Quem sofre com a crise? O impacto da crise financeira nos países em desenvolvimento

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1 Quem sofre com a crise? O impacto da crise financeira nos países em desenvolvimento 1

2 Sumário O sistema financeiro global está em crise e ela atinge duramente os países em desenvolvimento. Aliás, esse sistema nunca serviu bem aos países em desenvolvimento. Os países que abriram suas portas às finanças globais tiveram um enorme aumento de sua vulnerabilidade a choques, como este que estamos vivendo, mas apenas um pouco mais de desenvolvimento humano do que aqueles que assumiram uma posição mais cautelosa. Os países mais pobres não receberam os financiamentos de que tanto necessitavam. Torna-se cada vez mais clara a necessidade de um sistema que realmente sirva ao desenvolvimento, sem os enormes riscos que agora se mostraram tão óbvios. Muitas descrições da atual crise financeira utilizam metáforas de desastres naturais. Tempestade, terremoto e inundação foram termos invocados para descrever a escala e o poder destrutivo das forças financeiras liberadas nos últimos seis meses. Essas comparações transmitem o impacto do que aconteceu, mas são totalmente enganadoras num aspecto: a crise financeira não é um desastre natural. Foi criada por pessoas e é produto de decisões tomadas por empresas e governos. Essas decisões poderiam ter sido diferentes e levado a resultados muito distintos. Embora os países em desenvolvimento não tenham criado essa crise, é evidente que estão na linha de fogo no que diz respeito a seus efeitos. A ActionAid calculou que a África sofrerá uma queda real de renda que poderá atingir US$ 49 bilhões, entre o início da crise em 2007 e o final de Isso equivale a uma queda de mais de 13% nas entradas financeiras. Na verdade, são duas crises: uma crise financeira e uma recessão. Há previsão de que a África perderá US$ 22 bilhões com a crise financeira, além da queda de US$ 27 bilhões nas receitas de exportação, ajuda e renda que provêm dos países ricos, atualmente em recessão. O que determina como os diferentes países serão provavelmente afetados? Neste relatório, examinamos as formas muito diferentes utilizadas pelos países para se integrarem à economia global e como isso levou a resultados muito distintos na atual ruptura. Não é surpresa que aqueles países que mais acreditaram na retórica da liberalização financeira, e que eram suficientemente grandes para atrair capitais significativos dos países ricos, sejam agora os mais afetados pela crise financeira. A África do Sul, por exemplo, que tem sido um modelo perfeito de economia neoliberal desde o fim do apartheid, provavelmente sofrerá uma queda dos fluxos financeiros estrangeiros equivalente a cerca de um quinto do seu PIB.! Na China, a maior parte do crescimento tem sido baseado na expansão das exportações, o que significa que a recessão já a atingiu fortemente. Entretanto, a crise financeira deverá ter menos impacto, na medida que o governo restringiu os fluxos de capitais estrangeiros e a maior parte dos investimentos chineses e outros financiamentos têm origem no próprio país. Embora em muitos países o crescimento voltado para as exportações tenha gerado ganhos reais em termos de crescimento econômico e redução da pobreza, esses avanços terminaram sendo menos robustos do que se imaginava. Os países que abriram seus setores financeiros, estão agora sem rumo por causa do desastre financeiro e, segundo pesquisas recentes, não têm sequer o consolo de saber que os ganhos em termos de desenvolvimento compensariam de certa forma a crise atual. Na verdade, um número crescente de estudos vêm demonstrando que os 2

3 benefícios da liberalização financeira para o desenvolvimento parecem ter sido muito exagerados. 1 Os países que atraíram grandes entradas de capitais não tiveram necessariamente um grande aumento na sua taxa de desenvolvimento e aqueles que mais necessitavam de financiamento os mais pobres quase não receberam capitais estrangeiros. Até agora, muitos governos tratavam o sistema financeiro global como um adolescente muito mimado. Permitiram que fizesse o que quisesse, sem assumir nenhuma responsabilidade pelo impacto de longo prazo de suas ações. Chegou a hora de os governos do G-20 forçarem esse sistema a amadurecer. Infelizmente, depois de ter sido tratado com excessiva indulgência por tantos governos e durante tanto tempo, a mudança necessária será grande. É preciso uma grande renovação do sistema financeiro para que ajude o desenvolvimento menos riscos e mais fluxos de financeiros benéficos para o desenvolvimento. Também é crucial que os países em desenvolvimento estejam envolvidos no desenho desse sistema. 3

4 Introdução A crise financeira já se tornou um clichê. Histórias de resgates de bancos, desemprego e fechamento de empresas, que eram notícias importantes em setembro, são atualmente quase rotineiras. Porém, existe algo que não sabemos até agora: como exatamente as ondas de choque da crise atravessaram o mundo e o tamanho que terão esses choques. Temos tido notícias de perda de empregos e ameaças de redução dos fluxos da ajuda internacional, porém não foi feito nenhum exame sistemático do que isso significa para as pessoas mais pobres e mais vulneráveis do planeta. Esta nova pesquisa da ActionAid contribui para separar e analisar todas as formas como a crise está afetando as economias dos países em desenvolvimento, calculando o custo real em dólares perdidos com a redução dos fluxos financeiros. Também examinamos como esses efeitos se desenvolvem em alguns países de média e baixa renda, como a África do Sul, Gana e Brasil, para verificar como as políticas anteriores afetaram o grau de exposição desses países à turbulência que atinge os mercados mundiais. Há muito debate sobre qual seria o nível e o tipo de financiamento externo adequados para o desenvolvimento. Porém, o fato é que muitos países basearam suas estratégias de desenvolvimento na atração de vários tipos de investimento externo, na forma de entradas de capitais. No lugar de discutir que estratégias podem ter sido mais adequadas no passado, este estudo examina o que as diversas estratégias adotadas significam nesse momento, para cada país afetado pela crise. Não é uma história feliz. Muitos países em desenvolvimento fizeram um pacto faustiano com os mercados financeiros. Receberam promessas de financiamento para o desenvolvimento se abrissem seus setores financeiros, mas os benefícios foram exagerados e os riscos catastroficamente subestimados. Agora, os mercados apresentaram sua conta. 4

