INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY"

Transcrição

1 INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY CURITIBA / PR DEZEMBRO / 2002

2 CONTEÚDO Pág. APRESENTAÇÃO I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO...I REFERENCIAL...I.2 2 -MÉTODO DE TRABALHO...I.2 II - REQUISITOS LEGAIS...II CONSTITUIÇÃO...II FEDERAL...II CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ...II POLÍTICA AMBIENTAL...II POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - LEI N 6.938/81...II POLÍTICA AMBIENTAL DO ESTADO DO PARANÁ...II UNIDADES DE CONSERVAÇÃO...II SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - SNUC...II LEGISLAÇÃO FLORESTAL...II CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO...II LEI FLORESTAL DO ESTADO DO PARANÁ...II DECRETO Nº /79 APROVA O REGULAMENTO DOS PARQUES NACIONAIS...II DECRETO N 5.150/89 - CRIA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY...II COMPONENTES AMBIENTAIS NATURAIS...II MEIO ABIÓTICO...II MEIO BIÓTICO...II MEIO SOCIOECONÔMICO...II CONDUTAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE...II LEI N 9.605/98 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS...II.11 III - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...III FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...III.1 i

3 2 - LOCALIZAÇÃO E ACESSOS...III MAPEAMENTO...III HISTÓRICO E ANTECEDENTES LEGAIS...III ORIGEM DO NOME...III SITUAÇÃO FUNDIÁRIA...III CONTETO ESTADUAL...III UNIDADES DE CONSERVAÇÃO...III ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS...III ASPECTOS GEOLÓGICOS...III ASPECTOS PEDOLÓGICOS...III ASPECTOS CLIMÁTICOS...III HIDROGRAFIA...III VEGETAÇÃO...III CONTETO REGIONAL...III CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA...III ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO...III DINÂMICA DEMOGRÁFICA...III CONDIÇÕES DE VIDA...III INFRA-ESTRUTURA...III ASPECTOS ECONÔMICOS...III CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL...III.22 IV - INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DO PARQUE ESTADUAL E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO...IV CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO...IV CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DA ZONA DE AMORTECIMENTO...IV DESCRIÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO...IV USO E OCUPAÇÃO DO SOLO...IV ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS...IV PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA POPULAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO...IV AÇÃO DA PREFEITURA NA ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE E NO MUNICÍPIO...IV.8 ii

4 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS...IV HIDROGRAFIA...IV QUALIDADE HÍDRICA...IV GEOLOGIA...IV GEOMORFOLOGIA...IV SOLOS...IV DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS...IV NEOSSOLOS FLÚVICOS...IV NEOSSOLOS LITÓLICOS...IV NITOSSOLOS VERMELHOS...IV UNIDADES DE MAPEAMENTO...IV CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES BIÓTICOS...IV VEGETAÇÃO...IV COMPOSIÇÃO DA FLORA LOCAL...IV ESPÉCIES RARAS, ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE ETINÇÃO...IV ESPÉCIES INVASORAS E/OU EÓTICAS...IV FAUNA...IV MAMÍFEROS...IV AVES...IV RÉPTEIS...IV ANFÍBIOS...IV ESPÉCIES RARAS, ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE ETINÇÃO...IV ARQUEOLOGIA...IV DADOS ARQUEOLÓGICOS...IV.44 V - ANÁLISE DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...V SIGNIFICÂNCIA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...V ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY...V LOCAIS RELEVANTES PARA CONSERVAÇÃO...V FATORES DE RISCO...V.4 iii

5 1.4 - POTENCIAL PARA VISITAÇÃO...V ANÁLISE ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...V.9 VI - SITUAÇÃO ATUAL DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...VI INFRA-ESTRUTURA...VI ANÁLISE DA INFRA-ESTRUTURA ATUAL E PROPOSTAS PARA READEQUAÇÃO...VI ATIVIDADES...VI.9 VII - MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO...VII OBJETIVOS DE MANEJO...VII OBJETIVOS ESPECÍFICOS...VII NORMAS GERAIS...VII ZONEAMENTO...VII CRITÉRIOS PARA O ZONEAMENTO...VII ZONAS PREVISTAS NO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY...VII ZONA PRIMITIVA...VII ZONA DE USO ETENSIVO...VII ZONA DE USO INTENSIVO...VII ZONA DE RECUPERAÇÃO...VII ZONA DE USO ESPECIAL...VII ZONA DE USO CONFLITANTE...VII PROGRAMAS DE MANEJO...VII PROGRAMA DE CONHECIMENTO...VII SUBPROGRAMA DE PESQUISA...VII SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL...VII PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE...VII SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS...VII SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO...VII PROGRAMA DE USO PÚBLICO...VII SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL...VII SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL...VII.31 iv

6 4.4 - PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO...VII SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS...VII SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS...VII SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO...VII PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA...VII SUBPROGRAMA DE SENSIBILIZAÇÃO DAS COMUNIDADES DO ENTORNO...VII SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS...VII SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL...VII SUBPROGRAMAS DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO...VII.40 VIII - IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO...VIII ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO...VIII PRIORIDADES...VIII IMPLEMENTAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO...VIII ELABORAÇÃO DE PARCERIAS...VIII DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA...VIII IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE APOIO E PROGRAMAS...VIII CURTO PRAZO...VIII PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO...VIII SUBPROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO...VIII SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS...VIII SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO...VIII PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE...VIII SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO...VIII SUBPROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS...VIII PROGRAMA DE USO PÚBLICO...VIII SUBPROGRAMA DE RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL...VIII PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA...VIII SUBPROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS...VIII SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL...VIII.20 v

7 5.2 - MÉDIO PRAZO...VIII PROGRAMA DE CONHECIMENTO...VIII SUBPROGRAMA DE PESQUISA...VIII SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL...VIII PROGRAMA DE USO PÚBLICO...VIII SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL...VIII PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO...VIII SUBPROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS...VIII PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA...VIII SUBPROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL...VIII EM LONGO PRAZO...VIII PROGRAMA DE CONHECIMENTO...VIII SUBPROGRAMA DE PESQUISA...VIII MONITORIA E AVALIAÇÃO INTEGRADA DO PLANO DE MANEJO...VIII SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS...VIII CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO E ORÇAMENTO...VIII CURTO PRAZO...VIII IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS...VIII SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO...VIII SUBPROGRAMA DE COMUNICAÇÃO...VIII PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE...VIII PROGRAMA DE USO PÚBLICO...VIII PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA...VIII MÉDIO PRAZO...VIII PROGRAMA DE CONHECIMENTO...VIII PROGRAMA DE USO PÚBLICO...VIII PROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO...VIII PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA...VIII LONGO PRAZO...VIII.36 I - BIBLIOGRAFIA...I.1 vi

8 vii

9 LISTA DE QUADROS Pág. Quadro III.01 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação...III.1 Quadro III.02 - Distâncias entre os Principais Centros Urbanos e o Parque...III.4 Quadro III.03 - Unidades de Conservação Estaduais no Paraná...III.6 Quadro III.04 - Unidades de Conservação Federais no Paraná...III.8 Quadro III.05 - Número de Habitantes de Londrina e Alguns Municípios (1996/2000)...III.16 Quadro III.06 - Dados dos Principais Produtos Agrícolas Cultivados no Município de Londrina...III.20 Quadro III.07 - Receitas e Despesas Municipais III.21 Quadro III.08 - Variação da Temperatura Média Mensal na Estação Londrina no Período de III.22 Quadro III.09 - Média Mensal dos Dias Chuvosos nas Estações Analisadas...III.23 Quadro IV.01 - Classes de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual e Zona de Amortecimento...IV.5 Quadro IV.02 - Localização dos Pontos de Coleta de Água no Parque...IV.10 Quadro IV.03 - Escala para Classificação da Qualidade da Água (Método de IQA)...IV.12 Quadro IV.04 - Resultados da Análise de Água pelo Método de IQA...IV.13 Quadro IV.05 - Classes de Solos Identificadas e Classificadas do Parque Estadual Mata dos Godoy...IV.14 Quadro IV.06 - Unidades de Mapeamento de Solos Definidas para o Parque Estadual Mata dos Godoy...IV.22 Quadro IV.07 - Composição Mastofaunística do Parque Estadual Mata dos Godoy e Entorno Comparada com a do Paraná e Brasil...IV.31 Quadro V.01 - Matriz de Análise Estratégica do Parque Estadual Mata dos Godoy...V.12 Quadro VII.01 - Normas de Conduta Gerais...VII.2 Quadro VII.02 - Síntese do Zoneamento...VII.3 Quadro VII.03 - Distribuição das Áreas no Zoneamento...VII.6 Quadro VIII.01 - Formulário de Monitoria e Avaliação Anual...VIII.32 Quadro VIII.02 - Subprogramas a Serem Implantados em Curto Prazo...VIII.37 Quadro VIII.03 - Subprogramas a Serem Implantados em Médio Prazo...VIII.39 Quadro VIII.04 - Subprogramas a Serem Implantados em Longo Prazo...VIII.43 viii

10 LISTA DE FIGURAS Pág. Figura III.01 - Localização do Parque Estadual Mata dos Godoy...III.2 Figura III.02 - Acesso ao Parque Estadual Mata dos Godoy por Via Rodoviária e Aérea...III.3 Figura III.03 - Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná, Segundo MAACK (1968, Adaptado por TROPPMAIR, 1990)...III.9 Figura III.04 - Inserção do Parque Estadual Mata dos Godoy na Fitogeografia do Estado do Paraná...III.13 Figura IV.01 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual Mata dos Godoy e Zona de Amortecimento...IV.3 Figura IV.02 - Mapa Hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy e os Pontos de Coleta de Água...IV.11 Figura IV.03 - Mapa de Solos do Parque Estadual Mata dos Godoy...IV.16 Figura IV.04 - Mapa de Vegetação do Parque Estadual Mata dos Godoy...IV.23 Figura VII.01 - Zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy...VII.7 Figura VII.02 - Zona Primitiva...VII.10 Figura VII.03 - Zona de Uso Extensivo...VII.12 Figura VII.04 - Zona de Uso Intensivo...VII.15 Figura VII.05 - Zona de Recuperação...VII.17 Figura VII.06 - Zona de Uso Especial...VII.18 Figura VII.07 - Zona de Uso Conflitante...VII.20 Figura VII.08 - Programas de Manejo Propostos para o Parque Estadual Mata dos Godoy...VII.22 Figura VIII.01 - Infra-estrutura Projetada para o Parque Estadual...VIII.7 ix

11 LISTA DE FOTOS Pág. Foto III.01 -Vista Parcial do Perímetro Urbano de Londrina...III.14 Foto IV.01 - Vista Geral da Z. de Amortecimento do Parque Evidenciando o Predomínio de Áreas Agrícolas (fonte: P. Hoffmann, 2002)...IV.2 Foto IV.02 - Vista do Ponto de Coleta MG 01 - Ribeirão dos Apertados, Limite Oeste do do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002)...IV.10 Foto IV.03 - Planície Aluvionar Próxima ao Limite Sudeste do Parque, onde Ocorre um Neossolo Flúvico Ta Eutrófico típico (fonte: E. Oliveira, 2002)...IV.17 Foto IV.04 - Perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico Típico em Corte de Estrada nas Imediações do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002)...IV.19 Foto IV.05 - Perfil Exposto de NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico em Vossoroca Existente no Interior do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002)...IV.21 Foto IV.06 - Vista Geral da Floresta do Parque Estadual Mata dos Godoy (fonte: P. Hoffmann, 2002)...IV.24 Foto IV.07 - Vista do Projeto Madeira - Reflorestamento com Seis Espécies Nativas Ocorrente dentro do PEMG (fonte: P. Hoffmann, 2002)...IV.25 Foto IV.08 - Vista de um exemplar de Aspidosperma polyneuron (fonte: P. Hoffmann, 2002)...IV.27 Foto IV.09 - Vista da Entrada do Portal de Entrada no PEMG, onde é Evidenciada Grande Abundância da Invasora Exótica Melia azedarach (fonte: P. Hoffmann, 2002)...IV.30 Foto IV.10 - Ribeirão - (RA), Ribeirão dos Apertados (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.38 Foto IV.11 - Áreas Alagáveis na Margem do Ribeirão dos Apertados - (AA) (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.38 Foto IV.12 - Córrego Rochoso dentro da Floresta - (CF) (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.39 Foto IV.13 - Chão da Floresta (Serrapilheira) - (SE) (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.39 Foto IV.14 - Córrego com Brejos Marginais - (BA) (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.40 Foto IV.15 - Açude (AC) (fonte: M. Segalla, 2002)...IV.40 Foto VI.01 - Portal do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.1 Foto VI.02 - Vista Parcial do Portal, com suas Paredes Pichadas (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.1 Foto VI.03 - Vista do Estacionamento do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.2 Foto VI.04 - Centro de Visitantes do Parque (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.2 x

12 Foto VI.05 - Vista da Casa de Guarda-Parque Existente no Parque (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.3 Foto VI.06 - Vista da Choupana Existente no Parque (fonte G. Gaertner, 2002)...VI.3 Foto VI.07 - Início da Trilha a partir do Centro de Visitantes (fonte G. Gaertner, 2002)...VI.4 Foto VI.08 - Figueira-branca Existente na Trilha Interpretativa (fonte G. Gaertner, 2002)...VI.5 Foto VI.09 - Trecho Linear da Trilha Interpretativa ou das Perobas e Figueiras (projeto Madeira) (fonte G.Gaertner, 2002)...VI.6 Foto VI.10 - Início Atual da Trilha dos Catetos (Trilha Álvaro Godoy) (fonte: G. Gaertner, 2002)...VI.7 xi

13 LISTA DE ANEOS ANEO 1 - MAPA PLANIALTIMÉTRICO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEO 2 - ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DAS TIPOLOGIAS FLORESTAIS ENCONTRADAS ANEO 3 - LISTA CONSOLIDADA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY SEGUNDO A LITERATURA E OS LEVANTAMENTOS DE CAMPO POR AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA ANEO 4 - MAMÍFEROS DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY E ENTORNO ANEO 5 - SITUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS BRASILEIROS NO ESTADO DO PARANÁ ANEO 6 - LISTA DA AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY, LONDRINA/PR ANEO 7 - LISTA DE RÉPTEIS, POSSIBILIDADES DE OCORRÊNCIA, SUBSTRATOS UTILIZADOS E AMBIENTES OCUPADOS PELAS ESPÉCIES NA ÁREA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEO 8 - CARACTERÍSTICAS BIOECOLÓGICAS DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS LISTADAS PARA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY, NO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR ANEO 9 - CÁLCULO DE CAPACIDADE DE SUPORTE DAS TRILHAS ANEO 10 - PROPOSTA DE REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO CONSULTIVO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEO 11 - PROJETO DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO ENTORNO DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY ANEO 12 A - EEMPLOS DE INDICADORES PARA MONITORAMENTO DE TRILHA ANEO 12 B - EEMPLOS DE INDICADORES PARA MONITORAMENTO DO VISITANTE NOS LOCAIS DE USO INTENSIVO xii

14 APRESENTAÇÃO O Parque Estadual Mata dos Godoy é uma Unidade de Conservação classificada na categoria de manejo de Proteção Integral, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que tem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na lei. O Parque está localizado em Londrina e foi criado oficialmente pelo Decreto nº de 05 de junho de 1989, com uma área de 675,70 ha, objetivando a promoção da preservação do regime hídrico, da flora e da fauna. Em 30 de dezembro de 1997 teve sua área ampliada em 14,4756 ha pelo Decreto n 3.917, totalizando 690,1756 ha. O instrumento a ser utilizado como referencial para a gestão do Parque Estadual Mata dos Godoy é o seu plano de manejo, que tem como objetivo estabelecer as diretrizes e atividades que serão desenvolvidas para que a Unidade de Conservação possa cumprir com os seus objetivos e ao estabelecido pelo SNUC. O presente Plano de Manejo foi iniciado com os estudos referentes às Informações Gerais da Unidade de Conservação, contemplando sua ficha técnica; localização e acessos; histórico e antecedentes; contextos geográfico e regional, situação fundiária e a origem do nome. Na fase seguinte foi realizado o diagnóstico da Unidade de Conservação (UC) e da sua zona de amortecimento, com a caracterização dos principais fatores ambientais condicionantes do meio abiótico, biótico e uso e ocupação, definindo a fragilidade natural desses ambientes, os quais, integrados, inter-relacionados e submetidos aos mesmos agentes e fenômenos morfodinâmicos, permitiram então, o estabelecimento de zonas, que podem estar associadas a uma ou mais formas de uso, conforme a fragilidade natural existente. Foram definidas, para o Parque Estadual Mata dos Godoy, seis zonas: Zona Primitiva; Zona de Uso Extensivo; Zona de Uso Intensivo; Zona de Recuperação; Zona de Uso Especial e Zona de Uso Conflitante, às quais foram atribuídas as normas gerais e específicas, e propostos os programas de manejo para sua implementação. O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy possui a seguinte estrutura: Metodologia para Elaboração do Plano de Manejo; Requisitos Legais; Informações Gerais da Unidade de Conservação; Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento; Análise da Unidade de Conservação; Situação Atual da Unidade de Conservação; Manejo da Unidade de Conservação; Implementação do Plano de Manejo; e, Bibliografia.

