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1 Exercícios Propostos (págs. 43 a 45) 1.1. Pisístrato vai marcar o panorama político da 2.ª metade do século VI. Após duas tentativas falhadas para chegar ao poder, este homem instala uma ditadura que vai governar Atenas de forma arbitrária durante quase 50 anos. Malgrado todas as conotações negativas associadas às formas de governos autoritários, à época, e durante algum tempo, Pisístrato parece ter sabido tirar algum proveito do seu imenso poder. Para além de um programa cultural intenso, que sobrevalorizou muitas das festividades religiosas da cidade, como as Panateneias (referidas no documento), incrementou inúmeras obras públicas que dotaram Atenas de uma modernidade ímpar, à época. Para além disso, desenvolveu a economia da cidade, auxiliou os mais desfavorecidos e promoveu os contactos externos. Desta forma, não é de admirar que o autor afirme que: ( ) Písistrato recrutou um pouco por toda a parte colaboração armada: a resistência desvaneceu-se à simples aproximação e Atenas ficou durante um quarto de século sob um sistema de tirania com o acordo passivo da grande maioria da opinião. ; ou seja, o tirano conseguiu convencer grande parte da opinião pública da legitimidade do seu governo. Não obstante a dureza do mesmo, os Pisístratos (Referindo-se, igualmente, aos filhos de Pisístrato) compensaram a autoridade arbitrária que tinham arrogado com uma política de prestígio. Equipar e embelezar a cidade, louvar os deuses com novos templos e as massas populares com festas sumptuosas, pôr ao serviço da propaganda comum de Atenas e dos seus tiranos o herói Teseu, os poemas homéricos, o Apolo de Delos, manter a paz sem menosprezar os lucros coloniais, nem se esquecendo sequer de colocar os primeiros marcos do que irá ser o imperialismo económico e monetário de Atenas (Referência clara ao fomento económico que irá conhecer um forte impulso durante a tirania). Porém, tal arbitrariedade nunca dura muito tempo sem que os que sofrem as agruras da falta de liberdades contra ela se revoltem 1.2-.A ( ) política de prestígio ( ) a que o autor do documento faz referência, já a ela nos referimos na resposta à questão anterior. Em boa verdade, Pisístrato não fez por menos. Sabendo que a severidade e ( ) arbitrariedade ( ) da sua governação poderiam colocar em causa a sua existência e a legitimidade que tanto procurava para a sua atuação, Pisístrato trata de Equipar e embelezar a cidade, louvar os deuses com novos templos e as massas populares com festas sumptuosas, pôr ao serviço da propaganda comum de Atenas e dos seus tiranos o herói Teseu, os poemas homéricos, o Apolo de Delos, manter a paz sem menosprezar os lucros coloniais, nem se esquecendo sequer de colocar os primeiros marcos do que irá ser o imperialismo económico e monetário de Atenas ( ) ; ou seja, festividades grandiosas, exaltações de cariz nacionalista, desenvolvimento económico da pólis ateniense, sem esquecer, como é óbvio, o apego dos Atenienses ao culto dos deuses: Tudo deve ter começado pelo que era mais espetacular: as festas religiosas ( ) Se motivo houve para o convívio saudável entre os habitantes do mundo helénico, esse motivo foi a religião e o profundo fervor religioso que unia o comum dos mortais com os deuses que adoravam as suas cidades. Deste modo, cerimónias e competições variadas tornaram-se nota dominante de toda a Hélade, facto identitário de todos os seus habitantes ( ) festas sumptuosas ( ). Tal constituiu, assim, um verdadeiro fenómeno cultural dentro da Grécia Antiga, expresso, sobretudo, através do chamado culto cívico em que a adoração dos deuses e heróis de cada cidade era a face mais visível do mesmo. No caso dos Atenienses, estes veneravam os seus deuses e, a acrópole, sendo a morada de muitos desses deuses, era o local mais concorrido da cidade, só tendo como rival a Ágora. A deusa Atena, a protetora da cidade, filha dileta de Zeus, era alvo de uma veneração e adoração sem paralelo. Para além de protetora e guardiã de Atenas e dos seus habitantes era, da mesma forma, um modelo de virtudes para os Atenienses. Durante todo o ano, as oferendas, as preces, os sacrifícios feitos à sua figura eram factos correntes. No entanto, era periodicamente que este culto cívico a esta deusa se elevava a estatuto de grandes festividades solenes, as Panateneias. A procissão em honra da deusa é descrita pelos contemporâneos de forma exaustiva, sendo retratada como uma festa grandiosa, nunca vista na 1

2 cidade e em toda a Ática: (Tudo deve ter começado pelo que era mais espetacular: as festas religiosas. Antes de Pisístrato, Atenas celebrara cerimónias em honra da sua deusa, as «Panateneias», convidando todos os gregos). As filhas das melhores famílias de Atenas levavam até ao Erectéion (templo maior da deusa) o peplo (túnica) que anteriormente haviam fiado, tecido e bordado e que haveria de cobrir a deusa, expressando, assim, a devoção de todos os Atenienses Fazer a apologia de um regime de tipo tirânico pode, efetivamente, ser possível. Há quem defenda, naturalmente, as soluções políticas de tipo ditatorial e, logo, tirânicas, porque não implicam a livre escolha, por parte do povo, de quem o governa ou, sequer, como o governa. Deste modo, e de um ponto de vista puramente atual e vivendo em democracia, gozando de liberdades e direitos consignados numa Constituição e amando a liberdade, parece-nos pertinente e absolutamente natural, não defender este tipo de regimes pois que negam a mais elementar liberdade de cada um. Todavia, esta questão apela a uma reflexão, tendo em conta aquilo que nos é relatado no documento e com uma particularidade o caso da tirania dos Pisístratos, na Atenas da 2.ª metade do século VI a.c. Ora, à luz desse mesmo documento, não parece que seja muito plausível falar em estagnação, exceto se nos referirmos aos direitos dos cidadãos, durante décadas cerceados porque, e tal como afirma o autor, ( ) de facto, não há nada menos severo do que a vida da sociedade ateniense que aparece nestes vasos, no tempo de Pisístrato e dos seus filhos. ; ( ) certamente que Pisístrato utilizou a força para se apoderar do poder e Hípias o terror para se manter nele após a morte de Hiparco. ( ) Pisístrato deixou fugir os seus inimigos ou tomou-lhes os filhos como reféns ); por outro lado, é fácil apercebermo-nos que a sociedade ateniense não deverá ter tido muita vontade para se opor aos Písistratos, e temos tal facto confirmado quando o autor invoca a expressão ( ) autoridade arbitrária ( ). Visto deste prisma, podemos falar de estagnação em termos de direitos humanos. Todavia, não podemos negar as evidências e, por evidências, entenda-se o desenvolvimento em vários campos que Atenas vai conhecer sob o domínio de Pisístrato e a que o autor alude claramente no seu texto. A nível económico podemos falar de um progresso notável em Atenas, como está patente nas seguintes passagens: ( ) inumeráveis vasos pintados exportados um pouco por toda a parte ( ), referindo-se à produção de objetos de cerâmica e ao incremento da sua comercialização em massa; ( ) sem menosprezar os lucros coloniais, nem se esquecendo sequer de colocar os primeiros marcos do que irá ser o imperialismo económico e monetário de Atenas ( ), referindose às vantagens trazidas pela colonização grega, ao acesso a um vasto mercado e ao dealbar da utilização da moeda como elemento vital nas trocas económicas, o que vai fazer de Atenas a maior e mais rica de todas as cidades-estado. Por outro lado, apesar de todos os poréns, a paz fez parte do regime tirânico ( ) recrutou um pouco por toda a parte colaboração armada: a resistência desvaneceu-se à simples aproximação; acordo passivo da grande maioria da opinião( ). Finalmente, e no que respeita à qualidade de vida dos Atenienses e à cultura, Pisístrato também parece ter dado pontos, como é evidente na seguinte passagem: ( ) Equipar e embelezar a cidade, louvar os deuses com novos templos e as massas populares com festas sumptuosas, pôr ao serviço da propaganda comum de Atenas e dos seus tiranos o herói Teseu, os poemas homéricos, o Apolo de Delos (.). Em jeito de conclusão, somos obrigados, perante estes factos, a concordar com o autor quando este fala em política de prestígio. Na verdade, grande parte do esplendor da Atenas de Péricles deveu-se aos passos iniciados por Pisístrato. A questão que insiste em permanecer é: a que custo, todo esse prestígio...? 2.1. Aos 18 anos de idade, após um rigoroso plano de estudos que estava dividido por etapas, o futuro cidadão de Atenas entrava no chamado estatuto de efebia, tornando-se, desta forma, efebo, o que, significa homem jovem e dotado de beleza (física, entenda-se). Todavia, no caso ateniense, tal significava integrar a última etapa de formação do jovem ateniense, ou seja, o serviço militar de 2 anos. Só após o fim desses 2 anos, e já com 20 anos de idade, o jovem homem ateniense poderia usufruir do título inalienável de cidadão ( ) A efebia condiciona o acesso à cidadania ( ). Até aí, a educação que, desde os 7 anos, esses aspirantes a cidadãos haviam recebido, tinha providenciado um leque de disciplinas que os haviam preparado para exercerem a política ao serviço de Atenas mas, de igual forma, uma intensa preparação física para que, de facto, efebia significasse, igualmente, beleza física (pelo menos, aquela que era idealizada pelos Gregos e, na verdade, representada na sua pintura e escultura). Deste modo, o cidadão era preparado, verdadeiramente, para servir a cidade, quer enquanto político, quer (como está patente no 2

3 documento) como militar, mesmo que fossem, apenas, os 2 anos de serviço militar que eram obrigados a cumprir. No entanto, o patriotismo inerente a todo este processo é inquestionável. Senão, vejamos: ( ) Lutarei pela defesa da religião e do Estado e transmitirei aos meus cadetes uma pátria de modo algum diminuída mas mais grande e mais potente ( ). Por outro lado, somos confrontados com o cidadão dócil, obediente, no qual tanto se investiu durante anos: ( ) Obedecerei aos magistrados, às leis estabelecidas, e àquelas que forem instituídas ( ) e, ainda, com o cidadão que jamais mete em causa os seus deuses ou o culto cívico da sua cidade: Eu venerarei os cultos dos meus pais. Tomo como testemunho deste juramento as divindades Aglauros, Héstia, Enyo, Enyalios, Ares e Atena, Zeus ( ). Melhor pessoa ao serviço da cidade era muito difícil de idealizar 3.1. A repartição da população ateniense era profundamente desequilibrada, como é facilmente observável no gráfico. Na verdade, no seu auge, século V a. C., Atenas tornou-se a cidade mais populosa do mundo conhecido, atingindo perto de 400 mil habitantes (as discussões dos especialistas não são coesas acerca deste número, mas tendem para uma proporção aproximada). A reduzida proporção do seu corpo cívico é bem evidente nos dados representados no documento 3 onde os cidadãos representam a minoria da população ateniense, seguidos, quase a par, pelas suas famílias e pelos metecos, mais numerosos que todos os cidadãos, no entanto. Mais gritante é o caso dos que constituíam praticamente metade de população da cidade, os escravos, que, no gráfico, aparecem com uma larga diferença quando comparados com os outros grupos Tendo em conta as palavras daquele que foi considerado o arauto da democracia ateniense, Péricles, ou seja, que a originalidade do regime democrático residia no facto de ele não satisfazer uma minoria mas sim a maioria, parece-nos que tal entra em profunda contradição com a sociedade ateniense e o modo como esta se dividia, bem como o papel que desempenhava dentro da logística do funcionamento da cidade estado de Atenas que tanto servia de modelo a todas as outras cidades. Na verdade, todos os cidadãos atenienses podiam e deviam ser membros ativos da máquina democrática ateniense. Tal era, de facto, inédito no mundo de então e na História da humanidade. No entanto, quem eram os cidadãos? Nada mais, nada menos, do que a minoria da população ateniense, que se situava, aproximadamente, na casa dos 40 mil habitantes. Ou seja, um pequeno grupo de afortunados pelo facto de terem nascido na cidade de Atenas e serem filhos de pai e mãe atenienses, obrigatoriamente. Para além disso, este reduzido corpo cívico era apenas constituído por homens e que tivessem, requisito imprescindível, cumprido serviço militar obrigatório durante o período dos 18 aos 20 anos. As mulheres, os metecos e os escravos (uma grande parte da população da cidade, vital para o seu funcionamento e manutenção) eram completamente excluídos da vida política Os jogos a que se refere o autor são, como o próprio cita, os ( ) Jogos Pan helénicos ( ), especificando, igualmente, algumas das cidades onde estes poderiam decorrer, como Olímpia, Delfos, Corinto e Nemeia. Conhecidos igualmente como Festivais Pan-helénicos, estes jogos eram realizados em todos as cidades do mundo grego, com o intuito de honrar cada um dos deuses nacionais. De entre estes festivais/jogos destacavam-se, sem sombra de dúvida, aqueles que eram realizados em Olímpia, os Jogos Olímpicos, em honra do pai de todos os deuses Zeus. Realizados no Verão, no mês de agosto, de quatro em quatro anos, decorriam no santuário de Olímpia. Atletas adultos, jovens e adolescentes de todo o mundo helénico acorriam ao festival dos festivais, onde, para além do culto a Zeus, eram atraídos pelas competições desportivas que os podiam tornar em heróis. Todos os participantes eram, de facto, rivais nas provas em que participavam, mas era o fervor religioso que os unia num período do ano em que todo e qualquer conflito bélico entre cidades-estado conhecia uma trégua que era integralmente respeitada por todos. É este aspeto que melhor explica o caráter sagrado que estes jogos tinham Já o referimos em respostas anteriores, o quão importante era a educação dos jovens atenienses. De facto, futuro político, futuro magistrado, futuro militar e futuro atleta era um mix que se pretendia reunir no futuro cidadão de Atenas. Tal parece-nos hoje, porventura, algo utópico, sobretudo se pensarmos naquilo que é a nossa educação e aquilo que a escola confere, na realidade, a cada um de nós. Se quisermos ver a educação ateniense como elitista, tal é pertinente. Mas, pertinente é também o facto de ser uma educação que estava preocupada em conferir uma formação muitíssimo completa para os seus aspirantes a cidadãos. Podemos dizê-lo, 3

