retrato SERRA E AS ELITES PAULISTAS dobrasil ISRAEL O mal-estar de um país que segue cada vez mais à direita

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1 O NÓ DE LULA Por que o governo não baixa os juros e aumenta as despesas para combater a crise retrato R$ 8,00 N O 22 MAIO DE 2009 dobrasil ÀS ARMAS! A nova política de defesa do País, candidato a grande potência BURLE MARX Cem anos de nascimento de um mestre do paisagismo ISRAEL O mal-estar de um país que segue cada vez mais à direita COMPUTAÇÃO A mecânica quântica pode trazer outra revolução SERRA E AS ELITES PAULISTAS De olho em 2010, o governador de São Paulo quer revalorizar a Revolução Constitucionalista de 1932 na história política brasileira PEDOFILIA O escândalo predomina e pouco se fala em tratar os que sofrem do distúrbio

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4 fale conosco: ASSINATURAS tel de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h ATENDIMENTO AO ASSINANTE assinatura@retratodobrasil.com tel de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h PARA ANUNCIAR comercial@retratodobrasil.com tel de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h CIRCULAÇÃO EM BANCAS circulacao@retratodobrasil.com EDIÇÕES ANTERIORES vendas@retratodobrasil.com REDAÇÃO redacao@retratodobrasil.com tel CARTAS À REDAÇÃO cartas@retratodobrasil.com rua fidalga, 146 conj.42 - vila madalena cep são paulo - sp Entre em contato com a redação de Retrato do Brasil. Dê sua sugestão, critique, opine. Reservamo-nos o direito de editar as mensagens recebidas para adequá-las ao espaço disponível ou para facilitar a compreensão.

5 retrato R$ 8,00 N O 22 MAIO DE 2009 dobrasil Ponto de vista O GOVERNADOR E SUA HISTÓRIA À PAULISTA A Imprensa Oficial de São Paulo lançou livros que revalorizam a elite paulista. Uma manobra de Serra, de olho na sucessão 6 Clima OS MALES DO AQUECIMENTO LOCAL O inverno se aproxima e com ele agravam-se os problemas de saúde. Mas não apenas a natureza é responsável por isso Rafael Hernandes 9 Crise O NÓ DO ORÇAMENTO O governo está reduzindo as previsões de gasto. É porque está amarrado a um modelo que não está voltado para o crescimento do País Lia Imanishi Rodrigues 12 Sociedade UM DRAMA EM BUSCA DE EXPIAÇÃO A mídia e políticos conservadores confundem a opinião pública ao dizerem que a pedofilia é coisa de monstros Léo Arcoverde 22 Defesa O PAÍS VAI ÀS ARMAS O governo faz grandes planos para modernizar as Forças Armadas e se prepara para defender a Amazônia da ambição de uma grande potência Carlos Azevedo 30 Israel UM ACORDO. E MUITO MAL-ESTAR O governo liderado pelo Likud confirma o rumo que o país tomou há anos Armando Sartori e Yuri Martins Fontes 36 Ciência A PRÓXIMA REVOLUÇÃO Os computadores pessoais promoveram mudanças em escala planetária. A computação quântica pode ser ainda mais avassaladora Flavio de Carvalho Serpa 41 Paisagismo O MARX DOS CACTOS E DAS CURVAS Um dos principais paisagistas do século XX, Burle Marx completaria cem anos se fosse vivo Ana Castro 45 Política CASO DANTAS: UM DEBATE O presidente da Previ, Sérgio Rosa, e o repórter Raimundo Rodrigues Pereira discutem as conclusões do artigo publicado na última edição de Retrato do Brasil 48 EXPEDIENTE SUPERVISÃO EDITORIAL Raimundo Rodrigues Pereira EDIÇÃO Armando Sartori REDAÇÃO Carlos Azevedo Lia Imanishi Rafael Hernandes Sônia Mesquita Tânia Caliari Verônica Bercht EDIÇÃO DE ARTE Ana Castro Pedro Ivo Sartori REVISÃO Silvio Lourenço Gabriela Ghetti [OK Linguística] COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Alex Silva Carlinhos Mueller Flavio de Carvalho Serpa Giuseppe Bizarri Léo Arcoverde Yuri Martins Fontes Retrato do BRASIL é uma publicação mensal da Editora Manifesto S.A. EDITORA MANIFESTO S.A. PRESIDENTE Roberto Davis DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marcos Montenegro DIRETOR EDITORIAL Raimundo Rodrigues Pereira COMERCIAL [comercial@retratodobrasil.com] GERENTE Daniela Dornellas Tel REPRESENTANTE EM BRASÍLIA Joaquim Barroncas Tel ADMINISTRAÇÃO [administracao.bh@retratodobrasil.com] Neuza Gontijo Maria Aparecida Carvalho OPERAÇÃO EM BANCAS ASSESSORIA EDICASE [ DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA EM BANCAS Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A MANUSEIO FG Press CARTAS AS FORMAS DE DITADURA O artigo As formas de ditadura, publicado na edição 21, foi muito elucidativo e didático. Ao usar o termo presidente e regime militar, quando se referem à ditadura brasileira, entretanto, o texto corrobora a afirmação da imprensa burguesa de que houve realmente uma ditabranda, já que não houve ditadores e ditadura e sim uma variante da democracia, chamada de regime miltar por oposição ao regime civil, que é o que estamos vivendo agora. Miguel Boeira Vianna [por ] 45 ANOS DO GOLPE Em 31 de março último, o Clube Militar, em sessão solene realizada no Rio de Janeiro, convidou mais de 2,5 mil membros das Forças Armadas para a comemoração do quadragésimo quinto aniversário do golpe militar de Dada a manifesta ilicitude da solenidade e o nefasto silêncio da mídia, inúmeros intelectuais firmaram um manifesto de repúdio, reproduzido abaixo. Entre outros, subscreveram o texto Dalmo de Abreu Dallari, Fábio Konder Comparato, Ivan Valente, Margarida Genevois, Maria Luiza Marcilio, Maria Victoria Benevides e Roberto Romano da Silva. Miguel Chibani Bakr Filho, presidente da Associação E vamos à luta [por ] Manifesto de repúdio: Lastimável equívoco. Profundo gravame à consciência coletiva do povo brasileiro, que, por mais de 20 anos de violência política institucionalizada, assistiu ao desmantelamento dos mais altos princípios da democracia e dos direitos humanos. Afinal, comemora-se o quê? [...] A sobredita festividade não tem mínima justificação ética. Não há oratória que possa acobertar o espancamento da cidadania levada a feito no Regime Militar. Não há jogo de palavras que dissimule os excessos cometidos no exercício do poder. Não há qualquer apelo emocional destinado à sedução do auditório que contrafaça os atentados à integridade física e moral perpetrados pelos idealizadores do Estado de Exceção. CAPA Governador José Serra (20/8/2007)/ Foto Ed Viggiani/ AE