5 O custo da crise A crise financeira já levou a quedas catastróficas de renda em 2008 e a previsão para 2009 é ainda pior. Na África Subsaariana como um todo, a previsão é de uma queda real de fluxos financeiros e receitas de exportação de cerca de US$ 49 bilhões, entre 2007 e 2009, ou 6% do PIB de todo o continente antes da crise. O impacto em relação ao PIB é quase o dobro do impacto causado pela crise financeira asiática do final da década de Tendo em conta a previsão anterior à crise de que as receitas do comércio e os fluxos do setor privado aumentariam no período , a crise claramente atingiu aquela região de forma rápida e dura. Para os países que basearam suas estratégias de desenvolvimento, total ou parcialmente, na atração de financiamentos externos, assim como para as empresas e indivíduos que dependiam desses fluxos, essa queda será provavelmente calamitosa. Em todo este relatório, a análise está baseada em estimativas sobre o que já aconteceu, assim como em previsões sobre o que pode acontecer com os vários fluxos monetários entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esses fluxos e a maneira como são definidos neste relatório são os seguintes: não-governamentais de outro país. Remessas: quando trabalhadores imigrantes enviam dinheiro para seu país de origem. Títulos (corporativos ou soberanos): quando empresas ou governos emitem notas promissórias como forma de aumentar receitas, que depois são adquiridas por empresas, indivíduos ou órgãos oficiais de outro país. Os fluxos são resultados tanto da compra inicial do título (que entra no país em desenvolvimento, caso seja o emissor do título) quanto do pagamento anual de juros ao comprador, realizado pelo emissor do título (que sai do país em desenvolvimento, neste caso, o emissor do título). Para ver que países foram mais afetados e por quê, estimamos as entradas financeiras e as receitas de exportação em 2008, assim como as entradas previstas para 2009, em 16 países de baixa e média renda. 3 Depois comparamos com as entradas em 2007, antes da crise afetá-los, para obter um indicador do impacto da crise até o momento atual. Os resultados aparecem na tabela a seguir. A previsão para todos os países de nossa amostra, e a África Subsaariana como um todo, é de queda real nas entradas financeiras entre 2007 e Receita de exportação: o que as empresas de um país ganham no comércio com empresas de outros países. Investimento estrangeiro direto: quando uma empresa de um país investe numa empresa de outro país ou abre uma subsidiária naquele país. Empréstimo bancário: quando um banco de um país empresta dinheiro a outros bancos, empresas ou indivíduos de outro país. Equities * : quando indivíduos, fundos ou empresas de um país compram ações cotadas na Bolsa de Valores de outro país. Ajuda: quando governos ou órgãos oficiais de um país fazem doações a governos, órgãos oficiais ou organizações 5

6 Tabela 1 Entradas financeiras e receitas de exportação, (milhões de dólares dos EUA em valores atuais) País Total de entradas 2007 Total de entradas 2008 Percentual de variação Previsão de entradas em 2009 Percentual de variação África Subsaariana África do Sul Estônia Coréia do Sul Turquia Brasil Rússia Índia Nigéria Venezuela China Gana Jamaica Malásia Uganda Chile Mali Fonte: calculado de dados disponíveis na OMC, Unctad, Banco de Compensações Internacionais, FMI, Banco Mundial e Instituto de Finanças Internacionais. 6

7 De onde vêm as perdas? Na realidade, as crises são duas uma crise financeira e uma recessão. Embora interligadas, é possível separar os efeitos e avaliar o impacto de cada uma. A crise financeira vai afetar fatores como empréstimos bancários, equities e investimentos estrangeiros diretos. As mudanças nas taxas de juros terão impacto nos países e empresas que captam recursos pela emissão de títulos. A recessão terá seu maior impacto sobre os fluxos comerciais e também é provável que afete os níveis da ajuda e as remessas de parentes que trabalham nos países ricos. Perdas da crise financeira De todos os recursos que entram nos países em desenvolvimento, os empréstimos bancários foram os mais atingidos. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), a associação internacional das instituições financeiras, estima que os empréstimos bancários estrangeiros para os países em desenvolvimento atingiram em 2008 somente 40% do nível de Para 2009, o IIF prevê que esses empréstimos terão caído mais de 100% em relação a Em outras palavras, os fluxos líquidos para os países em desenvolvimento serão negativos, pois mais recursos serão transferidos para bancos estrangeiros do que emprestados aos países em desenvolvimento. A turbulência nos mercados financeiros também teve um impacto nos mercados de equities de países em desenvolvimento, pois cada vez mais os operadores internacionais fugiam das ações que pareciam arriscadas muitas das quais em países em desenvolvimento. O IIF fez estimativas das prováveis variações de fluxos de capitais para os países em desenvolvimento (ver tabela 2). Os números exatos vão variar conforme as circunstâncias de cada país, porém essas estimativas dão uma idéia da escala do cataclismo financeiro que atinge os países pobres. Apesar da previsão de que o investimento estrangeiro direto será o menos afetado entre todos os fluxos de capitais, o IIF também estima que cairá um terço, entre 2007 e Tabela 2 Perdas previstas nos países em desenvolvimento por causa da crise financeira 4 Tipo de fluxo financeiro Variações previstas para os países em desenvolvimento em (%) Empréstimos bancários -115 Equities -82 Investimento estrangeiro direto -34 Fonte: IIF, Capital Flows to Emerging Market Economies (Fluxos de Capitais para as Economias de Mercado Emergentes), janeiro de Assim como houve um colapso das entradas de capitais, a crise também elevou os custos daqueles países em desenvolvimento que captam recursos pela emissão de títulos do setor público ou privado. Como aqueles que concedem empréstimos estão tratando de aplicar seus recursos nos lugares menos arriscados, o custo de tomar empréstimos por meio de emissão de títulos vem aumentando para os países pobres. A diferença entre as taxas de juros cobradas pelo governo dos EUA quando toma empréstimos através da emissão de Títulos do Tesouro dos EUA o menos arriscado de todos os empréstimos e a taxa cobrada dos países em desenvolvimento quando fazem a mesma coisa, emitindo seus títulos soberanos, aumentou de pouco mais de 2,5% em 2007 para quase 7,5% em 2008, e a previsão para 2009 está em torno de 7%. 5 De fato, a crise financeira está tornando os empréstimos mais caros para aqueles países que têm menor responsabilidade pela crise, enquanto diminui os custos dos empréstimos para os países realmente responsáveis. 7