15 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo I - METOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO O conceito de Plano de Manejo, segundo a Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000 (institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), e referendado no Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Proteção Integral (IBAMA, 2002) é assim definido: Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade. Os objetivos de um Plano de Manejo, segundo o Roteiro Metodológico são: Levar a Unidade de Conservação - UC a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação; Definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC; Dotar a UC de diretrizes para seu desenvolvimento; Definir ações específicas para o manejo da UC; Gerar conhecimento para o manejo da Unidade; Promover o manejo da Unidade, orientado pelo conhecimento disponível; Estabelecer a diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, visando a proteção de seus recursos naturais e culturais; Destacar a representatividade da UC no SNUC frente aos atributos naturais protegidos; Destacar a representatividade da UC frente aos atributos de valorização dos seus recursos como: biomas, convenções e certificações internacionais; Estabelecer, quando couber, normas e ações específicas visando compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos da unidade, até que seja possível sua indenização ou compensação e sua realocação; Estabelecer normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da Zona de Amortecimento - ZA e dos Corredores Ecológicos - CE, visando a proteção da UC; Promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno com a UC; e, Orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC. I.1

16 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo 1 - REFERENCIAL O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy teve como referencial os seguintes documentos: Termo de Referência para Elaboração dos Planos de Manejo dos Parques Estaduais (IAP, 2002); Plano de Trabalho apresentado pela STCP Engenharia de Projetos Ltda.; Lei n 9.985, de 18 de julho de que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC; e, Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Proteção Integral (IBAMA, 1996). Com a aprovação e publicação do novo Roteiro Metodológico do IBAMA, em setembro de 2002, foram realizadas algumas adaptações no plano de manejo, de forma a atender às inovações do citado Roteiro. 2 -MÉTODO DE TRABALHO O Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy é um documento síntese, que teve como base os estudos do meio abiótico, meio biótico e socioeconômico. A elaboração do Plano de Manejo envolveu três grandes eventos: o Diagnóstico da UC e de sua Zona de Amortecimento, o Zoneamento e os Programas de Manejo. DIAGNÓSTICO DA UC E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO O diagnóstico da UC e de sua Zona de Amortecimento foi realizada pela equipe técnica multidisciplinar, contemplando os seguintes fatores ambientais: Meio Abiótico (Clima, Geologia, Geomorfologia e Solos); Meio Biótico (Fauna e Flora); Meio Socioeconômico e Cultural, e, Potencial de Uso Público da Unidade de Conservação. MEIO ABIÓTICO Os estudos do clima visaram definir as influências deste fator na qualidade ambiental do Parque Estadual Mata dos Godoy. Os estudos foram baseados nos dados climatológicos das estações existentes na região de Londrina. A geologia forneceu a base de dados para o conhecimento da natureza e composição das rochas presentes no Parque Estadual Mata dos Godoy. A geomorfologia contribuiu para o entendimento das estruturas que deram origem ao relevo, às formações superficiais e aos solos. Na descrição das classes de solos foi adotada a nomenclatura do Sistema Brasileiro de I.2

17 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo Classificação de Solos, EMBRAPA (1999), relacionando as unidades ao tipo de horizonte A, à textura e ao relevo com o objetivo de conseguir unidades de mapeamento mais homogêneas para fins de uso e manejo. MEIO BIÓTICO O estudo contemplou a descrição e o mapeamento da vegetação existente na área da UC, associados à interpretação de imagem de satélite, onde foram definidas as seguintes formações: Floresta Estacional Semidecidual Montana (Dossel Aberto); Floresta Estacional Semidecidual Montana (Dossel Semi-aberto); Floresta Secundária (Nativas + Exóticas); Reflorestamento de Nativas (Projeto Madeira 1); e, Reflorestamento de Nativas (Projeto Madeira 2). Os estudos de fauna foram realizados tendo como referencial as formações vegetacionais existentes no Parque, sendo analisada a distribuição espacial da fauna de vertebrados presente e potencial no Parque Estadual Mata dos Godoy e no seu entorno. MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL Os aspectos socioeconômicos e culturais são compostos pelo conjunto das informações a respeito da socioeconomia da população que ocupa o entorno do Parque Estadual Mata dos Godoy, a sua percepção em relação à Unidade de Conservação e a inter-relação entre estas comunidades e a UC. Neste capítulo, são abordados ainda, o uso e ocupação do solo da área de entorno, efetuado com base em tratamento de imagem de satélite (TM LANDSAT 7), levantamento de estudos anteriores e aferições de campo, incluindo entrevista com moradores. Os parâmetros utilizados como indicadores da ocupação do solo no interior da UC e no seu entorno foram: Floresta nativa pouco alterada; Floresta nativa muito alterada; Hidrografia; Áreas em Recuperação (Projeto Madeira); Áreas antropizadas (agricultura, pastagem e vegetação secundária); Área urbana. Foram realizados ainda, neste capítulo, estudos relativos ao potencial de uso público da unidade de conservação. I.3

18 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo ANÁLISE INTEGRADA DO PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY A análise integrada das informações relevantes do Parque Estadual Mata dos Godoy foi realizada através de reuniões temáticas com a equipe responsável pela elaboração do Plano de Manejo, mantendo-se em vista a análise da fragilidade dos ambientes em função das suas características naturais, obtidos na fase de Avaliação Ecológica Rápida da Unidade de Conservação. Nessa fase foram discutidos e definidos os ambientes relevantes para conservação, em função de suas fragilidades morfopedológicas, necessidade de manutenção da integridade de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, rica flora autóctone e espécies da fauna e flora ameaçadas, raras e vulneráveis. Paralelamente, foram definidos os locais potenciais para o uso público, no que se refere às atividades de educação ambiental e recreacionais, mantendo-se porém os fatores limitantes para a sua implementação. Os aspectos de fragilidade e estado de conservação ambiental foram utilizados também como subsídios fundamentais para a definição das zonas do Parque, respeitando-se prioritariamente a necessidade de preservação dos seus recursos naturais. Foram abordados os fatores de risco à fauna e flora, os quais servirão de indicativos para as medidas necessárias para o manejo da unidade de conservação. ZONEAMENTO O zoneamento foi estabelecido seguindo os seguintes critérios: REQUISITOS LEGAIS Os requisitos legais utilizados como base para a elaboração do zoneamento do Parque Estadual Mata dos Godoy foram: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC); Decreto nº de 21 de setembro de 1979 (Regulamenta os Parques Nacionais); Decreto nº de 05 de junho de 1989 (Cria o Parque Estadual Mata dos Godoy); Decreto nº de 30 de dezembro de 1997 (Desapropria área de 14,4756 ha, com a finalidade específica de integrar o Parque Estadual Mata dos Godoy); e, Lei nº de 15 de setembro de 1965 (Institui o Código Florestal). Os requisitos legais foram utilizados como amparo legal ao ordenamento da Unidade de Conservação, no que diz respeito à necessidade de preservação dos seus recursos naturais, condicionando-a algumas limitações de uso, respeitando-se também a necessidade de áreas para destinação à educação ambiental e à recreação. I.4

19 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo CONCEITO E DEFINIÇÃO DAS ZONAS O conceito de Zoneamento empregado neste trabalho é o mesmo apresentado na Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, assim definido: "zoneamento é a definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. Para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação e dos Parques, como um todo, e ao objetivo específico do Parque Estadual Mata dos Godoy, foram definidas as seguintes zonas: NORMAS Zona Primitiva; Zona de Uso Extensivo; Zona de Uso Intensivo; Zona de Recuperação; Zona de Uso Especial; e, Zona de Uso Conflitante. As normas, gerais e específicas, contemplaram as proibições e restrições a serem adotadas no desenvolvimento das atividades previstas no Plano de Manejo. As normas foram desenvolvidas em dois níveis, sendo que, no primeiro, estarão as normas relacionadas ao zoneamento do Parque Estadual, e, no segundo, estão as normas específicas vinculadas a cada um dos projetos a serem implantados no seu manejo. PROGRAMAS DE MANEJO De acordo com a análise estratégica da Unidade de Conservação e ao zoneamento proposto, foram elaborados os respectivos programas de manejo, os quais compreendem um conjunto de atividades que seguem cronogramas variáveis, de acordo com as diferentes necessidades de conhecimento e manejo que vierem a se apresentar no decurso da existência do Parque Estadual. Os programas de manejo propostos estão estruturados em cinco linhas básicas, assim definidos: Programa de Conhecimento; Programa de Manejo do Meio Ambiente; Programa de Uso Público; Programa de Operacionalização e Programa de Integração com a Área de Influência, os quais foram subdivididos em subprogramas e projetos específicos, quando possível, aos quais foram atribuídas as responsabilidades e custos de implementação. I.5

20 I - Metologia para Elaboração do Plano de Manejo SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS Todas as informações geradas no Plano de Manejo do Parque Estadual foram incorporadas no Sistema de Informações Geográficas (SIG). A tecnologia do SIG traz benefícios ao Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy através da possibilidade de integração das operações comuns de Banco de Dados como pesquisas e análises, com a facilidade de visualização e análises espaciais oferecidos pelos mapas. As informações foram correlacionadas com as entidades geográficas, inclusive os Programas de Manejo e as Normas, estruturando-se um banco de dados para gerenciá-las. I.6

21 II - Requisitos Legais II - REQUISITOS LEGAIS O presente capítulo visa detectar os aspectos legais que devem ser cumpridos e considerados no Plano de Manejo do Parque Estadual Mata dos Godoy, criado pelo Decreto n o de 05 de junho de Os requisitos legais são constituídos por leis, decretos e portarias, estabelecidas em nível Federal e específicos do Estado do Paraná. Esse conjunto de leis, decretos e portarias podem ser agrupados nos seguintes itens: Constituição Federal e Estadual; Política Ambiental; Unidades de Conservação; Legislação Florestal; Componentes Ambientais: Meios abiótico, biótico e socioeconômico; e, Condutas Lesivas ao Meio Ambiente. 1 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL CAPÍTULO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 225) O instrumento constitucional que estabelece o conceito de desenvolvimento sustentável é expresso no capítulo 225 da Constituição Federal. Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem a sua proteção; II.1

22 II - Requisitos Legais VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. A Constituição de 1988 prevê ainda a criação de espaços territoriais especialmente protegidos. A Lei n 6.938/81, já fazia referências às mesmas áreas, tendo o Código Florestal, Lei n 4.771/65 determinado que o Poder Público criasse os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, assim descrito em seu art. 5º: Art. 5º - O Poder Público criará: a) Parque Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos;. Parágrafo Único - ressalvada a cobrança de ingresso à visitantes, cuja receita será destinada em pelo menos 50% (cinqüenta por cento) ao custeio da manutenção e fiscalização, bem como de obras de melhoramento em cada unidade, é proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais nos parques e reservas biológicas criados pelo poder público na forma deste artigo. O Decreto n , de 21 de setembro de 1979, que regulamentou os Parques Nacionais, destaca que a preservação dos ecossistemas protegidos com a utilização dos benefícios deles advindos deverão ser feitos de acordo com o Plano de Manejo, que conterá estudos das diretrizes visando um manejo ecológico adequado da Unidade CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ No âmbito constitucional estadual, a questão ambiental é tratada com a mesma ênfase dada à Constituição Federal, em seu artigo 207. Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Estado e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as gerações presentes e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais. 1º - Cabe ao Poder Público, na forma da lei, para assegurar a efetividade deste direito: (...) IV - instituir as áreas a serem abrangidas por zoneamento ecológico, prevendo as formas de utilização dos recursos naturais e a destinação de áreas de preservação ambiental e de proteção de ecossistemas essenciais; II.2

23 II - Requisitos Legais IV - proteger a fauna, em especial as espécies raras e ameaçadas de extinção, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica ou submetam os animais à crueldade; V - proteger o patrimônio de reconhecido valor cultural, artístico, histórico, estético, faunístico, paisagístico, arqueológico, turístico, paleontológico, ecológico, espeleológico e científico paranaense, prevendo sua utilização em condições que assegurem a sua conservação (...); I - declarar, como área de preservação permanente, os remanescentes das matas ciliares dos mananciais de bacias hidrográficas que abasteçam os centros urbanos; 2º - As condutas e atividades poluidoras ou consideradas lesivas ao meio ambiente, na forma da lei, sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas: I - à obrigação de, além de outras sanções cabíveis, reparar os danos causados; (...) III - a cumprir diretrizes estabelecidas por órgão competente. 3º - A Lei disporá especificamente sobre a reposição das matas ciliares (...). 2 - POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - LEI N 6.938/81 A Lei Federal n 6.938, de 31 de agosto de 1981 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, foi fundamentada nos incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 225 da Constituição Federal, e em seu artigo 2º dispõe que: Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições de desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses de segurança nacional e à proteção de dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I. ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo: II. racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; II.3

24 II - Requisitos Legais III. planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV. proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V.... VI. incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII. acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII. recuperação de áreas degradadas; I. proteção de áreas ameaçadas de degradação;. educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Em seu artigo 9, a Lei n 6.938/81 apresenta como um de seus instrumentos o zoneamento ambiental, apresentado no presente relatório POLÍTICA AMBIENTAL DO ESTADO DO PARANÁ A Política Estadual do Meio Ambiente está prevista na Constituição do Estado do Paraná, no seu capítulo V, que trata do meio ambiente, em seu art. 207, já descrito anteriormente. A Lei n 7.978, de 30 de novembro de 1984, institui o Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente, tendo como atribuições: I. participar da formulação da Política Estadual do Meio Ambiente, com caráter global e integrado e de planos e projetos que contemplem o respectivo setor, de modo a assegurar, em cooperação com os órgãos da administração direta e indireta do Estado, a prevenção e controle da poluição, combate às diversas formas de erosão, o uso e a gestão racionais do solo, e dos recursos naturais, bem como sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica; II. incentivar a criação e desenvolvimento de reservas e parques naturais e de recreio; III. participar da elaboração, junto aos poderes públicos de todos os atos legislativos e regulamentares concernentes ao meio ambiente. II.4

25 II - Requisitos Legais A Política Ambiental do Estado está em fase de elaboração. Entretanto, a legislação em vigor no Estado do Paraná deverá ser observada, com destaque para: Lei Estadual n 1.211, de 16 de setembro de 1953, que dispõe sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado do Paraná; Lei Estadual n 6.513, de 18 de dezembro de 1973, que dispões sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores e dá outras providências; Lei Estadual n 7.109, de 17 de janeiro de 1979, que institui o Sistema de Proteção Ambiental e adota outras providências; Lei Estadual n , de 14 de janeiro de 1995, dispõe sobre a Lei Florestal do Estado. 3 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação são definidas nas seguintes leis: Lei n 9.985/00 - institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e estabelece critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação; Lei n 4.771/65 - institui o Novo Código Florestal; e, Decreto n /79 - aprova o Regulamento dos Parques Nacionais. As Unidades de conservação são contempladas, no nível estadual, no âmbito do Código Florestal do Estado do Paraná (Lei Estadual nº , de 14 de janeiro de 1995) SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - SNUC O Parque Estadual Mata dos Godoy é uma Unidade de Conservação inserida no Grupo das Unidades de Proteção Integral, de acordo com a Lei n de 18 de julho de 2000, a qual institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC. A referida Lei define, no seu art. 11, o objetivo básico de um Parque Nacional "...a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico". 1º O Parque Nacional é de posse e domínios públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 2º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. II.5

26 II - Requisitos Legais 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. 4º As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal LEGISLAÇÃO FLORESTAL CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO A Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965, institui o Novo Código Florestal, o qual determina em seu art. 2º que as florestas e demais formas de vegetação são consideradas de preservação permanente, quando situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) de 30 (trinta) metros para cursos d água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d água que tenham entre 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; 3) de 100 (cem) metros para os cursos d água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros de largura. b) ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios d água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) nos topos de morros, montes, montanhas e serras. e) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maior declive; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; II.6

27 II - Requisitos Legais Estas áreas supra definidas somente poderão ser suprimidas total ou parcialmente, mediante a prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social ( 1º do art. 3º). Ainda no Código Florestal está previsto, no art. 5º, a incumbência do Poder Público para criar, entre outras unidades de conservação, os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais. Sobre isto será mais aprofundado no estudo do Decreto n , de 21 de setembro de LEI FLORESTAL DO ESTADO DO PARANÁ O art. 5º da Lei Florestal do Estado do Paraná (Lei Estadual nº /95) classifica as florestas e demais formas de vegetação existentes no território paranaense em: I. preservação permanente; II. reserva legal; III. produtivas; e, IV. unidades de conservação. Conforme a lei florestal estadual, as florestas e demais formas de vegetação consideradas Unidades de Conservação, seus objetivos e classificação são aquelas previstas na Legislação Federal e no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, definindo ainda como a autoridade florestal no Estado, o Instituto Ambiental do Paraná - IAP ou seu sucedâneo definido em lei DECRETO Nº /79 APROVA O REGULAMENTO DOS PARQUES NACIONAIS Este Decreto estabelece as normas que definem e caracterizam os Parques Nacionais, estando inseridos, neste caso, os Parques Estaduais. O art. 1º deste decreto considera, para efeitos deste Regulamento, que os Parques Nacionais são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais e excepcionais, objeto de preservação permanente submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo, estabelecidos para fins científicos, culturais, educativos e criativos, e tendo como objetivo principal à preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem. Segundo o art. 2º do Decreto em análise, somente é considerado Parque (Nacional, Estadual ou Municipal), as áreas que atendam às seguintes exigências: I - possuam um ou mais ecossistemas totalmente inalterados ou parcialmente alterados pela ação do homem, nos quais as espécies vegetais e animais, os sítios geomorfológicos e os habitats, ofereçam interesse especial do ponto de vista científico, cultural, educativo e recreativo, ou onde existam paisagens rurais de grande valor cênico; II.7

28 II - Requisitos Legais II - tenham sido objeto, por parte da União, de medidas efetivas tomadas para impedir ou eliminar as causas das alterações e para proteger efetivamente os fatores biológicos, geomorfológicos ou cênicos, que determinaram a criação do Parque; III - condicionem a visitação pública a restrições específicas, mesmo para propósitos científicos, culturais, educativos ou recreativos. O art. 5º prevê a obrigatoriedade do Plano de Manejo, que deverá conter diretrizes e metas válidas por um período mínimo de 5 anos, bem como o seu zoneamento e os programas de manejo. Cabe ainda citar o art. 56 do referido Decreto que determina que, para cada Parque Nacional, será baixado, quando da aprovação do seu plano de manejo, um regimento interno que particularizará situações peculiares, tendo como base o presente Decreto DECRETO N 5.150/89 - CRIA O PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY A área do Parque Estadual Mata dos Godoy pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da família Godoy, sendo incorporado ao patrimônio do Estado através do Decreto Estadual nº 5.150, em 05 de junho de 1989, com o objetivo de promover a preservação do regime hídrico, da flora e da fauna. Em 30 de dezembro de 1997, o Decreto n declara de utilidade pública para fins de desapropriação o imóvel denominado Mata dos Godoy localizado no município e comarca de Londrina - PR, com área de 14,4756 ha, com a finalidade específica de integrar o Parque Estadual Mata dos Godoy, com o objetivo de assegurar a preservação de ecossistemas locais de excepcional beleza cênica, além de propiciar a preservação de remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual e fauna associada. 4 - COMPONENTES AMBIENTAIS NATURAIS A legislação abordando os Componentes Ambientais apresentada a seguir está estruturada por meio, quais sejam: Abiótico, Biótico e Socioeconômico MEIO ABIÓTICO Os componentes ambientais do meio físico descritos a seguir são: Água, Ar e Disposição de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos. ÁGUA A legislação específica que trata do componente ambiental Água contempla, dentre outros diplomas legais: Decreto n /34 - Código das Águas; Decreto n /61 - Dispõe a respeito do lançamento de resíduos tóxicos e oleosos nas águas interiores e litorâneas do país; e, II.8

29 II - Requisitos Legais Resolução CONAMA n 020/86 - Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. No nível estadual a legislação que trata sobre o tema refere-se à Lei n 6.513, de 18 de dezembro de 1973, que dispõe sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n 5.316, de 17 de abril de AR Os padrões de Qualidade do Ar são estabelecidos por uma Lei e por Resoluções do CONAMA, descritos na seqüência. Fontes Móveis Fontes Fixas Lei n 8723/93 - dispõe sobre a redução de emissões de poluentes por veículos automotores e dá outras providências; e, Resoluções CONAMA n os 18/86; 03/89; 16/93; 09/94; 16/95, as quais tratam do Programa de Controle de Poluição do Ar por veículos automotores - PROCONVE e define os parâmetros de emissão para motores em geral. Resolução CONAMA n 005/89 - institui o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR; Resolução CONAMA n 003/90 - estabelece Padrões de Qualidade do Ar; e, Resolução CONAMA n 008/90 - regulamenta a emissão de poluentes do Ar. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/EFLUENTES LÍQUIDOS Em nível federal, os regulamentos legais que tratam do tema são: Portaria MINTER 53/79 - proíbe o lançamento de lixo ou resíduos sólidos em cursos d água, lagos e lagoas; e, Lei n 5.318/67 - institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento MEIO BIÓTICO Na abordagem do meio biótico, são contemplados os seguintes componentes ambientais: flora e fauna. FLORA As principais normas e leis que tratam deste tema em nível federal são: II.9

30 II - Requisitos Legais Código Florestal - Lei n 4.771/65 e alterações posteriores Leis n os 5.870/73; 7.571/86; 7.803/89 e 7.875/89; Lei n 7.754/89 - estabelece medidas de proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências; e, Resolução CONAMA n 004/86 - transforma em Reservas Ecológicas as áreas de Preservação Permanente definidas pelo Código Florestal. FAUNA A Legislação de proteção à Fauna é definida principalmente no nível federal, com destaque para: Lei n 5.197/61 - dispõe sobre a proteção da fauna e dá outras providências; Decreto n dispõe sobre o Conselho Nacional de Proteção à Fauna e dá outras providências; e, Portaria n 1.522/89 - Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção MEIO SOCIOECONÔMICO O componente ambiental integrante do meio socioeconômico, no contexto do Plano de Manejo, restringe-se ao Patrimônio Histórico e Arqueológico. PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO A questão do patrimônio histórico e arqueológico é tratada desde a Constituição Federal, em seu art Art Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. II.10