6 Ponto de vista: O GOVERNADOR E SUA HISTÓRIA À PAULISTA A Imprensa Oficial de São Paulo lançou livros que reinterpretam o passado e revalorizam a elite paulista. Uma manobra de Serra, de olho na sucessão O PAPEL DAS ELITES PAULISTAS na história do País está sendo revalorizado pelo governador José Serra. No fim de 2007, por meio da Imprensa Oficial (Imesp), o governo de São Paulo lançou a Coleção Paulista, conjunto de livros que se propõe a levar aos estudantes e ao público em geral a história de São Paulo e dos seus personagens que influenciaram a vida brasileira. No lançamento, o organizador da coleção, o historiador Marco Antônio Villa, disse que ela tinha um objetivo político: acabar com o mito de que todo político paulista tem o ranço do conservadorismo e desmascarar a história de que resgatar o discurso político paulista é conspiração da elite do estado de São Paulo. Nas comemorações do 76º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, a polêmica rebelião de São Paulo contra o governo de Getulio Vargas, o governador escreveu na Folha de S.Paulo sobre o movimento. Em 2007, em seu primeiro ano à frente do governo, Serra foi vaiado nas comemorações do 9 de Julho, data da deflagração da revolta. Com certeza, para muitos conservadores paulistas que consideram o golpe militar de 1964 como a Revolução de 1932 que deu certo, Serra ainda é o político de esquerda que foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e o aliado de João Goulart, o presidente deposto pelo golpe. O texto do governador, surpreendentemente, foi uma defesa da Revolução de Ele escreveu que o movimento tinha sido demonizado como separatista, mas que seu significado era outro: a sua direção era exercida por setores identificados com valores democráticos, com a modernidade de então, e que isso explicaria o amplo apoio obtido pelo movimento em todas as camadas sociais. Serra colocou a rebelião paulista no primeiro plano da história do País. Enganam-se os que imaginam que recordar 1932 é simplesmente remexer no velho baú da história. É muito mais que isso: é uma bela data da história do Brasil e de São Paulo, escreveu, em conclusão. Uma semana depois, reafirmou esse ponto de vista. Compareceu ao lançamento, na Casa das Rosas, na avenida Paulista, de 1932: imagens de uma revolução, livro do mesmo Villa, também editado pela Imesp (imagem na pág. ao lado). Lá, repetiu que a guerra paulista foi um movimento hegemonicamente democrático e elogiou o livro de Villa como uma grande contribuição histórica. A Coleção Paulista é parte de um projeto maior. Ainda neste ano, o governo quer criar um Museu da Memória Paulista, na Mooca, tradicional bairro operário paulistano onde o go- vernador nasceu. O museu abrigará um Centro de Memória e Documentação de São Paulo. O modelo é o Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea (Cpdoc), que funciona na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. Pela escolha de Villa como organizador da Coleção Paulista, a linha editorial a ser seguida não é de complementação, mas de contestação ao trabalho do Cpdoc, criado em 1973 e administrado durante longo tempo pela neta de Getulio, Celina Vargas. Villa é autor de uma biografia de Goulart, considerado o herdeiro de Vargas, na qual multiplica detalhes da vida íntima do ex-presidente, com o intuito claro de desmoralizá-lo. E, sem qualquer documento relevante para provar sua tese, atribui às fraquezas pessoais de Goulart pelo menos metade da responsabilidade pelo próprio golpe que o depôs. O historiador também é o criador do extravagante conceito de ditabranda (ver a edição anterior de Retrato do Brasil), com o qual tentou caracterizar como não ditatorial metade do período dos governos militares pós-1964 os primeiros anos, do golpe até o AI-5, em 1968, e os últimos, a partir da anistia de 1978 até a posse do governo Tancredo Neves José Sarney, no começo de VARGAS E OS TENENTES Na história da Revolução de 1932, Villa comete um desatino semelhante. A guerra paulista é a rebelião armada contra o governo Vargas, organizada a partir de dois partidos políticos do estado: o pequeno e novo Partido Democrático (PD, de 1926) e o grande e antigo Partido Republicano Paulista (PRP, de 1873). O PD apoiara a Revolução de Já o PRP pode ser considerado a viga mestra das forças derrotadas pelo movimento liderado por Vargas. Representava o grande poder econômico do País na época, o dos cafeicultores paulistas. Indicara o paulista Júlio Prestes para presidente nas eleições de 1930, na disputa contra Vargas, da Aliança Liberal. Prestes ganhou, mas não chegou a tomar posse, em virtude da vitória armada dos aliancistas. Vargas chegou ao poder como comandante militar e líder de um grupo de jovens oficiais das Forças Armadas, conhecidos genericamente como tenentes e que, ao longo dos anos 1920, tinham se rebelado contra o coronelismo e os costumes políticos corrompidos da Primeira República ( ), também chamada de República Velha. Com a vitória em 1930, tenentismo passou a caracterizar uma corrente política. A definição clássica do termo é a de Virgínio Santa Rosa ( ), intelectual e político paraense. No livro O sentido do tenentismo, de 1933, Rosa diz que os tenentes constituem a corrente mais radical dos vitoriosos na Revolução de 1930, a dos que pleiteavam profundas modificações sociais no País, ao contrário da corrente moderada, dos que desejavam realizar somente as reformas de natureza política. Villa redefine o significado do tenentismo a partir da Revolução de 1932, que, segundo ele, opôs dois grupos. De um lado, estavam os tenentes, um grupo eclético que pressionava pelo adiamento das eleições para a Constituinte, previstas para Eles não tinham um projeto claro para o País, diz Villa. Seus adversários eram as reivindicações dos paulistas. E, do lado paulista, completa Villa, estavam os democratas. É uma redefinição tão radical quanto sem fundamento. É claro que o conceito de tenentismo de Santa Rosa merece como de fato já mereceu estudo e crítica. A questão levantada por Villa é outra, no entanto. Ele endeusa o PRP e define a revolta da aliança PD-PRP como uma defesa da questão democrática, pura e simples, como uma espécie de tesouro perdido, muito valioso, especialmente em um país marcado por uma tradição conservadora, elitista e antidemocrática. Esquece que o PRP era justamente o representante da tradição conservadora, elitista e antidemocrática da República Velha. Villa faz o milagre ideológico de recuperar o PRP na escolha dos cinco primeiros títulos da Coleção Paulista e seus trabalhos de apresentação. O personagem e o livro principais desses primeiros títulos são Manuel Ferraz de Campos Salles ( ), e o livro de sua autoria Manifestos e mensagens. Campos Salles, o paulista que governou o Brasil de 1898 a 1902, foi também governador de São Paulo e um dos criadores do PRP. No texto de apresentação do livro, Campos Salles aparece, com razão, como o homem que montou o mecanismo central da Primeira República, uma combinação da chamada política dos governadores o acordo entre os chefes considerados naturais das oligarquias nos estados com uma política federal de arrocho fiscal e saneamento monetário, feita a partir de um acordo com os credores externos da dívida brasileira. Esse mecanismo, diz a apresentação, permitiu ao PRP controlar o centro da política brasileira por meio de negociações regulares com as demais oligarquias locais e o comando contínuo dos processos sucessórios. O problema dessa apresentação é que seu autor, Júlio Pimentel, do Departamento de História da Uni- 6 retratodobrasil 22

7 versidade de São Paulo (DH-USP), a despeito das cores aparentemente sombrias com que pinta a ação política de Campos Salles, considera que não havia alternativa à sua política econômica de submissão aos interesses dos banqueiros internacionais, especificamente, aos termos ditados pelos Rothschild, os donos da banca inglesa. E, por esse motivo, acaba chegando à conclusão de que a política conservadora de Campos Salles também era a única possível. Ele termina sua apresentação afirmando que Campos Salles, dentro dos limites da política oligárquica da Primeira República, pensou o Brasil de forma ampla, concebeu seu papel na América, achou o lugar para o liberalismo possível, governou com austeridade incomum para os padrões brasileiros, deixou sua atuação documentada e comentada. Campos Salles, cujo reacionarismo é assim disfarçado, é acompanhado na Coleção Paulista por quatro outros personagens: José Bonifácio, o Moço ( ), que teve reeditados seus Discursos parlamentares; o escritor Júlio Ribeiro ( ), com a publicação de duas séries de seus artigos políticos e sociais, Cartas sertanejas e Procellarias; o professor Paulo Duarte ( ), com a edição de seu livro Agora nós!, sobre a Revolução Paulista de 1924; e Joaquim Floriano ( ), com a reedição de sua A província de S. Paulo, um trabalho estatístico e geográfico que D. Pedro II levou à Exposição Industrial da Filadélfia, em , A OUTRA REVOLUÇÃO A seleção de nomes sugere uma diversidade de opiniões dentro do campo liberal paulista que é bem maior que a importância dos políticos apresentados. O moço Bonifácio, sobrinho de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, apresentado pelo próprio Villa, é um liberal cujos melhores momentos parlamentares ocorreram no combate à escravidão. Nessa frente, no entanto, é um retardatário: ainda em 1867, em defesa dos fazendeiros, pedia tempo para substituir o braço escravo que garantia as exportações do País. Ribeiro é mais conhecido por seu romance naturalista A carne. No livro da Coleção, é crítico das eleições de Campos Salles e Prudente de Morais pelo PRP. Mostra-se um republicano decidido, ateu e abolicionista radical. Mas não se vê sinal de que tenha tido qualquer peso na política das elites paulistas. Dos outros dois autores, merece destaque Paulo Duarte, que foi do PD, fundado por republicanos divergentes do PRP. Ele comandou, em 1932, o trem blindado que apoiava as tropas rebeladas no Vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de Janeiro. O texto de apresentação de Duarte é do conhecido historiador Boris Fausto. Ele lembra que Duarte é autor de Palmares ao avesso, sobre sua experiência na Revolução de 1932, livro no qual manifesta sua dúvida sobre o próprio movimento: admite que ele pode servir para fortalecer o reacionário PRP. Em Agora nós!, o tema é outro: o movimento dirigido pelo outro grupo político presente na história de São Paulo daqueles anos, o dos tenentes a Revolução de 1924, contra o PRP e contra a República Velha. Derrotados depois de sofrerem intensa repressão quase 500 mortos e mais de 4,5 mil feridos, os tenentes, sob o comando de Miguel Costa, retiraram-se para o Sul do País após controlarem a cidade por cerca de um mês. No Sul, os revoltosos se uniram Gilberto Marques/ Divulgação retratodobrasil 22 7