4 sem reticências, que o modelo de educação ateniense aspirava à perfeição e, tal, incluía o facto de os seus jovens estarem preparados para servir a sua cidade em todos os domínios, isto é, sendo atletas excelentes ao participarem em jogos: ( ) Os campeões podiam esperar conseguir algum dia nos Jogos Pan-helénicos de Olímpia, de Delfos, do istmo de Corinto ou de Nemeia, uma daquelas vitórias que seria o orgulho da sua cidade( ); serem políticos hábeis quando discursavam na Eclésia; serem justos e retos ao julgarem um crime ou ao avaliarem uma lei, enquanto magistrados ou, ainda, terem a coragem e a valentia necessárias para combateram arduamente contra os inimigos da cidade ( ) a equitação, o manejo das armas completavam a formação do jovem ( )). Assim, é fácil perceber que o jovem ateniense teria de ter uma educação que passasse, sempre por uma dupla funcionalidade: intelectual e física. A velha máxima mente sã em corpo são era levada muito a sério e, por isso mesmo, a formação dos meninos, adolescentes e jovens passava por áreas como a leitura, a escrita, o cálculo e a ginástica ( ) jovens treinando-se em todos os desportos atléticos que ainda hoje se praticam: lutar, correr, lançar o disco ou o dardo. Alguns baixos - relevos célebres pela sua perfeição mostram-no-los a jogar à bola, a uma espécie de hóquei ( ) num período inicial para, depois, e até aos 18 anos, integrar disciplinas tão variadas como a recitação de poemas homéricos, a oratória, a retórica, a luta, a música, o canto, a filosofia, a história, a matemática, a religião, a ciência, a política, entre outras. O papel dos Sofistas era determinante no percurso educacional de qualquer cidadão. Bem remunerado, nem todos os cidadãos podiam ter acesso a um sofista para coroar o seu percurso educativo. No entanto, era necessário conviver com eles na medida em que eram os grandes mestres da argumentação e da persuasão, características basilares em qualquer político A ordem arquitetónica representada no documento é a ordem jónica. Sendo considerada mais elegante e delicada do que a ordem dórica (mais maciça e simples), a ordem jónica caracteriza-se, como podemos ver na imagem, por uma coluna possuidora de um fuste mais alto e ligeiramente mais estreito do que na ordem dórica, encimada de um capitel de volutas em forma de caracol que, suporta, por seu turno, uma arquitrave dividida em camadas sobrepostas que formam filas horizontais e, por cima da arquitrave, um friso todo ele contínuo à volta de todo o edifício (neste caso, no que resta dele). Resta acrescentar que, no fuste, estamos perante caneluras separadas por superfícies lisas e planas que vão da base ao capitel. Teste de Avaliação 1 (págs. 46 a 49) Grupo I 1. A Acrópole ateniense, na imagem, é ainda hoje o cartão de visita de Atenas, quer pela localização em termos paisagísticos dentro da cidade, quer pela importância que teve na Grécia clássica enquanto centro vital da cidade-estado de Atenas, a maior, a mais rica, a mais forte e a mais esplendorosa de toda a Hélade no século V a.c. Numa fase inicial, a acrópole vai concentrar em si a esmagadora maioria dos lugares públicos, pela sua posição, sobretudo, em termos de relevo, dado que é uma colina bastante considerável não só em altura mas, também, em dimensão, como podemos observar na imagem. Portanto, é aí que nasce a pólis, na parte mais alta de toda a área envolvente. A partir da acrópole, a cidade disseminou-se pelas suas encostas e cresceu. Na Acrópole encontravam-se edifícios como o palácio, símbolo do poder político- militar, os templos para o culto religioso e as habitações de muitos aristocratas da cidade. De realçar que, toda esta área era circundada por uma muralha. Com o crescimento de Atenas ao longo dos séculos. VI e V a.c., a Ágora (na parte baixa da cidade) acabou por assumir o protagonismo no que toca à vida política e económica e até, em alguns casos, alguns templos foram construídos nessa área ou em seu torno. De igual modo, muitas famílias da velha aristocracia ateniense mudaram-se para ali, acompanhando uma tendência que era inevitável. Por isso, a Acrópole vai assumir-se, sobretudo em finais do século VI e durante o século V a.c., como ponto nevrálgico do culto cívico-religioso da cidade, tornando-se local de peregrinação e de verdadeira devoção religiosa para todos os Atenienses mas, também, para muitos habitantes do mundo grego. O Propileus é sinal evidente da importância deste local. Entrada monumental da Acrópole, era apenas uma preparação para a espetacularidade daquilo que se seguia, como o Parténon, o Erectéion ou a grande estátua da deusa Atena, entre outros 4

5 monumentos religiosos. Como é possível observar na imagem e ler na legenda, era aí que culminava a magnificente procissão das Panateneias, com a oferta do peplo a Atena. Que melhor lugar para a deusa dileta dos Atenienses, senão o local da cidade de onde podia vigiar, observar e guardar todos os seus habitantes? 2. A imagem representa uma cena da procissão das grandes Panateneias, festa maior, por excelência, da Atenas clássica, onde são visíveis alguns cavaleiros, representando alguns dos cidadãos que se dedicavam à vida militar, quer pela carreira que assim exerciam, quer por estarem em pleno período do seu serviço militar obrigatório. É possível apercebermo-nos, desta forma, como todos os habitantes de Atenas, livres e não livres, participavam nas festividades maiores que honravam a deusa protetora da cidade. Na verdade, as suas convicções religiosas eram de tal forma intensas que, faltar à procissão que era o culminar das festividades, era quase impensável. As Panateneias podiam ser, apenas, mais uma das muitas manifestações cívicoreligiosas de Atenas. Não o eram, no entanto; bem pelo contrário, estas celebrações eram o ponto mais alto dessas manifestações, o mais esperado por todos os Atenienses e aquele em que a sua devoção falava mais alto. Eram, igualmente, das raras ocasiões em que a mulher podia participar na vida pública da cidade. Agradar, a todo o custo, à sua deusa predileta e conseguir os seus favores, acalmar a sua ira e contribuir para a sua calma eram os fatores que moviam os Atenienses para estas celebrações. Se, em todo o mundo grego, Atena, deusa da guerra e da sabedoria era cumulada de honrarias, em Atenas, para além de ser a sua protetora, era um modelo de virtudes a seguir por todos os habitantes. Por isso, estas festas (destaque, igualmente, para as Grandes Dionisíacas, em honra do deus Dionísio) reuniam toda a comunidade de Atenas em prol do bem público. Honrando, desta forma, os seus deuses, a cidade manteria, assim, a sua paz, a sua desenvoltura, a sua grandeza. Tal justifica, muito provavelmente, a opinião de um contemporâneo, ao afirmar que Atenas era ( ) um festival contínuo ( ). 3. Entre muitas das contradições da democracia ateniense estava esta ironia de que a maioria de que Péricles tanto se orgulhava não era, nada mais, todavia, do que a minoria dos que habitavam Atenas! Ou seja, os cidadãos, com um número aproximado dos , entre uma população que rondava os habitantes! Os cidadãos tinham de ser homens, apenas, e com mais de 20 anos! Por outro lado, só eram cidadãos os que eram filhos de pai e mãe atenienses e nascidos em Atenas! Tinham de ter cumprido serviço militar durante 2 anos e, se possível, terem tido acesso a uma educação que os tivesse preparado para o exercício da cidadania. Só eles podiam possuir terras, vendê-las, arrendá-las e dedicar-se à política ou a outras ocupações, como a ociosidade que, como afirmava Aristóteles, não os obrigasse a ( ) dobrar o seu reto corpo ( ). Ora, na verdade, em situação diferente, encontravam-se os metecos (estrangeiros). Sendo em maior número que os cidadãos (aproximadamente o dobro), estes homens eram livres e podiam ser gregos ou não. Ao permanecerem em Atenas mais de um mês (o que era muito comum, devido à atividade principal da cidade, o comércio) tinham, obrigatoriamente, de se inscrever como metecos. Ativamente envolvidos nas atividades comerciais e artesanais da cidade, estes homens contribuíam, em boa verdade, para uma parte substancial da riqueza da cidade, não só devido aos seus negócios, mas aos impostos a que estavam sujeitos, como era o caso do metoikion (imposto de residência) ou de outros como, imagine-se, um imposto para poderem fazer comércio na Ágora! Não tendo qualquer direito político, não podendo sequer comprar uma habitação, o meteco, todavia, tinha os mesmos deveres financeiros que o vulgar cidadão e deveria servir o exército ateniense em caso de guerra. E é aqui que, tal como o texto descreve, o meteco se podia vir a tornar num meteco isótele, isto é, adquirir a isotelia ( ) que a estes seja dada a isotelia ( ), ou seja, o meteco era recompensado com a sua passagem ao grau de cidadão por ter prestado bons serviços, tal como é relatado no texto, na guerra ( ) A fim de que recebam justas recompensas os metecos que participem no regresso de File ( ). A partir desse momento, passavam, finalmente, a estar em pé de igualdade com os cidadãos em todos os sentidos ( ) agrada ao povo decretar que eles próprios e os seus descendentes sejam atenienses, que tenham a cidadania e sejam repartidos imediatamente pelas dez tribos: que os poderes públicos usem a seu respeito das mesmas leis ( ); ( ) direito de concluírem casamentos legais em pé de igualdade com os Atenienses ( ). O que mais choca aqui, no fim de contas, é a distinção bem vincada entre uma elite, os cidadãos, e todos os outros. Ademais, não bastava o contributo essencial dado pelos estrangeiros e a defesa, em caso de guerra, de uma cidade que não lhes reconhecia qualquer 5

