TRABALHANDO MÚSICAS EM INGLÊS
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- Ângelo Bentes Castelo
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1 TRABALHANDO MÚSICAS EM INGLÊS Anísio Alves Filho Carolina dos Santos da Silva Daniel Batista Hernandes Kauanne Zanatto Ricardo (Gdos CLCA - UENP/CJ) Mônica de Aguiar Moreira Garbelini (Orientadora CLCA - UENP/CJ) De acordo com Ferro (2006) atualmente, mais de trinta países espalhados por todos os continentes do planeta são falantes fluentes da língua inglesa, seja ela língua nativa, oficial ou segunda língua. Calcula-se que há mais de 1 bilhão de falantes do idioma no mundo inteiro, na qual representam ¾ desse número falantes não nativos, pessoas que estudam e aprendem o inglês para utilizá-la como língua estrangeira. Conforme cita Schütz (2004), a origem da língua inglesa se inicia com os Celtas, povos que habitaram a Inglaterra por volta de a.c. O povo Celta chegou a ser o principal grupo de línguas na Europa por, aproximadamente, oito séculos. Posteriormente sofreu influências de outras línguas ou grupos de línguas tais como: latim, dinamarquês, francês e alemão. Segundo Schütz o patrimônio vocabular da língua inglesa é estimado em aproximadamente palavras. Metade dos vocábulos é de origem germânica e o restante é do Latim e de Línguas Neolatinas, como o Francês, o Espanhol e o Italiano. Para Venturini (2009) a origem da difusão do inglês vem do idioma dos Anglos e Saxões (Germanos) considerados povos bárbaros que século V invadiram a Bretanha, o qual hoje em dia é o Reino Unido da Grã-Bretanha. Em aproximadamente 1500 anos de evolução, sofreu com a influência de várias outras línguas, por exemplo, o celta, o latim e o francês. Dessa maneira o inglês é dividido em três períodos O Arcaico ou Anglo Saxão (entre os séculos V e XI); O Médio (do século XI ao XVI), e o Moderno (a partir do século XVI). A difusão do idioma inglês que de acordo com Ferro (2006) se deu através dos povos do norte da Europa que por meio de várias conquistas e invasões dominaram as Ilhas Britânicas no século IX, por esse motivo idioma inglês é uma língua de origem germânica. A expansão do Império Britânico nos séculos XVIII e XIX foi a grande 287
2 responsável pelo avanço das fronteiras da língua inglesa. A maior parte dos países que hoje tem o inglês como língua oficial foi um dia colônia da Inglaterra. O Reino Unido, os Estados Unidos da América, o Canadá e a Austrália são as maiores nações anglofonas do planeta. A difusão maciça da língua inglesa no mundo atual deve-se principalmente a liderança política e tecnológica exercida pelos Estados Unidos que segundo Ferro (2006) se fez sentir especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial. O inglês tornou-se língua hegemônica no mundo dos negócios e na ciência: mais de 80% dos trabalhos científicos e a metade dos jornais do mundo são publicados nessa língua. Não há dúvidas que o inglês está no primeiro lugar do ranking dos idiomas mais utilizado e universalizado no nosso mundo globalizado, isso se deve pelo fato de que os Estados Unidos atualmente é o país fortemente econômico e tem grande representatividade nas áreas do entretenimento e na produção digital. Segundo Preti (2000), toda a nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio que se realiza fundamentalmente pela língua. A língua é entendida como manifestação da vida em sociedade. "Uma língua é um objeto histórico, enquanto saber transmitido, estando, portanto, sujeita às eventualidades próprias de tal tipo de objeto. Isso significa que se transforma no tempo e se diversifica no espaço" (Camacho: 1988). As Línguas Estrangeiras estão assumindo a condição de serem parte indissolúvel do conjunto de conhecimentos essenciais que permitem ao estudante ter contato com outras culturas e por conseqüência, propicia sua integração no mundo globalizado, como atestam os Parâmetros Curriculares Nacionais. Foi-se o tempo em que o ensino de Língua