8 vou à escolha de Júlio Ribeiro filho de pai americano e nascido em Minas Gerais, como um personagem da história das elites paulistas, Costa também merecia um título. Mas a Coleção Paulista, pelo menos nessa sua primeira fornada de obras, não aparenta ser voltada para esse lado do espectro político. Sua preocupação se parece mais com a de Washington Luiz, o paulista que presidia o Brasil nos idos da Revolução de 1930 e considerava a questão social como um caso de polícia. Reprodução do livro 1932, Imagens de uma Revolução às tropas de Luiz Carlos Prestes, com as quais formaram a famosa coluna Miguel Costa Prestes ( ), que percorreu o País fazendo propaganda armada da ampliação dos direitos democráticos e de reformas sociais. Costa se refugiou com Prestes primeiro na Bolívia, depois na Argentina. De lá, Prestes aderiu ao Partido Comunista e recusou a Aliança Liberal. Costa voltou com Vargas, passou com ele por São Paulo, vitorioso. Ali, tornou-se comandante da Força Pública e auxiliar do interventor no estado, o tenente João Alberto. Miguel Costa fundou em São Paulo o Partido Popular Paulista. É na tentativa de invasão da sede do PPP, na rua Barão de Itapetininga, perto da praça da República, no Centro paulistano, que, a 23 de maio, são feridos e depois morrem os famosos Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, da sigla MMDC, da Revolução de No seu livro, ao contar o fato, Villa fala de uma grande batalha na qual os estudantes paulistas mobilizaram armas e recursos em todo o Centro da cidade para, depois de horas, vencer os militantes do PPP que eram, afinal, apenas seis pessoas. Costa nasceu em Buenos Aires, filho de pais espanhóis, mas viveu em São Paulo praticamente toda a sua vida. Pelo mesmo critério que le- DISPUTA DE PREFERÊNCIA A adulação da elite paulista nos termos das citadas iniciativas do governo de São Paulo é uma operação com objetivo claro: as eleições de O governador Serra é o grande candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, desde o segundo turno da eleição de 2002, que ele perdeu para Lula, seu partido, o PSDB, compete com dificuldade com o PT pelas doações de campanha do grande empresariado. Sua adversária provável na disputa pela preferência da elite endinheirada, concentrada em São Paulo, é a ministra Dilma Rousseff, candidata de Lula. Infelizmente, no contexto atual, de baixa mobilização popular, as eleições muitas vezes se convertem num espetáculo midiático, financiado por essa elite. Adular as elites paulistas é uma lástima. Debatê-las é um tema atual. O vencedor do mais recente festival de documentários É tudo verdade foi Cidadão Boilesen, de Chain Litewski, sobre o assassinato, por guerrilheiros urbanos, em 1971, no bairro paulistano dos Jardins, de Henning Boilesen, presidente do Grupo Ultra. O empresário dinamarquês é considerado o principal mediador dos contatos entre os empresários paulistas e os militares no apoio financeiro para a montagem da Operação Bandeirantes (Oban), responsável pela criação do centro de tortura sistemática de presos políticos em São Paulo. Em A ditadura escancarada (Companhia das Letras, 2002), Elio Gaspari conta detalhes do encontro entre o então ministro Delfim Netto e banqueiros, cerca de 15 pessoas, no qual cada um contribuiu para a Oban com o equivalente, na época, a 110 mil dólares. Gaspari afirma que, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), eram feitas reuniões ao cabo das quais se recolhiam as contribuições com o mesmo objetivo. Diz que empresas também participavam com contribuições em espécie: a Ford e a Volkswagen forneciam carros; o Grupo Ultra, caminhões; e a Supergel, refeições congeladas para o centro de torturas. 8 retratodobrasil 22

9 Clima: Folha Imagem OS MALES DO AQUECIMENTO LOCAL O inverno se aproxima e, com ele, agravam-se os problemas de saúde. Mas não apenas a natureza é responsável por isso Rafael Hernandes Maio já foi conhecido como o mês das noivas, numa referência à grande quantidade de casamentos realizados no período. Hoje, segundo as estatísticas oficiais, maio perde em número de casamentos para setembro e dezembro. O mês, que corresponde à segunda metade do outono e antecede, portanto, o inverno, é mais lembrado atualmente pelo aumento do número de ocorrências de problemas respiratórios em algumas grandes cidades brasileiras. O inverno é naturalmente propício para a elevação do número desses casos. Durante a estação, diversos fatores, alguns naturais, contribuem para a piora das condições de saúde da população. Redução de ventos e chuvas, as bruscas mudanças de temperatura (as chamadas inversões térmicas), além da tendência à concentração de pessoas em lugares fechados e sem ventilação, favorecendo o contágio por agentes infecciosos, são algumas delas. E, claro, a queda da temperatura, que exige um dispêndio maior de energia por parte do organismo para se manter aquecido, o que contribui para a redução de sua resistência. No inverno, registra-se um índice até 40% maior de casos de resfriado, gripe, bronquite, asma e até pneumonia. As principais vítimas estão entre os grupos com menor proteção imunológica, idosos e crianças. Pesquisa realizada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) sobre mortes por causas não externas (mortes naturais) constatou que, para cada diminuição de um grau na temperatura abaixo de 20 C (o que é comum no inverno), há um aumento de 4% no número de mortes de crianças e de 5,5% no de idosos. EMARANHADO DE CLIMAS Além dos aspectos naturais, muitos dos problemas de saúde são produzidos por mudanças decorrentes da ação humana. São Paulo é um dos locais do País onde o clima tem sido mais intensamente alterado devido a elas. Isso ocorreu especialmente no século passado, em consequência do processo de urbanização, como mostra o Atlas Ambiental do Município, elaborado pelas secretarias municipais do Verde e Meio Ambiente e de Planejamento. Trata-se de um estudo que compara o clima atual da cidade e sua diversidade com o encontrado pelos europeus no século XVI, quando ali só habitavam poucas tribos indígenas. Na época da colonização, predominavam quatro climas em toda a área ocupada hoje pela cidade, os quais, devido a fatores como relevo, altitude e circulação dos ventos, dividiam-se em 26 microclimas que, como o próprio nome dá a entender, são uma variação do clima geral da região que os cerca, encontrados em uma área de pequena extensão. Existiam elementos naturais na cidade que condicionavam diferenças microclimáticas. Por exemplo, os dois grandes rios [Tietê e Pinheiros] correm por dois grandes vales em que há um microclima natural, diz a geóloga Patrícia Sepe, uma das organizadoras do estudo. Na várzea do Tietê, havia um tipo de clima; na do Pinheiros, outro. Ela destaca também que, devido à altitude, locais como aquele onde hoje está a avenida Paulista e a Serra da Cantareira também tinham climas diferenciados. Hoje, devido às intervenções humanas, a variedade do século XVI foi multiplicada por três, transformaram-se em um emaranhado de ao menos 77 microclimas. Diferentes tipos de construção (vertical ou horizontal), a existência de bairros arborizados, a predominância de comércio ou indústria, a presença de favelas, parques e áreas de proteção ambiental, etc. criaram essa diversidade. As maiores diferenças produzidas por essas modificações realizadas pelo homem, chamadas antrópicas, são sentidas com as mudanças retratodobrasil 22 9

10 QUANTO MAIS URBANIZADO... NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, AS ZONAS CENTRAL E LESTE SÃO AS MAIS QUENTES E ONDE OCORREM MAIS MORTES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E CARDÍACAS de temperatura, de umidade do ar e até do regime de chuvas. Segundo a professora Magda Lombardo, do Centro de Análise e Planejamento Ambiental da Universidade Estadual Paulista (Ceapla-Unesp), a raiz do problema está na forma como a cidade foi urbanizada: Asfalto, depois construções, que acabam com as áreas verdes, arbóreas e corpos d água. A cidade se tornou um grande concreto armado, verticalizado, diz. Esse processo transformou aceleradamente, em pouco mais de cem anos, a pequena São Paulo da segunda metade do século XIX em uma megalópole, que viu sua população crescer de 30 mil para mais de 10 milhões de habitantes. Essa explosão fez a cidade, concentrada inicialmente em torno de seu centro histórico, espalhar-se pelas dezenas de bairros de periferia atuais, onde vive, muitas vezes em péssimas condições de moradia, a população mais pobre. Esse processo desorganizado de urbanização exigiu obras de melhorias, na tentativa de minorar o problema das inundações e enchentes, por exemplo. Muitas dessas realizações foram executadas com a canalização e a entubação de córregos que cortam o município, sobre os quais foi construída boa parte das grandes avenidas da cidade. Aos poucos, as várzeas dos cursos d água foram ocupadas e a impermeabilização do solo acabou por comprometer a capacidade natural de absorção das águas das chuvas. O que era apresentado como uma solução para as enchentes acabou transformando-se numa de suas causas. Segundo Lombardo, com a construção da cidade totalmente impermeável, sem arborização e a concentração da população nas zonas central e leste, estas se tornaram o epicentro das mudanças climáticas, especialmente do fenômeno das chamadas ilhas de calor. As ilhas de calor são eventos dinâmicos que ocorrem durante o dia, responsáveis por agudas variações de temperatura. Em São Paulo, em 2007, foi batido o recorde de variação de temperatura em um mesmo dia num mesmo momento, foi registrada uma variação de 12 C em locais diferentes da cidade, diz Lombardo. DIFERENÇA DE 9 C Em menor intensidade, esse tipo de evento ocorre também em outras grandes e até médias cidades brasileiras. Medições já comprovaram diferenças de aproximadamente 8 C em Porto Alegre, de 4,6 C em Salvador e de quase 4 C em Belo Horizonte. Mesmo uma localidade menor, como Piracicaba, cidade do interior paulista, chegou a apresentar a assombrosa diferença de 9,2 C entre a temperatura medida nas zonas rural e urbana. De forma geral, as grandes e médias cidades brasileiras sofrem alterações climáticas devido a um conjunto de fatores. Um deles é o asfaltamento excessivo de ruas, o que faz que, durante o dia, o calor da radiação solar seja intensamente absorvido em vez de refletido. Isso eleva a temperatura e diminui a umidade do ar, um dos principais fatores para a criação das ilhas. A redução das áreas verdes também tem seu papel, já que a vegetação é responsável por manter umidade e temperaturas mais baixas por meio da evapotranspiração (eliminação da água captada pelas plantas e não utilizada na fotossíntese, realizada por meio da transpiração das folhas). As áreas verdes também contribuem para a redução da amplitude térmica, impedindo que haja grande variação entre os períodos mais quentes e frios do dia. A aglomeração de pessoas pode, igualmente, contribuir para a elevação da temperatura. Segundo Lombardo, ao contrário das plantas, cujas trocas de calor com o ambiente o esfriam, as nossas o aquecem, pois o ser humano emite calor e, quando reunido em grande quantidade, eleva a temperatura local como um todo. Em São Paulo, os bairros com maior aglomeração urbana, como a Lapa, também correspondem aos locais mais quentes. Helena Ribeiro, da Faculdade de Saúde Pública da USP, explica que essas alterações climáticas e atmosféricas aumentam a incidência de determinadas doenças, pois fragilizam sobremaneira o organismo dos habitantes dos centros urbanos. Da mesma forma que o corpo tem de gastar mais energia para se aquecer no frio, quando você tem um aumento da temperatura atmosférica, o indivíduo força seu metabolismo para manter a temperatura corporal em nível constante de 37 C. Dessa forma, a energia do corpo é desviada para manter sua temperatura na faixa de normalidade. Ele é obrigado a acelerar o metabolismo, a respiração e as trocas gasosas. O coração tem de trabalhar com maior intensidade, o que pode causar estresse nos sistemas circulatório e respiratório, ainda mais nas faixas mais suscetíveis da população. É por isso que, quando há uma onda de calor na Europa, 10 retratodobrasil 22