6 direito, tinham de se destacar na guerra para adquirem estatuto jurídico em Atenas e poderem deixar de ser olhados como estranhos. 4. Atenas foi, de entre todas as cidades-estado (pólis) da Hélade, aquela que maior protagonismo assumiu no século V a.c. Na verdade, reuniu todas as condições para tal, em primeiro lugar devido à sua localização geográfica, porta de entrada e saída para todo o comércio do Mediterrâneo, abençoada por um porto que servia toda a cidade e o território envolvente, a Ática, o porto do Pireu. De facto, tendo em conta que a definição de pólis encerra o conceito de célula política que se estende a toda uma comunidade que se agregou em torno de um primeiro núcleo urbano e que usufruía de independência nos campos geográfico, político, administrativo e económico, Atenas acabou por materializar a união deste conceito unindo o seu território ao seu corpo populacional/cívico, chave essencial para a sua autonomia face ao restante mundo grego. Como definido por Aristóteles, Atenas possuía subsistências e abundância de inúmeras riquezas, graças à sua fortíssima atividade comercial: artes (notem-se os documentos 2 e 4), culto divino (com as suas manifestações cívico-religiosas centradas na Acrópole, visível no documento 1 e, também, no documento 2) e a política, envolvendo todos os seus cidadãos, algo inédito no mundo de então. Ou seja, aspirava (e conseguiu-o, de facto) ao ideal autárcico. Deste modo, Atenas liderava o mundo helénico a todos os níveis: demográfico (atingindo um número de habitantes na casa dos ), cultural (sendo exemplo para o mundo conhecido da época pela sua arquitetura, escultura documento 4- e cerâmica ímpares), economicamente como militarmente (veja-se, no documento 3, a referência a mais uma batalha, a de File, em que, ao que parece, os Atenienses não deixaram os louros em mãos alheias), sobretudo devido ao imenso dinheiro conseguido à custa da Liga de Delos. Coroando esta sucessão de virtudes atenienses, temos o campo político em que, também aí, Atenas deu cartas, como o primeiro Estado da história da humanidade a possuir um regime que todos os seus vizinhos invejavam e que inspirou quase todos os Estados modernos atuais: a Democracia. É este regime político inédito que introduz o conceito de cidadão enquanto indivíduo que detém aquilo a que se apelida de cidadania. Esta foi uma preocupação, de facto, deste regime, definir cidadão e cidadania. Esta passou, assim, a ser entendida como a capacidade dos cidadãos de participarem na administração e na justiça da cidade enquanto seus membros por excelência. Por isso, é na pólis grega (entenda-se, o caso mais específico de Atenas) que ser cidadão faz sentido porque ele participa ativamente na resolução dos problemas públicos da cidade, na elaboração das suas leis, e tudo porque era através do mérito e não do seu nome familiar ou da sua fortuna que ele era, efetivamente, reconhecido. Todo o cidadão tinha as mesmas oportunidades e, para tal, não se olhava à categoria social, aos bens financeiros ou à sua cultura. Por isso, direitos inalienáveis de qualquer cidadão passaram a ser isonomia, a isegoria e a isocracia. Assim, também é a pólis que lhe confere a possibilidade de se expressar, de se cultivar, de se exercitar no manejo das armas (todo o cidadão teria, uma vez na vida, de ser soldado, em tempo de guerra ou não) e no âmbito das suas capacidades físicas. Ora, se a democracia ateniense nos merece elogios e se consideramos inegável o seu contributo para o mundo dos nossos dias, também nos merece algumas reservas, pois que padecia de um sem-número de imperfeições que, no fim de contas tornavam esta democracia com limitações. Tal parece contrassensual mas, a olharmos para o caso dos metecos, abordado no documento 3, ficaremos mais elucidados. Sendo quase o dobro dos cidadãos a viver na cidade de Atenas, pagando os mesmos impostos do que os cidadãos e outros para além desses, dando a ganhar a Atenas muito do dinheiro que existia na cidade, sendo, em parte, responsáveis, pela sua prosperidade, os metecos não tinham quaisquer direitos políticos e até podiam, em casos excecionais, ser tornados escravos. Por isso, só através da isotelia (documento 3) é que os metecos poderiam adquirir o direito de cidadania. Por outro lado, as mulheres não tinham, igualmente, nenhuma oportunidade de participar na vida política nem tão pouco nas manifestações públicas, exceção feita às Panateneias, manifestação cívico-religiosa maior da cidade de Atenas, em que poderiam fazer-se notar. A existência de escravatura é outro dos pontos negros desta democracia. Sendo praticamente metade da população da cidade de Atenas, os escravos eram vistos como um produto, uma propriedade comandada pelos seus senhores e não tinham, deste modo, qualquer direito reconhecido, nem o mais elementar. Como agravante, a tortura era regularmente usada com os escravos quando, por exemplo, estes serviam de prova num julgamento. Acrescente-se a este quadro, o ostracismo e o imperialismo atenienses para vermos o quão limitada era esta democracia. No entanto, é inquestionável a sua novidade enquanto regime político que conduziu Atenas ao seu esplendor e ao seu auge no século V a.c. 6

7 Na verdade, e ironicamente, é a fortuna que Atenas vai amealhando à custa da Liga de Delos, que lhe permite manter, com pompa e circunstância, as grandes festividades, sinónimo da sua devoção aos deuses, como as Panateneias ou as Dionisíacas, bem como outras festas Áticas. O documento 2 é um testemunho dessa devoção que se cimentava com essas grandes festividades, sobretudo com as Panateneias, celebração sempre aguardada com grande expetativa e em que, durante dois dias, se prestavam as mais altas honras à deusa protetora de Atenas, Atena. De 4 em 4 anos, a festividade tinha a duração de 4 dias pautados por uma grande solenidade. A procissão com a qual terminavam as festividades, representada no friso do Parténon (documento 2) partia do bairro do Cerâmico, no centro de Atenas, e acabava na Acrópole, junto ao Erectéion, templo da deusa Atena Políade (protetora da cidade). Ora, para além destas grandes cerimónias, o tesouro da Liga de Delos serviu, ainda, para embelezar a cidade com belos edifícios públicos, do qual o Parténon, visível no documento 1, é apenas um dos exemplos, espalhados um pouco por toda a Acrópole e pela cidade de Atenas. Por outro lado, a busca incessante de perfeição e do homem ideal (motivo pelo qual a educação ateniense era um dos desígnios maiores da democracia) levou a que os escultores atenienses materializassem, no mármore, na pedra, no bronze, esse homem perfeito que acabou por ser representado pela escultura de Policleto, o Dorífero (documento 4). A tal busca que atrás referimos está bem patente neste documento em que podemos observar claramente que a arte escultórica grega no sentido almejou (e conseguiu) atingir a representação do homem perfeito, dotado de uma beleza ideal. Se repararmos, à esquerda, na 1.ª estátua, o Pugilista, não podemos ter dúvida. Os pormenores anatómicos e a expressão com que o atleta representado escuta, ouve ou observa algo são exímios. É no século V a.c. que este idealismo escultórico (como também o podemos ver na obra Hermes e Dionísio) atinge o seu apogeu, ou seja, o máximo de expressividade, movimento, elegância, beleza que tanto se almejava. Tanto Praxíteles como Policleto foram representantes exímios da ode à beleza humana, do cidadão visto na sua dimensão física, estética e puramente visual sem, no entanto, se esquecerem que, servir a sua cidade, era o objetivo máximo. Grupo II 1. Para o grego da época clássica, a lei era um princípio basilar pelo qual se regia e fonte inspiradora para a sua conduta em sociedade. Por isso, qualquer grego estaria disposto a bater-se pela lei da sua cidade, se necessário. Por isso, e tal como Hesíodo defendeu, as leis, enquanto regras orientadoras, deveriam ser quase como o ar que se respirava, ( ) deviam ser escritas, os critérios de decisão claramente definidos e as causas mais frequentes de desacordo rodeadas de testemunhas que mais tarde atestassem a verdade ( ). Tal marcaria, porventura, aquilo a que o autor do texto apelida de ( ) transição de um sistema jurídico arcaico ( ) para um sistema complexo ( ), ou seja, de um sistema jurídico marcado pela tradição oral, passado de geração para geração, para um novo que tivesse passado a compilar as leis por escrito, o que significava garantir o cumprimento das mesmas, sem interpretações pessoais que pudessem desvirtuar os princípios que estavam ligados a cada uma delas. Por isso é que Hesíodo fala em critérios de decisão claramente definidos e sugere, ainda, que os depoimentos das testemunhas que estivessem em qualquer processo ficassem registados para, se necessário, serem fonte de consulta. Deste modo, e tal como se pode ler no texto, todos ( ) conheciam as leis ( ). Nada que, hoje, nos espante e com o qual não concordemos. 2. Dadas as características que já conhecemos da sociedade grega (tomando sobretudo, como exemplo, a sociedade ateniense) que já conhecemos e que eram o principal calcanhar de Aquiles dos seus regimes políticos, nomeadamente da originalíssima democracia ateniense, esta afirmação parece-nos, em tudo, pertinente. Primeiro, porque se fala em conceitos como reputação e categoria que, inevitavelmente, conduziam a uma estratificação da sociedade, por muito que essa não fosse uma das bandeiras da democracia ateniense que sempre se vangloriou da igualdade. No entanto, e pela leitura do texto, vemos que tal fazia perfeito sentido, senão vejamos: ( ) distinção entre homem livre e escravo são particularmente impressionantes ( ); ou seja, a obsessão em diferenciar, claramente, os que eram livres e os não livres era um dado adquirido. Na verdade, os escravos eram, não o esqueçamos, vistos como instrumentos animados, como já Aristóteles defendia. Por outro lado, e insistimos neste ponto, mesmo entre os que eram livres, as distinções eram, por demais, altamente distintivas (basta recordarmos o caso dos metecos). Tal afirmação é ainda mais cabal quando atentamos nesta passagem: ( ) o processo judicial era de 7