31 II - Requisitos Legais 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. Os monumentos arqueológicos e pré-históricos são tratados de forma específica pela Lei n 3.924, de 26 de julho de 1961, que estabelece em seu Capítulo I as definições de monumentos arqueológicos e pré-históricos e a proibição do aproveitamento econômico, destruição e mutilação de quaisquer jazidas arqueológicas ou pré-históricas, antes de serem devidamente pesquisados, sob pena de crime contra o Patrimônio Nacional, e como tal, punível de acordo com o disposto nas leis penais. Em nível estadual a legislação que trata sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Natural é a Lei nº de 16 de setembro de 1953, o qual considera como constituinte do Patrimônio conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no Estado e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Paraná, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico, assim como os monumentos naturais, os sítios e paisagens que importa conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana. 5 - CONDUTAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE As condutas lesivas ao meio ambiente são definidas basicamente em nível federal através da Lei de Crimes Ambientais e da Lei que trata da Ação Civil Pública LEI N 9.605/98 - LEI DE CRIMES AMBIENTAIS Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Essa lei é acrescida de dispositivo, através da Medida Provisória n , de 19 de abril de 2001 e foi regulamentada pelo Decreto n 3.179, de 21 de setembro de 1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n 3.179, de 21 de setembro de LEI N 7.347/85 - DISCIPLINA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. II.11

32 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação III - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1 - FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO A ficha técnica do Parque Estadual Mata dos Godoy pode ser visualizada a seguir no quadro III.01. Quadro III.01 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação NOME DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Unidade Gestora Endereço da Sede PARQUE ESTADUAL MATA DOS GODOY Instituto Ambiental do Paraná - IAP Fazenda Três Bocas, Município de Londrina/PR Superfície (ha) 675, ,4756 = 690,1756 Perímetro (m) ,72 Município Estado Coordenadas Geográficas do Centro da UC Londrina Paraná 23 27' latitude S; 51 15' longitude W Decreto de Criação Decreto Estadual n o 5.150, de 05 de junho de 1989 Alterações Posteriores Decreto Estadual nº 3.917, de 30 de dezembro de 1997 Limites Bioma e Ecossistemas Atividades Desenvolvidas Atividades Conflitantes Atividades de Uso Público Sul: Ribeirão dos Apertados Norte: propriedades particulares Leste: propriedades particulares Oeste: propriedades particulares Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Subtropical Latifoliada) Educação Ambiental, Fiscalização e Pesquisa Caça Educação Ambiental: visitação de escolas (2 a a 6 a feira) e visitação pública (domingo no período da tarde). 2 - LOCALIZAÇÃO E ACESSOS O Parque Estadual Mata dos Godoy está localizado no município de Londrina, Estado do Paraná e tem como centro as coordenadas 23º 27' de latitude S e 51º 15' de longitude W (figura III.01). O acesso por via terrestre ao Parque a partir de Londrina é efetuado através da rodovia PR-538 a uma distância de aproximadamente 18 km. De outras localidades o acesso deve ser efetuado até a cidade de Londrina, como indicado na figura III.02 e posteriormente até a sede do Parque. A distância entre os principais centros urbanos e o Parque é apresentado no quadro III.02. Por via aérea o acesso também se dá até Londrina, através de vôos regulares e diários para Curitiba e São Paulo de onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte aéreo no Brasil e também fazer conexão para vôos internacionais (figura III.02). III.1

33 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.01 - Localização do Parque Estadual Mata dos Godoy III.2

34 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.02 - Acesso ao Parque Estadual Mata dos Godoy por Via Rodoviária e Aérea III.3

35 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Quadro III.02 - Distâncias entre os Principais Centros Urbanos e o Parque CIDADES DISTÂNCIAS (km) ACESSOS Apucarana 64,30 BR-369/PR-538 Brasília 1.193,00 BR-060/BR-153/BR-369/PR-538 Cambé 20,20 BR-369/PR-538 Campo Mourão 171,89 BR-369/PR-538 Cascavel 341,79 BR-369/PR-538 Cornélio Procópio 75,70 BR-369/PR-538 Curitiba 399,32 BR-277/BR-376/PR-538 Foz do Iguaçu 486,59 BR-277/BR-369/PR-538 Guarapuava 321,51 BR-466/BR-369/PR-538 Irati 347,92 BR-153/BR-373/PR-445/PR-538 Jacarezinho 159,50 PR-431/BR-369/PR-538 Londrina 18,00 PR-538 Maringá 93,71 BR-376/BR-369/PR-538 Paranavaí 160,90 BR-376/BR-369/PR-538 Ponta Grossa 285,22 BR-373/BR-373/PR-538 Rio de Janeiro 1.033,00 BR-116/SP-270/BR-153/BR-369/PR-538 Rolândia 32,30 BR-369/PR-538 São Paulo 580,00 SP-270/BR-153/BR-369/PR-538 Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná - site: Editora Abril. Guia 4 Rodas - Atlas Rodoviário MAPEAMENTO O Parque Estadual Mata dos Godoy foi oficialmente criado pelo Decreto Estadual nº 5.150, de 05 de junho de 1989, com uma área de 675,70 ha. Em 30 de dezembro de 1997, foram acrescidos mais 14,4756 ha, pelo Decreto Estadual nº 3.917, totalizando 690,1756 ha. O mapa planialtimétrico cedido pela SEMA para este trabalho demonstrou que a área de mapeamento possui uma pequena diferença de 1,3%, ou seja, 9 ha a menos do que a área oficial do Decreto, apresentando portanto área de 681,18 ha, aceitável em termos de mapeamento. No entanto, para fins de Plano de Manejo, foi considerada a área oficial do Decreto. Nos mapas temáticos onde foram necessários cálculos de áreas (como por exemplo, no mapa de vegetação e de uso e ocupação do solo), foram feitos cálculos proporcionais para cada área, considerando como área total os 690,1756 ha oficiais, de forma que a soma total das áreas seja sempre exatamente a área definida no Decreto. No Anexo 1 apresenta-se o mapa planialtimétrico do Parque Estadual Mata dos Godoy. 4 - HISTÓRICO E ANTECEDENTES LEGAIS A floresta existente no Parque Estadual Mata dos Godoy é um dos últimos remanescentes de Floresta Subtropical (Floresta Estacional Semidecidual), que anteriormente cobria grande parte do Estado do Paraná e estendia-se até o Paraguai e Argentina. Atualmente este remanescente está circundado por áreas ocupadas pela agricultura e pecuária, sujeito a pressões antrópicas. III.4

36 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Este cenário é resultante de um processo que se iniciou na metade do século I, quando a agricultura passou a ter um peso maior na economia do Estado do Paraná. Nesse processo, florestas foram derrubadas para dar lugar às atividades agrícolas, de início apenas no segundo planalto paranaense, e, em seguida expandindo-se para o terceiro planalto, onde foram identificados os melhores solos para cultivo, a chamada terra roxa, resultante da decomposição dos basaltos, rochas típicas da região do terceiro planalto, que foi palco, no período do Cretácio inferior (+ ou m.a) de extensos derrames de lavas básicas. A cultura do café foi a principal cultura da região, introduzida por paulistas, mineiros, baianos e fluminenses, porém, não foi a primeira. Outras atividades, tais como suinocultura, cultivo de milho, arroz e trigo precederam a cultura do café, que até o início da década de 30, contava com uma pequena participação na produção regional. Na medida em que o povoamento foi se interiorizando, no final do século I, surgiram várias cidades como, Santo Antônio da Platina (1886), Wenceslau Bráz e São José da Boa Vista (1887). Com a chegada da Estrada de Ferro Sorocaba, em Ourinhos (SP), houve uma intensificação da ocupação, surgindo novas cidades como: Jacarezinho (1900), Cambará (1904), Bandeirantes (1921) e Cornélio Procópio (1924). No início do século 20 veio para o Brasil uma missão inglesa para avaliar a situação econômica do Brasil e propor modificações na sua estrutura institucional e operacional, visando o pagamento da dívida externa brasileira com a Inglaterra. A primeira solução encontrada foi a estruturação de um projeto de produção embasado na cultura do algodão, sob a responsabilidade da empresa Brazil Plantations Ltda., que não obteve o êxito esperado. Para recuperar as perdas decorrentes do insucesso do projeto de cultura algodoeira, a Brazil Plantations Ltda., optou pela alternativa de executar um projeto de colonização integrada, envolvendo a aquisição de terras no norte do Estado do Paraná, a oeste do rio Tibagi, e aquisição dos direitos da Companhia Ferroviária São Paulo - Paraná e a execução de um projeto de colonização nas terras recém adquiridas. No ano de 1925 a Brazil Plantations Ltda. criou a Paraná Plantations Ltda., braço financeiro, sediada em Londres, e a Companhia de Terras Norte do Paraná, braço executivo que adquiriu as terras com ha e os direitos da ferrovia. Em 1929 a Companhia tomou posse definitiva das terras instalando seus escritórios no local onde foi erguida posteriormente à cidade de Londrina. À medida que a estrada de ferro foi avançando foram criadas diversas cidades, entre as quais Maringá, em O processo de ocupação do norte do Estado do Paraná, tendo como base o projeto de colonização desenvolvido pela Companhia de Terras Norte do Paraná, incluindo a ferrovia, levou a um intenso processo de substituição da cobertura florestal pela agricultura, no qual a cobertura florestal foi praticamente dizimada. Até junho de 1989, a área do Parque Estadual pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da Família Godoy, tendo sido adquirido (através de compra, no valor de NCZ$ ,00 - dois milhões e quarenta mil cruzados) pelo Governo do Estado do Paraná na III.5

37 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação forma das matrículas sob nº e do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Londrina/PR. Dessa forma, a área do Parque Estadual foi incorporada ao patrimônio do Estado do Paraná, através do Decreto Estadual n o sob a denominação de Parque Estadual Mata dos Godoy. O Parque abrange hoje uma área de 690,1756 ha dos quais, aproximadamente 675 ha são cobertos por vegetação florestal, considerando-se a Floresta Semidecidual Montana, a Floresta Secundária e as áreas de reflorestamento. A sua importância é justificada, não somente à sua extensão de vegetação florestal, mas também e sobretudo pelo estado de conservação e diversidade de sua flora e fauna. 5 - ORIGEM DO NOME A área do Parque Estadual, antes da sua criação pertencia à Fazenda Santa Helena, de propriedade da família Godoy, sendo que desde aquela época era denominada pela população de Mata dos Godoy. Quando da criação do Parque, manteve-se a denominação que a área já recebia, tornando-se este Parque Estadual Mata dos Godoy. 6 - SITUAÇÃO FUNDIÁRIA O Parque Estadual Mata dos Godoy foi criado pelo Decreto Estadual nº 5.150, de 05 de junho de 1989, com área de 675,70 ha e em 30 de dezembro de 1997, foram acrescidos mais 14,4756 ha, pelo Decreto Estadual nº 3.917, totalizando 690,1756 ha. A situação fundiária atual do Parque encontra-se regularizada. 7 - CONTETO ESTADUAL UNIDADES DE CONSERVAÇÃO No Estado do Paraná existem 73 Unidades de Conservação com área total de ,20 ha de áreas protegidas, dos quais 10 são UC's federais e 63 são estaduais. As 63 Unidades de Conservação estaduais perfazem uma área total de ,20 ha distribuídos entre Áreas de Proteção Ambiental, Parques Estaduais, Florestas Estaduais, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Reservas Biológicas, Hortos Florestais, Reservas Florestais e Estações Ecológicas (quadro III.03). As Unidades de Conservação federais existentes no Estado perfazem um total de ,40 ha e são apresentadas a seguir no quadro III.04. Quadro III.03 - Unidades de Conservação Estaduais no Paraná UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* ÁREA (ha) MUNICÍPIO APA do Passaúna ,40 Araucária, Campo Largo, Campo Magro, Curitiba APA da Serra da Esperança ,82 Guarapuava, Inácio Martins, Cruz Machado, Mallet, União da Vitória, Prudentópolis, Irati, Rio Azul, Paula Freitas, Paulo Frontin APA de Guaratuba ,51 Guaratuba, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Morretes, Paranaguá, Matinhos APA da Escarpa Devoniana ,38 Jaguariaíva, Lapa, P. Amazonas, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Sengés, Piraí do Sul, Palmeiras, Balsa Nova APA do Rio Pequeno 6.200,00 São José dos Pinhais APA do Piraquara 8.881,00 Piraquara III.6

38 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* ÁREA (ha) MUNICÍPIO APA do Irai ,00 Piraquara, Colombo, Quatro Barras, Pinhais SUBTOTAL ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi** , ,99 ARIE de São Domingos 163,90 Roncador ARIE da Serra do Tigre 32,90 Mallet ARIE do Buriti 81,52 Pato Branco ARIE da Cabeça do Cachorro** 60,98 São Pedro do Iguaçu Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Campina Grande do Sul SUBTOTAL ÁREAS DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO ,29 Estação Ecológica do Caiuá 1.427,30 Diamante do Norte Estação Ecológica do Guaraguaçu 1.152,00 Paranaguá Estação Ecológica Ilha do Mel** 2.240,69 Paranaguá SUBTOTAL ESTAÇÕES ECOLÓGICAS 4.819,99 Floresta Estadual Córrego da Biquinha 23,22 Tibagi Floresta Estadual do Passa Dois 275,61 Lapa Floresta Estadual de Santana 60,50 Paulo Frontin Floresta Estadual Metropolitana 455,29 Piraquara Floresta Estadual do Palmito** 530,00 Paranaguá SUBTOTAL FLORETAS ESTADUAIS 1.344,62 Horto Florestal Geraldo Russi 130,80 Tibagi Horto Florestal de Jacarezinho 102,85 Jacarezinho Horto Florestal de Mandaguari 21,53 Mandaguari SUBTOTAL HORTOS FLORESTAIS 255,18 Parque Estadual Rio Guarani 2.235,00 Três Barras do Paraná Parque Estadual da Graciosa 1.189,58 Morretes Parque Estadual Mata São Francisco** 832,58 Cornélio Procópio, Santa Mariana Parque Estadual das Lauráceas ,33 Adrianópolis, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul Parque Estadual de Campinhos** 208,12 Cerro Azul, Tunas do Paraná Parque Estadual de Vila Velha** 3.122,00 Ponta Grossa Parque Estadual do Caxambu 968,00 Castro Parque Estadual do Cerrado** 420,40 Jaguariaíva Parque Estadual do Guartelá** 798,97 Tibagi Parque Estadual do Monge** 297,83 Lapa Parque Estadual do Pau-Oco 905,58 Morretes Parque Estadual do Penhasco Verde 302,57 São Jerônimo da Serra Parque Estadual João Paulo II** 4,63 Curitiba Parque Estadual Mata dos Godoy** 690,17 Londrina Parque Estadual Pico do Marumbi** 2.342,41 Morretes Parque Estadual Roberto R. Langue 2.698,69 Antonina, Morretes Parque Est. de V Rica do Esp. Santo** 353,86 Fênix Parque Estadual de Palmas 180,12 Palmas Parque Estadual do Lago Azul** 1.749,01 Campo Mourão, Luiziana Parque Estadual do Boguaçu 6.052,00 Guaratuba Parque Estadual das Araucárias 1.052,13 Palmas e Bituruna Parque Est. Bosque das Araucárias 236,31 União da Vitória Parque Estadual do Pico do Paraná 4.300,00 Campina Grande do Sul, Antonina Parque Estadual Ilha do Mel 338,00 Ilha do Mel III.7

39 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* ÁREA (ha) MUNICÍPIO Parque Estadual José Wachowicz 119,00 Araucária Parque Estadual Serra da Baitaca 3.053,21 Piraquara, Quatro Barras Parque Florestal de Ibicatu** 57,01 Centenário do Sul Parque Florestal de Ibiporã** 74,06 Ibiporã Parque Florestal Rio da Onça** 118,51 Matinhos SUBTOTAL PARQUES ESTADUAIS ,08 Reserva Biológica São Camilo 385,34 Palotina SUBTOTAL RESERVAS BIOLÓGICAS 385,34 Reserva Florestal de Figueira** 100,00 Engenheiro Beltrão Reserva Florestal de Jurema** 204,00 Amaporã Reserva Florestal Córrego Maria Flora 48,68 Cândido de Abreu Reserva Florestal do Pinhão 196,81 Pinhão Reserva Florestal de Saltinho 9,10 Telêmaco Borba Reserva Florestal Figueira e Saltinho 10,00 Engenheiro Beltrão SUBTOTAL RESERVAS FLORESTAIS 568,59 TOTAL ,20 *Área Sob a Responsabilidade do IAP **Unidades com Infra-Estrutura para Visitação Quadro III.04 - Unidades de Conservação Federais no Paraná UNIDADE DE CONSERVAÇÃO* ÁREA (ha) MUNICÍPIO APA de Guaraqueçaba ,00 Guaraqueçaba e Antonina APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná ,00 Querência do Norte, Porto Rico, São Pedro do Paraná, Marilena, Nova Londrina, Diamante do Norte e Mato Grosso do Sul (Mundo Novo, Eldorado, Naviraí, Itaquirai). ARIE do Pinheiro e Pinheirinho 109,00 Guaraqueçaba Estação Ecológica de Guaraqueçaba ,00 Guaraqueçaba e Paranaguá Floresta Nacional de Irati 3.495,00 Teixeira Soares Floresta Nacional de Açungui 718,00 Campo Largo Parque Nacional do Iguaçu ,00 Céu Azul, Foz do Iguaçu, Matelândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu Parque Nacional de Ilha Grande ,00 Antonia, São Jorge do Patrocínio, Vila Alta e Mato Grosso do Sul (Mundo Novo, Eldorado). Parque Nacional do Superagüi ,00 Guaraqueçaba Parque Nacional Sain t Hilaire ,00 Caiobá, Matinhos TOTAL , ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS MAACK (1968, in TROPPMAIR, 1990) classificou o relevo paranaense em cinco grandes unidades geomorfológicas, denominado por ele como grandes paisagens e subzonas naturais, resultantes da alternância de épocas de estabilidade e instabilidade tectônica. As unidades geomorfológicas foram assim classificadas (figura III.03): 1. Zona Litorânea: (a) orla marítima e (b) orla da serra; 2. Serra do Mar; 3. Primeiro Planalto, subdividido em: (a) Planalto de Curitiba; (b) Região Montanhosa do Açungui; e (c) Planalto de Maracanã; III.8

40 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.03 - Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná, Segundo MAACK (1968, Adaptado por TROPPMAIR, 1990) III.9