11 RICO X POBRE UMA FAVELA RODEADA POR UM BAIRRO DE ALTA RENDA É VÍTIMA DAS VARIAÇÕES CLIMÁTICAS AE são basicamente os idosos e cardíacos que falecem, diz Ribeiro. A poluição do ar das cidades, favorecida pelas condições do inverno, é igualmente prejudicial. Como o organismo humano precisa de certa quantidade de oxigênio para funcionar, é necessário respirar mais vezes para compensar a composição alterada do ar. Por isso não se recomenda fazer exercícios em lugares poluídos, diz Ribeiro. Isso acelera ainda mais o metabolismo, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias e cardíacas. As [doenças] respiratórias são causadas também pela poluição inalada, que causa a produção de muco no sistema respiratório, como uma defesa. Com isso, as pessoas têm os brônquios obstruídos, além de possíveis reações alérgicas, diz a professora. Em São Paulo, as áreas mais densamente urbanizadas (zonas central e leste) são as campeãs em casos dessas enfermidades, não por coincidência. Além desses problemas, a mudança climática paulistana é responsável também pela alteração do regime de chuvas. Como a cidade está a apenas algumas dezenas de quilômetros da Lombardo: aquecimento local é confirmado retratodobrasil 22 Dentre o emaranhado de causas que levam às mudanças dos climas locais e a seus perversos efeitos sobre a população, destacam-se os relacionados com as condições de vida da população mais pobre. Uma amostra disso pode ser observada no estudo conduzido por Helena Ribeiro, vice-diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP, juntamente com pesquisadores do Departamento de Saúde Ambiental da entidade. A pesquisa foi realizada no bairro do Morumbi, situado na zona sul paulistana. O trabalho comparou o microclima da favela Paraisópolis local densamente urbanizado, sem arborização e sem ventilação, encravado em meio ao bairro (ver Paraisópolis, um lugar como poucos em Retrato do Brasil edição 21) com o seu entorno. A região apresenta, no geral, características muito diferentes das específicas da favela: é muito arborizada e tem densidade populacional baixa (além da renda média muito superior). Segundo Ribeiro, na favela existe uma oscilação térmica maior [que a do bairro ao redor] durante o dia. De madrugada é mais frio, e durante o dia é mais quente, o que leva a uma amplitude térmica maior, que faz mal à saúde. Há uma diferença entre calor e frio em um curto espaço de tempo, diz. O resultado: entre os habitantes de Paraisópolis, ocorre uma proporção muito elevada de doenças do sistema respiratório, maior que a do restante do bairro. costa, recebe boa parte de umidade das brisas marítimas, trazidas pelos ventos. No entanto, quanto esta chega, não se espalha por toda a região, pois a brisa se depara com grandes massas de ar quente na parte central da cidade, onde ficam as maiores ilhas de calor. Quando esse encontro se dá, a umidade é carregada com o ar quente (e mais leve) para as camadas mais altas da atmosfera, onde se choca violentamente com o ar frio encontrado lá, causando as fortes e corriqueiras chuvas de verão, o que resulta em um número cada vez maior de enchentes, especialmente nas regiões sob as ilhas ou próximas a elas. Estudo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP apontou que, entre 1999 e 2002, 60% das chuvas que ocasionaram enchentes na região foram causadas pelo encontro de ilhas de calor com brisas do mar. SEM COBERTURA VEGETAL No caso da capital paulista, há ainda um agravante: os locais onde costumam ocorrer essas precipitações são muito distantes das reservas de abastecimento de água da cidade, localizadas ao norte e ao sul do município. Parte da umidade e das chuvas que deveriam ocorrer nessas áreas e encher os reservatórios é perdida no meio do caminho, tornando mais complicado o abastecimento de milhões de pessoas. Como se percebe, as mudanças climáticas não são apenas algo que ocorre em escala global e cujas consequências só serão sentidas no futuro, quando, segundo pesquisadores, a elevação da temperatura da atmosfera terrestre, causada pelas emissões de poluentes, poderá levar ao derretimento do gelo dos polos, à elevação do nível dos mares e à savanização da Amazônia. Para Lombardo, é preciso pensar primeiro no aquecimento local, porque esse já é verdadeiro, confirmado. Segundo ela, a cidade de Nova York teve acréscimo de 0,8 C no último século, e São Paulo, de 1,2C. Tenho certeza da interferência do homem na questão local, pois é possível medir, localizar, mais fácil de aferir que as mudanças globais. Essas só são medidas por modelos, previsões, diz. A geóloga Patrícia Sepe considera importante que sejam adotadas medidas para reduzir o número de ilhas de calor em São Paulo, para impedir que as enchentes se tornem ainda mais catastróficas: Para uma cidade ser sadia, ela tem de ter 30% de cobertura vegetal espalhada de forma homogênea pelo território, diz Lombardo. Nas áreas centrais das regiões metropolitanas, esse índice às vezes não chega a 1%. Em São Paulo, a prefeitura divulgou a meta de construir cem parques até 2012, prometendo a criação de áreas verdes por todo município, um objetivo que dificilmente se realizará. Sepe diz que parte do problema vem da falta de locais apropriados. Toda vez que você vai lotear uma grande área, as chamadas glebas, o loteador é obrigado a doar um percentual da área ao município para a instalação de escolas, postos de saúde, ruas e áreas verdes. Muitas das áreas verdes atuais são resultantes desses loteamentos, explica. Segundo ela, a partir da década de 1970, no entanto, a maior parte dos loteamentos localizados foi feita de modo irregular e não observou a doação obrigatória de áreas à prefeitura. 11