8 um modo geral mais benéfico do que coercivo para aqueles que eram livres e cidadãos. Aqueles que não possuíam uma reputação averiguável nem condições de cidadania estrangeiros, escravos, aqueles que tinham ocupações indignas ou aqueles cuja desonra (atimia) era publicamente reconhecida não possuíam direitos, nem o direito de não serem coagidos nem o direito de pleitear ( ). Como não concordar com a afirmação do autor? Na verdade, apercebemonos de que só os cidadãos e os que, efetivamente, não tivessem tido qualquer tipo de problema com a justiça, mesmo que tivessem saído ilibados, poderiam ser membros respeitáveis (e respeitados) dentro da complexa sociedade grega. Repare-se que, inclusive, se fala de ocupações indignas, como se alguma ocupação (entenda-se, trabalho, profissão ) possa ser considerada indigna. Esta ideia aparece-nos ainda mais reforçada quando o autor refere a ( ) proteção dada pelo processo jurídico ao cidadão livre e a acentuada diferenciação deste relativamente a outras classes de pessoas muito menos privilegiadas ( ). Mais gritante é, ainda, o facto de a categoria de que fala o autor levasse a coisas como ( ) o direito de um cidadão exigir, num processo penal, ou até civil, a tortura de escravos (.). Portanto, sem comentários. 3. Inegável, e como uma das virtudes maiores, talvez, da democracia ateniense, o facto de as leis serem reunidas num corpus escrito, livres de interpretações aleatórias de qualquer um que pudessem meter em causa a sua veracidade. Por outro lado, o facto de todo o cidadão ver a lei como limite à sua liberdade, não interferindo, deste modo, com a liberdade do seu próximo, a respeitar e a tomar como regra para a sua vivência em sociedade: ( ) os cidadãos livres das cidades-estado gregas sujeitavam-se, de bom grado a muitas restrições dos seus atos pessoais que teriam ofendido os guerreiros aristocráticos de Homero. Mas sujeitavam-se de bom grado porque conheciam as leis, respeitavam aqueles que as aplicavam ( ). Dentro do campo das contradições poderíamos estar aqui a debitar inúmeros defeitos do qual padecia a democracia ateniense. Pegando no texto, salta à vista, a enorme diferenciação entre os cidadãos e os outros, entendidos, no caso do que nos é apresentado em particular, os escravos (a maioria da população de Atenas). Ultra protegido pelas leis, o cidadão vivia numa situação jurídico-social que os distanciava largamente dos demais. Por outro lado, a existência da tortura como algo aceite generalizadamente, como algo enquadrado no sistema jurídico da cidade, devidamente regulamentado, é completamente incompatível com um sistema que se queria democrático! Vejamos: ( ) Aristóteles apresenta uma lista de cinco provas ( ) que podem ser utilizadas num processo jurídico ( ): as leis, as testemunhas, os costumes, a tortura ( ); ( ) direito de um cidadão exigir, num processo penal, ou até civil, a tortura de escravos parece ter sido aceite de um modo geral ( ); ( ) se os juízes não conseguirem formar uma opinião depois de todas as provas terem sido apresentadas, podem aplicar tortura corporal aos escravos após estes terem prestado o seu testemunho na presença de ambas as partes em questão ( ). Exercícios propostos (págs. 83 a 85) 1.1. O imperador tinha um controlo total sobre todo o Império. Não tendo o dom da ubiquidade, soube, no entanto, conseguir a melhor maneira de controlar toda a área conquistada por Roma, elaborando, minuciosamente, um sistema de governação do Império, através de mecanismos (presentes no esquema) que permitiam que nada lhe escapasse, mesmo nas áreas mais distantes da cidade-mãe, Roma. Por isso, quase omnipotente e omnipresente, o imperador, qual polvo gigantesco, com os seus tentáculos, chegava a todos os locais e a todas as áreas do mundo romano. Senão, vejamos: sabendo da importância que o Senado tinha para com os cidadãos romanos e do seu apego às instituições republicanas, o imperador foi cauto e manteve essas mesmas instituições, embora sob moldes diferentes. Como verificar no esquema, Augusto manteve as instituições republicanas adaptando-as, no entanto, ao conceito de Principado, isto é, o princeps sensatus, no fundo, a figura suprema dentro do velho órgão republicano. Rapidamente, e como os membros do Senado passam a ser homens da sua confiança, tal vai-lhe conferindo autoridade acima de qualquer pessoa. Deste modo, o Senado, órgão legislativo e executivo por excelência, vai-se tornar num órgão de ratificação das decisões imperiais, apenas. Por outro lado, ao receber a tribunícia potestas, ou seja, o poder tribunício, o imperador tornou a sua pessoa intocável, qual deus (por isso, a referência a ( ) pessoa inviolável e sagrada ( ). Este poder confere-lhe, por outro lado, a capacidade de convocar os Comícios, propor novas leis e, como 8

9 corolário, dado que é o maior dos tribunos da plebe, anular decisões do próprio Senado (convocando-o e vetando as suas decisões). Na verdade, o imperador podia, se quisesse, modificar toda a composição do Senado se, porventura, pudesse achar, em algum momento, que este estaria a escapar ao seu controlo. Numa verdadeira operação de cosmética, divide as províncias do Império, concedendo parte delas para o Senado (onde os membros são escolhidos por ele!) e guarda para ele próprio as chamadas províncias imperais. Para além disto, e numa operação de progressiva assimilação das instituições republicanas, vai aliá-las a instituições de tipo monárquico que passam a estar totalmente dependentes de si e sob a sua alçada, dado que, para essas instituições nomeia apenas pessoas da sua confiança. Deste modo, áreas de governação como o exército, as finanças, a justiça e a administração terão todas aquilo a que denominamos de funcionários imperais. Em suma, já não podemos falar de uma orgânica organizacional dependente do Senado, como na República, mas de uma orgânica muito sui generis, uma orgânica imperial É fácil perceber, pela observação atenta do esquema, a diferença entre províncias de dois tipos distintos: senatoriais e imperiais. As primeiras estavam sob a alçada do Senado, instituição maior do Império Romano. As segundas estariam sob o controlo direto do próprio imperador. Ora, as províncias que ficavam sob controlo do Senado eram aquelas que já haviam sido pacificadas (embora sob o olho bem atento do imperador, que era vigilante q.b. para evitar situações que pudessem meter a sua autoridade em causa nessas províncias), enquanto que, no caso do imperador, as províncias mais difíceis de impor a Pax romana (o esquema designa-as por as de mais difícil sujeição) ficariam sob o seu cuidado até, provavelmente, darem as tréguas desejadas e aceitarem a dominação romana Na verdade, o Imperador sabia que a população de Roma não queria sequer ouvir falar de monarquia, imbuída que estava, há séculos, daquilo que representava, na sua ótica, a melhor maneira de governar Roma, ou seja, a República. Usurpar as instituições republicanas, anulá-las, despi-las da sua essência de garante da voz e das aspirações dos Romanos era, porventura, algo suicida. Desta forma, e tal como é percetível pela observação do esquema, o imperador teve o cuidado de nunca pôr fim a essas instituições. Pelo contrário, adaptou-as, numa operação bem cuidada, às instituições de tipo monárquico que vai instituindo. Na verdade, ao receber a tribunícia potestas e ao intitular-se princeps senatus, o imperador estava a incorporar na sua pele as vestes de um rei que tudo passou a controlar, perpetuando, todavia, as instituições republicanas que, supostamente, mantinham a sua atividade e as suas funções. Ora, nada de mais erróneo pensarse que essas instituições manteriam as suas atribuições tal e qual como na República! O imperador aceitava o Senado. Logo, este tinha de lhe ser absolutamente fiel. Ao poder anular as suas decisões pelo direito de veto, ao poder convocá-lo, ao propor-lhe novas leis que seriam irreversivelmente aprovadas (ou não fossem os seus membros escolhidos pelo próprio imperador), o imperador, para além de se comportar como um monarca, agia de forma absoluta. Pelo esquema apresentado, concluímos que o imperador conseguiu criar um enorme Estado totalitário, através de mecanismos que lhe permitiam controlar toda a área conquistada por Roma, elaborando, minuciosamente, um sistema de governação do Império, através de mecanismos (presentes no esquema) que permitiam que nada lhe escapasse. Não tendo uma polícia política, tão típica dos ditadores do século XX, tal não impedia, de modo algum, que não refreasse qualquer tentativa de oposição ou de insubordinação Se recuarmos até ao 9.º ano e nos lembrarmos da ascensão dos fascismos, uma das coisas que, para além de todas as características das ditaduras e de cada um dos ditadores em peculiar, marcaram estes regimes do século XX e que foi traço comum a todos a todos os líderes da extrema-direita à extrema-esquerda, foi o chamado totalitarismo, ou seja, o facto de todos os poderes estarem concentrados num só líder, de o mesmo controlar todos os setores da vida do Estado, exercendo poder sobre tudo e sobre todos. Ora, esse poder exercia-se de forma autoritária, muitas vezes discricionária, esmagando, por completo, a liberdade individual de cada um. Tal conceção de poder implicava, portanto, que a autoridade do chefe fosse considerada inquestionável ao ponto de o culto ao mesmo - culto ao chefe - ser uma das facetas essenciais para a manutenção dos regimes ditatoriais. Por isso, medidas como a repressão e perseguição aos adversários, as prisões de caráter político, a tortura, ou características como o ultra nacionalismo, a ideia velada da paz como algo efémero, pouco crível, e a defesa da força como 9

10 elemento de progresso estão adjacentes às ditaduras. Vistas as coisas desta forma, e repensando nos poderes do imperador, há um elo, de facto, entre o poder imperial e o poder encarado enquanto ditadura, enquanto Estado totalitário. Pelo esquema apresentado, vemos como o Imperador conseguiu criar um mega Estado totalitário, através de mecanismos que lhe permitiam controlar toda a área conquistada por Roma, elaborando, minuciosamente, um sistema de governação do Império, através de mecanismos (presentes no esquema) que permitiam que nada lhe escapasse. Se os membros do Senado eram homens diretamente escolhidos por si (porque da sua confiança), tal facto foi-o tornando cada vez mais forte e absoluto, transmitindo-lhe um poder ilimitado. Deste modo, o Senado, por tradição uma instituição legislativa e executiva, vai-se tornar num mero apêndice do poder imperial, que se limitará a aceitar aquilo que o imperador decidia. Por outro lado, temos que relembrar que, ao receber a tribunícia potestas, ou seja, o poder tribunício, o imperador tornou a sua pessoa intocável como se de um ser divino se tratasse (melhor exemplo de culto ao chefe parece-nos pouco provável ) Sim, há uma legitimidade inerente às palavras de Henri Van Effenterre, quando este considera que, de entre toda a história do direito romano se pode ( ) pelo menos indicar as suas grandes etapas ( ). Na verdade, o autor temporiza, claramente, essas duas grandes etapas: uma etapa monárquica ( ) tempo dos reis ( ) e uma etapa republicana ( ) Quando o desaparecimento da realeza coloca em primeiro plano ( ) as poderosas gentes patrícias e se inicia a luta entre elas e a plebe( ), com diferenças distintas entre o processo jurisdicional romano. Inicialmente, vinha-se operando ( ) toda uma elaboração jurídica ( ) em que, inclusive, se tipificaram várias vertentes do direito. O direito consuetudinário é, nessa altura, a nota dominante, ou seja, estamos a referir-nos a um direito que era transmitido oralmente, de geração em geração e que, não raras vezes, dava azo a deturpações e muitas arbitrariedades, sobretudo por parte das classes abastadas, os patrícios. Aqui, há claramente, um período definido que vai, com o fim da monarquia e o advento da república romana, cair em desuso. Com a instauração da República, fez-se aquilo a que o autor denomina como ( ) uma espécie de compilação de leis ( ). Estas passavam a estar ao alcance de todos através de um corpus documental escrito que será denominado de Lei das Doze Tábuas. Em suma, a segunda grande etapa do direito romano está aqui! O facto de as leis não se limitarem a ser transmitidas pela via oral mas, muito mais importante, ficarem registadas para a posteridade, estando ao alcance da consulta de qualquer cidadão romano Sem dúvida! Em boa verdade, não é acidental o facto do autor se referir a um ( ) monopólio jurídico do patriciato ( ) se tivermos em conta que, durante aquela época que definimos como a primeira grande etapa do direito romano, e que coincide precisamente com o período da monarquia, ser a classe patrícia que, efetivamente, foi elaborando todos os procedimentos jurídicos, atos, cláusulas, artigos, processos, entre outros e que, por isso mesmo, e tal como refere o autor, ser essa classe que detinha a legitimidade para serem os ( ) seus depositários e intérpretes ( ). Os magistrados, claro está, eram, também, única e exclusivamente, patrícios. Era deste conjunto de factos que advinham os abusos a que já nos referimos e que conduzirão, como nos é relatado no documento, às lutas entre patrícios e plebe, já no início da República Henri Van Effenterre bem o refere: ( ) A meados do séc. V, a tradição fala de comissões legislativas, triúnviros ou decênviros, que teriam estabelecido uma espécie de compilação de leis que poderiam ser utilizadas por todos, as «Leis das doze Tábuas». ( ) Mais do que um código, no sentido moderno do termo, representam um conjunto artificial de dispositivos práticos, dando a impressão de que os legisladores quiseram apresentar soluções e dar regras de direito sobre uma série de pontos considerados difíceis nessa altura ( ). Na verdade, as Leis das Doze Tábuas constituem um documento sem precedentes na História da humanidade e, sobretudo, da Antiguidade. É da luta da plebe contra a prepotência das gentes patrícias que urgiu levar a bom porto esta compilação escrita das leis romanas. A perpetuação, desde a monarquia, de um direito que não era aplicado com equidade, tinha muito de vantajoso para os ricos e poderosos das famílias patrícias em detrimento da plebe. A importância das Doze Tábuas foi de tal ordem que ainda hoje é considerada a inspiração de todo o direito civil do mundo ocidental. Neste documento já nos aparecem inscritas e fundamentadas as leis fundamentais de Roma até ao fim do Império e mesmo até depois, durante a constituição dos primeiros reinos bárbaros. 10

