O GOLPE DE 64 E O REGIME MILITAR ( ): O governo dos generais
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- Renata Monsanto Affonso
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1 1 O GOLPE DE 64 E O REGIME MILITAR ( ): O governo dos generais Lourival de Oliveira Santos
2 2 Santos, Lourival de Oliveira. C681g O golpe de 64 e o regime militar ( ) o governo dos generais Buriticupu, p 1. Regime militar. 2. Ditadura. 3. Atos institucionais. CDU 981
3 3 AGRADECIMENTOS Considerando esta pesquisa como produto de uma caminhada que principiou no primeiro semestre de 2009, agradecer pode não ser tarefa fácil, nem justa. Para não correr o risco da injustiça, agradecemos de antemão a todos que de alguma forma passaram por nossas vidas e contribuíram para a construção de quem somos hoje. existência. A Deus o criador do universo por nossa Agradecemos, particularmente, a algumas pessoas pela contribuição direta na construção deste trabalho: Ao professor Daniel Epifânio Miglio pela discussão teórica nas disciplinas específicas do curso de História que subsidiou novas reflexões e construções em nossa prática pedagógica e pelas recorrentes "discussões" que travávamos dentro e fora das salas de aula. À professora Ana Cristina Gomes Albuquerque, pela sensibilidade que a diferencia como
4 4 educadora e por sua disposição em ser nossa orientadora na construção deste trabalho. Aos nossos familiares por terem acreditado em nosso potencial e compreendido a nossa ausência em alguns momentos importantes do convívio familiar. A verdadeira história existe na medida em que a história não é uma fantasia, ela é feita a partir de fatos sociais. Mas ao mesmo tempo tudo isso é objeto de uma interpretação do historiador. A história não apresenta uma verdade absoluta. Boris Fausto
5 5 RESUMO O regime militar foi um grande causador de danos em todos os aspectos sociais no Brasil, pois não poupou nem mesmo cidadãos que lutavam apenas por melhorias para suas comunidades. Na luta por estas reivindicações houve a participação da juventude operária de orientação socialista na época, além de estudantes que, muitas vezes foram presos e torturados e outros pagaram com a vida por orientarem e educarem as comunidades. Os governos militares adotaram um movimento político de duplo sentido: autoritário e capitalista. O presente trabalho almeja refletir sobre a forma de atuação dos militares brasileiros num dos períodos considerados mais sombrios da história brasileira - a Ditadura Militar. Pretende enfatizar também a aliança entre a classe dominante, exército e governo norte americano. Faz uma análise a respeito dos generais que foram eleitos presidentes por força de decretos conhecidos como Atos Institucionais. Pretende informar e conscientizar a sociedade brasileira, a respeito das transformações que nosso país passou no período de 1964 a 1985, além de esclarecer os fatores que
6 6 deflagraram o golpe de 64, dentre outros. Fundamentado em ampla pesquisa bibliográfica e na análise crítica de alguns documentos, buscou esclarecer o contexto histórico em que se deu o Golpe de 64, e o Regime Militar. Palavras-chave: Regime Militar. Ditadura. Atos Institucionais. Golpe de 64.
7 7 Sumário INTRODUÇÃO A INTERVENÇÃO DOS MILITARES AO LONGO DA HISTORIA 13 BRASILEIRA As intenções conspiratórias e o governo de JK Posse e renúncia de Jânio Quadros João Goulart e germinação do golpe O GOLPE DE 64 E O REGIME MILITAR O governo do General Castelo Branco ( ) O governo do General Costa e Silva ( ) A Frente Ampla Grupos e organizações de esquerda A articulação dos estudantes O ano que não acabou (1968 ) O governo do General Médici O governo do General Ernesto Geisel ( ) O governo do general João Batista Figueiredo ( ) 69 3 O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL 73 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 81
8 8 INTRODUÇÃO O regime militar foi um grande causador de danos em todos os aspectos sociais no Brasil, pois por sua atuação o país não se desenvolveu como deveria, pois até mesmo em lugares remotos não foi poupado nem mesmo cidadãos que lutavam apenas por melhorias para suas comunidades. Na luta por estas reivindicações houve a participação da juventude operária de orientação socialista na época, além de estudantes que ousavam ajudar as pessoas da comunidade a se politizarem. Muitas vezes esses cidadãos desconhecidos da história nacional foram presos e torturados e outros pagaram com a vida por orientarem e educarem as comunidades. Os governos militares adotaram um movimento político de duplo sentido: ao mesmo tempo em que suprimiam as liberdades democráticas e instituíam instrumentos jurídicos de caráter autoritário e repressivo, levavam à prática os mecanismos de modernização do
9 9 Estado nacional, no sentido de acelerar o processo de modernização do capitalismo brasileiro. O presente trabalho almeja refletir sobre a forma de atuação dos militares brasileiros num dos períodos considerados mais sombrios da história brasileira - a Ditadura Militar. Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura perseguição política e repressão aos que eram contra o regime. Pretende enfatizar também a idéia de que a classe dominante aliada ao exército sob a influência do capital e governo norte americano, depôs o presidente constitucional João Goulart, com o argumento de proteger a sociedade capitalista do perigo comunista que estava sendo disseminado e impregnado em nosso meio. Faz uma análise a respeito dos generais que foram eleitos presidentes por força de decretos conhecidos como: Atos Institucionais, que desprezaram completamente a Constituição do país, desde a tomada do poder em 31 de março de 1964, suspendendo os direitos