12 Crise: O NÓ DO ORÇAMENTO 1. NA ONDA No dia 3 de fevereiro, ao participar de uma cerimônia de entrega de casas populares a moradores do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, o presidente Lula disse que estava otimista com os rumos da economia nacional, que estaria mais preparada do que outras para enfrentar a atual crise econômica mundial: Sempre trabalho com a hipótese de que poderemos ter uma retração na economia brasileira, mas não acredito que o Brasil sofra o mal que estão sofrendo os países desenvolvidos. Estou convencido de que, se há um país no mundo preparado para a economia se recuperar mais rapidamente, esse país é o Brasil. O presidente parece confiar no que fez antes e, para o Orçamento deste ano, não anunciou qualquer grande mudança. Sua grande esperança é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007 e carro-chefe de seu segundo mandato, com previsão de investimentos em infraestrutura na ordem de 634 bilhões de reais, dos quais apenas 67,8 bilhões do Orçamento fiscal e da seguridade social a parte do Orçamento que inclui a arrecadação de impostos e contribuições. O PAC é, principalmente, um programa de investimentos das estatais a maior parte da Petrobras e da iniciativa privada. Apesar do atraso no cronograma de muitas obras, o PAC até que vai bem. Os órgãos do governo desembolsaram, entre 2007 e 2008, 18,7 bilhões de reais, aproximafdamente 56% dos empenhos feitos no biênio. As estatais federais, por sua vez, investiram 50,6 bilhões em 2008, quase 83% do autorizado, ante 37,64 bilhões de reais no ano anterior, 78% do autorizado. Nos setores de energia, petróleo e gás, de cerca de 119,5 bilhões de reais em investimentos previstos por empresas estatais e privadas, foram investidos efetivamente 97,1 bilhões de reais nos dois anos, também perto de 80% do previsto. Boa parte da confiança do presidente vem também dos resultados obtidos nos últimos quatro anos. Nesse período, o Brasil mais do que dobrou seu ritmo de expansão em relação às décadas de 1980 e O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no País, teve crescimento médio anual de 4,7% entre 2004 e O aumento foi 5,7% em 2004, 3,2% em 2005 e 4% em E, mesmo após meados de 2007, quando irrompeu a crise no mercado de imóveis nos EUA, que acabou arrastando consigo outros setores da economia daquele país e o levou à recessão já em dezembro de 2007, o Brasil parecia distante do olho do furacão. O PIB brasileiro ainda cresceu 5,7% em 2007 e 5,1% em O País não crescia tanto assim desde o período E, mesmo no segundo semestre de 2008, enquanto o PIB dos países ricos começava a se contrair, os economistas discutiam por aqui a tese de descolamento das economias emergentes da nossa em particular da crise que afetava gravemente o centro do mundo capitalista desenvolvido. Entre 2004 e 2008, de um modo geral, o governo Lula surfou numa onda de bonança. Bateu recordes de arrecadação, retomou investimentos e ampliou a rede de proteção social. Hoje 11 milhões de famílias, ou 40 milhões de pessoas, são atendidas pelo Bolsa Família. O salário mínimo também teve reajuste real de 45,5% no período 17,8 milhões de pessoas recebem benefícios previdenciários e assistenciais de até um salário mínimo. Nesse ambiente otimista, em agosto do ano passado, o governo federal enviou ao Congresso sua proposta de Lei de Orçamento Anual (LOA) que juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual de Investimentos (PPA) são as três leis que concretizam o Orçamento Público, de acordo com a Constituição. A LOA previa um aumento expressivo das receitas, das despesas e dos investimentos do Poder Executivo para Além do reajuste de 12% do salário mínimo, que acabou definido em janeiro deste ano (de 415 reais para 464,72 reais), ela previa que o total de investimentos, incluindo verbas do governo federal e das estatais federais, deveria subir para 119,1 bilhões de reais em 2009, em comparação com os 95,8 bilhões de reais projetados para A LDO estimava que as receitas primárias do governo federal obtidas com a arrecadação de impostos, contribuições e da seguridade social teriam um aumento de 12,5% sobre os resultados de Já as despesas cresceriam por volta de 12%, cerca de 13% as despesas obrigatórias com funcionários, previdência e cerca de 11% as despesas livres, não obrigatórias, chamadas de discricionárias, dentre as quais também se incluem os investimentos, que passariam de cerca de 135 bilhões para pouco mais de 150 bilhões de reais. A proposta do Orçamento ainda previa um elevado superávit primário, de 3,8% do PIB. Esse superávit merece um capítulo à parte em nossa história. Para entendê-lo melhor, é preciso ver outro número importante do Orçamento apresentado pelo governo ao Congresso em mea- 12 retratodobrasil 22

13 Com a crise, para estimular a economia, as contas públicas deveriam prever mais despesas. Ao contrário, o governo está reduzindo as previsões de gasto. É porque está amarrado a um modelo que não está voltado para o crescimento do País Lia Imanishi Rodrigues dos do ano passado: o das receitas totais a serem obtidas em 2009, de 1,664 trilhão de reais. Esse total correspondia a mais que o dobro das chamadas receitas primárias, estimadas em 805 bilhões de reais. A receita total não é composta apenas por impostos e contribuições devidas por pessoas físicas e empresas. Inclui dinheiro obtido pelo Estado brasileiro com a venda, a empresas e pessoas físicas, de títulos da dívida pública, feita para obter recursos suficientes para pagar, basicamente, essa própria dívida. A cada ano, o Orçamento deve prever o pagamento dos compromissos que vencem no ano e mais os juros desses compromissos. Além disso, o governo brasileiro, desde o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, comprometeu-se a reduzir a dívida do País nesses papéis, que atualmente é de cerca de 1,38 trilhão de reais. O superávit primário é justamente a quantidade de impostos e contribuições que devem ser arrecadados acima do necessário para que o governo pague todos os seus gastos obrigatórios, mais todos os gastos discricionários. Com esse excedente, deve pagar parte da dívida pública, para que ela não cresça a ponto de sair de controle. Mas isso é o que se verá, com mais detalhes, na terceira parte deste texto. retratodobrasil 22 13

14 2. A RUPTURA Em fevereiro passado, já se via, nitidamente, que os tempos de bonança tinham passado. O Ministério do Trabalho e do Emprego anunciou que 655 mil postos de trabalho com carteira assinada haviam desaparecido em dezembro. Mas foi exatamente no dia 10 de março, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as contas nacionais do último trimestre de 2008, que a mudança foi escancarada e mostrou-se dramática. Houve uma ruptura no padrão de crescimento dos últimos quatro anos, disse a pesquisadora Isabella Nunes, do órgão federal. Nunca se viu uma queda tão forte num espaço de tempo tão curto. A ruptura de padrão fez que a produção de bens e serviços que crescia num ritmo anual de mais de 7% até setembro no último trimestre sofresse uma retração que, se anualizada, seria de -13,6%. Os industriais decidiram cortar gastos com investimentos produtivos aquisição de máquinas, equipamentos e construção civil, e a produção fabril decresceu 7,4% de outubro a dezembro. No último mês do ano passado, a produção industrial chegou a cair 14,5% em relação a dezembro de 2007, o pior resultado da indústria desde 1991, quando a série do IBGE teve início. O instituto também mostrou que o consumo das famílias, que vinha crescendo há 21 trimestres consecutivos, mais de cinco anos, caiu 2% no último trimestre de 2008, no pior resultado desde o terceiro trimestre de Segundo Isabella, a atual crise bateu mais forte e mais rapidamente na indústria do que a crise do início de governo do presidente Fernando Collor de Mello, de 1990; a do México, em 1995; a do racionamento de energia, de 2001; e a crise política de 2002, ano da eleição de Lula. O resultado das Contas Nacionais do IBGE para o primeiro trimestre deste ano não apresentavam sinais de grande melhora no início de abril. O economista João Sicsú, diretor da Diretoria de Assuntos Macroeconômicos (Dimac) da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, calcula que, de dezembro a março, o País perdeu mais de 1,2 milhão de postos de trabalho, entre os com carteira assinada e os informais. Fevereiro, segundo ele, deu um alívio nessa queda: o saldo foi positivo em 9 mil postos de trabalho com carteira assinada. Mas, se comparado a fevereiro do ano passado, quando foram contratados 200 mil com carteira assinada, o saldo é ridículo, afirma Sicsú. O desemprego no Brasil, que foi de 6,8% no ano passado, em março estava em 8%. Em dezembro passado, o Congresso votou o projeto da LOA deste ano. Os parlamentares já não estavam tão otimistas quanto o governo quando elaborou o projeto. Cortaram 18,1 bilhões de reais nas despesas: 9,7 bilhões de reais de custeio, 8 bilhões de reais de investimentos e 0,4 bilhão em despesas de pessoal. Em janeiro, o próprio governo tinha tomado precauções: o Ministério do Planejamento determinou um contingenciamento, um bloqueio temporário de 37,2 bilhões de reais nas despesas não obrigatórias aprovadas pelo Congresso. O contingenciamento de despesas é promovido todo início do ano para, conforme determina a legislação, assegurar o cumprimento da meta de superávit primário, ou seja, da parcela da arrecadação destinada ao abatimento da dívida pública. Este ano, ele foi maior, quase o dobro do contingenciado no ano passado. Nos últimos anos, esse bloqueio era relaxado no correr do ano, à medida que a receita tributária sempre confirmava ou mesmo superava as projeções iniciais. Neste ano, no entanto, a arrecadação de DOS CUMES AO VALE AS DESPESAS COM JUROS, COMO PORCENTAGEM DO PIB, ALCANÇARAM PICOS EM 1999 E 2003, HOJE, ESTÃO QUASE NO NÍVEL DE DESPESAS COM JUROS COMO % DO PIB ( ) * Fonte: Banco Central do Brasil *estimativa, Paribas impostos no bimestre janeiro fevereiro caiu 10 bilhões de reais. Em março, continuou caindo. No dia 30 de março, depois de várias reuniões que envolveram o presidente da República, seus conselheiros econômicos dentre os quais se destacam o ex-ministro Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e os ministros da área econômica Guido Mantega e Paulo Bernardo, o Ministério do Planejamento publicou o decreto que determina o contingenciamento oficial. Para isso, o governo refez suas estimativas de desempenho da economia, basicamente para pior. O principal indicador revisto foi o do crescimento do PIB, estimado em 4,5%, cerca de um ano antes, reduzido para menos da metade, 2%. Com essa queda no crescimento da economia, a previsão de receita caiu muito. Estimava-se arrecadar 805,2 bilhões em impostos e contribuições na lei aprovada em dezembro (o Congresso cortou apenas 6 bilhões da estimativa do governo). Com a reprogramação, a estimativa foi para 756,9 bilhões de reais, mais de 50 bilhões abaixo da proposta original. Reprogramada a receita, fez-se a estimativa de reprogramação da despesa. O decreto do governo fixou em 25 bilhões de reais o contingenciamento de gastos não obrigatórios previstos na Lei do Orçamento, valor correspondente, basicamente, a investimento e custeio. Descontadas todas as despesas obrigatórias, a redução incide sobre dotações orçamen- MUITAS BOLSAS FAMÍLIAS POR ANO DESDE 2005, AS DESPESAS COM JUROS EQUIVALEM ANUALMENTE, EM MÉDIA, A 12 VEZES O VOLUME DO PROGRAMA SOCIAL 170 DESPESAS COM JUROS, EM BILHÕES DE REAIS ( ) Fonte: Banco Central do Brasil *estimativa, Paribas * 14 retratodobrasil 22