41 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 4. Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa: (a) Região Ondulada do Paleozóico e (b) Região das Mesetas Mesozóicas; 5. Terceiro Planalto ou Planalto do Trapp do Paraná, com cinco subzonas: (a) Blocos Planálticos de Cambará e São Jerônimo; (b) Bloco do Planalto de Apucarana; (c) Bloco do Planalto de Campo Mourão; (d) Bloco do Planalto de Guarapuava e (e) Bloco do Planalto de Palmas. A área do Parque Estadual do Mata dos Godoy está inserida no 3º Planalto, com ocorrência de rochas predominantemente basálticas ASPECTOS GEOLÓGICOS No Estado do Paraná, afloram, predominantemente, rochas sedimentares e vulcânicas da Bacia Sedimentar do Paraná, caracterizada por um substrato rochoso sedimentar-vulcânico de idade Siluriana-Cretácica (MILANI, et al 1994). A Bacia Sedimentar do Paraná é uma extensa bacia intracratônica classificada por KINGSTON et al (1983, in FRANÇA & POTTER, 1988) como do tipo Continental Interior Fracture (IF) em seu estágio inicial de deposição (Siluro-Permiano inferior), e como do tipo Interior Sag (IS) em seu estágio final de deposição (Permiano inferior - Cretácio). Está situada na parte centro-leste do continente sulamericano, cobrindo cerca de km 2. Destes, de km 2 localizam-se no território brasileiro (SCHNEIDER et al., 1978), abrangendo parte dos Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Essa Bacia é preenchida por sedimentos do Paleozóico, Mesozóico, lavas basálticas e sedimentos cenozóicos, os quais recobrem principalmente as planícies aluviais dos grandes cursos d água existentes na Bacia ASPECTOS PEDOLÓGICOS O Parque Estadual Mata dos Godoy está inserido na região conhecida por Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava, com cerca de km 2, que possui registros de grandes produtividades em cultivos de cereais e oleaginosas, dentre outros produtos agrícolas. Este fato deve-se, fundamentalmente, aos solos da região, derivados das rochas eruptivas básicas do Trapp do Paraná (Formação Serra Geral), à exceção do extremo Noroeste (Arenito Caiuá) e dos pequenos trechos com depósitos aluvio-coluvionares recentes. Os solos derivados da Formação Serra Geral são, em sua maioria, profundos, bem intemperizados, com elevada fertilidade natural, devido aos altos teores de bases trocáveis (solos eutróficos), com baixos níveis de acidez e reduzidos teores de alumínio trocável. Em detrimento do desenvolvimento agropecuário, as florestas e as demais formas de vegetação natural do Paraná foram suprimidas e fragmentadas ao longo dos anos, tanto que dos cerca de 85% de cobertura florestal original do Estado, restam, aproximadamente, apenas 8% do total, caracterizando o Paraná como o Estado com o maior índice de desmatamento dentre as 17 Unidades da Federação estudadas pela Fundação SOS Mata Atlântica (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2001). Os remanescentes de vegetação natural, ainda existentes, estão concentrados, basicamente, nas encostas íngremes da Serra do Mar e nas Unidades de Conservação existentes no Estado. III.10

42 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação ASPECTOS CLIMÁTICOS O Estado do Paraná apresenta diversos microclimas com regimes térmicos e pluviométricos distintos, que podem ser observados ao longo do território, associados a variações de latitude e altitude. O Estado está situado em uma região de transição climática, passando por clima subtropical com invernos mais amenos ao norte para uma condição que se aproxima dos climas temperados ao sul, onde os invernos são mais severos. De acordo com a Carta climática do Estado do Paraná (GODOY e CORREIA, 1976, in EMBRAPA/IAPAR, 1984) e com a Divisão Climática do Estado do Paraná (MAACK, 1968), ambas baseadas em Köeppen, verifica-se que o território paranaense está sob influência de três tipos climáticos, a saber: Cfa - é um clima mesotérmico, sem estação seca, com verões quentes e com média do mês mais quente superior a 22 ºC, sendo as geadas freqüentes. É o clima predominante de todo o norte, oeste e sudoeste paranaense, em altitudes normalmente inferiores a metros. Convém ressaltar que a zona limítrofe com o Estado de São Paulo, em certos anos verifica-se um período mais seco no inverno, caracterizando o tipo climático Cwa, que se diferencia do Cfa pelo fato de apresentar estiagem no inverno. Cfb - é igualmente um clima mesotérmico, úmido e superúmido, sem estação seca com verões frescos e com média do mês mais quente inferior a 22 ºC. As geadas são severas e mais freqüentes em relação ao clima Cfa. Ocorre principalmente nas regiões central, sul, centro-leste, em altitudes superiores a metros. Af - é um clima tropical, superúmido, sem estação seca e isento de geadas, com a temperatura média do mês mais frio nunca inferior a 18 ºC. Esse tipo climático não apresenta inverno e a precipitação anual excede a evaporação anual HIDROGRAFIA O Estado do Paraná abrange duas bacias hidrográficas: do rio Paraná e do Atlântico, sendo a bacia hidrográfica do rio Paraná a mais importante, abrangendo cerca de 80% do território paranaense. Os cursos d água sob sua influência correm em sentido oeste, muitos se aproveitando das grandes fraturas geológicas de direção geral NW-SE. Deste sistema hidrográfico fazem parte: Bacia Hidrográfica do rio Itararé; Bacia Hidrográfica dos rios das Cinzas e Laranjinha; Bacia Hidrográfica do rio Tibagi; Bacia Hidrográfica do rio Pirapó; Bacia Hidrográfica do rio Ivaí; Bacia Hidrográfica do rio Piquiri; Bacia Hidrográfica do rio Iguaçu; e, Bacia Hidrográfica do rio Paranapanema. III.11

43 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação O Parque Estadual Mata dos Godoy está inserido na bacia hidrográfica do rio Tibagi, que abrange uma área de drenagem de ha, na qual estão inseridos, parciais ou totalmente, 41 municípios (STIPP, 2000), com extensão de cerca de 550 km (MAACK, 1968), incluindo as suas nascentes, localizadas na região centro-sul do Estado, seguindo em direção ao norte para desaguar no Paranapanema. Os afluentes da margem direita do Rio Tibagi são: Pitangui, Iapó das Antas e São Jerônimo. Os principais afluentes da margem esquerda são: Imbituva, Capivari, Imbaú, Imbauzinho, Barra Grande, Apucarana, Apucaraninha e Taquara (STIPP, 2000) VEGETAÇÃO Geograficamente, o Estado do Paraná é caracterizado por uma grande diversidade de microambientes, os quais se diferenciam pelos fatores climáticos, edáficos, geomorfológicos e altimétricos. A vegetação natural que é observada nos diferentes locais retrata, de certa forma, a interação destes fatores ambientais, podendo até mesmo ser considerada como um indicador para os mesmos. Na figura III.04 apresenta-se a inserção do Parque Estadual do Cerrado na fitogeografia do Estado do Paraná. Esta situação é responsável pela grande variação dos tipos naturais de vegetação ocorrentes na região. No Estado do Paraná, segundo o sistema de classificação do IBGE, os principais tipos de vegetação são: Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), cobrindo a porção litorânea do Estado, desde a orla marítima até as encostas na face leste da Serra do Mar; Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), ocupando a região do Planalto meridional, em altitudes acima de 500 a 600 m s.n.m. (primeiro, segundo e terceiro planaltos paranaenses); Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifolia), ocupando as regiões norte e oeste do Estado, em altitudes mais baixas e marcadas por um clima de caráter tropical-subtropical; Savana (Campos), localizadas sobre o Planalto Meridional, entremeadas com a Floresta Ombrófila Mista com araucária. Segundo suas características climáticas, o Paraná apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento de vegetação do tipo floresta, o que é determinado principalmente pela uniformidade na distribuição pluviométrica no decorrer do ano (ausência de uma estação seca claramente definida). As formações campestres naturais, como os Campos de Guarapuava, de Palmas e do segundo planalto paranaense, são vistas pela maioria dos autores (Hueck, 1966; Maack, 1968; Klein & Leite, 1990) como relitos de um clima de caráter temperado, semi-árido até semiúmido, com períodos acentuados de seca. A expansão das florestas sobre os campos seria uma conseqüência do processo denominado tropicalização do clima, ou seja, a mudança de clima mais frio e seco para o mais quente e úmido. III.12

44 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Figura III.04 - Inserção do Parque Estadual Mata dos Godoy na Fitogeografia do Estado do Paraná III.13

45 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 8 - CONTETO REGIONAL CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA Londrina, por abrigar a unidade de conservação, apresenta-se como unidade territorial de influência direta do parque, analisada no contexto municipal e na área do entorno do parque, bem como os distritos de Espírito Santo e São Luiz na análise da dinâmica de influência indireta da avaliação socioeconômica e cultural. Desmembrado de Jataizinho, Londrina foi elevada à categoria de município através do Decreto Estadual nº de 03 de dezembro de 1934 e implantado oficialmente em 10 de dezembro de 1934, passando a ser sede de comarca pelo Decreto nº de 18 de janeiro de O município de Londrina (foto III.01) está localizado no terceiro planalto paranaense, na região Norte do Estado, nas coordenadas 23º 23 latitude sul e 51º 11 longitude oeste, distante 390 km de Curitiba e aproximadamente 100 km de Maringá, a uma altitude de 576 m acima do nível do mar, com uma superfície de 1.724,5 km². Faz divisa com os municípios de Apucarana, Arapongas, Assaí, Cambé, Ibiporã, Marilândia do Sul, Mauá da Serra, Ortigueira, São Jerônimo da Serra, Sertanópolis e Tamarana. O Distrito de Espírito Santo foi criado através da Lei Municipal nº 5.842, de 20 de junho de 1994, distante 15 km da sede do município, a uma altitude de 553 m acima do nível do mar, com uma superfície de 184,92 km2. Já São Luiz foi criado através da Lei Municipal nº 666 de 11 de junho de 1951, distante 32 km da cidade de Londrina e a uma altitude de 668 m acima do nível do mar, com uma superfície de 153,36 km 2. Foto III.01 -Vista Parcial do Perímetro Urbano de Londrina III.14

46 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO A ocupação das regiões Oeste do Estado de São Paulo e Norte do Estado do Paraná esteve relacionada ao movimento de expansão das fronteiras agrícolas paulistas, notadamente em face da produção cafeeira ocorrida no final do século I. No movimento que se iniciava para incorporação do território oeste paulista às áreas de ocupação agrícola, foram surgindo diversas vilas e municípios. Embora os primeiors movimentos de ocupação e colonização do Norte do Paraná tenham ocorrido de forma lenta e esporádica, nas últimas três décadas do século I, a ocupação do território do norte em direção ao chamado Norte Velho paranaense ganhou um certo impulso com a chegada de contingentes populacionais constituídos de paulistas e mineiros, recém-chegados à região a procura de terras roxas, ainda não incorporadas à produção cafeeira, já bastante desenvolvida no sudeste brasileiro. Neste movimento inicial de ocupação do Norte do Paraná, foram sendo criados diversos núcleos de povoamento, a exemplo de Tomasina (1865), Santo Antonio da Platina (1866), Wenceslau Brás (1867), São José da Boa Vista (1867), Jacarezinho (1900), Cambará (1904), Bandeirantes (1921), Cornélio Procópio (1924) e Andirá (1926). A partir de 1922, o governo estadual começou a conceder terras a empresas de colonização de capital privado, dando início a concessão de terras estaduais para colonização e desenvolvimento do Norte do Paraná, através da atuação da Companhia de Terras Norte do Paraná - subsidiária da empresa de capital inglês, Paraná Plantations Ltda, em 1924, movimento que acabaria contribuindo para a configuração do Norte do Paraná, notadamente do Norte Novo e Novíssimo. Com o objetivo de abrir novas frentes agrícolas para o plantio do algodão, chega ao Brasil a Missão Montagu, que acabaria adquirindo glebas de terra para estabelecimento de fazendas e máquinas de beneficiamento de algodão. Diante do insucesso do empreendimento, as glebas adquiridas foram sendo transformadas em projeto imobiliário, pela então Companhia de Terras Norte do Paraná, que fazia a concessão de títulos de propriedade da terra para os colonos. A colonização do Norte do Paraná só viria a ocorrer definitivamente no século, através de atuação da Companhia de Terras do Norte do Paraná, que contava com o aval do Governo Estadual para colonizar uma área equivalente a 546 mil alqueires, ou aproximadamente 13 mil km², 6,5% de todo o território paranaense. Como Londrina, outras 62 cidades e patrimônios foram fundados pela companhia colonizadora, comercializando mais de 35 mil lotes rurais, a grande maioria com área inferior a 30 alqueires. Com uma política que procurava dar apoio aos pequenos fazendeiros, sem, no entanto, deixar de atender o interesse daqueles que dispunham de melhores condições e recursos, acabaram estimulando a concentração da produção, sobretudo da produção cafeeira, além da explosão demográfica, a expansão dos núcleos urbanos e o aparecimento das classes médias rurais. III.15

47 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Diante deste universo, surge Londrina em 1929 como entreposto avançado do projeto de colonização inglês. Em 21 de agosto de 1929, chega a primeira expedição da companhia no Patrimônio Três Bocas, onde fora estabelecido o primeiro marco que daria origem a Londrina. O nome da cidade surgiu como uma homenagem a Londres, sede da companhia e dos recursos financeiros e da origem dos primeiros executivos que adentraram na região. A criação do município ocorreu em 1934, através de Decreto Estadual assinado pelo interventor Manoel Ribas em 03 de dezembro de A ocupação da região evoluiu rapidamente com a malha viária em crescimento e através da aquisição da Companhia Ferroviária São Paulo - Paraná, uma importante opção ferroviária para escoamento da produção. Em trinta anos na área inicialmente adquirida pelos ingleses, 110 novos núcleos de povoamento foram criados, muitos dos quais transformados em municípios. De acordo com o Livro Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná, 1975, o planejamento inicial de colonização previa a edificação de centros de atração econômica, concentrando atividades de serviços e comércio, a exemplo de Londrina (1934), Maringá (1947), Cianorte (1953) e Umuarama (1955), distantes 100 km entre si e, em torno dessas cidades, núcleos de povoamento para o fornecimento de produtos primários, como Apucarana (1943), Cambé (1947), Rolândia (1943), Arapongas (1947), Astorga (1951), entre outros, todos interligados por rodovias e ferrovias. Em 100 anos de colonização, com o incremento populacional de imigrantes italianos, japoneses, alemães, paulistas e mineiros, as famílias ali estabelecidas conseguiram consolidar vínculos comerciais e comunitários, dando origem a tantas outras vilas e municípios, incorporando, desta forma, a região Norte do Estado do Paraná ao restante do país DINÂMICA DEMOGRÁFICA De acordo com os dados apresentados na Contagem da População de 2000, do IBGE, o município de Londrina apresentava 97% de sua população concentrada no meio urbano, com taxa de crescimento anual de 2,02%, enquanto que, no distrito de São Luiz, 65% da população estava concentrada no meio rural. Os dados da contagem da população urbana e rural do distrito de Espírito Santo (quadro III.05), efetuadas pelo IBGE, referem-se ao ano de 1996, quando 91% da população total do Distrito estava concentrada no meio rural. Quadro III.05 - Número de Habitantes de Londrina e Alguns Municípios (1996/2000) MUNICÍPIO POPULAÇÃO POPULAÇÃO - CENSO 2000 TOTAL URBANA RURAL TOTAL % URBANA %RURAL Londrina % 3% Distrito de Espírito Santo* Sem dado Sem dado Sem dado Distrito de São Luiz % 65% Fonte: IBGE (1996/2000) III.16

48 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação Com relação à densidade demográfica verificada no município de Londrina e nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, ou seja, a relação existente entre o número de habitantes residentes e a área ocupada, os dados apresentados no Censo de 2000 do IBGE apontam que Londrina possuía habitantes, distribuídos em uma área de 1.724,5 km², perfazendo uma densidade demográfica de 259,07 hab/km². De acordo com os levantamentos preliminares efetuados na sede do distrito de Espírito Santo, a população atual é de aproximadamente habitantes, distribuídos em uma área de 184,92 km², perfazendo uma densidade demográfica de 18,39 hab/km², enquanto que, no distrito de São Luiz, para uma população de habitantes, distribuídos em uma área de 153,36 km 2, a densidade demográfica é de 11,67 hab/km². Outro elemento a ser diagnosticado na análise da dinâmica demográfica regional diz respeito ao número de unidades domiciliares municipais, dados que possibilitam a inferência sobre a organização dos núcleos familiares. Em 2000, o município de Londrina possuía 3,88 habitantes por unidade domiciliar. Embora não haja dados atualizados sobre o número de domicílios existentes nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, é possível estimar a quantidade de domicílios existentes no perímetro urbano e rural, atendidos pela rede de água e energia elétrica, inferindo-se o índice aproximado de 3,86 habitantes por unidade domiciliar, índice próximo ao verificado no Paraná, a saber, 3, CONDIÇÕES DE VIDA Em relação à infra-estrutura básica disponível de saúde, o município de Londrina e distritos de Espírito Santo e São Luiz, dispõem de: 3 hospitais públicos municipais (conveniados com o SUS); 9 hospitais privados; 1 hospital universitário; 51 unidades básicas de saúde (13 para atendimento da população rural e 38 urbanas); 6 centros de saúde (5 para atendimento urbano e 1 rural). O distrito de Espírito Santo dispõe apenas de uma unidade básica de saúde rural (posto de saúde) para tratamento ambulatorial da população local, além de 1 mini-posto volante. No distrito de São Luiz, há apenas 1 posto de saúde rural com atendimento ambulatorial. O sistema de educação em Londrina é composto por 4 instituições de ensino superior, além de 175 instituições particulares de ensino, da pré-escola à universidade. Somando-se a isso, Londrina possui ainda os seguintes estabelecimentos de ensino público: 12 creches; 75 estabelecimentos de ensino pré-escolar municipal, além de outras 7 unidades estaduais; III.17

49 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação 97 unidades municipais para o ensino fundamental, além de 63 estabelecimentos estaduais 34 estabelecimentos estaduais de ensino médio; e, 4 unidades para a educação de jovens e adultos. O distrito de Espírito Santo dispõe de uma escola com ensino de pré-escolar à 8ª série, com aproximadamente 500 alunos matriculados, além de outra escola voltada ao ensino de 1ª a 4ª série. No distrito de São Luiz, o sistema de ensino atende alunos do pré-escolar à 8ª série. O sistema de abastecimento de água atende em 100% da demanda da população urbana do município de Londrina, em um total aproximdo de 100 km de rede instalada. No Distrito de Espírito Santo há uma rede instalada de 13,6 km, enquanto que em São Luis a rede instalada é de 7,7 km. No meio rural, a água utilizada pela população geralmente provém de fontes naturais, nascentes ou poços artesianos. Em relação à rede de tratamento de esgoto sanitário, em 2000, o município de Londrina dispunha de economias atendidas pelo sistema, sendo residenciais, comerciais, 213 industriais e 356 do poder público, com uma rede instalada de aproximadamente km de extensão. O sistema instalado atende 68% da população do município. Não há sistema de tratamento de esgoto nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, sendo o despejo do esgoto doméstico efetuado em fossas ou sumidouros. Em relação à coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos urbanos (lixo), em Londrina são efetuadas coletas diárias no perímetro urbano e em dias alternados nos distritos e vilas próximas. Não há coleta nas vilas rurais afastadas, onde normalmente o lixo orgânico é acondicionado em valas ou ainda separado para incineração. Todo material coletado no perímetro urbano e regiões próximas é depositado em um aterro sanitário, com área de m². O lixo hospitalar é coletado diariamente e transportado para o aterro sanitário municipal, onde é depositado em vala hospitalar com cobertura diária de terra e cal. O lixo industrial é de responsabilidade do produtor, sendo coletado e transportado para local adequado. Há um programa para coleta do lixo reciclável que atende aproximadamente a 25% da população de Londrina, sendo o material encaminhado a uma central de triagem, onde são triados, prensados e comercializados. Nos distritos de Espírito Santo e São Luiz, o lixo é coletado em dias alternados, para transporte até o aterro sanitário da sede do município. Nas vilas rurais mais afastadas, o lixo é enterrado em valas ou incinerado. Muito embora, os distritos de Espírito Santo e São Luiz apresentem condições sanitárias ambientais satisfatórias, há problemas ocasionados pela falta de sistema de tratamento de esgoto, despejo de lixo em propriedades rurais, onde os detritos são enterrados ou queimados, além do depósito inadequado de recipientes utilizados na agricultura local. III.18