11 2.4. Características associadas ao direito romano, o racionalismo e o pragmatismo, estão bem presentes na sua própria génese, mas clarificam-se muito melhor após a elaboração das Leis das Doze Tábuas. Racional porque parte de pressupostos que assim lhe vão dando forma e tornandoo exequível: ( ) atos e processos receberam o seu nome, fixaram-se ritos e fórmulas ( ) e, mais importante, houve uma preocupação em distinguir ( ) as diversas espécies de direitos, gentílico, cívico, comum, sagrado ( ). O facto de os legisladores terem, aquando da altura em que se redigiram as Leis das Doze Tábuas, querido ( ) apresentar soluções e dar regras de direito sobre uma série de pontos considerados difíceis nessa altura, mostra, igualmente, a racionalidade inerente ao direito romano. A necessidade de o direito ser acessível a todos e todos o compreenderem bem, explicam bem o uso da razão em todo este processo. Prova deste racionalismo foi ainda o facto de os Romanos terem distinguido direito privado de direito público. Por isso, não é de admirar que, associado a toda esta dose de racionalidade, o caráter prático da máquina legislativa romana seja bem percetível. Na realidade, os Romanos bem o demonstram, cabalmente, quando compilam todas as leis que, até aí, estavam ao acesso da livre interpretação de cada um, num todo documental (ambivalente) As Leis das Doze Tábuas e, bem o diz o autor do documento, ( ) representam um conjunto artificial de dispositivos práticos, dando a impressão de que os legisladores quiseram apresentar soluções e dar regras de direito sobre uma série de pontos ( ). Portanto, prático, acessível, racional, o direito romano influenciou até hoje todo o mundo ocidental e a organização da justiça na maioria do mundo ocidental O autor do documento alude a ( ) grande número de delitos tanto privados como públicos ( ). Na verdade, tal afirmação tem a ver com o facto de os Romanos terem diferenciado dois tipos de direito, como já o dissemos anteriormente, o direito público e o direito privado. Assim, ao direito público cabia a organização dos assuntos relativos ao Estado enquanto que, no que concerne ao direito privado, estavam ligados todos os assuntos que tinham a ver com os particulares, desde assuntos básicos como a disputa de um qualquer bem, até assuntos mais complexos como um casamento, um divórcio, entre outros O documento 3 pretende representar uma reconstituição da Roma imperial. Num olhar mais rápido e desatento, podemos não nos aperceber de que a influência grega está bem patente nas construções de caráter público no todo urbano. No entanto, numa observação mais atenta e demorada, chegamos rapidamente à conclusão de que a arquitetura helénica serviu de base a um grande conjunto de obras públicas romanas, esmagadoramente pela observação dos templos espalhados um pouco por toda cidade. Poderíamos, todavia, escamotear este aspeto devido à presença dos arcos de volta perfeita, Ao Coliseu ou ao Circo Máximo, bem como o aqueduto. Mas não nos iludamos. Estamos, sem dúvida, perante inovações tipicamente romanas, mas tal não ofusca a igualmente visível influência grega. Sendo a cultura romana aquilo a que denominamos uma cultura de síntese, não é difícil compreender que, dessa amálgama de influências, seja de realçar a grega. Lembremo-nos que a presença grega no sul de Itália data do séc. VIII a.c. os contactos comerciais entre os dois povos grego e romano, ou melhor, itálico datam da mesma altura. Os habitantes da Península Itálica assimilaram, ao longo de décadas, a língua grega (eram as elites, para além das camadas populares, que mais faziam questão em falar a língua grega como prova da sua erudição e cultura) e usaram-na correntemente em todas as atividades do seu quotidiano. Por isso, não é estranho o facto de os modelos arquitetónicos gregos terem servido de modelo para as construções romanas, muito particularmente nos templos espalhados um pouco por toda a maqueta: colunas das várias ordens arquitetónicas, frisos, arquitraves, bases, telhados de duas águas e os inevitáveis frontões. Há elementos inovadores, com certeza, mas os que saltam à vista são, sem dúvida, os que constituem o legado helenístico Os Romanos não se limitaram a copiar os elementos mais notáveis da arquitetura grega. Se tal constituiu uma base para a edificação de muitos dos seus edifícios públicos, não impediu, todavia, que as inovações pontuais e fruto de um gosto estético e apurado sem limites, se atrevesse a arrojar e a lançar novos desafios no conjunto edificado das cidades romanas. Na imagem que nos é apresentada, para além do arco de volta perfeita, visível em muitas das construções, podemos apontar outros elementos que são tipicamente romanos. É o caso das chamadas pilastras, uma adaptação da tradicional coluna mas que é, digamos, engolida por parte da parede da chamada cella, tornando-o numa coluna que, aos nossos olhos, nos surge como cortada a meio por uma parede e incrustada nessa mesma parede; por outro lado, temos 11

12 igualmente, uma maior monumentalidade dos edifícios que, parecendo maiores, não é propriamente esse aspeto que leva a esta ideia, mas o facto de muitos (incluindo alguns templos) estarem elevados sobre estruturas a que designamos podium, ou seja, o efeito era elevar o edifício, dando-lhe um toque de imponência e, logo, de maior monumentalidade; finalmente, e podemos verificá-lo na imagem, o todo monumental surge aos nossos olhos com mais brilho de, aparentemente, mais luminoso. Isto resultava do facto de os Romanos terem começado a normalizar o uso de novos materiais para a construção dos seus edifícios, como o betão que, sendo pouco agradável à vista, era coberto, posteriormente, por mármore e por outros revestimentos mais vistosos, de forma a esconder a fealdade do betão (repare-se no Coliseu, à direita). Por isso, aquela sensação quase assética ao olharmos para a imagem. Podemos ainda distinguir, na imagem, contruções como o Circo Máximo, anfiteatros, pontes, aqueduto ou, até, obeliscos (algumas colunas isoladas, de dimensões consideráveis). Podemos também referir outros elementos arquitetónicos como as cúpulas ou os arcos de triunfo Os Romanos serviram-se, tal como os Gregos, do relevo, embora em circunstâncias diferentes. O que os une é a visão do mesmo como elemento decorativo mas o que os separa é o facto de os Romanos pegarem no relevo para o usarem como objeto propagandístico do Império com uma função principal: narrar os grandes feitos do povo romano e glorificar as virtudes e qualidades dos seus generais e imperadores, numa evidente prova do culto ao chefe e de um ultra nacionalismo sem paralelo. Ora, este tipo de relevo vai chamar-se de relevo histórico-narrativo, devido ao que dissemos anteriormente. Utilizado, na sua maioria, em construções ditas comemorativas (como os arcos de triunfo), este relevo permitia que ninguém olvidasse a História romana pelo simples recurso ao contacto visual com estas inscrições e desenhos, que faziam parte da paisagem urbana de toda a cidade romana. Na imagem que nos é apresentada, vemos a exaltação da força dos Romanos na conquista de uma das províncias que mais lhes custou a ganhar, a Dácia. Note-se a expressão do legionário romano, impávido, severo e, pelo contrário, a expressão do soldado Dácio que, com ar algo sofredor, antevê a sua derrota. Teste de Avaliação 2 (págs. 86 a 89) Grupo I 1. A resposta cabal a esta questão é, sem dúvida, não! Escravatura, tortura, divisão entre uma justiça privada e uma justiça pessoal, intromissão cada vez mais retumbante do imperador em todo o sistema jurídico romano? Parece-nos que, de pragmático e pacificador, o direito romano, tal como é exposto no texto, nada tem. Não duvidemos, desde já, que o direito foi uma das maiores criações dos romanos. Sem qualquer margem para dúvida, espelhou o desejo de gerações que viram compiladas todo um conjunto de normas jurídicas (que a Lei das Doze Tábuas materializou) que regulavam a vida quotidiana no mundo romano. É comum dizer-se que o direito romano mostra, no seu grau mais elevado, o pragmatismo e espírito metódico dos romanos. De facto, ao definir os princípios basilares a que todo o cidadão romano deveria obedecer, ao tipificar toda uma série de áreas de aplicação do direito, ao passar para segundo plano o velho direito consuetudinário, o direito romano atinge o seu apogeu durante a República para, durante o Império, ir a pouco e pouco tornando-se num mero cartão-de-visita do mundo romano, diríamos quase um acessório. Portanto, o pragmatismo inicial do direito romano e que presidiu à elaboração da lei das Doze Tábuas não está em causa. Tampouco o está a sua vertente metódica. Todavia, o texto mostra-nos o quão particular se tornou o direito romano com o advento do Império. Pacificador? Nada. O Estado castrou o direito romano ( ) processo cognitio extra ordinem, em que o Estado controlava totalmente as ações judiciais ( ) as partes em litigio deixam de controlar o processo ( ). Depois, a tipificação de novos crimes ( ) certas ações passaram a ser consideradas crimina ( ) e estes conflitos distinguiam-se de disputas puramente privadas conhecidas por iudicia privata ( )) punham em causa a homogeneidade das leis da aplicação da justiça e da sua idoneidade. A passagem do texto que melhor mostra que a tentativa de tornar o direito em algo que era aplicado a todos, em dose e medida iguais, acabou por se desvanecer, quando o autor afirma que ( ) Grande parte do processo judicial ( ) apenas se pode interpretar do ponto de vista da «justiça» privada ( ). 12

13 2- Se a Lei das Doze Tábuas conferiu ao direito romano a legitimidade para se tornar o modelo jurídico para o mundo desenvolvido do ocidente nos séculos que se lhe seguiram, ela foi, também o melhor exemplo do pragmatismo romano. Na verdade, a República foi o campo onde se modelou o modelo de jurisprudência romana, de modo a acabar com todas as ilegalidades e incongruências associadas ao modelo de direito consuetudinário que, até essa época, predominava. Portanto, a partir da Lei das Doze Tábuas, o direito romano tornou-se mais justo, prático, metódico e ajustado a toda a população romana. Tal não passou, no entanto, de uma miragem que rapidamente se desvaneceu com o começo do Império e do regime arbitrário que lhe passou a estar associado. O autor do texto mostra que há, de facto, uma progressiva desvalorização do legado deixado pela Lei das Doze Tábuas. Comecemos pela tortura tida, malgrado, como algo banal em Roma que, no entanto, se vai começar a estender ao cidadão livre: ( ) Os homens livres, inicialmente salvaguardados da tortura ( ), passaram a ficar sujeitos a ela em caso de traição durante o Império e, mais tarde, num espetro cada vez mais largo de casos determinados por ordem imperial ( ). Por outro lado, a arbitragem voluntária ou comunal conduziu à arbitragem imposta pelo Estado nas legis actiones (modelos de ação judicial) depois de um processo formal mais alargado e, por fim, ao processo cognitio extra ordinem, em que o Estado controlava totalmente as ações judiciais ( ); prova cada vez mais a intromissão do Estado (logo, do imperador) nos processos judiciais. A mão imperial esmagava, assim, os regulares mecanismos jurídicos que a República se havia esforçado por criar: ( ) o simples cidadão que desempenha as funções de árbitro é substituído por um funcionário público nomeado pelo imperador ou por um funcionário com um alto cargo na administração imperial ( ). O episódio que, no final do texto, nos é descrito pelo autor é a prova mais que evidente do que acabamos de afirmar. O exemplar direito romano passou a estar refém do imperador e dos seus caprichos. Por isso, e em jeito de conclusão, o autor afirma que ( ) O imperador podia não só ditar a lei, mas também fazer exceções à lei que não reconheciam necessariamente os antigos privilégios republicanos do homem livre ( ). Grupo II 1. Dentro do mundo que, a pouco e pouco, ia ficando sob o jugo romano, muitos foram os fatores de consolidação da adaptação dos povos conquistados ao seu novo líder: Roma. Comummente conhecidos como agentes de romanização (porque romanizaram e, logo, cimentaram as relações entre conquistados e conquistadores), estes fatores foram uma prova da inteligência romana e do seu espírito integracionista face às regiões que iam dominando. Rapidamente seduzidos pelo modo de vida dos Romanos, a esmagadora maioria dos povos conquistados ansiava por ser vista como romana. Assim, a administração romana foi uma arma bastante eficaz para levar a cabo a concretização dos desejos dos povos submetidos a Roma. Dessa maneira, concedia-se um voto de confiança por parte de Roma aos que dela ainda duvidavam, ao conceder, por exemplo, o título de província a muitas das áreas conquistadas e, de seguida, dentro das províncias, à concessão do título de cidade. Traçavam-se, assim, no Império, os quadros administrativos que iriam durar séculos. A administração da Hispânia (abordada no documento 1) vai, desta forma, dar o pontapé de saída a todo este processo administrativo. Tal como podemos ler neste texto, é Plínio, o Velho, quem faz a primeira sistematização da engrenagem administrativa romana ( ) Com Plínio, o Velho, podemos considerar três tipos de cidades peregrinas: federadas (ou, muitas vezes, «livres e federadas»); livres; estipendiárias( ). Apesar desta aparente liberdade concedida por Roma, ( ) As cidades estipendiárias não podiam fazer mais do que aceitar a condição que Roma lhes impunha; elas não dispunham mais do que, na verdade, uma autonomia ( ). No entanto, podemos perceber que as cidades federadas e livres ou livres e federadas tinham, de facto, uma maior margem de movimentação para reclamarem, por exemplo, mais benesses, mais direitos porque, e tal como diz o autor do documento 1, ( ) eram exteriores às províncias ( ). A importância de ser município era, no entanto, muito importante para a cimentação do processo de romanizar as áreas conquistadas dado que, uma povoação que adquirisse o estatuto de município veria reconhecido o direito de se administrar segundo regras semelhantes às da capital Roma. Que processo melhor para que os seus habitantes fossem reconhecidos como cidadãos romanos e se sentissem como tal? 13