15 O PESSIMISMO DA INDÚSTRIA EM APENAS 2 MESES, AS PROJEÇÕES DA CNI MUDARAM RADICALMENTE PROJEÇÕES DO DESEMPENHO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM /12/2008 1/3/2009 PIB 2,00 % 0,00 % PIB industrial 1,80 % -4,40 % Desemprego 8,20 % 9,10 % Consumo das famílias 3,00 % -0,90 % Investimento 3,00 % -4,40 % IPCA 4,80 % 4,20% Selic 11,25 % 9,00 % Juros reais 6,60 % 5,20 % Déficit público nominal/pib 1,90 % 2,10 % Superávit primário/pib 3,35 % 2,70 % Dívida líquida/pib 37,00 % 37,90 % Câmbio* 2,25 2,22 Exportações** 170,00 157,00 Importações** 155,00 139,00 Saldo balança comercial** 15,00 18,00 Saldo balanço conta corrente** -30,00-25,00 Fonte: Confederação Nacional da Indústria *reais por dólar **em bilhões de dólares O ORÇAMENTO 2009, EM 3 ETAPAS COMO ERA O ORÇAMENTO, COMO FOI APROVADO E COMO FICOU APÓS O CONTINGENCIAMENTO Projeto da Lei do Orçamento Anual 2009* Lei do Orçamento Anual 2009 aprovada** *agosto de 2008 ** dezembro de 2008 ***março de 2009 Reprogramação da LOA 2009*** Crescimento real do PIB 4,50% 3,50% 2,00% IPCA no ano 4,55% 4,50% 4,50% Crescimento da massa salarial nominal 14,08% 12,95% 6,29% Câmbio R$/US$ 1,71 2,04 2,3 Barril de petróleo, em US$ 111,87 76,37 47,27 Taxa Selic, no ano 13,99% 13,57% 10,80% tárias de 151 bilhões de reais. Se for confirmada, representará um corte gigantesco. De suas despesas de custeio e investimento, o Ministério das Cidades perde 36,1%; o do Turismo, 86,4%; o da Defesa, 28,4%; o dos Esportes, 85,8%; o da Justiça, 43,3%; o da Integração Nacional, 35,7%; o da Agricultura, 51,5%; o do Desenvolvimento Agrário, 32,7%. Mesmo ministérios voltados para áreas sociais críticas teriam perdas expressivas: o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome teria corte de 21,5%; o da Educação, de 10,6%; o da Saúde, 6,6%. Só o dos Transportes perderá pouco, 0,54%. O ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, avalia que o contingenciamento, em vez de ser relaxado, pode aumentar: É maior a chance de ter restrição adicional do que folga, disse ele. E, para compensar a queda na receita, disse Bernardo, o governo começará por adiar a contratação de servidores aprovados em concursos públicos, com o que pretende economizar 1,1 bilhão de reais. Com o contingenciamento anunciado, que bloqueia as iniciativas de investimento de quase todos os ministérios, o governo Lula viu sua situação se inverter. O presidente gozava de uma popularidade enorme, de acordo com as pesquisas de opinião pública tradicionais. No início do ano, tivera uma reunião quase apoteótica com milhares de prefeitos, em Brasília. Com a crise, além de conter os gastos, começou a fazer esforços para reanimar a economia. Nem uma coisa nem outra foram bem recebidas por todos. O governo já tinha cortado o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, para favorecer essa indústria. O IPI, juntamente com o Imposto de Renda (IR), é um dos tributos que fazem parte do Fundo de Participação dos Municípios e do Fundo de Participação dos Estados. A União é que os recolhe e os repassa regularmente para os outros dois entes da federação. No bimestre, a receita do IPI, especialmente em função da isenção, caiu 26%. O corte teve grande impacto na arrecadação dos estados e municípios mais pobres. O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, no começo de abril, criticou duramente a medida. Segundo ele, a atual política de combate à crise do governo federal tem prejudicado estados e municípios do Norte e do Nordeste do País. Pouco industrializados, disse ele ao jornal Valor Econômico, eles só têm recebido o lado ruim das medidas, a redução dos repasses federais. A intenção da equipe econômica do governo, até o impacto da divulgação dos dados do IBGE, em março, era perseguir a meta de um superávit primário de 3,8% do PIB, estabelecida pelo governo na LDO e na LOA aprovadas em Não se pretendia utilizar um mecanismo, avalizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2005, que permite ao governo deduzir da meta de superávit primário 0,5 ponto percentual para gastos no Programa Piloto de Investimentos (PPI), no qual se inclui o PAC. O governo estimava ainda que poderia economizar mais 0,5% do PIB para alimentar o Fundo Soberano do Brasil (FSB), aprovado no Congresso para ser usado com vistas a aquecer a economia doméstica em momentos de crise. Na prática, o esforço de economia de receitas primárias seria, então, de 4,3% do PIB. Com a deterioração da situação, esses planos desmoronaram. O governo incluiu os gastos do PAC no PPI, reduzindo, na prática, o superávit para 3,3% do PIB. E até mesmo a oposição, que criou dificuldades e limites para a aprovação do FSB, passou a defender o seu uso para compensar municípios e estados afetados pela perda de receitas decorrentes das isenções feitas para estimular setores industriais. No início de abril, apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuar a afirmar que o governo não mexeria no superávit primário de 3,8% ou de 3,3%, excluindo-se os investimentos do PPI, no próprio ministério havia documentos que estimavam que, sem um corte maior na economia de recursos para pagar os juros da dívida pública, o governo federal teria de reduzir mais os investimentos e outros gastos programados, além do que foi contingenciado em março. Também não conseguiria realizar a meta que é considerada a prioridade das prioridades: as obras de infraestrutura do PAC programadas para o ano. Por que o governo Lula não faz o que a maioria dos países está fazendo? Por que não baixa os juros básicos? Por que não aumenta os gastos do governo incorrendo em déficits para estimular a economia? Por que o ministro Mantega fala em corte de despesas de custeio e o ministro Paulo Bernardo fala em interrupção da contratação de funcionários concursados? A taxa de juros americana, por exemplo, que já era baixa, de 1% ao ano, caiu para 0,25% em meados de dezembro passado. E o Orçamento dos EUA, anunciado no início de março, prevê um déficit de 1,75 trilhão de dólares para este ano, o equivalente a 12% do PIB americano. Com isso, a diferença entre o quanto o governo arrecadará e o quanto gastará será equivalente a mais do que o PIB do Brasil. 3. O NÓ Delfim Netto, um dos conselheiros econômicos do presidente, após a reunião com Lula do início de março para tratar da crise, apresentou aos jornalistas o que o governo não faria: tomar medidas que elevassem a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, de 35,8% em É famosa a Carta aos Brasileiros, de meados de 2002, quando o então candidato Lula se comprometeu, se eleito, a manter a política de pagar a dívida pública contraída pelos governos liberais, até então duramente criticada por seu partido e outros grupos da oposição. De lá para cá, o governo Lula cumpriu rigorosamente essa sua promessa. retratodobrasil 22 15