8 Perdas causadas pela recessão nos países ricos Como se a crise financeira já não fosse suficientemente devastadora, é provável que os países em desenvolvimento sejam também duramente atingidos pela recessão. As perdas ocorrem principalmente nas receitas do comércio e dependerão de como cada país combina suas exportações e seus principais parceiros comerciais. Entretanto, para os países em nossa amostra, variou de uma queda de até 25% nas receitas de exportação da Nigéria ( ) a uma perda de pouco menos de 10%, no caso de Uganda. 6 A previsão de queda das receitas de exportação varia de 10-20% em mais da metade dos países de nossa amostra. Embora muito grandes, é importante observar que essas perdas são menores em termos percentuais do que aquelas diretamente atribuíveis à crise financeira. Porém, as receitas comerciais para muitos desses países são maiores do que outros tipos de entradas de recursos estrangeiros e, portanto, o impacto da recessão em muitos países será mais significativo do que o da crise financeira. Já está claro que as perdas dos países em desenvolvimento, causadas por uma crise que foi iniciada no mundo desenvolvido, são reais e significativas e serão agravadas à medida que o tempo passa pelo impacto sobre as economias nacionais dos países em desenvolvimento. As pessoas que estão ganhando menos do exterior vão começar a gastar menos nos países em desenvolvimento, investimentos deixarão de ser realizados e empregos serão perdidos. As receitas governamentais da ajuda, impostos e empréstimos provavelmente também cairão. Por sua vez, isso terá um impacto sobre os gastos públicos, afetando as pessoas mais pobres, que muitas vezes dependem dos gastos sociais em áreas como saúde e proteção social. A combinação de impactos nas empresas, indivíduos e orçamentos públicos provavelmente levará ao agravamento da pobreza, com conseqüências terríveis para as pessoas. O economista-chefe do Banco Mundial para a África prevê que crianças podem morrer nos próximos anos, como conseqüência da crise financeira e subseqüente recessão. 7 Para algumas pessoas, a queda dos fluxos financeiros não é uma questão abstrata de economia, mas um assunto de vida ou morte Estudo de caso Felicia Afua Nartey, de 65 anos, vive na vila Mafi Sasekpe, Gana. Em 2002, seu filho Prosper foi para o Reino Unido em busca de trabalho. Em pouco tempo, ganhava o suficiente para enviar mensalmente 200 libras para sua família, garantindo que sua mãe e quatro irmãos tivessem o suficiente para comer. Tudo mudou em setembro de 2008, quando o dinheiro enviado e as chamadas telefônicas de Prosper foram abruptamente interrompidos. "Quando telefonei para ele e perguntei a causa da súbita mudança, ele me respondeu que tinha perdidos seu emprego porque a empresa para a qual trabalhava tinha despedido vinte pessoas", disse Felicia. Prosper ainda não conseguiu arranjar outro trabalho e não pode mandar mais nada para casa. "Agora tenho que depender de minha pequena propriedade rural e do que seus irmãos em Gana conseguem tirar de seus baixos salários. Também tenho que vender saquinhos de água para garantir minha comida e cuidar de quatro netos que vivem comigo. Se essa situação não mudar logo, não sei o que vai acontecer". 8

