Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de
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- Lara da Mota Lemos
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1 Capítulo X Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de 2000 Art. 1º As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº , de 2003) 1. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência política afirmativa. O art. 1º da Lei /00 foi recepcionado pela Convenção, que autoriza expressamente a diferenciação afirmativa para as pessoas com necessidades especiais (vide item 9 do Capítulo V). 2. Natureza jurídica. O direito ao atendimento prioritário é um direito fundamental social porque implica na exigência de uma prestação estatal positiva atender prioritariamente (diferentemente dos direitos individuais, quando em regra há o dever de abstenção do Estado e dos particulares). Art. 5º (...) 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 3. Constituição de Além de previsão em disposições constitucionais específicas, o direito à prioridade no atendimento configura-se como um desdobramento dos direitos sociais gerais do art. 6º, no espaço da cláusula de abertura do art. 5º, 2º (direitos implícitos). Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 5º (...) 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou 261
2 Samir Dib Bachour dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 4. Gestantes; lactantes; e pessoas acompanhadas de crianças de colo. O atendimento prioritário à gestante e à lactante visa proteger prioritariamente o nascituro e o recém-nascido, sem deixar de lado a proteção à própria mulher, que se encontra em situação especial. No caso das pessoas acompanhadas por crianças de colo, são justamente as crianças de pouca idade as principais destinatárias da proteção. 4.1 Constituição. A absoluta prioridade na proteção da infância já havia sido prevista desde a redação original do art. 227 da CF/88, que figura dentre os fundamentos que autorizam este tratamento diferenciado. Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (nosso grifo) 5. Portadores de necessidades especiais. Como o próprio deslocamento aos postos de atendimento já implica em um verdadeiro desafio, com o dispêndio de um esforço superior ao das demais pessoas, a prioridade do atendimento visa corrigir o desnível existente no caminho de ida e volta do local da prestação do serviço, durante o qual as pessoas com necessidades especiais se deparam com as mais diversas barreiras. 5.1 Constituição. A previsão legal de atendimento prioritário já tinha o respaldo constitucional específico do art. 227, II, da CF/88, que prevê o atendimento especializado para as pessoas com necessidades especiais. Art (...) II criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 6. Idosos. Igualmente às demais hipóteses, a prioridade no atendimento aos idosos visa corrigir a sua real desigualdade em relação às demais 262
3 Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de 2000 pessoas, que ocorre neste caso pela debilitação geral do organismo, inerente ao processo natural de envelhecimento. 6.1 Constituição. O tratamento preferencial às pessoas idosas já contava com o precedente constitucional do art. 230, 1º, da CF/88, no qual se estabeleceu que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. Art A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. 6.2 Estatuto do Idoso. Dentre os diversos dispositivos do Estatuto que preveem um tratamento especial para o idoso, destacamos os seguintes: i) Absoluta prioridade (art. 3º, caput e I). A absoluta prioridade ao idoso foi prevista através de atendimento preferencial imediato e individualizado, pelos entes públicos e privados prestadores de serviço à população. Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: I atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; ii) Prestadores públicos e privados de serviços à população (art. 3º, I). Para o contexto da Lei /00, a previsão mais importante do Estatuto e que representa uma evolução qualitativa do Estado Democrático nos aproximadamente três anos que o separam da Lei /00 foi justamente a ampliação do espectro de pessoas obrigadas a prestar o atendimento prioritário, para abranger os órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população. Exemplo. Como órgão privado é uma idiossincrasia, na realidade se trata de: supermercados; laboratórios particulares; lotéricas; farmácias, etc., os quais não se enquadram dentre os entes descritos no art. 2º da Lei /00, que são notadamente as repartições públicas, concessionárias de serviços públicos e instituições financeiras. 263
4 Samir Dib Bachour iii) Tramitação processual (art. 71). A prioridade na tramitação dos processos, figurando como um prenúncio específico do direito fundamental inserido pela EC/45/04 no art. 5º da Constituição: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (inciso LXXVIII). Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis. 7. Decreto 5.296/04 pessoas com mobilidade reduzida. Embora não expressamente contempladas pelo art. 1º da Lei /00, o Regulamento adotou uma interpretação extensiva, para também incluir as pessoas com mobilidade reduzida dentre as beneficiárias do atendimento prioritário. (Sobre o conceito de mobilidade reduzida, ver comentários ao art. 2º da Lei /00) Art. 5º Os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 8. Pessoa passando mal. A pessoa que não esteja se sentindo bem na fila de atendimento deve ser dirigida imediatamente ao serviço de saúde, para que receba cuidados médicos. Nesta hipótese há uma situação de risco, não cabendo qualquer outro atendimento prioritário que não o 264
