Microbacia: Ouro. Município: Porciúncula, RJ. Bacia do Rio Itabapoana

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1 Microbacia: Ouro Microbacia: Ouro Bacia do Rio Itabapoana Localização: 36 km da sede do município de Porciúncula, RJ Área total: ha Área focal: ha Comunidades envolvidas: Cedro, Fortaleza, Murupi e Ouro Número de famílias área focal: 232 Número de escolas área focal: 3 Principal Atividade Econômica: café e pecuária de leite Principais rios: Rio Itabapoana e Ribeirão do Ouro Município: Porciúncula, RJ Coordenadas: Sede Associação Murupi PLANAS - UTM Fuso 24K E S GEOGRÁFICA - LAT 20 51`10`` S LONG 41 51`30`` E Sede Associação Fortaleza/Cedro PLANAS - UTM Fuso 24K E S GEOGRÁFICA - LAT 20 25`00`` S LONG 41 23`00`` E Microbacia do Ouro Dados de contato da Microbacia José Adílio Tel: (22) Amélia Martins Tel: (22) amelia_santaclara@hotmail.com

2 Microbacia Ouro Estão localizadas na Microbacia do Ouro, em Porciúncula, no terceiro distrito do município, em Santa Clara, as comunidades rurais de Cedro-Fortaleza e Murupi. A origem do nome da microbacia remonta à época em que os padres jesuítas acompanhavam os rios e os córregos em busca de ouro. Quando chegaram a esta região, depararam com o encontro de três estados (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) e com a confluência dos rios São João e Preto. O belo cenário indicava que lá encontrariam muito ouro. Não foi o que aconteceu. Na primeira metade do século XIX, os jesuítas em busca de ouro, antes de chegar onde hoje é Santa Clara, passaram por São José do Rio Pardo, onde morava José Guedes Xavier, primo de Tiradentes, com sua esposa Clara e alguns escravos. Clara, devota de Santa Clara, doou cinco alqueires para a Santa e indicou um local para construção da igreja. A comunidade se formou ao redor da igreja e deu início à plantação de café, favorecida pelo clima. As fazendas locais foram se destacando na produção de café e atraindo muitos trabalhadores. Em 1897 chegou uma grande quantidade de imigrantes italianos para trabalhar nas fazendas, em busca de melhores condições de vida. Os imigrantes trabalharam durante alguns anos como colonos, até adquirirem bens suficientes para comprar suas próprias terras, continuando a cultura do café. Esta tradição passou de geração em geração e hoje a população é predominantemente descendente de italianos e portugueses. As associações funcionam exclusivamente dentro das comunidades, com alto índice integração na região, como a São Mamede, a Fazenda do Céu, Cedro-Fortaleza e Murupi. Os pequenos produtores rurais recebem orientações de produção dos técnicos da Emater-Rio e têm acesso a financiamentos. A mola propulsora na economia local sempre foi o plantio café, que permanece até hoje nas pequenas propriedades de mão-de-obra familiar. As fazendas de porte médio, hoje dentro da comunidade, são bem menores que as de outrora, e comportam no máximo cinco famílias de colonos. Noventa por cento das terras são ocupadas por pequenos proprietários. Uma prática interessante entre os pequenos produtores é a troca entre si de dias de trabalho, em regime de mutirão, para que a colheita seja realizada, já que na maioria das vezes não podem contratar mão-de-obra. A cultura agrícola dominante é o café, seguido da criação de vaca leiteira. Atualmente percebe-se que o café vem abrindo espaço para outras produções, mas sem perder sua importância econômica. Os pequenos cafeicultores se organizam para melhorar a qualidade do produto e, conseqüentemente, aumentar o valor do produto no mercado.