16 O governo Fernando Henrique Cardoso teve duas fases. A primeira, até 1998, quando manteve uma política de juros altíssimos para atrair capitais estrangeiros e valorizar a moeda nacional, para estabilizá-la. Nesse período, a dívida pública disparou para mais de 50% do PIB. As políticas atuais, a de pagamento da dívida pública com um superávit expressivo e a de juros altos internos para estimular os que tomam dólares lá fora a juros mais baixos, para se aproveitar da diferença entre as duas taxas, são uma continuidade da política de estabilização e foram adotadas com a crise vivida pela economia brasileira em fins de Naquela ocasião, o Brasil quebrou, teve de internar-se no FMI, que o socorreu com três pacotes de ajuda, o último dos quais no ano da eleição que Lula ganhou. E, simultaneamente, teve de criar uma Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que Fernando Henrique Cardoso negociou secretamente com o FMI, como Retrato do Brasil já relatou diversas vezes. Essa norma estabeleceu o superávit primário expressivo como centro da política fiscal do País. Como vimos, no Orçamento Geral da União, as receitas primárias vêm dos impostos e contribuições e das chamadas receitas não administradas, que incluem venda de concessões pela União, dividendos recebidos por empresas das quais o governo participa e outras. Já as receitas financeiras vêm de empréstimos e, principalmente, da emissão de títulos da dívida pública federal (DPF), que é determinada pelo Tesouro. Embora os valores financeiros do Orçamento tanto os das despesas quanto os das receitas sejam iguais ou maiores do que os primários, mais que o dobro, no caso deste ano, como mostramos, essa parte do Orçamento é quase oculta, não há nenhum destaque na imprensa para os seus números. Os títulos da dívida do setor público do dinheiro que o governo toma emprestado vencem regularmente, e praticamente todas as semanas o BC, em nome do Tesouro Nacional, realiza leilões de venda de títulos novos para substituir os títulos que estão vencendo. A parte financeira do Orçamento seria, então, mera rolagem da dívida. Mas não é bem assim. Os juros brasileiros são uma espécie de anomalia internacional. O País tem as maiores taxas do mundo desde 1992, ainda no governo Collor, quando teve início o esforço de estabilização da moeda brasileira pela atração de capitais internacionais interessados em se aproveitar da diferença de taxas, entre nosso mercado financeiro e o dos países ricos do exterior. Ainda hoje, numa lista de mais de cem países produzida pela agência de avaliação de risco Standard & Poor s, a Selic (Sistema de Liquidação e Custódia do Banco Central), a taxa básica praticada pelo BC, é a terceira mais alta do mundo (11,25% ao ano), só abaixo das praticadas na Islândia (18%) e na Turquia (11,50%). Até a quebra do País em 1998, a dívida externa e a dívida interna do Brasil cresceram. A partir do primeiro acordo com o FMI, do fim daquele ano, a dívida externa começou a ser paga. O superávit primário expressivo de 2,92% do PIB em 1999 e crescente até 2005, quando chegou a 4,35% foi a forma de conter a demanda interna e estimular as exportações, com as quais se obtiveram as divisas para pagar o endividamento no exterior. A dívida pública tem papel central nessa história. O BC usa a dívida para fazer uma política monetária de contração do mercado interno. Ele compra, no mercado secundário, os títulos públicos já vendidos ao mercado nos leilões públicos. E, com esses títulos, regula a oferta da moeda no mercado interno com vistas a conter o consumo. Para isso usa como referência a Selic, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Quando há muito dinheiro no mercado e os juros começam a cair abaixo da meta estipulada pelo BC para a Selic, o banco oferece títulos do Tesouro a juros mais altos e paga mais pelo dinheiro com isso tira dinheiro do mercado, ou seja, reduz a liquidez. Normalmente, qualquer banco central faz isso. Mas faz também a operação oposta. Quando tem pouco dinheiro no mercado, injeta dinheiro, compra títulos públicos, dá liquidez ao mercado, reduz a taxa de juros. Em relação aos juros praticados em outros países, no entanto, sistematicamente, desde 1992, o BC brasileiro, na média, sempre se empenhou em manter os juros mais altos. Durante o recente boom da economia mundial entre 2002 e 2007, a economia internacional cresceu como nunca, as commodities que o Brasil vende subiram de preço espetacularmente e o País acumulou, como muitos outros emergentes, grandes reservas no caso, cerca de 200 bilhões de dólares, que seriam suficientes para cobrir a dívida externa pública e a dívida externa privada juntas. Isso permitiu ao presidente Lula dizer que nossa dívida externa estava zerada. Mas as reservas não vão efetivamente pagar a dívida. No mesmo período de crescimento da economia mundial, o capital estrangeiro realizou enormes aplicações aqui, principalmente na compra de empresas, mas, mais ainda, em investimentos de curto prazo, em aplicações na bolsa e mesmo em títulos do Tesouro. As reservas são, em boa medida, a contrapartida desses investimentos externos de curto prazo. Enquanto o investidor de fora mantiver o dinheiro aplicado no País, esse dinheiro compõe as reservas. Os prejuízos do País com a política de juros aparecem de várias formas. As reservas estão aplicadas a juros internacionais, que tradicionalmente já são baixos, mas, nesse primeiro trimestre de 2009, estão praticamente negativos. Enquanto isso, o BC está pagando ao investidor na dívida pública interna 11,25% ao ano. A diferença entre o juro externo e o interno vira prejuízo do BC que é inteiramente coberto pelo Tesouro. Outro problema das reservas é que, quando o investidor fica satisfeito com seus lucros, quer repatriar seu dinheiro. Se ele entrou com 1 milhão de dólares e a moeda estava cotada a 2 reais, ele converteu seu dinheiro em 2 milhões de reais. Se aplicou o montante a 10% ao ano, por exemplo, gerou 2,2 milhões de reais ao fim de 12 meses. Se, quando saiu, o dólar estava a 1,70 real, ele levou 1,3 milhão de dólares. Ganhou 30% no ano. Foi isso o que aconteceu no período em que o real se valorizou, de 2005 até setembro do ano passado. Foram realizados enormes ganhos pelos capitais que especularam na valorização de ações na bolsa brasileira, por exemplo, e na valorização do real, movimentos que lhes permitiam ganho duplo com a bolsa e a moeda nacionais. Nos discursos oficiais do governo, nos relatórios sobre as contas do País divulgados pelo BC, a economia parecia blindada contra a crise até pelo menos o fim 16 retratodobrasil 22

17 do ano passado. Isso ficou claro quando, em 20 de março, o BC divulgou as atas das reuniões do Copom de outubro e dezembro. Em outubro, o comitê avaliou que o risco de materialização de um cenário inflacionário menos benigno segue elevado e, em dezembro, que havia riscos para a dinâmica inflacionária, derivados da possível persistência da elevação da inflação observada neste ano [2008]. Para afastar um suposto risco de inflação de demanda interna, o BC manteve a taxa de juros em 13,75% anuais nessas duas reuniões. Foi só em janeiro que ele resolveu adotar uma política monetária mais expansionista, baixando os juros em um ponto percentual, para 12,75%. E, dois dias depois da divulgação dos dados do IBGE, em março, uma segunda reunião do Copom reduziu em mais 1,5 ponto a taxa, para 11,25%. Esses dois cortes na Selic representam para o governo uma economia de até 14,5 bilhões de reais em gastos com juros da dívida pública em 2009 (caso a Selic continue em 11,25% até dezembro). Mas o dinheiro poupado, de acordo com a LRF, não pode servir para a realização de investimentos ou o pagamento de outras despesas que não aquelas com abatimento de encargos da dívida pública. A lei negociada com o FMI pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998 começou a valer em Ela alterou o Código Penal Brasileiro com o objetivo de estabelecer penas para crimes contra as finanças públicas. Como exemplo, ordenar despesa não autorizada por lei, que é autorizar despesa não prevista no Orçamento. A pena para o administrador público que transgride a regra é de um a quatro anos de prisão. A LRF também determina que, quando o BC lucra em suas transações, esse lucro não pode ser usado pelo Tesouro para gasto público; deve ser aplicado no pagamento da dívida pública. Já quando o BC tem prejuízo, o prejuízo é arcado pelo Tesouro. Entre o fim de 2006 e o de 2007, as reservas internacionais do País passaram de 85,8 bilhões de dólares para 180,3 bilhões de dólares. No mesmo período, a moeda americana se desvalorizou 16,8% frente ao real. Com o dólar valendo menos, todas as aplicações do banco nessa moeda (como os títulos da dívida americana, por exemplo) passaram a valer menos, dando prejuízo ao BC. Agora, com a disparada do dólar provocada pelo agravamento da crise internacional, a situação se inverteu. O BC lucrou 140 bilhões de reais em 2008, revertendo um prejuízo de 47,5 bilhões de reais que havia apurado em O resultado positivo do ano passado foi transferido ao Tesouro, mas os recursos só podem ser usados no abatimento de parcelas da dívida. Ou seja, existe um verdadeiro nó no Orçamento que impede que os recursos primários e financeiros sirvam à execução de obras e programas necessários para o crescimento e o desenvolvimento tecnológico do País. 4. A ESPADA Diz a lenda que Alexandre, o Grande, ganhou um presente de Zeus por ter cortado, com sua espada, o complicado nó górdio, que por 500 anos desafiava os que tentavam desamarrá-lo. Talvez o nó do Orçamento também não se resolva com delicadezas. Em uma entrevista coletiva concedida no início de março em Brasília, Sicsú espantou os jornalistas acostumados a cobrir as falas de autoridades econômicas e monetárias brasileiras quando defendeu que o BC deveria promover um corte de 5,75 pontos percentuais na taxa Selic até outubro. Ele disse que, com isso, o governo economizaria 30 bilhões de reais e poderia manter os gastos públicos. retratodobrasil 22 17