14 2. O exército romano foi, por excelência, num sentido um tanto ou quanto metafórico, a massa física que materializou os ideais expansionistas de Roma. É o exército romano, com a sua força avassaladora, disciplina ímpar, rigor no seu modus operandi, treino intensivo (como podemos observar na reconstituição representada no documento 2) e, pormenor aparentemente pouco significativo, com um manancial de armas, táticas militares e um equipamento para combate (também no documento 2) que os tornava, efetivamente, os melhores do mundo conhecido à época. Por isso, o seu papel na construção do Império foi praticamente providencial. Em boa verdade, os legionários romanos são, como mais uma vez é percetível no documento 2, uma máquina de guerra super bem treinada, super disciplinada e super organizada que, após o combate, e em particular nas províncias de mais difícil sujeição aí se instalavam, com fortíssimos contingentes militares. São eles quem iria zelar para que não houvesse focos de instabilidade que pudessem conduzir a situações de insubordinação nos povos conquistados por Roma. É desta forma que se compreende que tenham sido os soldados/legionários os principais agentes de romanização e da manutenção, durante séculos daquilo a que denominamos por Pax Romana. Era, portanto, perfeitamente normal que, após o vigor bélico das suas primeiras investidas em terras que desejavam suas, se tenham instalado, com as suas legiões, durante períodos de vários anos e até, por vezes, para o resto das suas vidas, em acampamentos que tinham praticamente todas as condições de uma cidade. Foi assim, que, a bem ou a mal, as regiões conquistadas, mesmo as mais rebeldes, foram pacificadas. Com a análise do documento 3, apercebemo-nos da força do exército romano e de como era quase impossível este ver-se enfraquecido, mesmo que, esporadicamente, pudesse sofrer, como era perfeitamente possível, perdas. Na verdade, ao integrar os povos conquistados no Império, ao estender a sua administração, o seu modo de vida, ao conceder o grau de cidadão aos povos conquistados, os Romanos sabiam bem o que estavam a fazer. Não se tratava apenas de os pacificar, de os fazer sentir como parte integrante do mundo romano mas, e muito importante, de perpetuar a incorporação de mancebos no seu exército (ou seja, era-se um cidadão romano, era-se igualmente um militar em tempo de guerra!). O documento 3 permite-nos concluir que, à medida que o número de cidadãos vai aumentando, assim vão aumentando os homens considerados aptos para o combate (entre 15 e 45 anos) e, logo, o número de militares em milhares (sendo o maior número atingido em 47 d.c.) embora o maior número de adultos tenha sido em 6 d.c. A extensão da cidadania romana a todos os habitantes do Império só contribuiu para isto: ter também um maior número de militares incorporados! Por isso, um exército sempre renovado, sempre ativo, sempre pronto para cumprir o seu dever. 3. Após a truculência da expansão de Roma e sua metamorfose num território que se alargou muito para lá da Península Itálica, o maior e mais durável império de toda a história da humanidade estava formado. Se, inicialmente, os motivos para esta expansão de Roma foram meramente defensivos, como forma de proteção dos vizinhos dos romanos no território do Lácio, após isso, o desejo de conquistar mais território não mais os largou e a sede de ganância, glória, poder e o desejo que se foi fermentando de tornar todo o mundo conhecido numa Grande Roma estiveram por detrás da formação do império. A expansão foi lenta (cerca de 700 anos) mas contínua. Assim, ao fim deste período de tempo, o Mediterrâneo ficou cercado pelos romanos que, durante séculos, deram-se ao luxo de apelidar de Mare Nostrum (O nosso mar) o mar Mediterrâneo. Na verdade, três continentes - Europa, Ásia e África - foram dominados pelo fortíssimo exército romano que, organizado, disciplinado, muitíssimo bem treinado para qualquer situação de combate (documento 2) foi um dos grandes responsáveis (talvez o maior) pela pacificação das áreas conquistadas e respetiva integração no império. O autor do documento 1 bem realça como, mesmo as regiões, digamos, mais insubordinadas, acabaram por se vergar perante a pesada mão do exército romano ( ) César ( ) reduzirá a Gália a província ( ). Para a prossecução e manutenção deste vastíssimo e duradouro império, o exército romano, para além do que já foi dito, mantinha-se constantemente renovado e, digamos, refrescado de sangue novo, ou não fossem as benesses concedidas pelo imperador às áreas conquistadas, sinónimo de algo mais. Na verdade, a progressiva extensão da cidadania aos novos territórios que iam sendo integrados no seio da mãe Roma, tinha também um outro fito que não se resumia ao facto de querer pacificar os povos conquistados e dominados. Na verdade, e como podemos observar no documento 3, ter um maior número de cidadãos significava ter, igualmente, um maior número de legionários integrados nas legiões e, logo, um reforço continuado do poder dos militares. Não devemos, por isso mesmo, questionar como foi possível a consolidação de um espaço imperial tão 14

15 vasto. Sede de vitória, glória, riquezas, ganância, mais o especializadíssimo exército romano, eis a combinação perfeita. Ora, à medida que se conquistava, também se romanizava, ou seja, procedia-se a um inteligente processo de integração (visto como o melhor e mais eficaz meio de pacificar os recém-conquistados) que, tal como a expressão romanização nos indica, tinha como objetivo romanizar o que não era romano! E note-se que não foi apenas um processo que envolveu os hábitos e costumes das pessoas mas, igualmente, as próprias paisagens, num procedimento alargado, quase global, que vai fazer parte de todo este processo. No fim de contas tratava-se de uma completa assimilação da cultura romana que, desta forma, transformou o espaço imperial num todo homogeneizado com a mesma língua (latim), os mesmos hábitos e costumes, a mesma religião/religiões, a mesma administração (como no caso que nos apresentado no documento 1), as mesmas leis (como a lei de cidadania, já mencionada anteriormente), e até as mesmas infraestruturas que iriam servir uma população que ansiava por viver à maneira romana e isto implicava viver em cidades, quer fossem, como é referido no documento 1, livres, federadas ou estipendiárias. A Península Ibérica, conquistada entre os séculos I a.c. e I d.c., ficou conhecido como o território, na opinião de muitos historiadores, mais romano dos territórios conquistados depois da própria Itália. Na verdade, a Península Ibérica, após a dura resistência ao avanço romano, tornou-se num espaço que, dentro do Império, foi exemplar em termos culturais e civilizacionais, sendo modelo para a grande maioria das outras áreas debaixo do controlo romano. A administração da Hispânia (descrita no documento 1, quando se citam os dados de Plínio, o Velho) vai, assim, marcar a consolidação de todo este processo. O estatuto de município era tremendamente importante para a cimentação do processo de romanizar a Península já que, uma povoação que adquirisse o estatuto de municipia veria reconhecido o direito de se administrar segundo regras semelhantes às da capital Roma. Desta forma, os seus habitantes eram automaticamente reconhecidos como cidadãos romanos (aspiração maior de todos os habitantes romanizados) Por isso, os centros urbanos que aí vão ser constituídos ( ) Para as Espanhas, Plínio, o Velho, transmitiu-nos números precisos, provenientes de estatísticas oficiais do começo do Império. Na Bética, em 129 comunidades peregrinas, 3 eram federadas, 6 livres; na Tarraconensis, não havia mais do que uma cidade federada, nenhuma livre; as 36 povoações peregrinas da Lusitânia eram todas estipendiárias ( ) serão verdadeiras imitações de Roma que, em quase nada (talvez não em extensão. Roma era um gigante que havia atingido o milhão de habitantes à entrada do séc. I d.c.) ficavam atrás da monumentalidade e esplendor da metrópole (note-se o documento 2 onde o Teatro de Mérida, em Espanha, bem comprova o que acabamos de dizer). A introdução do modo de vida romano foi lento e foi direcionando-se de este para oeste, desde as costas do mar Mediterrâneo até às costas do Atlântico. O território peninsular foi visto, depois de dominado, uma terra de oportunidades para antigos soldados, por exemplo, e outros romanos da própria Península Itálica que olhavam para a Hispânia como uma espécie de terra prometida. Por isso, o processo de miscigenação com as populações locais foi algo que aconteceu com bastante frequência e daí resultaram, por exemplo, muitos casamentos entre soldados e mulheres das populações nativas que cimentaram profundamente os laços entre os Iberos de origem e a cidade mãe, Roma. Todo este processo acabou por atrair para o território peninsular muitos comerciantes que tiraram proveito da presença de muitos legionários na região e do seu estabelecimento, para começarem/refazerem as suas vidas. Desta forma, a difusão do modo de vida romano acentuou-se ainda mais, dando azo a uma espécie de território irmão de Roma. Por outro lado, a constituição de clientelas locais, foi uma forma bem sucedida de familiarizar as populações locais com o modo vida dos romanos. Resta uma referência à política de urbanização, que transformou por completo a península (numa perspetiva meramente paisagística) num território todo ele renovado à imagem de Roma. Os testemunhos daquilo que foram as faces mais visíveis da presença dos municípios em território peninsular ainda hoje podem ser encontrados em todo o território peninsular, não só as famosas vias calcetadas, os fóruns, os edifícios para lazer e divertimento mas, também, as infraestruturas necessárias ao desenvolvimento de muitas atividades económicas que foram intensamente desenvolvidas em território ibérico como a imagem que temos presente no documento 4 - tanques para salga de peixe -, entre muitas outras construções de grande utilidade para o cidadão comum (sim, porque o pragmatismo romano também chegou à península ). Portanto, e em jeito de conclusão, na Península Ibérica, o processo de aculturação/romanização foi quase perfeito e, de tal modo, que a romanização irá persistir muito parar além da queda do Império Romano. 15