9 Que países são mais vulneráveis à crise? O desenvolvimento de índices e tipologias, para mostrar quais países serão provavelmente mais vulneráveis à crise financeira e à recessão, tornou-se um passatempo popular nos círculos de desenvolvimento. O Banco Mundial criou duas tipologias, o FMI tem uma e a revista The Economist também tem um índice. Além disso, outras organizações, incluindo a ActionAid juntamente com a New Economics Foundation (Fundação da Nova Economia), também estão desenvolvendo seus próprios índices. 8 Os índices e tipologias existentes classificam a vulnerabilidade dos países como uma foto instantânea, incorporando alguns aspectos de sua posição fiscal (em termos rudimentares, quanto dinheiro têm no banco) e sua exposição ao comércio e financiamentos internacionais. No entanto, há várias lacunas nas atuais tentativas de criar uma medida de vulnerabilidade. Primeiro, todas as medidas existentes estão baseadas em indicadores para um único ano ou numa média de um único período. Embora isso forneça alguma indicação das vulnerabilidades atuais, tem um valor limitado para explicar como os países entraram nessa situação e de que maneira poderão sair dela. Pela enorme volatilidade dos fluxos financeiros em geral e das receitas de exportação, especialmente por causa do boom dos preços das commodities nos anos recentes, é também mais apropriado definir a vulnerabilidade ao longo de um período de vários anos. Segundo (e ainda mais problemático), muitos desses índices deixam de fora alguns dos mais importantes canais de transmissão da crise e, assim, não medem com precisão a vulnerabilidade. O índice da revista The Economist foi concebido para tratar somente das variáveis financeiras e bancárias. Portanto, não leva em conta o impacto da queda dos fluxos comerciais. Uma das duas tipologias do Banco Mundial considera somente medidas de pobreza e os aspectos fiscais e institucionais da capacidade de os governos lidarem efetivamente com a pobreza. 9 Não leva em conta como a exposição dos países à crise pode ser diferente, dado os distintos níveis de dependência do comércio e dos financiamentos internacionais. A segunda tipologia do Banco Mundial contém variáveis comerciais e financeiras, porém ainda não reflete a forma como os países sofrerão vulnerabilidade no mundo real. 10 Por exemplo, a vulnerabilidade comercial só pode ser medida sabendo se determinado país depende ou não das exportações de commodities primárias. Embora importante para um grupo de países, isso deixa de lado o enorme impacto na queda de demanda dos produtos manufaturados, que já está tendo efeitos devastadores em toda a Ásia. O indicador financeiro agrega todas os financiamentos numa única medida, embora como mostram as estimativas do IIF, anteriormente discutidas, os diferentes tipos de fluxos financeiros privados foram afetados pela crise de forma muito distinta. A ActionAid e a New Economics Foundation estão desenvolvendo um índice que medirá a vulnerabilidade dos países, com um espectro de variáveis ao longo dos últimos dez anos. Isso vai permitir que analisemos como os países ficaram expostos aos riscos da crise financeira, observando, por exemplo, que países aumentaram seus empréstimos bancários no exterior e quando, assim como quais países dependiam mais dos investidores estrangeiros nas suas bolsas de valores. Também permitirá acompanhar a vulnerabilidade dos países à recessão do mundo rico, observando, por exemplo, sua dependência de receitas de exportação e de fluxos de ajuda. 11 Os resultados preliminares indicam que em muitos países em desenvolvimento a exposição ao comércio internacional sua dependência das receitas de exportação, nível de concentração das exportações, balança comercial e reservas é o maior fator de vulnerabilidade à crise. Porém, juntamente com a dependência da ajuda e de outros fluxos oficiais, esse indicador tem se mantido bastante estável ou mesmo declinado nos últimos anos. 9

10 " # $ % & '( '( ' ) No entanto, muitos países aumentaram de forma dramática a abertura aos fluxos do setor privado e sua dependência deles como investimentos estrangeiros diretos e empréstimos bancários tomados no exterior. À medida que a bolha financeira crescia nos países desenvolvidos, os países em desenvolvimento ficavam cada vez mais vulneráveis a seu estouro. Segundo o FMI, o impacto da crise financeira provavelmente será mais sério e de mais longo prazo do que o das recessões, que têm outras causas, como as reduções cíclicas do ritmo das atividades econômicas. 12 Ao aumentarem sua vulnerabilidade às crises financeiras, os países em desenvolvimento também fizeram crescer o risco de exposição a essas recessões mais sérias. Isso é especialmente inquietante pelos resultados de vários estudos recentes, que tentaram extrair lições da relação entre integração financeira e crescimento nas últimas décadas. Rodrik e Subramanian argumentaram que a globalização financeira não gerou aumento de investimentos ou crescimento maior nos mercados emergentes. Os países que cresceram mais rapidamente foram aqueles que menos dependiam de entradas de capitais. 13 Após um exame detalhado das evidências sobre a liberalização financeira e o desenvolvimento, um grupo de autores, incluindo um ex-economista-chefe do FMI, concluiu: "a maioria dos estudos empíricos não conseguiu encontrar fortes evidências de que a liberalização da conta de capital traga benefícios para o crescimento"