Estrangeira se prendia à fórmulas prontas e repetidas mecanicamente, no velho esquema the book is on the table. Como afirmam os PCN s, a busca por um método ideal acabou nos anos 80. Não porque ele tenha sido encontrado, mas porque o aprendizado passou a ser encarado como um processo dinâmico, mutável, permanente e sem receitas. Percebeu-se que tudo depende do contexto. (FERRARI, 2003, p.22) O grande desafio enfrentado por grande parte dos professores de Língua Estrangeira é saber se o que está sendo ensinado será aproveitado num futuro próximo. A resposta para esta questão depende da realidade vivida pelos alunos, suas expectativas 288
3 e perspectivas. Mas antes de tudo o idioma precisa estar ao serviço do usuário. A hora de ensinar os alunos um segundo idioma, diferente da língua materna, geralmente na segunda metade do Ensino Fundamental, coincide com uma fase marcada por transformações físicas e emocionais do pré-adolescente. É fundamental que desde o início da aprendizagem da língua estrangeira o professor desenvolva a alto-confiança em seus alunos, para que eles acreditem na capacidade de aprender. A limitação de recursos disponíveis na escola para a prática de ensino e a reduzida carga horária da disciplina não devem ser motivo para abrir mão dos objetivos. Talvez o professor não consiga desenvolver, ao final dos Ensinos Fundamental e Médio, todas as habilidades em seus alunos, como leitura, compreensão e produção oral e escrita. E de acordo com os PCN s de Língua Estrangeira, ele pode estabelecer três metas: 1. Aumento do conhecimento da língua materna, no caso o português, por meio de comparações com o idioma estrangeiro em diversos níveis. 2. Ao construir significados em outro idioma, o aluno se habilita para usar uma língua estrangeira. 3. Conhecer valores de outras culturas desenvolve a percepção da própria, promovendo a aceitação das diferenças nos modos de expressão e de comportamento. Um bom aprendizado para os alunos é aquele que permite o contato com outra cultura e outro código, pois além de enriquecer, esse conhecimento torna-se necessário, entre outros pontos, para incentivar a tolerância. Os próprios PCN s de Língua Estrangeira atestam: Ao entender o outro, o aluno aprende mais sobre si mesmo e sobre o mundo plural. A apreensão do vocabulário, da gramática, da estrutura sintática, dos tipos de textos e dos gêneros do discurso é fundamental para permitir ao estudante tomar contato com alguns aspectos culturais que serão trazidos pelo conhecimento de um novo idioma, mas o professor precisa mostrar as características da nova língua, para seja um instrumento de interação entre as pessoas. Há inúmeros discursos para se trabalhar com os alunos, pois a maior função social da linguagem é se comunicar. Para que esta comunicação ocorra, o professor tem de estar bem familiarizado com os tipos de textos e a quem eles se destinam, qual a intenção do autor e que tipo de discurso está sendo trabalhado com a turma. Essa noção 289
4 se torna indispensável para que o aluno dê sentido ao que fala e escreve, isto é, para que saiba realmente utilizar da melhor maneira possível o novo recurso que está aprendendo a usar. Deve-se lembrar que o ensino de um novo idioma deve ser, apesar das limitações, quase igual o da língua materna. O professor tem que pensar como ele aprendeu o português, em casa e brincando, e tentar levar as experiências para a sala de aula. Talvez uma abordagem mais adequada para o ensino interdisciplinar seria dizer que ele deve trazer um conteúdo do mundo real. (...) Em outras palavras, aquilo que seja relevante para os alunos em uma determinada época e que ofereça um contexto motivador para a prática do idioma. (SUSAN e ROGERS, 2001, p.14). Nesse contexto a música é um excelente o elemento motivador na qual podemos utilizá-la como artifício para uma melhor aprendizagem e um instrumento norteador de ensino da língua inglesa. No momento de escolher canções para trabalhar em sala, é