RESPONSABILIDADES NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS
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- Bernadete Santiago Flores
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1 RESPONSABILIDADES NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS Ainda em novembro, divulgamos informativo ressaltando a importância dos equipamentos de segurança no transporte de produtos perigosos. Alguns associados encaminharam suas dúvidas relativas ao tema, que é vasto e complexo. Mas a responsabilidade no transporte não se limita apenas às Revendas, sendo aplicáveis ao também ao fabricante, ao expedidor até ao transportador da carga. Para melhor orientá-los, é preciso levar ao conhecimento as obrigações de cada parte, conforme prevê o Decreto n.º /98, que aprova o regulamento do Transporte de Produtos Perigosos. Recomendamos que o distribuidor/expedidor formalize contrato com a empresa transportadora (pessoa jurídica) para o transporte de produtos até o destinatário. Isto porque no transporte de produtos perigosos a responsabilidade é sempre solidária, ou seja, se qualquer irregularidade for constatada, a penalidade sempre recairá tanto no distribuidor/expedidor como no transportador de carga. A penalidade é dupla. Por isso, mesmo quando o distribuidor/expedidor realiza corretamente todas as operações necessárias para o transporte de produtos perigosos, o distribuidor será penalizado se o transportador falhar. A importância do contrato, nesse caso, é formalizar e disciplinar as responsabilidades da empresa transportadora. Responsabilidades dos Fabricantes: O fabricante deve fornecer ao distribuidor/expedidor: Informações relativas ao preenchimento da Ficha de Emergência e os cuidados a serem tomados no transporte e manuseio do produto. Especificações para o acondicionamento do produto e, quando for o caso, a relação do conjunto de equipamentos para emergências. As responsabilidades no momento do embarque dos produtos são do expedidor e do transportador. Responsabilidades do Expedidor: O expedidor fornecerá ao transportador:
2 Os produtos perigosos fracionados devidamente rotulados, etiquetados e marcados. A Ficha de Emergência. Nota Fiscal do Produto com as descrições exigidas. Envelope para Transporte. Os rótulos de risco e painéis de segurança para uso nos veículos, informando ao condutor as características dos produtos a serem transportados. Cabe ainda ao expedidor: A responsabilidade pelo acondicionamento do produto a ser transportado, de acordo com as especificações do fabricante. Informar os cuidados no transporte e no manuseio. As operações de carga: nas operações de carga (expedidor) e descarga (responsabilidade do destinatário), cuidados especiais serão adotados, especialmente quanto à amarração da carga, a fim de evitar danos, avarias ou acidentes. Ao expedidor e ao destinatário cumpre orientar e treinar o pessoal empregado nas atividades de carga e descarga. Responsabilidades do transportador: Constituem deveres e obrigações do transportador: Usar veículos apropriados para o transporte. Dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos. Motorista deve ser habilitado para o Transporte de Produtos Perigosos, ou seja, deve possuir o curso MOOP Movimentação de Produtos Perigosos. Vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamentos de acordo com a natureza da carga a ser transportada, na periodicidade regulamentar. Transportar produtos a granel de acordo com o especificado no "Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel".
3 Acompanhar, para ressalva das responsabilidades do transporte, as operações executadas pelo expedidor ou destinatário de carga, descarga e transbordo, adotando as cautelas necessárias para prevenir riscos à saúde e integridade física de seus prepostos e ao meio ambiente. Requerer o Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel e, quando for o caso, exigir do expedidor os seguintes documentos: - Documento Fiscal do produto transportado, contendo as seguintes informações: a) número e nome apropriado para embarque. b) classe e subclasse (quando for o caso) a qual o produto pertence. c) declaração assinada pelo expedidor de que o produto está adequadamente acondicionado para suportar os riscos normais de carregamento, descarregamento e transporte, conforme a regulamentação em vigor. - Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte, emitidos pelo expedidor, de acordo com as NBR-7503, NBR-7504 e NBR-8285, preenchidos conforme instruções fornecidas pelo fabricante ou importador do produto transportado, contendo: a) orientação do fabricante do produto quanto ao que deve ser feito e como fazer em caso de emergência, acidente ou avaria; b) telefone de emergência da corporação de bombeiros e dos órgãos de policiamento do trânsito, da defesa civil e do meio ambiente ao longo do itinerário. Providenciar para que o veículo porte o conjunto de equipamentos necessários às situações de emergência, acidente ou avaria, assegurando-se do seu bom funcionamento. Instruir o pessoal envolvido na operação de transporte quanto à correta utilização dos equipamentos necessários às situações de emergência, acidente ou avaria, conforme as instruções do expedidor. Fornecer aos seus prepostos os trajes e equipamentos de segurança no trabalho, de acordo com as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho, zelando para que sejam utilizados nas operações de transporte, carga, descarga e transbordo.