11 O impacto da crise na África do Sul, Índia, Brasil e China O impacto das políticas na vulnerabilidade à crise financeira e à recessão fica plenamente ilustrado nos destinos diferentes da África do Sul, Índia, China e Brasil. Todos membros do G-20, a escolha de políticas distintas, na década de 1990 e início do século XXI, faz com que a crise tenha um impacto muito diferente em cada um dos quatro países. A diferença crucial está na forma de integração desses países à economia global. Historicamente, a China e a Índia têm sido menos abertas à economia global do que muitos outros países em desenvolvimento, e esses dois países mantiveram controle de capitais. O Brasil é mais aberto e a África do Sul mais ainda. Apesar de seu sistema financeiro ser relativamente fechado, a China é o mais dependente do comércio internacional desses quatro países. Em conseqüência, a queda total das receitas de exportação da China entre 2007 e o final de 2009 está prevista em cerca de 18% 15 o equivalente a quase a 7% do PIB da China em 2007 (antes da crise). 16 * +(, Na China, a ameaça imediata é real. Grande parte do sucesso econômico chinês nos últimos dez anos foi baseado na estratégia de crescimento voltado para as exportações. Em 2007, as receitas de exportação representavam 37% do PIB da China. A crise financeira mostra que essa estratégia era arriscada, porém tem sido fundamental para dar empregos a milhões de migrantes que se deslocam das áreas rurais para as cidades. Ao longo dos anos, isso trouxe para a China muitos bilhões de dólares em receitas de exportação. Porém, a previsão de perdas de centenas de milhões de dólares nas receitas de exportação não significa uma sentença de morte. O crescimento da China voltado para as exportações foi acompanhado por um envolvimento altamente controlado com as finanças internacionais. A exposição da China aos mercados financeiros internacionais é a menor desse grupo de quatro países e foi mantida constante nos últimos dez anos. Enquanto as entradas internacionais são pequenas, o setor financeiro doméstico é moderadamente grande e a maior parte do financiamento para o desenvolvimento da China (incluindo suas taxas muito altas de investimento) provém de fontes nacionais. A previsão para as perdas do sistema financeiro chinês entre 2007 e 2009 é de um pouco mais de 2% do PIB do país antes da crise. 17 Assim, é provável que o sistema financeiro da China seja suficientemente resiliente para prover capitais, permitindo que as empresas chinesas mudem seu foco para os mercados internos e regionais. O mero tamanho da China também significa que há mais perspectivas de desenvolvimento do mercado interno, desde que sejam enfrentadas as imensas e crescentes desigualdades da sociedade chinesa. Como mencionado anteriormente, uma pesquisa recente do FMI indica que as recessões após crises bancárias tendem a durar mais e serem mais profundas do que outras recessões. Resta constatar se essa conclusão geral pode prever as experiências de diferentes países com essa crise. Por ser predominantemente uma crise comercial e não bancária ou financeira, existe a possibilidade de que seu impacto na China seja menor do que em países como a África do Sul, onde a crise é tanto comercial quanto bancária. Caso isso aconteça, as terríveis previsões para 2009 e anos seguintes podem não ocorrer. O pacote de estímulo econômico anunciado pelo governo chinês em novembro parece já ter tido algum efeito. Por exemplo, em dezembro os novos empréstimos bancários foram os mais altos dos últimos cinco anos. 18 De forma alguma, a China já está em recuperação, porém é claro que o governo, por seu mero tamanho e relativo isolamento financeiro, tem opções que outros países podem chegar a invejar. A África do Sul está no extremo oposto do 11

12 espectro. Desde 1994, o governo adotou a estratégia de abertura completa para a economia global, o que agora parece altamente questionável. Segundo pesquisa recente, essa estratégia não foi muito eficaz em estimular o crescimento econômico. 19 O setor financeiro sulafricano é relativamente grande quando comparado ao de outras economias emergentes, como Brasil e Índia, que são muito dependentes das entradas de capitais estrangeiros. A dependência de investidores estrangeiros no mercado de ações e no setor bancário, tornou a África do Sul um país particularmente vulnerável aos efeitos imediatos da crise. O valor das ações na Bolsa de Valores sul-africana nas mãos de investidores estrangeiros (neste relatório, denominadas de equities) aumentou do equivalente a menos de 2% do PIB em 1995 para quase 20% dez anos depois. Em 2007, os empréstimos estrangeiros representavam cerca de 20% do total do crédito bancário na África do Sul. Em 2009, está previsto que as receitas de exportação sul-africanas cairão somente 7% em relação aos níveis de 2007, o que equivale a um pouco menos de 9% do PIB de antes da crise. Porém, a previsão de queda dos fluxos financeiros causada pela crise, principalmente pelas baixas dramáticas nos empréstimos bancários e no valor das equities, é de mais de 15% do PIB pré-crise. Dos quatro países, a África do Sul e a China apresentam as experiências mais contrastantes de globalização e provavelmente sofrerão impactos muito diferentes da crise financeira. Embora a China já tenha sido atingida pela recessão, seu sistema financeiro parece ter suficiente resiliência para sobreviver mais ou menos intacto. 20 No entanto, a África do Sul, mais integrada precisamente naqueles mercados financeiros globais que foram mais afetados pela crise, provavelmente será atingida pela recessão e mais ainda pela crise financeira, à medida que sequem suas principais fontes externas de financiamento para o desenvolvimento. As conseqüências de longo prazo serão provavelmente calamitosas, incluindo desemprego, redução dos gastos públicos, aumento da pobreza e, finalmente, mais mortes. Embora sejam bastante diferentes entre si, a Índia e o Brasil estão em algum ponto entre a China e a África do Sul. Ambos têm mais ou menos a mesma exposição aos fluxos do comércio internacional. Porém, enquanto o Brasil é altamente dependente dos investimentos estrangeiros, a Índia financia a maior parte de seus investimentos com recursos nacionais. Em contraste, o sistema bancário indiano depende mais de empréstimos estrangeiros do que o brasileiro e seu mercado de ações também depende mais dos compradores estrangeiros. No dois países, as perdas serão similares: uma queda nos fluxos financeiros equivalente a cerca de 5% do PIB (anterior à crise) e uma diminuição das receitas de exportação equivalente a aproximadamente 2% do PIB (de antes da crise). No entanto, a longo prazo a Índia pode provar ser mais resiliente por ter uma taxa muito mais alta de investimentos, quase totalmente financiados com recursos internos. Tabela 3 Padrões de integração à economia global País Integração aos mercados financeiros Dependência do investimento estrangeiro Dependência das economias ricas para ajuda, comércio e remessas China Baixa Baixa Alta África do Alta Alta Média Sul Brasil Média Alta Média Índia Média Média Média Fonte: calculado de dados disponíveis no FMI, Banco Mundial, OMC, Unctad, Banco de Compensações Internacionais e Bloomberg. 12

13 Esses quatro países mostram diferentes padrões de integração à economia global e como a crise vai se desenvolver através dos diferentes canais de integração. A diferença fundamental entre eles é o grau de dependência do capital estrangeiro, no setor financeiro e no de investimentos, e o tamanho de suas receitas de exportação. Quanto mais dependência de fluxos externos, especialmente de fluxos financeiros, maiores serão as perdas. Entretanto, apesar das diferenças, a crise será grave em todos os países, tanto para as pessoas imediatamente atingidas quanto para as perspectivas de desenvolvimento a longo prazo. As comparações são todas sobre graus de desastre e capacidade de recuperação e não significam que algum país possa escapar inteiramente dos choques. 13