necessário em primeiro lugar definir os objetivos. Se a intenção é explorar conteúdos gramaticais, a letra deve trazer subsídios suficientes. O critério de seleção não se restringe somente às preferências da turma, mas juntar o útil ao agradável é sempre bom. A música serve para treinar a pronúncia e fazer com que eles identifiquem sotaques diferentes, conforme a origem do cantor. Essa atividade favorece bastante o vínculo dos alunos com a língua. O objetivo do ensino da Língua Estrangeira é permitir que o aluno leia, escreva, fale e compreenda textos de vários tipos em outro idioma. Para alcançar esse objetivo, o professor da disciplina deve criar situações reais de comunicação em que o jovem possa fazer uso do que aprende: ter contato com publicações comerciais, canções e filmes, trocar correspondências, elaborar diálogos. Enfim, garantir o máximo de interação com as mais variadas expressões lingüísticas. E apesar da realidade da maioria das escolas brasileiras na qual o inglês é apresentado de forma segmentada, e falta material adequado e cursos que permitam melhorar a formação do corpo docente, a música é um elemento barato e de fácil acesso a maioria das pessoas podendo ser incluída sem contra indicações no contexto escolar. Segundo os PCN s, as maiorias das propostas educativas no ensino de línguas, já oferecem uma abordagem comunicativa, mas as atividades, em geral, ainda exploram a 290
5 estrutura gramatical fora de qualquer contexto. Ou seja, a gramática é vista como algo desvinculado das situações de contato interpessoal e dos textos disponíveis na vida real (livros, revistas, Internet, canções...). Devem-se contextualizar os conteúdos gramaticais, sendo esse o melhor caminho para oferecer novas informações e idéias, revelar elementos de cultura e ampliar o vocabulário dos alunos. Atualmente os estudantes aprendem músicas tão rapidamente e as canções estão tão presentes na vida desses jovens, que as canções tornam-se um instrumento muito útil e auxiliam na sedimentação de conhecimentos que geram a aquisição de linguagem. E segundo Murphey (1992) por uma variedade de razões as canções ficam em nossas mentes e se torna parte de nós, a idéia de que as canções trabalham com a memória de curto e longo prazo, parece encontrar comprovação no fenômeno que a canção ficou na minha cabeça. É importante salientar que, de acordo com Richards, ainda que a aprendizagem ocorra não meramente através da boa apresentação, mas através da repetição espaçada e significativa dos itens de aprendizagem não é fácil para o professor promover mecanismos de repetição significativa, exercícios em que o aluno possa entender e praticar os conteúdos através de atividades lúdicas. A música se configura como um meio de aumentar a quantidade de repetição significativa possível. Dessa forma, o uso de canções nas aulas de língua estrangeira pode auxiliar a consolidar a aprendizagem por conterem um grande número de repetições, o que torna a memorização mais fácil e prazerosa. Segundo Suzan Holden & Mickey Rogers (2002), os professores de língua inglesa justificam que o uso de músicas em sala de aula contribui: para apresentar e praticar estruturas lingüísticas, ajudar na entonação e na pronúncia e proporcionar uma atmosfera agradável. De acordo com Susan Holden e Mickey Rogers (2002) contribui também no desenvolvimento da pronúncia e entonação individual do aluno. Como as canções e os versos têm um padrão rítmico, normalmente podem ser úteis para estabelecer e praticar estruturas de pronuncia de forma memorizável e prazerosa. As canções também têm uma grande força de motivação na sala de aula. Se os alunos gostarem de ouvir ou de cantar músicas em inglês, ou de declamar versos, vão vivenciar algo prazeroso no idioma. Mesmo os alunos mais fracos sentem que, de alguma forma, tiveram êxito. (HOLDEN, Susan, 2002, p. 89). 291
