Bastian Ignacio Olivares Flores ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DO APARELHO DIGESTIVO
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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA CURSO DE ESTATÍSTICA Bastian Ignacio Olivares Flores ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DO APARELHO DIGESTIVO Curitiba/PR 2011
2 Bastian Ignacio Olivares Flores ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DO APARELHO DIGESTIVO Projeto apresentado à disciplina de Laboratório de Estatística I, Curso de Bacharelado em Estatística, do Setor de Ciências Exatas da Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profª Drª Suely Ruiz Giolo Curitiba/PR 2011 II
3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAL O Banco de Dados do Hospital Erasto Gaertner MÉTODOS Estimador não paramétrico de Kaplan Meier Teste Logrank: Comparação de curvas de sobrevivência Modelos de Regressão para dados de Sobrevivência CRONOGRAMA DE ATIVIDADES... 6 REFERÊNCIAS... 7 III
4 1. INTRODUÇÃO Câncer é uma doença caracterizada por uma população de células que cresce e se dividem sem respeitar os limites normais. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo (INCA, 2011). A especialidade médica que estuda estes tumores, e as formas de como essas doenças se desenvolvem, é chamada de Oncologia e tem como objetivo realizar estudos que busquem o tratamento mais adequado aos pacientes. No Brasil, uma das maiores referências no tratamento de câncer é o Hospital Erasto Gaertner (HEG). Localizado em Curitiba, no Estado do Paraná, o HEG atua desde 1972 e atendeu em 2007 mais de 890 pacientes com os mais diversos tipos de tumores, sendo que, destes pacientes, 75% são da Grande Curitiba, 20% de outras cidades do interior do estado e 3% oriundos de outros estados. Todos à procura de tratamento para mais de 100 diferentes doenças ligadas à oncologia. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo INCA, no Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) figura entre os dez mais incidentes (6% entre os homens e 9% entre as mulheres) e o câncer de estômago aparece em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres. O esôfago é um tubo músculo que permite a passagem do alimento ou líquido ingerido até o interior do sistema digestivo. Logo, acredita-se que o câncer de esôfago esteja fortemente associado ao alto consumo de bebidas alcoólicas e de produtos derivados do tabaco. Já o estômago tem a função de armazenar por pequeno período os alimentos, para que possam ser misturados ao suco gástrico e digeridos. Vários estudos têm demonstrado que a dieta é um fator preponderante no aparecimento do câncer de estômago. Uma alimentação pobre em vitamina A e C, carnes e peixes, ou ainda com um alto consumo de nitrato, alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados no sal são fatores de 1
5 risco para o aparecimento deste tipo de câncer. Má conservação dos alimentos e a ingestão de água proveniente de poços que contém uma alta concentração de nitrato, pessoas fumantes, que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago também estão relacionados com a incidência deste câncer. Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. O pico de incidência se dá em sua maioria em homens, por volta dos 70 anos de idade (HEG, 2011) Como visto, há estudos realizados na área epidemiológica que possibilitam conhecer os novos casos e realizar estimativas de incidência do câncer, dados fundamentais para o planejamento das ações locais de controle do câncer de acordo com cada região. Porém, a partir do momento em que a doença já se encontra presente no paciente, busca-se priorizar a qualidade de vida de acordo com seu tempo estimado de sobrevida. Para isso, são encontradas na literatura ferramentas estatísticas poderosas e específicas para dados de sobrevivência, que são capazes de modelar o tempo desde o início do tratamento até o período final de acompanhamento do paciente, que pode ser caracterizado pela morte do paciente (decorrência direta da doença ou não) ou, por algum outro, como, por exemplo, a perda de contato com o mesmo (SILVA, J. L. P, 2007). 2. OBJETIVO GERAL Avaliar, a partir do banco de dados disponibilizado pelo Hospital Erasto Gaertner, o tempo de sobrevida de pacientes com neoplasias malignas localizadas no aparelho digestivo. 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever por meio da utilização de técnicas não-paramétricas os dados de sobrevida dos pacientes com câncer de esôfago e de estômago e, havendo tempo hábil, os de câncer de pâncreas e de pulmão. 2