14 Vulnerabilidade e impacto da crise no Mali, Gana e Uganda O Mali, Gana e Uganda são mais vulneráveis a choques econômicos do que a China, porém menos vulneráveis do que a África do Sul. No entanto, é muito diferente o significado disso em termos da integração à economia mundial. A principal fonte de vulnerabilidade desses países é o comércio. Eles são exportadores de produtos primários uma maneira instável e notoriamente arriscada de ganhar a vida. Nenhum desses três países está bem integrado aos mercados financeiros internacionais. Porém, ao contrário da China, que tem também um baixo nível de vulnerabilidade aos choques financeiros, nesses países isso é um sinal de debilidade e não de robustez. A China é menos vulnerável porque é capaz de financiar seu próprio desenvolvimento e, portanto, pode escolher o nível de integração financeira ao restante do mundo. O Mali, Gana e Uganda não têm recursos internos e também não apresentam interesse especial para o capital estrangeiro. *! & & -. Os três países assumiram políticas bem diferentes em relação às entradas de capitais estrangeiros. Enquanto Uganda liberalizou sua conta de capital no final da década de 1990, em Gana as entradas de capitais eram controladas, até que medidas de abertura começaram a ser implementadas em torno de No entanto, ao contrário da China e África do Sul, onde políticas diferentes resultaram em níveis distintos de fluxos financeiros, naqueles países as posições diferentes não tiveram resultados marcadamente distintos em termos de entradas financeiras. Na China, a falta de capital estrangeiro é parte da estratégia de desenvolvimento voltada para os capitais internos, enquanto no Mali, Gana e Uganda ameaça ser algo bem diferente. Comparadas às empresas do Brasil, Índia e África do Sul, as firmas desses países estão perdidas numa ilha deserta, vendo os navios passarem rumo a costas mais lucrativas. Há bolsões que atraem interesse: em Uganda, quase 40% das ações do nascente mercado de capitais são propriedade de estrangeiros, enquanto em Gana, quase um quinto dos empréstimos bancários provêm do exterior. No entanto, esses são investimentos em mercados minúsculos e, como proporção do PIB, são muito pequenos. O quadro geral é deprimente, pois esses países são ignorados pelos mercados estrangeiros e, em todos os três, o montante total do crédito como proporção do PIB vem caindo nos anos recentes. Mesmo antes que a crise os atingisse, as empresas não conseguiam captar recursos no exterior e encontravam cada vez mais dificuldades para conseguir empréstimos nos próprios países. O Mali, Gana e Uganda possuem taxa de investimento total em relação a seu PIB inferiores às taxas da Índia ou China. No entanto, sua dependência do investimento estrangeiro direto é muito maior do que naqueles dois países. A combinação de taxas de investimento relativamente baixas com alta dependência do investimento estrangeiro reflete os esforços desesperados que muitos países africanos fizeram para atrair investidores externos, como forma de aumentar o investimento total. Isso levou a uma corrida ao fundo do poço, à medida que as empresas competiam para oferecer aos investidores redução ou isenção de impostos mais atrativas, mão-de-obra barata e liberdade em relação a restrições ambientais. Porém, em termos de desenvolvimento, isso pode ter sido um erro. Os investidores podiam gerar empregos e, em alguns casos receitas fiscais para o governo nacional, sobrando às vezes benefícios para as empresas locais que forneciam serviços ou componentes às empresas estrangeiras. Porém, isso não é o mesmo que desenvolver empresas locais. Muitos estudos demonstram que taxas de investimento estrangeiro têm muito pouca correlação com a criação de empregos, redução da pobreza e outros resultados em termos de desenvolvimento. 21 Pode ser possível combinar o fluxo de capitais estrangeiros com empresas 14

15 nacionais de maneiras mais benéficas do que simplesmente depender do investimento estrangeiro direto. Outras formas de fluxos privados vindos do exterior, como equities, títulos ou empréstimo bancários, caso fossem adequadamente regulados, poderiam permitir que o setor privado local conseguisse o financiamento que necessita para expansão e desenvolvimento, com mais controle sobre a administração de suas empresas. A longo prazo, de uma perspectiva de desenvolvimento, essa pode ser uma forma mais útil de conseguir recursos do exterior. Infelizmente, esses são os mercados que ignoraram completamente os países mais pobres e que até esse momento também foram dominados pelo curto prazismo e volatilidade. Assim, mesmo quando disponíveis, são de uso limitado (ou nulo) como fontes de financiamento para o desenvolvimento. Pelo pequeno tamanho de seus setores financeiros e os baixos níveis de envolvimento estrangeiro, esses países são um pouco menos vulneráveis aos aspectos financeiros da crise do que ao impacto da recessão. A queda prevista de receitas causada pela recessão é equivalente a 2-5% do PIB desses países (2009), enquanto o declínio dos fluxos financeiros causado pela crise está previsto em cerca de 2-4% do PIB précrise. No entanto, essa relativa ausência de vulnerabilidade não é sinal de robustez do financiamento interno, como é nos países mais ricos. Ao contrário da China, esses países não possuem capitais internos que permitam a adaptação de suas empresas e a busca de outros mercados. 15

