capital; 17. Considera que o principal obstáculo tecnológico a um mercado da União para os grandes volumes de dados é a falta de um quadro comum de interfaces para facilitar a comunicação de dados entre máquinas e sensores, bem como a comunicação entre o mundo físico e virtual; 18. Solicita à Comissão que estimule a investigação conjunta para criar um quadro comum de interfaces, com o objetivo de reduzir a duplicidade de normas e de assegurar a interoperabilidade técnica e semântica no âmbito de um processo de estabelecimento de normas impulsionado pelo o mercado; 19. Solicita que sejam enfrentados os desafios da segurança dos dados, da interoperabilidade, da limitação e do armazenamento dos dados, das regras transparentes no domínio dos transportes, dos mecanismos transfronteiras e do intercâmbio de dados abertos entre administrações, empresas e a sociedade civil; 20. Solicita um enquadramento regulamentar a longo prazo que reflita a natureza evolutiva do mercado, seja tecnologicamente neutro e crie condições equitativas, evitando simultaneamente encargos regulamentares excessivos; Fomentar empresas em fase de arranque, PME e empresas de média capitalização no domínio dos grandes volumes de dados 21. Reconhece a necessidade de os prestadores de serviços serem proativos na promoção dos benefícios dos grandes volumes de dados e que fomentem a confiança das PME nas tecnologias relacionadas com grandes volumes de dados; solicita a criação de uma interface de serviço que ajude as PME a melhorar a utilização dos seus próprios dados e de dados públicos; 22. Lamenta o facto de muitas ideias oriundas de empresas em fase de arranque e muitas oportunidades para as PME serem perdidas ou concretizadas fora da Europa devido à falta de capital e de tecnologia e à participação insuficiente dos atores já existentes na atividades de investigação; solicita o apoio aos serviços que contribuam para obter capital de risco através da associação de instituições que fornecem tecnologias e infraestruturas a empresas em fase de arranque que apresentem ideias de aplicação; Colmatar o défice de competências 23. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a promoverem a criação de espaços e de polos de inovação para ajudar a desenvolver competências e uma vantagem concorrencial no domínio do capital intelectual; 24. Apoia o investimento em iniciativas como a Grande Coligação para a Criação de Emprego na Área Digital e a Semana europeia das competências digitais; 25. Solicita que a UE e os Estados-Membros intensifiquem os seus esforços coordenados PE v /5 RE\ doc

5 para fazer dos grandes volumes de dados um domínio profissional atraente; 26. Apela a iniciativas que promovam a aprendizagem ao longo da vida e medidas específicas para os idosos e facilitem o acesso dos profissionais à educação, por forma a diversificar as suas competências em matéria de grandes volumes de dados; 27. Apoia iniciativas destinadas a incluir temas relacionados com a programação nos planos de estudos nacionais; 28. Solicita o apoio ao desenvolvimento de instrumentos vocacionados para utilizadores ocasionais, que lhes permitam desenvolver, nas PME, novos modelos empresariais baseados em dados; VI. Envolvimento da sociedade 29. Apela a iniciativas para melhorar a sensibilização para os benefícios e o valor que os grandes volumes de dados proporcionam à sociedade; 30. Congratula-se com as oportunidades criadas pelos grandes volumes de dados para aumentar a participação e o envolvimento da população, por exemplo no caso da democracia eletrónica; 31. Salienta que a análise de dados aumenta os benefícios da abertura dos dados pelas administrações públicas, melhorando a qualidade dos serviços públicos, reforçando a elaboração de políticas baseadas em dados concretos e resultando em consideráveis ganhos de eficácia; 32. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão. RE\ doc 5/5 PE v01-00