16 GRUPO III 1. O culto ao imperador é bem visível nesta que foi uma das inúmeras moedas que circularam por todo o Império Romano e uma das faces mais visíveis do dinamismo que caracterizou a economia do império, uma economia de feições verdadeiramente monetárias. É mesmo neste pequeno objeto que se propagava, então, o culto ao imperador, glorificando todas as suas virtudes, os seus poderes, enfim, tudo aquilo que fazia da sua figura alguém que tivesse a legitimidade total para ser aceite como o senhor absoluto e único de todo o império. Senão, vejamos: o seu caráter divino ( ) eleito dos deuses ( ); ( ) Sumo pontífice ( ); a sua capacidade de liderança inquestionável ( ) vencedor dos Germanos ( ); ( ) vencedor dos Dácios ( ); (..) general vitorioso ( ); ( ) cônsul pela quinta vez ( ) e repara-se no ênfase colocado em ( ) quinta vez( ) ; ( ) pai da pátria ( ); o homem que legisla e auxilia o direito romano ( ) poder de propor leis ( ). É a verdadeira elegia ao chefe, à sua essência e ao Estado por ele representado. Por último, resta acrescentar uma verdadeira tentativa de divinização do imperador ( ) Trajano, filho de Nerva ( ). Concluindo, nesta moeda podemos observar a promoção nítida a algumas das chamadas virtudes imperiais, ou seja, de alguns dos benefícios que o imperador havia dado ao mundo e aos habitantes do império; neste caso em particular, a glória e a justiça. 2. Os poderes do imperador eram ilimitados. Esta poderia ser a expressão ideal para caracterizar a amplitude dos poderes imperiais. A moeda em honra de Trajano, enquanto objeto de culto, não se limita a promover e deificar a sua imagem, fazendo jus ao seu imenso poder dentro do império. Ela é, igualmente, uma forma de perpetuar, em todo o império, a ideia de que o chefe é intocável porque não há poder que o mesmo não detenha, ou seja, o seu poder chega a todo o lado e toca a todos. Depois de consolidado o poder imperial com Otávio César Augusto, o poder dos imperadores tornou-se inquestionável e foi esmagando as velhas instituições republicanas. Não querendo, todavia, mostrar ao povo romano (que odiava a monarquia) que desprezavam a tradição republicana, os imperadores mantiveram, meramente como objeto decorativo, as suas instituições políticas, como o Senado, por exemplo. Não obstante, e repare-se na moeda, Trajano não tinha problemas em se auto intitular como César (Rei). Contradição, portanto. Por outro lado, o Senado passou a estar, progressivamente, nas mãos do imperador já que este podia modificar a composição do mesmo, excluindo desse órgão os elementos que não fossem do seu agrado. Quando a moeda refere ( ) poder de propor leis ( ) está inequivocamente a referir-se ao poder de princeps senatus que os imperadores passaram a ter, ou seja, a figura mais importante dentro do velho órgão republicano. Tal facto vai-lhes conferindo autoridade acima de qualquer pessoa. Assim, o Senado, órgão legislativo e executivo por excelência, vai-se tornar num órgão que apenas aprova as decisões do Pai da pátria. O imperador era, de igual forma, o sacerdote dos sacerdotes, por isso o Eleito dos deuses e o Sumo Pontífice ; logo, uma pessoa intocável, um verdadeiro deus, já que ( ) filho de Nerva( ). Resta apontar o facto de o imperador ser o chefe supremo do exército: ( ) Vencedor dos Germanos ( ); ( ) Vencedor dos Dácios ( ) e ( ) General vitorioso ( ). Exercícios Propostos (págs. 108 e 109) 1.1. Tertuliano manifesta-se indignado e até ofendido com o tratamento que era dado aos cristãos pelos seus congéneres Romanos. Na verdade, sendo tão cidadãos como o cidadão de Roma, os seguidores do Cristianismo eram os bodes expiatórios de todos os males que aconteciam no seio do Império. Na exposição que nos é feita por Tertuliano, percebe-se que os cristãos são olhados com desprezo e desconfiança e vistos como pessoas que não interessavam, nem tampouco contribuíam, na ótica dos Romanos, para a economia do Império: ( ) gentes inúteis para os negócios ( ); ( ) como podemos parecer-vos inúteis para os vossos negócios, já que nós vivemos com vocês e de vocês ( ). Para elucidar os Romanos, Tertuliano tenta, da forma mais simples, fazê-los perceber que eles são tão Romanos como todos os outros: ( ) Como poderíamos nós sê-lo, nós que vivemos com vocês, que temos a mesma alimentação, o mesmo vestuário, o mesmo género de vida que vocês, que estamos debaixo das mesmas necessidades da existência? ( ); ( ) Com vocês, nós navegamos, com vocês nós servimos como soldados, nós trabalhamos a terra, fazemos o comércio: do mesmo modo, nós trocamos com vocês os 16

17 produtos do nosso artesanato e do nosso trabalho ( ). Na verdade, parece que nada do que os cristãos faziam os poderia colocar em pé de igualdade com qualquer outro habitante do Império, porque a estigmatização que era feita aos mesmos, impedia qualquer vislumbre de tolerância para com eles. Assim, tanto fazia, como diz Tertuliano, ( ) frequentar o vosso fórum, o vosso mercado, as vossas lojas, as vossas hospedarias, as vossas feiras e outros sítios de comércio ( ) ou, mais do que isso, prestar, de facto, serviços públicos ao, e em nome do, Império, como ser soldado nas legiões, que nada abria os olhos às autoridades romanas! Por isso, Tertuliano não compreendia, de todo, o que tinham contra os cristãos: ( ) Sinceramente, eu não o compreendo ( ) Entre muitos dos motivos que levavam os Romanos a desprezarem os cristãos e a vê-los como uma seita perigosa e nociva para a sociedade romana destacava-se, sem dúvida, o facto de os cristãos não serem, nem aceitarem, o politeísmo dos Romanos. Mais grave ainda, aos olhos das autoridades romanas, era o não reconhecimento do imperador como uma entidade divina e, logo, ao qual não se sentiam obrigados a prestar qualquer culto. Ou seja, não se tratava apenas de não reconhecerem os tradicionais deuses romanos mas, ao mesmo tempo, não olharem para o imperador como senhor omnipotente e que estava acima de todas as coisas e de todos os seres. Como é que, perguntavam-se os Romanos, um mendigo, pobre, esfarrapado e inofensivo, como o havia sido Jesus Cristo, poderia ser considerado como o filho de Deus na Terra e adorado e venerado como o mais perfeito dos homens, estando acima do próprio imperador? Na verdade, ninguém compreendia este apego dos cristãos a Jesus e o seu culto monoteísta. Tertuliano mete mais uma acha na fogueira ao afirmar exatamente aquilo que incomodava os Romanos: ( ) Nós lembramo-nos que devemos a nossa existência a Deus, como ao Senhor e ao Criador de todas as coisas: não há um único fruto das suas obras que nos rejeitemos. Unicamente, guardamo-nos de, em nome Dele, praticar excessos ou abusar ( ). Ou seja, um indigente, como era considerado Jesus Cristo na visão dos Romanos, era tratado, na voz de Tertuliano (e na de todos os Cristãos) como Deus, Senhor e Criador de todas as coisas, algo que era, à época, não apenas politicamente incorreto mas, pior ainda, considerado um crime, dada a evidente negação do poder imperial enquanto autoridade religiosa. Quando Tertuliano, de seguida, acrescenta que os ristãos não cometem excessos ou abusos em nome de Deus, referir-se-ia, muito provavelmente, ao facto de não concordarem, de modo algum, com os rituais, oferendas, sacrifícios, jogos e festas que, durante o ano inteiro, Roma dedicava ao imperador. Como eram apologistas da paz, adeptos da não violência, naturalmente que não aceitavam, nem viam com bons olhos a guerra como meio para submeter nenhum povo, região, algo que contrariava tudo aquilo que, para os Romanos era lógico, normal e, sobretudo, inquestionável São muitos os motivos que levaram à derrocada do Império Romano. De entre eles, podemos apontar aquele que está ligado à anarquia reinante dentro do exército imperial. Na verdade, as tropas que tão bem conhecíamos como as mais disciplinadas, as mais rigorosas, de todo o mundo conhecido e as verdadeiras responsáveis pelo colosso romano, haviam-se tornado, muito particularmente a partir do séc. III d.c., nos coveiros do Império. Desobediência, desrespeito, traição, fraqueza e uma completa falta de sentido de dever caracterizavam, agora, o novo exército romano. Em nome do dinheiro, que era quem ordenava qualquer ação mais consentânea, a soldadesca assassinava imperadores e aclamava outros, fazia desaparecer generais e, de um momento para o outro, nomeava outros. A troco de dinheiro, os eficientíssimos legionários romanos haviam-se transformado em verdadeiros mercenários que, na verdade, se vendiam a qualquer preço. Ora, esta situação acarretou outra, inevitável, e que foi a profunda crise política em que o Império mergulhou, um verdadeiro abismo que haveria de colocar o Império no caminho do seu término. De facto, a partir do final do século II e século III adentro, não mais pararam os sucessivos assassinatos de imperadores que se sucediam a um ritmo alucinante, sobretudo na centúria de duzentos. O Senado, já até aí um órgão coarctado pelo poder imperial, viu-se completamente impotente para repor a ordem e pacificar as hostes. Era, portanto, uma mistura de fatores que funcionou com uma força explosiva: anarquia militar e instabilidade política O baixo-relevo persa coloca em evidência o seu rei, Chapur I, senhor muito provavelmente dos povos Sármatas, oriundos do atual Irão, numa altura em que o Império Romano passava por um dos seus períodos mais conturbados, caracterizados pela anarquia militar e por uma tremenda instabilidade política que deixou o Império tremendamente fragilizado. A juntar a este quadro por demais negro, os povos que, para lá dos limites do Império, sempre tinham sido compelidos a 17

18 manterem-se no seu lugar, davam agora sinais de avanço, sobretudo pela inatividade do exército romano que, algo desgastado e desabituado do campo de batalha, após longas décadas de relativa paz, não contava com as investidas que começaram a assumir caráter de uma violência ainda não sentida no espaço imperial. A pax romana abria brechas no seu seio e, em muitos casos, tal como podemos ver representado na imagem, os imperadores foram obrigados a chegar a alianças com alguns dos povos bárbaros com o fito de conseguirem aliados ou, por outro lado, evitar a todo o custo, mais invasões devastadoras em território romano. Na verdade, e pela posição do imperador Valeriano, ajoelhado, braços abertos, nota-se a fragilidade em que Roma se encontrava. Valeriano reconhece a superioridade de um rei bárbaro que é representado com todo o seu esplendor e numa nítida postura de força face, provavelmente, à humildade do imperador A imagem representada no documento 3, uma escultura, mostra-nos as figuras que estiveram ligadas ao sistema político que ficou conhecido como tetrarquia imperial. Dois augustos (Diocleciano e Maximiano) e dois Césares (Galério e Constâncio Cloro), abraçam fraternalmente os segundos, como sinal da sua proteção e afeto. O perigo bárbaro começa a afetar o Império durante as últimas décadas do século III. Na verdade, a pax romana, de que tanto se vangloriaram a épica e a historiografia romanas, começou a ceder face à pressão de povos que viviam para lá dos limes romanos e que, há muito, cobiçavam as riquezas do mundo romanizado. Conjuntamente com um exército enfraquecido por lutas internas e por uma grave crise política, o Império enfrentou tempos muitíssimo conturbados que, no entanto, se atenuaram com o imperador Diocleciano, a partir de 284. Parecia que os bárbaros tinham sido definitivamente afastados dos limites do Império e não trariam mais problemas. No entanto, o problema, e do qual Diocleciano tinha plena consciência, era o gigantismo de que o Império padecia. Em boa verdade, o tamanho de um território tão extenso poderia constituir uma ameaça (as ameaças dos bárbaros e as suas investidas junto aos limes, haviam-no provado) para a sua sobrevivência a longo prazo. É por isso que, numa decisão inédita, Diocleciano decide desdobrar a autoridade imperial, ou seja, associase, antes de mais, com Maximiano que, automaticamente, passou a ter o título de Augusto, tal como o primeiro. Num curto espaço de tempo, cada um dos Augustos, acabou por adotar um sucessor, que receberia o título de César (Galério e Constâncio Cloro). Os quatro haveriam de partilhar entre si a administração e a defesa do Império. Sinal dos tempos ou não, a tetrarquia foi a prova evidente de que o Império não era indestrutível e, mais, estava fragilizado e enfraquecido. Se um imperador, sozinho, não conseguia dar provas daquilo que, durante séculos, vários imperadores haviam dado, ou seja, de segurança, força e um espírito de liderança ímpares, a unidade imperial estava seriamente em questão. O perigo já não espreitava só de fora mas, também, dentro do próprio Império que sofria, agora, de uma profunda crise de consciência O título do documento 4 diz tudo (ou quase tudo). Afinal, os temíveis ameaçadores da unidade do Império, os denominados Bárbaros, estavam inseridos no próprio exército romano! ( ) Nós temos sido protegidos por exércitos compostos de bárbaros loiros ( ). Para maior admiração, o autor do documento salienta que, digamos, os bárbaros - legionários ( ) são exatamente da mesma raça dos nossos escravos ( ). A descrição de Sinésio de Cirene corresponde aos povos Germanos, aqueles que, a norte do Império, na zona compreendida entre o mar Báltico e englobando as áreas dos rios Reno, Vístula e Danúbio, são os pioneiros das primeiras investidas bárbaras contra o espaço imperial. Ora, estas investidas eram, amiúde, feitas de forma mais ou menos violenta, dado que os Germanos não eram propriamente um povo com uma unidade coesa de nenhum tipo, nem política, nem étnica e, por isso mesmo, os seus ataques eram desorganizados e, não raras vezes, imprudentes. Só no século III, os seus ataques assumiram uma feição marcadamente dura. Até aí, as coisas resumiram-se a pequenos ataques fortuitos, aqui e ali, sem consequências graves, mas o suficiente para pôr em causa a unidade política do Império. No entanto, são estes Germanos que, na opinião de Tácito, tinham um elevado sentido de cumprimento do dever e de honra e que, de forma quase sistemática, se vão assim instalando e, a pouco e pouco, integrando a enorme massa de cidadãos romanos e, logo, e nessa condição, integrando também o exército romano que, como já sabemos, tinha uma necessidade constante de novos recursos humanos. Para mais, e à data deste docuemnto, as legiões romanas haviam entrado, há muito, numa crise profunda, em que a indisciplina, o desleixo e a apatia face às suas tradicionais funções, haviam substituído a tropa de elite que, durante séculos, tinha sido a expressão mais adequada para caracterizar a instituição militar do Império. Posto isto, não é de estranhar a inclusão de elementos oriundos dos povos bárbaros dentro das fileiras do exército 18