16 Conclusão No nosso levantamento, a comparação entre países em desenvolvimento mais ricos e mais pobres mostra como os mercados financeiros falharam em duas frentes. Países, como a África do Sul, acreditaram na retórica da liberalização financeira e nas promessas de poderem mobilizar para o desenvolvimento suas riquezas intocadas. Esses países abriram seus mercados e agora enfrentam a conseqüência: um possível retrocesso grave no seu desenvolvimento. Este pequeno levantamento indica não ter havido nenhum grande retorno em termos de desenvolvimento para compensar os riscos que esse países assumiram com a abertura. O desempenho da África do Sul, em termos de desenvolvimento, não foi melhor do que o daqueles países que tiveram uma postura mais cautelosa. A abertura, que trouxe resultados duvidosos, agora coloca em risco todos os avanços do desenvolvimento. Outros países nunca tiveram essa escolha, pois um sistema financeiro, organizado unicamente para obter retornos de curto prazo, simplesmente não registrou a existência dos países mais pobres. Nesse momento, pode parecer que tiveram a sorte de escapar. Porém, a longo prazo, os países com pouco capitais internos vão precisar conseguir fundos para o desenvolvimento em algum lugar. As evidências sugerem que o capital doméstico é o mais estável e o que traz maiores resultados em termos de desenvolvimento. Todos os países, mesmo os mais pobres, fariam bem em buscar formas de mobilizar mais recursos domésticos através, por exemplo, do aumento de impostos para investidores estrangeiros e de estímulo para seus cidadãos e cidadãs manterem seus recursos em bancos locais. No entanto, os países mais pobres enfrentam limites absolutos em relação ao montante de capital doméstico que podem mobilizar para o desenvolvimento. Para eles, assim como para todos os países, a questão é saber como podem se engajar nos mercados internacionais para conseguir os benefícios de mais capitais para o desenvolvimento, sem os riscos de que aqueles capitais sejam do tipo volátil, extrativo e não-produtivo como foram muitos dos investimentos e fluxos financeiros estrangeiros. Esta questão deve estar no centro das tentativas de criar um melhor sistema financeiro internacional a partir dos destroços dessa crise. Conseqüências para as políticas O desenvolvimento do índice de vulnerabilidade e o vínculo com aquilo que sabemos sobre mudanças de políticas mostra algumas verdades duras sobre como a economia global e as nacionais foram geridas durante os últimos vinte anos, enquanto a crise crescia lentamente. Neste momento, a globalização financeira traz muitos riscos e poucos benefícios para os países em desenvolvimento. Os países que se saíram melhor utilizaram principalmente recursos próprios no seu desenvolvimento, complementados com capitais estrangeiros quando necessário, enquanto aqueles que por estratégia ou circunstâncias dependiam da abertura aos mercados internacionais, como fonte de recursos para o desenvolvimento, não tiveram benefícios suficientes para compensar os enormes custos dessa crise. Outros países foram deixados de fora. Isso traz algumas lições importantes para o desenvolvimento: A importância do desenvolvimento gerado internamente. Está claro que tanto da perspectiva da pobreza quanto da vulnerabilidade, é melhor ter uma sólida base doméstica para construir instituições financeiras. Assim, é preciso questionar o compromisso permanente de muitos países ricos com o liberalização financeira nos países pobres, sob o disfarce dos acordos de livre comércio. A importância de fluxos financeiros diversificados. Os choques econômicos podem e vão acontecer, não importa como a economia seja desenhada. É importante que os fluxos financeiros sejam diversificados e tão previsíveis quanto possível. É crucial ter uma combinação de fluxos de capitais estrangeiros e gerados internamente. Para aumentar o fluxo doméstico, os governos precisam aumentar suas receitas fiscais. 16

17 A importância de controlar riscos na economia global. Qualquer pessoa interessada no desenvolvimento deve também estar preocupada em controlar os riscos. Isso significa uma economia global gerida para reduzir os riscos de choques repentinos, que atinjam os fluxos privados, governamentais, e de curto e longo prazo. A rede regulatória precisa ser muito ampla para conter a variedade de choques que podem paralisar o desenvolvimento. Tanto os países que são fontes de capitais quanto os recipientes precisam ter acesso a todos os controles de capitais necessários para controlar esses riscos. A importância da transparência. Os países que se abriram para os mercados financeiros internacionais nos anos 1990 não tinham todas as informações sobre seu funcionamento ou sobre os riscos dessa exposição. Como os países desenvolvidos, estavam à mercê de instrumentos financeiros cada vez mais complexos, concebidos pelos bancos para ocultar o funcionamento dos mercados e garantir que tivessem sempre vantagem em qualquer transação. A importância de regular os mercados financeiros, para tornar concebível o financiamento aos países mais pobres. 22 Ao mesmo tempo que administram seus riscos, os mercados financeiros precisam ser organizados para estimular mais investimentos de longo prazo e investimentos em países que não possuem capitais domésticos, mas que nesse momento são totalmente ignorados pelo capital internacional. A importância de envolver até os países mais pobres nas decisões sobre os mercados financeiros globais. Os dados mostram que todos os países são afetados pela crise financeira e, portanto, todos têm interesse em melhorar o sistema. É essencial que todos os países participem da reforma do sistema e não apenas o G-20. Recomendações para o G-20 A mudança de alguns detalhes não vai resolver o problema. A extensão da integração global e o modo como a crise atingiu profundamente as economias de muitos países pobres significam que qualquer um interessado na redução da pobreza precisa defender uma agenda ampla para a reunião do G-20. Nessa reunião, podem ser enfrentadas muitas das fontes de risco e vulnerabilidade da economia global. No topo da agenda, devem estar: Mudar a forma de operação dos mercados financeiros, de modo a: Controlar os riscos, para que países com poucas opções, além de desenvolver seus mercados financeiros com fontes externas, possam fazê-lo com confiança. Melhorar a transparência do lado do governo, reformando os paraísos fiscais para garantir que as informações sejam automaticamente compartilhadas; e do lado das empresas, exigir que informem seus lucros e transações financeiras, país por país. Estimular o desenvolvimento de mercados financeiros de base regional nos países em desenvolvimento, para maximizar as possibilidades de mobilização de recursos locais e aumentar seu peso global junto às demais instituições financeiras. Apoiar o desenvolvimento por meio de: Ajuda para desenvolver o financiamento doméstico. Um bom ponto de partida seria a redução da fuga de capitais, por meio de maior transparência na contabilidade das empresas e da redução do segredo bancário. Assistência aos países afetados pela crise, para garantir que as pessoas pobres não sofram as conseqüências de mercados mal administrados. Em especial, aqueles países que sofrem com a crise ou recessão, porém não possuem recursos para pacotes de estímulo, precisam de assistência extra para lidar com o impacto de curto prazo da crise e, a médio prazo, reativar suas economias em bases mais estáveis. Garantia de que o financiamento adicional seja fornecido de maneira a apoiar um desenvolvimento mais resiliente e de longo prazo, assegurando que a ajuda estrangeira esteja voltada para desenvolver a capacidade interna e a mobilização de recursos domésticos, no lugar de pressupor que os fluxos estrangeiros são a chave para o desenvolvimento. 17