50 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação INFRA-ESTRUTURA A área de abrangência do município em análise apresenta, como eixos básicos, as rodovias federais BR-277 (Paranaguá - Foz do Iguaçu) no sentido leste-oeste; que intercepta a rodovia federal BR-376, (Campo Largo - Nova Londrina) dando acesso a diversas cidades como Ponta Grossa, Ortigueira, Londrina, Maringá, Apucarana Paranavaí, entre outras, que em determinado trecho conjuga-se com a PR-445, no sentido norte. Há igualmente, a possibilidade de acesso pela rodovia estadual PR-151 (Ponta Grossa - Sengés) que, em determinado trecho, conjuga-se com a PR-090 (Campo Largo - Londrina), no sentido norte, dando acesso às cidades de Ventania, Curiúva, Sapopema, São Jerônimo da Serra, Assaí e Londrina e que constituem os eixos sul-norte da região. As BR-376 e BR-277 constituem-se nas vias de tráfego mais intenso e de maior importância econômica para a região. No município de Maringá, a PR-317 deriva da BR-376 no sentido oeste do Estado do Paraná, até conjugar-se com a BR-369, alcançando as cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu e países do Mercosul. Desta configuração básica de vias primárias de tráfego originam-se vias secundárias com papel de integração intramunicipal. São vias normalmente sem pavimentação e que ocupam função no escoamento da produção e na comunicação das sedes municípios com os distritos. A região é também influenciada pelo transporte de cargas ferroviário que representa um importante corredor de escoamento da produção agrícola, integrando a região Norte do Estado com o restante do Paraná e com o Estado de São Paulo. Com relação ao transporte de passageiros e de carga, o município é servido por linhas regulares de ônibus, fazendo a interligação com as principais cidades da região e com a capital. A infra-estrutura de transporte aéreo é feita através do aeroporto de Londrina, com vôos domésticos e internacionais. No que diz respeito ao consumo de energia elétrica, em 2000 o consumo do município de Londrina foi de MW, com destaque para a classe de consumo residencial, atingindo 34% do total, em um universo de consumidores. O consumo de energia elétrica no distrito de Espírito Santo foi de 523 MW, num total de 158 consumidores. Já o distrito de São Luiz teve um consumo de MW, com um total de 341 consumidores, com destaque para a classe de consumo residencial. Quanto ao sistema público de comunicação, os serviços de telefonia são operados pela empresa SERCOMTEL S. A. Em 2000, o município de Londrina dispunha de telefones públicos e terminais telefônicos em serviço, representando uma média de 1 terminal telefônico para cada 3,2 habitantes. No distrito de São Luiz, estavam instalados 6 telefones públicos e, aproximadamente, 100 terminais telefônicos em serviço. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECBT mantém 3 agências de operação própria, além de outras 13 franqueadas, 9 postos de correio distritais e 87 postos de venda de III.19

51 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação produtos e coleta. Quanto à radiodifusão e serviços de televisão, Londrina dispõe de 16 estações de rádio, sendo 6 FM e 10 em AM. Possui ainda, 5 emissoras de televisão transmitindo sinais das redes, Manchete, Globo de Televisão e do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Há igualmente, os jornais de maior circulação diária no município e no restante do Estado ASPECTOS ECONÔMICOS De acordo com os dados divulgados pelo governo do estado, o Paraná fechou o ano de 2001 com uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto - PIB (valor total de produção de bens e serviços, em determinado período, geralmente 1 ano) de 6,7%, contra 1,7% da média nacional, graças a performance do setor industrial (7,7%) e ao desempenho da agropecuária (19,5%) com destaque para a produção estadual de grãos, totalizando 24,3 milhões de toneladas na última safra, correspondendo a um aumento de 47,6% em relação ao período anterior, particularmente pela produção do milho, com expansão da área plantada e dos ganhos de produtividade. No setor pecuário, houve aumento significativo no volume de exportações, com abate de aves, bovinos e suínos, superior a 27,6%, 20,6% e 21,5%, respectivamente. Nos primeiros 10 meses do ano, a indústria cresceu 27,31% em relação ao ano anterior. No total, as divisas geradas pelas exportações chegaram a US$ milhões até outubro, com um acréscimo de 23,85% em relação ao ano anterior. AGROPECUÁRIA Em relação a situação fundiária das propriedades, de acordo com dados do INCRA, em 1998 o município de Londrina possuia 996 propriedades cadastradas como minifúndios, representando um total de 6 mil hectares; pequenas propriedades; 396 médias e 186 grandes propriedades, estas ocupando uma área aproximada de 92,3 mil hectares. Em relação ao uso do solo no município de Londrina, a maior parte das áreas rurais são utilizadas com pastagem cultivada ( ha), seguinda por lavouras temporárias ( ha), áreas de matas e florestas naturais ( há) e por último, lavouras permanentes (6.713 ha). Para o distrito de São Luiz, 60% das terras são destinadas às lavouras permanentes e temporárias; 20% utilizadas como pasto, cultivado e natural e aproximadamente 20% cobertas de matas ou capoeiras. No quadro III.06, a seguir, apresentam-se dados referentes à área e produção dos principais produtos agrícolas cultivados no município de Londrina. Quadro III.06 Dados dos Principais Produtos Agrícolas Cultivados no Município de Londrina MUNICÍPIO SOJA MILHO TRIGO CAFÉ ARROZ ha t Ha t ha t ha t ha t Londrina Fonte IPARDES (2000) III.20

52 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação As culturas agrícolas aveia e feijão ocupam uma área total cultivada de aproximadamente hectares, no município de Londrina, com produção em torno de toneladas. Muito embora não haja dados sobre a produção agrícola dos distritos de São Luiz e Espírito Santo, a produção de café adensado e tradicional, o milho e a soja compõem as culturas mais importantes da agricultura local. A pecuária no município analisado possui maior representatividade na bovinocultura, avicultura e suinocultura. Segundo informes do IPARDES (2000), Londrina contava com um rebanho de cabeças de gado, um efetivo de aves e de suínos. Não há dados disponíveis sobre o efetivo existente nos distritos de São Luiz e Espírito Santo. No município ocorrem ainda, grandes áreas comprometidas pelo uso indiscriminado de defensivos agrícolas, pesticidas, adubos químicos e falta de destino adequado para as embalagens de agrotóxicos e que indiretamente, acabam comprometendo a qualidade ambiental da região, notadamente do solo e mananciais de abastecimento d água. INDÚSTRIA E COMÉRCIO Em 2000, o município de Londrina contava com estabelecimentos industriais responsáveis por apenas 20% da arrecadação do ICMS e 39% do valor adicionado gerado no município, com destaque para a construção civil, indústria têxtil, vestuário e calçados. Já em relação aos estabelecimentos comerciais e de serviços sujeitos ao ICMS, Londrina contava com estabelecimentos comerciais e de serviços, responsáveis pela arrecadação de 25% em ICMS e de 57% do valor adicionado gerado no município. O distrito de São Luiz dispõe de 22 estabelecimentos de comércio e serviços; não havendo indústrias na região. FINANÇAS MUNICIPAIS Londrina, sendo o município mais desenvolvido da região e com o maior centro urbano, detém a maior capacidade de arrecadação. Em 2000, sua receita total foi de R$ 283,6 milhões (quadro III.07), com maior participação das receitas correntes, apresentando no período, um déficit fiscal de 7% da receita municipal total. O peso das despesas correntes, em relação à receita total, alcançou 94% do total de despesas no município de Londrina. Quadro III.07 - Receitas e Despesas Municipais RECEITAS/DESPESAS LONDRINA Receitas Municipais ,61 Despesas Municipais ,48 Receita - Despesa ,87 Fonte: IPARDES - Prefeitura Municipal III.21

53 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação No que se refere às despesas correntes, índices elevados representam capacidade reduzida de investimentos. No caso em análise, o município compromete grande parte da receita com despesas correntes que englobam gastos com custeio de pessoal, material de consumo e serviços de terceiros. Em 2000, Londrina apresentou despesas de custeio de 79% em relação ao total de despesas, sendo as despesas com pessoal as mais expressivas. Dentro das despesas de capital, os investimentos constituem parte importante para a economia municipal e para a qualidade de vida da população. Em 2000, as despesas de investimentos em Londrina, foram de apenas R$ 8,6 milhões, 2,8% do total de despesas municipais, o que representa pouco, se forem consideradas as necessidades de saúde, educação e infra-estruturas diversas CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL A região de Londrina é abrangida geologicamente pela Bacia Sedimentar do Paraná, caracterizada por um substrato rochoso sedimentar-vulcânico de idade Siluro-Cretácica (MILANI et al, 1994). A região está localizada na porção sudeste da Bacia, onde afloram as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, Grupo São Bento, representados por sucessivos derrames basálticos de idade cretácica inferior, os quais resultaram em solos profundos, denominados latossolos roxos e terra roxa estruturada (nitossolos). O relevo é suave ondulado a ondulado, típico de morfologia da Formação Serra Geral (derrames basálticos) do Terceiro Planalto Paranaense. Com relação aos aspectos climáticos, o Terceiro Planalto apresenta a grande flutuação térmica. No sul, com maiores altitudes médias, as temperaturas médias anuais são menores, situando-se entre 15 e 16 C, elevando-se em direção oeste (vale do rio Paraná) e norte (vale do rio Paranapanema). No quadro III.08 são apresentadas, para cada mês, os valores das médias das temperaturas máximas e mínimas, no período de 1976 a 2001, na estação Londrina. Os meses mais quentes observados são novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março com temperatura média de 29,5 ºC e os meses mais frios são junho e julho com temperatura média de 11,6 ºC. Quadro III.08 - Variação da Temperatura Média Mensal na Estação Londrina no Período de MÉDIAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Máximas 29,6 29,7 29,4 27,7 24,5 22,7 23,5 25,6 26,2 28,6 29,4 29,3 Mínimas 19,6 19,6 18,7 16,4 13,6 11,7 11,5 12,9 14,4 16,5 17,9 19,0 Médias 23,9 23,8 23,3 21,3 18,3 16,6 16,8 18,7 19,8 22,0 23,1 23,6 Fonte: IAPAR, Os meses de maior pluviosidade são dezembro, janeiro e fevereiro, com médias aproximadas de 193; 198 e 191 mm, decrescendo nos meses seguintes até os meses de julhoagosto, época em que são observados os menores índices pluviométricos na região, 57 e 49 mm respectivamente. Esses meses apresentam uma constância pluviométrica maior do que os meses mais chuvosos. Existe uma grande variação na precipitação anual que depende III.22

54 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação principalmente da intensidade de chuvas durante a estação chuvosa, quando há maior variabilidade das médias mensais. A sazonalidade da precipitação na região é refletida também na quantidade de dias chuvosos em cada mês do ano, bem como nas precipitações médias mensais (quadro III.09). Quadro III.09 - Média Mensal dos Dias Chuvosos nas Estações Analisadas ESTAÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Volta Grande 9,2 8,7 7,3 5,1 5,6 5,3 3,2 4,6 6,0 7,0 6,6 8,6 São Luiz 12,7 12,6 10,6 7,0 7,2 6,6 4,9 5,9 8,2 9,2 9,8 12,7 Agroclimatológica- Londrina Ribeirão dos Apertados Fonte: SUDERHSA, ,0 14,4 11,9 8,6 8,7 8,9 6,0 7,2 9,2 10,3 10,7 14,6 13,3 11,8 10,1 6,8 6,3 6,0 4,8 6,4 8,5 8,3 7,8 11,7 A umidade relativa do ar na região do Parque reflete a sazonalidade do regime de chuvas na região, ocorrendo valores maiores no período chuvoso (dezembro, janeiro e fevereiro) e menores no período seco (julho e agosto) podendo se estender até novembro, quando há o início novamente do período chuvoso seguinte. Os ventos são predominantemente de direção E (leste), e velocidade média de 2,4 m/s. O Parque Estadual Mata dos Godoy, em sua maior parte, pertence à bacia hidrográfica do ribeirão dos Apertados, sendo que apenas uma pequena porção ao norte do Parque tem sua rede de drenagem voltada para a bacia hidrográfica do ribeirão Três Bocas, que também deságua na bacia do Tibagi. Conforme SILVA (1990), a floresta contida no Parque Estadual Mata dos Godoy pode ser considerada como um contato entre floras de diferentes associações, haja vista ocorrerem espécies de distintas origens, inclusive de regiões distantes como a Amazônia. O maior gradiente é de Floresta Estacional Semidecidual com influência de Floresta Ombrófila Mista. Geograficamente a Floresta Ombrófila Mista tem sua ocorrência central praticamente restrita ao Planalto Meridional dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que outrora esta formação ainda ocorria na forma de "ilhas" ao longo das partes mais altas da Serra da Mantiqueira, até praticamente a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo. Distribui-se ainda em países vizinhos ao Brasil, notadamente no nordeste da Argentina e sudeste do Paraguai, neste último em área pouco expressiva. A ocorrência desta formação reflete especificidades de dois conjuntos florísticos que encontram-se nesta região, chamados de "Tropical Afro-Brasileiro" e "Temperado Austro-Brasileiro", com um significado ecológico relevante, resultante da latitude meridional combinada com a altitude do planalto, situação esta única na Região Neotropical (LEITE & KLEIN, 1990; VELOSO et al., 1991, in SILVA, 2002). Dentre as principais espécies ocorrentes nesse ambiente florestal citam-se a araucária (Araucaria angustifolia), a imbuia (Ocotea porosa), o sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), os quais figuram também na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do Brasil pela vulnerabilidade a qual estão sujeitas as suas populações III.23

55 III - Informações Gerais da Unidade de Conservação naturais, em função das práticas de manejo adotadas no passado, e da grande pressão de ocupação observada atualmente (SILVA, 2002). A Floresta Estacional Semidecidual ocorre de maneira descontínua praticamente em todos os estados das regiões nordeste, sudeste e sul do país, e em parte no centro-oeste, chegando até a bacia do rio Uruguai, o Paraguai e a Argentina (VELOSO et al., 1991), sendo representada predominantemente pela peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron); ipê-roxo (Tabebuia heptaphyla); canafístula (Peltophorum dubium); louro-pardo (Cordia trichotoma) e grápia (Apuleia leiocarpa). A fauna do Parque Estadual Mata dos Godoy responde às influências dos domínios zoogeográficos Tupi e Subtropical, de acordo com CABRERA & YEPES (1960). O domínio Tupi apresenta uma fauna com representantes caracteristicamente atlânticos, já o domínio Subtropical responde tanto as influências patagônicas, quanto tropicais. Considerando as principais formações de vegetação e suas implicações na distribuição geográfica dos mamíferos, a área do parque encontra-se nos domínios do bioma floresta atlântica (Lato sensu). Segundo FONSECA et al. (1999), este bioma apresenta uma riqueza de espécies menor apenas que o amazônico, guardadas as devidas proporções em extensão territorial entre os dois biomas. De acordo com este autor a floresta atlântica está representada por 229 espécies de mamíferos, das quais cerca de 73 são consideradas endêmicas. Na região norte do Estado do Paraná, onde está localizado o Parque Estadual Mata dos Godoy, as atividades extrativistas e agropecuárias desenvolvidas pela ocupação desordenada e desenfreada das terras pelos colonizadores, colaboraram para a crescente descaracterização da paisagem natural. Paralelamente à destruição e fragmentação do ambiente, retirando o abrigo e alimento das populações de mamíferos, ocorreu a introdução de algumas espécies exóticas e o aumento das atividades de caça. Esses fatores combinados levaram à extinção local de algumas espécies com menor capacidade de adaptação às alterações antrópicas e ao aumento das populações de outras, com maior plasticidade ecológica. III.24

56 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento IV - INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS DO PARQUE ESTADUAL E DE SUA ZONA DE AMORTECIMENTO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DA ZONA DE AMORTECIMENTO Os critérios para definição da zona de amortecimento proposta foram basicamente a definição de limites geográficos facilmente identificáveis e existência de remanescentes florestais no entorno na Unidade de Conservação: Limites da área de expansão urbana de Londrina, junto à sede do Distrito de Espírito Santo, em seu limite norte pelo Córrego Pedroso; A PR-445 no limite leste da Unidade de Conservação, abrangendo algumas propriedades rurais; No extremo oeste do parque, até as proximidades das áreas urbanas dos Municípios de Cambé, Rolândia e Arapongas; e, No extremo sul da unidade, até o limite do Distrito de São Luiz, através da PR- 538 (sentido Apucarana), abrangendo remanescentes florestais nativos que conferem conectividade e fluxo gênico à flora e fauna local e regional. A delimitação da zona de amortecimento pode ser visualizada na figura IV.01, juntamente com o mapa de uso e ocupação do solo DESCRIÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO A Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Mata dos Godoy, apresenta em sua composição territorial rural, o predomínio de médias e grandes propriedades agropecuárias, com atividades voltadas ao plantio de soja, milho, trigo, aveia, café, gado de corte, cria e de leite, além da presença de pequenos açudes com a produção de peixes para consumo doméstico. Muitas das propriedades existentes, são administradas por funcionários, responsáveis pela condução das atividades ligadas ao trato do gado ou à produção agrícola. Há igualmente, áreas arrendadas em muitas das propriedades, voltadas principalmente à produção de soja. O uso intensivo da terra agricultável e de áreas de pastagens domina o panorama da zona de amortecimento do Parque Estadual da Mata dos Godoy. Alguns proprietários adotam práticas de uso e preparo do solo, com o uso intensivo de agrotóxicos em áreas próximas ao parque, ou com potencial poluidor de rios, riachos e pequenos córregos da região da zona de amortecimento. IV.1

57 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Em relação ao uso e ocupação do solo, na análise da zona de amortecimento, através de levantamentos e entrevistas com os responsáveis pelas propriedades, e posterior classificação da imagem de satélite TM LANDSAT 7, em escala 1:50.000, além de levantamento de estudos anteriores, permitiu concluir que a paisagem da zona de amortecimento do Parque Estadual Mata dos Godoy caracteriza-se por uma ocupação predominantemente agrícola (foto IV.01), com culturas anuais (especialmente de grãos, como soja, milho e trigo em maior escala) ao norte e ao leste, e pecuária ao sul e ao oeste. As áreas de pecuária, em sua maioria, pertencentes à fazenda Sr. Nelson Godoy, estão localizadas na margem direita do ribeirão dos Apertados, a qual define o limite sul do Parque. Foto IV.01 - Vista Geral da Z. de Amortecimento do Parque Evidenciando o Predomínio de Áreas Agrícolas (fonte: P. Hoffmann, 2002) A cobertura florestal da região é bastante reduzida, restando apenas alguns pequenos fragmentos da vegetação nativa original, na maioria dos casos, totalmente degradados. Entretanto, existem algumas áreas contíguas de floresta relativamente bem conservadas, que estão situadas principalmente na parte leste dos limites do Parque. Fragmentos menores são também possíveis de visualizar ao sul e a oeste, os quais não estão conectados ao Parque por vegetação autóctone. Esses remanescentes, que ainda ocorrem na região, pouco retratam a pujança da vegetação original, mas são importantes do ponto de vista ambiental, à medida que a situação da cobertura florestal nas imediações é muito precária. Tais fragmentos apresentam comunidades vegetais em estágios precoces no curso da sucessão e são sempre marcados pela influência antrópica. Além da baixa cobertura florestal de um modo geral, a ausência da faixa ciliar de proteção dos cursos d água em boa parte das propriedades da região. Tal fato revela a fragilidade ambiental imposta, tornando esses cursos d água pouco atrativos à fauna e suscetíveis à erosão e à lixiviação de agrotóxicos. As formas de uso e ocupação do solo na área do Parque Estadual e na sua zona de amortecimento são apresentados no quadro IV.01 e figura IV.01 - mapa de Uso e Ocupação do Solo. IV.2

58 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.01 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual Mata dos Godoy e Zona de Amortecimento IV.3

59 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Verso do Mapa de Uso e Ocupação IV.4