10 10 individuais, políticos, fechando o Congresso Nacional, e perseguindo todos aqueles que se opunham ao novo regime ditatorial. Além disso, tem como objetivo, informar e conscientizar a sociedade brasileira, a respeito das transformações que nosso país passou entre o período de 1964 a 1985, no qual os direitos civis dos brasileiros foram ignorados, sendo que o próprio governo ditatorial assumiu as funções da justiça. Também é nosso objetivo esclarecer os fatores que deflagraram o golpe de 64, analisarmos a reação do governo legal ao golpe militar, e compreender que o movimento de redemocratização do país foi possível após uma política de distensão lenta, gradual e segura do regime ditatorial. Desta forma, considerando-se a importância desse período para a compreensão da História do país, nós decidimos pelo tema: O Golpe de 64, e o Regime Militar para o presente trabalho. A partir de uma concepção dinâmica, este trabalho toma por base as questões relativas à estruturação da sociedade capitalista brasileira e suas relações internas
11 11 e externas, para analisar, sob a ótica dialética do materialismo histórico, os fatores das contradições ideológicas e os diversos aspectos dos movimentos políticos subjacentes aos conflitos que culminaram com o Golpe de 64, no Brasil. Fundamentado em ampla pesquisa bibliográfica e na análise crítica de alguns documentos, buscou esclarecer o contexto histórico em que se deu o Golpe de 64, e o Regime Militar, para que a veracidade das informações chegasse a todos os interessados no tema, através do uso de fontes capazes de evidenciar o pensamento tecnocrático tal como ele foi formulado pelos intelectuais do regime. Esta pesquisa está dividida em três partes, além da introdução e da conclusão: a primeira faz uma retrospectiva histórica sobre a influência e a sucessiva intervenção do Exército brasileiro nos conflitos internos desde sua esplêndida vitoria na Guerra do Paraguai; a segunda faz uma análise sobre as possíveis causas e condições que levaram ao golpe de 64, e a instalação de quase 21 anos de regime militar no Brasil, debatendo assuntos que o circundam como, por exemplo, a suspensão
12 12 dos direitos individuais, políticos e a política econômica dos governos ditatoriais; o terceiro e último capítulo aborda sobre o processo de redemocratização do país, que foi possível logo após as Diretas-já.
13 13 Capítulo 1 - A INTERVENÇÃO DOS MILITARES AO LONGO DA HISTORIA BRASILEIRA O golpe de 64, que instalou o regime militar não pode ser compreendido se encarado como um fato isolado, produto de circunstâncias históricas ou o resultado de ações de um ou mais grupos. Muito antes da Proclamação da República, ocorria a interferência ou a participação dos militares em episódios onde as classes dominantes sentiam a necessidade de reprimir movimentos ou lutas populares. Essa realidade, comprovada em inúmeros registros históricos, demostra por outro ângulo, que o brasileiro não é o tipo caracteristicamente cordial e submisso, como se disseminou através dos anos. Ainda no período monárquico, registraram-se sucessivas revoltas populares em defesa da igualdade nacional e contra a pressão política, as quais são provas de que o brasileiro também é capaz de indignar-se. Em 1824 eclodiu, em Pernambuco, a Confederação do Equador, movimento liderado por Frei
14 Caneca, que acabou sendo executado; Em 1835, desencadeou-se a Cabanagem, que foi reprimida com tal violência que dizimou metade da população da então Província do Pará; Em 1837, novo levante na Bahia, chamado de Sabinada, foi também reprimido com desmedida e sangrenta crueldade; 14 Em 1838, deflagrou-se no Maranhão, a Balaiada, mais uma vez assustando as classes dominantes e despertando impiedosa reação; Em 1842, em Minas Gerais e São Paulo, a Revolta Liberal, que já tinha seus líderes organizados em partido de elite, também foi sufocada; Em 1848, deflagrava em Pernambuco a Revolução Praieira, um movimento liberal que não resistiu à repressão imperial. Veja o que Vita diz a respeito dos conflitos sertanejos. Entre os conflitos sociais no mundo sertanejo que mais estranheza e horror provocaram, assim como as reações mais violentas, encontraram-se os movimentos messiânicos. Quando o sertanejo lutou por suas convicções religiosas (o que não significa que as motivações para esses movimentos fossem religiosas), ele o fez de uma forma completamente incompreensível para o homem civilizado. Por isso mesmo foram considerados muitas vezes simplesmente
15 15 como produto do fanatismo caboclo ou então como delírios coletivos de populações mergulhadas na miséria, na ignorância e mantidas sob o jugo de latifundiários mandões. (VITA, 2004, p. 65). Em outubro de 1897, o exército nacional reprime violentamente o movimento messiânico, liderado pelo beato Antonio Conselheiro, em Canudos no sertão baiano, movimento este que discordava das cobranças de impostos, da secularização dos cemitérios e do casamento civil. As forças oficiais precisaram de soldados para aniquilar o movimento e destruir o acampamento de Canudos. Em 1912, surge o Movimento Messiânico do Contestado, um conflito que se desenrolou até 1916, nos sertões de Santa Catarina e do Paraná, deixando mais de camponeses mortos em confronto direto com o exército. Embora todos os levantes populares verificados no decorrer dos últimos séculos tenham sido, de uma forma ou de outra, sufocada pela repressão oficial, deixaram a mostra uma historia de lutas. Em todas elas, o
problemas ligados a construção de uma estrada de ferro. Esta estrada de ferro acabou desalojando parte da população local, além de gerar desemprego e
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