18 Notas finais 1 Por exemplo, Rodrik e Subramanian, Why did financial globalisation disappoint?, março de 2008; Kose, Prasad, Rogoff e Wei, Financial globalisation: a reappraisal, documento de trabalho do FMI, WP/06/189, de janeiro de 2009, Capital flows to developing world at risk of collapse, * O termo equities normalmente tem um significado bem mais geral e é traduzido por participação societária, cobrindo todas as formas de propriedade de algum ativo ou empreendimento. Neste relatório, está definido de forma restrita e se refere sempre a ações cotadas em Bolsa de Valores e adquiridas por entidades ou indivíduos estrangeiros. Por isso, preferimos não traduzir o termo (N.T.). 3 As fontes de dados foram as seguintes: receitas de exportação (OMC), investimentos estrangeiros diretos e remessas (Unctad), empréstimos bancários (Banco de Compensações Internacionais), equities (FMI), ajuda internacional para o desenvolvimento (Indicadores do Desenvolvimento Mundial, Banco Mundial) 4 IIF, Capital flows to emerging market economies, 27 de janeiro, EMBI global strip, JP Morgan. 6 Calculado a partir da composição de suas exportações e previsões de mudanças na demanda e preços de diferentes tipos de produtos, baseado em dados da OMC e do relatório World Economic Outlook do FMI, janeiro. 7 A sub-prime crisis in the US and infant deaths in África, 8 Por exemplo, o Banco Mundial; Weathering the storm: economic policy responses to the financial crisis, rede PREM, novembro de 2008; Banco Mundial, The global economic crisis: assessing vulnerablity with a poverty lens, Cord, L, M Verhoeven, C Blomquist, B Rijkers, PREM (sem data); The Economist, Domino theory, 2 de março de 2009; FMI, The importance of the global financial crisis for low income countries, março de Banco Mundial, The global economic crisis: assessing vulnerability with a poverty lens. 10 Banco Mundial; Weathering the storm: economic policy responses to the financial crisis. 11 O índice será em breve divulgado. Mais informações com Claire (melamed@actionaid.org). 12 World Economic Outlook, outubro de 2008, Chapter 4: Financial stress and economic downturns. 13 Rodrik e Subramanian, Why did financial globalisation disappoint?, março de Kose, Prasad, Rogoff e Wei, Financial globalisation: a reappraisal, documento de trabalho do FMI, WP/06/189, As fontes do dados são as anteriormente citadas. Para todos os países, a previsão de redução das receitas de exportação foi calculada a partir das previsões do World Economic Outlook para mudanças no volume e valor de produtos manufaturados, petróleo e commodities (excluindo combustíveis), ponderadas de acordo com sua participação nas exportações de cada país. 16 Nesta seção e na seguinte, as perdas com a crise foram calculadas pela comparação entre o montante de entradas reais em 2007 e o valor estimado para 2008 (ou o previsto para 2009). Na maioria dos casos, o valor dos fluxos de entrada caiu entre 2007 e A previsão é de queda ainda maior em Antes da crise, a previsão era de que todos esses fluxos iriam aumentar. Assim, atribuímos todas essas quedas à crise. Para ilustrar o significado dessas quedas numa determinada economia, a diferença entre o montante real de 2007 e o previsto para 2009 (em janeiro) é também comparada ao PIB de Os dados sobre os fluxos de 2007 são extraídos da Unctad, Banco de Compensações Internacionais e FMI. As previsões para todos os países são do IIF 18

19 18 IIF, Recent developments in Asia, 12 de fevereiro de D. Tswamuno, S. Pardee & P. Wunnava; Financial Liberalization and Economic Growth: Lessons from the South African Experience, International Journal of Applied Economics, 4,2, setembro de 2007, p É possível que o impacto da recessão comece a atingir o sistema bancário nacional da China, à medida que as empresas atrasem o pagamento de suas dívidas por causa da queda das exportações. Porém, o risco de colapso parece menor do que nos países que enfrentam tanto uma queda de demanda de seus produtos exportados quanto altos níveis de exposição aos mercados financeiros internacionais. 21 Por exemplo, Unctad, 2005, Economic development in Africa: rethinking the role of foreign direct investment. 22 Um bom ponto de partida pode ser uma iniciativa como a Responsible Finance Charter (Carta do Financiamento Responsável), proposta pela Rede Européia sobre Dívida e Desenvolvimento (Eurodad). 19

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