60 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Quadro IV.01 - Classes de Uso e Ocupação do Solo do Parque Estadual e Zona de Amortecimento CLASSE PEMG ZONA DE AMORTECIMENTO PEMG + Z. AMORTEC. ÁREA % ÁREA % ÁREA % Hidrografia ,69 0,06 31,69 0,05 Floresta Nativa Pouco Alterada 617,47 89, ,09 11, ,56 12,36 Floresta Nativa Muito Alterada ,26 3, ,26 3,66 Área Antropizada 24,86 3, ,62 84, ,48 83,83 Área Urbana Áreas em Recuperação (Projetos Madeira 1 e 2) 47,84 6,93 10,94 0,02 58,78 0,10 Total 690, , , Além da paisagem agropecuária, com ilhas de floresta natural, ocorrem ainda na região do entorno do Parque faixas com árvores plantadas que funcionam como quebra-ventos e ornamentais nas propriedades rurais e pequenos maciços de reflorestamento de Eucalyptus spp. e outras essências como Grevilea robusta. FRANÇA (1997) estudando os remanescentes florestais do município de Londrina através do uso de imagens de satélite e apoio de campo, identificou a presença de matas em estágio atual de regeneração, localizadas em locais de declividade considerável. Segundo a autora, a grande maioria das áreas florestadas nesse local apresenta florestas nativas alteradas pela retirada de grande quantidade de madeira, principalmente as madeiras de lei. Esses locais são apresentados no Mapa de Uso e Ocupação do Solo como Florestas Nativas muito Alteradas ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Na área do entorno do Parque, por influência da topografia da região e condições socioeconômicas do produtor, a produção agropecuária constitui-se em uma parcela significativa do faturamento das propriedades, com destaque para o cultivo de soja, milho, trigo, aveia e criação de gado. Em algumas propriedades foi constatada a presença de pequenos açudes para produção de peixes, apenas para consumo doméstico. Quanto ao trabalho assalariado, nas propriedades maiores, constatou-se a presença de empregados (administradores das fazendas e contratados para serviços gerais) para o desempenho das atividades ligadas à agricultura e pecuária. Com a mudança do perfil agrícola da região, notadamente após o declínio da produção cafeeira na região de Londrina, a produção de grãos, particularmente da soja, propiciou uma mudança significativa no uso e ocupação do solo, diversificando as atividades desenvolvidas nas fazendas da região, onde grandes áreas mecanizadas de cultivo passaram a dividir espaço com pastagens naturais e cultivadas e com pequenos remanescentes de floresta, alguns com área superior à reserva legal exigida, constituídos por fragmentos de mata que cobriam a região no início do século. IV.5

61 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento A cafeicultura num primeiro momento, e a policultura mecanizada na produção da soja e do milho, num outro estágio produtivo, contribuíram sobremaneira para a rápida degradação de áreas de floresta do Paraná, sobretudo na região Norte do Estado. Apesar da proximidade com a sede do município e a aparente integração campo-cidade, muitos moradores da região encontram-se distanciados da realidade urbana de Londrina, utilizando-se de sua infra-estrutura de atendimento populacional somente quando há casos de maior gravidade, notadamente em relação ao atendimento médico assistencial ou de outros serviços sociais disponibilizados pelo município e que, muitas vezes, não são oferecidos pela rede de atendimento público distrital PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA POPULAÇÃO DA ZONA DE AMORTECIMENTO A unidade de conservação é considerada como patrimônio da comunidade, evidenciada nos diálogos e posturas adotadas pelos proprietários, particularmente na preservação dos remanescentes florestais existentes nas propriedades, áreas que desempenham um papel importante na preservação direta e indireta de espécies da fauna e flora encontradas no Parque Estadual Mata dos Godoy. Há uma ligação afetiva, particularmente nos herdeiros do Sr. Olavo e Álvaro Godoy, com as áreas de floresta existentes nas propriedades do entorno e que há mais de 40 anos já estavam voltadas à preservação ambiental, evidenciada nas medidas adotadas pelos proprietários para coibir ações de caça e pesca predatória, extração de madeira ou invasão de terceiros nas propriedades que fazem limite com o Parque, conseqüentemente, reduzindo a pressão de caça e extração de espécies da flora da unidade de conservação. As principais dificuldades enfrentadas pela população do entorno, no que concerne às medidas de proteção e vigilância das áreas do entorno e do Parque, são: ausência do poder público na condução de campanhas, programas e/ou medidas preventivas de caça, extração de espécies florestais (principalmente o palmito), pesca predatória, manejo ambiental, vigilância florestal e monitoramento da qualidade do solo e da água dos rios da região. Face ao isolamento em que muitos dos moradores se encontram, notadamente devido às atividades desempenhadas nas fazendas por administradores e funcionários em geral, há pouco interesse em participar de reuniões ou debates acerca da dinâmica que envolve as atividades do Parque. Alguns proprietários não residem nas fazendas e há certa dificuldade para estabelecer vínculos com os funcionários do Parque ou com a administração municipal. Some-se a isso as dificuldades de deslocamento, poucos recursos financeiros, falta de instrução ou conscientização para o debate sobre medidas preventivas e conservacionistas voltadas ao Parque. A ausência de campanhas de cunho informativo, voltadas ao esclarecimento da população do entorno quanto ao manejo ambiental, restrições de uso e ocupação do solo, corte de vegetação, uso de agrotóxicos junto às áreas de floresta, margens de rios ou nascentes, criou um isolamento ainda maior dos moradores e/ou funcionários leigos e que ainda sentem IV.6

62 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento dificuldades para assimilar a política ambiental implementada pelo Estado e municípios. As informações técnicas de manejo ambiental normalmente chegam aos proprietários e funcionários através dos meios de comunicação de massa, como rádio e televisão ou por meio das relações de vizinhança e compadrio, sem que haja garantias de que as técnicas empregadas no trato da terra, mata e rios da região sejam efetivamente adequadas. Apesar do grande interesse em manter a produtividade da terra e a manutenção dos remanescentes florestais, há certa incoerência no trato diário da propriedade, onde extensas áreas de lavoura limitam-se pelas áreas de floresta sem que haja preocupação com uso intensivo de defensivos, pesticidas e agrotóxicos de maneira geral. Há que se considerar, ainda, que a probabilidade de ocorrer o despejo de detritos provenientes de esgoto e lixo domésticos em áreas urbanas próximas, presença de currais, chiqueiros e aviários, com a produção de excrementos, pode contribuir para o comprometimento da qualidade ambiental da região. Imaginar que apenas as informações que são veiculadas pelos meios de comunicação de massa sejam efetivas para conscientizar os moradores da região, seria assumir a mea-culpa em face dos possíveis danos causados ao meio ambiente pela inoperância das políticas públicas. Há a preocupação dos moradores com a invasão de propriedades para atividades de caça e extração de espécies florestais como o palmito ou, até, de árvores de valor econômico significativo. Embora não haja, aparentemente, preocupação quanto ao roubo e extravio de gado no local, em muitos municípios esta prática vem causando grandes perdas para produtores e pecuaristas. Sem que haja vigilância efetiva da região, entorno e propriedades existentes na zona de amortecimento do Parque, as investidas de proprietários, empregados e comunidade organizada pouco tem surtido efeito para coibir tal prática. A proximidade com o centro urbano, em um universo de pessoas, com acesso facilitado de habitantes de cidades como Apucarana e Arapongas, a falta de placas indicativas e redutores de velocidade na PR-538, coloca em risco a integridade física dos moradores da região e dos animais que circulam entre o Parque e os remanescentes florestais nas propriedades vizinhas, somado a aparente tranqüilidade do local e a falta de medidas de fiscalização preventiva, têm permitido a manutenção da pressão de caça e extração de espécies florestais nos remanescentes. Destaca-se, ainda, o interesse dos herdeiros do Sr. Olavo Godoy em transformar parte da propriedade conhecida como cidade cenográfica, em cenário do filme Gaijin II rodado na região, em atrativo turístico, objetivando auferir recursos financeiros para a família, bem como em face na necessidade de manutenção da infra-estrutura cenográfica existente. Tal iniciativa poderá, a médio e longo prazo, causar impactos diretos à região e aos ambientes mais frágeis do Parque e entorno, devido ao fluxo mais intenso de visitantes e possíveis infraestruturas de atendimento correlacionadas. Por outro lado, tal perspectiva deverá representar, igualmente, a dinamização da economia dos distritos de Espírito Santo e São Luiz, profundamente dependentes dos repasses financeiros e dos fluxos de capital oriundos da sede do município. Para muitos moradores da zona de amortecimento do parque, os quais poderiam ser parceiros conscientes na preservação e manutenção da unidade de conservação, a Fazenda IV.7

63 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Santa Helena, como é conhecido o Parque Estadual Mata dos Godoy, é visto como lugar comum onde há, em parcela maior ou menor, a mata ou alguns animais que imaginam ainda existir na região, em remanescentes ou na reserva legal das propriedades. Não há ainda um vínculo efetivo entre o Parque, seus funcionários, a administração estadual ou municipal e a comunidade local. Para muitos, não há atrativos ou incentivo para a visitação, particularmente para os moradores mais antigos ou com pouca instrução, alguns que já residem na região há mais de 40 ou 50 anos e que, até então, nem sequer conhecem o Parque, seus funcionários e a infra-estrutura disponível. O Parque, como unidade de conservação, não conseguiu atrair o interesse da grande maioria de seus vizinhos ou estabelecer a ligação entre a comunidade, o poder público e as questões de meio ambiente no cotidiano da população AÇÃO DA PREFEITURA NA ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE E NO MUNICÍPIO De acordo com a concepção da secretaria municipal de meio ambiente no tocante ao Parque Estadual da Mata dos Godoy e sua interação com a população local, deveria haver uma mudança na maneira de pensar o Parque no momento, uma grande melhoria na sua dinâmica e infra-estrutura disponível com toda a atenção e infra-estrutura de forma que toda a geração atual usufrua do Parque, servindo de incentivo para que novas áreas sejam agregadas. A importância do Parque para a comunidade, sua importância extrapola o visitante comum, alcançando as universidades, escolas públicas de modo geral e privadas, a sociedade como um todo, porque a área gera ICMS ecológico e nós queremos aumentar as áreas e a arrecadação do ICMS ecológico para a nossa cidade. O Parque é um atrativo para o transeunte, para quem o visita, ao adentrar na área do Parque, percebe-se a mudança de ambiente, o bem-estar... Com relação à pressão de caça ainda existente nas áreas de entorno do Parque, a prefeitura pretende incluir, em sua política ambiental para o município, através da Agenda 21 de Londrina, ações voltadas à conscientização da população quanto à necessidade de preservar a fauna e flora ainda existentes na região, tanto nas vinhetas comerciais, como através das caminhadas pelas casas, pelas escolas, pelas empresas, teremos que enfocar todos estes temas, para que as pessoas entendam a abrangência do meio ambiente, porque já há na população de Londrina uma consciência ambiental e deveria se incentivar a criação de órgãos específicos nos municípios vizinhos, dito isto face a relatos de atividades de caça que ocorreram na região do entorno do Parque e que estariam relacionadas à presença de pessoas de fora, de municípios circunvizinhos. Já existe, segundo a secretaria de meio ambiente, a preocupação em procurar pontos de confluência entre a política ambiental adotada por Londrina e os demais municípios da região metropolitana, a exemplo de Cambé, onde seria realizada uma reunião para discussão de estratégias de ação voltadas à preservação ambiental. Procurou-se enfatizar que, além dos aspectos relacionados à pesquisa científica, educação ambiental e visitação, dever-se-ia privilegiar ações voltadas ao turismo rural, que não deixaria de representar, naturalmente, uma forma de educação ambiental. Há elementos de interesse que abrangem desde as escolas até grupos da terceira idade, e ver o que o campo tem para oferecer, além do feijão, do milho, daquela idéia que tem que desmatar para plantar IV.8

64 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento e garantir a subsistência e a idéia de que o campo pode oferecer muito mais. A política ambiental do município vai ao encontro com o pensamento conservacionista adotado por muitos dos moradores do entorno do Parque. Há iniciativas para preservação dos fundos de vale e recuperação de áreas degradadas, criando corredores de biodiversidade. Em relação aos programas e medidas voltados aos parques da região, há iniciativas para propor medidas e programas que visem o melhor aproveitamento dos parques existentes, de maneira que a população possa melhor usufruir seu potencial e atrativos, divulgando ainda mais e revitalizando quando necessário, de maneira que a população passe a gostar e multiplicar a idéia dos parques, com mais informações e que possa permitir ao cidadão ter aquilo embutido em seu dia-a-dia, para que ao pensar em passeios, pense nos parques, para que possa ser um multiplicador nas opções oferecidas a outras pessoas. Há inclusive, inserida na política ambiental do município, a idéia de implantar novos parques. 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS Neste capítulo, apresentam-se as informações referentes ao meio físico da área do Parque Estadual Mata dos Godoy e de sua zona de amortecimento HIDROGRAFIA O ribeirão dos Apertados constitui a principal entidade hidrográfica presente no Parque Estadual Mata dos Godoy. Está inserido na porção média da bacia hidrográfica do rio Tibagi, em seu curso inferior, sendo afluente direto da margem esquerda deste rio, recebendo contribuição das drenagens existentes na área do Parque Estadual, onde também exerce a função de limite sul, numa extensão de aproximadamente m, passando posteriormente por propriedades particulares antes de desaguar no rio Tibagi. Este ribeirão, a exemplo da maioria dos rios que compõem a bacia hidrográfica do rio Tibagi, apresenta uma tendência à degradação ambiental, resultado das profundas intervenções antrópicas realizadas ao longo de suas margens. O manejo inadequado do solo, a redução da mata ciliar, o desmatamento desenfreado e o uso intensivo de agrotóxicos nas áreas de lavoura e pastagem, principalmente no seu lado direito, contribuem para a mudança da sua qualidade hídrica QUALIDADE HÍDRICA As características físico-químicas e biológicas da água variam muito, principalmente em função da natureza do solo de onde se origina, das condições climáticas e do grau de poluição a qual é conferido. O ribeirão dos Apertados, sendo o principal elemento hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy, é integrador e indicador da qualidade ambiental global da área. Uma característica importante da água é ser um excelente solvente, portanto, à medida que passa através do ciclo hidrológico, incorpora uma série de substâncias como: sais, metais, matéria orgânica, gases e microorganismos. É fundamental a manutenção da qualidade das águas em uma ampla faixa de vegetação das margens, evitando a erosão e alteração das características físico-químicas e hidrológicas destes ambientes. As alterações dos parâmetros físico-químicos afetam a potabilidade da água e, ainda, podem afetar a sobrevivência das comunidades bióticas, interferindo na ocorrência e distribuição dos organismos aquáticos. IV.9

65 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Foram coletadas três amostras de água no ribeirão dos Apertados (quadro IV.02 e foto IV.02). Na figura IV.02, mostra-se o mapa de hidrografia do Parque, onde são identificados os principais cursos d água ocorrentes no seu interior, tendo ainda a identificação dos pontos de coleta de água. Quadro IV.02 - Localização dos Pontos de Coleta de Água no Parque PONTOS LOCAL COORDENADAS (UTM) E N MG 01 Ribeirão dos Apertados (início) MG 02 Ribeirão dos Apertados (meio) MG 03 Ribeirão dos Apertados (fim) Foto IV.02 - Vista do Ponto de Coleta MG 01 - Ribeirão dos Apertados, Limite Oeste do do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) Os componentes do IQA (ìndice de Qualidade da Água) analisados foram: Temperatura da amostra; ph; Oxigênio dissolvido; DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio); Coliformes fecais; Nitrogênio total; Fósforo total; Resíduo total; e, Turbidez. IV.10

66 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.02 - Mapa Hidrográfico do Parque Estadual Mata dos Godoy e os Pontos de Coleta de Água IV.11

67 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Pelo IQA pode-se determinar a qualidade das águas brutas, numa escala de 0 a 100, para abastecimento público, segundo a graduação a seguir (quadro IV.03). RESULTADOS Quadro IV.03 - Escala para Classificação da Qualidade da Água (Método de IQA) ESCALA IV.12 QUALIDADE Qualidade Ótima Qualidade Boa Qualidade Aceitável Qualidade Ruim 0-19 Qualidade Péssima A seguir são apresentados os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas e os resultados dos cálculos dos parâmetros para composição do IQA das coletas realizadas no Parque Estadual Mata dos Godoy. Ponto MG 01 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (ph, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis) o ribeirão dos Apertados, no início do Parque Estadual Mata dos Godoy, está enquadrado como rio classe II, o qual é indicado para o abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário; à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e a criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana (RESOLUÇÃO CONAMA 20). Pelos resultados do método IQA, a escala de valores desse método indica que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. Ponto MG 02 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (ph, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis), o ribeirão dos Apertados (meio) está enquadrado na Resolução CONAMA n 20/86 como rio classe II. Segundo o método de IQA, o resultado obtido foi 73, indicando que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. Ponto MG 03 De acordo com os resultados dos parâmetros analisados (ph, turbidez, condutividade, nitratos, DBO, OD, óleos e graxas, sólidos dissolvidos totais, sólidos sedimentáveis), o ribeirão dos Apertados (final do Parque) está enquadrado na Resolução CONAMA 20/86 como rio classe II.

68 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Segundo o IQA o resultado obtido foi 73, a escala de valores desse método indica que a água do ribeirão dos Apertados encontra-se com qualidade boa para abastecimento público. No quadro IV.04 apresentam-se os resultados da análise de água pelo Método de IQA para os 3 pontos amostrados. Quadro IV.04 - Resultados da Análise de Água pelo Método de IQA PONTO ESCALA QUALIDADE MG Qualidade Boa MG Qualidade Boa MG Qualidade Boa Ressalta-se que um dos aspectos mais importantes na avaliação da qualidade da água em um corpo hídrico é a tendência de evolução com o passar do tempo. Assim, quanto maior o número de análises efetuadas ao longo do ano (ou do ciclo hidrológico da bacia), tanto melhor e mais próximo da realidade serão os resultados. A análise de água realizada neste trabalho mostrou um retrato da situação momentânea do ribeirão dos Apertados, cuja coleta foi realizada em período de estiagem (poucas chuvas), podendo apresentar um quadro de qualidade hídrica diferente no período de chuvas (dezembro, janeiro e fevereiro), quando o grande volume de água escoado de diversos afluentes intermitentes do ribeirão dos Apertados poderá fornecer importantes indicativos da qualidade hídrica da bacia do ribeirão dos Apertados. Nesse contexto, o ribeirão dos Apertados deverá ser monitorado ao longo do tempo através de análises sistemáticas e sazonais (período seco e chuvoso), para que medidas preventivas sejam tomadas quando se constate que a qualidade das águas esteja piorando no decorrer do tempo GEOLOGIA O Parque Estadual Mata dos Godoy, bem como seu entorno, é constituído geologicamente pelas rochas basálticas da Formação Serra Geral, do Grupo São Bento, de idade Jurássica Superior-Cretácica inferior ( m.a.), de ocorrência generalizada na Bacia do Paraná, tendo sua distribuição, no Estado do Paraná, mais conspicuamente representada no Terceiro Planalto (Planalto de Guarapuava). No Parque afloram rochas basálticas somente no compartimento geomorfológico representado pelas colinas paralelas, localizadas no centro-sul da área. Nesses locais as rochas basálticas possuem coloração cinza escura, de textura afanítica, estrutura maciça, porém intensamente fraturados e com acelerado processo de decomposição. No corte de estrada da rodovia que atravessa o seu interior, em sua porção leste, ocorre grandes afloramentos de rochas basálticas, comumente fraturadas, com juntas horizontais e verticais e desenvolvimento de alterações esferoidais, com escamas concêntricas, características marcantes dos basaltos, indicando processo de decomposição física e química dessas rochas. IV.13

