GEOGRAFIA COMENTÁRIO DA PROVA
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- Ester Furtado do Amaral
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1 COMENTÁRIO DA PROVA Muito boa a prova de Geografia da segunda fase da UFPR As questões variaram o grau de dificuldade e abordaram assuntos relevantes, como água, BRICS e urbanização. A abrangência foi do local ao global, envolvendo conhecimentos básicos e de atualidades. Não apareceram as manjadas questões de cartografia e decorebas de demografia. Professores de Geografia do Curso Positivo. O ciclo hidrológico (da água) corresponde ao processo de renovação da água de uma localidade. Envolve evaporação, condensação, precipitação (chuvas), escoamento superficial e a infiltração. A energia solar e a gravidade movimentam todo o ciclo hidrológico. As atividades humanas podem alterar o ciclo da água com ações de desmatamento e impermeabilização que mudam os padrões de escoamento e infiltração. Também a poluição, desperdício, excesso de consumo podem promover alterações, diminuindo a oferta de água ao sistema ou alterando a qualidade da água. São problemas urbanos relacionados ao clima: ilhas de calor; inversão térmica; névoa poluída (smog); chuvas ácidas; alterações no regime das chuvas; alterações no padrão dos ventos. 1
2 BRICS foi inicialmente uma expressão (criada por Jim O`Neill) que se referia resumidamente a Brasil, Rússia, Índia e China. Posteriormente, os dirigentes desses países passaram a utilizar a expressão para encontros multilaterais e convidaram a África do Sul a integrar o grupo. Em julho de 2014, com o encontro de cúpula realizado em Fortaleza, os líderes dos países integrantes do BRICS formalizaram a sua criação ao instituírem o Novo Banco de Desenvolvimento NBD e o Acordo de Contingência de Reserva ACR, constituído pelos cinco participantes. Entre as várias assimetrias existentes entre eles podem ser mencionadas: o regime democrático pleno vigente no Brasil e a ditadura socialista vigente na República Popular da China; o grande poderio militar da República Popular da China e da Rússia, que juntamente com a Índia possuem arsenais nucleares e o efetivo militar juntamente com o respectivo arsenal do Brasil e da África do Sul; o crescimento do PIB da República Popular da China e dos demais integrantes. O crescimento desordenado das metrópoles brasileiras a partir dos anos 70 do século passado, impulsionado pelo êxodo rural foi superior à capacidade de planejamento, gestão e fiscalização por parte dos poderes públicos municipais, estaduais e federal. A consequência foi a falência dos sistemas de mobilidade urbana, saneamento básico, sistema de financiamento de moradias, segurança e demais políticas públicas. Entre as dificuldades enfrentadas pelos moradores das regiões metropolitanas se destacam a decadência do transporte coletivo, com ônibus e metrôs superlotados, inviabilidade prática de integração de modais de transporte e convivência pacífica efetiva entre os seus usuários, uma vez que bicicletas, motocicletas, automóveis, pedestres e ônibus muitas vezes disputam o mesmo espaço. 2
3 Países populosos como a China e a Índia, com grande disponibilidade de mão de obra barata, acrescentados de incentivos fiscais ofertados por seus respectivos governos têm atraído muitas empresas brasileiras para os seus territórios, ou ainda oferecendo componentes para manufaturados como automóveis e eletrodomésticos a preços inferiores àqueles produzidos no Brasil causam um efeito danoso em toda a indústria brasileira com fechamento de várias empresas e demissões de trabalhadores. O Custo Brasil também é um outro fator que desestimula a indústria nacional e estimula as importações dos países acima mencionados. 3
4 A expansão populacional ocorrida nas últimas décadas no entorno do município de Curitiba ocorreu ao longo dos eixos rodoviários das BRs 116, 277, 376 e 476, por meio de loteamentos, ocupações ilegais e invasões em terrenos de instituições públicas, estimulados pela facilidade de deslocamento a Curitiba por meio dessas rodovias. Essas rodovias portanto, passam a ser eixos de onde se ramificam ruas e vielas que servem aos moradores. Parte considerável dos moradores destes locais é constituída por famílias carentes que se estabelecem no entorno de Curitiba oriunda de áreas rurais de outros municípios que, por falta de uma presença mais efetiva do Estado se voltam para os líderes do tráfico de drogas e de assaltantes em busca de proteção e auxílio financeiro. Ou seja, nessas áreas a presença ineficiente do Estado é substituída pelo submundo do crime organizado. 4
5 A distribuição de renda no município de Curitiba não foge da lógica capitalista verificada em outras metrópoles brasileiras com a concentração de renda maior no centro e em alguns bairros próximos. Ou ainda em condomínios horizontais de classe média e alta em alguns bairros mais afastados. Nos bairros mais afastados a distribuição de renda é marcada por predomínio de responsáveis por domicílios de rendimentos de até dois salários mínimos. Entre as várias causas que pode explicar essa disposição se destaca a especulação imobiliária que eleva o preço dos imóveis no centro e em bairros que apresentem infraestrutura de melhor qualidade. 5
6 Segundo o decreto que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais no Brasil, Povos e Comunidades Tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. São considerados povos e comunidades tradicionais os povos da selva (indígenas) e quilombolas. O aumento da violência relacionadas a essas populações ligam-se à disputa de suas terras que, ao longo do tempo, foram invadidas ilegalmente por agricultores, madeireiros e pecuaristas que migraram do Centro-Sul do país com o estímulo do governo para expandir a fronteira agrícola. Com a demarcação de terras dos povos e comunidades tradicionais ocorrendo apenas nas últimas décadas o remanejamento dos agricultores, madeireiros e pecuaristas encontra resistência por parte dos mesmos que procuram atemorizar os indígenas e quilombolas por meio da violência como assassinatos de seus líderes e de religiosos e funcionários do governo que se colocam em defesa deles. O material rochoso, o clima, o relevo, o material orgânico e o tempo (cronológico) são os fatores envolvidos na formação dos solos. A decomposição das rochas locais ou os sedimentos transportados de outros ambientes compõe a base dos solos (as rochas decompostas ou intemperizadas). O clima atua na decomposição das rochas, seja com a umidade (intemperismo químico) ou variações térmicas (intemperismo físico). Também favorece a vida, animal e vegetal, que auxiliam da decomposição das rochas e fornecem os depósitos orgânicos ao solo. O relevo, principalmente a declividade, interfere na erosão e infiltração da água, influindo na profundidade do solo. O material orgânico dá fertilidade do solo. A camada superficial dos solos é a mais fértil, rica em húmus. É necessário muito tempo para a formação de um solo*. O tempo é um agente passivo associado aos demais fatores de formação do solo. * Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a anos para tornarem-se produtivos. ( - Acesso: ) 6
7 Os desafios para a exploração da Amazônia residem na implantação de atividades que respeitem a fragilidade e a continuidade da natureza e dos povos nativos, ou seja, o estabelecimento da sustentabilidade. Isso demanda uma série de ações, como educacionais, científicas e de fiscalização. 7
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