5 Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de 2000 de saúde. (Sobre atendimento prioritário na área de saúde, ver comentário ao artigo subsequente). 9. LEI Nº 9.784/99 PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS. A lei que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal também prevê prioridade na tramitação processual administrativa, fazendo menção em seu art. 69-A, II, à pessoa portadora de deficiência, física ou mental, expressão esta que deverá receber interpretação extensiva para abranger todas as pessoas portadoras de necessidades especiais, a partir do conceito definido na legislação específica, à luz do Artigo 1º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (vide item 3 do comentário ao art. 2º da Lei /00). Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº , de 2009). I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº , de 2009). II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº , de 2009). III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº , de 2009). IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº , de 2009). 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas.(incluído pela Lei nº , de 2009). 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº , de 2009). Aplicação em Concurso: Prova: CESPE Banco do Brasil - Escriturário O atendimento prioritário garantido por lei estende-se, entre outros, aos maiores de sessenta anos de idade, às gestantes, aos portadores de 265
6 Samir Dib Bachour necessidades especiais, às pessoas com criança de colo e aos turistas estrangeiros oriundos de países de língua diversa da língua portuguesa. ( ) Certo ( ) Errado Resposta: Errado Prova: CESGRANRIO Banco do Brasil - Escriturário No que se refere ao atendimento prioritário nas agências bancárias definido por lei, analise as condições a seguir. I - Idosos com idade igual ou superior a sessenta anos II - Gestantes e lactantes III - Pessoas portadoras de deficiências IV - Pessoas com crianças de colo Devem receber atendimento prioritário os que se enquadram na(s) condição(ões) a) I, II, III e IV. b) II, III e IV, apenas. c) I e II, apenas. d) III, apenas. e) II, apenas. Resposta: A Prova: FCC Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03 Conforme a Lei nº /2000, terão atendimento prioritário as pessoas a) acompanhadas por criança de colo e os idosos, apenas. b) portadoras de deficiência física, as gestantes, as pessoas acompanhadas por crianças de colo e os idosos, apenas. c) portadoras de deficiência física, as gestantes, as lactantes, as pessoas acompanhadas por criança de colo e os idosos. d) portadoras de deficiência física, apenas. e) gestantes, as lactantes e os idosos, apenas. Resposta: C Prova: FCC Banco do Brasil - Escriturário Tratando-se da Lei nº /2000 terão atendimento prioritário a) apenas os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos e pessoas acompanhadas por crianças de colo. 266
7 Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de 2000 b) as pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo. c) apenas as pessoas portadoras de deficiência com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo. d) apenas as pessoas portadoras de deficiência e os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. e) as pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos, as gestantes, as lactantes desde que acompanhadas por crianças de colo. Resposta: B Art. 2º As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas a que se refere o art. 1º. Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições financeiras, a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art. 1º. 1. Dever de atendimento prioritário: As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos, ao lado de todas as instituições financeiras, estão obrigadas a dispensar tratamento prioritário aos usuários especiais indicados no art. 1º. 1.1 Repartição Pública. A Lei se valeu da expressão repartição pública, atualmente em desuso, por causa de sua imprecisão técnica. Já resta consolidado o entendimento de que a Administração Pública é composta pela Administração Direta (repartida em órgãos sem personalidade jurídica) e Indireta (formada pelas entidades dotadas de personalidade jurídica própria, como as autarquias e empresas públicas). 1.2 Repartição Pública = Administração Pública. O entendimento de que a expressão repartição pública deve abarcar todos os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta consiste na interpretação que guarda maior conformidade com os fins da Lei /00. Exemplo. O contrário levaria a um cenário esdrúxulo, como na hipótese em que a Receita Federal (órgão da União) estaria obrigada à prestação 267
8 Samir Dib Bachour 268 do atendimento prioritário; e o INSS (autarquia federal) dispensado configurando-se uma situação absolutamente sem sentido. Decreto 5.296/04. Este foi o entendimento também adotado pelo Regulamento. Art. 5º Os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 1.3 Concessionárias de serviços públicos = Prestadoras de serviço público. Aqui os fins e valores da Lei /00, aliados à ausência do seu rigor técnico, impõem uma interpretação extensiva, para abranger quaisquer prestadores de serviços públicos, independentemente da modalidade contratual de sua adjudicação. Exemplo. Não há sentido em obrigar a concessionária de energia elétrica (que obteve a concessão do serviço) e desobrigar: i) a permissionária de transporte rodoviário (que recebeu permissão); ii) a autorizada à prestação de serviço de táxi (autorização); iii) e os notários ou registradores públicos (que ingressam por concurso público). Todos são prestadores de serviços públicos, logo todos estão obrigados a observar a Lei / Todas as instituições financeiras. Os bancos indubitavelmente figuram como a ideia mais imediata destas instituições. Mas como a Lei se referiu a todas as instituições financeiras, estão obrigadas, além das bancárias, todas e quaisquer outras que integram esta categoria. Lei 4595/64. Dispondo sobre o sistema financeiro, esta Lei é bastante exemplificativa, ao fornecer um rol de entidades incluídas dentro da categoria das instituições financeiras. Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras. 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, e as pessoas físicas