69 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento GEOMORFOLOGIA O relevo do Parque Estadual Mata dos Godoy possui 2 compartimentos distintos, apresentando-se plano a suave ondulado na porção norte, com uma altitude média de 625 m acima do nível do mar e configuração em forma de platô. Na porção centro-sul predomina um relevo acidentado representado por colinas paralelas, preferencialmente orientadas em direção N-NW (Norte-Noroeste), entre os quais encontram-se encaixadas as drenagens (cursos d água) sub-retangulares, afluentes do ribeirão dos Apertados. As vertentes dessas encostas são bastante íngremes e recobertas por solos rasos, com grande incidência de blocos rochosos aflorantes, favorecendo o aparecimento de pequenos processos erosivos locais. A altitude média local é de 600 m, decrescendo ao nível médio de 500 m, com uma amplitude altimétrica de 100 m numa distância média de 1 km (em linha reta), resultando em uma média de 1 m de inclinação do terreno para cada 10 m percorridos em linha reta. A partir da cota 500 m o terreno passa ter a configuração de uma pequena planície aluvial do ribeirão dos Apertados, de 10 a 20 m de largura, conspicuamente representada na porção sudeste da área, ocorrendo casos em que as encostas das colinas chegam no limite do rio, diminuindo a sua área de inundação SOLOS DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS As classes de solos identificadas, classificadas e que constam das unidades de mapeamento do Parque Estadual Mata dos Godoy são apresentadas no quadro IV.05, a seguir. Quadro IV.05 - Classes de Solos Identificadas e Classificadas do Parque Estadual Mata dos Godoy SÍMBOLO RUve1 RUve2 RLe1 RLe2 RLe3 NVef1 NVef2 NVef3 CLASSE DE SOLO NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico, textura argilosa, A moderado, fase Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, relevo plano, substrato sedimentos holocênicos indiscriminados. NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico, textura média, A moderado, fase Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, relevo plano, substrato sedimentos holocênicos indiscriminados. NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A proeminente, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A moderado, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico, A moderado, textura média, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, A proeminente, textura argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo suave ondulado a ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. IV.14

70 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento SÍMBOLO NVef4 NVef5 CLASSE DE SOLO NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico latossólico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas. NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico típico, A moderado, textura muito argilosa, fase Floresta Estacional Semidecidual, relevo ondulado a forte ondulado, substrato rochas eruptivas básicas NEOSSOLOS FLÚVICOS CARACTERIZAÇÃO Sob esta denominação estão compreendidos solos pouco desenvolvidos, derivados de sedimentos aluviais ou colúvio-aluvionais não consolidados, com horizonte A assente sobre camadas usualmente estratificadas, sem relação pedogenética, de granulometria, composição química e mineralógica muito variadas. Os sedimentos que originam estes solos referem-se ao Quaternário, provavelmente ao Holoceno, sendo a natureza dos sedimentos dependente grandemente do tipo de rochas do qual se originam, razão pela qual são pouco uniformes. Os agentes de formação destes solos, principalmente o clima e os fatores biológicos, ainda não tiveram tempo suficiente para agir sobre o material de origem, resultando em horizontes pedogenéticos que não são suficientemente diferenciados, embora as camadas possam ser nítidas, dependendo do material de origem. Apenas o horizonte A, por já ter sofrido modificações resultantes da ação do intemperismo, possui características morfológicas definidas e próprias, que podem enquadrá-lo como horizonte pedogenético. No Parque, a estreita faixa de Neossolos Flúvicos que ocorre no trecho final do ribeirão dos Apertados, por serem derivados de rochas eruptivas básicas, tratam-se de variedades eutróficas, com altos teores de bases trocáveis, reduzida acidez e baixos teores de alumínio trocável, com fertilidade natural média a elevada. Predomina a textura argilosa, embora ocorram variedades com textura média, podendo apresentar textura arenosa próxima à superfície. A vegetação que os recobre, segundo o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992), é classificada como Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, cujas espécies características servem como fator de distinção dos referidos solos, localizados em estreitas planícies nas margens do ribeirão dos Apertados. DEFINIÇÃO São solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre horizonte C, constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre si, apresentando ambos ou um dos seguintes requisitos: Decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade, dentro de 200 cm da superfície do solo; e/ou, Camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de 200 cm da superfície do solo. IV.15

71 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento Figura IV.03 - Mapa de Solos do Parque Estadual Mata dos Godoy IV.16

72 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA UTILIZAÇÃO São solos que apresentam boa fertilidade natural, com teores relativamente altos de cálcio, magnésio e fósforo fatos que, aliados à sua localização em relevo plano denotam grande potencialidade agrícola. Entretanto, na área do Parque, por situarem-se nas margens do ribeirão dos Apertados, a floresta aluvial que os recobre deve ser preservada, devido à fragilidade do ambiente, e para a proteção do leito do ribeirão, além de boa parte de seu local de ocorrência estar localizado em Área de Preservação Permanente (Lei Federal n 4.771/65). ABRANGÊNCIA Esta classe ocorre no extremo Sudeste do Parque Estadual Mata dos Godoy, em pequenas planícies que se formam nas margens do terço final do ribeirão dos Apertados no Parque, em altitudes abaixo de 485 m. Nesta região, as margens dos suaves meandros do ribeirão são de um lado escavadas pelo fluxo d água e, nas margens opostas, os sedimentos são depositados, onde geralmente localizam-se as planícies aluvionares e os NEOSSOLOS FLÚVICOS. As margens escavadas são ora constituídas por NITOSSOLOS VERMELHOS e ora por NEOSSOLOS FLÚVICOS (foto IV.03), formados quando ocorrem extravasamentos do canal, por ocasião das máximas pluviométricas. Por este motivo, na área mapeada não foi possível a definir os limites exatos de uma classe e outra, no nível de levantamento executado, sendo apresentadas como associação.apresenta uma estreita planície aluvionar localizada nas proximidades do limite Sudeste do Parque, onde ocorre um NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico. Foto IV.03 - Planície Aluvionar Próxima ao Limite Sudeste do Parque, onde Ocorre um NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico típico (fonte: E. Oliveira, 2002) IV.17

73 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento NEOSSOLOS LITÓLICOS CARACTERIZAÇÃO Compreende solos constituídos por material mineral ou orgânico pouco espesso, com pequena expressão dos processos pedogenéticos, em conseqüência da baixa intensidade de atuação destes processos, que não conduziram, ainda, a modificações expressivas do material originário, de características do próprio material, pela sua resistência ao intemperismo ou composição química e de relevo, que podem impedir ou limitar a evolução desses solos. Na área de estudo, por serem derivados de rochas eruptivas básicas, desenvolveram-se variedades eutróficas, com alta reserva de nutrientes, ph elevado e sem presença de alumínio trocável, denotando elevada fertilidade natural. Predomina a textura argilosa, embora ocorram variedades com textura média, fato que aliado ao relevo ondulado a forte ondulado e à pequena espessura dos perfis, torna-os muito susceptíveis à erosão, se retirado a vegetação natural que os protege. As características morfológicas destes solos restringem-se, praticamente, as do horizonte A as quais, na área de estudo variam normalmente entre 15 e 40 cm de espessura, com coloração bruno-avermelhada-escura, com matizes variando de 2,5YR a 5YR, valor 3 e croma entre 3 e 5. DEFINIÇÃO São solos constituídos por material mineral, ou orgânico com menos de 30 cm de espessura, pouco desenvolvidos e, a partir de uma profundidade que varia entre 20 e 80 cm, apresentam rochas consolidadas, pouco ou nada meteorizadas. Não apresentam qualquer tipo de horizonte B diagnóstico e devem satisfazer os seguintes requisitos: Ausência de horizonte glei, dentro de 50 cm da superfície do solo, ou entre 50 cm e 120 cm de profundidade, se os horizontes sobrejacentes apresentarem mosqueados de redução em quantidade abundante; Ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A; Ausência de horizonte plíntico dentro de 40 cm, ou dentro de 200 cm da superfície se imediatamente abaixo de horizontes A, E ou precedidos de horizontes de coloração pálida, variegada ou com mosqueados em quantidade abundante, com uma ou mais das seguintes cores: matiz 2,5Y ou 5Y; matizes 10YR a 7,5YR com cromas baixos, normalmente iguais ou inferiores a 4, podendo atingir 6, no caso de matiz 10YR; e, Ausência de horizonte A cherniozêmico conjugado a horizonte cálcico ou C carbonático. IV.18

74 IV - Informações Específicas do Parque Estadual e de sua Zona de Amortecimento CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA UTILIZAÇÃO Por se tratarem de solos com pequena profundidade efetiva, não permitem um adequado armazenamento de água para as plantas cultivadas. Também possuem grande susceptibilidade à erosão quando expostos, sendo ainda comum a ocorrência de rochas na superfície, tornandoos, por conseguinte, pouco adequados para a exploração em sistemas de agricultura tecnificada. São solos que eventualmente podem, em áreas menos declivosas, ser utilizados para implantação de pastagens, pois são de elevada fertilidade natural e não apresentam problemas de alumínio trocável. Entretanto, são mais recomendados para a preservação da flora e da fauna devido às limitações físicas que apresentam. ABRANGÊNCIA Esta classe encontra-se localizada nas áreas mais íngremes da Unidade de Conservação, notadamente na porção Sul do Parque, nas áreas onde estão as nascentes dos cursos fluviais que deságuam no ribeirão dos Apertados. Distribuem-se, genericamente, em níveis altitudinais abaixo de 610 m, até as proximidades do ribeirão dos Apertados. Em sua área de ocorrência mapeada, apresentam-se associados a NITOSSOLOS VERMELHOS, não sendo possível a definição exata dos limites da classe, isoladamente, no nível de levantamento executado.na foto IV.04 apresenta-se perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico. Foto IV.04 - Perfil de NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico Típico em Corte NITOSSOLOS VERMELHOS CARACTERIZAÇÃO de Estrada nas Imediações do Parque (fonte: E. Oliveira, 2002) Compreende solos constituídos por material, com horizonte B nítico (reluzente), argila de atividade baixa ou alta, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em blocos IV.19

II - REQUISITOS LEGAIS

II - REQUISITOS LEGAIS II - REQUISITOS LEGAIS O presente capítulo visa detectar os aspectos legais que foram cumpridos e considerados no Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio Guarani, criado pelo Decreto n 2.322 de 19 de

Leia mais

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC - SNUC PREVISÃO LEGAL Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e àcoletividade

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Bioindicadores Ambientais (BAM36AM) Sistema Nacional de Unidades de Conservação

Bioindicadores Ambientais (BAM36AM) Sistema Nacional de Unidades de Conservação Bioindicadores Ambientais (BAM36AM) Sistema Nacional de Unidades de Conservação Unidades de Conservação SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação Sistema Nacional de Unidades de Conservação Lei

Leia mais

MATERIAL DE APOIO PROFESSOR

MATERIAL DE APOIO PROFESSOR CURSO INTENSIVO III Disciplina: Direito Ambiental Prof. Fabiano Melo Data: 09.12.2009 Aula nº 06 MATERIAL DE APOIO PROFESSOR Lei 4771/65 Art. 2 Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta

Leia mais

Engenharia de Avaliações Aplicada às Áreas de Preservação Permanente (APP)

Engenharia de Avaliações Aplicada às Áreas de Preservação Permanente (APP) Engenharia de Avaliações Aplicada Às Áreas de Preservação Permanente (APP). Engenharia de Avaliações Aplicada às Áreas de Preservação Permanente (APP) 1. Fundamento Legal das APPs: Constituição Federal

Leia mais

Criação de uma Unidade de Conservação na ZPA-6. Morro do Careca e sistema dunar Dunar contínuo

Criação de uma Unidade de Conservação na ZPA-6. Morro do Careca e sistema dunar Dunar contínuo Criação de uma Unidade de Conservação na ZPA-6 Morro do Careca e sistema dunar Dunar contínuo Justificativa: Art. 225 da Constituição Federal: SNUC: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

Leia mais

Art. 6 o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:

Art. 6 o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CF/88 art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Leia mais

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Previsão Legal Objetivos Categorias Finalidades Gestão do Sistema Quantitativos Outros Espaços Protegidos Distribuição Espacial Relevância O Brasil possui alguns

Leia mais

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS OBJETIVO Esta chamada tem por objetivo financiar projetos relacionados a ações de gestão e avaliação

Leia mais

Comparação entre lei 4771 e PL relatado pelo Dep.Aldo Rebelo preparado por Zeze Zakia Versão preliminar ( APP)

Comparação entre lei 4771 e PL relatado pelo Dep.Aldo Rebelo preparado por Zeze Zakia Versão preliminar ( APP) Lei 4771 versão em vigor II área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2 o e 3 o desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos

Leia mais

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo

Leia mais

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura Planejamento da Propriedade Agrícola (APP e RL) Eng o. F tal. Msc. João Carlos Teixeira Mendes Dept o. Ciências Florestais ESALQ/USP Estação Experimental

Leia mais

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CIÊNCIA DO AMBIENTE PROFESSOR: RAMON LAMAR PARTE III 05/11/2015

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CIÊNCIA DO AMBIENTE PROFESSOR: RAMON LAMAR PARTE III 05/11/2015 CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CIÊNCIA DO AMBIENTE PROFESSOR: RAMON LAMAR PARTE III LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, conhecida como Política

Leia mais

As Questões Ambientais do Brasil

As Questões Ambientais do Brasil As Questões Ambientais do Brasil Unidades de conservação de proteção integral Existem cinco tipos de unidades de conservação de proteção integral. As unidades de proteção integral não podem ser habitadas

Leia mais

Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental

Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental Rodolfo Torres Advogado Assessor Jurídico do INEA Especialista em Direito Ambiental pela PUC/RJ Fiscalização: noções gerais Manifestação do

Leia mais

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM I.UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

Leia mais

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N o 2.602, DE 2010 Susta os efeitos do Decreto nº 7.154, de 9 de abril de 2010. Autora: Deputado SARNEY FILHO Relator:

Leia mais

a Resolução CONAMA nº 422/2010 de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental;

a Resolução CONAMA nº 422/2010 de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental; Portaria Normativa FF/DE N 156/2011 Assunto: Estabelece roteiros para elaboração de Plano Emergencial de Educação Ambiental e de Plano de Ação de Educação Ambiental para as Unidades de Conservação de Proteção

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00 1. Conceitos Básicos a) unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,

Leia mais

1.1. Fonte: Elaborado por STCP Engenharia de Projetos Ltda., 2011.

1.1. Fonte: Elaborado por STCP Engenharia de Projetos Ltda., 2011. 1 - APRESENTAÇÃO A Área de Proteção Ambiental (APA) Serra Dona Francisca, localizada no município de Joinville/SC, com área mapeada de 40.177,71 ha, foi criada através do Decreto n 8.055 de 15 de março

Leia mais

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle camilaeberle@hotmail.

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle camilaeberle@hotmail. ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL GESTÃO AMBIENTAL Zoneamento Ambiental Espaços

Leia mais

Legislação e outros documentos sobre Educação Ambiental

Legislação e outros documentos sobre Educação Ambiental Legislação e outros documentos sobre Educação Ambiental 1981 Política Nacional de Meio Ambiente 1988 Constituição Brasileira 1992 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade

Leia mais

Ação 14- Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos de cursos de água com Classe Especial)

Ação 14- Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos de cursos de água com Classe Especial) 180 SUB-PROGRAMA 7 USO DO SOLO Áreas Protegidas Este Sub-Programa contempla uma única ação, que trata da Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos

Leia mais

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado de São Paulo Artigo 1º

Leia mais

8º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura. Adequação Legal da Propriedade Rural

8º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura. Adequação Legal da Propriedade Rural 8º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura Adequação Legal da Propriedade Rural Eng o. F tal. Msc. João Carlos Teixeira Mendes jctmende@esalq.usp.br Departamento de Ciências Florestais Estação Experimental

Leia mais

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 368, DE 2012

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 368, DE 2012 SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 368, DE 2012 Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, para dispor sobre as Áreas de Preservação Permanentes em áreas urbanas. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Leia mais

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DO GUARTELÁ

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DO GUARTELÁ INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DO GUARTELÁ CURITIBA / PR DEZEMBRO / 2002 APRESENTAÇÃO I - METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO II - REQUISITOS LEGAIS III

Leia mais

Unidades de Conservação da Natureza

Unidades de Conservação da Natureza Unidades de Conservação da Natureza Emerson A. de Oliveira, MSc., Doutorando em Ciências Florestais/Conservação da Natureza - UFPR Técnico Especializado - DAP/SBF/MMA Rio do Sul - SC Julho, 2009 DEFINIÇÕES

Leia mais

GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL APA José Fernando (Zéca) Bianca 1. Objetivo Informar agentes de transformação social: instituições representantes do poder público; da sociedade

Leia mais

Curso de Especialização de Gestão Pública e Meio Ambiente. Disciplina de Legislação Ambiental. Professora Cibele Rosa Gracioli

Curso de Especialização de Gestão Pública e Meio Ambiente. Disciplina de Legislação Ambiental. Professora Cibele Rosa Gracioli Curso de Especialização de Gestão Pública e Meio Ambiente Disciplina de Legislação Ambiental Professora Cibele Rosa Gracioli SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - SNUC Lei 9.985 de

Leia mais

IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE AMBIENTAL DE VILA VELHA DECORRENTES DAS ALTERAÇÕES NO PDM

IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE AMBIENTAL DE VILA VELHA DECORRENTES DAS ALTERAÇÕES NO PDM IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A ZONAS DE ESPECIAL INTERESSE AMBIENTAL DE VILA VELHA DECORRENTES DAS ALTERAÇÕES NO PDM YGO SILVESTRE DE DEUS Biólogo/Mestrando em Ecologia ygo.deus@gmail.com Condicionantes da

Leia mais

Gestão e Legislação Ambiental

Gestão e Legislação Ambiental UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE TECNOLOGIA Mestrado em Recursos Hídricos H e Saneamento Disciplina: Gestão e Legislação Ambiental Professora: Selêude Wanderley da NóbregaN Legislação Ambiental

Leia mais

Ministério do Meio Ambiente IMPLEMENTAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Ministério do Meio Ambiente IMPLEMENTAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Unidade de Conservação Área geograficamente estabelecida para se alcançar um objetivo específico de conservação por meio do uso controlado dos recursos biológicos

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. II Seminário Estadual de Saneamento Ambiental

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. II Seminário Estadual de Saneamento Ambiental MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA II Seminário Estadual de Saneamento Ambiental Regularização fundiária em áreas de preservação permanente APPs em zona urbana: uma proposta de gestão ALEXANDRE

Leia mais

Introdução. Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira. Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA

Introdução. Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira. Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA O mar humildemente coloca-se abaixo do nível dos rios para receber, eternamente,

Leia mais

14/05/2010. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Niro Afonso Pieper. Diretor Geral - SEMA

14/05/2010. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Niro Afonso Pieper. Diretor Geral - SEMA 14/05/2010 Niro Afonso Pieper Diretor Geral - SEMA 1 O Sistema Integrado de Gestão Ambiental no Rio Grande do Sul Concepção e Histórico Requisitos para a Habilitação Princípio da Melhoria Contínua Enfoque

Leia mais

PLANO DE AÇÃO NACIONAL DO PATO MERGULHÃO

PLANO DE AÇÃO NACIONAL DO PATO MERGULHÃO OBJETIVO GERAL O objetivo deste plano de ação é assegurar permanentemente a manutenção das populações e da distribuição geográfica de Mergus octosetaceus, no médio e longo prazo; promover o aumento do

Leia mais

Módulo fiscal em Hectares 20 10 16 12

Módulo fiscal em Hectares 20 10 16 12 CÓDIGO FLORESTAL COMO SE REGULARIZAR O QUE É CÓDIGO FLORESTAL? O Código é uma lei que estabelece limites e obrigações no uso da propriedade,, que deve respeitar a vegetação existente na terra, considerada

Leia mais

Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende.

Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende. Imagem do Museu da Língua Portuguesa (Estação da Luz - São Paulo, SP). Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende. João Guimarães Rosa Política Estadual de Mudanças Climáticas e o Pagamento

Leia mais

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Com a edição da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma espécie de marco legal para todas as políticas públicas de

Leia mais

Licenciamento Ambiental no Estado de São Paulo

Licenciamento Ambiental no Estado de São Paulo Licenciamento Ambiental no Estado de São Paulo Aspectos relacionados com a Legislação Florestal / Mineração LEI FEDERAL 12651/12 Engª Amb. Adriana Maira Rocha Goulart Divisão de Apoio e Gestão dos Recursos

Leia mais

Lei 12.651/2012. Prof. Dr. Rafaelo Balbinot Departamento. de Eng. Florestal UFSM Frederico Westphalen

Lei 12.651/2012. Prof. Dr. Rafaelo Balbinot Departamento. de Eng. Florestal UFSM Frederico Westphalen Lei 12.651/2012 Prof. Dr. Rafaelo Balbinot Departamento. de Eng. Florestal UFSM Frederico Westphalen Considerações Padrão Legal X Padrão de Qualidade Capacitação para aplicação da lei Análise individual

Leia mais

Histórico. Decreto 7.029/2009 (Decreto Mais Ambiente) Lei Federal 12.651/2012 Decreto 7.830/2012

Histórico. Decreto 7.029/2009 (Decreto Mais Ambiente) Lei Federal 12.651/2012 Decreto 7.830/2012 Histórico Decreto 7.029/2009 (Decreto Mais Ambiente) Lei Federal 12.651/2012 Decreto 7.830/2012 É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente

Leia mais

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS 1. JUSTIFICATIVA O presente Termo de Referência tem por fim orientar a elaboração do PGRS conforme previsto no

Leia mais

PASSIVOS AMBIENTAIS EM PPP s

PASSIVOS AMBIENTAIS EM PPP s Prof. Dr. Roberto Kochen Tecnologia, Engenharia e Meio Ambiente 4435 Novembro/2005 Passivo Ambiental É o acumulo de danos infligidos ao meio natural por uma determinada atividade ou pelo conjunto das ações

Leia mais

Daniela Campioto Cyrilo Lima*, Emanuela Matos Granja*, Fabio Giordano **

Daniela Campioto Cyrilo Lima*, Emanuela Matos Granja*, Fabio Giordano ** AVALIAÇÃO SOBRE AS PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA ATRAVÉS DO ECOTURISMO NO CAMINHO DO MAR PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR NÚCLEO ITUTINGA PILÕES Daniela Campioto Cyrilo Lima*, Emanuela Matos

Leia mais

Projeto de Lei nº 11 /2012 Deputado(a) Altemir Tortelli

Projeto de Lei nº 11 /2012 Deputado(a) Altemir Tortelli Projeto de Lei nº 11 /2012 Deputado(a) Altemir Tortelli Institui a Política Estadual dos Serviços Ambientais e o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais, e dá outras providências. CAPÍTULO

Leia mais

Telefone p/ contato: ( ) FAX: ( ) e-mail: Coordenadas geográficas * (Lat/Long) no Sistema Geodésico, SAD-69 Lat. -. Long ( )

Telefone p/ contato: ( ) FAX: ( ) e-mail: Coordenadas geográficas * (Lat/Long) no Sistema Geodésico, SAD-69 Lat. -. Long ( ) 1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR NOME / RAZÃO SOCIAL *: End.: rua/av *: n *: Bairro *: CEP *: Município *: Telefone *: ( ) FAX *: ( ) e-mail: CNPJ (CGC/MF n.º) *: CGC/TE n. *: CPF/CIC n. *: End. P/ correspondência:

Leia mais

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves Técnico em Aquicultura Legislação Pesqueira e Ambiental Prof.: Thiago Pereira Alves SNUC Conceito É o conjunto organizado de unidades de conservação protegidas (federais, estaduais, municipais) que, planejado,

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO REDONDO CNPJ 83.102.681/0001-26 Rua Antonio Carlos Thiesen, 74 89.172-000 Pouso Redondo Santa Catarina

PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO REDONDO CNPJ 83.102.681/0001-26 Rua Antonio Carlos Thiesen, 74 89.172-000 Pouso Redondo Santa Catarina PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO REDONDO CNPJ 83.102.681/0001-26 Rua Antonio Carlos Thiesen, 74 89.172-000 Pouso Redondo Santa Catarina LEI N. 1925/06 de 25.07.2006. Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal

Leia mais

Novo Código Florestal Lei 12.651/12. Rodrigo Justus de Brito Advogado e Engº Agroº Especialista em Legislação Ambiental

Novo Código Florestal Lei 12.651/12. Rodrigo Justus de Brito Advogado e Engº Agroº Especialista em Legislação Ambiental Novo Código Florestal Lei 12.651/12 Rodrigo Justus de Brito Advogado e Engº Agroº Especialista em Legislação Ambiental Fevereiro - 2013 ROTEIRO 1. HISTORICO DO CODIGO FLORESTAL a. EVOLUCAO DOS CONCEITOS

Leia mais

Novo Código Florestal, Adequação Ambiental e CAR

Novo Código Florestal, Adequação Ambiental e CAR Considerações Novo Código Florestal, Adequação Ambiental e CAR Prof. Rafaelo Balbinot Curso de Engenharia Florestal UFSM-Campus de Frederico Westphalen Padrão Legal X Padrão de Qualidade Capacitação para

Leia mais

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO Curso: Gestão Ambiental campus Angra Missão O Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Estácio de Sá tem por missão a formação de Gestores Ambientais

Leia mais

Grupo Temático: Áreas de Proteção. Ambiental Natural. Coordenador: Walter Koch. Facilitador: Karla. Relator:Eloísa

Grupo Temático: Áreas de Proteção. Ambiental Natural. Coordenador: Walter Koch. Facilitador: Karla. Relator:Eloísa Grupo Temático: Áreas de Proteção Coordenador: Walter Koch Facilitador: Karla Ass.: Ass.: Ass.: Relator:Eloísa Porto Alegre, 06 e 07 de maio de 2006. No. Grupo Temático 58 Áreas de Proteção Rejeitado Proposta

Leia mais

Plataforma Ambiental para o Brasil

Plataforma Ambiental para o Brasil Plataforma Ambiental para o Brasil A Plataforma Ambiental para o Brasil é uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e traz os princípios básicos e alguns dos temas que deverão ser enfrentados na próxima

Leia mais

DISPOSIÇÕES PERMANENTES

DISPOSIÇÕES PERMANENTES Revista RG Móvel - Edição 31 DISPOSIÇÕES PERMANENTES CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR): O novo Código Florestal determina a criação do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e torna obrigatório o registro para todos

Leia mais

LEI Nº 3.739, DE 07/11/2013.

LEI Nº 3.739, DE 07/11/2013. LEI Nº 3.739, DE 07/11/2013. ALTERA A CATEGORIA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO RESERVA ECOLÓGICA DOS MANGUEZAIS PIRAQUÊ-AÇU E PIRAQUÊ- MIRIM PARA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MUNICIPAL PIRAQUÊ-AÇU

Leia mais

MONITORAMENTO AMBIENTAL E O MONITORAMENTO DA AMBIÊNCIA

MONITORAMENTO AMBIENTAL E O MONITORAMENTO DA AMBIÊNCIA Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Engenharia Agrícola Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola MONITORAMENTO AMBIENTAL E O MONITORAMENTO DA AMBIÊNCIA Mariana

Leia mais

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. RESOLUÇÃO Nº 306, DE 5 DE JULHO DE 2002 Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências

Leia mais

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Legislação Federal LEI N 7.804, de 18 de julho de 1989 Altera a Lei n 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação

Leia mais

Prefeitura INEPAC IPHAN Resumo. 0,5-0,5 0,5 3 pavim. Altura máxima de 13m. 8,5m 15% - - 15% Das Disposições Gerais (IPHAN)

Prefeitura INEPAC IPHAN Resumo. 0,5-0,5 0,5 3 pavim. Altura máxima de 13m. 8,5m 15% - - 15% Das Disposições Gerais (IPHAN) Logradouro: Rua Francisco Manoel, 10 1ª Categoria Terreno: 1400m² Observações: PMP: SIP3 INEPAC: Conjunto XI / 3 IPHAN: 1ª categoria, tipo V Prefeitura INEPAC IPHAN Resumo Taxa de ocupação 30% - 30% 30%

Leia mais

Líderes da Conservação - Instituto de Desenvolvimento Sustentável

Líderes da Conservação - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Líderes da Conservação - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Considerada uma das mais avançadas do mundo. Sua estrutura começou a ser composta em 1981, a partir da Lei 6.938. Da Política Nacional

Leia mais

Deliberação CONSEMA Normativa 2, de 9-11-2011

Deliberação CONSEMA Normativa 2, de 9-11-2011 Deliberação CONSEMA Normativa 2, de 9-11-2011 289ª Reunião Ordinária do Plenário do CONSEMA Dispõe sobre a elaboração e a atualização de lista de espécies exóticas com potencial de bioinvasão no Estado

Leia mais

Marcio Halla marcio.halla@fgv.br

Marcio Halla marcio.halla@fgv.br Marcio Halla marcio.halla@fgv.br POLÍTICAS PARA O COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA AMAZÔNIA Programa de Sustentabilidade Global Centro de Estudos em Sustentabilidade Fundação Getúlio Vargas Programa de

Leia mais

PLANO DIRETOR DECENAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. LEI COMPLEMENTAR N 16, de 4 de junho de 1992

PLANO DIRETOR DECENAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. LEI COMPLEMENTAR N 16, de 4 de junho de 1992 Um plano e novas definições Em 1992, foi publicado na forma de lei complementar o Plano Decenal da Cidade do Rio de Janeiro. Estabeleciam-se então as normas para a política urbana de nossa cidade que deveriam

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPEJARA SECRETARIA DE AGRICULATURA E MEIO AMBIENTE

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPEJARA SECRETARIA DE AGRICULATURA E MEIO AMBIENTE PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPEJARA SECRETARIA DE AGRICULATURA E MEIO AMBIENTE AUDIÊNCIA PÚBLICA - ESTUDOS TÉCNICOS MACRODRENAGEM E APP S EM ÁREAS URBANA CONSOLIDADA PROPOSTA DE CONDICIONANTES E RESTRIÇÕES

Leia mais

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO Enio Resende de Souza Eng. Agr. M.Sc. Manejo Ambiental / Coordenador Técnico / Meio Ambiente Gestão do Produto

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - COEMA

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - COEMA GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - COEMA RESOLUÇÃO COEMA N 116, DE 03 DE JULHO DE 2014. Dispõe sobre as atividades de impacto ambiental

Leia mais

Especialização em Direito Ambiental. 3. As principais funções das matas ciliares são:

Especialização em Direito Ambiental. 3. As principais funções das matas ciliares são: Pedro da Cunha Barbosa. Especialização em Direito Ambiental. Área do conhecimento jurídico que estuda as relações entre o homem e a natureza, é um ramo do direito diferenciado em suas especificidades e,

Leia mais

Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental

Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental 1.CURSOS COM ÊNFASE EM : Gestão Ambiental de Empresas 2. CONCEPÇÃO DOS CURSOS: O Brasil possui a maior reserva ecológica do planeta sendo o número um em

Leia mais

7. Condicionantes. : Reserva Ecológica Nacional; : Reserva Agrícola Nacional; : Domínio Público Hídrico; : Património Classificado;

7. Condicionantes. : Reserva Ecológica Nacional; : Reserva Agrícola Nacional; : Domínio Público Hídrico; : Património Classificado; 7. Condicionantes De acordo com a legislação em vigor existe um conjunto de figuras legais que de algum modo, condicionam o território ou constituem servidões administrativas e outras restrições de utilidade

Leia mais

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa LEI Nº 11.730, DE 9 DE JANEIRO DE 2002. (publicada no DOE nº 007, de 10 de janeiro de 2002) Dispõe sobre a Educação

Leia mais

FICHA PROJETO - nº 172 MA

FICHA PROJETO - nº 172 MA FICHA PROJETO - nº 172 MA Mata Atlântica Pequeno Projeto 1) TÍTULO: Morro do Caçador Uma Proposta de Unidade de Conservação. 2) MUNICÍPIOS DE ATUAÇÃO DO PROJETO: Florianópolis, Ilha de Santa Catarina.

Leia mais

RESOLUÇÃO CONAMA n o 379, de 19 de outubro de 2006 Publicada no DOU nº 202, de 20 de outubro de 2006, Seção 1, página 175 e 176

RESOLUÇÃO CONAMA n o 379, de 19 de outubro de 2006 Publicada no DOU nº 202, de 20 de outubro de 2006, Seção 1, página 175 e 176 RESOLUÇÃO CONAMA n o 379, de 19 de outubro de 2006 Publicada no DOU nº 202, de 20 de outubro de 2006, Seção 1, página 175 e 176 Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal

Leia mais

Resolução SEMAD nº 318, de 15 de fevereiro de 2005. (Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" - 18/02/2005)

Resolução SEMAD nº 318, de 15 de fevereiro de 2005. (Publicação - Diário do Executivo - Minas Gerais - 18/02/2005) Page 1 of 10 Resolução SEMAD nº 318, de 15 de fevereiro de 2005 Disciplina o cadastramento das unidades de conservação da natureza e outras áreas protegidas, bem como a divulgação periódica das informações

Leia mais

MMX - Controladas e Coligadas

MMX - Controladas e Coligadas POLITICA CORPORATIVA PC. 1.16.01 Política de Meio Ambiente Emissão: 02/10/06 1 Objetivo: Estabelecer diretrizes visando proteger os recursos naturais e o meio ambiente em todas das unidades operacionais.

Leia mais

CURSO: GESTÃO AMBIENTAL

CURSO: GESTÃO AMBIENTAL CURSO: GESTÃO AMBIENTAL OBJETIVOS DO CURSO Objetivos Gerais O Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental tem por objetivo formar profissionais capazes de propor, planejar, gerenciar e executar ações

Leia mais

Compilar, organizar e disponibilizar os resultados das pesquisas científicas sobre a Unidade de Conservação;

Compilar, organizar e disponibilizar os resultados das pesquisas científicas sobre a Unidade de Conservação; 4. PROGRAMAS DE MANEJO 4.1 PROGRAMA DE PESQUISA Objetivo Geral Visa dar suporte, estimular a geração e o aprofundamento dos conhecimentos científicos sobre os aspectos bióticos, abióticos, sócio-econômicos,

Leia mais

O MEIO AMBIENTE E A AGROPECUÁRIA BRASILEIRA. Restrições x Oportunidades

O MEIO AMBIENTE E A AGROPECUÁRIA BRASILEIRA. Restrições x Oportunidades O MEIO AMBIENTE E A AGROPECUÁRIA BRASILEIRA Restrições x Oportunidades Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável SDS Dr. Gilney Amorim Viana ASPECTOS REGULATÓRIOS RELEVANTES Código Florestal:

Leia mais

Instrução n. 22/2007. O SECRETÁRIO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas. Considerando o Princípio do Desenvolvimento Sustentável;

Instrução n. 22/2007. O SECRETÁRIO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas. Considerando o Princípio do Desenvolvimento Sustentável; Instrução n. 22/2007 Visa garantir nos imóveis, Área Livre de qualquer intervenção, permeável, passível de arborização e dá outras providências. atribuições legais, O SECRETÁRIO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE,

Leia mais

APRESENTAÇÃO. Sistema de Gestão Ambiental - SGA & Certificação ISO 14.000 SGA & ISO 14.000 UMA VISÃO GERAL

APRESENTAÇÃO. Sistema de Gestão Ambiental - SGA & Certificação ISO 14.000 SGA & ISO 14.000 UMA VISÃO GERAL APRESENTAÇÃO Sistema de Gestão Ambiental - SGA & Certificação ISO 14.000 UMA VISÃO GERAL Introdução SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA Definição: Conjunto de ações sistematizadas que visam o atendimento

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público com objetivo

Leia mais

Reunião Técnica Plano de Manejo APA Várzea do Tietê

Reunião Técnica Plano de Manejo APA Várzea do Tietê Reunião Técnica Plano de Manejo APA Várzea do Tietê CIESP DISTRITAL OESTE 07/08/2014 Apresentação para Ciesp Oeste - Agosto/2014 Sumário: 1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS 2. PLANO DEMANEJO

Leia mais

Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.

Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 379, de 19/10/2006 Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Leia mais

Vice-Presidência de Engenharia e Meio Ambiente Instrução de trabalho de Meio Ambiente

Vice-Presidência de Engenharia e Meio Ambiente Instrução de trabalho de Meio Ambiente Histórico de Alterações Nº de Revisão Data de Revisão Alteração Efetuada 1-Foi alterado o texto do item 2, onde foram suprimidas as referências anteriores e referenciada a PGR-4.3.2 e ao IPHAN. 2-No item

Leia mais

Mobilização - construir parcerias e articulações integradas às dimensões ambientais: social, cultural e econômica.

Mobilização - construir parcerias e articulações integradas às dimensões ambientais: social, cultural e econômica. MISSÃO Desenvolver e implantar projetos que tenham como foco a geração de benefícios para o Planeta, provocando modificações conscientes, tanto no campo das ciências, quanto das atividades humanas. PRINCÍPIOS

Leia mais

Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira

Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira Gestão Ambiental Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira Política Nacional do Meio Ambiente Lei 6938/81 Principais instrumentos de gestão

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA C O N T E Ú D O : N O Ç Õ E S D E D I R E I T O : I N T R O D U Ç Ã O A O E S T U D O D O D I R E I T O A M B I E N T A L C A R A C T E R Í S T I C A S D A L E G I S L

Leia mais

Política Ambiental das Empresas Eletrobras

Política Ambiental das Empresas Eletrobras Política Ambiental das Empresas Eletrobras Versão 2.0 16/05/2013 Sumário 1 Objetivo... 3 2 Princípios... 3 3 Diretrizes... 3 3.1 Diretrizes Gerais... 3 3.1.1 Articulação Interna... 3 3.1.2 Articulação

Leia mais

DIREITO AMBIENTAL NA LEGISLAÇÃO

DIREITO AMBIENTAL NA LEGISLAÇÃO DIREITO AMBIENTAL NA LEGISLAÇÃO FUNDAMENTOS DE DIREITO AMBIENTAL LEGISLAÇÃO NACIONAL Didaticamente podemos dividir o estudo do Direito em duas grandes áreas: o público e o privado. No direito público tratamos

Leia mais

Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020. São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020. São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Contexto Convenção sobre Diversidade

Leia mais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS PORTARIA SEP Nº 104, DE 29 DE ABRIL DE 2009.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS PORTARIA SEP Nº 104, DE 29 DE ABRIL DE 2009. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS PORTARIA SEP Nº 104, DE 29 DE ABRIL DE 2009. Dispõe sobre a criação e estruturação do Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho

Leia mais

PORTARIA n 0175/2013 - GAB

PORTARIA n 0175/2013 - GAB PORTARIA n 0175/2013 - GAB Dispõe sobre as taxas de autorização para utilização de recursos faunísticos e serviços correlatos prestados no âmbito da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos

Leia mais

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: ASPECTOS LEGAIS AMBIENTAIS RELEVANTES

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: ASPECTOS LEGAIS AMBIENTAIS RELEVANTES NOVO CÓDIGO FLORESTAL: ASPECTOS LEGAIS AMBIENTAIS RELEVANTES 25 de Setembro de 2012 ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS Cabe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços

Leia mais

1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: Experimentação Animal CONSTITUTIÇÃO FEDERAL Título VIII - Capítulo VI do Meio Ambiente Art. 225 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

Leia mais

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Informações do Processo: Nome do Interessado: Nº do Processo: Data / de 20 Município: Localidade: Vistoria: Data: / / 20 Técnicos

Leia mais

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI N o 2.587, DE 2007 Altera as Leis nº s 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Autora: Deputada Thelma

Leia mais

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima. MINUTA PROJETO DE LEI Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima. A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º. Esta Lei institui a Política

Leia mais

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago Consulta Pública 2015 Base Legal Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o artigo 225 da Constituição Federal e Institui o Sistema Nacional

Leia mais