3 Desenvolvido a partir de discussões com a comunidade, o Plano Executivo da Microbacia (PEM) contém os principais problemas, causas, possíveis soluções, ações em andamento e propostas. Algumas dessas ações já foram incentivadas por programas do Estado ou por organizações voltadas para o desenvolvimento local e necessitam de suporte para sua continuidade e o desenvolvimento de novas práticas. Diagnóstico da Microbacia Hidrográfica do Ouro Armazenamento, beneficiamento, comercialização e escoamento da produção O quadro é de total carência tanto no processo de armazenamento, quanto na falta equipamentos de beneficiamento. Na comercialização, a presença do atravessador é identificada como um grande problema. A adesão ao cooperativismo daria organização e novos impulsos à produção. Em paralelo, é preciso assistência técnica na elaboração de projeto de captação de recursos para construção de estrutura de armazenagem e instalação de equipamentos de beneficiamento. Estradas Por falta de recuperação adequada, é característico das estradas locais as áreas de atoleiros. As estradas vicinais apresentam condições bastante precárias, em especial no período das chuvas, sendo os poucos serviços de manutenção considerados insatisfatórios. A população local quer a recuperação das estradas e sua manutenção adequada. Esgoto A maioria das moradias rurais não possui saneamento básico e nem sequer o tratamento com fossa séptica. Sem tratamento de esgoto, os ribeirões estão poluídos e falta manutenção nas fossas já construídas. Além de fazer a conservação das fossas existentes, trabalha-se na elaboração de projeto para a construção de um maior número de fossas sépticas. Cursos d água Ribeirões assoreados e nenhuma ação de implantação de mata ciliar levam ao trabalho urgente de conscientização dos agricultores. Por meio de palestras, as famílias passam a conhecer as formas e ações necessárias para combater o desmatamento, recuperar mata ciliar e reflorestar a área com espécies nativas. A capacitação em sistemas agroflorestais e uma permanente assistência técnica podem garantir o salto de qualidade. Geração de Trabalho e Renda Se não há mercado de trabalho para a população em geral, maior é a falta de alternativas de trabalho e renda para mulheres, jovens e a terceira idade. Na busca de soluções, a capacitação em artesanato e na indústria rural caseira abre novas portas e, hoje, já se vislumbra a possibilidade da construção de uma pequena agroindústria rural para a produção de doces e embutidos.

4 Aluizio Calisto Luiz da Costa Leal Ludovina Pacheco Ferreira Silvio Lucio da Silva No passado tivemos destruição da natureza. No presente temos a proteção das matas e de nascentes, construímos áreas ambientais e procuramos passar para os mais novos essas idéias. No futuro queremos ter áreas bem preservadas e nascentes limpas. Temos que mudar a cabeça das pessoas e fazer uma revolução. Geraldo Adilson Louro Martins Pedro Paulo Ferreira Walderci Mateus Oliveira Juarez Alves de Oliveira Adailton Marteline Cristóphori Com as melhorias realizadas na microbacia vai aumentar a quantidade e a qualidade da água. Estamos conscientes em não jogar as embalagens de agrotóxicos nas nascentes e queremos que seja feita a coleta completa dessas embalagens, a proteção total das nascentes e fossas sépticas para toda a microbacia. Sebastião Jorge Ribeiro Zulmira Aparecida Ribeiro Balbino Braz Risse Cláudio Ferreira Maria Adilcimélia de Souza Martins No passado tinha muito café, mas existia pouca tecnologia. Hoje as lavouras diminuíram devido o alto preço dos insumos agrícolas. Nós da comunidade deveríamos nos unir e realizar a compra dos insumos e a venda do café juntos para termos mais lucro. A comercialização é fraca por falta de mercado no próprio município. Esperamos para o futuro um centro de comercialização regional para a venda dos produtos. Queremos realizar todas as etapas da produção do café. José Adílio Oliveira Martins Edivaldo Jesus Alves José Maria Bento Geralda das Graças Pessanha Vivemos uma carência na área de saúde, os postos de saúde são muito distantes. Esperamos para o futuro a construção de um mini hospital no 3º distrito, precisa-se interiorizar a saúde. Precisamos que sejam feitas análises da águas das nossas nascentes para avaliar a qualidade. A comunidade necessita de mais esclarecimentos para saber como lidar com água e identificar doenças, para assim a gente poder preservar não só as nascentes, mas também as vidas. A comunidade tem que se conscientizar para preservar as nascentes, as matas, o meio ambiente como todo, para poder viver bem no futuro.

5 Educamos nossas gerações Aprendemos com as novas gerações Refletimos e aprendemos com nossos próprios erros Divulgamos incentivamos o associativismo e o cooperativismo Trabalhamos de forma cooperativa no cultivo do pêssego e na apicultura Utilizamos racionalmente os fertilizantes e agrotóxicos Praticamos a adubação orgânica Não usamos agrotóxicos em locais próximos de nascentes Recolhemos embalagens de agrotóxicos na Campanha Dia do Campo Limpo Preservamos o meio ambiente não desmatando Doamos terreno para construir uma escola rural Somos solidários Praticamos a educação familiar com valores para a vida, o ambiente e a sociedade Estimamos a família e a comunidade Exercemos a cidadania em busca de melhorias Temos um grupo de oração Temos organização e disciplina para realizar campeonatos de futebol e festas Atuamos como fiscais do meio ambiente Trabalhamos em mutirão

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