18 O BC tem de acelerar, explicou ele a RB dias depois. Tem de reduzir o espaço entre uma reunião e outra do Copom. Atualmente é de 45 dias, é muita coisa. Numa crise, o governo deve estar em assembleia permanente. O BC também tem de ter esse grau de mobilização. Ele diz que o BC precisa parar de se preocupar com a inflação. Só aqui no Brasil alguém pode ter essa desconexão com a realidade para pensar em inflação quando temos acumulados aí, em três meses, mais de 1,2 milhão de desempregados. A expectativa de inflação está em torno de 4%. Grande parte das instituições financeiras está dizendo que o Brasil vai crescer 1%, e algumas delas estão dizendo que o Brasil vai ter crescimento negativo. Se na cabeça desses analistas financeiros a economia, quando cresce, gera inflação, então, se ela não vai crescer, ela não vai gerar inflação. Para Sicsú, não há a menor conexão entre juros e inflação, há ligação entre juros e crescimento, geração de emprego. Na entrevista coletiva, os jornalistas perguntavam: Mas, se baixarmos os juros dessa forma, não vamos ter inflação? Eu falei: Vamos ter inflação por conta de quê? Porque as pessoas estão comprando muito, os produtos estão faltando nas prateleiras, os preços começaram a subir? Se acontecer isso, ótimo, nós seremos os únicos do mundo que teremos inflação de demanda em Se tivermos inflação por excesso de crescimento em 2009, que viva a inflação! Quando ela chegar, vamos tratar dela, porque já teremos resolvido o problema do desemprego. Sicsú diz que a diferença dessa crise para as anteriores é que ela tem como núcleo os países ricos: Nas outras, os países em desenvolvimento estavam em crise e as recomendações de aumentar os juros vinham dos países desenvolvidos. Mas os países desenvolvidos não fazem o que eles recomendam. Quando estão em crise, baixam a taxa de juros. Agora não dá para eles dizerem para aumentar os juros. Os EUA fizeram a redução da taxa de juros mais brusca de toda a sua história. Só os brasileiros que têm interesses de rentistas podem pensar em cortar gastos públicos e manter os juros nesse patamar. Para ele, o Brasil pode crescer muito mais pelo estímulo dos gastos públicos do que pelo investimento do setor privado: O setor privado já se retraiu. Para impedir isso, o BC tinha de ter promovido uma redução drástica da taxa de juros já em agosto ou setembro do ano passado. Aí sim estimularia o investimento privado. Agora, há um espaço para o investimento público. Miséria e pobreza dão espaço para fazer políticas sociais. Quem mais empregava no período pré-crise, de janeiro a setembro, era o setor privado. De outubro até janeiro, o setor público empregou mais do que o privado. Isso mostra que o aparelhamento que o Estado brasileiro precisa está em curso. Tal como ocorria no período pré-crise, estavam sendo feitos concursos, gente estava sendo efetivada. Agora estão pressionando o governo, dizendo que não é hora de concurso, de contratar, mas acho que essa é uma oportunidade de transformarmos essa crise em mudanças estruturais que terão impactos macroeconômicos. Podemos sair dessa crise com taxas de juros e de câmbio compatíveis com os países mais desenvolvidos do mundo. Podemos sair com uma maior cobertura social. O gasto social mediante ampliação de programas como o Bolsa Família e o Bolsa Atleta tem velocidade máxima de impacto na capacidade de gerar emprego e renda, pois quem recebe esse gasto transforma-o quase imediatamente em consumo. Agora, o gasto com pagamento de juro, por exemplo, quase não gera renda e emprego. Ouvindo Sicsú, parece coisa simples reduzir os juros e aumentar os gastos públicos para estimular a economia. Por que será que o governo não faz isso de modo mais radical? Em um subsolo do anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, trabalha o economista e assessor parlamentar Flávio Tonelli, um dos maiores especialistas brasileiros quando o assunto é orçamento público. Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, ele disse à repórter que o fato de as metas de resultado primário e as metas fiscais da LDO condicionarem o conteúdo e a execução do Orçamento era uma inversão que estava de acordo com o modelo econômico: sem capacidade de intervir na produção e construção de infraestrutura pública, o Estado se reduzia ao papel de fixar regras claras e estáveis para garantir o retorno financeiro dos investidores privados. Ele citou na ocasião uma frase do ex-ministro do Planejamento e atual banqueiro João Sayad: O déficit público é o programa de renda mínima do capital. Essa expressão sintetiza o fato de que, atualmente, no Brasil, como em muitos países, um dos rendimentos do capital é obtido do Estado, por meio dos juros da dívida pública, que reduzem os gastos sociais dos orçamentos, disse Tonelli. Hoje, ele afirma que, após dois mandatos do presidente Lula, a situação não mudou muito: O programa de renda mínima do capital continua rolando. O dinheiro que o governo paga pelos títulos, para os especuladores, os rentistas, ele continua pagando a juros altos. Alguns dados mostram que o Bolsa Família melhorou a renda de 11 milhões de famílias. Mas, do ponto de vista do Estado, isso foi uma permissão. Ou seja, o Estado não diminuiu os juros para dar dinheiro ao Bolsa Família. Ele não diminuiu o que dá para o andar de cima para dar mais para o andar de baixo. Ele aproveitou a arrecadação recorde de 2008 para dar mais de 96 bilhões em juros para o andar de cima [os juros pagos pelo governo federal em 2008] e 13 bilhões para o de baixo, com o Bolsa Família. Tonelli destaca outro aspecto que não se alterou entre 2003 e 2008: o excesso de superávit primário. De 2003 a 2008, a meta de superávit não só foi mantida como foi praticado um superávit muito acima dos níveis legais. Mecanismos como o PPI não foram utilizados, mesmo estando à disposição do governo. O governo poderia ter lançado mão desse mecanismo desde 2005, quando o FMI deu aval para ele. Vamos ver se, com essa crise, ele realmente lança mão disso. Usando dados da Secretaria do Orçamento Federal, da Receita Federal, do Orçamento de 2008, da Proposta Orçamentária de 2009 e de relatórios do IBGE, Tonelli mostra que desde 2006 o governo poderia ter gastado mais do que gastou descontando 0,5 ponto percentual da meta de superávit para fazer investimentos com o PPI. No ano passado, por exemplo, poderia ter empregado 20,2 bilhões, mas gastou apenas 7,8 bilhões. Só nesses três anos deixou de investir mais de 15,3 bilhões de reais, que foram para baixo do colchão, diz. 18 retratodobrasil 22

19 Tonelli lembra que gasto público não é necessariamente investimento. Muitas políticas públicas não funcionam sem despesas de custeio. Mas, se a arrecadação está caindo e a meta de superávit continua constante, alguém vai perder, e esse alguém, com certeza, vai ser o orçamento primário, no qual estão as despesas de custeio. Cortar no custeio é bastante grave, diz. Serão afetadas as escolas, os hospitais, a proteção social, os assentamentos de reforma agrária, o financiamento dos demais programas de governo que não sejam a dívida, etc. Tonelli acrescenta que, além de ser a renda mínima do capital, o déficit público é um entrave para a produção. Quem vai montar uma fábrica se pode ganhar, sem risco, 11,25% ao ano com os títulos do governo? Como o setor privado vai para o investimento produtivo, colocar em risco o seu capital, enquanto pode ter 11,25% sem risco?. Ele concorda com Sicsú quanto ao corte radical da taxa de juros: É preciso reduzir a taxa Selic. Não vou dizer nem para patamares europeus nem americanos, que estão praticando juros reais negativos [quando a taxa de inflação prevista é maior do que a dos juros praticados], mas, se o BC baixasse imediatamente quatro ou cinco pontos percentuais, de 12% para 8%, para 7%, nós teríamos investimentos produtivos, seria viável as pessoas colocarem o dinheiro em circulação. Tonelli, assim como Sicsú, acha que a crise é uma oportunidade para o governo construir infraestrutura: O País não tem estrutura, por exemplo, para explorar toda a riqueza do pré-sal. Precisamos de um determinado nível de maturidade de investimento. Vamos exportar gasolina, nafta, diesel, ou vamos exportar óleo cru? Com a infraestrutura atual, vamos exportar óleo cru, porque não temos refinaria suficiente para fazer outra coisa. Teríamos de aproveitar este momento para construir refinarias. Nós temos dinheiro e temos de fazer investimentos públicos. O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], por exemplo, deveria ter uma linha de crédito para montar fábricas de ração. Se o sujeito aparece querendo plantar soja, ele deveria dizer: Lamento, mas agora o crédito é para fábrica de ração. O BNDES está apoiando os exportadores antigos, porque não tem um projeto que condicione o crédito público a um determinado resultado de longo prazo. Falta ao governo a capacidade de dirigir o País para outros paradigmas. O economista diz que o governo, até agora, pôde dar uma esmola para os pobres, com o Bolsa Família, e um saco de dinheiro para os ricos, com os juros dos títulos da dívida pública. Mas, com a crise, ele vai ter de escolher. E ele tem de ser muito fiel aos interesses dos especuladores para manter esse superávit e os juros nesse patamar. Porque, em consequência dessa política econômica, a crise será ainda maior para os brasileiros, crescerá o desemprego e diminuirá a proteção social, os bilhões em cortes no Orçamento prejudicarão a vida de milhões. retratodobrasil 22 19

20 20 retratodobrasil 22

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