9 Atendimento prioritário Lei nº , de 8 de novembro de 2000 ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com a compra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e de capitais operações ou serviços de natureza dos executados pelas instituições financeiras. TRF4: STJ: ACP. MPF. BACEN. DETERMINAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DO CUMPRI- MENTO DO DISPOSTO NA RESOLUÇÃO DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL N.º 2878/2001, NAS LEIS N.º /2000 E 7.853/89, E NO DECRETO N.º 3.298/99. ATENDIMENTO PREFERENCIAL DAS PES- SOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA, MOBILIDADE REDUZIDA, IDOSAS, GESTANTES, LACTANTES OU PESSOAS ACOMPANHADAS DE CRIAN- ÇAS DE COLO. Inexiste qualquer afronta ao princípio da legalidade, insculpido no art. 37 da CRFB/88, quando se exige da autarquia a adoção de providências fiscalizatórias visando ao adimplemento pelas instituições bancárias das normas de proteção aos indivíduos com mobilidade reduzida. Isto porque, a referida lei não faz qualquer distinção a respeito do objeto dessa atividade de fiscalização, sendo despicienda a alegação da apelante no sentido de que o seu poder de fiscalizar não abrange a atribuição de tutelar os interesses das pessoas idosas ou portadoras de deficiência. Ilegal o prazo de 720 dias (parágrafos 1º e 2º do artigo 9º da Resolução n.º 2.878/2001), a contar da entrada em vigor da regulamentação da Lei n.º /2000, estabelecido pela Resolução em apreço para a implementação de medidas de facilitação do acesso de portadores de necessidades especiais de locomoção em prédios destinados ao público. E uma vez configurada a ilegalidade, pode perfeitamente o Poder Judiciário afastá-lo, inclusive ordenando a adequação das instalações de imediato, sem que isso importe ingerência indevida no mérito do ato administrativo, seja ele vinculado ou mesmo discricionário. (AC , MARIA LÚCIA LUZ LEIRIA, TRF4 TERCEIRA TURMA, 10/03/2010) DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. SERVI- ÇOS BANCÁRIOS. DEFICIENTES. ACESSIBILIDADE. OBRIGAÇÃO DE FA- ZER. REGULAMENTAÇÃO. ABNT. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO. DANO MORAL. AFASTAMENTO. 1. A Lei /00 e o Decreto 5.296/2004 estabelecem que as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida e, ao definir acessibilidade, prevê a possibilidade de utilização dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, com segurança e autonomia, total ou assistida. 2. Os equipamentos e mobiliários de agências bancárias devem seguir às determinações da regulamentação infralegal, por questões relacionadas não apenas ao conforto 269
10 Samir Dib Bachour 270 dos usuários, mas também à segurança do sistema bancário. No tocante à acessibilidade de deficientes, o acesso prioritário às edificações e serviços das instituições financeiras deve seguir as normas técnicas de acessibilidade da ABNT no que não conflitarem com a Lei 7.102/83, observando, ainda, a Resolução 2.878/2001, do Conselho Monetário Nacional. 3. Na época do ajuizamento da ação, e até a edição da norma técnica da ABNT , não havia definição dos parâmetros técnicos para fabricação e instalação dos equipamentos de autoatendimento adaptados postulados pelo autor. Editada a regulamentação, o réu procedeu à adequação do terminal de atendimento, conforme os parâmetros normativos estabelecidos, sem satisfazer a pretensão do autor. 4. A desigualdade de acesso, no caso, não deriva de ato ilícito praticado pelo réu, mas de circunstâncias relacionadas às especificidades da deficiência física do autor e da limitação dos meios disponíveis para mitigá-la. 5. Não há direito à instalação de terminal de autoatendimento para melhor atender às condições pessoais do autor, se aquele já existente se encontra em conformidade com os parâmetros legalmente fixados. 6. Recurso especial provido. (REsp /MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 01/06/2011) ADMINISTRATIVO E CIVIL. ATENDIMENTO BANCÁRIO. DANO MORAL. DEFICIENTE FÍSICO PORTADOR DE MULETAS. PORTA GIRATÓRIA. DE- TECTOR DE METAIS. NEGATIVA DE ACESSO À AGENCIA. A autora sofreu abalos morais em decorrência do constrangimento experimentado face a atitude desrespeitosa da CEF de barrá-la na porta giratória, devendo, portanto, ser indenizada. Não se aceita em nome da dignidade humana que o portador de necessidades especiais, ao procurar serviços bancários, seja atendido em rua pública, apenas por suspeita da real condição pessoal do cliente. (AC , MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, TRF4 QUARTA TURMA, 17/05/2006) Aplicação em Concurso: Prova: CESPE Banco do Brasil - Escriturário Nas filas dos bancos, terão atendimento prioritário somente as pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade superior a 60 anos e as mulheres gestantes. ( ) Certo ( ) Errado Resposta: Errado 2. Atendimento prioritário. A Lei /00 estabeleceu que a prioridade será garantida através de serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato. Dotados de certa
O artigo 1º da Lei nº 10.048/00 passou a ter nova redação após o advento do Estatuto do Idoso 2, como se vê adiante:
A Lei nº 10.048/00 conferiu atendimento prioritário a determinado grupo de pessoas, o que foi regulamentado pelo Decreto nº 5.296/04, sendo também estabelecidas prioridades pela Lei nº 12.008/09, e, no
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