6 Fazer uso de metodologias estatísticas tais como, por exemplo, o Estimador de Kaplan-Meier e o Teste Logrank, a fim de avaliar a associação das covariáveis disponíveis no tempo de sobrevida dos pacientes com neoplasias malignas relacionadas ao aparelho digestivo. Estimar a probabilidade de sobrevida e a taxa de falha dos pacientes com neoplasias malignas do aparelho digestivo (esôfago e estômago) por meio de modelos de regressão semi-paramétricos e paramétricos como o modelo de regressão de Cox e o modelo Log-Normal, levandose em conta as covariáveis que apresentarem evidências de associação com o tempo de sobrevida. Para a seleção das covariáveis será feito uso de procedimentos tais como o backward, forward, stepwise, ou similares. Finalizar o trabalho com conclusões obtidas a partir da avaliação das análises estatísticas realizadas. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAL O Banco de Dados do Hospital Erasto Gaertner O banco de dados disponibilizado pelo Hospital Erasto Gaertner para este projeto é elaborado a partir de informações registradas em prontuários médicos, fichas de admissão e de seguimento e é baseado no formato padrão do Instituto Nacional do Câncer. O referido banco é composto de um total de registros de câncer, registrados entre os anos de 1990 e Levando-se em conta o número de indivíduos, bem como os números de censuras e de falhas observados em cada um dos tipos de tumores, optou-se pela análise de sobrevida dos pacientes com as seguintes neoplasias malignas localizadas no aparelho digestivo: câncer de esôfago ou de estômago. Havendo tempo hábil, poderão também ser analisadas a sobrevida dos pacientes com câncer de pâncreas (órgão associado ao sistema digestivo) e de 3
7 pulmão (em virtude do número de pacientes que o apresentam, bem como do percentual elevado de mortes). 3.2 MÉTODOS Técnicas estatísticas de Análise de Sobrevivência consistem, basicamente, na análise de dados em que a variável de interesse é definida como o tempo até a ocorrência do evento de interesse, denominado tempo de falha (por exemplo, falha de um equipamento ou morte de pacientes). Outro fato que caracteriza tais dados é a presença de censuras, que consiste de informações parciais da resposta (tempo de sobrevida) decorrentes, por exemplo, do término do estudo, perda de acompanhamento, dentre outras. Neste trabalho, a falha é definida como morte do paciente e censura causa de morte diferente da estudada, ou perda de contato com o paciente. Neste trabalho as seguintes metodologias estatísticas serão utilizadas: Estimador não paramétrico de Kaplan-Meier Este estimador foi proposto em 1958 por Kaplan e Meier para estimar a função de sobrevivência usualmente denotada por S(t), quando estamos na presença de uma amostra com observações censuradas. É frequentemente utilizado em estudos clínicos e possui propriedades satisfatórias, tais como: não viciado para amostras grandes e é também o estimador de máxima verossimilhança da função de sobrevivência Teste Logrank: Comparação de curvas de sobrevivência O teste logrank, proposto por Mantel (1966), é utilizado para comparar grupos de indivíduos quanto à sobrevivência, sendo um dos mais utilizados em análise de sobrevivência. A estatística desse teste é obtida de forma similar ao teste de Mantel & Haenszel (1959) para combinar tabelas de contingência. É particularmente apropriado quando a razão das funções de sobrevivência dos grupos a serem comparados é aproximadamente constante Modelos de Regressão para dados de Sobrevivência 4
8 Os modelos de regressão permitem a inclusão de covariáveis que podem estar relacionadas com o tempo de sobrevivência. Nesse estudo, serão investigados alguns modelos paramétricos, dentre eles, o Exponencial, Weibull e Log-Normal, bem como o modelo semiparamétrico de Cox (Colosimo e Giolo, 2006). Esses modelos estão entre os mais utilizados em análise de sobrevivência. 5
9 4. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Atividades Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª Aquisição do banco de dados Elaborar do projeto destinado ao Hospital Erasto Gaertner. Submeter o projeto a aprovação do Cômite de Ética do HEG. Elaboração do projeto Realizar a análise prévia do banco de dados disponibilizados pelo hospital. Revisar o tema a fim de decidir qual o material de estudo será utilizado. Elaborar o projeto do tema escolhido, o qual deverá ser entregue ao orientador no dia 25/03/2011. Encaminhamento da versão final do projeto ao orientador. Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso Realizar a análise estatística do banco de dados a que se propôs estudo. Revisar o tema para a elaboração do trabalho final. Elaborar do trabalho final. Encaminhar da versão final aos membros da banca, até dia 13/06/2011. Defesa do Trabalho de Conclusão de Curso Elaborar a defesa do trabalho de conclusão de curso. Esclarecer, com o orientador, eventuais dúvidas. Defender o Trabalho de Conclusão de Curso, entre os dias 20/06 e 24/06/2011. Elaboração da versão final do Trabalho de Conclusão de Curso Correção do trabalho a fim de obter a versão final do TCC. Encaminhar a versão final do trabalho ao coordenador da disciplina, até 08/07/
10 REFERÊNCIAS COLOSIMO, E.A, GIOLO, S.R. Análise de Sobrevivência Aplicada. São Paulo: Edgard Blucher, HEG. Hospital Erasto Gaertner. Tipos de câncer: esôfago. Disponível em: < Acessado em março/11. INCA. Instituto Nacional de Câncer. Programa de Epidemiologia e Vigilância do Câncer e seus fatores de risco. Disponível em: < Acessado em março/11. INCA. Instituto Nacional de Câncer. Câncer: o que é?. Disponível em: < Acessado em março/11. LIGA PARANAENSE DE COMBATE AO CANCER 10 Anos de Registro Hospitalar de Cancer. Curitiba: LPCC, LIGA PARANAENSE DE COMBATE AO CÂNCER. - Câncer na Infância e na Adolescência. - Curitiba : LPCC, SILVA, J. L. P. ; ESPINDOLA, T. S. ; Suely Ruiz Giolo. Analisando a sobrevida de pacientes com câncer de encéfalo,
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