4 Providenciar a correta utilização, nos veículos e equipamentos, dos rótulos de risco e painéis de segurança adequados aos produtos transportados. Realizar as operações de transbordo observando os procedimentos e utilizando os equipamentos recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto. Dar orientação quanto à correta estivagem da carga do veículo, sempre que, por acordo com o expedidor, seja co-responsável pelas operações de carregamento e descarregamento. Observações importantes: Se o transportador receber a carga largada ou for impedido, pelo expedidor ou destinatário, de acompanhar carga e descarga, ficará desonerado da responsabilidade por acidente ou avaria decorrentes do mau acondicionamento da carga. Quando o transporte for realizado por transportador comercial autônomo, alguns dos deveres e obrigações constituem responsabilidade de quem o tiver contratado. O Transportador deverá fazer cumprir todos os procedimentos do Decreto para Transporte, no que se refere à carga, documentação, identificação de risco, etc. O expedidor é solidariamente responsável com o transportador na hipótese de receber, para transporte, produtos cuja embalagem apresente sinais de violação, deterioração, mau estado de conservação ou de qualquer forma infrinja o Regulamento de Transportes de Produtos Perigosos e demais normas ou instruções aplicáveis. Responsabilidade solidária do EXPEDIDOR e TRANSPORTADOR: Inspeção de segurança no veículo. Emprego da simbologia de risco. Roteiro da viagem. Instruções ao motorista. Check list de despacho; e Instruções para limpeza e descontaminação.
5 OBS: Tanto o expedidor quanto o transportador devem ter conhecimentos sólidos sobre transporte de produtos perigosos. Fiscalização Competência: A fiscalização incumbe ao Ministério dos Transportes, sem prejuízo da competência das autoridades com jurisdição sobre a via por onde transite o veículo transportador de produtos perigosos. Portanto, para que a Polícia Rodoviária possa efetuar a fiscalização, é necessário que o dirigente do órgão de trânsito rodoviário delegue sua competência, mediante convênio ou outro instrumento legal. Constatada Irregularidade: O veículo será apreendido e a carga transbordada. MULTAS A quem se aplica? A empresa transportadora e ao distribuidor/expedidor de produtos perigosos. Multas exclusivas do Expedidor: - Não prestar os necessários esclarecimentos técnicos em situações de emergência ou acidentes, quando solicitados pelas autoridades. - Não comparecer ao local do acidente quando expressamente convocado pela autoridade competente. - Não lançar na nota fiscal, o Nome Apropriado para Embarque, classe de risco ou número ONU. Multas exclusivas do Transportador: - Transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais, alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou, ainda, embalagens destinadas a estes bens. - Transportar produto perigoso desacompanhado de Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel.
6 Multas exclusivas do Transportador cometidas pelo motorista: - Circular em vias públicas nas quais não seja permitido o trânsito de veículos transportando produtos perigosos. - Não dar imediata ciência da imobilização do veículo em caso de emergência, acidente ou avaria, que são cometidas pelo motorista. Multas onde o transportador e o expedidor são responsáveis solidários: - Falta da Ficha de Emergência e Envelope para Transporte. - Falta dos painéis de segurança e rótulos de risco. - Falta dos conjuntos de equipamentos para situações de emergência e EPI, que são as mais comuns. Valores: As infrações punidas com multa vão de 123,4 UFIR a 617 UFIR e classificam-se, de acordo com a sua gravidade, em três grupos: I - Primeiro Grupo UFIR; II - Segundo Grupo - 308,5 UFIR; e III - Terceiro Grupo - 123,4 UFIR. Na reincidência específica, a multa será aplicada em dobro. Valores conforme Portaria Nº 38 do DENATRAN, de 10/12/98, publicada no DOU de 11/12/98. Diferencial de custos para Transportadores (Pessoa Jurídica) e Autônomos (Pessoa Física) Nos serviços de fretes e carretos prestados por Pessoa Física à Pessoa Jurídica, há retenção na fonte de IRPF (calculado pela tabela progressiva) e INSS (11%), de acordo com exemplo abaixo: Exemplo: Serviço de Frete no valor de R$ 2.000,00 IRRF (15%) ( 2.000, x 15%) 197,05 = 102,95 INSS (11%) 2.000, x 11% = 220,00
7 Valor a pagar do serviço de frete a PF é de R$ 1.677,05 TABELA PROGRESSIVA Rendimentos do Trabalho: 15% e 27,5% conforme tabela progressiva mensal abaixo reproduzida, para fatos geradores ocorridos no ano-calendário de 2007: Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.313, De 1.313,70 até 2.625,12 15,0 197,05 Acima de 2.625,12 27,5 525,19 Esclarecemos ainda que, nesses casos, compete à fonte pagadora (expedidor) a retenção dos impostos e repasse ao governo. Portanto, quando a pessoa física faz mais de um frete no mesmo mês, os valores do frete são somados para formar a base de cálculo do IRPF. Nota-se que os serviços prestados por pessoa física representam um gasto muito maior para o distribuidor/expedidor, além de outras implicações desfavoráveis, conforme descrito. Dúvidas sobre o tema? Entre em contato conosco através do telefone (19) ou escreva para andav@andav.com.br ANDAV A força que une o distribuidor.
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