6 Há diversas formas de trabalhar com a música no ensino da língua estrangeira, entre elas aqui estão as três mais usadas. 1-Complete as lacunas usando as palavras dadas ao lado. As palavras para completar são: right; you; so. I m yours- Jason Mraz Well done done me and. you bet I felt it I tried to be chill but you Were hot that I melted I Fell through the cracks and I'm trying to get back [...]. 2-complete as lacunas sem oferecer dicas às palavras Neste caso não são oferecidas palavras para completar. Oxygen Colbie Caillat I a part inside a world Made of angry I found a boy Who a dream Of every one smile [...]. 3-Montando as frases embaralhadas da música no quadro, feito em grupo como gincana. No terceiro método o professor imprime a música com as letras em fonte grande, recorta as frases e as embaralha, coloca-se sobre uma mesa e divide-se em dois grupos, é preciso duas cópias da mesma música, pois o objetivo deste método é uma gincana. Quem montar a música no quadro corretamente primeiro se torna o ganhador da brincadeira, e essa gincana desperta a competitividade dos envolvidos ajudando na aquisição do conhecimento. Podemos também chamar esse Método de quebra cabeça musical, pois enquanto a música toca, os grupos vão ouvindo e montando o quebra cabeça. Repete-se a música até que algum dos grupos complete totalmente a letra. É muito importante a escolha da música. Antes de tudo deve-se verificar o conteúdo da música que vai ser exposta em sala de aula, pois é necessário estar atento a conteúdos abusivos, discriminatórios e de baixo calão. E imprescindível o uso de uma 292
7 canção lenta e de pronúncia clara, para que todos possam ter acesso à compreensão da letra assim se atingir os objetivos da brincadeira e, pode-se aumentar o grau de dificuldade à medida que os alunos terminarem as etapas de aprendizagens. Depois do método já aplicado uma vez, pode-se reunir a sala e selecionar uma coleção das músicas favoritas dos alunos, e de acordo com o conteúdo estudado, colocaremos elas em prática. Murphey (1992) também alerta que a música por si só não ensina ninguém a usar a língua. Ouvir cantar canções não fará os estudantes serem capazes de se comunicar em outra língua. Murphey (1992) salienta que algumas atividades com o uso da música podem ser de grande valia para o aprendizado do aluno, algumas até solucionáveis, outras não, porque nenhum material responderá a todas as diferentes necessidades. Além disso, pessoas diferentes têm necessidades diferentes. Em outras palavras, sozinhas, as canções podem ser imensamente valiosas para desenvolver algumas capacidades, mas podem ser muitas vezes mais valiosas se as explorarmos criativamente para ligar o espaço que há entre a agradável experiência de ouvir/ cantar e o uso comunicativo da língua. REFRÊNCIAS CAMACHO, R. Variação-Liqüística. In: A Redação como Libertação. Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 1988; pp FERRO, Jéferson. Around the world, introdução à leitura em língua inglesa. Curitiba: ibpex, 2006 HOLDEN, Susan; ROGERS, Mickey. O Ensino da Língua Inglesa. São Paulo: Special Book Services, MURPHEY, Tim. Music and Song. Oxford. Oup, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica e Tecnológica Brasília: MEC; SEMTEC, PRETI, D. Sociolingüística: Os Níveis de Fala: Um Estudo Sociolingüístico do Diálogo na Literatura Brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 9 ed, RICHARDS, Jack C. Song in Language Learning. Tesol Quartely, v.3, n.2, junho 1969, p
8 SCHÜTZ, Ricardo. História da Língua Inglesa: English Made in Brazil. Disponível em Acesso em Acesso em 21 Setembro 2010 ás 8h: 37 min. VENTURINIi, Laercio. A origem do desenvolvimento da língua inglesa Disponível em: Para citar este artigo: ALVES FILHO, Anísio et al. Trabalhando músicas em inglês. In: VII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SÓLETRAS - Estudos Linguísticos e Literários Anais... UENP Universidade Estadual do Norte do Paraná Centro de Letras, Comunicação e Artes. Jacarezinho, ISSN p
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