19 romano (sendo, inclusive, recompensados, como podemos ler no documento, pelos serviços prestados, acrescendo a isto o facto de essas recompensas corresponderem aquilo que estes povos mais desejavam terras, direitos políticos, entre outros.) já que, e se formos a pensar, tal até constituía uma mais-valia para os Romanos que poderiam contar com novos aliados na sua luta contra novas investidas de outros povos estranhos ao Império. Finalmente, o autor reconhece, com relativa facilidade que ( ) Nós temos sido protegidos por exércitos compostos de bárbaros loiros ( ), ou seja, o reforço e contributo destes homens era essencial para a manutenção do que ainda restava da pax romana Sinésio de Cirene, ainda que de forma contida, faz um elogio à atitude de Teodósio para com os bárbaros: ( ) O nosso imperador Teodósio tratou-os com doçura e indulgência. Acabou por lhes atribuir o título de aliados. Também lhes distribuiu terras. ( ) concessão de direitos políticos ( ). No entanto, acaba por concluir que ( ) Estes bárbaros não veem mais do que fraqueza da nossa parte com estas atitudes e isso só lhes dá uma insolência sem precedentes.( ). Resumindo, o autor, por assim dizer, acaba por desmistificar todas as boas intenções de Teodósio, dando-lhes uma importância relativa. Afinal de contas, integrar mercenários bárbaros no exército romano poderia, na opinião de Sinésio de Cirene, vir a redundar num erro crasso porque, ( ) Estes bárbaros não veem mais do que fraqueza da nossa parte ( ) e isso só lhes dá uma insolência sem precedentes ( ). O que o autor, no fundo, temia, era que os Bárbaros se virassem contra quem os havia acolhido e fizessem minar a unidade do Império a partir do interior. Não teria tido este homem a sua quota-parte de razão? 3.1. A velhíssima e durante séculos resistente unidade imperial tem o seu fim após a razia da primeira vaga de invasões bárbaras. A divisão do Império feita com Diocleciano também não ajudou para que o velho mundo romano, um gigante em decadência, se mantivesse, de todo, unido. De facto, se observarmos o mapa observamos que o resquício do Império que vai ficar de pé é o Império Romano do Oriente, com a nova capital em Constantinopla, e que se sustentará de pé quase mais 1000 anos. Pelo contrário, a parte ocidental do Império é completamente retalhada em vários reinos bárbaros que constituem uma frágil multiplicidade de Estados, na sua maioria, com fronteiras mal definidas, com lutas internas pelo poder e que, por isso mesmo, têm duração efémera. Na Península Ibérica vemos dois novos reinos, o dos Suevos e o dos Visigodos (um dos mais fortes e consistentes da época). Na Península Itálica, por seu turno, centro nevrálgico do antigo Império, instalam-se os Ostrogodos (que também se alargam para a parte do atual território suíço e austríaco). Já na antiga província da Gália (atual França), podemos verificar uma pequena parte do reino dos Burgúndios (que também incluiria parte da atual Suíça) mas também aquele que, a par com o reino Visigótico, será dos que desempenhará um papel mais importante no quadro da nova Europa medieval, o reino dos Francos. Incluindo uma parte substancial da atual Alemanha, podemos observar os reinos Turíngio, Alamano e Saxão. Já nas Ilhas Britânicas, observamos que Saxões e Celtas partilham o mesmo território. Para lá destes reinos, situavam-se ainda outros povos que poderemos considerar como párias, dado que não estão integrados em nenhum reino, como é o caso dos Eslavos, dos Lombardos e dos Gépidas. Era o começo da Idade Média, com uma Europa retalhada e irreconhecível, face aos mais de 500 anos duma Europa forte, unida, coesa e tida como indestrutível da qual não restava, agora, nada mais do que uma memória. Exercícios Propostos (págs. 137 a 139) 1.1. A imagem mostra o papa Adriano I na cerimónia de coroação do filho do imperador Carlos Magno, Luís I, o Piedoso, rei da Aquitânia, no ano de 781, em Roma (sede do poder espiritual). Esta cena mostra bem como o poder espiritual, representado pelo papa Adriano estava intimamente ligado como o poder temporal, simbolizado por Luís, o Piedoso. Na verdade, há muito que, no Império Franco, a união entre poder político e religioso se preparava. Tal viria a contribuir, decisivamente para a união numa mesma fé e numa mesma crença na Europa ocidental. O acontecimento da imagem era apenas o caminho, mais que evidente, para aquilo que se iria passar em 800. Durante o século VIII, o reino Franco foi o mais prestigioso reino cristão do Ocidente, contribuindo, ao mesmo tempo, para a afirmação da Igreja. Carlos Martel, Pepino o Breve, e, sobretudo Carlos Magno, trouxeram a pujança ainda maior do colosso franco e 19

20 afirmação da instituição Igreja. Grande militar e estratega, sonhando recuperar a unidade perdida desde a queda do Império Romano do Ocidente, intentou um sem-número de expedições militares que lhe permitiram transformar o seu pequeno Império Franco (que se cingia apenas a território francês) num verdadeiro império de grandes dimensões (França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Áustria e uma parte substancial da Itália, ou seja, basicamente, toda a Europa ocidental). Uma parte do êxito deste homem ficou a dever-se ao auxílio da Igreja que enviava, nas suas campanhas militares, missionários, cuja missão era a de converter e de batizar todos os povos que eram conquistados. Essa tarefa, por seu turno, deixava que os soldados francos submetessem as tropas inimigas ao seu poder. Por isso, a Igreja tomou este homem como seu filho dileto e, antes de o coroar como Imperador do Ocidente, no Natal de 800, coroou, como vemos na imagem, o seu filho, Luís I. A coroação, no entanto, de Carlos Magno, foi de suma importância para a época. Em termos políticos, marcava uma posição da Cristandade ocidental face à Igreja de Constantinopla, tornando Carlos Magno como o legítimo herdeiro dos imperadores romanos e dando a ideia de restauração do Império Romano do Ocidente. Por outro lado, unificava, depois um longo caminho percorrido (mas que podemos antever pela imagem), o ocidente europeu sob o mesmo poder político e temporal (o de Carlos Magno) e o mesmo poder religioso e espiritual (o do papa e da Igreja de Roma) O sonho de reconstituição de um império universal e cristão pareceu, como vimos, tomar forma, no Natal de 800. Ora, a coroação de Carlos Magno colocava, ainda que não de forma visível, o problema da relação entre poder espiritual e temporal a médio e longo prazos. De facto, após a sua morte, o Império não demorou muito a dividir-se. Todavia, depois um período conturbado, o sonho imperial voltou a nascer, desta feita em meados do século X, na pessoa de Otão I, rei da Alemanha (Germânia) que era, à época, o mais poderoso monarca do ocidente. À semelhança de Carlos Magno, Otão aliou-se ao papa do qual recebeu, de igual forma, a coroa imperial (962) mostrando que, muito para lá das convulsões políticas, a união entre poder espiritual e temporal parecia não quebrar-se. Assim, como resultado da aliança entre imperador e papado, nasceu aquilo que foi apelidado de Sacro Império Romano-Germânico e que englobava territórios germânicos e italianos (ficava compreendido entre a Itália do norte, o reino de França, da Dinamarca, da Polónia e da Hungria; uma parte do leste da França, bem como da atual Suíça; Áustria e Polónia estavam integradas neste Império). Otão II haveria de seguir a política do seu pai e consolidar um poder político forte e centralizado O Império Romano do Oriente teve uma vida longa, só sucumbindo em Este Império que, regra geral, denominamos por Império Bizantino (por causa de Bizâncio), assumiu-se, desde cedo, como um espaço civilizado onde a perpetuação dos hábitos e costumes romanos permaneceu e até se desenvolveu. Possuidor de uma cultura muito requintada, bastante à frente da Europa bárbara, Constantino pôde, aí, erguer a nova Roma, Constantinopla, que se tornou ainda mais opulenta e rica que a antiga capital do Império. O Patriarca de Constantinopla passou a ser o rival mais direto do papa de Roma e as divergências nunca foram disfarçadas. Discordavam num sem-número de pormenores doutrinais (como os relativos ao dogma da Santíssima Trindade e à forma de comunhão). No entanto, o maior problema era a recusa do Patriarca em aceitar a supremacia de Roma. Por isso, em, 1054, esse litígio tornou-se uma rutura efetiva: os legados do papa e o Patriarca de Constantinopla excomungaram-se mutuamente. Estava iniciado o cisma da cristandade que vinha colocar sérias reservas numa continuidade efetiva da união entre os cristãos da Europa. As diferenças, no entanto, eram evidentes: a Oriente, apoiada no Império Bizantino, existia uma Igreja de língua grega, que afirmava ser fiel aos dogmas primitivos do Cristianismo e, por isso, intitulava-se ortodoxa (que significa, em grego, aquela que segue a doutrina certa); a Ocidente, e apoiada no Sacro Império Romano-Germânico, existia uma Igreja latina debaixo da autoridade de Roma. Esta cisão religiosa que vai fraturar a Europa é exemplo e motivo do agravamento do abismo político e cultural entre as duas partes da Cristandade que, a partir daí, se vão afrontar declaradamente, como o mapa mostra. De facto, em 1204, na 4.ª cruzada, e podemos vê-lo no mapa, os cavaleiros da Europa ocidental, a caminho de Jerusalém, aproveitam, fazendo um desvio, para tomar de assalto e saquear Constantinopla, e tal não era apenas devido ao seu fervor religioso mas, sobretudo, devido às imensas riquezas que a cidade possuía. Esse episódio mostra bem como a cidade representava, aos olhos dos europeus ocidentais, um verdadeiro inimigo, cuja hostilidade era necessária aniquilar. Por aqui também nos apercebemos de como o fanatismo religioso cegou a Cristandade, impedindo-a de ver que, ambos 20

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